Uso conjugado da Análise Lexical e Análise de Conteúdo

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INOVAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DO CONHECIMENTO
Uso conjugado da Análise Lexical e Análise de Conteúdo em relatos de
profissionais de Saúde Mental sobre as atividades cotidianas: amar, gozar,
trabalhar e comunicar por símbolos em Serviços de Saúde Mental
Autores
Priscila da Silva Antonio*, Francisco Moacir de Melo Catunda Martins**
Apresentadores
Priscila da Silva Antonio*
Introdução: Entende-se por cotidiano o que se sucede ou se pratica todos os dias ou habitualmente; o que é
diário. Trata-se, portanto, de uma representação do ser de cada um, através do movimento do dia-a-dia das
pessoas. As categorias dêiticas (tempo, pessoa e espaço), associadas aos verbos amar, gozar, trabalhar e
comunicar por símbolos, representam atividades intrinsecamente humanas. Entende-se que as mesmas podem
se comprometer em maior ou menor grau, em toda e qualquer crise do indivíduo.
Objetivos: O objetivo geral do estudo é conhecer as atividades da vida cotidiana, através dos verbos amar,
gozar, trabalhar e comunicar por símbolos, em profissionais de saúde mental que trabalham em unidades de
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), e o objetivo específico é desvelar os sentimentos e percepções da
mesma população frente aos verbos referidos.
Metodologia: Pesquisa descritiva, coleta de dados através de entrevistas semi-estruturadas, gravadas e
transcritas. Os locais são três unidades de CAPS do interior de Goiás. Realizado entre novembro de 2010 e
janeiro de 2011. Participaram nove profissionais das referidas instituições. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética
da UniEVANGÉLICA sob ofício de n ̊ 080/ 2010. Análise lexical foi feita através do software Alceste, além
da submissão do mesmo corpus discursivo à análise temática.
Resultados: Os resultados apontaram três categorias: trabalho e prazer; relacionamento: amar e comunicar,
trabalho e desprazer, e quatro classes muito próximas às categorias: trabalho e prazer, amar, comunicar,
trabalho e desprazer. A classe ‘trabalho e desprazer’ apontou para a defesa modalizada pela projeção que os
levam a duvidar da capacidade de modificar, inovar e realizar um serviço de qualidade. O verbo ‘amar’ trata do
compartilhar, sendo necessário intimidade, implicação e empatia nos CAPS na condução do mover para as
transformações. Quanto à classe ‘comunicar’, revelam ter dificuldades em se expressar, mesmo sendo este
verbo considerado “fundamental”. Na classe ‘trabalho e prazer’, o prazer não está na atividade do trabalho, mas
no fruto do mesmo. Gozar a vida não aparece como categoria ou classe isolada, mas distribuído nas atividades
mencionadas. Observa-se um dilema no trabalho expresso em mecanismos de negação e projeção.
Conclusões: Concluímos tratar-se de uma neurose de dúvida coletiva, evidenciadas pelos verbos páthicos:
querer, poder e dever. A dúvida paralisa a pessoa no sentido da concretização dos desejos. Os verbos, aqui
elencados, fazem parte do cotidiano de todos nós, o que não é diferente no grupo pesquisado, sendo discutidos
em detalhe ao longo deste estudo.
Palavras-chave: Atividades Cotidianas, Serviços Saúde Mental, Psicopatologia.
Referências bibliográficas (max. 4 - Norma APA): Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde.
Secretaria de Assistência à Saúde. (2001). III Conferência Nacional de Saúde Mental. Brasília: Ministério da
Saúde.Dejours, C., Abdoucheli, E. Jayet, C. (1994). Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola
Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas.Nascimento, A. R. A., Menandro,
P. R. M. (2006). Análise lexical e análise de conteúdo: uma proposta de utilização conjugada. Estudos e
Pesquisas em Psicologia, 2 (2),72-88. Oury,J. (2009).O Coletivo. São Paulo: Hucitec.
* Universidade de Brasília - UnB, Departamento de Enfermagem [[email protected]]
** Universidade de Brasília - UnB, Instituto de Psicologia
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