Folheto-Prevenção da doença dos legionários em hotéis

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A doença dos legionários é frequentemente fatal e a publicidade ao redor dos casos
pode afectar gravemente o bom-nome do hotel.
Quase 700 casos por ano, associados a estadias de residentes europeus em hotéis ou
outro tipo de empreendimentos turísticas, foram relatados entre 2002 e 2004.
O risco de desenvolvimento da doença dos legionários pode ser reduzido através da
aplicação cuidada de algumas medidas simples. Neste sentido, o presente folheto tem
como objectivo informar os gestores de empreendimentos turísticos para algumas
questões relacionados com procedimentos de gestão adequados de forma a serem
minimizados os riscos de ocorrência de efeitos adversos para a saúde dos hóspedes.
Ministério da Saúde
DOENÇA DOS LEGIONÁRIOS:
REDUÇÃO DO RISCO
CHECK LIST PARA HOTÉIS E OUTROS
ATENÇÃO
Para medidas de controlo mais específicas, pode ser necessário recorrer a peritos
na realização de avaliação de riscos.
Em relação à monitorização ambiental de Legionella, as amostras apenas devem
ser colhidas por pessoal habilitado e analisadas em laboratórios credíveis para o
efeito. Uma análise negativa não significa necessariamente que o hotel esteja livre
de Legionella ou que não existe qualquer risco.
Para controlo e prevenção da contaminação por bactérias do género Legionella deverá
proceder à manutenção e desinfecção da rede e terminais, sugerindo-se a adopção
dos procedimentos preconizados na documentação elaborada pelo Direcção Geral da
Saúde “Doença dos Legionários – Procedimentos de controlo nos empreendimentos
turísticos”.
Pode ser obtida informação adicional nas European Guidelines for Control and
Prevention of Travel Associated Legionnaires’ Disease, disponíveis no site
http://www.ewgli.org
Para esclarecimentos, apoio técnico e acesso à documentação aconselhada, poderá
contactar:
A Equipa de Saúde Pública do seu concelho;
ou o Centro Regional de Saúde Pública do Norte, Rua Anselmo Braancamp, n.º 144 4000-078 Porto; Telefone: +351 225 105 548; Fax: +351 225 101 618
EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS
1. O que é a doença dos legionários?
É uma forma de pneumonia causada por uma bactéria –
Legionella pneumophila – com uma taxa de mortalidade de 13%
entre os infectados. Esta bactéria é ainda responsável por outras
doenças menos graves. A doença desenvolve-se habitualmente 36 dias depois da infecção, podendo nalguns casos atingir os 10
dias.
2. Quais são os principais sintomas?
A doença habitualmente inicia-se com febre, arrepios, dores de cabeça e dores
musculares, tosse seca e dificuldades respiratórias, com possibilidade de evolução para
pneumonia grave. Um terço dos infectados tem diarreia ou vómitos e cerca de 50%
desenvolve estado confusional ou delírio. São necessárias análises laboratoriais
específicas para estabelecer o diagnóstico, que a maior parte das vezes apenas serão
realizadas quando os hóspedes regressarem a casa.
3. Como pode ser contraída a doença dos legionários?
Através da inalação de Legionella presente em aerossóis, que podem não ser facilmente
visualizáveis. Os aerossóis são constituídos por gotículas de água que contêm as
bactérias, geradas, nomeadamente, a partir de água corrente de torneiras ou chuveiros,
autoclismos, ou de piscinas spa. A bactéria pode sobreviver e multiplicar-se a temperaturas
entre 20 e 45°C. Também pode ser encontrada em baixas concentrações em ambientes
naturais, tais como rios, lagos e solos húmidos. Concentrações elevadas verificam-se em
sistemas de água artificiais inadequadamente mantidos.
4. Onde estão situadas as áreas de risco potencial nos hotéis?
Em locais de formação de aerossóis está presente o risco de infecção, tais como:
Chuveiros e torneiras
Bacias de spas (sinónimos: jacuzzis, banhos spa)
Banhos turcos e saunas
Torres de arrefecimento e condensadores evaporativos, ainda que situados no
telhado ou no solo
Fontes ornamentais, em especial se situadas em espaços interiores
Equipamentos de humidificação
5. Onde se pode multiplicar a Legionella?
Depósitos / cisternas de água quente e fria
Água quente entre 20°C e 45°C
Canalizações de água com fluxo reduzido ou nulo (o que inclui quartos desocupados)
Lodos (biofilme) e sujidade em tubagens que alimentam chuveiros e torneiras e nas
superfícies internas de depósitos
Borracha e fibras naturais presentes em anilhas e vedações
Cisternas (termoacumuladores) e depósitos de armazenamento de água quente
Incrustações em tubagens, chuveiros e torneiras
Estas situações e condições favorecem o crescimento de Legionella e aumentam o risco
de infecção para os hóspedes da unidade e pessoal.
6. O que fazer para reduzir o risco?
O risco de doença dos legionários pode ser evitado. Qualquer empreendimento turístico que
não tenha em desenvolvimento um programa para controlar o crescimento de Legionellas
demonstra negligência em relação à segurança dos seus hóspedes. Este programa deveria
incluir o seguinte:
Designar um responsável pelo controlo da Legionella.
Assegurar que a pessoa designada possui formação em controlo de Legionella e que o
restante pessoal tem conhecimento da importância do seu papel no controlo da Legionella.
Manter sempre quente e em circulação a água quente: 50 - 60º C (onde estas
temperaturas não possam ser alcançadas devido a condições locais, devem ser usados,
em alternativa, procedimentos de desinfecção residual adequados, apoiados por análises
regulares (pelo menos trimestrais) de pesquisa de Legionella. Aqueles procedimentos
podem incluir dióxido de cloro e ionização por cobre / prata.
Manter sempre fria a água fria: a temperatura inferior a 25º C.
Deixar correr, durante vários minutos, a água em todas as torneiras e chuveiros dos
quartos que se encontrarem desocupados (e sempre antes de serem ocupados) pelo
menos uma vez por semana
Manter as cabeças dos chuveiros limpas e sem incrustações.
Limpar e desinfectar regularmente as torres de arrefecimento e canalizações usadas em
sistemas de ar condicionado – pelo menos duas vezes por ano.
Limpar e desinfectar termoacumuladores uma vez por ano
Desinfectar o sistema de água quente com uma elevada concentração (50mg/l) de cloro
durante 2-4 horas após trabalhos de manutenção/reparação de termoacumuladores e
antes do início de cada temporada.
Limpar e desinfectar regularmente os filtros de água – cada um a três meses.
Inspeccionar os depósitos de água, as torres de arrefecimento e as tubagens visíveis todos
os meses. Assegurar que todas as tampas estão intactas e bem colocadas
Inspeccionar o interior dos reservatórios de água fria pelo menos uma vez por ano,
devendo ser desinfectados com um composto de cloro (50mg/l de cloro) e limpos se
estiverem sujos ou com depósito.
Assegurar que as alterações do sistema predial de água ou qualquer nova instalação não
origina tubagens com fluxos de água intermitentes ou inexistentes
Se houver uma piscina de spa assegure-se do seguinte:
É continuamente desinfectada com cloro ou bromo (2-3mg/l) e as concentrações são
monitorizadas pelo menos três vezes por dia.
Pelo menos metade do volume de água é substituído diariamente.
Os filtros são lavados diariamente em contra-corrente.
Todo o sistema é limpo e desinfectado uma vez por semana.
Manter registos diários de todos os dados relativos ao tratamento da água, tais como
temperatura e concentração de cloro residual e assegurar que os mesmos são controlados
com regularidade pelo gestor da instalação.
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