Canse contra o câncer Duas horas e meia de exercício por semana ajudam a combater a doença SOS na UTI O que está sendo feito contra a sepse, que mata 240 mil ao ano no Brasil n º 1 | o u t u b ro - d ezembro | 2011 Fórmula única Equipe e aparelhagem da Rede D’Or São Luiz no GP Brasil são as mesmas oferecidas aos pacientes Job: 17999-002 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 17999-002-AFW-HSL-An Sempre Mater Inst. 20.2X26.6-1_pag001.pdf Registro: 56039 -- Data: 12:52:26 11/11/2011 carta ao leitor V ocê está recebendo a primeira edição da revista da Rede D’Or São Luiz, a SuaSaúde. Essa publicação nasceu da união entre as diversas publicações do grupo a seus clientes: Sua Saúde (do Rio de Janeiro), DNA São Luiz (de São Paulo) e Vide Bula (de Santo André). Hoje, a Rede D’Or São Luiz é a maior operadora de hospitais privados do Brasil, atuando com 21 unidades, aproximadamente 3 mil leitos, 20 mil funcionários e fazendo 5 milhões de atendimentos ao ano. Por isso, são 60 mil exemplares da SuaSaúde circulando nas localidades onde o grupo está presente, ou seja, pela região metropolitana do Rio de Janeiro, pela cidade de São Paulo, pelo ABC Paulista e pelas cidades pernambucanas de Recife e Olinda (veja a relação detalhada na página 56). Essa ampla estrutura hospitalar e a sinergia entre as unidades se refletem em cada seção desta nova revista. Na matéria especial, é destaque a atuação da equipe do São Luiz, hospital oficial do GP Brasil de Fórmula 1 há 11 anos, em Interlagos, mas também fora das pistas, nos pronto-socorros de suas três unidades durante todos os 365 dias do ano. Em medicina avançada, você verá pesquisas na área de medicina intensiva do Instituto D’Or (IDOR), centro de ensino e estudos da Rede, para realizar exames capazes de dar agilidade ao tratamento da sepse, a principal causa de morte nas UTIs brasileiras. Em coma bem, conheça os benefícios do caju, fruta típica do Nordeste. Em primeiros cuidados, profissionais das Maternidades Brasil e São Luiz, referências em suas regiões de atuação, falam sobre as principais dificuldades de amamentação. Além disso, na seção acontece na rede, veja as principais notícias e os investimentos em diferentes hospitais. Esses são exemplos de como as diversas marcas podem se completar e unir informações de qualidade – sempre com didatismo e precisão – aos leitores da SuaSaúde, tomando a saúde não apenas como ausência de doenças, mas como “estado de completo bem-estar físico, mental e social”, segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que as reportagens têm foco também em qualidade de vida, bem-estar e lazer. Boa leitura! Esta primeira edição de SuaSaúde nasce da união entre os 21 hospitais da Rede D’Or São Luiz. São 60 mil exemplares circulando nas regiões em que o grupo atua A Redação Expediente SuaSaúde é uma publicação trimestral desenvolvida pela PrimaPagina e pela BuonoDisegno, sob coordenação da Diretoria de Marketing da Rede D’Or São Luiz • Diretoria de Marketing Claudio Tonello, George Maeda, Vera Martins, Alexandre Volcian, Débora Rodrigues e Nereida Cavalcanti • Presidente do Conselho Editorial Ruy Bevilacqua • Conselho Editorial Jorge Moll, José Roberto Guersola, Claudio Tonello, Alexandre Loback, Jorge Moll Neto, João Pantoja, Lucio Auler, Rodrigo Gavina, Newton Takashima e Luiz Dellanegra. Produção e edição PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Jesuíno Arruda, 797, 10° andar, CEP 04532-082, São Paulo, SP, tel. (11) 3512-2100, fax (11) 3512-2105 / e-mail: [email protected] • Equipe editorial Ricardo Meirelles e Bernardo Ramos (editores), Bruno Meirelles, Amanda Rossi e Paula Montefusco • Projeto gráfico e diagramação BuonoDisegno (www.buonodisegno.com.br), tel. (11) 3512-2122 • Arte Renata Buono, Luciana Sugino, Renata Lauletta, Isabela Berger e Pedro Muraki • Tratamento de imagem Inovater • Impressão Gráfica Eskenazi • Editor responsável José Roberto de Toledo (DRT-DF 2623/88) • Foto Capa Hoch Zwei/Vodafone McLaren Mercedes SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 1 sumário 2 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz 40 diagnóstico O obstetra que introduziu a laparoscopia ginecológica e o parto humanizado no Brasil 06 10 16 22 30 36 44 50 acontece na rede Saiba o que há de novo nos hospitais da Rede D’Or São Luiz medicina avançada Como deter a doença que mais mata nas UTIs brasileiras viver bem Pesquisas mostram que “corrida contra o câncer” não é uma metáfora Fórmula 1 Grande Prêmio do Brasil só tem uma vez ao ano. Mas o atendimento médico tem todo dia primeiros cuidados Amamentação tem de começar o mais cedo possível e terminar o mais tarde possível planeta saudável Se a conferência Rio+20 é sobre meio ambiente, por que terá profissionais de saúde? coma bem No caju, o formato e o sabor são estranhos, mas os benefícios são conhecidos rodando por aí Em Edimburgo, que sedia conferência sobre tuberculose, dispense o carro e faça tudo a pé 56 unidades e médicos Os hospitais da Rede D’Or São Luiz e os profissionais que contribuíram nesta edição SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 3 Acontece na rede rede D’Or São Luiz Primeiras dicas Parceria com Fleury Ajuda para uma vida completamente nova. Com esse intuito, o Hospital São Luiz criou o DVD “Maternidade Ativa”, com duração de 1h20 e dicas básicas para os cuidados com o recém-nascido. O produto será entregue a todas as mães no momento da alta. “Podemos orientar os pais em casa sobre como cuidar dos seus filhos”, afirma a coordenadora da Maternidade do Hospital São Luiz, unidade Itaim, Márcia Maria da Costa. Hospital e maternidade assunção Pronto-socorro para mais pessoas Com o objetivo de aumentar o número de atendimentos, o Hospital e Maternidade Assunção, em São Bernardo do Campo (SP), está reformando o pronto-socorro. Hoje, a área atende cerca de 10 mil pessoas por mês. A meta é chegar a 20 mil. A reestruturação inclui troca de equipamentos, modernização do centro cirúrgico, do conforto médico e ampliação da UTI. Além disso, o hospital pretende reforçar o conceito de atendimento humanizado e instalar um modelo rápido de diagnóstico e tratamento do paciente. O investimento é de R$ 10 milhões. hospital RIOS D’Or Com base científica hospital esperança Mais estrutura e tecnologia O Hospital Esperança, no Recife, reestruturou sua emergência, com um atendimento seguro e mais ágil, investimento em reciclagem dos profissionais, aquisição de equipamentos de ponta e ampliação da infraestrutura. Além disso, tem novos aparelhos de ressonância magnética de alto campo, tomografia de 64 canais e hemodinâmica (foto). Outras novidades são a sala de trauma, o atendimento cardiológico e um espaço exclusivo para pediatria com sala de espera, consultórios e leitos personalizados. O hospital está implantando protocolos clínicos e classificação de riscos no atendimento. Além de sete especialidades de plantão e profissionais de sobreaviso, o paciente conta com assistência integral de uma equipe multidisciplinar, a mais completa do estado na rede privada. O Esperança também adquiriu um equipamento radiológico para geração de imagem digital para diagnóstico e intervenção em doenças cardiovasculares. Fruto de investimento de R$ 2 milhões, o novo equipamento é único no Recife. hospital Norte D’Or Fotos Divulgação Mais conveniência O Hospital Norte D’Or, inaugurado em janeiro em Cascadura, na zona norte do Rio, passa a atender os planos de saúde Bradesco, Golden Cross, Eletronuclear e Sulamérica. Com as novas bandeiras, o local, que já contava com a Unimed, tornase uma das mais importantes referências de atendimento da região. 6 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Reprodução hospital e maternidade São Luiz O Centro Cirúrgico do Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), recebeu a Certificação Diamante, classificação que reconhece publicamente as instituições de saúde pautadas em práticas e evidências científicas e/ou consensos profissionais. O prêmio foi concedido pela 3M do Brasil. O hospital é o primeiro da cidade a adquirir a certificação. A Rede D’Or São Luiz e o grupo Fleury Medicina e Saúde firmaram um acordo. O Lab’s Dor, unidade diagnóstica da rede, presente no Rio de Janeiro e em Pernambuco, foi incorporado às atividades do Fleury, que coordenará as análises laboratoriais e os serviços de imagem feitos nos hospitais do grupo. A parceria se estende à regional São Paulo, nas unidades do São Luiz, e aos hospitais Brasil, em Santo André (SP), e Assunção, São Bernardo do Campo (SP). hospital e maternidade São Luiz Anália Franco Atendimento rápido e eficaz A Rede D’Or São Luiz adotou o sistema SmartTrack na unidade Anália Franco, em São Paulo, para agilizar o atendimento de emergência. O primeiro atendimento e a triagem são feitos por uma equipe multiprofissional, de forma a classificar o quadro do paciente como simples, dependente de uma avaliação mais profunda ou emergência. Os resultados iniciais apontam que o socorro a casos menos graves caiu para 50 minutos (a recomendação internacional é até 90 min.). “Além de manter um excelente nível para os pacientes graves, conseguimos oferecer atendimento em tempo menor”, diz o diretor-geral da rede, Rodrigo Gavina. Nos próximos meses, o sistema será adotado em outras unidades. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 7 Acontece na rede REVISTA SuaSaúde no iPad hospital prontolinda Reprodução A revista SuaSaúde também está no iPad. Ela traz duas seções extras – “macro” e “vida em números” –, gráficos interativos, galerias de fotos e vídeos. “É um ganho da nova revista, que trouxe uma ferramenta disponível desde o começo do ano para a antiga revista do São Luiz”, diz Claudio Tonello, diretor corporativo de Marketing do grupo. Para fazer o download, entre na App Store e digite “Rede D’Or São Luiz” ou “Revista SuaSaúde” na busca. Toque sobre o ícone e, ao abrir a nova página, sobre o retângulo em que está escrito “Free”. O aplicativo será instalado em seu iPad. Abra o aplicativo e toque na capa da edição que quiser ler. Programa de gestão hospital QUINTA D’Or Transplante de rim O Hospital Quinta D’Or fez o primeiro transplante de rim da Rede. O procedimento foi realizado pela Unidade de Transplante Renal, fruto de uma parceria com o governo do Rio de Janeiro, envolvendo a criação de um cadastro único de pacientes. A meta é fazer 50 transplantes por ano. centro de oncologia Fotos Divulgação Combate ao câncer hospital COPA D’Or Emergência infantil Espaço maior, exclusivo e moderno. Profissionais de diversas áreas prestam e agilizam o primeiro atendimento. Assim é a nova emergência pediátrica do Hospital Copa D’Or, inaugurada recentemente na zona sul do Rio de Janeiro. A unidade também conta com uma área destinada a internações, em andar exclusivo e com a estrutura hospitalar necessária, tudo interligado ao serviço de emergência. 8 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz A Rede inaugurou, recentemente, o Centro de Oncologia, anexo ao Hospital Quinta D’Or, na zona norte do Rio, para atender, apenas em radioterapia, 70 pacientes por dia. Um dos destaques é o aparelho de radiocirurgia Novalis, que faz procedimentos guiados por imagem 3D para o combate a tumores iniciais e metástases. Ele permite que o paciente, muitas vezes, volte às atividades normais no mesmo dia. “Trouxemos ao Rio a opção médica mais avançada para que a população não precise sair do estado em busca de um tratamento eficaz”, afirma o coordenador de radioterapia, Felipe Erlich. HOSPITAL E MATERNIDADE BRASIL Novas áreas no Hospital Brasil Pronto-socorro infantil, consultórios de ortopedia, posto de coleta de análises clínicas e ambulatório de psiquiatria e cirurgia plástica já estão à disposição dos pacientes no Hospital e Maternidade Brasil, em Santo André. O investimento foi de R$ 10 milhões. O Hospital Prontolinda, fundado em 1980 em Olinda (PE), prepara-se para obter o selo da Organização Nacional da Acreditação (ONA), que avalia a qualidade do serviço de instituições de saúde. Como parte do processo, o hospital está otimizando atendimento e tratamento e adotando programas avançados de gestão. Um deles é o Epimed Monitor, voltado a UTIs. “Por meio dele, posso avaliar se o protocolo usado está causando o impacto planejado. Permite otimizar atitudes e equipamentos em função da necessidade”, afirma o diretor médico do hospital, Gutemberg Guerra. Outro é o UpToDate, ferramenta que contém dados da literatura médica para consultas rápidas sobre quase todas as doenças. “Se você está acompanhando um paciente com uma doença rara, dá para se atualizar sobre os tratamentos mais modernos. Você encontra a sinopse dos achados mais recentes, com artigos escritos pelas autoridades máximas em cada assunto”, diz Guerra. Hospital Israelita Sabin modernizado Associado da Rede desde 2007, o Hospital lsraelita, na Tijuca (zona norte do Rio de Janeiro), acaba de ampliar e modernizar a unidade. Com R$ 12 milhões investidos, a reforma triplicou o número de leitos e quadruplicou o volume de cirurgias. O objetivo agora é aumentar o número de atendimentos na emergência. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 9 medicina avançada por Verônica Couto Sebastian Kaulitzki/Shutterstock Quanto antes, melhor O diagnóstico rápido é a principal medida contra a sepse, maior causa de morte em UTIs. Mas métodos usados com sucesso em cobaias indicam novos caminhos para deter o avanço da doença 10 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 11 Sebastian Kaulitzki/Shutterstock O s sinais nem sempre são bastante claros, ao contrário. Podem confundir ou passar despercebidos, num engano que, às vezes, se torna fatal. Isso porque, na sepse, principal causa de morte em unidades de terapia intensiva (UTIs), reagir rápido é tudo. No Brasil, cerca de 60% dos pacientes que contraem a enfermidade morrem – 240 mil óbitos em 400 mil novos casos por ano, uma média bem superior à mundial, que varia de 30% a 40%, segundo estimativas do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilas). “A alta mortalidade brasileira se explica tanto pelo tratamento inadequado quanto pelo diagnóstico atrasado”, afirma a presidente da entidade, Flavia Machado, chefe do setor de Terapia Intensiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Os profissionais de saúde, por vezes, não associam os sintomas de disfunção orgânica com a hipótese diagnóstica de sepse.” Durante muitos anos, os termos septicemia, síndrome séptica, bacteremia e sepse foram usados como sinônimos. Porém, especialistas observaram que a ausência de um conceito único provocava disparidades nos dados epidemiológicos, conta o médico Fernando Bozza, coordenador da área de medicina intensiva do Instituto D’Or (instituição de pesquisa científica e ensino da Rede D’Or) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na área de imunologia e de terapia intensiva. Por isso, em 1992, os termos foram consolidados em torno da definição de sepse, ou Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica a uma infecção. A doença é uma inflamação que ocorre como resposta à presença de um agente infeccioso no organismo – uma bactéria, um vírus, um fungo. Nas formas mais graves, afirma Flavia, resulta no funcionamento inadequado dos órgãos atingidos pela inflamação. O paciente pode ter falta de ar, febre, pressão baixa, diminuição da diurese, rebaixamento do nível de consciência e aumento da quantidade de leucócitos no sangue. Um estudo epidemiológico do Ilas feito no Brasil estima que 17% dos leitos de terapia intensiva estão ocupados com pacientes sépticos. O principal foco, em 60% dos casos, é a pneumonia. Mas ela pode se dar em qualquer infecção. Segundo Fernando Bozza, a sepse gera gastos de R$ 17,34 bilhões ao ano no Brasil com internação e tratamento. “É A enfermidade um problema clínico é causada por uma de alta relevância deresposta do organismo a vido à sua crescente custo e um agente infeccioso. A reação incidência, frequente letalidafoge ao controle e produz de”, adverte. O médico diz que inflamação em diferentes a sepse não acontece partes do corpo por um “espalhamento 12 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz da infecção”, como indica o senso comum. O organismo é que, atacado, reage sem controle, produzindo inflamações em diferentes partes do corpo. Por exemplo, no caso da pneumonia, a resposta que devia estar restrita ao pulmão – com os leucócitos (o sistema de defesa) tentando controlar a infecção –, acontece de forma excessiva e desregulada. “A inflamação associada à sepse envolve a ativação dos sistemas imunológico e neuroendócrino”, afirma Bozza. A resposta A sepse não é provocada pela disseminação de uma infecção causada por vírus, bactéria ou fungo. Ela é causada por uma reação descontrolada do próprio corpo às toxinas bacterianas ocorre tanto com a produção de mediadores pró-inflamatórios (compostos que agravam aspectos da inflamação, incluindo citocinas, radicais do oxigênio e mediadores lipídicos) quanto com a produção de hormônios de estresse. “O excesso na produção de citocinas ativa o sistema de coagulação e o dano vascular.” A forma mais severa é o choque séptico, em que há sepse grave e pressão baixa, e o organismo não responde à administração de líquidos. É preciso, então, entrar com medicação para manter a pressão da pessoa em níveis satisfatórios. tratamentos Em geral, essa reação se desencadeia de forma irreversível, diz o coordenador de medicina intensiva do Instituto D’Or, porque não se valoriza o tratamento – administração de antibióticos e reposição de líquidos – logo nas primeiras horas. “Muitas pessoas não têm ideia de que a pneumonia pode ser um fator de risco grave para a sepse, especialmente para crianças e idosos”, afirma Bozza. “O que faz muita diferença para a sobrevida é um tratamento precoce. Ou seja, é preciso garantir o acesso a unidades de saúde.” Entre os exames importantes para o tratamento estão as hemoculturas (usadas para verificar se há bactérias ou fungos no sangue). Não é medida para o primeiro momento – quando os sintomas básicos devem bastar para despertar a atenção do profissional de saúde –, até porque levam de 24 a 72 horas para ficarem prontas. Depois, no entanto, são fundamentais para ajustar os antibióticos à terapia. “O tratamento começa com um medicamento de amplo espectro, que será readequado conforme os resultados obtidos”, afirma o pesquisador. Outro exame citado por Bozza envolve a proteína C-reativa titulada (PCRT), que indica se a pessoa está respondendo ou não ao antibiótico. “Os pacientes que reagem bem à terapia têm uma queda da PCRT logo nos primeiros três dias. Se a proteína se mantém em níveis elevados, é sinal de que o organismo continua respondendo de forma excessiva.” Com o mesmo objetivo, a procalcitonina também é um biomarcador alternativo. De um modo geral, o tratamento para a sepse, na atualidade, baseia-se em medidas de suporte de vida e antibióticos. Em laboratório, contudo, Bozza destaca que já há experiências que buscam o fortalecimento dos tecidos vasculares, de modo a dificultar o vazamento das bactérias. São estratégias específicas voltadas para a modulação da resposta inflamatória ou da proteção do tecido, ainda em estágio experimental. O grupo de pesquisa do médico do Instituto D’Or, por exemplo, fez um estudo mostranSuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 13 Sebastian Kaulitzki/Shutterstock Em 60% dos casos, o problema se desenvolve a partir de uma reação contra pneumonia. Na maioria das vezes, o paciente morre – no Brasil, são 240 mil óbitos por ano do que algumas moléculas são capazes de reduzir a permeabilidade vascular, controlando o vazamento de líquido e a migração dos leucócitos para fora do vaso, na direção dos tecidos. Uma das características do paciente de sepse é que, nele, os vasos se dilatam e os poros entre as células se ampliam. O trabalho busca novas formas de controlar essa permeabilidade vascular, com moléculas que são injetadas na área atingida para aumentar a quantidade de proteínas que mantêm as células ligadas entre si. “Assim, são capazes de aumentar a sobrevida em animais com sepse e influenza.” Um estudo recentemente publicado na revista científica Science Translacional Medicine, feito por ame- ricanos e brasileiros, aponta, pela primeira vez, que a modulação de uma via que controla a permeabilidade vascular, sem afetar diretamente a resposta inflamatória, poderá ser uma potente estratégia para o tratamento de pacientes com sepse e influenza. Os autores utilizaram um pequeno composto chamado Slit 2, agonista (nome dado a uma substância química que se liga em um receptor e o ativa) do receptor Robo 4, que foi capaz de aumentar a disponibilidade de proteínas que mantém o endotélio vascular (a camada celular interna dosvasossanguíneos). Com isso, impede o aumento de permeabilidade vascular induzida pela sepse e pela influenza, estabilizando e protegendo os vasos, e reduzindo a mor- Nos pacientes de sepse, os poros entre as células aumentam. As novas técnicas usam moléculas que diminuem essa porosidade para frear o avanço da doença 14 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz talidade dos animais com sepse. “Embora os achados sejam promissores, um longo caminho ainda deve ser trilhado até sua utilização na prática clínica”, diz Bozza. Por enquanto, algumas melhorias surgem com a disseminação das diretrizes para o tratamento adequado da sepse, elaboradas pelo movimento conhecido como Surviving Sepsis Campaign (Campanha Sobrevivendo à Sepse), diz Flávia, do Ilas. As principais são medidas que devem ser adotadas nas primeiras horas do diagnóstico. “Talvez a mais importante, para tentar reduzir a mortalidade brasileira, seja o treinamento da equipe de saúde.” Esse é justamente o objetivo de um projeto em que o Ilas está envolvido, chamado “Brasil Contra a Sepse”, uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Panamericana de Saúde (Opas), para formar pessoal em 180 instituições de ensino. salsanova Rede D’Or de Hospitais: Chegamos para somar. A Rede D’Or é a maior rede privada de hospitais do País. Ela chegou para somar investimentos em tecnologia e experiência profissional também no ABC. Fazem parte do grupo o Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André, e o Hospital e Maternidade Assunção, de São Bernardo do Campo, junto com o futuro Hospital São Luiz, de São Caetano do Sul. Hospital e Maternidade Brasil Hospital e Maternidade Assunção Hospital São Luiz www.hospitalassuncao.com.br an_20,2x26,6cm.indd 1 www.hospitalbrasil.com.br www.saoluiz.com.br www.rededor.com.br 11/11/11 5:06 PM Malhe o câncer Fazer duas horas e meia de exercício por semana ajuda na prevenção e no tratamento da doença 16 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Photokup/Shutterstock viver bem por Manuel Alves Filho SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 17 Sergey Peterman/Shutterstock A nualmente, 12,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com algum tipo de câncer no mundo e 7,6 milhões morrem por causa da doença. No Brasil, até o final de 2011 terão sido registrados 500 mil novos casos e cerca de 120 mil mortes a elas relacionadas, conforme projeções baseadas em dados de 2008, os últimos consolidados. Tais números, e os consequentes impactos sociais e econômicos, poderiam ser reduzidos com a adoção de medidas preventivas. Uma delas, ainda pouco difundida como método de precaução contra a enfermidade, é a prática sistemática de exercícios físicos. De acordo com as Recomendações Mundiais sobre Atividades Físicas, documento divulgado neste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 25% dos casos de câncer de mama e cólon poderiam ser evitados se os pacientes se exercitassem pelo menos duas horas e meia por semana. “As pessoas já entenderam e estão assimilando que a prática rotineira de exercícios físicos ajuda a prevenir o aparecimento de doenças cardiovasculares e do diabetes, por exemplo. Entretanto, desconhecem que o mesmo princípio vale para o câncer”, afirma o oncologista André Deeke Sasse, coordenador do Centro de Evidências em Oncologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Existem vários estudos científicos que comprovam que as pessoas que praticam exercícios físicos regularmente apresentam menor incidência de neoplasias. Em relação ao tratamento, mesmo pacientes com câncer em estágio avançado e incurável se beneficiam dessas atividades.” Mas como a prática regular de exercícios contribui para o combate à doença? Ainda não se sabe exatamente. “Possivelmente, a proposta global de levar uma vida mais saudável seja protetora. Normalmente, quem faz exercício físico não fuma e come menos carne e gorduras animais”, arrisca Sasse. Para o educador físico Acauã Vida Spinola, mestrando pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo O peso da obesidade Para quem já está com câncer, o American College Um em cada quatro (USP) e autor de articasos de câncer de go científico sobre o mama e de cólon poderia tema, o que ocorre é que a atividade reguser evitado se os pacientes se larinduzadaptações exercitassem regularmente, metabólicas que se na redução aponta um documento darefletem massa adiposa e do da OMS pesocorporal.“Alémdisso, 18 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz aumentam a massa muscular e o consumo de oxigênio em repouso, favorecendo assim a ampliação do gasto energético também em repouso. Esses fatores são responsáveis pela manutenção of Sports Medicine recomenda exercícios que abrangem grandes grupos musculares, principalmente caminhada e ciclismo do equilíbrio orgânico, que contribui tanto para a prevenção quanto para o tratamento do câncer”, explica Spinola, que tem desenvolvido estudos experimentais na área de metabolismo e bioquímica do exercício. Antigamente, diz ele, as pesquisas abordavam apenas questões metabólicas e fisiológicas. Era postulado que a prática de atividades constantes seria capaz de reduzir os níveis de glicose e insulina, o que diminuiria os nutrientes e substratos participantes do processo de geração de células cancerígenas. Além disso, a melhora do peristaltismo (movimento que o intestino faz para empurrar o bolo alimentar) proporcionada pelo exercício físico reduziria o tempo de contato de substâncias carcinogênicas com o colo retal, minimizando assim o risco para esse tipo de câncer. “No entanto, devido à evolução dos testes laboratoriais, atualmente as pesquisas abordam o tema do ponto de vista molecular. Hoje, é sabido que o exercício físico é capaz de interferir na regulação epigenética [processo responsável por diversos fenômenos, tais como a diferenciação celular, o envelhecimento, o câncer e o desenvolvimento embrionário] de genes supressores tumorais, que possuem Se fazer exercícios diminui o risco de alguns tipos de câncer, uma das consequências de não fazê-los só agrava a situação. Um estudo da American Cancer Society indicou que pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 40 têm maior risco de morrer da doença do que pacientes com peso normal. (Para calcular o índice, é só dividir o peso em quilos pela altura em metros, multiplicada por ela mesma. Um resultado menor que 25 indica nível saudável; acima de 25 configura sobrepeso e, acima de 30, obesidade). A notícia é pior para as mulheres: de acordo com a pesquisa, que envolveu 9 mil pessoas e foi publicada em 2003, sobrepeso e obesidade são responsáveis por 20% das mortes em decorrência do câncer, enquanto para os homens o número é de 14%. Para fugir das estatísticas, o jeito é manter um estilo de vida saudável, aponta o oncologista Alexandre Palladino, do Centro de Oncologia da Rede D’Or, anexo ao Hospital Quinta D’Or, no Rio de Janeiro. “É difícil estabelecer uma relação tão direta [entre obesidade e câncer], mas tem relação, principalmente em alguns tipos de tumores. A solução é tratar o câncer e mudar o estilo de vida.” Não se sabe se a culpa é do IMC elevado ou do sedentarismo que leva ao sobrepeso: “Existem estudos que mostram que atividade física regular protege o organismo do câncer de mama, mesmo que a atividade seja moderada”, completa Palladino. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 19 uma palavra, várias doenças 1 2 3 Ao se dividirem rapidamente, essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo. Os fatores externos referem-se ao meio ambiente e aos hábitos sociais, como a excessiva exposição ao sol ou o tabagismo. De todos os casos da doença, de acordo com o Inca, entre 80% e 90% estão associados a fatores ambientais. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Os tumores podem ter início em diferentes tipos de células. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas. Atualmente, mais da metade dos casos de câncer tem cura, desde que sejam diagnosticados e tratados precocemente. Shutterstock 4 5 6 Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos, conforme definição do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão subordinado ao Ministério da Saúde. Linfócitos cercam célula cancerígena para tentar eliminá-la do corpo 20 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz qual escolher Mas qual o tipo de exercício mais indicado para quem tem câncer? É importante, primeiro, distinguir atividade física de exercício físico. A primeira, como a classifica Spinola, é qualquer ação que demande um gasto energético acima dos valores de repouso – caminhar, subir escada, limpar a casa... Já o segundo pressupõe a prática sistematizada, com início e fim estabelecidos e com o objetivo de aumentar a capacidade física do indivíduo. “É este último que traz contribuições efetivas aos pacientes com câncer”, enfatiza o educador físico. Qual seria, então, a prática sistematizada Shutterstock Câncer impacto positivo na prevenção do câncer”, detalha Spinola. Ademais, como já dito, durante o processo terapêutico, a prática de exercícios físicos também pode emprestar uma valiosa contribuição à recuperação dos pacientes. Conforme Sasse, mesmo que a doença se instale, uma pessoa mais bem disposta é mais capaz de suportar os tratamentos sem sofrer muitos efeitos colaterais. Para Spinola, o exercício preserva a aptidão física do paciente, mantendo elevada a capacidade cardiorrespiratória e preservando a massa muscular, condições que funcionam como indicadores de um melhor prognóstico, qualidade de vida e sobrevida. São fortes as evidências da contribuição da atividade física regular nas diferentes fases da doença, como destacam em artigo os pesquisadores Wellington Pedroso, Michel Barbosa Araújo e Eliane Stevanato, do Departamento de Educação Física da Universidade de Taubaté. “No período de diagnóstico e pré-tratamento, o indivíduo tem na condição física o suporte para enfrentar a terapia. Na reabilitação, favorece a preservação das capacidades físicas e a retomada das atividades cotidianas. É durante o tratamento que a atividade parece ter maior importância, atenuando a fadiga crônica e a caquexia [emagrecimento involuntário], aumentando a eficiência metabólica e energética do corpo, reduzindo assim a ação dos carcinógenos”, aponta o texto, publicado na revista Motriz, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Os exercícios são importantes mesmo durante o tratamento: os pacientes sentem-se menos debilitados e, em certos casos, conseguem minimizar a ação do agente cangerîgeno mais recomendada? Na opinião do oncologista Sasse, um princípio a ser observado é a preferência do paciente – o melhor é procurar algo que lhe dê prazer. “Nenhuma forma de exagero é recomendada, e o médico deverá ser sempre consultado para uma recomendação mais específica.” De forma geral, acrescenta o médico, caminhadas e o uso de bicicleta costumam ser grandes aliados no combate à doença. Spinola complementa advertindo que, em geral, os doentes devem evitar exercícios de grande intensidade, sob pena de agravarem seu quadro clínico. Pacientes com lesões ósseas, por exemplo, podem apresentar risco maior de fraturas, por isso devem cirurgia, da quimioterapia e/ O ou radioterapia”, pontua. que ajuda na Em relação à frequência, o especialista diz que prevenção do câncer é as atividades devem a prática sistemática ser executadas ende exercício. A simples tre três e cinco vezes por semana, com atividade física, como subir duração de 20 a 30 escada, não produz minutos cada sessão. “É indispensável que o esses benefícios evitar atividades com algum tipo de impacto. O educador físico lembra que o American College of Sports Medicine (ACSM) considera que a maioria dos exercícios que envolvem grandes grupos musculares é apropriada a essas pessoas, porém a caminhada e o ciclismo são especialmente recomendados. “É imperativo modificar a modalidade do exercício com base nos efeitos do tratamento da programa seja elaborado e orientado por um profissional, preferencialmente um que seja especializado em prescrição de exercícios para populações especiais.” SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 21 especial por Bruno Meirelles Via de mão dupla Shutterstock Experiência no atendimento hospitalar diário ajuda a formar equipe médica de excelência no GP Brasil de F-1. Prática do socorro em autódromos reforça a capacitação dos profissionais na assistência aos pacientes 22 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 23 N ão são apenas os pilotos que precisam de velocidade e precisão para ter sucesso na Fórmula 1. Quando acontece algum imprevisto durante a prova, tais caraterísticas são fundamentais para que as equipes de resgate possam salvar uma vida. E a mesma eficiência e tecnologia a serviço dos astros das pistas durante o GP do Brasil da categoria também estão à disposição dos pacientes, 365 dias ao ano, nas unidades de retaguarda dos hospitais São Luiz, que há 11 anos coordena os trabalhos médicos em Interlagos, em São Paulo. “Para atender pilotos e equipes, nós montamos um centro médico no autódromo José Carlos Pace. Mas o trabalho tem início seis meses antes, quando começamos a planejar o atendimento”, afirma Dino Altmann, diretor médico do GP Brasil de Fórmula 1 e médico da Rede D’Or São Luiz. A estrutura no local inclui 173 profissionais, sendo que 43 deles são médicos, e o restante, enfermeiros, bombeiros e funcionários da área administrativa. Toda essa equipe é apoiada por dez ambulâncias, quatro carros de intervenção médica, três veículos para a imobilização e retirada do piloto de dentro do cockpit, dois helicópteros, três leitos de emergência, dois de UTI, laboratório de análises clínicas, raio-x, ultrassom e consultório oftalmológico. A lista de recursos é bastante extensa, mas o grande destaque são alguns equipamentos que representam o que há de mais avançado na medicina mundial, como o I-Stat. “Essa máquina foi desenvolvida inicialmente para uso em viagens espaciais. Ela 173 profissionais é capaz de, com apenas uma gota de sangue, realizar uma série de exames cujos resultados saem em cerca de um minuto”, diz Pedro Rozolen, diretor médico adjunto do GP do Brasil de F-1. O AutoPulse, usado para fazer massagens cardíacas automaticamente, também é um dos protagonistas no atendimento aos pilotos. Ele consegue realizar sua tarefa de forma mais eficaz do que as mãos humanas, e ainda libera o médico para desempenhar outras funções. Outro recurso de ponta é uma espécie de manequim, que possibilita a programação eletrônica de um quadro clínico específico. Assim, o “paciente” vai reagindo às decisões médicas e auxilia no treina- 24 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Fotos Francesco Barale/Divulgação da Rede D’Or São Luiz atuam na F-1, dos quais 43 são médicos. Há também enfermeiros, bombeiros e funcionários da área administrativa SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 25 Os aparelhos que são usados no GP do Brasil e os médicos que atendem os pilotos são os mesmos disponíveis na Rede D’Or São Luiz, nos 365 dias do ano uma corrida à parte A gama de especialidades envolvidas no atendimento emergencial do Grande Prêmio é ampla, incluindo cirurgia geral e de trauma, operação torácica, neurocirurgia, ortopedia, cirurgia plástica e a queimados, cardiologia, terapia intensiva, anestesiologia, cardiologia vascular, oftalmologia, radiologia e diagnóstico por imagem. Em casos de emergência, todos correm contra o tempo para fazer o melhor atendimento possível durante o GP de Fórmula 1. A grande diferença do atendimento em pista para o pré-hospitalar, destaca Altmann, diz respeito ao tempo de resposta em caso de acidente. Na pista, o compromisso é atender em segundos, enquanto nas ruas o objetivo é não ultrapassar muito os dez minutos. “A situação clínica do piloto é muito instável. Podemos encontrar um competidor em coma, que alguns minutos depois 26 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz está conversando com você, ou outro que aparentemente não apresenta nenhuma lesão e depois de alguns minutos tem um colapso circulatório ou respiratório”, afirma. Em uma ocorrência no autódromo, os profissionais dos carros de intervenção médica são os primeiros a chegar ao local do acidente, após a autorização da torre de controle. Eles levam os equipamentos médicos necessários para a primeira abordagem e uma eventual ressuscitação. “O desafio é conseguir se informar bem na pista sobre o trauma e dar um bom atendimento na primeira hora, que nós chamamos de ‘golden hour’. Ela será fundamental para o sucesso na recuperação do paciente”, conta Rozolen. Foi o que aconteceu no acidente envolvendo o espanhol Fernando Alonso, em 2003. Com a pista molhada, o australiano Mark Webber havia batido sua Jaguar na entrada da reta de Interlagos, deixando destroços pela pista. O espanhol não conseguiu desviar de um deles e acabou se chocando contra o muro com violência. “Aguardamos a ordem da torre e entramos em ação. Ele foi imobilizado e encaminhado para o centro médico, onde foi atendido e, posteriormente, transferido para o hospital de retaguarda. Felizmente, não sofreu nada mais grave, mas essa foi uma situação na qual colocamos à prova todo o ciclo que nós treinamos”, diz. Mas não são apenas os pilotos que são atendidos pela equipe de resgate que atua em Interlagos. Em 2007, por exemplo, o então estreante Kazuki Nakajima, filho do japonês Satoru Nakajima, contemporâneo de Ayrton Senna na F-1, não conseguiu frear sua Williams nos boxes e atropelou dois mecânicos da própria equipe. Um outro O AutoPulse faz Francesco Barale/Divulgação mento dos profissionais da Rede D’Or São Luiz. “Além dos aparelhos, que são os mesmos utilizados nos hospitais da rede, a capacitação dos médicos vai fazer a diferença em uma emergência.”, resume Altmann. Um dos principais usos do manequim se dá duas semanas antes da corrida, quando é feita uma grande simulação com toda a equipe médica do evento. Em 2010, a situação encenada foi um acidente na curva do Laranjinha, e o “piloto” apresentava ferimentos tanto no tórax como na região cranioencefálica. “Apesar de serem médicos com larga experiência no atendimento ao trauma, sempre fazemos treinamentos específicos dos procedimentos relacionados ao automobilismo”, aponta o diretor médico do GP do Brasil. Nessas simulações, o socorrista precisa lidar com todas as dificuldades de uma corrida, como o barulho dos carros, que atrapalha na hora de escutar os batimentos cardíacos pelo estetoscópio, e a pressão de estar sendo visto pelo mundo por meio da televisão. massagens cardíacas automaticamente, liberando os médicos para desempenharem outras tarefas SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 27 Francesco Barale/Divulgação O São Luiz faz atendimentos em autódromos desde 1998, quando começou a coordenar os serviços médicos na Stock Car. Na F-1, a parceria iniciou-se em 2001 episódio recordado por Rozolen foi quando um meteorologista, também da equipe Williams, caiu de um barranco em Interlagos e fraturou o crânio. “Nossa relação com o pessoal das escuderias é tão boa que muitos deles se machucam mas esperam para chegar a corrida no Brasil para se tratar conosco. Foi o caso de um mecânico da McLaren, que caiu de bicicleta no GP da China e aguardou duas corridas para vir a São Paulo se tratar”, lembra o diretor adjunto. atendimento integrado Em um acidente, para que o salvamento tenha sucesso, é fundamental que a torre de controle informe os médicos de pista sobre fatores como a velocidade da batida e se o carro capotou ou pegou fogo. Isso serve para que a equipe se prepare da melhor forma para o que vai encontrar. Chegando ao local, os médicos precisam tomar todos os cuidados para não aumentar as proporções do acidente ou causar um novo evento. Por isso, é checada a temperatura de pneus e discos de freio, além do status do KERS, dispositivo que armazena energia das freadas para ampliar a potência do carro durante a prova. Caso ele seja danificado, existe o risco de ferir o pessoal de 28 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz A experiência adquirida “Nossa ao longo dos anos de trabalho no automobilisrelação com o também contripessoal das escuderias mo bui para ampliar as é tão boa que muitos chances de sucesso no caso de alguma se machucam antes, mas ocorrência. O iníesperam a corrida do cio da relação do São Brasil para se tratar”, Luiz com o setor se deu em 1998, quando diz Pedro Rozolen resgate com choques elétricos. “Depois disso, nós vemos se o piloto está consciente, como estão seus braços e pernas, em que parte o carro está danificado. Então fazemos hipóteses sobre os ferimentos, passamos isso para a torre e começa uma verdadeira reação em cadeia”, explica Rozolen. Na sequência, entram em ação os carros de extração, especializados na imobilização e retirada de um piloto. As ambulâncias fazem o transporte da vítima até o centro médico, onde helicópteros ficam de prontidão para encaminhar o ferido para as unidades hospitalares de retaguarda do São Luiz Morumbi, Itaim e Anália Franco, caso haja essa necessidade. “Muitos dos procedimentos usados no automobilismo são aditados da medicina militar e do atendimento pré-hospitalar. A integração da equipe de emergência no autódromo com o pessoal de retaguarda no hospital beneficia o atendimento da vítima de trauma”, conta Altmann. seus profissionais coordenaram os serviços médicos nas etapas paulistas do Campeonato Brasileiro de Stock Car e da Fórmula Chevrolet. Três anos depois, foi a vez de tomar a frente dos trabalhos de resgate do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, e desde então a parceria vem se repetindo todos os anos. “Em uma situação de trauma grave, é preciso que haja pouco espaço [de tempo] para improvisar. Atender um acidente no ‘S do Senna’ nos dá uma bagagem para lidar melhor com uma batida de um carro a mais de 120km/h, por exemplo, em ruas urbanas. Um hospital que está preparado para as situações extremas de uma corrida atua nessa área também fora das pistas”, finaliza Rozolen. 100 95 75 25 5 0 Anuncio RedeDor Recife Sua Saude Ed01 sexta-feira, 11 de novembro de 2011 17:29:55 primeiros cuidados por Amanda Rossi Genna Naccache/Getty Images Da primeira hora ao segundo ano Quanto mais cedo o bebê começa a mamar e quanto mais tempo se nutre só do leite materno, maiores os benefícios – como redução do risco de obesidade e melhor desempenho em testes cognitivos 30 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 31 Zhu Difeng/Shutterstock N ão há nada melhor para o desenvolvimento do bebê que o alimento produzido pela mãe. O leite contém nutrientes e anticorpos necessários para as primeiras incursões no mundo, mas estende suas vantagens também para outras fases da vida: está relacionado à diminuição da incidência de obesidade, hipertensão e diabetes. Além disso, segundo pesquisas recentes, crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência. “A amamentação funciona como uma gestação extrauterina. É necessário os bebês serem amamentados para concluir sua formação e dar proteção para sobrevivência na sociedade”, diz o professor Marcus Renato de Carvalho, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), editor do site Aleitamento.com. Quanto mais tempo o bebê mama, maiores são os benefícios. Começar na primeira hora de vida, ainda na sala de parto, é uma medida importante para prolongar o aleitamento. “Pesquisas atuais mostram que as crianças que tiveram essa oportunidade têm maior sucesso na amamentação, ou seja, mamam exclusivamente até os seis meses e as mães produzem leite por mais tempo”, explica a médica Maria José Mattar, coordenadora da Rede Paulista do Banco de Leite Humano, a maior do mundo. Para isso, o filho deve ser colocado em contato com a mãe logo após o parto, até que mame espontaneamente. Ele vai sugar o colostro, primeiro leite produzido e que contém 17 vezes mais anticorpos do que os posteriores. A sucção da mama também ajuda a mãe a manter a produção. Além disso, libera ocitocina, que contrai o útero e faz descer os restos placentários, facilitando a recuperação. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), adotada pelo Ministério da Saúde, é que a criança seja sustentada exclusivamente com leite humano até os seis meses de idade. Nada de água, chá, leite de vaca ou papinha: o alimento materno contém todos os nutrientes de que o bebê precisa, como água, proteína e gordura; além disso, é hipoalergênico e combate a flora bacteriana patogênica. De preferência, não usar chupetas nem mamadeiras, porque o bebê faz uma confusão de bicos, dificultando o aleitamento. além da imunidade A vantagem mais conhecida do leite materno é a imunização. “Os bebês que mamaram na mãe se tornam crianças mais saudáveis”, resume Maria José. Não por acaso, a amamentação é conhecida como um dos principais pilares para reduzir a mortalidade infantil e está entre as recomendações para atingir os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – uma série de metas socioeconômicas estipuladas pela ONU. É em boa parte por isso que a OMS e o Ministério da Saúde recomendam que, mesmo com introdução de comida a partir do sétimo mês, deve-se continuar a amamentar a criança até aos dois anos de idade, pelo menos. “Os bebês ficam doentes com frequência quando começam a engatinhar, andar, brincar, beber e comer outros alimentos”, afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) num material de incentivo à prática. “O leite materno ajuda a prevenir doenças enquanto for consumido”, resume. Algumas pesquisas ligam o tempo de amamentação à intensidade de seus benefícios. Um estudo conduzido na Universidade Católica de Brasília (UCB) com 134 crianças de 3 a 5 anos detectou relação estatisticamente relevante entre o número de meses que o bebê foi alimentado exclusivamente com leite materno e o Índice de Massa Corporal (IMC) e o perímetro da cintura. Quanto mais tempo a criança mamou, menor a probabi- Um estudo feito em Brasília mostra que a incidência de obesidade e de gordura lateral é menor nas crianças que foram nutridas apenas com leite humano 32 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Kuzmin Andrey/Shutterstock Posição certa evita problemas Fissuras nos mamilos, ingurgitamento e mastite são palavras conhecidas por quem já amamentou ou acompanhou uma mulher durante a lactação. Representam as dificuldades comuns desse período, principalmente entre as mães de primeira viagem, e podem ser evitadas. Segundo a enfermeira Márcia Regina da Silva, coordenadora do Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, esses são problemas “bastante comuns no aprendizado do aleitamento”. As fissuras no mamilo podem ser causadas pela retirada incorreta do bebê do seio – primeiro, é preciso estimular que ele abra a boca e solte o peito. “Se cuidar, a fissura se resolve em 48 horas. A cicatrização é bem rápida”, explica o ginecologista e obstetra Odair Ferraro, do Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André, no ABC Paulista. Além de deixarem o bico ferido, as fissuras podem ser portas de entrada para a mastite. O tratamento é simples, e a mãe deve continuar amamentando. O maior problema é quando a mastite evolui para um abscesso, exigindo drenagem cirúrgica. Já o ingurgitamento é um fenômeno inflamatório natural que anuncia a chegada do leite propriamente dito (nos primeiros dias após parto, a mãe só tem colostro). As mamas ficam endurecidas porque aumenta o número de vasos e a retenção de líquido. Basta esperar alguns dias para o corpo se adaptar à chegada do leite. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 33 lidade de ter peso acima do adequado e de apresentar os indesejáveis “pneuzinhos”. “A frequência de excesso de peso nas crianças amamentadas exclusivamente até o sexto mês foi de 21,2%, enquanto naquela com amamentação exclusiva até o segundo mês, a frequência foi de 26,7%”, aponta o artigo publicado na Revista Paulista de Pediatria e assinado por Rodolfo Giugliano, professor titular de Pediatria da UCB, e José Fernando Moraes, professor assistente da Universidade Federal do Vale do São Francisco. Resultados parecidos, com maior ou menor intensidade, foram encontrados em vários outros trabalhos, ainda que em diversos casos a diferença de peso entre os que só ingeriram leite e os demais seja pequena. “Antigamente, a gente incentivava o aleitamento materno para bebês de baixa renda, para diminuir a mortalidade infantil. Agora sabemos que ela também previne doenças de populações desenvolvidas e com maior poder aquisitivo, como hipertensão, obesidade, diabetes e linfoma nos adultos”, comenta Carvalho, da UFRJ. No caso do sobrepeso, uma das explicações é que o leite de vaca, frequentemente usado como substituto do materno, tem até três vezes mais proteína e engorda mais. Um estudo publicado em agosto no The Journal of Pediatrics sugere que há outro benefício, menos conhecido. Pesquisadores de três instituições britânicas acompanharam 12 mil bebês no Reino Unido, nascidos entre 2000 e 2002. Quando as crianças chegaram a 5 anos, aplicaram testes de inteligência (vocabulário, compreensão de imagens e noção de espaço). O desempenho dos que foram amamentados superou o dos demais. Em termos de desenvolvimento cognitivo, é como se tivessem de um a seis meses a mais que seus colegas. Os cientistas britânicos não descobriram por que ocorre essa diferença. Uma das hipóteses é que seja efeito de alguns ácidos graxos presentes no leite, que contribuem para o desenvolvimento cerebral. “No primeiro de ano de vida, ocorre 50% do desenvolvimento do cérebro. No segundo, 25% e, até o sétimo, os outros 25%”, explica Maria José. Assim, os nutrientes e estímulos recebidos nessa fase da vida são muito importantes. Outra possível explicação é que o motivo não seja exatamente o leite, mas algum fator social – por exemplo: crianças amamentadas sentem-se mais aconchegadas, o que representaria algum tipo de vantagem para seu crescimento intelectual. A mãe também se beneficia: amamentar diminui o risco de câncer de mama e de ovário e a osteoropose. Além disso, ajuda a retornar a emagrecer Uma pesquisa no Reino Unido indicou que crianças que foram amamentadas se saem melhor em testes de vocabulário, Elena P. /Shutterstock compreensão de imagens e noção de espaço 34 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz além do leite Os pon­tos positivos não se limitam à nutrição. O próprio ato de mamar traz diversas vantagens. Uma delas é o desenvolvimento da musculatura da face no ato de sugar a mama. Isso faz com que o bebê tenha menos problemas de fala e respire pelo nariz. O contato entre mãe e filho também traz bons resultados. Se ela está tranquila ao dar de mamar, seu filho percebe, tranquiliza-se e recebe estímulos. “O bebê capta os estados emocionais, principalmente da mãe, e os reflete”, afirma a psicóloga Vitória Pamplona, cofundadora do Centro de Estudos e Atendimento à Mulher e à Infância e autora de livros sobre gestação, parto e amamentação. Mesmo para a mãe os resultados são bons. “Ela não deve fazer isso apenas para o bebê, mas para ela também”, comenta Carvalho. Diversas pesquisas relacionam a amamentação à redução do risco de câncer de mama e de ovário, bem como de osteoporose. “O menor risco ocorre tanto para mulheres antes como depois da menopausa”, escreve Marina Rea, do Instituto de Saúde de São Paulo, em artigo publicado no Jornal de Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pediatria. Além disso, a prática funciona como um anticoncepcional natural, porque deixa a mulher mais tempo sem ovular. Também facilita o retorno ao peso. “Parece que sobra menos gordura no organismo da mulher, porque ela gasta 500 calorias por dia para dar de mamar”, comenta Carvalho. orientação A diversidade de estudos científicos reflete uma política de valorização da amamentação. A partir do final da década de 1970, órgãos internacionais como OMS e Unicef começaram uma grande mobilização para reduzir a tendência de queda do aleitamento materno e combater propaganda de leites industrializados, mamadeiras e chupetas. “O desmame precoce foi uma epidemia e causou problemas enormes em todo o mundo”, lembra o professor da UFRJ. O Brasil se juntou à iniciativa e lançou ações como o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno, a Rede Amamenta Brasil e os Hospitais Amigos da Criança. Além disso, ampliou a rede de bancos de leite humano, hoje a maior do mundo, e se tornou referência no assunto, exportando o modelo para outros países. A aposta teve resultados positivos. A duração do aleitamento materno e o porcentual de crianças amamentadas aumentam de forma constante desde os anos 70. Apesar disso, a amamentação exclusiva, indicada até os seis meses, ainda não dura nem dois meses. Apenas metade dos menores de quatro meses consome somente leite materno. Para incentivar a prática, uma das medidas importantes é orientar a mãe sobre os benefícios. E instruí-la sobre a forma correta de dar de mamar. “A amamentação não é ato instintivo e natural para os seres humanos. É uma cultura, uma habilidade. Muitas mulheres não dão leite porque não sabem colocar o bebê no peito”, comenta Carvalho. Alguns pontos que a mãe deve saber é que não existe leite fraco, apesar de algumas avós insistirem no contrário, e que a quantidade produzida depende da sucção do bebê: se a mamada está correta, ele vai estimular a produção e o leite produzido será suficiente. Antes de parar o aleitamento, a mulher deve procurar médicos ou enfermeiros especialistas e verificar se não é possível continuar. Mesmo que a lactação tenha diminuído, eles podem ajudar a reverter o processo. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 35 E Gordon Saunders/Shutterstock planeta saudável por Maria Eduarda Mattar 36 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Meio ambiente, saúde inteira A conferência Rio+20 retoma, em 2012, o debate global sobre desenvolvimento. O resultado das negociações será decisivo para a saúde do planeta – e do ser humano m seu nome, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20, indica que duas grandes questões serão debatidas em junho de 2012, no Rio de Janeiro: crescimento e meio ambiente. Dois temas um pouco mais específicos já foram definidos: economia verde e a estrutura institucional (especialmente a da ONU) para lidar com esses assuntos. Dito assim, pode parecer estranho que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) estejam preparando um grupo de representantes para serem enviados à capital fluminense. Ou que o Ministério da Saúde tenha formado em agosto, quase um ano antes do evento, um grupo de trabalho destinado a apresentar propostas para a delegação brasileira. O fato, no entanto, é que a saúde e os assuntos ambientais estão extremamente imbricados, como, aliás, indicou um relatório lançado em setembro pela própria OMS. A emissão de gases poluentes, segundo o estudo, mata anualmente 2 milhões de pessoas no mundo. O Brasil ficou na 44ª posição, num ranking de 91 países e territórios (em que, quanto mais para baixo na lista, maior a concentração de partículas de poluição). “Saúde humana e saúde planetária são dois conceitos intimamente ligados e essenciais para nosso bem-estar no presente e no futuro. Tudo que favorece um favorece o outro, e vice-versa”, resume o médico Daniel Becker, especializado em saúde pública e fundador, em 1993, do Centro de Promoção da Saúde (Cedaps). A professora Ana Luiza Vilasbôas, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), concorda: “Há várias concepções sobre saúde. Entre elas, destaco a que relaciona a saúde aos determinantes sociais, tais como o acesso universal e igualitário a um ambiente livre de poluição, ao trabalho, ao laSuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 37 Alex Koloskov/Shutterstock que está em jogo. As mudanças precisam ser rápidas, e o joguinho político da diplomacia é insuficiente”, avalia Becker. Para ele, os temas principais da Rio+20 deveriam ser portas de entrada para discussões sobre a gravidade do quadro e, obviamente, as relações entre saúde e ambiente. A própria ONU já reconhece a interseção saúde-ambiente por meio dos dados do Observatório Global de Saúde, da OMS: segundo o órgão, 23% das doenças no mundo podem ser atribuídas ao meio ambiente, e 88% das mortes ocasionadas por diarreia se devem a águas poluídas, saneamento inapropriado e falta de higiene. O exemplo da qualidade do ar é o mais óbvio dessa relação, especialmente nos centros urbanos, seguido de perto pelo da qualidade das águas. Nas grandes cidades, sem dúvida o ar poluído é o principal vilão, ocasionando doenças respiratórias e cardíacas. “A inalação de poluentes atmosféricos ativa os sistemas de coagulação do plasma, bem como inibe a capacidade do endotélio [camada de células que revestem os vasos sanguíneos] de Shutterstock zer, à educação, à cultura e aos serviços de saúde”, explica ela, que realiza pesquisas de avaliação de intervenções relacionadas ao bem-estar das populações. Parece inevitável, então, que questões ligadas à saúde humana sejam direta ou indiretamente debatidas na volta da conferência da ONU à capital fluminense – duas décadas após a sua primeira versão, a Rio92 (ou Eco-92), revisitando não só a cidade mas também os temas e a discussão sobre as mudanças necessárias para chegar ao tão desejado desenvolvimento sustentável. O evento de 1992 foi um marco não apenas para as negociações sobre meio ambiente mas também para o próprio modelo de conferências da ONU. Reuniu mais de 100 chefes de Estado e 9 mil militantes no encontro da sociedade civil, observados por 11 mil jornalistas, em nove dias. Agora, duas décadas, um Protocolo de Quioto, uma Convenção do Clima, uma Convenção da Biodiversidade e três relatórios do IPCC sobre mudanças climáticas depois, é hora de avaliar onde se avançou e o que precisa de mais atenção. “A preocupação fundamental é tornar a conferência um marco de mudança. Nossos filhos e netos têm pressa. É o mundo deles A Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde vão enviar representantes especiais para o evento no Rio de Janeiro, em junho inibir a coagulação. Ou seja, favorece a coagulação, ensejando a formação de trombos em sítios vasculares predispostos. Caso esse processo ocorra em coronárias ou vasos cerebrais, teremos infartos do miocárdio ou do encéfalo, respectivamente”, explica o professor Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP). As pesquisas já realizadas na capital paulista indicam que cerca de 4 mil pessoas morrem anualmente em consequência de problemas causados pela poluição do ar. Além disso, a redução de 30% na emissão de gases de efeito estufa na cidade (conforme preconiza uma lei municipal de 2009) poderia reduzir cinco mortes ao dia. equações importantes E o principal responsável atualmente pelo ar poluído nos centros urbanos é o automóvel – mais que as indústrias, vilãs do passado. Um es38 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Efeitos nas vias respiratórias tudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado também em setembro, apontou que a emissão de gás carbônico por veículos automotores aumentou 283% em 30 anos no Brasil. “Mais carros significam mais engarrafa­ men­tos, mais poluição, mais tempo no trânsito, mais estresse, mais isolamento, mais sedentarismo, mais doença. Ao passo que mais transporte coletivo e bicicleta implicam mais convivência, mais justiça e equidade, mais senso de coletivo e compartilhamento, menos engarrafamento, estresse e violência, mais exercício, mais saúde”, compara Becker, eleito no ano passado “Urban Health Champion”, pela Sociedade Internacional para Saúde Urbana. No campo, o agravamento das mudanças climáticas se traduz em alterações nos regimes de chuvas e sol e mudanças nas safras, podendo levar à falta de alimentos, com impactos na segurança alimentar e nos níveis nutricionais da população. Menos nutrição, menos imunidade, mais vulnerabilidade a doenças. Já a poluição de rios e lençóis freáticos pode acarretar contaminação da água in- gerida pela população ou daquela que irriga plantações, prejudicando pessoas e alimentos, gerando diversas doenças (desde uma mera diarreia até as mais graves, como câncer, dependendo do agente de contaminação). “A busca de garantia de condições que promovam a saúde das populações exige que o Estado e a sociedade decidam e ajam no sentido de criar um ambiente ‘livre’ de fatores nocivos, a exemplo das várias formas de poluição”, afirma a professora Ana Luiza Vilasbôas. “Não é possível ter saúde para todos sem um meio ambiente ‘saudável’, como também não é possível ter um meio ambiente ‘saudável’ sem a garantia dos direitos de cidadania a todos os indivíduos”, enfatiza a pesquisadora. “Hoje sabemos que não é possível um mundo sustentável se ele for injusto e desigual, que não conseguiremos melhorar o meio ambiente se não erradicarmos a miséria e que a saúde de cada um de nós depende da justiça social e da sustentabilidade ambiental. São definitivamente campos convergentes e complementares”, completa Becker. Quando envolve qualidade do ar, a relação entre meio ambiente e saúde é direta. A concentração de poluentes desencadeia problemas respiratórios ou piora os sintomas de quem já sofre de bronquite, asma e rinite. “Além de causar crises agudas, a poluição diminui a capacidade de limpeza das secreções e deixa o indivíduo mais vulnerável a infecções virais e bacterianas”, explica o pneumologista Fernando Azevedo, coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Essas infecções podem aparecer na forma de gripe, resfriado, amidalite, faringite, laringite, sinusite... O tempo frio e seco agrava a situação, pois favorece a concentração de poluentes. Conclusão: olhos lacrimejantes, garganta coçando e nariz escorrendo. Outro fator que contribui é a faixa etária: “As crianças são mais sensíveis à poluição, porque seu aparelho respiratório é mais imaturo”, pontua Azevedo. Os idosos também são mais afetados, porque podem ter imunidade mais baixa em razão de doenças crônicas respiratórias ou cardiovasculares. A solução para diminuir esses problemas é adotar hábitos mais “verdes”, como preferir a bicicleta ou o transporte público. Um jeito mais rápido para aliviar os sintomas é melhorar a qualidade do ar dentro de casa mesmo: “O uso de vaporizadores, umidificadores e recipientes com água minimizam os efeitos da poluição nas vias respiratórias.” SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 39 diagnóstico por Paula Montefusco F Humano, demasiado humano Paulo Pampolin/Hype Pioneiro no Brasil da cirurgia ginecológica não invasiva, o obstetra Claudio Basbaum é precursor das técnicas modernas de parto humanizado – ou, como prefere, “desumanizado”: menos asséptico, menos médico, menos invasivo 40 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz ilho de um proeminente empresário e de uma dona de casa, Claudio Basbaum poderia confortavelmente seguir a carreira do pai, mas acabou cedendo à curiosidade pelas várias formas de vida a seu redor. “Quando eu descobri que queria ser médico? Será que foi aos seis anos, quando eu abri minha primeira plantinha ou besouro para ver como era lá dentro?” Dito assim, parece aquela peraltice comum a quase todas as crianças. O fato é que, neste caso, a paixão por conhecer e cuidar mantevese por muito tempo – mantém-se até hoje, aos 72 anos, 50 deles dedicados à medicina. Demorou um bom tempo, porém, para esse recifense decidir qual ramo da profissão escolheria. “Eu dizia: ‘Tudo bem, eu vou fazer medicina, mas não estou muito a fim de cuidar de obstetrícia ou ginecologia, não eram áreas que me encantavam assim que entrei na faculdade”, lembra, com seu jeito expansivo e batendo a caneta na mesa, como faria diversas outras vezes na entrevista à SuaSaúde. No quinto ano da Universidade do Recife (hoje Federal de Pernambuco), prestou um concurso acadêmico para trabalhar em um dos hospitais estaduais e foi parar na obstetrícia. “Atendia na periferia das cidades próximas ao Recife, convivi com essa gente mais simples e assisti a pessoas em condições quase animais. Cheguei a fazer um parto em uma mulher praticamente em uma caverna – ela morava dentro de um buraco de barro, revestido de palha de coco. Parecia o nascimento do menino Jesus na manjedoura, com candeeiro e tudo!” Pronto, estava selado seu destino. Foi a partir dessa experiência no fim da graduação que Basbaum desenvolveu um carinho especial por “transformar a mulher em uma pessoa que está vivendo uma experiência muito intensa”. Formou-se no Recife e, com SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 41 ter caráter somente diagnóstico e passou a servir também de alternativa a grandes operações, fundando a ideia de cirurgia minimamente invasiva. Atualmente, a videolaparoscopia não se restringe à ginecologia; é usada para cirurgias no sistema digestivo ou urológico. Por ser um procedimento bem menos agressivo que a cirurgia convencional, permite que o paciente recuperese em menos tempo do que os que enfrentam operações abdominais (em que são abertas oito camadas da pele e tecido interno). A atividade com a laparoscopia e o interesse pelo parto normal continuaram com a volta ao Brasil, quando Basbaum assumiu o posto de professor na USP e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi nesse momento que começou a dedicar mais atenção à humanização do parto. Sua proposta é que o parto seja feito em ambiente acolhedor: o diploma na mão e essa ideia na cabeça, na penumbra, conversas à foi fazer residênmeia-voz e Mozart ao fundo. cia na Faculdade de Medicina da UniverO bebê nasce no tempo sidade de São Paulo dele, sem pressa (USP). Após dois anos O complemento das ideias de Leboyer e das práticas que o próprio Basbaum já desenvolvia no Brasil – inclusive como médico do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo – veio com uma viagem às aldeias indígenas, para verificar de perto como pariam as índias guaranis e caingangues. “Queria saber como era a vida deles, como nasciam, como era o parto. A mulher se isola, às vezes com uma índia mais experiente, para assisti-la. E parto é coisa de mulher! Aquela proteção, aquele colo, a segurança, a experiência... Quando acaba, a mulher se vira sozinha, pega o bebê e vai dar banho no rio.” O parto, na maior parte das vezes, é feito de cócoras. Parece estranho, mas o médico explica que é o jeito mais fácil de esvaziar a cavidade abdominal, porque a gravidade age em favor da grávida. “Você pode – e deve – juntar a beleza que a natureza traz com os recursos da medicina”, propõe. Segundo o modelo preconizado por Basbaum, no ambiente do parto, a interferência é a menor possível. Por isso, é feito na penumbra, as conversas são limitadas e mantidas à meia-voz. Tem até música! Ao longo de sua experiência e estudo, o obstetra percebeu que composições de Mozart são uma boa pedida, porque são calmas e têm ciclos longos. Tudo pronto? Agora é só esperar o bebê chegar no tempo dele, sem pressa. Ao nascer, o clima de acolhimento continua. “Seguro o bebê no meu colo e o entrego logo para a mãe. Ele precisa dela”. O recém-nascido fica junto com a mãe antes mesmo de se cortar o cordão umbilical, e, sempre que possível, mama na primeira hora. O pai acompanha tudo (“sempre digo: o filho não é da mãe, é do casal”). A ideia é acolher a criança que, por sua vez, irá se sentir mais segura, o que facilitará o processo de adaptação entre mãe e bebê. Basbaum, brincando com a expressão, diz que prega a “desumanização” do parto. “Acho que o homem humanizou e desanimalizou o parto. A gente tem que desumanizar o parto: ficou muito humano, ficou asséptico demais, médico demais, invasivo demais. O bicho vai parir à moda dele, precisa ter liberdade, por isso é que se isola”, explica. Às técnicas não invasivas e ao interesse pelo nascimento sem traumas, o médico junta outro engajamento: contra as cirurgias obstétricas desnecessárias – especialmente a retirada do útero (histerectomia), que impede que a mulher tenha filhos. Chegou a lançar uma campanha “Mulheres, salvem seus úteros!”. “Defendo que a mulher sempre procure uma segunda opinião médica, para ter certeza de que aquela intervenção é realmente cabível.” Como é apaixonado pelo que faz, pensa sobre as questões que envolvem o ofício de fazer partos também em seu tempo livre. “Nasci à beira-mar. Sou muito contemplativo, capaz de ficar horas sentado em frente ao mar sem fazer nada.” Nada entre aspas. Ele agora estuda etologia, ciência que investiga o comportamento dos animais. E, nas suas elucubrações litorâneas, matuta sobre como eles lidam com filhos e procriação. Assim como na época em que abria besouros no Recife, Basbaum continua acreditando que o homem tem muito que aprender com a natureza. “Dizem que Deus perdoa sempre. Os homens, algumas vezes, mas a natureza não perdoa nunca”. Fotos Paulo Pampolin/Hype praticando a obstetrícia no Hospital das Clínicas, foi estudar na Universidade de Paris, sob o comando do professor Raoul Palmer (1904-1985), considerado o pai da laparoscopia. O método, que permite a visualização da cavidade interna por meio de uma lente ótica, foi introduzido por Palmer em 1946 e implantado na área de ginecologia no Brasil por Basbaum, em 1967. A partir da década de 80, a técnica evolui para a videolaparoscopia, deixou de Nesse processo, foram essenciais dois tipos de convivência: com Frédérick Leboyer, francês precursor das técnicas modernas de parto humanizado, a quem Basbaum chama de guru, e com índios no Paraná. “A experiência de Leboyer é a vivência ou revivência do seu próprio nascimento. Ele partiu de uma pergunta muito simples: nascer é bom?”, conta o obstetra. Para responder a essa questão, o francês utilizava-se de técnicas indianas regressivas, e viu muitos narizes torcidos na comunidade científica. “Mas houve o eco positivo da mulher, que sabia que aquilo era bom para o bebê. É bom para ela vivenciar a cerimônia do nascimento, ritualizar o que há de mais significativo: nascer, chegar a este mundo. A experiência do nascimento não pode ser pasteurizada”, opina. De acordo com Basbaum, a intensidade do nascimento faz desse evento algo singular: “A mulher pode ter dez filhos e cada parto será de uma intensidade diferente, cada experiência vai ser única. Seja para ela ou para o bebê, que é um bebê novo e ela é uma mulher nova, num outro momento da vida dela”. 42 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 43 Heloisa Passos/SambaPhoto coma bem por Luciene Cimatti made in Brazil Saúde Fruta nativa, com sabor, aroma e formato exóticos, o caju tem mais vitamina C do que cinco 44 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz laranjas juntas e pode ajudar a prevenir alguns tipos de câncer e o envelhecimento precoce da pele SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 45 C Deixe seu aperitivo mais nutritivo Vinicius Tupinamba/Shutterstock aetano Veloso em­bala em versos a força da vida nordestina na música “Cajuína”, que traz no título homenagem à bebida típica, preparada do suco de caju. Em “Cajueiro Velho”, a sanfona de Luiz Gonzaga chora confidências de amor ao pé da árvore. São tantos os poemas e canções quanto as plantações na região. Não por acaso. O cajueiro nasceu aqui no Brasil, e sua fruta já alimentava os índios antes da chegada dos portugueses. Em tupiguarani, acaiu (caju) significa “noz que se produz”, e os índios regavam suas festas com o vinho produzido pela sua polpa, o a-ca-juim. Eles usavam as castanhas para marcar o tempo e, a cada safra, guardavam uma delas para contar sua idade. Calcula-se que existam cerca de 20 variedades da planta, com maior presença no Norte, Centro-OesteeNordeste, em especial no Ceará. Ficam no mercado de setembro até janeiro, mas sua safra pode ser mais Seu extensa, chegando até a oito meses do ano. Do nível de fibras Brasil, o cajueiro se espalhou pelo mundo. é tão alto que se estuda Hoje é cultivado na África, Ásia e Oceania; aproveitar o bagaço do caju em países como Vietnã, Índia, Nigéria e Indonésia. para fazer papel. Essa mesma É possível que a disseminação da fruta característica pode reduzir – aliás, pseudofruto ou pedúnculo; a fruta mesmo é a castanha – esteja ligada a seu exoo risco de câncer de tismo. Formato, perfume, sabor, quase tudo no caju é singular. Sua versatilidade também intestino deve ter ajudado a atrair comerciantes do mundo inteiro: pode ser, por exemplo, matéria-prima para corantes de alimentos, já que é fonte do único pigmento amarelo natural que existe. Outro atrativo são seus benefícios para a saúde. Dotado de quase cinco vezes mais vitamina C que a laranja, pode ajudar em processos de cicatrização, na produção de colágeno e a neutralizar os radicais livres, que provocam o envelhecimento precoce da pele. Basta um copo de suco integral para suprir as necessidades diárias de vitamina C no organismo, de cerca de 100 mg. No caso de infecções, gravidez e amamentação, e em tabagistas, doses mais elevadas são necessárias. É tão rico em fibras que se estuda a possibilidade de reaproveitar seu bagaço para fazer papel. Também em razão do teor de fibras, seu consumo pode ajudar a reduzir o risco de alguns tipos de câncer de intestino. “Mas tudo isso deve ser associado a um estilo de vida saudável”, afirma a nutricionista 46 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Elma Andrade Wartha, professora da Universidade Federal de Sergipe. Sua polpa, antes relegada a sucos e bebidas, vem ganhando espaço na mesa do brasileiro. Pode ser consumida tanto ao natural como no preparo de doces (geleias, sorvetes, barras de cereais) e até pratos salgados. É rica em compostos fenólicos, muito deles com propriedades antioxidantes, que podem ajudar a reduzir o risco de enfermidades crônicas não transmissíveis, como as cardíacas, inflamatórias e o diabetes. O alto valor nutritivo do pedúnculo está também nos sais minerais, cálcio, ferro e fósforo. “A coloração amarela ou avermelhada se dá pela presença de flavonoides e antocianinas. Existem estudos que apontam para os benefícios desses compostos considerados antioxidantes, que reforçam a defesa imunológica e reduzem o risco do desenvolvimento de algumas doenças, como câncer ou outra doença degenerativa”, afirma Elma Wartha. A castanha também se destaca, requisitada internacionalmente, pelo alto valor comercial e nutritivo. Divide-se em casca, amêndoa e uma película, que as separa. A parte que se come é a amêndoa, obtida depois que a castanha é assada ou torrada. É muito consumida como aperitivo, mas também em doces e bolos. As amêndoas são ricas em proteínas, lipídeos e vitaminas B1 e B2. Seus ácidos graxos insaturados (oleico e linoleico), encontrados na polpa, podem reduzir o teor de colesterol no sangue, além de trazer benefícios contra processos inflamatórios e na redução do risco de doenças cardíacas. Pode ajudar também a evitar o aparecimento de alguns tipos de câncer, pela presença do mineral selênio. perecível Parte dessas vantagens são, ao mesmo tempo, desvantagens. A grande concentração de ácido ascórbico (vitamina C) e substâncias fenólicas facilita a oxidação da fruta e faz com que ela estrague rapidamente. Por isso, exige cuidados especiais para estocagem, transporte, limpeza e processamento. A conservação do suco integral só é possível com a adição de altas doses de dióxido de enxofre, acima do valor recomendado pelas leis internacionais, Aperitivo clássico, ótima guarnição de pratos doces e salgados (como saladas e sorvetes), a castanha de caju geralmente é preparada de um modo que elimina parte de suas qualidades nutritivas – frita a 1350C, em gordura vegetal. “Há uma perda de nutrientes e uma absorção dessa gordura em que ela é frita, que é gordura trans”, afirma a nutricionista Maria Auxiliadora dos Santos Cardoso, do Hospital Esperança, no Recife, em Pernambuco. O processo de fritura compromete a composição da castanha – 15% de proteína (mais que a carne), 45% de carboidrato e 40% de gordura, a maior parte monossaturada, de boa qualidade, semelhante à do azeite. “O ideal seria consumi-la só com o cozimento. Ela não fica tão saborosa, mas conserva as propriedades nutricionais”, diz a nutricionista. A castanha cozida não é tão fácil de encontrar nos hipermercados, mas costuma ser vendida nos mercadões. Outro bom modo de preparo, ainda que menos comum, é colocá-la diretamente no fogo. “Esse processo é artesanal, feito para os turistas. Você não perde praticamente nada em matéria de nutrientes”, explica Maria Auxiliadora. O que comemos da castanha é, na verdade, uma parte dela, chamada amêndoa. O fruto ainda é composto de outras duas estruturas: a casca (que representa 70% do peso e pode ser usada como matéria-prima para fertilizantes, tintas, vernizes e resinas) e a película que envolve a amêndoa. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 47 Mesmo com conservantes, o suco industrializado perde 65% da vitamina C em um ano. O melhor é bebê-lo logo após o preparo como notam profesou depois de uma hora sores da Universidade na geladeira Federal do Piauí em artigo para a revista científica Química Nova, da Sociedade Brasileira de Química. Estão sendo feitos estudos para avaliar a perda de vitamina C nos produtos industrializados, que pode chegar a 65% em um ano de armazenamento, apesar do alto teor de conservantes. “Por ser perecível, o ideal é preparar o suco e tomá-lo em seguida, ou colocá-lo em refrigeração no máximo até uma hora. Outra alternativa é lavar bem os cajus, retirar as castanhas e congelálos para utilizá-los em sucos, doces etc.”, ensina Elma. Em parte porque seu gosto se altera rapidamente, em parte por problemas no processo de produção, há grande desperdício da polpa e do bagaço. De acordo com dados publicados em 2007 numa revista da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, do total produzido anualmente no Nordeste, 15% é aproveitado na fabricação do suco. O restante é destinado à produção da castanha de caju. Nos dois casos, o bagaço é descartado. Só naquele ano, o desperdício da polpa de caju chegou a quase 2 milhões de toneladas. A Embrapa tem pesquisado formas de utilização do bagaço, como farinha para pães e biscoitos e na composição de ração animal. Por outro lado, não faltam maneiras saborosas de evitar o desperdício. É possível usar a polpa na confecção de hambúrguer, risoto, vatapá, omelete, pastéis, lasanha e até pizza. Para ensinar a aproveitar a polpa e o ba48 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz criações do chef Sandro Medeiros, do restaurante Brilhante, em Caicó, no Rio Grande do Norte. Uma de suas receitas é o Caju Metido à Besta, que é cortado em rodelas e servido com camarão empanado e patê de camarão. Já o Caviar de Caju, servido com bolacha feita de macaxeira (mandioca), foi criado quase por acaso. “Comecei a combinar os ingredientes e, como o caju realça o sabor, adicionei alcaparras, azeitonas e molho shoyo.” Ele sugere congelar a polpa para utilizála por mais tempo – pode durar de seis a oito meses. “Além de mantermos a tradição usando as frutas da região, as pessoas adoram os pratos”, diz Medeiros. Shutterstock gaço, o Serviço Social da Indústria (SESI) lançou em 2007, parceria com a Fundação Banco do Brasil, o Projeto Caju. Foram elaboradas receitas básicas de baixo custo e fácil preparação com a fibra da fruta. A tecnologia foi desenvolvida pelo SESI do Ceará, com apoio da Embrapa e da Universidade Federal do Ceará. O caju também chegou à alta gastronomia, como base para pratos sofisticados. Prova disso são as Job: 18005-003 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 18005-003-AFW-REDOR-Anuncio 20.2X26.6_pag001.pdf Registro: 56037 -- Data: 12:33:35 11/11/2011 rodando por aí por Walterson Sardenberg Sº A joia desconhecida da coroa Hector Conesa/Shutterstock Edimburgo Desconhecida para nós, brasileiros. Porque os europeus amam – e lotam – a capital escocesa F constar dos roteiros dos brasileiros na Europa, embora seja um dos lugares mais visitados pelos europeus no Reino Unido. Perde apenas para Londres que, afinal de contas, é uma das esquinas do planeta. O auge de Edimburgo acontece no verão, entre julho e agosto. Nesse período ocorre o maior evento cultural do mundo — e isso não é um slogan. A brincadeira começouhápoucomaisde meio século, quando ocorreu a ideia de um festival de artes totalmente livre. Bastaria se inscrever para participar. Em outras plagas, a iniciativa poderia descambar em um programa de calouros que só acaba quando termina. Não aqui. Os artistas são amadores, sim. Muitos, porém, de incontestável talento. Eles se apresentam nos pubs, praças, quadras de esportes das escolas, em qualquer lugar onde caibam um banquinho, um violão e uma gaita de foles. No decurso desses meses, a população de Edimburgo — modestos 500 mil viventes — triplica. Além do festival amador, há dois outros reservados para músicos profissionais, de blues e de jazz. Se o verão é o apogeu, isso não significa que nos meses mais frios Edimburgo se transforme em terra desolada. A alma escocesa não deixaria. Em seu inglês arrastado, os moradores costumam se revelar mais expansivos e cheios de vida do que os vizinhos de ilha. Por sinal, com um pouco mais de intimidade na conversa — ou de fervor etílico —, você os ouvirá desdenhar os ingleses. É capaz até de lhe enaltecerem o movimento pela independência, insuflado por nacionalistas extremados como o ator Sean Connery. No geral, nos dias correntes da globalização, tudo não vai além de bravatas. Até porque há muito Edimburgo estabeleceu sua economia — e muito bem, thanks — no que chama de “três bês”: banks, books e beer, ou bancos, livros e cerveja, as mais rendosas atividades locais. Internacional sobre Terapia Medicamentosa contra Infecção de Tuberculose. Nada disso. A não ser para visitar o formidável entorno do Firth of Fourth, o imenso estuário que fraciona o território da Escócia e banha os subúrbios da cidade. Nesse caso, bastará um táxi, daqueles bem britânicos — embora agora dotados de pneus sem câmara, que Dunlop, um visionário, aplaudiria. De resto, esta é uma cidade para se percorrer a pé, admirando a cada passo as construções medievais, ainda tinindo, e as belezas do neogótico ou do georgiano. Andando, você, de quebra, evita a estranheza de dirigir na mão inglesa, sempre um perigoso incômodo para quem teima em achar que o porta-luvas fica do lado direito. Tamanha facilidade vale um brinde, convenhamos. Uísque? Você vai se tomar pelo espanto, mas os moradores de Edimburgo preferem fazê-lo com a cerveja Tennent’s Lager no lugar do scotch (ou uisghebeatha, água da vida no idioma gaélico), nos 700 pubs da cidade, a maioria com tábuas seculares. Esta é apenas uma das inúmeras surpresas da capital escocesa que, sabe-se lá a razão, não costuma 1ª Conferência Internacional sobre Terapia Medicamentosa contra Infecção de Tuberculose Onde Barcelo Edinburgh Carlton Hotel North Bridge, Midlothian EH1 1SD, Edimburgo Quando 6 e 7 de janeiro de 2012 http://www.eventsbot.com/events/eb662245306 52 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz a partir do alto Deve ser pura coincidência, mas algumas das mais bonitas cidades do globo foram construídas em sete Seti/Shutterstock Mais expansivos do ormado pela Universidade de Edimburgo, o escocês John Boyd que os vizinhos de sul de Dunlop inventou o moderno pneu inflável. ilha, os escoceses constumam Dessa maneira, possibilitou ao americano falar mal dos ingleses não Henry Ford criar a linha de produção do Ford T e, em consequência, promoveu o boom da apenas pela rivalidade no borracha na Amazônia. Por ironia, você não futebol e no rúgbi, mas precisará de um carro para conhecer Edimburpelo estilo de vida go, que em janeiro abriga a Primeira Conferência Edimburgo é uma cidade para se conhecer a pé, admirando lentamente as construções medievais e as belezas do neogótico, como a do Scott Monument SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 53 Onde ficar Caledonian Hotel O “The Calley”, como costuma ser chamado, é rival em luxo de tradição do Balmoral. Pertence hoje à cadeia Hilton. Princess Street, www.hilton.com, tel. (44) 131-222-8888. The George Hotel Elegante e central. Perto dos principais monumentos históricos. 19, George Street, www.thegeorgehoteledinburgh. co.uk, tel. (44) 131-824-6171 Onde comer The Sheep Heid Inn O mais antigo pub da cidade, inaugurado em 1360. 43, The Causeway, www.sheepheid. co.uk, tel: (44) 131-661-7974. The Kitchin Comida escocesa revista. Já ganhou uma estrela no Guia Michelin. 78, Commercial Quay, www.thekitchin.com, tel. (44) 131-555-1755 Dubh Prais Ambiente acolhedor e as mais típicas receitas escocesas. 123b, High Street, www.dubhpraisrestaurant.com, tel. (44) 131-557-5732 54 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Seti/Shutterstock Balmoral Hotel Uma tradição de 109 anos, mantida como um jardim britânico. Princess Street, www.roccofortehotels.com, tel. (44) 131-556-2414. O Balmoral Hotel, um dos mais luxuosos da cidade, faz questão de que os porteiros usem kilt, tradicional saiote xadrez colinas. Assim acontece com Roma, Lisboa, Istambul e com a nossa Olinda. Edimburgo também faz parte desse rol e, tal como se recomenda em relação às suas companheiras de topografia, é do alto que você deve começar a visita. O ponto mais elucidativo para se divisar a capital escocesa é Canton Hill. Lá de cima, você verá as principais atrações da capital escocesa, antes de conhecê-las, uma a uma. Ao fundo, encarapitado em outra colina, está o majestoso Castelo de Edimburgo, construído sobre um vulcão extinto. Suas primeiras estruturas são ainda do século XII. O castelo teve diversas serventias: foi fortaleza, guarnição militar, prisão. Mas viveu seus melhores dias como palácio real, antes da anexação da Escócia ao Reino Unido. Ele acolhe as joias da coroa (incluindo a própria coroa) e a Pedra do Destino. Sobre este bloco de rocha, foram coroados todos os reis escoceses até 1296, quando os ingleses, por pura provocação, o levaram para a Abadia de Westminster, em Londres. Mas voltemos a Canton Hill. À direita deste ponto alto da cidade (e da visita), você verá um bairro de prédios baixos descendo, pouco a pouco, até o estuário, rumo a Leith. Já foi o mais importante porto do país. Hoje, é o enclave dos restaurantes mais charmosos de Edimburgo. Agora, olhe à esquerda. Eis a área mais medieval da cidade, onde Edimburgo é mais escocesa, em seus prédios conserva- dos com orgulho e intrepidez. Descortina-se nesta área, também, o caminho que leva ao Castelo de Holyrood, onde morou a rainha Mary Stuart, decapitada a mando da própria irmã, inglesa. Talvez por isso a rainha Elizabeth e o príncipe Phillip passem somente uma semana por ano entre essas paredes. Diante de Canton Hill está outro chamariz: a Princess Street, o mais elegante corredor comercial da cidade. Uma de suas mais notáveis façanhas foi unir, com uma imperturbável harmonia, as modernas lojas de grife e as tradições de Edimburgo. Fica aqui o Balmoral Hotel, de 1902, com seus porteiros, impecáveis, trajando um kilt – aquele saiote xadrez. Se for demasiado caro para seu orçamento hospedar-se aqui – bem, costuma ser —, ao menos venha para o chá das cinco ou para bebericar um uisquezinho nacional no Palm Court Bar. Também na Princess Street está a Jenner’s. Aberta em 1838, é a mais antiga loja de departamentos da história. Mantém a decoração e a pompa. Seus trincos e demais metais ainda cintilam como no dia da inauguração. Sim, foi demorado chegar. Mas, uma vez estando aqui, foi a melhor coisa que poderia nos acontecer. É o que um célebre edimburguense, o naturalista Charles Darwin, poderia falar a nosso respeito — ou da humanidade. E o que você provavelmente dirá no seu último dia de Edimburgo. Job: 17999-003 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 17999-003-AFW-HSL-An Superbrands-20.2X26.6_pag001.pdf Registro: 56033 -- Data: 12:11:34 11/11/2011 unidades e colaboradores Endereços dos hospitais que fazem parte da Rede D’Or São Luiz Unidades D’Or Hospital Barra D’Or Hospital Copa D’Or Hospital Quinta D’Or Hospital Rios D’Or Hospital Norte D’Or Hospital Niterói D’Or Unidades São Luiz Hospital Hospital e Maternidade São Luiz – Itaim Hospital São Luiz Morumbi Hospital e Maternidade São Luiz – Anália Franco Endereço Telefone Av. Ayrton Senna, 2541, Barra da Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22775-002 Rua Figueiredo de Magalhães, 875, Copacabana | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22031-011 Av. Almirante Baltazar, 435, São Cristovão | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20941-150 Estrada dos Três Rios, 1366, Freguesia (Jacarepaguá) | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22745-005 Rua Carolina Machado, 38, Cascadura | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21350-135 Av. Sete de Setembro, 301, Santa Rosa (Icaraí) | Niterói/RJ | CEP 24230-251 Tel.: (021) 2430-3600 Tel.: (021) 2545-3600 Tel.: (021) 3461-3600 Tel.: (021) 2448-3600 Tel.: (021) 3747-3600 Tel.: (021) 3602-1400 Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 95, Vila Nova Conceição | São Paulo/SP | CEP 04544-000 Tel.: (011) 3040-1100 Rua Eng. Oscar Americano, 840, Morumbi | São Paulo/SP | CEP 05673-050 Tel.: (011) 3093-1100 Rua Francisco Marengo, 1.312, Jardim Analia Franco | São Paulo/SP | CEP 03313-001 Tel.: (011) 3386-1100 Rua São Francisco Xavier, 390, Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20550-013 Rua Francisco Real, 752, Bangu | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21810-042 Rua Lúcio de Mendonça, 56, Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20.270-040 Rua Olinda Ellis, 93, Campo Grande | Rio de Janeiro/RJ | CEP 23045-160 Rua Silva Gomes, 77, Cascadura | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21350-080 Estr. do Realengo, 1336, Padre Miguel | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21810-122 Rua Luis Beltrão, 147, Vila Valqueire | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21.321-230 Tel.: (021) 3978-6400 Tel.: (021) 2401-5220 Tel.: (021) 2176-8800 Tel.: (021) 2414-3600 Tel.: (021) 3296-5400 Tel.: (021) 3423-9800 Tel.: (021) 3369-9650 Rua Cel. Fernando Prestes, , 1.177, Centro | Santo André/SP | CEP 09020-110 Tel.: (011) 2127-6666 Av. João Firmino, 250, Assunção | São Bernardo do Campo/SP | CEP 09810-250 Tel.: (011) 4344-8000 Rua Antônio Gomes de Freitas, 265, Ilha do Leite | Recife/PE | CEP 50070-480 Av. José Augusto Moreira, 810, Casa Caiada | Olinda/PE | CEP 53130-410 Av. Portugal, 52, Boa Vista | Recife/PE | CEP 52010-010 Tel.: (081) 3131-7878 Tel.: (081) 3432-8000 Tel.: (081) 3217-4444 Unidades Associadas Rio de Janeiro Hospital Badim Hospital Bangu Hospital Israelita Hospital Joari Hospital Provita Hospital Real Hospital Rio de Janeiro São Paulo Hospital e Maternidade Brasil Hospital e Maternidade Assunção Pernambuco Hospital Esperança Hospital Prontolinda Hospital São Marcos Profissionais da Rede D’Or São Luiz que colaboraram nesta edição ALEXANDRE PALLADINO Oncologista Centro de Oncologia – Hospital Quinta D’Or Av. das Américas, 4666, sl. 322 Barra da Tijuca | Rio de Janeiro/RJ (021) 2430-9191 FELIPE ERLICH Coordenador da radioterapia Centro de Oncologia - Hospital Quinta D’Or Av. Almirante Baltazar, 435 São Cristovão | Rio de Janeiro/RJ (021) 3461-3600 CLAUDIO BASBAUM Ginecologista e obstetra Hospital e Maternidade São Luiz Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 247, cj. 11 Vila Nova Conceição | São Paulo/SP (011) 3848-9597 FERNANDO AZEVEDO Coordenador do Serviço de Pneumologia Hospital Copa D’Or Av. Ataulfo de Paiva, 135, sl. 1514 Leblon | Rio de Janeiro/RJ (021) 2294-9450 / 2512-2495 DINO ALTMANN Diretor médico do GP Brasil de F-1 Hospital e Maternidade São Luiz Rua Jesuíno Arruda, 676, cj. 131 Itaim Bibi | São Paulo/SP (011) 3079-6608 FERNANDO BOZZA Coordenador de Medicina Intensiva Instituto D’Or Rua Diniz Cordeiro, 30 Botafogo | Rio de Janeiro/RJ (021) 2538-3541 56 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz GUTEMBERG GUERRA Diretor médico Hospital Prontolinda Av. José Augusto Moreira, 810 Casa Caiada | Olinda/PE (081) 3432-8000 MARIA AUXILIADORA CARDOSO Nutricionista Hospital Esperança Antônio Gomes de Freitas, 265 Ilha do Leite | Recife/PE (081) 3131-7878 MARCIA MARIA DA COSTA Coordenadora da maternidade Hospital e Maternidade São Luiz - Itaim Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 95 Vila Nova Conceição | São Paulo/SP (011) 3040-1100 ODAIR FERRARO Ginecologista e obstetra Hospital e Maternidade Brasil Rua Porto Alegre, 356 Vila Dora | Santo André/SP (011) 2127-6988 MARCIA REGINA DA SILVA Coordenadora do GAAM Hospital e Maternidade São Luiz - Itaim Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 95 Vila Nova Conceição | São Paulo/SP (011) 3040-1100 PEDRO ROZOLEN Diretor médico adjunto do GP Brasil de F-1 Hospital e Maternidade São Luiz Rua Dr. Diogo de Faria, 1087, cj. 701 Vila Clementino | São Paulo/SP (011) 5081-7419 Job: 18005-002 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 18005-002-AFW-RDOR-An Centro Onco 20.2x26.6_pag001.pdf Registro: 56034 -- Data: 12:12:42 11/11/2011 Job: 17999-005 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 17999-005-AFW-HSL-An medicos F1-20.2X26.6_pag001.pdf Registro: 56229 -- Data: 17:51:34 11/11/2011