Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA: O TEATRO DE MÁSCARAS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS/BIOLOGIA PELO PIBID DE BIOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS –MG 3 3 Autores André Luiz Silva Andrade , Taís Silva , Antonio Fernandes Nascimento Junior 1 2 Instituição UFLA - Universidade Federal de Lavras, UFLA - Universidade Federal de 3 Lavras, UFLA - Universidade Federal de Lavras 1 RESUMO O presente artigo discute a utilização de uma estratégia lúdica de ensino, o teatro de máscaras, para o Ensino de Ciências/Biologia. Este tipo de estratégia possibilita contribuições na formação de professores e tem o intuito de encantar o aluno. A atividade relatada traz o Projeto Teatro de Máscaras que foi desenvolvido pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) de Biologia da Universidade Federal de Lavras- MG em escolas públicas do município. Através do desenvolvimento e avaliação do projeto percebeu-se que a atividade desempenhou um papel positivo na formação de professores e contribui para o ensino-aprendizagem dos envolvidos. Assim, compreende-se que práticas lúdicas devem ser utilizadas e exploradas para o ensino-aprendizagem e na formação de educadores. PALAVRAS-CHAVE: Lúdico, Teatro de máscaras, Formação de professores. INTRODUÇÃO O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) tem como objetivos centrais a formação inicial e continuada de professores para a educação básica e aproximação da escola com a universidade. O PIBID de Biologia da Universidade Federal de Lavras-MG (UFLA) trabalha no intuito de organizar projetos que fortaleçam essas formações e quebrem a distância existente entre os polos de ensino. Este busca estratégias de ensino que possibilitem que os alunos da educação básica venham a ser participantes ativos e críticos em suas relações com o meio em que vive tanto o biológico quanto o social. Dentre as várias estratégias utilizadas destacam-se as de cunho lúdico que envolve e despertam o interesse nos alunos e enriqueçam a formação de professores. Santos (1997) aponta que a formação lúdica valoriza a criatividade, o cultivo da sensibilidade e a busca da afetividade e que abordar o lúdico na formação do educador é uma 617 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 necessidade deste enquanto ser humano e não pode ser vista apenas como diversão. O mesmo autor defende que quanto mais o adulto, no caso o professor, vivenciar sua ludicidade, maior será a probabilidade de trabalhar com a criança (aluno) de forma prazerosa. Nascimento Junior et. al. (2012) trazem em seu trabalho a ideia de que a pratica educativa lúdica tem grande potencial para o Ensino da Ciências/Biologia. Na mesma linha os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) de artes traz que o teatro, ferramenta de ensino lúdica, cumpre, no processo de formação do aluno, não só a função integradora, mas dá oportunidade para que ele se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de comunidades mediante trocas com os seus grupos. Explorando as ideias de uma educação construtivista e lúdica, aconteceu o Projeto Teatro de Máscaras realizado pelo PIBID de Biologia da UFLA. O objetivo deste projeto foi trabalhar o Ensino de Biologia/Ciências a partir da ecologia, de uma forma contextualizada e crítica que permitisse a construção do conhecimento pelos alunos e uma formação inicial/continuada mais completa. Segundo Torres e Sales (2000) as atividades lúdicas na biologia proporcionam uma aprendizagem descontraída e ao mesmo tempo proveitosa. Estes mesmos autores trazem que, através de teatro, por exemplo, os educandos refletem sobre muitos temas referentes ao meio ambiente. Neiverth et al. (2005a; 2005b) propõem como material didático pedagógico a confecção de máscaras representando a face dos animais encontrados no Paraná, com intuito da difusão da fauna regional e o ensino de ecologia através de representações teatrais. De forma parecida, o PIBID realizou o teatro nas escolas do município de Lavras-MG, vinculadas ao programa, utilizado faces de animais e trabalhando vários assuntos relacionados a esses. Nesta perspectiva, o presente trabalho vem relatar a construção e o desenvolvimento deste Projeto Teatro de Máscaras. O mesmo ainda discute sobre as potencialidades desta estratégia no ensino e na formação inicial/continuada de professores Ciências/Biologia, a partir da análise da sua avaliação. CONSTRUÇÃO E PREPARAÇÃO PARA O “PROJETO TEATRO DE MÁSCARAS” O Projeto Teatro de Máscaras foi construído a partir da necessidade de estratégias não convencionais de ensino e pensando-se no lúdico como ferramenta pedagógica. Em consonância com essa ideia o grupo de PIBID de Biologia da UFLA realizou uma série de discussões acerca de como esse projeto viria a acontecer dentro das escolas públicas de Lavras-MG, vinculadas ao programa, e qual seria a preparação necessária dos próprios 618 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 bolsistas para que a atividade fosse formativa para todos os envolvidos. Entendeu-se que a partir desta preparação a atividade aconteceria da forma planejada, alcançando os objetivos de ensinar ecologia no ensino básico e de formar professores tanto inicial como continuamente. Nesta perspectiva, duas etapas iniciais aconteceram a preparação formativa para o projeto e o planejamento deste. Como primeira etapa houve a preparação formativa dos graduandos bolsistas do PIBID e dos professores supervisores, representantes das escolas vinculadas ao mesmo. Tal etapa se mostrou importante, pois possibilitou a todos que acompanharam discussões e debates formativos necessários previamente à concretização da prática planejada. Como segunda etapa, aconteceram discussões acerca do planejamento do Teatro de Máscaras nas escolas, onde foram decididas questões para que o projeto tivesse andamento. Nesta etapa decidiu-se que a atividade contaria com quatro semanas consecutivas sendo estas: na primeira semana, seria realizada uma oficina de teatro de máscaras com os supervisores e bolsistas do PIBID, sendo abordada a importância de se utilizar esta estratégia no ensino, além de confeccionar as máscaras que seriam utilizadas no teatro na escola; na segunda semana, o teatro de máscaras seria apresentado pelos bolsistas para todas as seis escolas participantes do projeto; na terceira semana seria realizada uma atividade nas salas de aula dos 6°s e 1°s anos das escolas, desenvolvida a partir do eixo “sistemas de acasalamento”, onde se utilizaria fotos impressas dos animais presentes no teatro para discutir questões ecológicas destes; na quarta semana seria feita uma avaliação da prática junto aos bolsistas e supervisores do PIBID para ver se esta havia sido positiva nos âmbitos esperados. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Apresentação da peça: Como já discutido, num primeiro momento de execução do projeto aconteceu a apresentação do teatro de máscaras para as seis escolas envolvidas no PIBID de Biologia da UFLA, todas do município de Lavras-MG. O objetivo do teatro era introduzir conteúdos ecológicos e comportamentais de animais típicos da nossa região e trazia o título “Na natureza a vida funciona mais ou menos assim...”. A peça foi uma adaptação do texto extraído do livro em CD-ROM intitulado “Máscaras da fauna brasileira: Faces para o ensino e divulgação da ecologia, etologia, zoologia e educação ambiental” de autoria Sousa e Nascimento Junior, 2010. Os animais apresentados foram: onça-pintada, queixada, cutia, veado-catingueiro, tatu- 619 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 peba, coruja-buraqueira e quero-quero, sendo todos estes animais encontrados no município de Lavras-MG, possibilitando uma maior contextualização. Após a encenação, iniciava-se uma conversa/debate sobre o teatro, questionando os alunos (se eles compreenderam as falas e os conceitos da peça) sobre a atividade. Estes em geral, citavam os animais que faziam parte do teatro, do que estes de alimentavam, como se comportavam entre outras questões, dependendo da escola trabalhada. É importante destacar que em algumas apresentações houve a participação de alunos como atores da peça. A partir desta conversa e da apresentação os bolsistas participantes avaliaram a atividade em cada escola separadamente. Ação nas salas: As atividades concentraram-se nas salas de aulas do 6º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio das escolas envolvidas no projeto. Esta foi planejada da mesma forma para todas as salas, variando em algumas discussões, onde o grau de aprofundamento dos temas era diferenciado de acordo com a série. Em sala a prática foi dividida em três momentos, com duração de um tempo de aula (50 minutos) e teve o intuito de construir alguns conceitos ecológicos e etológicos junto com os alunos. O primeiro momento consistiu na apresentação dos bolsistas seguido por uma contextualização, na forma de diálogo entre bolsistas e estudantes, onde se questionou os alunos sobre os elementos que estes recordavam da apresentação do teatro: “Na natureza as coisas acontecem mais ou menos assim”. No segundo momento, foi utilizado o recurso visual de imagens que traziam os animais presentes na peça para abordar alguns conceitos ecológicos. As imagens foram mostradas uma de cada vez aos alunos como forma de conhecer e considerar o conhecimento prévio dos mesmos e instigá-los a uma discussão sobre o habitat, a alimentação e ao comportamento reprodutivo de cada animal. Este momento foi mediado pelos bolsistas por meio de perguntas norteadoras: “Qual o tipo de alimentação? Qual o habitat em que vivem? Como é o sistema de reprodução? Como esse animal interage no meio em que vive?”. No segundo momento introduziu-se também uma discussão sobre o sistema de acasalamento da nossa espécie, valendo ressaltar que no momento anterior, os alunos haviam feito algumas considerações sobre o tema. A discussão teve objetivo levantar considerações e reflexões acerca da influência do contexto social e cultural das populações humanas nas suas escolhas para a vida. Por fim, no terceiro momento, pediu-se que os alunos anotassem em uma folha 620 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 suas impressões sobre as atividades que posteriormente foram analisadas e relatadas pelos bolsistas. Avaliação do projeto Ao término do desempenho das atividades do projeto foi proposto um espaço avaliativo para a prática. Neste, os bolsitas participaram de uma avaliação com o intuito de relatar qual a importância do Projeto Teatro de Máscaras para a formação dos participantes. Esta avaliação foi estruturada em duas etapas centrais: inicialmente foi proposto aos bolsistas que respondessem a pergunta “Qual a importância do Projeto Teatro de Máscaras para sua formação?” com o tempo de resposta de vinte minutos. Na etapa final da avaliação foi proposto que todo o grupo criasse um texto colaborativo com a síntese da avaliação da prática. A seguir estão transcritos os relatos avaliativos de vinte minutos, no qual cada bolsita será indicada pela letra P (pessoa) sinalizando sua avaliação e o texto colaborativo criado pelos próprios avaliadores. P1: “É importante que o docente conheça maneiras lúdicas e interativas de dar aulas, e foi muito enriquecedor poder usar o teatro como maneira de ensino, construir o conhecimento de maneira não expositiva”. P2: “Acredito que enquanto graduanda e futura professora esse projeto foi muito relevante, pois abordou conceitos importantes a serem estudados, e também facilita na construção do entendimento da forma como foi apresentado”. P3: “O teatro de máscaras mais uma vez trouxe a tona a importância do encantamento do aluno, dele se sentir parte e também ser ouvido; o projeto ainda somou a minha formação a importância de uma educação preocupados com aspecto sócio-culturais e do diálogo entre mediador e aluno, desmistificando a ideia da “superioridade” humana, destacando as diferenças que temos em relação aos outros animais”. P4: “Percebi que o teatro é uma metodologia bastante eficiente, pois prende a atenção da maioria dos alunos e através dele pode-se ensinar vários conceitos de forma não expositiva e também pode ser usado em qualquer escola pois não requer muitos recursos, apenas criatividade”. 621 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 P5: “Foi importante a integração entre a Universidade e toda a escola, foi importante também trabalhar o encantamento dos alunos, pois no ensino atual está faltando isso, fazer os estudantes se encantarem pela biologia foi algo muito interessante, assim como a parte do porque o ser humano se difere dos outros animais”. P6: “ Para mim a atividade revelou o grande potencial presente no teatro de forma que me vejo preparada para explorá-los”. P7: “A forma de ensinar usando o teatro de máscaras contribuiu muito para o meu futuro como docente, pois utilizar dessa forma interativa para poder ensinar ciências e esse ensinamento ser compreendido pelo aluno, é de grande satisfação para um professor”. P8: “O principal aspecto que o teatro de máscaras contribuiu na minha formação foi como explorar todas (ou quase todas) as potencialidade que uma metodologia ou ferramenta tem a oferecer”. P9: “O teatro de máscaras teve sua grande importância em mostrar o quanto limitamos, erroneamente, uma aula em giz,lousa e suas quatro paredes. O projeto esclareceu e ensinou o quanto posso “abusar” da arte para ensinar e aprender”. P10: “Os alunos possuem fantasias, saber relacionaram um conteúdo de disciplina traz a tona essas fantasias, ao passo que o aluno as enxerga em um contexto visual, e o aprendizado se torna efetivo”. P11: “O projeto de máscaras possibilitou a aproximação dos bolsistas com os alunos, levando em consideração a forma lúdica de abordar os conceitos ecológicos”. P12: “O projeto de máscaras foi importante na minha formação porque reforçou muito a ideia de que o professor também é um sujeito super ativo na construção do conhecimento junto ao aluno. Usando uma “simples” peça de teatro é possível trabalhar vários conceitos”. 622 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 P13: “O projeto foi importante por me colocar no contexto da sala de aula numa atividade integradora de vários desafios: a contextualização dos conceitos, a cultura e a contextualização”. P14: “A atividade proporcionou um encantamento em grande parte dos alunos, despertando o interesse pela biologia. Além disso, possibilitou discutir questões pouco presentes na sala, além de aproximar os “pibidianos””. Texto colaborativo de avaliação “O projeto Teatro de máscara possibilitou aos professores em formação inicial uma maior compreensão da importância de encantar o aluno pelo saber, além de desconstruir a ideia de que este demanda muito tempo, recurso e que não poderia ser empregado no ensino. Outro aspecto importante foi a desmistificação da superioridade humana sobre as outras espécies de animais. A partir disso, os bolsistas construíram uma nova visão possibilitando a abordagem desse assunto na sala de aula. Ainda durante a etapa de preparação do projeto, houve discussões sobre os aspectos socioculturais na educação. Independentemente da disciplina lecionada pelo professor são necessários instrumentos que possibilitem discutir esses aspectos com criticidade. A proposta de levar o teatro para a escola foi de provocar um encantamento pela biologia. Nesse sentido a atividade alcançou seus objetivos, pois percebeu-se que os alunos demonstraram interesse e até mesmo participaram do teatro. Apesar disso, houve desafios e dificuldades durante a atividade como a estrutura e logística de algumas escolas e a colaboração por parte de alguns alunos e professores. Durante a atividade nas salas de aula, foi possível construir e reconstruir alguns conceitos ecológicos relacionados aos animais do teatro. Os alunos participaram da atividade retomando e relacionando os elementos observados na peça com as fotografias dos animais trazidas pelos bolsistas. A prática também buscou discutir aspectos que aproximam e/ou distanciam o homem dos outros animais. Nesta etapa percebeu-se que os alunos tinham dificuldade de se enxergarem como animais e apresentavam uma visão etnocêntrica. Além disso, alguns estudantes não colaboraram para que a atividade acontecesse da forma esperada. 623 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 A discussão sobre cultura foi importante para trabalhar a superação de preconceitos e combate à intolerância. Desse modo, a atividade se mostrou eficiente em exercer uma perspectiva crítica aliada ao Ensino de Biologia”. DISCUSSÃO A partir da análise da avaliação feita pelos bolsistas do PIBID, observa-se que a utilização do lúdico no ensino foi ressaltada como positiva e encantadora para os alunos e para os próprios professores em formação. Nas falas da P1, P7 e P11 foi abordado o potencial da estratégia de ensino que utiliza o lúdico como uma importante arma para o ensino. Santos (2010) afirma que o lúdico é uma estratégia essencial para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias, assim sendo um importante instrumento de progresso pessoal e de alcance de objetivos institucionais. No aspecto que envolve a ludicidade da atividade e o encantamento do aluno no Ensino de Ciências/Biologia, pode-se abordar a peça teatral como ferramenta de grande potencial. Nas avaliações da P4, P6, P9 e P10, pode-se notar a importância que esta teve na formação individual e coletiva de cada futuro educador para o Ensino de Ciências/Biologia. Na mesma perspectiva Peraçoli et al. (2007) indicam que um aspecto importante dos teatros é que alguns determinados conceitos de biologia podem sair do papel e se transformar em algo concreto, visível e que pode ser manipulado, assim sendo uma ferramenta de destaque para o ensino. Ao se tratar de formação inicial de professores, as avaliações da P2, P12 e P13 abordam a importância que essa atividade teve no seu futuro como docente. Segundo Matos (2013) uma das maneiras de se repensar a formação dos educadores de uma forma mais completa é introduzir nos cursos de formação uma base e uma estrutura curricular comum: a formação lúdica. A mesma autora traz que a formação nesta perspectiva lúdica pode levar o futuro educador a conhecer-se como pessoa, saber de suas limitações e possibilidades, para quando este estiver atuando profissionalmente. Vale ressaltar que somente uma forma de atividades não finaliza este processo de formação. Freire (1996) se refere em um de seus trabalhos à formação como um fazer permanente que se refaz repetidamente na ação do educador. Bandeira (2006) afirma que a formação não se dá por mera acumulação de conhecimentos, mas constitui uma conquista tecida com muitas ajudas: dos livros, mestres, das aulas, das conversas entre professores, da internet, dentre outros. 624 SBEnBio - Associação Brasileira de Ensino de Biologia Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014 V Enebio e II Erebio Regional 1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a análise das avaliações foi possível notar que o a utilização do lúdico como estratégica pedagógica teve importância para a formação de professores. Outro aspecto relevante a ser evidenciado foi que a ludicidade do teatro como forma de ensinar conceitos biológicos mostrou-se bastante eficaz e provocou encantamento aos alunos, que por sua vez, interessaram em aprender a partir desta maneira de ensino. Finalizando, é possível afirmar que novas práticas de ensino são muito importantes para mudar o cenário da educação atual, e que práticas formativas contribuem em larga escala para que haja essa mudança. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANDEIRA, H. M. M. . Formação de professores e prática reflexiva. In: IV Encontro de Pesquisa em Educação da UFPI, 2006, Teresina. A pesquisa como mediação de práticas socioeducativas. Teresina: EDUFPI, 2006. BRASIL.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental. –Brasília : MEC/SEF, 1997. 130p. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 9. ed. São Paulo: Paze Terra, 1998 GRUNVALD, A. K.; VIVIAN, D. A.; SOUZA, S. C.; ANSOLIN, T. L.; LIMA, S.; TEIXEIRA, V. L.; NASCIMENTO JÚNIOR, A. F. Oficinas de papel maché, E.V.A ( evenil venílico acetilico) e bordado como subsídios ao ensino de biologia. Anais do I Encontro Nacional de Difusão Tecnológica. 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