Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Aula 05 EBSERH - PSICOLOGIA HOSPITALAR TÉCNICAS DE ENTREVISTA PROFESSORAS: ELIETE PORTUGAL / LÍCIA MADUREIRA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 1 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira TÓPICOS DA AULA 1. TÉCNICAS DE ENTREVISTA..........................................................03 2. QUESTÕES GABARITADAS ..........................................................30 3. GABARITO...................................................................................42 4. REFERÊNCIAS..............................................................................43 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 2 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 1. TÉCNICAS DE ENTREVISTA Segundo Almeida (2004), entrevista, etimologicamente, é uma “visão entre”, que perpassa, que passa através de duas ou mais pessoas. A entrevista torna-se assim uma troca, um diálogo (uma palavra entre dois), uma relação, uma comunicação, um encontro, enfim, as conceituações são tantas quantas são os (as) autores (as) que se debruçam sobre o tema (Anastasi & Urbina, 2000; Assumpção, 1977; Benjamin, 1996, Hindle, 1999; Lodi, 1998; Rech, 2000, entre outros. Mas em todos eles/elas há dois pontos invariáveis que são: comunicação entre pessoas. E ainda, a expressão entrevista psicológica é efetuada pelos psicólogos no exercício de suas atividades. Estes levam em conta, por certo, regras e fatores psicológicos observados anteriormente, mas o objetivo visado é o de resolver um dos problemas que entram normalmente no quadro da psicologia (seleção e orientação profissional, pesquisas psicológicas, estudos de opinião pública, exame de personalidade, etc.). É um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos, em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas. Sullivan (1970), a define como: Uma situação de comunicação vocal entre duas pessoas (a two-group) mais ou menos voluntariamente integrados num padrão terapeuta cliente que se desenvolve progressivamente com o propósito de elucidar formas características de vida das pessoas entrevistadas, e vividas por elas como particularmente penosas ou especialmente valiosas e, de cuja elucidação ela espera tirar algum benefício. A entrevista é uma técnica de investigação científica em psicologia, sendo um instrumento fundamental do método clínico. Bleger (1987) diz a “entrevista psicológica é uma relação, com características particulares, que se estabelece entre duas ou mais pessoas. O específico ou particular dessa relação reside em que um dos integrantes é um técnico da psicologia que deve atuar nesse papel, e o outro ou os outros, necessitam de sua intervenção técnica. Porém, isso é um ponto fundamental, o técnico não só utiliza em entrevista seus conhecimentos www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 3 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira psicológicos para aplicá-los ao entrevistado, como também esta aplicação se produz precisamente através de seu próprio comportamento no decorrer da entrevista. Para sublinhar o aspecto fundamental da entrevista poder-se-ia dizer, de outra maneira, que ela consiste em uma relação humana na qual um dos integrantes deve procurar saber o que está acontecendo e deve atuar segundo esse conhecimento. A realização dos objetivos possíveis da entrevista (investigação, diagnóstico, orientação, etc.) depende desse saber e da atuação e acordo com esse saber. ” Ainda de acordo Bleger (1998), na consideração da entrevista psicológica como técnica, ela tem seus próprios procedimentos ou regras empíricas: Com os quais não só se amplia e se verifica como também, ao mesmo tempo, se aplica o conhecimento científico. Essa dupla face da técnica tem especial gravitação no caso da entrevista porque, entre outras razões, identifica ou faz coexistir no psicólogo as funções de investigador e de profissional, já que a técnica é o ponto de interação entre a ciência e as necessidades práticas; é assim que a entrevista alcança a aplicação de conhecimentos científicos e, ao mesmo tempo, obtém ou possibilita levar a vida diária do ser humano ao nível do conhecimento e da elaboração científica. E tudo isso em um processo ininterrupto de interação. Tavares (2002) ressalta que as técnicas de entrevistas favorecem a manifestação das particularidades do sujeito, permitindo assim ao profissional: Acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de se estruturar e de se relacionar, mais do que qualquer outro método de coleta de informações. Por exemplo, a entrevista é a técnica de avaliação que pode mais facilmente se adaptar às variações individuais e de contexto, para atender às necessidades colocadas por uma grande diversidade de situações clínicas e para tornar explícitas particularidades que escapam a outros procedimentos. Por meio dela, pode-se testar limites, confrontar, contrapor e buscar esclarecimentos, exemplos e contextos para as respostas do sujeito. Esta adaptabilidade coloca a entrevista clínica em um lugar de destaque inigualável entre as técnicas de avaliação. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 4 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira (IADES-2013) A entrevista clínica não é técnica única, sendo fortemente influenciada por seus objetivos e pela orientação do entrevistador. Considerando o aspecto formal de classificação das entrevistas, é correto afirmar que: a) as entrevistas estruturadas são aquelas preferencialmente em pesquisas porque sua utilização raramente considera as necessidades ou demandas do sujeito avaliado, destinando-se ao levantamento de informações definidas pela necessidade de um projeto. b) as entrevistas epidemiológicas são o melhor exemplo de entrevista livre porque requerem que o entrevistador cubra grande número de questões em pouco tempo. c) as entrevistas livres aumentam a confiabilidade da informação obtida, permitindo a criação de banco de dados úteis à pesquisa. d) na entrevista semiestruturada, não se pode exigir que o entrevistador tenha experiência ou conhecimento clínico, devido o seu uso em contextos de alto custo, como o levantamento do censo. e) na saúde pública, nas clínicas sociais e em hospitais, utiliza-se, prioritariamente, a entrevista de livre estruturação, uma vez que as mesmas facilitam o registro de dados e a padronização dos procedimentos. Comentários: Segundo Cunha (2007), em seu livro Psicodiagnóstico, entrevista clínica pode ser conceituada como um conjunto de técnicas de tempo limitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos(individuo, casal, família, rede social), em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas. Ainda segundo a autora, quanto ao seu aspecto formal, as entrevistas classificam-se em estruturada, semiestruturada e de livre estruturação. As entrevistas estruturadas são de pouca utilidade clínica, segundo Cunha (2007), que nos assegura ainda que a aplicação deste tipo de entrevista é mais frequente em pesquisas, principalmente nas situações em que a habilidade clínica não é necessária ou possível. Sua utilização raramente considera as necessidades www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 5 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira ou demandas do sujeito avaliado, usualmente, ela se destina ao levantamento de informações definidas pelas necessidades de um projeto. Um exemplo típico é a entrevista epidemiológica, que, como um censo, requer que o entrevistador cubra um grande número de questões em pouco tempo. Diante do exposto fica evidenciado que a alternativa a se encaixa corretamente com o proposto pela autora, respondendo assim à questão. Gabarito: a Conforme Augras (2002) na situação do encontro em psicologia clínica, o aspecto da informação para fins de diagnóstico é especificamente a fala do cliente, ou seja, a situação da fala aponta dois vetores: fala-se e ouve-se. De acordo Cunha (1986), a entrevista apresenta vários objetivos, podendo ser diagnóstica, a qual não emprega a interpretação e tem intuito de estabelecimento do diagnóstico do paciente, coletando dados para tal fim, bem como a formulação de indicações terapêuticas. Enquanto que a entrevista terapêutica visa o acompanhamento do paciente, o esclarecimento das suas dificuldades, podendo ter o emprego do processo de interpretação, com vistas ao insight do paciente, o que não ocorre na entrevista diagnóstica. Na entrevista de aconselhamento, o psicólogo fornece informações, faz críticas, elogios e sugestões ao paciente, além de interpretar o material que este lhe traz. Atribuem-se as características à entrevista de aconselhamento: - é uma relação entre duas pessoas; - o entrevistador é levado a assumir a responsabilidade de ajudar o paciente; - este tem possíveis necessidades, problemas, bloqueios ou frustrações que deseja tentar satisfazer ou modificar; - o bem-estar do paciente constitui o interesse central da situação; ambos desejam encontrar soluções para as dificuldades apresentadas pelo paciente. J. A. Cunha (1986). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 6 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Entrevista clínica psiquiátrica e entrevista clínica psicológica Surgem pelo menos duas diferenças essenciais entre a entrevista clínica utilizada em psiquiatria e em psicologia, sendo as duas abordagens, no entanto, complementares e necessárias: O psiquiatra baseia-se em elementos clínicos aparentes para estabelecer um diagnóstico, referenciando-o seguidamente a um sistema nosográfico. O psicólogo, por seu lado, tenta antes compreender o funcionamento psicológico de um indivíduo, tentando situar as condutas observadas num contexto (história pessoal e familiar do sujeito, elementos de personalidade, modalidades de relacionamento com o meio, representações interiores); aqui a referência é o próprio sujeito; O psiquiatra inscreve a entrevista clínica num procedimento terapêutico, enquanto o procedimento do psicólogo não é terapêutico no sentido médico do termo (ausência de prescrições); ela tem antes de mais um enfoque de ajuda, de aconselhamento e de intervenção psicológica, que é suposto levar a modificações positivas no indivíduo em sofrimento. Para Silveira (2001) os referenciais teóricos oriundos da Psicanálise, Gestalt, Behaviorismo, influenciam tanto a técnica da entrevista quanto a sua análise, ou seja: A fundamentação teórica do psicólogo permite realizar a entrevista em condições metodológicas mais restritas, convertendo-a em instrumento científico com resultados confiáveis. Entretanto, a entrevista, utilizada isoladamente não substitui outros procedimentos de investigação da personalidade, mas completa os dados obtidos por outros instrumentos. Modelo Psicanalítico Primeiras Entrevistas / Indicação de análise As primeiras entrevistas psicanalíticas têm como função recolher os elementos de decisão no que diz respeito à indicação de análise e de acordar modalidades práticas de cura. D. Lagache (1964). No decurso destas primeiras entrevistas: O analista, através de um procedimento não diretivo, escuta os pacientes, a história das perturbações, a história da sua vida. Analisa o desejo e a capacidade do sujeito para empreender uma análise. Tem em conta a maleabilidade e a riqueza psíquica do paciente, a sua aptidão para verbalizar e tolerar a situação de análise que pode viver como frustrante. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 7 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Fixação do quadro psicanalítico Uma vez colocada a indicação da análise, esse quadro é fixado e já não muda. Diz respeito: A duração (raramente inferior a quatro ou cinco anos) A frequência e duração das sessões (duas a três sessões por semana, com uma duração de trinta a quarenta e cinco minutos. A posição do analisado (deitado no divã); A posição do analista (situado atrás do paciente) Entrevistas seguintes A partir deste momento é o de observar, o de escutar (com uma atenção flutuante e não seletiva), de “compreender”, de saber esperar e calar-se e no momento oportuno dar a interpretação que convêm. Através da interpretação, o analista comunica ao sujeito o conteúdo latente do discurso deste. Esta comunicação pode tomar diferentes formas: questão, reformulação, restituição, pontuação. Consiste em reunir elementos separados do discurso; neste sentido, é uma atividade de ligação e de atribuição de sentido à narrativa do sujeito. A interpretação só é efetuada quando o sujeito está preparado para a ouvir; é, portanto, verdadeiramente um trabalho de co-construção entre terapeuta e paciente. O procedimento do psicanalista é consequentemente não diretivo; ele não deve dirigir o discurso do sujeito, não intervêm, abstêm-se de formular juízos e não aconselha; “o analista não deve ser senão o espelho que reflete aquilo que lhe é mostrado” (Freud, 1913). Modalidades da Entrevista nas Psicoterapias Breves As psicoterapias breves obtêm grande desenvolvimento sobretudo durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Alexander e French (1959) propõem modificações técnicas da psicanálise e desenvolvem a experiência emocional corretiva. Gilliéron (1997). Alexander propõe trabalhar com base no método das associações livres, mas associa igualmente entrevistas mais diretas e dá diretivas ao paciente, ele pensa também que as atitudes do terapeuta devem ser suficientemente flexíveis para se adaptarem caso a caso. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 8 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Michael Balint propõe a psicoterapia focal; trata-se de entrevistas face a face, cujo número é limitado no tempo, com uma focalização no problema do paciente. Peter Sifnéos (1972) desenvolve a psicoterapia de curto prazo provocadora de ansiedade, na qual estabelece um contrato com o paciente, com vista à resolução do problema. O número de entrevistas é breve e a atitude do terapeuta é semi diretiva. Quadro A entrevista nas psicoterapias breves desenrola-se face a face e a psicoterapia é limitada no tempo. Este quadro cria uma dinâmica relacional específica e acentua as trocas afetivas. A situação é menos constrangedora para o sujeito; aproximase mais de uma situação de entrevista, o discurso situa-se mais num registo consciente e racional, em função de um relaxamento físico e psíquico menos significativo que o da cura psicanalítica. Os conteúdos aproximam-se mais da realidade e menos da dimensão imaginária: isto pode ser vivido pelo paciente como mais estruturante e contentor. A função pedagógica e a função de suporte do terapeuta são mais solicitadas neste tipo de terapia e pode-se passar de uma forma não diretiva a uma maior diretividade. Fenomenologia: um outro olhar sobre a prática da entrevista A abordagem fenomenológica em psicologia pode, portanto, ser definida como um conhecimento descritivo sem a priori dos fatos. Tenta apreender o indivíduo de maneira global, tendo em conta o significado do seu vivido. A abordagem fenomenológica não propõe qualquer técnica psicoterapêutica particular, mas insiste na noção de comunicação. Deve instaurar-se uma comunicação e uma relação verdadeira entre o clínico e o seu paciente. O acento é posto na relação terapêutica, que é considerada como uma relação interhumana, portanto uma possibilidade de encontro, um face-a-face e uma troca com o outro. Não existem regras técnicas; mais do que um modelo terapêutico, a abordagem fenomenológica propõe uma reflexão teórica sobre a noção de psicoterapia e uma reflexão sobre a prática da entrevista insistindo na experiência comunicativa entre os dois interlocutores. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 9 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Abordagem humanista: Carl Rogers As concepções de C. Rogers (1966) tiveram grande influência no que diz respeito à psicoterapia, pois elas integram uma abordagem humanista bastante próxima do ponto de vista fenomenológico. Assumindo uma posição face às teorias psicanalítica e behavioristas, revela muito pouco interesse pela nosografia e pela estrutura da personalidade; segundo ele, em todo o ser humano existem potencialidades que podem ser desenvolvidas e realizar-se numa relação interpessoal. Abordagem Cognitiva e Comportamental representam um conjunto de técnicas baseadas nas teorias da aprendizagem e nos contributos da psicopatologia cognitiva (Jean Cottraux, 1984). Todas elas têm em comum um certo número de características: O estabelecimento de um contrato entre o paciente e o terapeuta; A definição clara e precisa dos objetivos terapêuticos, com uma definição das condutas que vão ser alvo das tentativas de mudança; A duração do tratamento, que é geralmente bastante breve, de três a seis meses; A medida quantitativa e qualitativa da mudança obtida. Terapias comportamentais. Têm por objetivo suprimir o comportamento inapropriado para o substituir por um comportamento adaptado, segundo as leis do condicionamento. A entrevista consiste, portanto numa série de diretivas dadas pelo terapeuta: o sujeito deve por exemplo, aprender a relaxar-se, deve construir em seguida com o terapeuta uma lista hierarquizada de situações que provocam ansiedade e, em seguida, deve associar relaxamento físico e representação de situações ansiosas. Esta associação repetida muitas vezes cria uma nova resposta condicionada que é o relaxamento. Neste tipo de terapia, a atenção do terapeuta não incide, na verdade, sobre as associações livres e espontâneas do sujeito, ao qual é dado um certo número de diretivas fixas e enquadradas para tratar o sintoma. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 10 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Entrevista x Observação direta. Segundo Almeida (2004), a observação, exercida pelo entrevistador participante do campo da entrevista, torna-se a principal estratégia técnica para a coleta e a organização das informações de que ele necessita para a avaliação das funções psíquicas do entrevistado. Sem esse procedimento não é possível entrar em contato com o mundo mental do entrevistado, o que é uma das metas da entrevista de avaliação. Segundo Bleger (1998), a entrevista pode ser de dois tipos fundamentais: aberta e fechada. Na fechada as perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulá-las, e o entrevistador não pode alterar nenhuma destas disposições. Na entrevista aberta, o entrevistador tem ampla liberdade para as perguntas ou para suas intervenções, permitindo-se toda a flexibilidade necessária em cada caso particular. A entrevista fechada é um questionário que passa a ter uma relação estreita com a entrevista, na medida em que uma manipulação de certos princípios e regras facilita e possibilita a aplicação do questionário. A liberdade do entrevistador, no caso da entrevista aberta, reside num manejo que permita, na medida do possível, que o entrevistado configure o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular ou – dito de outra maneira – “que o campo da entrevista se configure, o máximo possível, pelas variáveis que dependem da personalidade do entrevistado” Bleger (1998). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 11 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira (FUNCAB-2015)Segundo Bleger (1998), podem ser considerados dois tipos fundamentais de entrevista: a entrevista aberta e a fechada. Sobre a entrevista fechada pode-se afirmar: A) O entrevistador tem ampla liberdade para as perguntas ou para suas intervenções, permitindo-se toda a flexibilidade necessária em cada caso particular. B) As perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulálas, e o entrevistador não pode alterar nenhuma destas disposições. C) A entrevista fechada é realizada em um espaço fechado que minimiza as influências do meio ambiente nos resultados. D) Em todos os casos é a melhor estratégia de entrevista, pois permite um aprofundamento mais amplo da personalidade do entrevistado sem que haja influência do entrevistador. E) Uma das características da entrevista fechada é não seguir um método padronizado. Gabarito: b Considerando o número de participantes, distingue-se a entrevista em individual e grupal, seja um ou mais os entrevistadores e/ ou os entrevistados. Vale ressalvar aqui como exemplo de entrevista grupal as entrevistas sistêmicas para avaliar casais e famílias que estão se tornando cada vez mais relevantes em psicologia, sobretudo quando há a demanda de atenção psicológica para crianças e adolescentes. Féres-Carneiro (1996). Elas podem focalizar a avaliação da estrutura ou da história relacional ou familiar. Podem também avaliar aspectos importantes da rede social de pessoas e famílias. Essas técnicas são muito variadas e fortemente influenciadas pela orientação teórica do entrevistador (Tavares, 2002). Terapias familiares sistémicas A escola de Palo Alto interessou-se, portanto pelo funcionamento patológico da comunicação familiar. Paul Watzlawick (1972), considerando o sistema familiar como um sistema homeostático, no qual a perturbação de um membro da família tende a preservar o equilíbrio familiar. Para o terapeuta, a questão é a de fazer com que a família encontre um outro equilíbrio e uma reorganização do sistema na ausência de perturbação psicopatológica. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 12 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira (IBFC – 2013) Sobre as terapias familiares, julgue as alternativas abaixo como (V ) verdadeiras ou (F ) falsas e assinale a alternativa com a sequência correta. ( ) O terapeuta deve encarar a família como sendo ao mesmo tempo uma produção coletiva e um aspecto do mundo interno de cada um de seus membros. ( ) O terapeuta de focar o tratamento primeiramente no membro na família que mais necessita de acompanhamento psicológico. ( ) Écomum nas famílias a presença da compulsão a repetição, de geração em geração. ( ) Atendência atual na terapia de família é de uma “corrente integradora” entre as concepções psicanalíticas, sistêmicas, da teoria comunicacional e psicodramática. a) V, V, F, F. b) F, F, V, V. c) V, F, V, V. d) F, V, F, F. Gabarito: c É o objetivo das terapias familiares sistémicas, tentativa de mudança sobre os fenómenos inerentes à família, considerada como um grupo. Trata-se, portanto, de conduzir as entrevistas com a família e o objetivo é re-situar a perturbação e o discurso do sujeito num conjunto: as interações familiares e sociais. As entrevistas familiares são dirigidas por vários terapeutas, no mínimo duas pessoas, tendo por objetivo formar um sistema capaz de se preservar do grupo familiar. Os terapeutas implicam-se ativamente na terapia, manejam os paradoxos e contra paradoxos (M. Selvini-Palazolli e col., op.cit.) e envolvem-se no plano emocional. Estas terapias exigem um intenso trabalho antes e depois da consulta. O vídeo é muitas vezes utilizado e necessitam de uma sólida formação bem como de um domínio da técnica. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 13 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Para Bleger (1998), em todos os casos, a entrevista é sempre um fenômeno grupal, já que mesmo com a participação de um só entrevistado sua relação com o entrevistador deve ser considerada em função da psicologia e da dinâmica de grupo. Ainda de acordo Bleger (1998), pode-se diferenciar também as entrevistas segundo o beneficiário do resultado: a entrevista que se realiza em benefício do entrevistado – que é o caso da consulta psicológica ou psiquiátrica; a entrevista cujo objetivo é a pesquisa, na qual importam os resultados científicos; a entrevista que se realiza para um terceiro (uma instituição). Cada uma delas implica variáveis distintas a serem levadas em conta, já que modificam ou atuam sobre a atitude do entrevistador, assim como do entrevistado, e sobre o campo total da entrevista. Uma diferença fundamental é que, excetuando o primeiro tipo de entrevista, os dois outros requerem que o entrevistador desperte interesse e participação, que “motive” o entrevistado. (IBFC-2013) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiros (V) e Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixa, com relação à entrevista psicológica. ( ) A entrevista é instrumento importante para o psicólogo, sendo a entrevista Psicológica técnica de investigação científica e fundamental para o método clínico. ( ) A entrevista psicológica pode ser realizada de maneira aberta ou fechada, individualmente ou em grupo, sendo que seu formato irá depender dos objetivos pela qual foi programada. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 14 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira ( ) A entrevista psicológica é sinônimo de anamnese, uma vez que ambas tem os mesmos objetivos que são os de obter compilação de dados do paciente a respeito de sua história clínica atual. ( ) A teoria da entrevista foi influenciada apenas por conhecimentos provenientes Da Gestalt, sendo que outras abordagens psicológicas pouco contribuíram para o desenvolvimento da técnica. a) V; V; V; F b) F; V; v; F c) V; V; F; F d) F; F; V; F Comentários: É cabível apontarmos as assertivas individualmente, a fim de ampliarmos o conhecimento, bem como, fixarmos os conteúdos pertinentes a questão: a) “A entrevista é instrumento importante para o psicólogo, sendo a entrevista Psicológica técnica de investigação científica e fundamental para o método clínico. Sabe-se que a entrevista é método insubstituível no campo das Ciências Humanas e da Psicologia, bem como uma técnica que oportuniza o ingresso às representações mais íntimas e pessoais do sujeito. Dessa forma fica evidenciado que a alternativa a é verdadeira. b) “A entrevista psicológica pode ser realizada de maneira aberta ou fechada, individualmente ou em grupo, sendo que seu formato irá depender dos objetivos pela qual foi programada”. A alternativa b é verdadeira, pois confirma a caracterização das entrevistas enquanto abertas e fechadas. Na entrevista fechada tanto a ordem quanto a maneira de formular as perguntas já estão previstas e não podem ser modificadas, entretanto na entrevista aberta existe uma maior flexibilidade por parte do entrevistador ao conduzir o curso das perguntas de acordo com a imperativo do caso. c) “A entrevista psicológica é sinônimo de anamnese, uma vez que ambas tem os mesmos objetivos que são os de obter compilação de dados do paciente a respeito de sua história clínica atual”. Importante trazermos os conceitos a que se refere o foco da questão: Segundo Bleger, anamnese é a compilação de dados preestabelecidos de tal amplitude e detalhe que permite obter uma síntese tanto www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 15 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira da situação presente como da história de um indivíduo, de sua doença ou de sua saúde. Sua finalidade é basicamente a compilação de dados. Ainda para o autor, entrevista é um dos procedimentos de que o técnico ou profissional, psicólogo ou médico dispõe para atender a uma consulta. Diferentemente da consulta e da anamnese, a entrevista psicológica objetiva o estudo e a utilização do comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o técnico durante o tempo que essa relação durar (BLEGER,1980). d) “A teoria da entrevista foi influenciada apenas por conhecimentos provenientes Da Gestalt, sendo que outras abordagens psicológicas pouco contribuíram para o desenvolvimento da técnica”. Segundo Bleger (1980), as bases da entrevista psicológica, provém de quatro áreas: Psicanálise, Gestalt, Topologia e Behaviorismo. Dessa forma, a afirmativa d é falsa desde quando propõe que apenas a Gestalt influenciou essa teoria. Gabarito: c DESCANSE, DEPOIS VOLTE PARA O FOCO! www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 16 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Segundo Tavares (2002), as distintas técnicas de entrevista têm em comum o objetivo de avaliar para fazer algum tipo de recomendação, seja diagnóstica ou terapêutica. A entrevista, como tema de contato inicial, é crucial para o desenvolvimento de uma relação de ajuda. A aceitação das recomendações ou a permanência no tratamento dependem de algumas características importantes desse primeiro contato, que são influenciadas por um conjunto de competências do entrevistador. A dificuldade de aceitação das recomendações ou a desistência de iniciar um processo terapêutico, quando ocorre, se dá nos primeiros contatos. Uma entrevista, na prática, antes de poder ser considerada uma técnica, deve ser vista como um contato social entre duas ou mais pessoas. O sucesso da entrevista dependerá, portanto, da qualidade geral de um bom contato social, sobre o qual se apoiam as técnicas clínicas específicas. Dessa maneira, a execução da técnica é influenciada pelas habilidades interpessoais do entrevistador. Essa interdependência entre habilidades interpessoais e o uso da técnica é tão grande que, muitas vezes, é impossível separá-las. O bom uso da técnica deve ampliar o alcance das habilidades interpessoais do entrevistador e vice-versa. Para levar uma entrevista a termo de modo adequado, Tavares (2002) ainda nos sugere que o entrevistador deve ser capaz de: 1) estar presente, no sentido de estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder ouvi-lo sem a interferência de questões pessoais; 2) ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho; 3) facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda; 4) buscar esclarecimento para colocações vagas ou incompletas; 5) gentilmente, confrontar esquivas e contradições; 6) tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista; www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 17 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 7) reconhecer defesas e modos de estruturação do sujeito, especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador (transferência); 8) compreender seus processos contra transferenciais; 9) assumir a iniciativa em momentos de impasse; 10) dominar as técnicas que utiliza. Para estar presente e poder ouvir o outro, o entrevistador deve ser capaz de isolar outras preocupações e, momentaneamente, focalizar sua atenção no entrevistado. Sendo assim, torna-se necessário que suas necessidades pessoais estejam sendo suficientemente atendidas e que ele possa reconhecer os momentos em que isso parece não estar ocorrendo. Isso implica que as ansiedades presentes não sejam tão fortes a ponto de interferir no processo. As ansiedades inconscientes do entrevistador levam à resistência e dificultam a escuta, principalmente de material latente na fala do entrevistado. Cuidando de suas necessidades pessoais, o entrevistador poderá ouvir o outro de um modo diferenciado. Essa escuta diferenciada, por si só, é considerada uns dos elementos terapêuticos. Cordioli (1993). Atento ao outro, o entrevistador estará mais apto a ajudá-lo a sentir-se à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho. A aliança para o trabalho, segundo Tavares (2002), que mais tarde se desenvolverá em uma aliança terapêutica, é composta de dois fatores: A percepção de estar recebendo apoio e o sentimento de estarem trabalhando juntos. Desenvolver uma atmosfera de colaboração é essencial para o sucesso de uma avaliação. Para isso, é importante que o cliente perceba que o entrevistador está receptivo a suas dificuldades e a seus objetivos, que ele demonstra entendê-lo e aceitá-lo, que ele reconhece suas capacidades e seu potencial, e que ele o ajuda a mobilizar sua capacidade de autoajuda. Essa percepção fortalece a relação e favorece uma atitude colaborativa e participativa por parte do sujeito. Modelo ou estrutura de entrevista Podemos classificar a entrevista de acordo com sua estrutura, objetivos, métodos e enquadramento teórico de referência. Quanto ao objetivo, a entrevista pode ser: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 18 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Diagnóstica Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente, assim como as indicações terapêuticas adequadas. Psicoterápica Busca colocar em prática uma estratégia de intervenção psicológica de acordo com alguma das diversas abordagens clínicas. De encaminhamento Tem o objetivo de indicar o tratamento do paciente, o qual não será conduzido pelo entrevistador. Deve-se evitar que o entrevistado desenvolva um vínculo forte. De seleção Visa selecionar um candidato a vaga de emprego, tendo previamente o conhecimento acerca de seu currículo e analisando as características do candidato de acordo com o perfil do cargo, destacando seus aspectos mais significativos com relação à vaga. De desligamento Pode ter relação com a alta do paciente ou demissão do funcionário de uma empresa. Visa estabelecer planos do pós alta ou a necessidade de trabalhar alguma questão pendente; no caso do funcionário, tem o objetivo de obter um feedback sobre o ambiente de trabalho, e em algumas situações também fornecer um ao funcionário. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 19 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Quanto à estrutura, segundo Gil (1999), encontramos os seguintes tipos de entrevista: Entrevista informal (não estruturada) Tem como objetivo básico a coleta de dados. Neste tipo de entrevista, o maior peso incide no entrevistador. Por não portar um questionário pré-definido, fica a seu critério explorar as questões que considere mais importantes, podendo se adaptar as necessidades de cada entrevistado. Porém, como esse tipo de coleta de dados depende do discernimento do entrevistador, existe o risco de questões importantes serem menosprezadas em detrimento de outras. Entrevista focalizada (semiestruturada) É livre como a entrevista informal, porém direcionada para um determinado tema pré-estabelecido. Quando o entrevistado se distancia do tema, o entrevistador deve fazê-lo retomar o foco. Entrevista por pautas (semiestruturada ou semidirigida) Estas entrevistas apresentam certo grau de estruturação, pois há uma relação de pontos de interesse, com perguntas abertas pré-estabelecidas ou um esquema pré-definido. As pautas devem ser ordenadas e guardar certa relação entre si. No decorrer da entrevista, o entrevistador pode investigar outros aspectos que considere relevantes, elaborando novas questões. O entrevistado poderá falar livremente sobre as pautas, e caso se distancie, o entrevistador deve intervir de forma sutil. Entrevista estruturada (fechada) Na entrevista estruturada, existe uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e formulação permanecem invariáveis para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número. Este tipo de entrevista é frequentemente utilizado como forma de coleta de dados quantitativa para pesquisas. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 20 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira (FGV-2014)A entrevista psicológica é um momento importante para o levantamento de dados em um processo de avaliação. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir. I. Na entrevista livre, não há roteiro prévio para a condução do processo de avaliação. II. A entrevista estruturada não é utilizada em uma avaliação clínica. III. Na entrevista semiestruturada, o entrevistador formula um roteiro básico e vai fazendo as perguntas de forma mais livre, procurando seguir o que entrevistado fala. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. Gabarito: c Sequência temporal da entrevista diagnóstica Segundo Golder (2000), a sequência temporal pode ser dividida em entrevista inicial, entrevistas subsequentes e devolutiva, as quais possuem características e objetivos distintos. Entrevista inicial A primeira entrevista tem, em geral, o objetivo de estabelecer um acordo entre o terapeuta e o paciente. O empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode ter influência decisiva na continuidade ou abandono do tratamento (Fiorini, 1987). Deve haver uma breve apresentação que vise eliminar falsas expectativas do entrevistado, explique os processos de avaliação e explicite os objetivos, além de definir bem o papel de todos os participantes. É necessário informar da confidencialidade das informações fornecidas, do sigilo profissional, e explorar a possibilidade de coletar informação de outras fontes (por exemplo, com a família). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 21 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Conforme Gilliéron (1996), a primeira entrevista deve permitir conhecer o modo de chegada do paciente à consulta, o tipo de relação que ele busca estabelecer com o terapeuta e as queixas iniciais verbalizadas pelo paciente. No final desta entrevista, devem ficar esclarecidos os horários, duração das sessões, honorários, forma de pagamento, condições para administrar instrumentos de testagem e para a consulta de terceiros. Entrevistas subsequentes Após a entrevista inicial, na qual os contratos já foram estabelecidos, nas entrevistas subsequentes são coletados os dados com relação a história do entrevistado, tais como suas fases de desenvolvimento, escolaridade e relações profissionais, familiares e sociais, além da possível aplicação de testes, conforme o objetivo do processo. Entrevista devolutiva Ao final do processo de entrevista, o entrevistador deve dar um feedback ao paciente. Este processo deve encerrar-se de acordo com o tempo previsto anteriormente. Cunha (1993), aponta alguns direcionamentos sobre a entrevista devolutiva: após a interpretação dos dados, o entrevistador deve comunicar o resultado do psicodiagnóstico e indicar a terapêutica mais adequada; a devolução deve iniciar pelos aspectos menos comprometidos do paciente, que mobilizam menos ansiedade, e por fim, deve-se evitar o uso de jargão técnico, e dar foco ao sintoma que é relatado na queixa principal. Deve ser feito também com o entrevistado um resumo da entrevista para garantir que a informação foi bem compreendida por ambos. Para Ocampo, Arzeno e Piccolo (1995), o processo devolutivo deve consistir em observar a resposta verbal do cliente ante a recepção da mensagem do entrevistador. Isso compõe uma modalidade de informação que permite sintetizar corretamente o caso e emitir o diagnóstico e o prognóstico com determinada segurança e concomitantemente oferece o planejamento acertado da orientação terapêutica, conforme for o caso. Em muitas situações, esse momento é integrado em uma mesma sessão, ao final da entrevista. Em outros casos, sobretudo quando as atividades de avaliação se desdobram por mais de uma www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 22 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira sessão, é conveniente destacar a entrevista de devolução do restante do processo. Outra finalidade da entrevista de devolução é consentir ao entrevistado exprimir seus pensamentos e sentimentos em relação às conclusões e recomendações do entrevistador. Ainda, permite avaliar a reação do entrevistado a elas. Segundo Tavares (2002), mesmo na fase devolutiva, a entrevista mantém seu aspecto avaliativo e tem-se a oportunidade de averiguar a atitude da pessoa em relação à avalia- ção e às recomendações, ao seu desejo de segui-las ou de recusá-las. Finalmente como objetivo da entrevista de devolução, destaca-se: A importância de ajudar o entrevistado a compreender as conclusões e recomendações e a remover distorções ou fantasias contraproducentes em relação a suas necessidades. A devolução pode ser simples, como, por exemplo, de que o motivo que o levou a procurar ajuda pode ser atendido em um processo terapêutico ou complexo, a ponto de requerer mais de uma sessão. (CESPE-2010) Na entrevista de devolução: a) a devolução conclui-se com a definição do sintoma que motivou a queixa inicial. b) o entrevistador explica o que é o psicodiagnóstico e indica a terapêutica mais adequada. c) o entrevistador não explica sobre a composição e sim sobre a condução do processo de avaliação. d) a devolução se inicia com os aspectos mais comprometidos do paciente. e) o uso de termos técnicos ajuda a explicar os sintomas percebidos durante a avaliação. Gabarito: b www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 23 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Cuidados na hora de entrevistar Segundo Eriksson (apud Scheeffer, 1977), existem algumas recomendações para o processo de entrevista psicológica: O entrevistador deve ter cuidado para não transformar a entrevista numa conversa social; O entrevistador não deve completar as frases do entrevistado, e evitar perguntas que tenham respostas do tipo sim/não. Não deve interromper também o fluxo de pensamentos do entrevistado; A atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências do entrevistado As pausas e silêncio podem ser embaraçosas para o entrevistador, porém, o entrevistado poderá estar revivendo experiências ou refletindo acerca da questão. Se a pausa for longa, o entrevistador pode retomar um tópico anterior; O tempo de entrevista deverá ser marcado, e o entrevistado comunicado sobre o tempo que dispõe; É necessário trocar o pronome pessoal ‘eu’ por expressões, mas vagas, como “parece-me que…” É necessário fazer uma síntese do que foi conversado ao final de cada entrevista; O entrevistador deverá atentar entendimento do entrevistado; para a adequação da linguagem ao Perceber a influência que exerce na resposta do entrevistado (através da entonação de voz que faz ao perguntar, por exemplo, ou mesmo expressões faciais de reação à resposta do entrevistado); Levar em consideração o contexto socioeconômico, idade, sexo e classe social para adequar as perguntas e compreender as respostas; Considerar a diferença entre o que as pessoas relatam e o que realmente fazem; Tomar cuidado com as especificidades de perguntas que se relacionem com atitudes, crenças e hábitos; Compreender que respostas anteriores afetam as respostas à perguntas seguintes; Que as pessoas podem ter dificuldade para emitir suas opiniões; Evitar termos técnicos e jargões profissionais; e, por fim começar com perguntas mais genéricas, deixando as específicas ou que provoquem maior mobilização emocional para o final. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 24 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira (FUNCAB-2015) Em relação à entrevista psicológica, sabe-se que a execução da técnica é influenciada pelas habilidades interpessoais do entrevistador. Para levar uma entrevista a termo de modo adequado, o entrevistador deve ser capaz de: A) expressar seus motivos para realizar a entrevista, expondo as habilidades que o levaram a desempenhar essa função. realizar intervenções vagas ou incompletas para não influenciar o entrevistado. C) não confrontar esquivas e contradições. D) confrontar e polemizar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista. E) ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho. Gabarito: e Normas Práticas segundo Oliveira (2005) No início da entrevista, esclarecer cuidadosamente a finalidade e objetivos desta; Não exigir do entrevistado, no início, uma exposição ordenada e sistemática dos fatos porque, de momento, não estará capacitado para fazê-lo; Deixá-lo falar sem interrupção enquanto o fizer espontaneamente e, quando calar, estimulá-lo com alguma pergunta concreta e breve; Não se centrar excessivamente no roteiro preparado de antemão. Criado o rapport, é bem mais eficaz desenvolver, num clima de comunicação, uma conversa, a mais informal possível. Nesta, se o entrevistador é experiente e maduro, afluirão de forma espontânea a maior parte dos dados que deseja obter. Depois será preciso, apenas, completar brevemente alguns detalhes mediante perguntas concretas e concisas; Apegar-se demais a um roteiro preestabelecido, além de denotar insegurança por parte do entrevistador, pode transformar a entrevista em um interrogatório ou inquérito, prejudicando a autenticidade das respostas; www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 25 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Utilizar-se de um léxico, linguagem ou terminologia similar às usadas pelo entrevistado, permitindo, assim, uma correcta aproximação do seu mundo de vivências; No decorrer da entrevista fazer um breve resumo do que foi falado, com uma dupla finalidade: Para que o entrevistado perceba que é escutado com atenção; E para que possa complementar ou modificar seu relato, ou para que possa esclarecer alguns pontos mal compreendidos ou não corretamente assimilados pelo entrevistador. Desvantagens da entrevista A entrevista depende diretamente da capacidade de comunicação das pessoas, e de verbalizar suas ideias. Assim, a ausência ou demasia de motivação do entrevistado podem afetar a fidedignidade dos resultados, além de algumas respostas poderem ser falseadas, quer seja consciente ou inconscientemente. Estas podem também reter dados, por receio da violação do anonimato. O entrevistador está sempre sujeito a causar inferência nas respostas das pessoas, suas opiniões têm influência sobre a interpretação dos dados, tornando a análise de conteúdo delicada, devido à suas noções pré-concebidas, perspectivas e visão de mundo. Anamnese A Anamnese é uma recuperação da memória, o processamento de informações preestabelecidas que são informadas pelo paciente, um resumo de todo um histórico de seu processo saúde-doença. Não é uma história qualquer, a anamnese, juntamente com a entrevista, precisa ter um foco para a investigação ser bem-sucedida e as informações adquiridas serem bem aproveitadas. Dependendo da área em que o psicólogo trabalhe, alguns aspectos de anamnese são mais importantes que outros, cabe ao psicólogo ter uma negligência seletiva para separar o que é fundamental do que pode ser negligenciado em sua investigação. Diferente da entrevista, que busca informações que o paciente não está ciente (dentre outras), na anamnese o paciente é o moderador, pois, supõe-se de que ele conheça sua própria história e que é capaz de fornecer informações sobre ela. Porém, a anamnese pode ser feita dentro do processo de entrevista. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 26 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira (FCC-2007) Segundo Jurema Alcides Cunha, a história pessoal (ou anamnese) pressupõe: a) um levantamento da sintomatologia e das condições de vida do paciente. b) a história clínica, ou seja, a história da doença atual. c) a caracterização da emergência de sintomas ou de mudanças comportamentais, numa determinada época e a sua evolução até o momento atual. d) uma reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significação. e) a entrevista com diversos familiares, para uma compreensão da dinâmica individual do paciente. Gabarito: d Antes de obter qualquer informação, é necessário estabelecer uma boa relação com o cliente, mostrar interesse pelo que ele tem para contar é de fundamental importância para que a conversa flua naturalmente, em alguns casos se deter ao roteiro pode passar uma impressão de desinteresse pelo que o cliente tem a dizer, e isto pode resultar em respostas vazias por parte do cliente. Algumas palavras e expressões são perigosas para se usar em uma anamnese, evitem o uso de expressões e entonações que sugerem julgamento à fala do cliente, como também frases que cobram justificativas de alguns comportamentos do sujeito. A entrevista está na base de todas as psicoterapias que associam a palavra ao dispositivo terapêutico. O quadro e os elementos técnicos não parecem modificarse muito, mas há um certo número de elementos que, no entanto, variam de uma técnica terapêutica para outra, como: A posição das cadeiras (face a face, lado a lado); A posição do paciente (sentado ou deitado); O número e a duração das sessões; A duração da psicoterapia; A atitude do clínico (não diretiva, semidiretiva ou diretiva). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 27 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira RESUMINDO... Técnicas – Procedimentos para investigação-descrever e avaliar, levantando informações para se alcançar objetivos; Acontece dentro dos domínios da Psicologia Clínica; É parte de um processo, e pode ser utilizado como único instrumento; Dirigida. Cabe ao entrevistador Estabelecer uma relação profissional; Conduzir o processo; Dominar a técnica; Zelar pelo bem-estar do paciente; Reconhecer a necessidade de treinamento especializado; Fornecer informações. O resultado depende: habilidade do entrevistador; do domínio da técnica; da qualidade da formação clínica; da sensibilidade do avaliador; delimitação de tempo; contrato terapêutico. Tipos de entrevista: Estruturada – utilizada em pesquisas; Semiestruturada – caminho traçado; Livre estruturação - metas, papéis e objetivos; Entrevista de triagem – avaliar e encaminhar; Anamnese – levantar, de forma detalhada, a história do paciente. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 28 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira Entrevista diagnóstica – descrever, avaliar, relacionar e inferir, visando a modificação de uma condição. Prioriza aspectos sindrômicos e psicodinâmicos; Entrevistas sistêmicas – Focaliza a avaliação da estrutura ou da história relacional ou familiar; Entrevista de devolução – Comunicação de resultados, momento de expressão do paciente. Objetivos finais Reconhecer a demanda Perceber a natureza do problema Formular alternativas e encaminhamentos Objetivos instrumentais: Varia de acordo com a modalidade de entrevista Competências do avaliador Estar presente e disponível; Propiciar espaço para estabelecimento de um bom vínculo, uma boa aliança de trabalho; Facilitar a expressão do paciente; Buscar esclarecimentos e confrontar situações; Tolerar a ansiedade; Reconhecer defesas; Compreender a contratransferência sem atuar; Assumir iniciativas; Dominar a técnica utilizada. FORÇA, FÉ E FOCO NA VITÓRIA! www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 29 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 2. QUESTÕES GABARITADAS 1. (IBFC-2013) Na avaliação psicológica, a entrevista tem o objetivo de fazer a anamnese do sujeito que será avaliado. Segundo Jurema Cunha, “a entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos”. Com base nesta afirmação julgue as alternativas abaixo: I.Durante a anamnese somente aspectos que envolvem a queixa, que gerou o pedido de avaliação, devem ser explorados. II.A anamnese tem por objetivo obter dados e informações que possam correlacionar as queixas com os dados do processo avaliativo. III.A anamnese só é válida se for feita com o paciente que será avaliado. IV.Aanamnese fornece elementos para a previsão prognóstica. V. Aanamnese direciona a avaliação, pois a partir das queixas e história do paciente é que serão escolhidos os demais instrumentos utilizados. Estão corretas as afirmações: a) I, II e III apenas. b) II, III e V apenas. c) II, IV e V apenas. d) I, IV e V apenas. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 30 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 2. (IADES-2013) Tendo por base os objetivos das entrevistas, em saúde mental, julgue os itens a seguir. I - A entrevista diagnóstica visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente. II - A entrevista de desligamento visa indicar um tratamento ao paciente, que não será conduzido pelo analista que o entrevistou. III - A entrevista de pesquisa visa investigar temas diversos de interesse da investigação clínica e que é realizada com o consentimento documentado do paciente. IV - A entrevista de encaminhamento tem por objetivo colocar em prática estratégias de intervenção psicológica. A quantidade de itens certos é igual a a) 0. b) 1. c) 2 d) 3. e) 4. 3. (IADES-2014) A entrevista psicológica é um recurso técnico utilizado nas diversas áreas do campo profissional e que ganha destaque no contexto hospitalar. É uma das principais técnicas utilizadas pela sua importância investigativa e recebe novas configurações e adaptações, considerando as contingências do ambiente institucional e as particularidades da população usuária. Quanto à entrevista psicológica utilizada no espaço hospitalar, assinale a alternativa correta. a)Na maioria das vezes, a entrevista psicológica é realizada ao lado do leito do paciente, em um ambiente pouco privativo e compartilhado por demais integrantes da equipe de saúde e (ou) por familiar e acompanhante do paciente. b)Apesar de importante, não permite conhecer a relação que a pessoa faz com sua doença e o significado que atribui à internação. c)Permite a aproximação, a investigação e a intervenção para com o paciente de forma imprecisa, o que dificulta compreender e auxiliar na minimização do sofrimento e no enfrentamento da situação em que se encontra. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 31 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira d)Os dados colhidos na entrevista psicológica não ajudam a complementar o diagnóstico médico, pois permitem apenas a exploração do contexto vivencial do sujeito, de cunho muito subjetivo, que não contribui para o esclarecimento da doença. e)Os dados colhidos na entrevista, a partir dos relatos dos pacientes, não ajudam a revelar informações sobre o estilo de vida e os comportamentos que comprometeram ou colaboraram com o desencadeamento, o desenvolvimento ou a evolução da doença. 4. (TJ-PR-2013) Uma importante técnica, utilizada nos diferentes contextos da psicologia, é a Entrevista Psicológica. José Bleger, por exemplo, postula uma série de considerações sobre o tema. Quanto à entrevista psicológica, considere as seguintes afirmativas: 1.A entrevista psicológica pode se dar de modo aberto ou fechado. 2.O termo entrevista diz respeito a “entre” e “vista”, que se refere ao próprio objetivo da técnica, que prima pela relação estabelecida entre os dois participantes do processo. 3.A observação assistida do entrevistador é uma das principais estratégias para a coleta e a organização de informações para a avaliação da situação psíquica do entrevistado. 4.As entrevistas psicológicas devem levar em consideração quem é o beneficiado dela – o próprio sujeito, uma pesquisa ou uma instituição, por exemplo. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. d) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 32 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 5. (UFPR-2010) A realização de entrevista clínica é considerada uma das principais competências do psicólogo, independentemente de sua abordagem teórica. Sobre o procedimento de entrevista clínica, é correto afirmar: a) A entrevista clínica define-se pelo seu caráter aberto, em que o cliente conduz os conteúdos tratados. b) Existem diferentes fases da entrevista, e os autores concordam com a existência de uma fase de introdução, uma de exploração, uma de teste de hipótese e, finalmente, uma fase de feedback (devolução da informação). c) A entrevista clínica deve restringir-se a 50 minutos, para que o enquadre seja mantido. d) O silêncio deve ser evitado durante as primeiras entrevistas, uma vez que ele é indicador da resistência do cliente à intervenção. e) A técnica de paráfrase, uma das mais importantes técnicas de intervenção, caracteriza-se por apontar discrepâncias entre o que é observado e o que é falado. 6. (FCC-2010) Segundo Marcelo Tavares, a entrevista de triagem tem por objetivo principal: a) avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento. b) fazer o levantamento detalhado da história de desenvolvimento da pessoa, sobretudo na infância. c) priorizar aspectos sindrômicos ou psicodinâmicos. d) focalizar a avaliação da estrutura ou da história familiar. e) comunicar ao sujeito o resultado da avaliação. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 33 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 7. (IDECAN-2014) Segundo Cunha (2000), “a entrevista clínica em psicologia é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos, em um processo que visa fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas”. Considerando a definição anterior, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A necessidade de ensinar a realizar uma entrevista clínica coloca, portanto, desafios para quem deseja transmitir esses conhecimentos e habilidades. ( ) As entrevistas semiestruturadas recebem esse nome porque o entrevistador tem clareza de seus objetivos, do tipo de informação necessária para atingi-los, de como essa informação deve ser obtida, quando ou em que sequência, em que condições deve ser investigada e como deve ser considerada. ( ) A finalidade maior de uma entrevista é sempre a de descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno. Este objetivo é direcionado somente à entrevista semiestruturada. ( ) Na entrevista psicodinâmica, é importante a investigação do desenvolvimento psicossexual, considerando que cada modalidade de entrevista define seus objetivos instrumentais e estes delimitam o alcance e as limitações da técnica. ( ) Estratégias diferentes de avaliação podem ser utilizadas para atingir os objetivos de cada situação ou combinadas para atingir objetivos diversos. A sequência está correta em a) V, V, F, V, V. b) F, F, V, F, F. c) V, F, F, V, F. d) F, V, V, F, V. e) V, V, F, F, V. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 34 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 8. (IDECAN-2010) Sobre a entrevista psicológica como campo, um dos aspectos a se considerar é: a) A relação interpessoal, na qual se inclui a interação entre os participantes. b) A suposição de que o paciente conhece sua vida e está capacitado para fornecer dados sobre a mesma. c) A simulação como fator de grande valor informativo. d) Os dados, que devem ser avaliados como certo e errado. e) A ausência total de objetividade, devido a ausência do sujeito observador como variável. 9. (IDECAN-2010) “Na relação que se estabelece na entrevista deve-se contar com dois fenômenos altamente significativos.” Assinale-os: a) A inversão de papéis e o conflito diagnóstico. b) A anamnese e a consulta. c) A concordância e a divergência. d) A transferência e a contratransferência. e) A investigação e o histórico. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 35 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 10. (NC-UFPR-2010) A realização de entrevista clínica é considerada uma das principais competências do psicólogo, independentemente de sua abordagem teórica. Sobre o procedimento de entrevista clínica, é correto afirmar: a) A entrevista clínica define-se pelo seu caráter aberto, em que o cliente conduz os conteúdos tratados. b) Existem diferentes fases da entrevista, e os autores concordam com a existência de uma fase de introdução, uma de exploração, uma de teste de hipótese e, finalmente, uma fase de feedback (devolução da informação). c) A entrevista clínica deve restringir-se a 50 minutos, para que o enquadre seja mantido. d) O silêncio deve ser evitado durante as primeiras entrevistas, uma vez que ele é indicador da resistência do cliente à intervenção. e) A técnica de paráfrase, uma das mais importantes técnicas de intervenção, caracteriza-se por apontar discrepâncias entre o que é observado e o que é falado. 11. (FCC-2012) NÃO é objetivo de uma entrevista inicial psicodiagnóstica: a) Comunicar verbal, discriminada e dosificadamente ao paciente, a seus pais e ao grupo familiar, os resultados obtidos e observar a resposta verbal e pré- verbal do paciente e de seus pais ante a recepção da mensagem do psicólogo. b) Perceber a primeira impressão que o entrevistado desperta no psicólogo e verificar se ela se mantém ao longo de toda a entrevista ou muda, e em que sentido. c) Considerar o que o paciente verbaliza: o que, como e quando verbaliza e com que ritmo. d) Estabelecer o grau de coerência ou discrepância entre tudo o que foi verbalizado e tudo o que o psicólogo captou por meio de sua linguagem não verbal (roupas, gestos, por exemplo). e) Estabelecer um bom rapport com o paciente para reduzir ao mínimo a possibilidade de bloqueios ou paralizações e criar um clima preparatório favorável à aplicação de testes. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 36 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 12. (FCC-2012) As entrevistas clínicas semiestruturadas a) são constituídas por questões. b) não seguem nenhum formato sistemático. c) raramente baseiam-se em questionário d) são compostas por temas elaborados juntamente com o entrevistado. e) são compostas por reflexões lineares somente. Gabarito a 13. (AOCP-2015) Assinale a alternativa correta em relação à Entrevista Psicológica, instrumento fundamental de trabalho para o psicólogo. (A) Pode-se classificar a Entrevista quanto alguns dos seguintes objetivos: Diagnóstica; Psicoterápica e de Seleção. (B) A Entrevista Psicológica segue o padrão não estruturado, visando a livre demanda. (C) A primeira impressão recebida do cliente serve para interpretar os dados que ele nos oferece posteriormente (por exemplo, forma de vestir). (D) A Entrevista Psicológica não acontece na abordagem psicanalítica por ser mais objetiva, não proporcionado insihgts. (E) Não é um instrumento de uso exclusivo do psicólogo, podendo ser aplicada por profissionais de diversas áreas. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 37 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 14. (AOCP-2015) Sobre a entrevista psicológica no contexto hospitalar, é correto afirmar que: (A) o prontuário médico é o meio de acesso ao paciente, dispensando a entrevista. (B) só a família do paciente é entrevistada em função do adoecimento do paciente. (C) não importa a técnica de entrevista utilizada no contexto hospitalar. (D) não importa a técnica da entrevista no contexto hospitalar, desde que o psicólogo comunique ao paciente – por questões éticas – que a mesma tem como fim o parecer psicológico. (E) no contexto hospitalar a técnica de entrevista focal é mais utilizada, marcando início da relação com o paciente, levando-se em conta o momento atual da doença e as condições da hospitalização para realizá-la. Cabe ao psicólogo comunicar ao paciente que os dados da entrevista poderão constar no parecer clínico que ele elabora no seu trabalho hospitalar. 15. (AOCP- 2014) Com relação à Entrevista Psicológica, assinale a alternativa correta. (A) Sua única finalidade é de investigação. (B) Não se faz necessário preparar a entrevista, pois ela deve ocorrer de forma livre. (C) É um instrumento que pode ser utilizado em vários contextos como hospital e escola. (D) A verdadeira Entrevista Psicológica só pode ser do tipo não estruturada. (E) A Entrevista Psicológica só acontece na Psicanálise. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 38 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 16. (AOCP–2010) A respeito da entrevista clínica, assinale a alternativa INCORRETA. (A) Descrever e avaliar são os objetivos primordiais da entrevista, o que pressupõe o levantamento de informações a partir das quais se torna possível relacionar eventos e experiências, fazer inferências e estabelecer conclusões. (B) A entrevista clínica não é uma técnica única. (C) As entrevistas podem ser divididas em estruturadas, semi-estruturadas e de livre estruturação. (D) As entrevistas estruturadas privilegiam a objetividade e as perguntas são sempre abertas sem buscar respostas específicas à questões específicas. (E) As entrevistas estruturadas são de pouca utilidade clínica 17. (IADES-2012) alternativa correta Com relação às entrevistas psicológicas, assinale a (A) A entrevista semi-estruturada exige a padronização de procedimentos e registro de dados. (B) Por não serem diretivas, as entrevistas estruturadas facilitam a intervenção terapêutica num contexto de hospital. (C) Os questionários superam em contribuição as entrevistas livres, devido a riqueza de informações. (D) Na entrevista semi-estruturada o entrevistador não tem clareza de seus objetivos, o que permite uma investigação mais abrangente do paciente em seu contexto hospitalar. E) o que determina as diferentes classificações da entrevista, é a finalidade pela qual ela é realizada. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 39 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 18. (IBFC-2011) Segundo José Bleger (Temas de Psicologia. Entrevista e Grupos), poder-se-ia afirmar que: a) Entrevista, consulta e anamnese são sinônimos. b) a entrevista tem como objetivo obter dados completos da vida total de uma pessoa. c) É necessário o entrevistador ser flexível com o enquadramento da entrevista a fim de captar toda a riqueza de seu entrevistado. d) O entrevistador é um observador participante, que de certa maneira, condiciona os fenômenos que ele mesmo vai registrar. 19. (IADES-2014) Considerando aspectos relacionados à prática clínica do psicólogo, incluindo as modalidades de documentos decorrentes de avaliações psicológicas, assinale a alternativa correta. a) Uma entrevista, na prática, antes de poder ser considerada uma técnica, deve ser vista como um contato social entre duas ou mais pessoas. b) A declaração é um documento que visa informar a ocorrência de fatos ou situações subjetivas relacionadas ao atendimento psicológico. c) O relatório deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, não necessariamente à luz de um instrumental técnico. d) Diferentemente do relatório, a finalidade do laudo deve ser a de apresentar os procedimentos e as conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica. e) Na exposição de motivos em um parecer, deve-se apresentar a questão em tese, sendo necessária a descrição detalhada dos procedimentos, como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 40 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 3. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C C A D B A A A D B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 A A A E C D E D A www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 41 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira 4. REFERÊNCIAS BLEGER, J. (1998). Temas de psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes. CUNHA, J. A. (2002). Psicodiagnóstico - V (5ª ed. rev. e ampl.). Porto Alegre, RS: Artmed. CORDIOLI, A. V. (1993). Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre, RS: Artmed. OCAMPO, M. L. S., Arzeno, M. E. G., & Piccolo, E. G. (1995). O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes TAVARES, M. (2002). A entrevista clínica. In: J. A. Cunha, Psicodiagnóstico - V (5ª ed., rev. e ampl.). Porto Alegre, RS: Artmed. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 42 Nome do Curso EBSERH-Psicologia Hospitalar Prof.Eliete Portugal/Lícia Madureira www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Eliete Portugal/Lícia Madureira 43