Concepções sobre o Tema Saúde no Ensino Fundamental 1

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Concepções sobre o Tema Saúde no Ensino Fundamental
Kátia da Silva Oliveira (IC) e Káthia M. Honório (PQ)
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), USP.
1.Objetivos
O principal objetivo deste trabalho é verificar
os conhecimentos de alunos do ensino
fundamental de duas escolas públicas sobre o
tema saúde, sendo considerado um assunto de
grande importância para o desenvolvimento
crítico do aluno, como proposto pelo ensino de
Ciências. O ensino de Ciências tem como um
de seus objetivos formar cidadãos críticos à
realidade, a fim de torná-los capazes de
promover a modificação da mesma [1]. Os
programas de saúde escolar, além do objetivo
citado anteriormente, propõem trazer aos
alunos conceitos que possam permitir escolhas
e ações conscientes relacionadas à saúde
pessoal e coletiva [2]. Além disso, o ensino e a
aprendizagem, de modo geral, são caminhos
que podem auxiliar a entender os problemas do
dia-a-dia e trazer melhorias na qualidade de
vida.
2. Materiais e Métodos
Com o intuito de verificar os conhecimentos
prévios dos alunos sobre o tema saúde, mais
especificamente o estudo sobre o câncer, foi
aplicado um questionário. As questões foram
aplicadas em duas escolas públicas de São
Paulo (zona leste), para alunos de sétima e
oitava
séries
do
ensino
fundamental,
totalizando 80 alunos. As perguntas foram
abertas a fim de levantar conhecimentos
prévios dos alunos sobre o tema câncer
(causa, desenvolvimento e prevenção), a fonte
de informações e outras doenças que já
haviam estudado na escola.
3. Resultados e Discussão
As principais doenças citadas pelos alunos
foram: tuberculose, AIDS, hepatite, dengue,
câncer de mama e no sangue, lepra,
hipertensão, doenças nos ossos, no coração e
na visão, caxumba. 68,7% dos alunos, quando
questionados sobre quais doenças aprendem
na escola, citam as doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), em especial a AIDS.
Embora 32,5% dos alunos citem o câncer, os
conceitos são bastante equivocados. Todos os
alunos que citam o câncer associaram sua
prevenção a hábitos mais saudáveis de vida,
como não ter vícios, não tomar sol e realizar
exames periodicamente. Porém, não o
associam ao fator genético nem a multiplicação
excessiva de células. As informações sobre
esta doença são obtidas da mídia, a partir de
outras pessoas e nas aulas de Ciências, ou
seja, os alunos citam o câncer como doença
estudada na escola, mas não sabem explicá-la.
4. Conclusões
Quando se fala em doenças, é importante
que não se detenha somente na prevenção,
mas explicar também como a doença ocorre no
organismo. A partir dessa premissa, o
professor pode explorar conceitos de química e
biologia envolvidos no desenvolvimento de
doenças. Explorando o tema câncer, por
exemplo, pode-se englobar assuntos como
células, mitose, corpo humano, alimentação,
substâncias
químicas
utilizadas
como
medicamentos, conceito sobre proteínas,
dentre outros. As DSTs são de fundamental
importância; são as doenças mais tratadas nos
livros didáticos e mais conhecidas pelos
alunos. Porém, são ensinadas quase que
somente pelo viés da prevenção [2]. Hoje fazse necessário que outras doenças sejam
assuntos das aulas de Ciências, tais como
câncer, diabetes, hipertensão, dentre outras.
Estas doenças são alvos de muitos estudos e
se constituem em um problema de saúde
pública, pois o número de pessoas que
apresentam determinadas doenças é bastante
elevado. Por meio do ensino de diversos tipos
de doenças, além de cumprir com o objetivo de
formar cidadãos críticos e conscientes, também
podemos promover a saúde em sala de aula.
5. Referências Bibliográficas
[1] I. Alarcão. Professores Reflexivos em uma
escola Reflexiva. Editora Cortez, São Paulo,
2003.
[2] A. Mohr. A Saúde na Escola: Análise de
Livros Didáticos de 1ª a 4ª Séries. Instituto de
Estudos Avançados em Educação (IESAE), Rio
de Janeiro, 1994.
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