II - Origem dos Elementos Químicos e Origem do Universo O que compõe a terra? l l l Formação dos elementos químicos Singularidade deu origem a uma explosão conhecida por “Big Bang”- 13 bilhões anos Núcleo de densidade infinita Óvulo primordial “Big-bang” Toda a matéria do universo esteve uma vez concentrada em um núcleo primordial de densidade imensa e elevadas temperaturas T 1032 K d= 1096 g.cm-3 Big-bang Explodiu e distribuiu radiação e matéria uniformemente no espaço Universo em expansão Como sabemos que o Universo não é estático? Universo em Expansão Galáxias muito mais vermelhas do que deveriam ser! Edwin Hubble Por quê? Propagação de ondas fRec. = fEmis. Emissor em repouso fRec. = fEmis. Efeito Doppler-Fizeau 0 1 2 Som mais grave 3 1 fR < fE Luz mais avermelhada Som mais agudo 0 Desloc. 3 2 4 fR > fE Luz mais azulada Exemplo da sirene Notas: Finito no espaço e no tempo, mas será que o Universo já nasceu como o vemos hoje, ou ele evoluiu no tempo? Observações indicam que espectros de galáxias muito distantes estão deslocados para o vermelho. Vamos ver o que isso significa começando por entender o que é o efeito Dopler-Fizeau. Suponha que uma fonte sonora esteja emitindo um som com certa freqüência. Observadores em repouso com relação à fonte ouvirão exatamente a mesma freqüência. No entanto, se a fonte se aproximar do ouvinte o som será mais agudo, ou seja, houve um deslocamento para freqüências maiores; para aqueles em que a fonte se afasta o som será mais grave, ou seja, um deslocamento para freqüências menores. Parados num acostamento de estrada observamos facilmente esse efeito no ronco dos carros que passam por nós: quando se aproximam o ronco é agudo e quando se afastam o ronco é grave. Esse efeito é característico de uma onda, seja ela sonora ou luminosa, de forma que acontece também com a luz. Assim, se a fonte luminosa e o observador se aproximam a freqüência da luz é deslocada para o azul (luz de mais alta freqüência) enquanto se o observador e a fonte se afastam a luz se desloca para o vermelho (luz de menor freqüência). Universo em expansão O Universo, portanto, não é estático, e sim está evoluindo na forma de uma expansão, que supostamente deve ter se originado num instante do passado. Hoje medidas levam à estimativa de que o Universo surgiu cerca de 13 bilhões de anos atrás Radiação de fundo: Indícios de uma explosão! Atual 13,6 cm A teoria do estado estacionário foi derrubada quando se detectou a radiação de fundo originária da grande explosão que teria acontecido no início da formação ou criação do Universo. Que tenha havido tal explosão parece natural se pensarmos que estando o Universo (coleção de tudo que existe e não apenas do observável) em expansão um dia no passado ele foi muito pequeno. Tudo teria, então, surgido de um Universo óvulo, que por razões desconhecidas (que podemos chamar de instabilidade primordial) explodiu e os pedaços - galáxias e tudo mais - continuam viajando pelo espaço até hoje (na verdade esses pedaços definem o que chamamos de espaço; sem esses pedaços não haveria evento nenhum, portanto, nem espaço nem tempo). Essa é a teoria do big bang, traduzindo, grande explosão. Escala de tempo cósmico l 10-43 seg – Tempo de Planck l 10-6 seg – Era Hadrônica l 1 seg – Era Leptônica l 1 min – Era da Radiação l 10000 anos – Era da Matéria Criação das partículas Aniquilação de pares prótons e antiprótons Aniquilação elétronspósitrons Nucleossíntese do He e D A matéria torna-se predominante no universo Muito tempo depois l l l l l Era do desacoplamento Formação dos planetas Hadeano Arqueozóico Homo Sapiens 300.000 anos depois univ. transparente 15.400.000.000 anos depois aglutinação de mat. 16.100.000.000 anos primeiras formas de vida, rochas mais antigas da terra 20.000.000.000 anos Existimos há somente 2.000.000 de anos.... t=0 T 1032 K d= 1096 gcm-3 t=1s 1010 T E o universo estaria cheio de partículas elementares K t= 10-500s Nucleogênese Criação dos núcleos e dos elementos p+n D He Origem do elementos leves Formação de Deutério Formação de Trício Formação de isótopos de He A NUCLEOSSÍNTESE PRIMORDIAL As principais reações nucleares que ocorrem nesta fase : Abundância dos elementos pode ser obtida: No sol e estrelas 1. Nas nebulosas 2. No meio interestelar 3. Particulas /radiaçao 4. 5. Terra, satélites e outros planetas e asteroides Métodos espectroscópicos Análise diretamente de amostras Raias de emissão De Glen Westbroek Utah University Raias do H De Glen Westbroek Utah University De Glen Westbroek Utah University Abundância dos elementos no Universo 1. Abundância diminui exponencialmente com A (A~100; Z~42) Depois é mais linear 2. Existe um pico em Z= 23-28 (V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni) onde o Fe é 1000 vezes mais abundante que a tendência geral 3. D; Li, Be e B sao raros comparados com H, He, C e N 4. Entre os núcleos mais leves (até Sc Z=21) aquele que têm número de massa divisível por 4 são mais abundantes que seus vizinhos: 16O; 20Ne; 24Mg; 28Si; 32S; 36Ar; 40Ca 5. Átomos com A ímpares são mais abundantes que A pares: 11B e 10B ; 7Li e 6Li. 6. Átomos de elementos pesados tendem a ser ricos em nêutrons. Nuclídeos pesados ricos em prótons são raros 7. Alguns máximos em abundância ocorre com pico duplo A= 80 e 90; A= 130 / 138 e A= 196 /208 Vemos que os elementos mais abundantes são H e He, seguidos pelo C (Z=6), N (Z=7), O (Z=8), Ne (Z=10), Mg (Z=12), Si (Z=14) e S (Z=16). Para valores maiores de Z as abundâncias decrescem, com exceção do 56Fe. Este elemento tem a maior energia de ligação por núcleon e, como veremos, tende a se acumular como um resto das reações nucleares que ocorrem no interior das estrelas. Podemos notar também o aspecto “serrilhado” da figura, devido ao fato de que os elementos com Z ímpar têm menor energia de ligação que os de Z par. A origem dos elementos mais pesados Reações Nucleares nos vários tipos de estrelas e região interestelar 1) Processos Exotérmicos (no interior das estrelas) - Queima de Hidrogênio - Queima de He e C Processo α - Processo –e (equilíbrio) 2) Processos de captura de nêutrons (supernovas) - Processo s - Processo r 3) Mistura de Processos (região interestelar) - de captura de prótons Processo x - A NUCLEOSSÍNTESE ESTELAR A maior parte dos elementos químicos que podemos observar é originada em processos que ocorrem no interior das estrelas, ou seja, processos de nucleossíntese estelar, em que a transformação de um elemento em outro é um subproduto da geração de energia nas estrelas. Formação de estrelas H, He Condensação de nuvens de H e de He Compressão = elevando a temperatura e densidade e dando origem a fusão nuclear QUEIMA DE H QUEIMA DE He E ELEMENTOS PESADOS Fusão nuclear Acompanhada de liberação de grande quantidade de energia Emissão de partículas QUEIMA DE H 1,44 MeV 107K; 200 g cm-3 5,49 MeV 12,86 MeV QUEIMA DE Hidrogênio QUEIMA DE He 108K; 105 g cm-3 7,15 MeV 4,75 MeV 9,31 MeV Carbono e Oxigênio QUEIMA DE C; O 5x108 K; 104 g cm-3 Alguns destes elementos podem também ser formados na queima de C e O, como nas reações 12C 12C + 12C + 12C 23Na 20Ne + 1H + 4He Regenerando Hidrogênio e Hélio De modo geral, as reações nucleares são eficientes na fusão de elementos até o 56Fe, isto é, incluem também 44Sc, 48Ti, 52Cr e 56Fe. Os elementos do “grupo do ferro” são aqueles mais fortemente ligados, de modo que, acima deste elemento, as reações deixam de ser exotérmicas Quanto maior a energia de ligaçao, maior a estabilidade de um nucleo Estabilidade dos núcleos l l l Defeito de massa: Relação de Einstein e=mc2 Processo α 109 K Reações endotérmicas Raios γ são energéticos o suficiente para promover tais reações -4.75 MeV 20Ne +γ 16O + 4He 9.31 MeV 20Ne + 4He 24Mg + γ 2 20Ne 24Mg 16O +γ + 4.56 MeV Processo α Termina no 40Ca 44Ti* 40Ca + 4He 44Ti* +e 44Sc* +e + ν+ +γ 44Sc* + ν+ 44Ca + β+ T1/2 : 49 anos T1/2 : 3,93 horas Colapso de estrelas Explosões de estrelas : supernovas Fusão de muitas partículas formando elementos mais pesados Ex: 22Ti a 29Cu PROCESSO-S E PROCESSO-R Captura de nêutrons com emissão de raios γ Slow (processo s) Responsável pelos elementos A= 63-209 E ainda pela maioria de processo não α A= 23-46 Fontes de nêutrons estelares Ocorrem com uma seção de choque de captura adequada: Favorecem os elementos A= 90, 138 e 208 89 90 Zr, 138 Ba, 140 Ce, 208 Pb, 209 Bi Y; 39 40 56 58 82 83 Abundantes em relação aos demais Rapid (processo r) 0,01 a 10 s 10 a 100 s 200 nêutrons podem ser adicionados a 56Fe Quando muito grande ocorre instabilidade acompanhado de emissão de 8-10 βFavorecem os elementos A= 80, 130 e 194 Diferença de 8 a 10 no processo s Elementos pesados formados nas explosões das supernovas O "processo-r", onde o "r" significa rápido. Trata-se de um tipo de captura de nêutrons que só pode ocorrer em condições super-especiais, nos momentos finais da vida da estrela, se ela tiver uma massa bem superior à massa do Sol. Depois que todos os processos descritos acima, inclusive o lento, se esgotam, a estrela não tem mais como segurar o tremendo arrocho da gravidade. A massa toda se contrai rapidamente e a densidade no miolo da estrela cresce tanto que os elétrons são engulidos pelos prótons, produzindo nêutrons e neutrinos, muitos neutrinos. A estrela vira uma enorme bola de nêutrons com densidade semelhante à densidade no interior de um núcleo atômico. Nesse ponto, a estrela explode espetacularmente como uma supernova. Processo x Baixa abundância: Li, Be, B Na verdade é surpreendente a existência uma vez que são consumidos nas reações envolvendo queima de H Processo segue da fragmentação de elementos mais pesados originando mais leves Ocorre em região interestelar com o bombardeamento de partículas atômicas com raios cósmicos Predominantemente há presença de H e He 6Li, 7Li, 9Be, 10B, 11B H ao U Abundância relativa dos elementos Composição da terra Formação da terra • Singularidade “Big Bang” 12 b. Anos • Fenômeno de coalescência – Formação de estrelas e galáxias – 5 b. Anos: explosão de uma estrela – Form. Cinturão de asteróides;planetóides (há separação dos elementos por densidade) – Fenômeno de acumulação colisional (duração de 100 MA criou planetas (terra ~4,6 b. anos) Formação do Universo e formação da Terra Big-Bang Formação da Terra 13 bilhões de anos Terra Atual 4,6 bi Cosmogonia Cosmologia Datação • Como sabemos a idade da terra? – Datação por radio-isótopos – 40K a 40Ar e 238U a 206Pb • Um planeta sem oxigênio... – Atmosfera primordial anóxica – Grandes massas de Fe em fusão-Pirofórico – Aprisionamento de O – Metano, Amônia, H2O, e CO2 Como se deu a estratificação do planeta? • O calor gerado pelo choque de corpos celestes com a massa protoplanetária e as reações nucleares nesta massa elevou a temperatura a níveis altíssimos Diferenciação da terra • A temperatura foi alta o suficiente para fundir o Ni e o Fe contidos na massa • Esta formou glóbulos mais densos e líquidos que afundaram no interior da massa protoplanetária. • Este fenômeno recebeu o nome de CATÁSTROFE DO FERRO. • ~4 bilhões de anos atrás durou 300 MA (Hadeano) Temos agora uma magnetosfera!! Elementos mais leves Estão na litosfera Estrutura da Terra Investigando a estrutura do planeta l l Ondas P de compressão (mola) Ondas S de cisalhamento (corda) A formação dos oceanos e continentes • Durante 600 MA a superfície era quente demais para ter água líquida. • Resfriamento, vulcões e corpos celestes trazem mais água. • Condensação de água • Formação de oceano e continente. Continentes são como jangadas... Uma estrutura dinâmica l l l l 3000 oC U ---> Pb + calor Th ---> Pb + calor K ---> Ar + calor Zonas de subdução Um rift Um planeta vivo l l Derramamentos de lava (vulcanismo) Fenômenos internos (plutonismo) O caldeirão primordial de Miller: biomoléculas • Açúcares • Aminoácidos • Ácidos graxos • Nucleotídeos • Catalisadores naturais – Argilas