1 Avaliação de Isoladores poliméricos em Linha de Transmissão de 138 KV– Estudo de Caso R. C. Bezerra, D. R. de Mello, D. M. Porfirio, F. E. R. de Araújo, J. M. T. Teixeira Jr, J. C. Pinheiro , J. A. S. Andrade, O. F. Alves Neto, R. C. Leite, Resumo – A linha de transmissão Coaracy NunesTartarugalzinho, situada no estado do Amapá, apresenta isoladores poliméricos, instalados a mais de 10 anos, ao longo de toda a sua extensão. Após a ocorrência de alguns desligamentos temporários e evidências de descargas em determinados isoladores, tornou-se necessária uma avaliação desta família de isoladores. Para isso, foi realizada uma inspeção por instrumentos utilizando câmera ultravioleta e o termovisor com o objetivo de direcionar a amostra de isoladores a ser retirada de serviço para avaliação laboratorial. Com a retirada da amostra foi possível avaliar o projeto do isolador através da simulação de campo elétrico e da determinação da severidade da poluição local em três ambientes distintos ao longo da linha de transmissão. O presente trabalho foi desenvolvido em parceria com o Centro de pesquisa em energia elétrica (CEPEL) e apresenta a primeira etapa da aplicação do programa de manutenção preditiva para isoladores poliméricos da Eletrobrás Eletronorte. Palavras-chave– Inspeção instrumental, poliméricos, poluição, simulação de campo elétrico. Isoladores I.NOMENCLATURA LT – Linha de transmissão UV- Ultravioleta SPL – Severidade da Poluição Local DEEU – Distância de escoamento específica unificada DDSE – Densidade de Depósito de Sal Equivalente II. INTRODUÇÃO U m campo elétrico excessivamente alto na extremidade de um isolador polimérico pode ter duas consequências: aparecimento de corona, que pode ser intensificado por gotas de água, ou descargas elétricas no ar próximo a superfície do revestimento [1]. Pesquisas e experiências de campo apontam para um forte relacionamento entre o efeito corona e o processo de envelhecimento em isoladores poliméricos [2]. Descargas corona no ar geram ozônio, o qual pode causar o fissuramento ou a erosão da isolação polimérica. Óxidos de nitrogênio combinados com vapor de água podem gerar ácidos e corroer metais formando depósitos condutores na isolação provocando o trilhamento do material [3]. A medição do efeito corona e do gradiente de temperatura consiste em um dos métodos mais completos de avaliação de isoladores em serviço, pois esses resultados levam em consideração o efeito combinado da poluição, do estresse elétrico e das condições ambientais. A determinação de parâmetros de poluição, segundo a norma IEC 60815[4], é importante para selecionar e dimensionar isoladores de acordo com o ambiente onde serão instalados bem como para analisar um projeto específico após um intervalo de tempo em serviço. A simulação computacional da distribuição de campo elétrico na superfície do isolador permite observar o comportamento de sua geometria quando submetido ao campo elétrico, revisar a posição de anéis anti-corona e avaliar o desempenho do isolador considerando-se as condições reais de poluição. O presente trabalho objetiva avaliar isoladores poliméricos de 138 kV instalados na LT Coaracy Nunes-Tartarugalzinho, há mais de 10 anos, em virtude da ocorrência de desligamentos não programados e evidências de descargas nos isoladores constatadas em inspeção visual. III.CARACTERÍSTICAS DA LINHA DE TRANSMISSÃO R. C. Bezerra é Engenheiro Eletricista do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Belém. Pará-Brasil (e-mail: [email protected]) D. R. de Mello é Engenheiro Eletricista do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. Rio de Janeiro, RJ-Brasil (e-mail: [email protected]) D.M. Porfírio é Analista Química do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Belém. Pará-Brasil (e-mail: [email protected]) F. E. R. de Araújo é Técnico em Eletrotécnica do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica. Rio de Janeiro, RJ-Brasil (e-mail: [email protected]) J. M. T. Teixeira Jr é Engenheiro Eletricista do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Belém. Pará-Brasil (e-mail: [email protected]) J. A. S. Andrade é Técnico em Eletrotécnica do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Belém. Pará-Brasil (e-mail: [email protected]) J. C. Pinheiro é Técnico em Eletrotécnica da Regional do Amapá. O. F. Alves Neto é Técnico em Eletrotécnica do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Belém. Pará-Brasil (e-mail: [email protected])R. C. Leite é Engenheiro Eletricista do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Belém. ParáBrasil (e-mail: [email protected]) T. C. Gomes é Engenheiro Eletricista do setor de engenharia de manutenção da Eletronorte. Brasília. Distrito Federal, Brasil (e-mail: [email protected]) A LT Coaracy Nunes-Tartarugalzinho possui uma extensão de aproximadamente 88 Km e está localizada em ambiente equatorial no estado do Amapá. Ela se inicia na subestação elevadora 13.8/138kV da usina hidrelétrica de Coaracy Nunes, situada no município de Ferreira Gomes e termina na Subestação de Tartarugalzinho, no municio de mesmo nome. Essa linha disponibiliza uma carga de 2.1MW e potência reativa negativa. Em sua extensão, encontram-se instalados desde a sua energização cerca de 870 isoladores poliméricos,. Ao longo de seu percurso ela alterna ambientes extremamente úmidos próximo a usina e a floresta, ambientes próximos a estradas ou rodovias e ambientes urbanos. Os isoladores poliméricos instalados possuem os valores nominais e características dimensionais conforme mostrado na 2 figura 1. Estes valores foram levantados pela confecção de desenho do isolador com o uso de software do tipo CAD. Dos 100 isoladores inspecionados cionados na LT, 45 apresentaram emissão UV acima de 1000 fótons/min, fótons/min ou seja, 45 % dos isoladores inspecionados. Tensão Nominal: 138 KV Carga Mecânica Nominal: 120 KN Nível de corona dos isoladores inspecionados Tempo de instalação: 10 anos Revestimento: borracha de silicone > 1000 fotons/min Dist. de arco a seco: 1.275,00 mm Dist. de escoamento: 3.043,95 mm Passo: 1.450,00 mm 45% ≤1000 fotons/min 55% Área Sup.da aleta = 17.473,10 mm2 Área Inf. da aleta = 28.646,81 mm2 Aréa Total da aleta = 46.119,91 mm2 Fig. 1. Vista isométrica étrica do isolador estudado e parâmetros nominais nomin IV. INSPEÇÃO COM INSTRUMENTOS NTOS As inspeções por instrumentos sejam elas aéreas ou terrestres, são ão usadas em locais específicos como, por exemplo, áreas com severas condições de poluição marinha, industrial ou mesmo LT´s com histórico de desligamentos. desligamentos Os principais instrumentos utilizados para inspeção são: detectores de ultravioleta e de infravermelho. Detectores de infravermelho ou termovisor ermovisores são equipamentos que consistem basicamente de uma câmera equipada com detectores especiais de infravermelho, que transformam a temperatura de objetos em imagens. A inspeção por detector de infravermelho é aplicada em isoladores poliméricos para identificação de defeitos internos, sendo sua periodicidade anual ou bienal. Detectores de ultravioleta são equipamentos que detectam atividade corona ou descargas superficiais que emitem radiação luminosa, transformando em imagem esta atividade [5]. A melhor condição para diagnóstico utilizando utilizand câmera UV é logo após a chuva ou de manhã cedo quando há condensação de umidade de na superfície do isolador [6]. O uso das duas técnicas combinadas determina uma melhor avaliação de isoladores poliméricos, pois permite esclarecer situações duvidosas, como no caso de um aquecimento provocado por descargas superficiais, sendo confundido com um defeito interno. A principal dificuldade na inspeção utilizando câmera UV é a existência de várias fontes de corona proveniente veniente de efeitos físicos normais (gota d’água, poluição temporária, temporária etc...), gerando questionamentos sobre a viabilidade de removê-los. Em relação à inspeção por termovisor em isoladores poliméricos, a desvantagem é devido ao material polimérico ser um excelente isolante térmico, dificultando o diagnostico de defeitos internos em campo. Fig. 2. Nível de corona dos isoladores inspecionados Seguem abaixo, 3 exemplos de defeitos detectados por meio dos instrumentos relacionando a imagem UV, imagem termográfica e imagem visual. CASO 1: Isolador solador de entrada da Subestação Tartarugalzinho, localizada em ambiente urbano. Pode-se constatar um nível de emissão UV de 10.850 fótons/min localizado na região entre a ferragem e a primeira aleta na imagem ultravioleta. A imagem termográfica não n apresenta diferença de temperatura no corpo do isolador polimérico, ver Figura 3. Fig. 3. Imagens ultravioleta e termográfica no isolador de entrada da SE O alto nível de UV pode estar relacionado à elevada intensidade de campo elétrico na posição em que os isoladores estão na subestação. Pode-se se perceber a presença de diversos equipamentos energizados em suas proximidades proximidades, não sendo adequado o uso de isoladores poliméricos nnesta situação. A Figura 4 mostra marcas arcas de desca descargas ao longo da interface entre as ferragens ns e o selo de vedação e um aparente estufamento do selo de vedação. A. Estudo de Casos Foram inspecionados aproximadamente 103 isoladores isoladores, 100 unidades da LT e 3 isoladores de entrada da Subestação Tartarugalzinho. Considerando um total de 870 isoladores poliméricos instalados na linha, foram inspecionados 11,5 % do total de isoladores. Fig. 4. Isolador solador polimérico de entrada da SE 3 CASO 2: Isolador polimérico na configuração ancoragem, localizado em região de alta umidade próximo a usina de Coaracy Nunes. A inspeção com câmera ultravioleta mostra uma atividade de 3080 fótons/min localizada na interface ferragem e revestimento. Apesar de registrar uma atividade corona com uma contagem bem menor em relação ao CASO 1, a imagem termográfica apresenta um gradiente de temperatura da primeira aleta próxima a fase em relação à aleta adjacente de aproximadamente 2°C, ver Figura 5. Muito embora, a imagem termográfica não tenha apresentado diferença de temperatura significativa no corpo do isolador, foram evidenciadas pequenas fissuras no revestimento polimérico proveniente de descargas superficiais ou atividade corona, assim como corrosão nas ferragens e dano no selo de vedação, conforme mostrado na Figura 8. Fig. 8. Imagem visual caso 3 Fig. 5. Imagens ultravioleta e termográfica do isolador de ancoragem Na figura 6, é possível verificar um processo de corrosão e dano na interface entre ferragem e selo de vedação, fazendo-o perder a função de barrar a umidade. Neste caso, um processo químico de ataque ao núcleo de fibra de vidro, chamado de fratura frágil, pode ocorrer provocando a ruptura do isolador. Para esta amostra recomenda-se o ensaio de verificação da rigidez da interface entre ferragem e revestimento do isolador seguido do ensaio de ruptura mecânica para avaliação se já houve decréscimo do desempenho mecânico do isolador Fig. 6. Isolador polimérico de ancoragem CASO 3: Isolador polimérico na configuração suspensão em região próxima a uma estrada de terra. Percebe-se uma emissão ultravioleta de 4640 fótons/min na região entre a ferragem e a primeira aleta. Um ensaio relativamente simples que pode ser feito como avaliação da degradação do revestimento é o ensaio de penetração de água no núcleo conforme item 6.4.2 da norma NBR 15122 [7]. V. ANÁLISE DO PROJETO DO ISOLADOR Analisando-se o projeto do isolador, identificaram-se aspectos construtivos oriundos do processo de fabricação que não estão de acordo com as melhores práticas de fabricação empregadas atualmente, entre as quais se destacam: · as aletas dos isoladores compostos possuem nervuras internas na parte inferior. Tal projeto tem o intuito de aumentar a distância de escoamento, porém propicia um acúmulo de poluição como será comprovado com o resultado da coleta de poluente apresentado a seguir; · as aletas foram injetadas de forma independente (coladas). Atualmente, o melhor processo de fabricação é o de injeção do material polimérico a alta temperatura e a alta pressão. · as aletas das extremidades estão confeccionadas afastadas da ferragem, e deveriam estar posicionadas ao mesmo nível da borda das ferragens com a finalidade de reduzir o estresse elétrico na interface ferragem/ revestimento/selo. · os selos de vedação nas interfaces ferragem/ revestimento não são recomendados e também as aletas não possuem diâmetros alternados como forma de prevenir curto-circuito entre aletas devido a chuvas intensas. VI. SIMULAÇÃO DE CAMPO ELÉTRICO Fig. 7. Imagem ultravioleta do isolador de suspensão As maiores intensidades de campo elétrico em isoladores estão presentes nas suas extremidades, sendo predominante no lado fase, onde os valores na 1ª aleta podem ser da ordem de 10% da tensão fase-terra. Anéis anti-corona são recomendados para tensões a partir de 230 kV [2], porém, como diversos fatores podem contribuir para o aumento do campo elétrico e 4 produção de descargas corona, torna-se importante o estudo da distribuição do campo elétrico via simulação computaci computacional. Usou-se se um modelo bidimensional do isolador aproveitando a sua simetria axial. Então, duas situações foram simuladas: simuladas a primeira de um isolador seco sem o uso de anel anti-corona anti ea segunda de um isolador com a presença de gotas de água e sem anel anti-corona. A simulação da presença de gotas de água no isolador foi realizada porque, muito embora o isolador polimérico seja hidrofóbico, a água tende a formar pequenas gotas ao invés de espalhar-se. se. Estas gotas por sua vez criam pontos de alta concentração de campo elétrico que podem levar a formação de descargas corona [2]. Na simulação do isolador seco sem o anel anti anti-corona, notam-se se dois pontos onde o campo elétrico é mais intenso intenso: na extremidade da ferragem e no ponto de união de três materiais diferentes, assinalado na Figura 9 como Ponto onto 1. Este ponto foi monitorado em virtude de haver evidênciass de descargas corona constatado durante as inspeções. VII. DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE POLUIÇÃO SEGUNDA A NORMA IEC 60815 Foi realizada coleta de material poluente da superfície de isoladores retirados de serviço utilizando utilizando-se a metodologia da norma IEC 60815-1 [4,10]. A determinação de parâmetros de poluição segundo a norma IEC 60815 é importante para selecionar e dimensionar isoladores de acordo com o ambiente onde serão instalados, bem como para analisar um projeto específico após um intervalo de tempo em serviço. serviço Os ambientes escolhidos foram: região de floresta próxima á usina, ambiente próximo a estradas de terra e área urbana dentro do município de Tartarugalzinho. Segundo a norma IEC 60815-1,, a poluição é considerada do tipo A, quando há depósitos de componentes solúveis e nãonão solúveis sobre a superfície do isolador que, se umidificados, umid tornam-se condutivos. Para avaliar a severidade da poluição local,, podem ser utilizados vários métodos de medição, sendo o mais recomendado para locais com poluição do tipo A, o método de medição de DDSE (densidade de deposito de sal equivalente) e DDNS (densidade de deposi deposito não-solúvel) da superfície de cadeias de isoladores. A. Medição da Densidade de Sal Equivalente quivalente (DDSE) Os materiais necessários para medição de DDSE são pincel, bacia pequena, água destilada,, recipiente mi milimetrado, recipiente para colocação da solução e condutivímetro. Fig. 9. Distribuição de campo elétrico em isolador polimérico seco A intensidade de campo elétrico calculado nesta situação foi de 2,64 kV/mm, valor insuficiente suficiente para gerar descarga corona, tendo em vista que, para condições secas, esse valor deveria ser superior a 3,1 kV/mm [8]. Na simulação do isolador com a presença de gotas de água e sem o anel anti-corona, observa-se novamente ovamente que os pontos de maior intensidade de campo elétrico foram a extremidade da ferragem e o Ponto 1,, conforme verificado na Figura 10. Neste caso, a intensidade do campo elétrico foi de 3,16 kV/mm sendo superior ao limite de início io de corona tanto para condições de umidade elevada, que variam am entre 0,45 a 1,1 kV/mm [9], quanto para condições secas (3,1 KV/mm) KV/mm). Fig. 11. Material para coleta de poluente e método de coleta Para medição de DDSE, são necessários em média 300 ml de água destilada. Deve-se se separar a coleta de poluente da face inferior e superior da alaeta do isolador. Após a coleta de poluente utilizando um volume conhecido de água, medi medi-se a condutividade da solução e faz-se se a correção para 20ºC (s20 ). Em seguida calcula-se se a salinidade da solução utilizando a fórmula Sa= (5,7s20)1,03. De posse da Salinidade da solução calcula-se o DDSE utilizando-se a formula abaixo DDSE = S a xV A onde: V – volume da solução A – área do isolador Sa– Salinidade equivalente B. Medição da Densidade de Depósito ósito Não Não-Solúvel (DDNS) Fig. 10. Gotas de água em um isolador polimérico. Para medição do DDNS são necessários filtros de papel préseco graduação GF/A 1,6 µm m ou similar e uma balança digital de precisão para medir o peso do poluente sólido. sól 5 O DDNS é dado por DDNS = ser considerado como inadequado segundo metodologia apresentada pela IEC 60815-1. 1000(W f - Wi ) A onde (Wf – Wi) representa a diferença entre o filtro seco e o filtro seco com poluente. Calculando-se o DDSE e DDNS, obtêm-se a severidade da poluição local (SPL) pela intersecção dos dois valores no gráfico da Figura 12. a nova TABELA II DETERMINAÇÃO DA SPL E DA MÍNIMA DISTANCIA DE ESCOAMENTO Distância Severidade da Isolador de escoamento (mm) poluição local 1 poluição alta – E6 3.863,99 2 poluição alta – E6 3.107,13 3 poluição média – E4 3.449,71 VIII. CONCLUSÕES Fig. 12. SPL tipo A – relação DDSE/DDNA e SPL para isolador bastão A Tabela I apresenta os valores obtidos de DDSE e DDNS a partir dos poluentes coletados nas três diferentes zonas de poluição. TABELA I VALORES ENCONTRADOS DE DDSE E DDNS Tipo de Ambiente Média DDSE Massa DDNS 1 Estrada de terra 0,053 0,300 0,651 2 Floresta Próximo a usina 0,041 0,150 0,325 3 Urbana Subestação 0,022 0,106 0,230 Isolador Os valores encontrados para SPL nos três ambientes distintos, segundo a norma IEC 60815-1 seguem na tabela II. Com a definição da SPL, obtém-se a distância de escoamento específica unificada (DEEU), em mm/kV, do isolador por meio do gráfico da IEC 60815-3 [10], conforme mostra a Figura 13. Fig. 13. Distancia de escoamento específica unificada em função da SPL O valor da mínima distância de escoamento do isolador é obtido pela multiplicação de sua tensão fase-terra com a DEEU. Como o isolador estudado possui uma distância de escoamento de 3.043,95 mm, constata-se que o mesmo pode As ocorrências de desligamentos não programados na linha Coaracy Nunes-Tartarugalzinho estão relacionadas ao modelo inadequado dos isoladores poliméricos utilizados para as atuais condições de poluição nas diversas regiões ao longo de toda a extensão da LT. Os resultados da simulação computacional do campo elétrico confirmam o que foi constatado na inspeção por instrumento, ou seja a ocorrência de descargas corona nos isoladores da LT Coaracy Nunes–Tartarugalzinho. Estas descargas se devem à alta concentração de campo elétrico que pode estar relacionado à geometria do isolador em conjunto com a presença de gotas de água em sua superfície. O uso de anéis anti-corona apropriados bem como isoladores com geometria diferente da usada pode ajudar a reduzir este estresse. A simulação computacional poderia ser enriquecida se fossem simulados as condições de poluição determinadas pela IEC 60815-1 mais foram encontradas grandes dificuldades para se reproduzir o poluente natural em ambiente computacional. As cadeias de entrada da SE de Tartarugalzinho, devido à elevada atividade apresentada (mínimo de 9690 fótons/min), devem ser substituídas por cadeias com isoladores de vidro, que estão instaladas no interior da SE e não apresentam qualquer atividade. A parametrização de valores para tomada de decisão das equipes de manutenção levando-se em consideração distância e umidade local é um objeto de estudo que esta sendo desenvolvido pela empresa. A determinação da SPL por meio da medição de DDSE e DDNS foi importante para se verificar a contribuição de poluentes não solúveis, tais como o limo, na determinação da SPL. Além disso, percebe-se que as nervuras na face inferior das aletas do isolador, colocadas para aumentar a distancia de escoamento, propiciam um acúmulo de poluentes que tornaram a SPL classificada como alta em dois casos. O contato da umidade com o núcleo ocasiona um processo químico de enfraquecimento da fibra de vidro, que culmina com um evento denominado fratura frágil, sendo um tipo de problema que não se pode estimar. Logo, uma vez evidenciado o dano no selo de vedação, deve-se proceder á substituição deste isolador imediatamente. Para obter uma indicação da expectativa de vida destes isoladores, bem como, definir sobre a substituição de unidades e a periodicidade de avaliação/inspeção foram retirados 11 6 Jorge Alberto Segtovick Andrade Andrade, nascido em Belém-PA PA no ano de 1954. Concluiu o curso de Eletrotécnica na Escola Técnica Federal do Pará em 1974, 1974 na cidade de Belém, Pará. Experiência de vinte e cinco anos na Usina Hidrelétrica de Tucuruí Tucuruí, trabalhando na área de geração de energia elétrica e atuando na gerência de manutenção ão elétrica. Trabalhaa atualmente como Técnico Industrial de Engenharia no Centro de Tecnologia d da Eletronorte, atuando na área de Engenharia de Alta isoladores de serviço e 2 unidades reservas do mesmo lote para realização de ensaios em laboratório. IX.REFERÊNCIAS [1] TOURREIL C., BROCARD E., SKLENICKA V. CIGRÉ CIGRÉ- Working Group B2.03 - “ 284 - USE OF CORONA RINGS TO CONTROL THE ELECTRICAL FIELD ALONG TRANSMISSION LINE COMPOSITE INSULATORS”- 2005. [2] Souza A., Lopes I., - “Estudo da Distribuição de Campo Elétrico em Isoladores res Poliméricos: uma abordagem computacional e experimental”; Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos – SBSE, Abril/2008. [3] MASON, H. M. Enhancing the Significance of PD Measurements. IEEE TDEI, v. 2, n. 5, p.876-888, Oct. 1995. 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Obteve o grau de mestrado pela COPPE em 1984. Trabalha no CEPEL desde 1978, inicialmente nas áreas de ensaio de alta tensão e sendo, atualmente, responsável por diversos projetos de pesquisa e desenvolvimento na área de linhas de transmissão e redes de distribuição envolvendo, principalmente, isoladores. Desde 1994 é o coordenador da Comissão de Estudos de Isoladores (CE 36.1) do COBEI / ABNT. Representante do Brasil na IEC 36: Insula Insulators. Membro do IEEE, do Cigré é secretário do Grupo de estudo B2-21 Darilena Monteiro Porfirio, Nascida em castanhal- PA em 1973. Gaduada em Bacharelado em Química pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo em 1999.Mestre em Química pelo Instituto de Química da Universidade de de São Paulo em 2004.Professora na FOC – Faculdades Oswaldo Cruz de 2000 a 2004.Professora na UFPA – Universidade Federal do Pará de 2005 a 2007. Desde de 2007, trabalha como Ana Analista Química e Líder do Laboratório de Ensaios Quimicos e Ambientais do Centro de Tecnologia da Eletronorte. Tensão. José Maria Tavares Teixeira Junior, Junior nascido em Belém-PA PA no ano de 1979. Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará em 2004, na cidade de Belém, Pará. Trabalha atualmente como engenheiro de manutenção elétrica no Laboratório de Alta Tensão do Centro de Tecnologia da Eletrobrás Eletronorte, em Belém, Pará, executando ensaios dielétricos em equipamentos de alta tensão, sendo o responsável pelos ensaios em pára-raios de SiC e ZnO de alta tensão. Josimar osimar Coelho Pinheiro, nascido em MacapáAP, no ano de 1974. Concluiu o curso Técnico em Eletrotécnica na Escola Estadual de 2º Grau Graziela Reis de Souza em 1991 – Macapá - AP. Acadêmico do Centro de Ensino Superior do Amapá – CEAP no Curso de Arquitetura ura e Urbanismo, na cidade de Macapá AP. Atualmente exerce a função de Coordenador da equipe de LT da Regional de Geração e Transmissão da Eletrobrás Eletronorte no estado do Amapá. Olegário Ferreira Alves Neto, Neto nascido em Mossoró-RN no ano de 1961. Concluiu o curso de Eletrotécnica na Escola Técnica Federal do Pará em 1984. Acadêmico de Engenharia Elétrica pelo Instituto de Ensino Superior da Amazônia, na cidade de Belém, Pará. Experiência de vinte anos na UHE U de Tucuruí, trabalhando nas áreas de geração ger e transmissão de energia elétrica. Trabalha Trabalh atualmente como Técnico Industrial de Engenharia haria no Centro de Tecnologia da Eletronorte, atuando na área de Engenharia de Alta Tensão. Reinaldo Correa Leite Leite, nascido em Belém-PA, no ano de 1965. Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará em 1990, na cidade de Belém, Pará. Brasil, Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará em 2007. Doutorando em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Pará. Trab Trabalha atualmente como engenheiro de manutenção elétrica no Laboratório de Alta Tensão do Centro de Tecnologia da Eletrobrás-Eletronorte, Eletronorte, em Belém, Pará, executando ensaios dielétricos em equipamentos de alta tensão tensão. Torricelli da Silva Gomes Gomes, Nascido em Natal-RN, no ano de 1981. Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 2004, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade de Tecnologia SENAI Roberto Man Mange em 2008, na cidade de Anápolis, Goiás. Trabalha atualmente como engenheiro de manutenção elétrica na ELETROBRAS ELETRONORTE, em Brasília, Distrito Federal, executando normatização, manutenção e intervenções em linhas de transmissão de alta tensão.