REDESCOBRINDO O “LUGAR” A PARTIR DE MAPAS MENTAIS

ANAIS
XV CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR
XXIV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR
II SEMINÁRIO INTERNACIONAL SINDICAL – 2º NÚCLEO DO CPERS SINDICATO
II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA
“CONSTRUINDO CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE”.
Santa Maria/RS, 27 a 30 de maio de 2015.
ISSN-1984-9397
REDESCOBRINDO O “LUGAR” A PARTIR DE MAPAS MENTAIS
Letícia Ramires Corrêa 1
Tuane Telles Rodrigues 2
Resumo: O referente projeto tem por objetivo, problematizar o reconhecimento do
lugar a partir da construção de mapas mentais, com os discentes do 6ºano da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Lenhardt, em Itaara/RS. Ao
observar o trajeto de casa a escola é possível reconhecer elementos do espaço,
antes não percebidos, capazes de articular os saberes dos discentes com o
conhecimento transmitido pelo docente. Os mapas mentais são excelentes
ferramentas no ensino de geografia, principalmente na formação crítica, pois partem
do saber comum, real e próximo do aluno.
Palavras-chave: Mapas mentais; Ensino; Geografia;
Introdução
O trajeto percorrido pelos educandos, da casa a escola, trás conhecimento e
história, pois ao perceber a organização geográfica, estão abstraindo processos pelo
qual seu espaço está incluso, mudanças de vegetação, desmatamento, o
favorecimento de monoculturas, poluição de lagos ou riachos construções,
edificações, são alguns dos exemplos de mudanças que podem ser observadas e
que contribuem para um melhor aprendizado dos educandos em relação ao ensino
de Geografia, como sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da
natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o papel das
sociedades em sua construção e na produção do território, da paisagem e
do lugar (1997, p. 11).
Os mapas mentais são excelentes ferramentas no processo de ensino
aprendizagem de Geografia, pois proporcionam ao educando momentos de
observação, memorização e posteriormente uma analise do contexto do lugar de
vivencia. A possibilidade de reconhecer aspectos culturais, históricos e sociais, faz
com que o educando lance um olhar mais critico e construtivo, fazendo parte
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Acadêmica em Geografia Licenciatura/UFSM. e-mail: [email protected]
Acadêmica em Geografia Licenciatura/UFSM. e-mail [email protected]
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ANAIS
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daquele lugar, e não meramente um observador, mas sim um construtor da
sociedade.
O grande desafio do docente em geografia é construir um conhecimento a
partir do lugar de vivencia do discente, em função da pouca participação em sala de
aula. Ao elaborar um mapa mental inserem-se possibilidades ao educando, pois ele
construirá a partir da sua realidade. Com isso se faz relevante o uso de mapas
mentais para o ensino de geografia, como ferramenta de contribuição para o
reconhecimento do lugar de vivencia.
Com o referente projeto objetiva-se: problematizar o reconhecimento do lugar
por meio de mapas mentais com os educandos do 6º ano da Escola Municipal de
Ensino Fundamental Alfredo Lenhardt no município de Itaara/RS, a partir do trajeto
casa-escola. (Entres os objetivos específicos estão: a) Construir mapas mentais com
os alunos do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Lenhardt,
do trajeto de casa á escola;b)Identificar com os educandos elementos na paisagem
que se destacam;c)Analisar quais são os problemas socioambientais que os
educandos julgam relevantes;d)Elaborar soluções possíveis para cada problema
socioambiental identificado;e) Avaliar, a partir dos mapas mentais, como cada
educando pensa o lugar de vivencia;
Desenvolvimento
A prática pedagógica está entre os maiores desafios, na atual realidade. A
importância de novas metodologias, e suas contribuições para o processo de ensino
aprendizagem, envolve mais do que conceitos, constrói uma perspectiva de vida
para os educandos. Quando o conhecimento deixa de ser transmitido e passa ser
construído, a partir do lugar de vivencia do aluno, dá-se um sentimento de
pertencimento, do qual, o aluno passa a ver seu bairro,sua escola e sua cidade, com
um olhar critico e autônomo, capaz de contribuir com seus saberes para o processo
do qual está incluído, como nos diz FREIRE, (1996, p.16):
Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à
escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos,
sobretudo os das classes populares, chegam a ela - saberes socialmente
construídos na prática comunitária - mas também, como há mais de trinta
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anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns
desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos.
No ensino de geografia, a formação crítica dos indivíduos é essencial. Porém
os assuntos trabalhados são distantes das realidades dos educandos, fazendo com
que não haja perda de interesse. A busca por informações fora de casa torna-se
mais importante, do que conhecer o que acontece no seu lugar de vivencia, como
nos diz CALLAI (2006, p.83 apud SILVA 2011, p. 5):
Na nossa vida, muitas vezes sabemos coisas do mundo, admiramos
paisagens maravilhosas, nos deslumbramos por cidades distantes, temos
informações de acontecimentos exóticos ou interessantes de vários lugares
que nos impressionam, mas não sabemos o que existe e o que está
acontecendo no lugar onde vivemos.
O referente projeto visa problematizar o reconhecimento do lugar a partir da
construção de mapas mentais, que torna-se um excelente ferramenta no ensino de
geografia, pois parte dos saberes do alunos, que por sua vez,contribuem nas
praticas sociais, observando as mudanças no espaço, sentindo-se parte de um todo.
E de certa forma, capazes de mudar o meio, a qual não julgue adequado, justo ou
compatível as necessidades. Tornando os discentes leitores do espaço e que sejam
capazes de elaborar novas linguagens, próximas da realidade de cada um como
acrescenta RICHTER (2011, p. 124):
Para alcançarmos esses ideais, consideramos imprescindível a inclusão da
participação (ativa) dos mapas. Assim, muito mais importante do que
apenas localizarmos um determinado fenômeno numa representação
cartográfica, é fundamental que possamos desenvolver atividades, leituras e
interpretação (raciocínios) que permitem que o aluno entenda a produção
de um dado contexto no espaço.
Com isso a turma do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental
Alfredo Lenhardt, foi convidada a compor um mapa mental do trajeto de casa á
escola, incluindo elementos que lhe chamam mais atenção, para identificar
mudanças no espaço, e avaliar o que pode ser transformado para uma melhor
vivência.
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Considerações finais
Portanto conclui-se que a construção de mapas mentais é uma ferramenta
efetiva para ensino de geografia, pois através dos mapas os discentes expressaram
como vêem seu lugar de vivencia, como nos mostra a Figura 1.
FIGURA 1: Discente do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Lenhardt,
construindo um mapa mental, Itaara/RS.
Fonte: Arquivo Pessoal
Contribuindo para uma melhor valorização do município em que vivem. Ao
observar com os educandos os elementos naturais, as possibilidades e os
problemas socioambientais que cada bairro possui, foi possível reconhecer o lugar
como um espaço a ser lido e interpretado, em uma linguagem geográfica, em que
representações cartográficas podem ser construídas e serem mais próximas da
realidade, como podemos observar em alguns mapas mentais construídos pelo
discente na Figura 2.
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FIGURA 2: Mapa mental construído pela discente Andressa Fouchy Schons do 6ºano da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Lenhart, Itaara/RS.
FONTE: Arquivo pessoal
Referências
BRASIL.
Secretaria
de
Educação
Fundamental.
Parâmetros
curriculares
nacionais: geografia /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,
1998.156 p.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
1996.
RICHTER, D. O mapa mental no ensino de geografia: concepções e propostas
para o trabalho docente. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011.
SILVA, G. K. P. da; FIGUERÓ, A. S.; SELL, J. C.; DALBEM, L. (Re)conhecendo o
“lugar”
de
vivencia
por
meio
do
uso
de
geotecnologias
e
trilhas
interpretativas:uma experiência no município de Agudo-RS. Geosaberes,
Fortaleza, v. 2, n. 3, jan. / jul. 2011. Disponível em: www.geosaberes.ufc.br. Acesso
em: 27 de abr. de 2015.
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