Redação Técnica 004G Redação Técnica 5E FICHA TÉCNICA Desenvolvimento de conteúdo Equipe Técnico-Pedagógica, Mediação e Design Gráfico do Instituto Monitor Editora Katya Maia Motta Coordenadora de Edição Mariângela Nunes Layout e Diagramação Kleber Cavalcante Colaborador Katya Maia Motta Monitor Editorial Ltda. Av. Rangel Pestana,1105 – Brás São Paulo/SP – CEP 03001-000 Tel.: (11) 3555-1000 / Fax: (11) 3555-1020 www.institutomonitor.com.br Impressão Parque Gráfico do Instituto Monitor: I.C.E. Monitor Av. Rangel Pestana, 1113 – Brás São Paulo/SP – CEP 03001-000 Tel./Fax: (11) 3555-1023 Em caso de dúvidas referente ao conteúdo, consulte o professor desta disciplina no Portal do Aluno: www.institutomonitor.com.br/alunos Todos os direitos reservados Lei nº 9.610 de 19/02/98 Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, principalmente por sistemas gráficos, reprográficos, fotográficos etc., bem como a memorização e/ou recuperação total ou parcial, ou inclusão deste trabalho em qualquer sistema ou arquivo de processamento de dados, sem prévia autorização escrita da editora. Os infratores estão sujeitos às penalidades da lei, respondendo solidariamente as empresas responsáveis pela produção de cópias. 5ª Edição - abril/2013 Redação Técnica índice Apresentação............................................................................ 9 Lição 1 – Redação Literária e Redação Técnica Introdução.................................................................................. 11 1. A Teoria da Comunicação........................................................ 11 2. Modalidades de Redação........................................................ 17 3. Estrutura de Texto................................................................... 18 4. Qualidades do Texto................................................................ 19 5. Domínio da Informação.......................................................... 22 6. Ferramentas do Redator......................................................... 22 7. Como Organizar as Ideias...................................................... 24 Exercícios Propostos.................................................................. 25 Lição 2 – Estilo e Estética Introdução.................................................................................. 27 1. Estilo...................................................................................... 27 2. Estética.................................................................................. 32 3. Normas Gerais para Redação................................................ 44 4. Digitação................................................................................ 44 5. Glossário de Termos e Estética Relacionada........................... 45 5.1 À atenção de - Aos cuidados de - Em mãos ................... 45 5.2 Algarismos......................................................................... 46 5.3 Anexos.............................................................................. 47 5.4 Aspas................................................................................ 47 5.5 Aposto.............................................................................. 47 5.6 Assinatura......................................................................... 47 5.7 Assunto ou Referência....................................................... 48 5.8 Cabeçalho......................................................................... 48 5.9 Caixa Postal...................................................................... 48 5.10 Código de Endereçamento Postal (CEP).......................... 48 5.11 Continuação.................................................................... 48 5.12 Corpo da Carta............................................................... 49 5.13 Cópias............................................................................. 49 004G/5 6/004G Redação Técnica 5.14 Correção de Erros........................................................... 49 5.15 Data................................................................................ 49 5.16 Despedida ou Fecho....................................................... 49 5.17 Destinatário..................................................................... 49 5.18 Grampeamento............................................................... 50 5.19 Valores............................................................................ 50 5.20 Itens................................................................................ 50 5.21 Maiúscula, Itálico, Sublinhado.......................................... 50 5.22 Pessoas Físicas ou Jurídicas........................................... 50 5.23 Pontuação....................................................................... 51 5.24 Signatário........................................................................ 51 5.25 Telefone........................................................................... 51 5.26 Vocativo........................................................................... 51 6. E-mail..................................................................................... 51 Exercícios Propostos................................................................... 53 Lição 3 – Redação Oficial e Redação Empresarial Introdução................................................................................... 55 1. Redação Oficial....................................................................... 56 2. Documentos Oficiais................................................................ 58 2.1 Padrão Ofício..................................................................... 58 2.2 Mensagem........................................................................ 60 2.3 Memorando....................................................................... 60 2.4 Fax.................................................................................... 61 2.5 E-mail................................................................................ 61 2.6 Outros Documentos Considerados Oficiais........................ 62 3. Redação Empresarial............................................................... 70 4. Documentos Empresariais....................................................... 70 4.1 Ata.................................................................................... 70 4.2 Carta................................................................................. 71 4.3 Circular.............................................................................. 72 4.4 Comunicação Interna (CI).................................................. 72 4.5 E-Mail................................................................................ 72 4.6 Recibo............................................................................... 72 4.7 Contrato............................................................................ 73 4.8 Informação........................................................................ 75 4.9 Ordem de Serviço.............................................................. 77 4.10 Procuração...................................................................... 78 5.Exemplos de Documentos Oficiais e Empresariais .................. 79 Exercícios Propostos................................................................... 85 Lição 4 – Gramática Aplicada Introdução................................................................................... 89 1.Importância do Conhecimento Gramatical............................... 89 2.Um Breve Resumo da Gramática Normativa............................ 90 3. Tópicos Importantes para Escrever Corretamente ................... 91 3.1 Acentuação Gráfica........................................................... 91 3.2 Algumas Palavras de Grafia Duvidosa................................ 94 Redação Técnica 3.3 Crase................................................................................ 96 3.4 Colocação Pronominal....................................................... 97 3.5 Concordância Verbal e Nominal......................................... 99 3.6 Emprego de Algumas Classes de Palavras...................... 103 3.7 Flexão do Infinitivo........................................................... 106 3.8 Formas de Tratamento e sua Concordância.................... 108 3.9 Numerais......................................................................... 111 3.10 Pontuação..................................................................... 112 3.11 Regência Verbal e Nominal............................................ 116 3.12 Separação Silábica........................................................ 121 3.13 Abreviações................................................................... 122 3.14 Símbolos das Unidades de Medida............................... 122 3.15 Denotação e Conotação................................................ 124 3.16 Formas Variantes........................................................... 124 4. Nova Ortografia .................................................................... 125 4.1 Alfabeto........................................................................... 125 4.2 Trema.............................................................................. 125 4.3 Acentuação..................................................................... 126 4.4 Emprego do Hífen........................................................... 128 Exercícios Propostos................................................................. 132 Respostas dos Exercícios Propostos................................ 135 Referências Bibliográficas.................................................. 139 004G/7 Redação Técnica apresentação Todo profissional que busca sucesso na carreira deve estar consciente da importância de um preparo cuidadoso e abrangente. Uma das grandes causas do desemprego atual não decorre apenas dos problemas estruturais da economia mundial, mas também da falta de qualificação técnica dos candidatos. Uma das áreas em que se pode verificar esta deficiência é no que diz respeito a comunicação e expressão. As pessoas não só se comunicam insatisfatoriamente no dia a dia, como apresentam tremendas dificuldades na expressão escrita, tanto na correção gramatical das palavras, quanto na incapacidade de elaborar textos mais específicos. Visando melhorar este quadro, esta disciplina busca, com conceitos, definições e exemplos práticos, oferecer a ajuda necessária a quem deseja aprimorar-se na redação empresarial. A partir desta introdução, na qual já são apresentados conceitos indispensáveis sobre a Comunicação, percorremos um caminho cujo objetivo é adquirir conhecimentos que ajudem a redigir melhor. A lição 1 traça um paralelo entre a Redação Literária e a Redação Técnica, discutindo as qualidades que se deve buscar e as ferramentas necessárias para os dois tipos. A lição 2 traz dois elementos importantes para a escrita de documentos: o estilo linguístico e a estética dos textos, procurando oferecer exemplos concretos tirados da bibliografia disponível. A lição 3, por sua vez, procura apresentar diferenças entre a Redação Oficial e a Redação Empresarial, com relevância na finalidade e formato dos documentos. Finalmente, a lição 4 serve de apoio gramatical para o redator, ferramenta esta que ele deve sempre ter à mão. Bom Estudo! 004G/9 lição 1 Redação Técnica 004G/11 Redação Literária e Redação Técnica Uma leitura rápida destas definições já indica o caminho que nos espera: uma preparação gradual que leve à capacidade de “redigir corretamente” e “escrever com ordem e método”. Comecemos por conhecer um pouco mais do processo de comunicação humana. Ao término desta lição, você será capaz de: w identificar a Função de Linguagem mais apropriada para cada processo de comunicação; w conhecer os elementos de um processo de comunicação; w compreender a importância de se melhorar a produção textual; w reconhecer a significação das palavras; w diferenciar as modalidades de redação; w perceber as qualidades do texto; w buscar ferramentas de auxílio apropriadas para a produção textual. 1. A Teoria da Comunicação A comunicação é um processo contínuo em nossa vida. Começamos a nos comunicar com a nossa mãe já no útero e, a partir de então, passamos por um treinamento contínuo para sermos entendidos e entender o mundo a nossa volta. Veja: Antonio Houaiss 12/004G Redação Técnica Capitão ao Sargento Ajudante: - Sargento! Dando-se amanhã um eclipse do Sol, determino que a companhia esteja formada, com uniforme de campanha, no campo de exercício, onde darei explicações em torno do raro fenômeno que não acontece todos os dias. Se por acaso chover, nada se poderá ver e, neste caso, fica a companhia dentro do quartel. Sargento Ajudante ao Sargento de Dia: - Sargento! De ordem do meu capitão, amanhã haverá um eclipse do sol, em uniforme de campanha. Toda a companhia terá de estar formada no campo de exercício, onde seu capitão dará as explicações necessárias, o que não acontece todos os dias. Se chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel. Sargento de Dia ao Cabo: - Cabo! O nosso capitão fará amanhã um eclipse do sol no campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de campanha o capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel. Cabo aos Soldados: - Soldados! Amanhã, para receber o eclipse que dará uma explicação sobre o nosso capitão, o fenômeno será em uniforme de exercício. Isto, se chover dentro do quartel, o que não acontece todos os dias. A situação apresentada mostra deformações na comunicação e nos leva à conclusão de que ela não correspondeu à verdade. Poderíamos dizer que a culpa foi das pessoas envolvidas, porque não reproduziram o conteúdo da mensagem na sua totalidade, deformando-o de tal maneira que a mensagem final nem de longe se parece com a inicial. Uma das razões para essa diferenciação é o acréscimo pessoal de cada um dos envolvidos. Contudo, se a mensagem tivesse sido transmitida Redação Técnica por escrito, o risco de má interpretação teria sido bem menor, mas mesmo assim existiria. Essa é a razão fundamental do nosso curso: não só proporcionar uma comunicação oral mais rica, mas principalmente desenvolver habilidades para uma comunicação escrita correta e eficaz. 004G/13 código e as informações de que você dispõe sobre o referente, usar apropriadamente o canal de comunicação, além de ser capaz de produzir uma mensagem que satisfaça às expectativas de quem vai ser o seu receptor. REFERENTE Mensagem EMISSOR Canal de Comunicação RECEPTOR Código Para que a comunicação aconteça, são necessários os seguintes elementos: c Se, por outro lado, somos os receptores de uma mensagem, devemos ser capazes de captar qual foi a intenção do emissor (que poderia ser um jornalista, um escritor, um publicitário, um parente, um amigo, o chefe etc.): informar, entreter, vender etc.; é preciso levar em conta toda a trama comunicativa para que a nossa leitura se torne mais consciente e mais crítica. A mensagem propriamente dita, que contém as informações transmitidas. 1.1 Linguagem a O emissor, destinador ou remetente, que é a pessoa ou grupo de pessoas que produzem a mensagem. b O receptor ou destinatário, que é a pessoa ou grupo de pessoas que recebem a mensagem. d O canal de comunicação ou de contato, que é o meio usado para a transmissão da mensagem. e O código, que, no caso de uma mensagem escrita, é a língua. Além da língua, outros códigos poderão ser usados, tais como cores, formas, sinais etc. Para que a comunicação se estabeleça com eficiência, o emissor e o receptor devem utilizar o mesmo código. f O contexto ou referente, que é a situação ou objeto a que a mensagem se refere. Quando se escreve ou se lê um texto, é preciso ter consciência do nosso papel na comunicação. Se fizermos o papel do emissor, é preciso que a nossa mensagem seja a mais clara e correta possível; neste caso, deveremos considerar quais as características sociais e psicológicas do nosso receptor, para que a mensagem alcance o resultado desejado. O sucesso da sua comunicação estará garantido se você usar adequadamente o Qualquer processo de comunicação: a mímica, que os surdos-mudos utilizam, ou a chamada linguagem dos sinais; os sinais de trânsito, com suas significações; a transmissão de dados, seja por sinais ou por códigos: tudo isso está caracterizado como Linguagem. No entanto, queremos neste curso tomar como base a linguagem que se expressa pela palavra humana, fruto de atividades elaboradas mentalmente. A fala e a escrita são dois tipos de expressão linguística. Na comunicação escrita, os sons da fala (que é essencialmente a linguagem humana) são expressos por meio dos símbolos gráficos; rigorosamente, ela procura exprimir o mais fielmente possível os sons, o ritmo, as entonações, os timbres, e até mesmo supõe gestos e jogos fisionômicos da fala. 1.2 As Funções da Linguagem Conforme o objetivo que o emissor tem em mente, ele utiliza a linguagem orientando-a para certas funções: 14/004G Redação Técnica a) Função referencial ou denotativa: quando o comunicador deseja apenas comunicar algo, dar uma notícia, descrever um objeto, relatar ou explicar uma experiência científica. Para tal, utiliza-se uma linguagem clara e objetiva, cuidando para que os vocábulos denotem sua real significação. Exemplos: Textos científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos etc. b) Função emotiva ou expressiva: quando o comunicador, além de relatar algo, o faz acrescentando sua própria impressão pessoal, de modo a causar no destinatário esta mesma emoção, sensibilizando-o. Exemplos: Saiba Mais Um indivíduo só pode dizerse inteiramente livre, no âmbito da comunicação linguística, quando conhece todas as modalidades da língua a seu dispor e escolhe aquela que melhor convém ao momento do discurso. É pouco, portanto, conhecer apenas uma língua funcional ou a sua variante sociolinguística. O ideal é que o indivíduo seja um poliglota dentro da sua própria língua. Conhecer a norma culta, assim, de certa forma, é sentir-se mais livre para comunicar-se. Norma culta, ou seja, a língua utilizada segundo os padrões estabelecidos pelos clássicos, pode compararse à etiqueta social: não é preciso usá-la para viver, mas é absolutamente indispensável conhecê-la para conviver. ( Sacconi, L.A – Não Erre Mais! São Paulo, Atual Editora Ltda., 1990. p. 5) Poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico. “Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas sentada fumando, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera. Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um dia na primavera é que vou morrer de amor pungente e coração enfraquecido.” Clarice Lispector c) Função apelativa ou conotativa: quando o comunicador busca influenciar o modo de pensar ou agir do receptor, tomando como base um texto, um fato, antigo ou não. Exemplos: Textos publicitários, discursos políticos etc. d) Função fática ou de contato: quando o comunicador, através de mecanismos adequados tenta, apesar dos ruídos e obstáculos, manter o receptor em contato, de modo que ele receba a mensagem. Exemplos: Alô, quem fala? Alô, você está me ouvindo? Bom dia, tudo bem ? Hum... hum... Hã, o quê? Redação Técnica 004G/15 e) Função metalinguística: quando o comunicador usa o texto para explicar, definir, analisar, criticar, traduzir ou trocar termos e expressões da própria linguagem. Exemplos: Dicionários e textos que visem à tradução do código ou à elaboração do discurso. “Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã.” Carlos Drummond de Andrade f) Função poética: quando o comunicador procura realçar os aspectos formais da mensagem; para isso, ele pode lançar mão de recursos especiais como ritmo, rimas, versos: é uma linguagem rica, original e criativa. Exemplos: Soneto do amigo Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado. É bom sentá-lo novamente ao lado Com olhos que contêm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo. Um bicho igual a mim, simples e humano Sabendo se mover e comover E a disfarçar com o meu próprio engano. O amigo: um ser que a vida não explica Que só se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica... Vinícius de Moraes 1.3 A Escolha da Função Linguística Para que a redação seja um ato efetivo de comunicação, o autor deve levar em conta diversos fatores determinantes do tipo de texto a ser produzido. Assim, se a redação for literária, a escolha da função que a linguagem exercerá será diferente daquela encontrada na redação técnica. Vamos conhecer um pouco do texto literário e do texto técnico: 16/004G Redação Técnica Texto Literário Texto Técnico Função emotiva ou expressiva Função referencial ou denotativa Função apelativa ou conotativa Função fática ou de contato Função metalinguística - Função poética - 1.4 Justificativas para Melhorar a Redação O conhecimento das regras gramaticais serve de apoio para uma boa comunicação escrita. As justificativas fundamentais para a aprimorarmos cada vez mais são: a) O ato de escrever é um processo contínuo, que estamos sempre aprimorando. b) O ato de escrever é vivencial, ou seja, está baseado na experiência de vida e no modo como assimilamos as informações que recebemos continuamente. c) O ato de escrever é social; ninguém escreve só para si mesmo, mas para os outros, de modo a divulgar, discutir, criticar, enriquecer. Este é um processo de mão dupla, uma vez que todos são escritores e leitores ao mesmo tempo. d) O ato de escrever é profissional. Devemos preocupar-nos em ser capazes de redigir não apenas por prazer, mas prin­cipalmente, e é isso que importa aqui, para nos sairmos bem em situações de trabalho. 1.5 Significação das Palavras Antes de entrarmos no estudo dos tipos de redação, é importante saber que as palavras podem ter seu significado alterado, de acordo com a intenção com que são utilizadas. Quanto a sua significação, as palavras podem ser agrupadas assim: w Sinônimas: são as palavras que, embora diferentes na forma, são semelhantes ou iguais no conteúdo. Exemplos: O céu está nublado. O firmamento está estrelado. w Antônimas: são as palavras diferentes na forma e opostas no significado. Exemplos: A claridade aumenta. A obscuridade diminui. Redação Técnica w Homônimas: são as palavras que, embora escritas de modo parecido, são diferentes no significado. As homônimas podem ser: a) Homônimas Homógrafas: são semelhantes na grafia, mas diferentes na pronúncia (timbre fechado e aberto) e no significado. Exemplos: A cor do sapato. Aprendi a oração de cor. b) Homônimas Homófonas: semelhantes na pronúncia, mas diferentes na grafia e no significado. Exemplos: Lenço de seda. Espero que a febre ceda. c) Homônimas Perfeitas: iguais na forma (grafia e pronúncia), mas diferentes no significado. Exemplos: são (verbo); são (sadio); são (santo). w Parônimas: são as palavras semelhantes na forma (quase a mesma grafia e quase a mesma pronúncia), mas de significados diferentes. Exemplos: docente = o que ensina discente = o que aprende w De sentido figurado: são as palavras que, além do seu conteúdo denotativo (normal), assumem um conteúdo conotativo (diferente, expressivo). Exemplos: O doente morreu (sentido denotativo). A tarde morreu (conteúdo conotativo). 2. Modalidades de Redação Como ponto de partida, vale notar que as cartas e os relatórios são, na maioria das ve- 004G/17 zes, peças narrativo-descritivas. Iniciemos então por entender o que se espera de nós quando nos sentamos para redigir no local de trabalho. Para facilitar, vamos falar, primeiramente, da redação literária, para depois nos determos na redação técnica. 2.1 Descrição Fazer uma descrição é retratar, verbalmente ou através da palavra, alguém, um lugar ou alguma coisa, usando meios adequados para produzir na imaginação do outro uma impressão – a mais semelhante possível – daquilo que foi descrito. De certa maneira, é fazer com que o outro “veja” ou reconstitua mentalmente o que está sendo retratado pela linguagem. As condições para uma boa descrição devem levar em conta as mesmas qualidades de uma pintura: relevo, luz, textura, sombra, perspectiva, cor etc. Se a descrição for literária, busca-se produzir a emoção estética pela forma com que o objeto ou ser é descrito. Se for uma descrição técnica ou científica, ela retrata uma pessoa, lugar ou objeto, destacando objetivamente seus pormenores com detalhes precisos. Seu estilo é conciso, rápido, vivo. Pode-se ainda distinguir as descrições estáticas das animadas, em que o ser ou objeto descrito está, ou não, em movimento. 2.2 Narrativa A narrativa acontece quando representamos, por meio da palavra, um acontecimento ou uma série de acontecimentos, fictícios ou reais. Os elementos centrais de uma narrativa são três: os personagens, as ações e as ideias; esses elementos estão estreitamente interligados e são inseparáveis. Os dois primeiros formam a matéria da narrativa e as ideias formam o seu significado; quanto à importância, os personagens se destacam porque são eles que vivem o enredo. 18/004G Redação Técnica A narrativa é muito importante porque é impossível viver sem ela, uma vez que no nosso dia a dia estamos sempre narrando algo, um fato que nos aconteceu, um sonho, uma viagem... Não há povo sem narrativa, ou seja, sem história. Podemos encontrar dois tipos de narrativa: a de ficção e a real. A narrativa de ficção busca, ao relatar os acontecimentos, reproduzir a vida para que ela seja sentida através de termos afetivos ou psicológicos. A linguagem torna-se pessoal, subjetiva, capaz de criar uma nova realidade a partir dos dados intuitivos do artista. A narrativa real (ou técnica) relata o mais objetivamente possível os fatos. É o caso da História, da Ciência, e sua finalidade principal é informar, instruir, utilizando o recurso de uma linguagem mais impessoal. tuitiva do autor, que ele apresenta de modo criativo. Essa modalidade de dissertação tem caráter literário e só pode ser classificada como dissertação se nela estiverem constituídos argumentos lógicos e ordenação intencional das ideias de modo a levar a uma conclusão. Sem essas características, o texto torna-se apenas uma simples descrição com impressões pessoais. Encontramos dissertações na vida profissional, na propaganda, nos pareceres de avaliação pessoal, nas cartas reivindicatórias etc. Não pense, porém, que os gêneros narrativo, descritivo e dissertativo são sempre encontrados isoladamente. Os três podem estar presentes em um só documento de forma a um completar o sentido do outro, embora sempre haja a predominância de um deles. 2.3 Dissertação 3. Estrutura de Texto Quanto à dissertação, convém logo distinguir seus dois tipos: a dissertação objetiva e a subjetiva. Na primeira busca-se expor, oralmente ou por escrito, um ponto básico. A dissertação objetiva supõe o exame crítico de uma questão, e sua finalidade principal é instruir e convencer, transmitindo conhecimentos dos mais variados campos da Cultura: Arte, Ciência, Filosofia etc. Para a estruturação de uma dissertação objetiva, geralmente, parte-se da organização das ideias, formando um raciocínio, na maior parte das vezes, do geral para o particular, dedutivamente, é o chamado silogismo. Antes de falarmos na estrutura do texto, vamos analisar a estrutura frasal, porque um texto compõe-se de frases, obviamente. As pessoas, quando escrevem, costumam usar mais ou menos as mesmas palavras. Não se deve esquecer, entretanto, que o valor expressivo das palavras pode variar de pessoa para pessoa e que, dependendo do contexto em que se insere a frase, a mesma palavra pode ter sentidos variados. Silogismo - dedução formal em que, postas duas proposições, as premissas, dela se tira uma terceira, a conclusão. A dissertação subjetiva é a exposição de uma visão pessoal do autor, na qual ele manifesta sua opinião e suas impressões, com a finalidade de sensibilizar e conquistar o leitor. É subjetiva porque, ao lado dos argumentos e do raciocínio, surgem elementos de ordem psicológica baseados na vivência in- Na estrutura da frase, encontramos vocábulos que são básicos para o seu sentido, denominados palavras reais. São eles: verbo, substantivo, adjetivo e pronome. As demais palavras são elementos de ligação, sendo chamadas de instrumentos gramaticais. São eles: artigos, preposições e conjunções. Exemplo: O chefe criticou a secretária do diretor. Palavras reais: chefe, criticou, secretária, diretor Instrumentos gramaticais: o, a, do Redação Técnica 004G/19 Quanto mais técnico for o texto, mais usará palavras como verbos, substantivos, ao passo que adjetivos e advérbios são mais adequados para textos literários. É por isso que se diz que quanto maior o número de substantivos, maior a informação. de definições, apresentação de exemplos, pormenores, comparações e contrastes, provas, ou pela apresentação de causas e consequências. Quando se produz um texto, utiliza-se uma seleção de material linguístico adequado, a saber: escolhem-se as palavras, as frases, a função linguística e a modalidade de organização do discurso, ou seja, se vai ser uma narração, descrição ou uma dissertação. Para alguns autores, a adequação é a regra primordial a ser buscada pelo redator. É ela que vai orientar quando utilizar as outras qualidades do texto, de modo a atingir os objetivos que a mensagem propõe. Se, por exemplo, você vai tratar de um assunto desagradável com um cliente, a escolha de expressões que suavizem o significado do que é preciso informar será melhor aceita que uma frase “nua e crua”. Três fatores são fundamentais para a obtenção de um texto bem estruturado: UNIDADE COERÊNCIA ÊNFASE Além da estética. Esses três primeiros fatores (e outros) serão estudados mais detalhadamente a seguir, quando trataremos das qualidades do bom texto, ao passo que a estética será discutida na lição 2, em Estilo e Estética. 4. Qualidades do Texto Um texto de qualidade é aquele bem estruturado. Com relação aos detalhes, quando se fala em qualidades do texto, são necessárias: clareza, concisão e coerência. Mas será que todos os textos bons são claros, concisos e coerentes? Dois textos, um literário e outro técnico, podem ser considerados ótimos, sem contudo haver qualquer ponto em comum entre eles. Então, é preciso alargar o leque das qualidades textuais para chegarmos às características universais da boa redação. Os requisitos mencionados a seguir foram tirados de vários autores, procurando dar uma ideia bastante ampla do que se espera de um texto de qualidade. 4.1 Unidade Do ponto de vista da unidade, o texto deve apresentar uma ideia e um objetivo único a alcançar. Ela pode ser desenvolvida através 4.2 Adequação 4.3 Concisão Dizemos que um texto é conciso quando ele é breve, resumido, sucinto. Entre um texto longo e cheio de detalhes e outro conciso, destinatários com pouco tempo disponível preferirão os últimos, obviamente. Em vista disso, sempre que for possível, é melhor ir direto ao assunto e não ficar dando voltas intermináveis para dizer o que realmente importa. Alguns conselhos para um texto conciso: Contenha-se para não redigir um texto excessivamente detalhado. Vá direto ao assunto e evite preâmbulos desnecessários. Atenha-se ao assunto e não acrescente informações irrelevantes. Ao mesmo tempo em que você deve evitar períodos muito longos, pois dificultam a compreensão, é necessário tomar cuidado com o excesso de frases curtas, pois muitas frases curtas produzem um texto final mais longo. Procure conhecer a medida de concisão, ou seja, de quanto espaço você dispõe (ou prefere) para o seu texto. Artigos científicos ou jornalísticos, relatórios ou despesas de correio podem limitar o 20/004G Redação Técnica tamanho da redação (uma folha a mais numa carta que vai ser enviada para muitas pessoas faz a maior diferença no preço total da remessa). 4.4 Clareza No mundo repleto de informações em que vivemos, nem sempre é fácil apresentar nossos argumentos de forma clara. Antes de mais nada, é preciso estar consciente de que nem sempre o que é claro para você será claro para o seu destinatário, porque as pessoas não encaram as situações pelo mesmo ângulo. Da mesma forma que a concisão, a clareza é antes de tudo uma questão de atitude. É preciso querer ser claro. É preciso “entrar na pele” do outro, sentir como ele sente, ver como ele vê. Se formos capazes disso, conseguiremos uma comunicação eficaz. O segredo é raciocinar como o destinatário: se ele for uma criança, raciocine como uma criança; se ele for um adolescente, a mesma coisa. Se ele for um cliente, ponha-se no lugar dele! Sempre é bom observar algumas regras práticas: Escolha bem as palavras. Evite demonstrar erudição, utilizando termos tirados direto do dicionário. Além disso, convém afastar-se dos estrangeirismos, das palavras de sentido ambíguo, vago e dos termos técnicos fora do conhecimento do seu leitor. Erudição - instrução vasta e variada, adquirida sobre tudo pela leitura. Evite o uso de adjetivos e advérbios (quando usados com valor qualificativos), termos que afetam a precisão da frase, já que podem refletir um julgamento pessoal a respeito dos fatos, objetos ou pessoas. Utilize o método de desenvolver passo a passo o seu raciocínio para que o leitor possa assimilar cada etapa. Nestes ca- sos é preferível abrir mão da concisão em benefício da clareza para atingir o objetivo desejado. Ligue adequadamente as ideias para não correr o risco de apresentar as informações como peças independentes. As palavras de ligação (conjunções, advérbios) são instrumentos eficazes para isso. Opte pela linguagem acessível para a maioria dos leitores. O redator habilidoso é aquele capaz de dizer coisas profundas de modo fácil, e não coisas fáceis e simples de modo complicado. 4.5 Coerência Quando se diz que uma pessoa é incoerente, quer dizer que ela fala uma coisa e faz outra. Este é o exemplo mais comum. No texto escrito, incoerência consiste em um texto confuso, contraditório ou sem um sequenciamento apropriado de ideias. Há vários pontos em que o texto precisa apresentar coerência: Coerência interna do texto, o mesmo de evitar contradições flagrantes, como é o caso do funcionário que diz que não está buscando outro emprego, mas se aparecer uma oferta vantajosa... O certo seria dizer que, no caso de aparecer uma oferta vantajosa, ele pensaria em mudar de emprego. Coerência com a realidade, de modo a transmitir a informação que realmente conta. É como o caso da pequena empresa que divulga entre seus clientes uma capacidade de produção que ela não está aparelhada para suportar. Coitados daqueles que acreditarem e coitados daqueles que mentirem... Ligação de ideias. Esta é uma recomendação parecida com o tópico sobre clareza. Um texto uniforme e coerente precisa apresentar as ideias e fatos relacionados de modo que facilite ao leitor acompanhar o raciocínio apresentado. Redação Técnica Uniformidade de tratamento. A credibilidade do redator será afetada se ele se propõe a falar, por exemplo, das regiões do Brasil e só trata de algumas delas. É preciso dar pesos iguais aos fatos de igual relevância. Por outro lado, se o leitor se propõe a tratar de um assunto polêmico, ele deve apresentar os prós e os contras, ajudando o leitor a formar o seu próprio julgamento sobre a questão. Relevância das informações. Tudo que está no texto é pertinente? As informações estão efetivamente relacionadas com os argumentos, com a narrativa, com a descrição que se está fazendo? Todos os dados relevantes estão presentes? A resposta a estas perguntas é muito importante para que o autor escreva com coerência e clareza, evitando que o autor tenha a impressão de descuido, desinformação ou má-fé, o que é pior. Fundamento das conclusões. Se você apresenta uma conclusão, em que se baseia? Em dados concretos ou na sua própria impressão pessoal? Não é coerente formular conclusões baseando-se em premissas não apresentadas ou falsas, e em informações que o leitor desconhece. Fatos e opiniões. Apresentar um fato é informar sobre algo que realmente aconteceu, cuja descrição esteja coerente com a realidade. Apresentar uma opinião é interpretar os fatos da nossa maneira, segundo as nossas impressões. Misturar as duas coisas pode levar o leitor a uma impressão ambígua quanto ao que é fato e ao que é opinião. Podemos apresentar nossas opiniões sem, contudo, deixar de apresentar os fatos. O segredo é informar o leitor qual é o fato (acontecimento) e qual é a nossa opinião sobre ele. 004G/21 e captar a atenção do leitor, provocar nele o que se pretende. Vejamos algumas regras práticas para prender a atenção do leitor: Escolher o ângulo certo. Um assunto tomado pelo ângulo errado desinteressa o leitor. Se você vai escrever uma biografia, busque os pontos capazes de emocionar, de prender a atenção de quem lê. Se você vai escrever uma apostila sobre matemática e mostra a importância dela na vida das pessoas citando exemplos interessantes, é possível interessar até mesmo aquele estudante que a detesta. Qualquer assunto deixa de ser chato se for apresentado por um redator habilidoso. É possível escrever sobre astronomia de modo cativante para quem nunca fez mais do que olhar para o céu procurando sinais de chuva. Direcionar o assunto ao interesse do leitor. Como todos os seres humanos são dotados de necessidades e desejos básicos – afeto, segurança, bem-estar físico etc., – um bom texto é aquele capaz de associar o assunto a um destes interesses do leitor, aumentando muito a probabilidade de envolvê-lo. Dialogar com o leitor. Não é muito mais envolvente ler um texto que parece ter sido escrito para nós? Se o leitor se sente parte do texto, sentirá também necessidade de reagir a isso, respondendo, opinando, refletindo. Usar ilustrações. Um texto se torna mais enfático se utilizamos exemplos, fatos, histórias, casos, analogias, descrições de cenários. Esses recursos são úteis porque levam o leitor a imaginar com mais nitidez a situação e a envolver-se com ela, tornando-se ansioso para concluir a leitura do texto. 4.6 Ênfase e Vigor 4.7 Elegância Por ênfase entende-se a capacidade que um tópico textual tem de sobressair-se entre vários, de for ma a atingir os objetivos do redator. Vigor é a capacidade do texto de atrair Um texto elegante não é aquele construído com palavras difíceis ou lances geniais de criatividade. Um texto elegante é o que não 22/004G Redação Técnica é desagradável. Evite o sensacionalismo, as piadas de mau gosto, o sarcasmo, o tratamento desrespeitoso contra membros de um grupo social qualquer, estereótipos precon­ ceituosos etc. Fuja das gírias, dos trocadilhos pobres e das conclusões óbvias. Repare se a sequência das palavras utilizadas não produz aquele som desagradável, chamado de cacófato, tais como: a boca dela, a fé de Paulo, eu vi ela etc., ou ecos, tais como: Meu patrão ganha um dinheirão vendendo sabão. participação em eventos culturais, pesquisa etc. Se você não faz isso ainda, comece já. Quanto mais o fizer, mais o seu leque de interesses será ampliado, facilitando muito na elaboração de textos. 4.8 Objetividade Como o nosso interesse é tratar de técnicas redacionais voltadas para a produção de documentos empresariais, essas qualidade é particularmente exigida em textos técnicos, jornalísticos, científicos, nos relatórios, ou em quaisquer outros, em que o redator deva expressar-se sem projetar suas opiniões pessoais. Você já deve estar sentindo falta de uma qualidade fundamental, não é? É isso mesmo, a tão indispensável correção gramatical. Sem ela qualquer texto estaria comprometido, descartado. É por isso que vamos dedicar toda a lição 4 aos pontos gramaticais mais necessários para a prática da redação, seja ela literária ou técnica. Concluindo o nosso estudo sobre as qualidades do texto, uma certeza deve ficar: texto de qualidade é aquele que cumpre bem a sua missão. Trocando em miúdos, o destinatário é quem vai dar a palavra final: o texto convence ou não convence, e isso é o que importa. 5. Domínio da Informação Todo bom redator é aquele que tem o que dizer quando escreve. Não há como redigir sobre um determinado assunto sem conhecê-lo, senão o texto resultante será fraco e superficial. As melhores fontes de informação são: leitura constante e variada, conversas com pessoas bem informadas, Um conselho bastante útil é registrar em fichas tudo o que for considerado relevante em termos de informação. Ao ler um livro, anote frases significativas, ou registre coisas interessantes ditas por pessoas em eventos, entrevistas, reportagens. Nunca tenha preguiça de buscar as informações, seja em qualquer área, porque elas se complementam e nos dão um conhecimento variado, que aprofundaremos quando precisarmos de um tópico mais técnico e específico. Ainda no que diz respeito à leitura, Richard Steele, um grande escritor irlandês, disse que ela “é para a mente o que o exercício é para o corpo”. 6. Ferramentas do Redator Redigir se aprende... redigindo! Ninguém pode afirmar que já está pronto para fazer uma boa redação se apenas acumulou conhecimentos teóricos, regras, dicas ou orientações, porque, na verdade, é Redação Técnica impossível guardar tudo na memória para usar quando preciso. Além do estudo teórico sobre a redação, o redator deve ter outros trunfos, que são as suas ferramentas, um outro arsenal de informações de que ele vai lançar mão à medida que vai necessitando. Por isso é bom levantar quais são as maiores dificuldades que o redator encontra na hora de fazer uma redação. Veja esta lista: w domínio superficial do assunto que vai w w w w w tratar; falta de organização do raciocínio; desconhecimento da gramática; falta de leitura; pontuação inadequada; falta de ideias para enriquecer o texto. Onde buscar o que falta? Vamos discutir a seguir cada uma das ferramentas que você deve ter sempre à mão para um bom texto. Procure nas Referências Bibliográficas as obras que foram fundamentais para a confecção deste módulo; certamente elas serão ótimas ferramentas para a redação. 6.1 Gramáticas Estudar gramática aleatoriamente é cansativo. Experimente consultá-la com uma dúvida específica a partir de uma necessidade. O estudo vai ter outro sabor, será muito mais proveitoso. Quem de nós já não teve dúvida sobre o uso da crase, colocação pronominal, flexão do infinitivo? É nesta hora que a gramática vem em socorro da nossa falta de conhecimento. Não é necessário ser um profundo conhecedor da gramática para se tornar um bom redator. O que é preciso é saber onde procurar o quê. Para isso deve-se estar familiarizado com a sua estrutura para facilitar a consulta. É claro que quanto mais adquirirmos o hábito de folhear a gramática, mais estaremos aprendendo sobre a língua portuguesa. 004G/23 6.2 Dicionários Alguma vez você já ouviu alguém dizer que o dicionário é o “pai dos burros”? Muito pelo contrário, ele é o pai dos inteligentes, daqueles que não querem errar. No dicionário você encontra o sinônimo mais adequado, a grafia correta das palavras, a regência dos verbos. Lá está a classe gramatical a que a palavra pertence, se é substantivo, adjetivo ou advérbio, além de exemplos de emprego das palavras em frases ilustrativas. 6.3 Livros de Redação e Estilo Como já foi dito, ninguém é capaz de guardar tudo na memória para sempre. Mesmo que você tenha feito um bom curso na área de redação, tenha sempre à mão livros sobre o assunto, porque no futuro será preciso relembrar uma orientação importante, mas que já foi esquecida por falta de uso. 6.4 Textos de Consulta da Área Um redator cuidadoso sempre procura consultar livros específicos da área em que atua. Procure sempre os melhores autores, aqueles mais reconhecidos, cujas obras sejam marcantes e que tenham mais abrangência quanto aos assuntos e à bibliografia. 6.5 Livros de Consulta Rápida (do tipo “Tira-Dúvidas”) Estes livros são bons porque foram feitos como um “pronto socorro” da Gramática, listando os assuntos por ordem alfabética ou por assunto. Sugestão: 1001 Dúvidas de Português – José de Nicola e Ernani Terra – Editora Saraiva. 24/004G Redação Técnica 6.6 Periódicos e Internet A leitura e consulta a bons jornais, revistas e sites pode ser útil porque ajudam o redator a manter-se atualizado com o estilo, os gostos e as formas de expressão de seu tempo. São também ótima fonte de ensinamento que propiciam uma expressão mais rica e interessante. 6.7 Hemeroteca Uma hemeroteca é um arquivo de periódicos e artigos. O redator cuidadoso não deve desprezar informações pertinentes aos seus interesses, organizando um arquivo de notícias e artigos. 7. Como Organizar as Ideias É frequente as pessoas comentarem que não sabem como começar a redigir um texto. Sentam-se com o papel e o lápis, ou em frente ao computador e ficam longo tempo sem que uma simples ideia ocorra. De início você precisa de um tema - depois é que vai decidir o que escrever sobre ele. Antes de começar, você deve pesquisar o assunto sobre o qual vai escrever para ter elementos capazes de convencer pelo texto. A primeira regra da boa redação é ter o que dizer sobre o tema. O resto do trabalho fica por conta das regras que vamos estudar a seguir. Seguem alguns conselhos práticos: Planeje o que você vai escrever. Medite sobre o que vai escrever e reflita sobre como vai fazê-lo. Faça um roteiro, escrevendo os assuntos que pretende comentar de maneira ordenada. Deixe um espaço em branco entre os assuntos para poder intercalar um outro tópico que porventura apareça ou para ligar os assuntos entre si. Evite embaralhar os assuntos, deixando um sem concluir e depois voltando a ele. Isso, além de tornar confusa a redação, mostra desorganização mental da parte do redator. Considere o receptor. Ele é um dos componentes fundamentais da comunicação. Podemos chamá-lo de “audiência”, de “destinatário”, de “cliente”, e é ele que vai nortear as suas decisões, o tipo de carta ou relatório, a escolha das palavras etc. Busque sempre a clareza. Se você escreve para alguém, quer fazer-se compreender, não é? Lembre-se de todas as orientações sobre as qualidades do texto. Releia, corrija, reescreva, aperfeiçoe. Nunca acredite que um texto preparado já esteja perfeito de primeira. Releia o seu texto verificando se não precisa trocar palavras repetidas ou buscar aquele termo mais exato. Olhe sempre com desconfiança para o que escreveu. Os bons redatores nunca deixam de revisar seus textos. Redação Técnica 004G/25 Exercícios Propostos 1 - Para que a redação seja um ato efetivo de comunicação, o autor deve levar em conta diversos fatores determinantes do tipo de texto a ser produzido. Assim, a escolha das funções mais apropriadas para a redação técnica é: ( ) a) emotiva, referencial e poética. ( ) b) apelativa, referencial e metalinguística. ( ) c) poética, referencial e metalinguística. ( ) d) referencial e metalinguística. ( ) e) fática e referencial. Leia atentamente o texto e assinale a alternativa correta. ELE FAZ A CABEÇA DELAS “O cabeleireiro e maquiador Mauro Freire afia a língua e as tesouras para cuidar do visual de Carolina Ferraz, Cláudia Liz, Xuxa, Malu Mader, Zizi Possi e outras estrelas.” Reportagem de capa da Veja São Paulo, semana de 8 a 14 de fevereiro de 1999 2 - Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta os sinônimos para cuidar e visual: ( ) a) tratar e vestir ( ) b) tomar conta e tartar ( ) c) zelar e vestir ( ) d) tratar e aparência física ( ) e) tomar conta e clientes. 26/004G Redação Técnica 3 - Relacione as duas colunas: (1) Adequação (2) Concisão (3) Clareza (4) Coerência (5) Ênfase (6) Elegância (7) Objetividade ( ( ( ( ( ( ( ) a) Ligação de ideias. Fundamento das conclusões. ) b) Ir direto ao assunto e não ficar dando voltas intermináveis para dizer o que realmente importa. ) c) É a capacidade que um tópico textual tem de sobressair sobre vários. ) d) Não usar gírias, trocadilhos pobres, conclusões óbvias. ) e) Qualidade é exigida em textos técnicos, jornalísticos. ) f) Orientar quando utilizar outras qualidades do texto. ) g) Escolha bem as palavras. Opte pela linguagem acessível. 4 - Assinale a alternativa que apresenta a função de linguagem predominante no verso a seguir: Ah! Meu amor, não vá embora Vê a vida como chora, vê que triste esta canção. Não, eu te peço, não te ausentes Pois a dor que agora sentes Só se esquece no perdão... ( ( ( ( ( ) a) Emotiva ) b) Fática ) c) Referencial ) d) Metalinguística ) e) Apelativa 5 - Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso): ( ) a) O primeiro passo para uma boa produção textual é estabelecer o tema e depois decidir o que se vai escrever sobre ele. ( ) b) É o receptor que irá nortear a produção textual, tais como o tipo de carta ou relatório, a escolha das palavras etc. ) c) Para ser elegante, o texto deve ser rebuscado e contar um vocabulário que exija um alto nível cultural. ) d) Estrangeirismos, palavras de sentido ambíguo e termos técnicos são competências de um bom redator. ) e) Um texto conciso deve ser breve, resumido e sucinto. ( ( ( lição 2 Redação Técnica 004G/27 Estilo e Estética Quando se estuda Linguagem, encontra-se sempre referência aos termos Fala, Discurso, Estilo e Níveis de Fala. Vejamos o que significa cada um desses termos. Cada indivíduo, culto ou não, quando se utiliza dos recursos linguísticos, o faz particularmente, de acordo com seu temperamento, seu jeito. Assim, Fala (ou Discurso) é o uso da língua comum em uma comunidade linguística. Uma pessoa, ao fazer uso desse código, ou é extravagante, verbalista, rica de imagens, ou é sóbria, econômica, preferindo a simplicidade do vocabulário comum. Aí está o Estilo de cada um, que se manifesta nas escolhas dos recursos linguísticos que o indivíduo faz. Surgem então os Níveis de Fala, que são os variados modos de usar a língua: há o nível comum ou literário, coloquial ou formal, popular ou erudito etc. Desse modo, mesmo se prestando à multiplicidade dos estilos, a língua não se desfigura; ao contrário, torna-se única e íntegra na multiplicidade e na variedade, preservando o seu gênio, a sua índole, submetendo todas as particularizações. Ao término dessa lição, você será capaz de: w Compreender os diferentes tipos de estilo de aplicá-los apropriadamente; w Reconhecer os principais Vícios de Línguagem; w Conhecer e aplicar os tipos de Estética mais utilizados; w Respeitar as Normas Gerais para redação. 1. Estilo 1.1 Definição Estilo: sm. ... 1. Fig. Modo de exprimir-se falando ou escrevendo. Estilística: s2gf. 1. Pessoa que escreve com estilo apurado, elegante. sf. Disciplina que estuda a expressividade duma língua, i.e., sua capacidade de emocionar mediante o estilo. (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, O Dicionário da Língua Portuguesa, Curitiba, Editora Positivo, 2008). 28/004G Redação Técnica Você já deve ter percebido que estilo não é sempre uma ferramenta favorável ao ato de falar ou escrever. É preciso então buscar o domínio dos estilos que são úteis e conhecer os que devem ser evitados para não comprometer a eficácia redacional. Para uma pessoa comum, estilo é a maneira própria de expressar seus sentimentos ou os acontecimentos presenciados. Para o redator, estilo deve ser um trunfo, que deve variar de acordo com a circunstância e o receptor. É a capacidade de dizer a mesma frase de modo diferente, é a habilidade de tornar novo o que antes estava desgastado. 1.2 Estilística e Eficácia Redacional Você já ouviu falar de eficiência e eficácia? Eficiência é realizar a tarefa corretamente, e eficácia é a capacidade de alcançar o objetivo, realizando a tarefa certa no momento certo. Neste contexto podemos aplicar os conceitos de estilística e eficácia redacional. Redigir com eficiência pressupõe que você saiba utilizar aqueles recursos e ferramentas já discutidos na lição 1, porque a eficácia da mensagem vai depender da sua criatividade, da escolha de um estilo capaz de produzir no leitor a resposta que você espera. A esta altura você já deve estar se perguntando: o que mais é preciso para um bom texto empresarial? Acredite, você já tem praticamente em mãos tudo para fazer excelentes redações. Você já sabe que precisa escolher qual o tipo de texto mais adequado ao seu leitor, que esse texto deverá ter qualidades (concisão, clareza, correção, objetividade), que você precisa dominar a informação e as ferramentas necessárias etc. O que lhe falta agora é conhecer os vários estilos de redação, cuja utilização criativa favorece muito a eficácia do seu texto. 1.3 Estilística Fraseológica Este tópico foi chamado de “estilística fraseológica” porque os vários estilos que serão apresentados a seguir estão relacionados com a estrutura da frase. a) Estilo monótono: é aquele em que o redator demonstra imaturidade na expressão escrita, fazendo uso exagerado das palavras e, mas, aí, então. Neste estilo os fatos são apresentados em ordem cronológica, denunciando ausência de esforço na elaboração da frase. Exemplo: Estivemos na reunião ontem e não ficamos até o fim, mas achamos que foi boa, só que muito longa e muito cansativa. b) Estilo lacônico: é o texto parecido com um telegrama, de frases curtas e rápidas. Não há uso de orações subordinadas, porque as frases são breves e bem marcadas por vírgulas e pontos finais. Este modo de escrever pode facilitar a compreensão do texto, porque as ideias ficam mais claras e inteligíveis. Exemplo: Embarcamos ontem a mercadoria solicitada. Favor acusar o recebimento. c) Estilo ladainha: é um modo de expressão que lembra os textos da Bíblia. Há frases encadeadas pela conjunção coordenativa e, tornando a linguagem um tanto familiar, facilitando a compreensão das ideias. Exemplo: Nossos clientes aceitaram os preços e condições e prometeram uma resposta o mais breve possível... d) Estilo complexo e obscuro: é o preferido das pessoas prolixas, retóricas, que gostam de impressionar pelo excesso de pormenores, de adjetivos, de advérbios, de frases longas, nas quais há excesso de quês e porquês. Redação Técnica 004G/29 Exemplo: Dirijo-me a V.Sa. porque nossa última reunião não foi satisfatoriamente conclusiva, visto que nem todos os assuntos foram a contento discutidos, fato que desagrada a nossa humilde empresa e desagradará também, tenho certeza, a empresas do tipo da sua. e) Estilo truncado: é aquele em que o redator opta por separar orações subordinadas entre si através de pontos finais. Este é um estilo mais de acordo com a linguagem popular, em que a utilização das conjunções subordinativas se torna inviável. Compare as frases do exemplo. Exemplo: Não vá à reunião, se não tem nada a acrescentar. (oração subordinada) Não tem nada a acrescentar? Não vá à reunião! f) Estilo desdobrado: é a característica de autores que iniciam uma frase mas não sabem como terminá-la. Tornam-se escravos de explicações sem fim, em que sempre há motivo para outras frases adicionais, excesso de vírgulas, parênteses, travessões. Exemplo: O diretor pensa em tirar férias no próximo mês (ele tentou tirar no mês passado, isto é, novembro, mas não conseguiu), já que está cansado (também precisa cuidar da saúde) e não quer deixar que suas férias se acumulem, então pediu que lhe comunicasse sua decisão. g) Estilo dinâmico: neste estilo, o redator utiliza frases curtas, incisivas e agradáveis, em que muitas vezes o verbo é dispensado. É um estilo cuja estrutura da frase aproxima-se das máximas e provérbios. Exemplo: Cada um na sua. Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento. 1.4 Recursos Estilísticos Favoráveis e Desfavoráveis Como mostra o tópico anterior, estilo é o que não falta. Contudo, a utilização de um ou outro requer bom senso e conhecimento do destinatário. Nas relações comerciais e empresariais devem ser evitados os estilos monótono, complexo, obscuro e desdobrado, porque prejudicam a compreensão do texto. Os outros estilos podem ser utilizados, tendo-se o cuidado de observar o seguinte: O estilo lacônico pode ser útil porque é dinâmico, e em virtude de sua brevidade torna mais fácil a compreensão do texto. Este recurso é satisfatório para redatores e empresários cuja prioridade é apro- 30/004G Redação Técnica veitar bem o tempo, sem se perder com redações e leituras longas e complicadas. No entanto, se o destinatário for exigente em matéria de linguagem, esse estilo pode se revelar inadequado. O estilo ladainha, como favorece a com­preen­são pela linguagem familiar, pode apresentar resultados positivos se o redator demonstrar habilidade na sua utilização; caso contrário, o uso excessivo da conjun­ção e pode ser prejudicial à eficácia do texto por torná-lo cansativo. O estilo truncado pode trazer criatividade à linguagem, tornando eficaz a mensagem. Utilizado como recurso estilístico, dá ênfase à frase, tornando o período mais solto, mais rico e expressivo. O estilo dinâmico confere beleza e agilidade à frase. Este recurso, porém, só será adequado quando não trouxer ambiguidade pela ausência do verbo. 1.5 Outras Recomendações Chamamos sua atenção para três outros fatores que podem prejudicar a eficácia da sua redação: a utilização de expressões triviais e clichês, da linguagem figurada, e de certas palavras e verbos. É claro que escrever bem e com estilo depende de treino e persistência. Mas o estilo que já é seu pode ser melhorado com alguns hábitos cuja aquisição deve ser priorizada, como: conhecimento do vocabulário, estudo da gramática, análise literária, leitura constante e refletida. Vejamos os fatores contraproducentes mencionados: a) Uso de expressões triviais e clichês. Quem, por preguiça ou ignorância, lança mão de frases feitas e gastas, palavras cujo significado não domina completamente, termos supérfluos, arrisca seriamente a eficácia da sua mensagem. Procure sempre revisar o seu texto, tornando-o limpo, livre de palavras repetidas e de ideias secundárias e enfraquecedoras que podem tirar a força da ideia principal. b) Uso de linguagem figurada. O uso da linguagem figurada requer habilidade e domínio no manejo da língua, sendo adequado para quem pretende demonstrar suas qualidades de redator literário. Deve ser evitada na linguagem empresarial , pois aí não é a imaginação que deve ter papel relevante, mas a informação. Ao usar a linguagem figurada, você corre o risco de ser mal interpretado. c) Palavras e verbos que se devem evitar. Existem palavras e verbos que nada acrescentam ao texto. São as chamadas palavras “parasitas da prosa”, que nada acrescentam, ou são as de sentido amplo, incapazes de dar ao texto empresarial precisão e clareza necessárias. Veja uma lista delas: w Verbos: ser, ter, haver, estar, permanecer. Redação Técnica 004G/31 Exemplos: Estava com receio de lhe falar. Receava falar-lhe. A empresa tinha-lhe proporcionado bons salários. A empresa proporcionara-lhe bons salários. w Palavras “parasitas da prosa”: efetivamente, certamente, além disso, tanto mais, por outro lado, definitivamente, a dizer a verdade, por sua parte, por seu lado, na verdade. w Palavras de sentido amplo: bom, capital, conjuntural, desejável, estrutural, feliz, lucrativo, notadamente, rápido, sobremodo, sobretudo, útil, rico, pobre. 1.6 Vícios de Linguagem Como o próprio nome já diz, vício de linguagem é uma agressão ao idioma pela utilização errônea de palavras e expressões. Os vícios de linguagem devem ser conhecidos para que seu uso seja evitado. São eles: a) Barbarismo - são palavras empregadas com erro na sua grafia, pronúncia ou forma. Exemplos: Incorreto rúbrica excessão Correto rubrica exceção abóboda cidadões abóbada cidadãos Também constituem barbarismos a troca de parônimos (eminente por iminente, diferir por deferir etc.), o emprego de estrangeirismos desnecessários (menu em vez cardápio), ou expressões viciadas por outros idiomas (todos os dois em vez de ambos os dois: influência do francês). b) Solecismo - é o erro no uso da sintaxe, isto é, da concordância, da colocação ou da regência. Exemplos: Errado a Houveram muitos problemas. Certo a Houve muitos problemas. Errado a Ele visava uma posição melhor. Certo a Ele visava a uma posição melhor. Errado a Esta carta é para mim ler. Certo a Esta carta é para eu ler. 32/004G Redação Técnica c) Arcaísmo - é o erro ao usar palavras ou expressões que já caíram em desuso. Exemplos: Vossa Mercê em vez de Você Boticário em vez de farmacêutico. d) Plebeísmo - é o uso inadequado de palavras ou expressões triviais ou de gíria. Exemplos: Este cara é muito competente... Esta secretária é um troço. e) Pleonasmo vicioso - é a repetição de palavras e expressões, tornando a ideia redundante. Exemplos: Entrou para dentro. Encarou de frente a questão. f) Ambiguidade - é a construção sem cuidado que permite ao leitor duas interpretações. Exemplos: O diretor repreendeu a secretária em sua sala. (na sala de quem?) Venceu o São Paulo o Vasco. (quem venceu?) g) Hiato - é a utilização de várias vogais causando um som desagradável. Exemplos: Sou eu ou ainda é o outro? Já há alguns anos... h) Cacófato - é o som desagradável produzido pela junção de palavras, produzindo palavra ridícula ou até obscena. Exemplos: Ela ganha até quatro mil por cada trabalho. Você reparou na boca dela? i) Colisão - é a sequência das mesmas consoantes numa frase. Exemplos: O rato roeu a roupa da rainha. Eram sociedades viciadas em ganhos fáceis. j) Eco - é o uso de palavras que rimam numa frase, sem que haja intenção para isso. Exemplos: Tenho a impressão de que a ocasião é propícia para a promoção. Meu superior não me dá valor. Na lição 4 damos uma lista de palavras de grafia duvidosa, que ajudarão na escolha correta quanto ao significado. Nessa mesma lição, você verá também o emprego de algumas classes de palavras, onde estão listadas as expressões de utilização mais comum e seu significado. 2. Estética 2.1 Definição Quando se trata de documentos técnicos, é a estética que vai dispor os vários elementos ao longo do papel, transformando a peça escrita em algo agradável de se ler. A estética vai além da mera distribuição dos parágrafos em uma folha de papel: é a escolha do espaçamento entre parágrafos, o tamanho das margens, onde colocar data, assinatura, número de referência...; é preciso levar em conta, além disso, que alguns tipos de documentos têm sua própria estética. Na lição 3 serão apresentados vários modelos e será possível observar a estética apropriada para cada um. Quem dispõe de computador não fica isento do cuidado com a estética. Este equipamento facilita muito o trabalho porque a tela já mostra como o documento vai sendo criado até estar Redação Técnica 004G/33 pronto para ser impresso em sua forma final. E antes da impressão final é o momento em que as devidas correções ou melhoria de distribuição de texto precisam ser feitas, para que se obtenha um documento perfeito. Se o documento for impresso antes disso, algo pode estar errado e o resultado será um desperdício de tempo, papel e tinta de impressão. Um documento bem elaborado e com estética impecável representa a empresa e as pessoas que o redigiram e assinaram. Observe estas dicas: a Use sempre (quando houver) o papel timbrado da sua empresa, evitando amassá-lo ou vincá-lo enquanto o manuseia. b Distribua o documento na página de modo que o texto fique harmoniosamente espaçado; se a parte escrita é pequena, não amontoe tudo na parte de cima da página. Por outro lado, preste atenção para não deixar só a assinatura ou uma frase final para a segunda página. c Estabeleça uma estética padrão a ser seguida para os vários tipos de documentos, cuidando para que outras pessoas que trabalham com você conheçam este padrão. Isso facilita o trabalho de quem precisar substituíla, evitando a confecção de um documento totalmente estranho aos seus. d Observe também a estética própria para os envelopes. Os serviços de correios costumam orientar quanto à melhor maneira de dispor o texto no corpo do envelope, para permitir a leitura das máquinas de triagem de correspondência. Procure seguir fielmente estas indicações que evita­rão extravio ou devolução de corres­pondências. Na lição 3, quando estivermos apresentando modelos de documentos, mostraremos também um envelope devidamente pronto para ser entregue aos Correios. 2.2 Tipos de Estética (Estilos) Utilizados Quando se fala em estética também se fala em estilo. Neste caso, estilo estético é o formato da correspondência, a distribuição do texto pelo papel e as margens e espaçamentos adotados. Então, quando falarmos em estilo bloco, ou semibloco, estamos nos referindo à estética, e não à linguagem. 2.2.1 Correspondência Oficial A correspondência oficial costuma ter seus próprios padrões estéticos, definidos em documentos especificamente publicados para orientar não apenas nesse aspecto, mas em outros, tais como a finalidade, a forma e a estrutura dos documentos, a sua origem e destinação. Dentre os documentos oficiais mais conhecidos destaca-se o ofício, cujo padrão estético apresenta normas rígidas em sua forma e em sua estrutura. Apenas para ilustrar (porque a correspondência oficial vai ser apresentada com maiores detalhes na lição 3), apresentaremos nas páginas seguintes os estilos estéticos do ofício, do memorando e do fax. 34/004G Redação Técnica Exemplo de ofício 5,5 cm 2,5 cm 6,5 cm 10 cm Ofício nº 524/SG-PR 1,5 cm Brasília, 27 de fevereiro de 1991. Senhor Deputado, 1,5 cm 5 cm Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa). 2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressaltava a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características socioeconômicas regionais. 3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, §1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente. 4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão enca‑ minhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil. A Sua Excelência o Senhor Deputado (Nome) Câmara dos Deputados 70.160 – Brasília – DF 2 cm (Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 42). Esta é a folha nº 1 do ofício (observe como a estética do documento oficial é detalhada); sua continuação está na página seguinte. Redação Técnica 004G/35 1 cm (Fls. 2 do Ofício nº 524/SG – PR, de 27.2.91). 2,5 cm 5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas. 6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade. 1 cm Atenciosamente, 2,5 cm (Nome e cargo do signatário) (Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 43). 36/004G Redação Técnica A seguir apresentamos o modelo estético de memorando segundo as normas da redação oficial. Na redação empresarial a estética do memorando é bem mais flexível. Exemplo de memorando Memorando nº 19/DJ Em XX de XXXX de XXXX. Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores 4 cm Nos termos do “Plano Geral de Informatização”, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de “disco rígido” e de monitor padrão “EGA”. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um “processador de textos”, e outro “gerenciador de banco de dados”. 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará uma mais racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados. 1 cm Atenciosamente, 4 cm (Nome e cargo do signatário) (Fonte: Manual da Presidência da República, p. 54). Redação Técnica 004G/37 Abaixo damos um modelo de formulário para fax, de acordo com as regras dos documentos oficiais. Este formato também pode ser aproveitado para a correspondência empresarial. IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR (Nº DE FAX) (ENDEREÇO E TELEFONES) DESTINATÁRIO: ________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ Nº DE FAX: _______________________________________ DATA:_______/________/________ Nº DE PÁGINAS: ESTA + ____________________ Nº DOCUMENTO: ____________ MENSAGEM (Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 58). 38/004G Redação Técnica 2.2.2 Outros Documentos Considerados Oficiais Como será explicado na lição 3, existe uma série de documentos cuja classificação como oficial ou empresarial é polêmica. Dada sua finalidade, optamos por chamá-los de “outros documentos considerados oficiais”, porque são documentos cuja origem ou destino é um órgão público. Por exemplo, se você precisa de um atestado, dependendo do tipo, ele vai ser fornecido (ou solicitado) por órgão público: segurança pública, escola pública, área da saúde pública. Da mesma forma, outros documentos, como o requerimento ou a declaração, podem ou não ser considerados documentos oficiais. Veja um modelo de atestado. ........................................................................................................................................... (Órgão) ........................................................................................................................................... (Unidade) ATESTADO 3 espaços 11 espaços ........................... Atesto, para fins de prova junto à ......................................., que o Sr. ............................................., ocupante do cargo .................................., para o qual 12 esp. foi nomeado por Decreto de ..................................................., não responde a processo administrativo. 2 espaços Brasília, ....... de ...................... de .............. 3 espaços (assinatura) (Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 105) Redação Técnica 004G/39 Veja agora um modelo de estética própria da declaração. Timbre DECLARAÇÃO 11 esp. Declaramos, sob as penas da lei, que ......................................................, sociedade constituída de acordo com as leis de New York, Estados Unidos da América do Norte, com sede em ................................... continua proprietária de .......................... ações (por extenso) nominativas, representando R$ ........................................ do capital social dessa sociedade. (por extenso) Estas ações estão representadas pelas seguintes características: Nº de Ações Ordinárias Numeração das Ações Valor das Ações Nº de Ações Preferenciais Numeração das Ações Valor das Ações 2 espaços São Paulo, XX de XXXXX de XXXX. 3 espaços (assinatura do representante legal) 3 espaços (assinatura do contador – CRC nº) (Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 107) 40/004G Redação Técnica O requerimento também é um documento cuja estética é bem definida. Observe o modelo: Invocação 7 esp. 11 esp. 12 esp. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ 3 esp. 2 esp. Fórmula de encerramento 2 esp. Data 3 esp. Assinatura (Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 120) 2.2.3 Correspondência Empresarial Os tipos estéticos mais utilizados são aqueles que facilitam o trabalho: sem entrada de parágrafos, sem divisão silábica no fim da linha, com todas as frases alinhadas na margem esquerda. Os outros tipos devem ser mostrados porque as pessoas podem preferi-los e porque nas correspondências oficiais ainda se usa o parágrafo recuado e outros detalhes específicos. Na lição 3, quando mostrarmos os vários modelos de documentos, deixaremos clara a visualização da sua estética. Redação Técnica 004G/41 Veja a seguir três tipos de estilo estético, utilizados para as cartas. a) Estilo Endentado ou Semibloco _________________________________ 1 ___________________ 2 3 _________________ ___________________ 4 ___________________ 5 ad ______________________ 6 ad fo ra rág m co tr en s ue oq t e5 pa 15 a 20 esp. __________________________________ ___________________________________________ 5 a 10 esp. ___________________________________________ ___________________________________________ 7 ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________ 8 ___________________ 9 margem direita rígida ___________________________________________ (Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 141) Este estilo apresenta data alinhada à direita, parágrafo com entrada de 15 a 20 toques (ou espaços), margem alinhada à direita e assinatura do signatário à direita, mas sem alinhamento com a margem. 42/004G Redação Técnica b) Estilo Bloco _________________________________________ 1 ___________ 2 3 __________________ _______________ 4 ma rge ___________________ 5 ___________________ 6 m dir eit as olt a ___________________________________________ _________________________________________ 15 a 20 esp. 5 a 10 esp. ___________________________________________ ___________________________________________ 7 ___________________________________________ ___________________________________________ __________________________________________ _________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________ 8 (Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 142) No estilo bloco, não há preocupação com a margem direita alinhada, nem o parágrafo apresenta entrada. A data continua alinhada à direita e o signatário está posicionado no mesmo lugar que no estilo endentado ou semibloco. Redação Técnica 004G/43 c) Tipo Bloco Compacto __________________________________1 ___________________ 2 ________________________ 3 ___________________ 4 ________________ 5 ___________________ 6 se mar m ge co m rt d es ire na ita sp s al olt av a ra s ___________________________________________ 15 a 20 esp. 5 a 10 esp. _________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ 2 7 ___________________________________________ ___________________________________________ ________________________________________ _______________ 8 ___________________ 9 (Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 143) Este é, sem dúvida, o estilo mais prático e vem sendo largamente utilizado na correspondência empresarial. Pode ser adotado para cartas, memorandos, comunicações internas, relatórios etc. 44/004G Redação Técnica 2.2.4 Correspondências Particulares Não precisa necessariamente obedecer a qualquer padrão, porque o que vale é a informalidade, a liberdade de expressão. Se as pessoas que se correspondem são íntimas, a carta pode ser manuscrita. Se for social ou cerimoniosa, deve ser digitada. Este último tipo engloba as cartas de apresentação, as de candidatos a emprego e as de demissão. Neles encaixam-se perfeitamente a carta-bilhete, o cartão postal, os cartões comemorativos de datas, os bilhetes. 2.2.5 Relatórios Os relatórios têm sua estética semelhante a dos textos longos, seguindo as margens de 3 cm acima e à esquerda e de 2 cm abaixo e à direita. Os parágrafos são separados por espaços duplos e iniciam na margem esquerda, sem recuo. Pode-se optar ou não por uma margem alinhada à direita. O título principal deve vir centralizado no topo da página e com letras maiúsculas. Os demais títulos e subtítulos podem ser numerados, seguindo uma hierarquia para facilitar a montagem do índice. No final, o relatório deve ser datado e assinado pela pessoa que o redigiu. Embaixo e à esquerda, por último, colocam-se as iniciais de quem o redigiu, em letras maiúsculas, seguidas de barra, e as iniciais de quem o digitou, em letras minúsculas. 3. Normas Gerais para Redação Depois de tudo o que foi falado sobre o ato de redigir, os estilos, o que é favorável e o que não é para a redação, a estética a ser adotada, achamos útil estabelecer passos para o momento em que você se prepara para escrever o seu documento. Esteja sempre certo de que: w Sabe qual é o objetivo do documento; w Sabe que tipo de documento deve utilizar; w Colocou-se no lugar do destinatário para sentir-se como ele; w Dispõe de informações precisas sobre o fato que motiva á redação; w Domina todas as palavras necessárias e já escolheu o vocabulário adequado; w Tem em mente as respostas às perguntas que o destinatário fez em sua correspondência anterior; w Calculou o tamanho do texto para saber como distribuir na folha de papel; w Sabe como iniciar, desenvolver e concluir a correspondência. 4. Digitação A redação de documentos e textos em geral tem utilizado os processadores de texto que são, sem dúvida, uma ferramenta que facilita e agiliza a escrita devido aos diversos recursos de que dispõe. O trabalho de editar e formatar textos no computador torna-se extremamente simples após certo treino, pois os programas são capazes de interagir com o usuário facilitando o trabalho. Documentos inteiros são gravados em CDs, Pendrives, ou até mesmo enviados por e-mail para serem entregues às editoras quando se trata da publicação de livros. O editor de texto permite que o trabalho seja modificado à vontade antes da gravação e da impressão final. Veja algumas das facilidades disponíveis nos editores de texto: w apagamento automático de letras, palavras, linhas, parágrafos ou capítulos inteiros; w facilidade de disposição dos títulos ou parágrafos à esquerda, centro ou direita da página; w facilidade de alinhamento de margens; Redação Técnica 004G/45 w formatação automática de letras com um simples comando (negrito, sublinhado ou itálico); w inúmeras formas de letras (fontes) disponíveis; w localização rápida de palavras e substituição com um simples comando; w possibilidade de mudar de lugar qualquer texto de qualquer tamanho; w possibilidade de inserção de desenhos ou figuras onde se queira; w paginação automática; w inserção automática de números ou letras sequenciais quando se digita os primeiros; w possibilidade de visualização da distribuição do texto; w cabeçalhos e notas de rodapé automaticamente inseridos mediante comando; w possibilidade de correção ortográfica; w facilidade de gravação e recuperação de textos na memória do computador, em CDs, Pendrives, HDs externos ou memórias virtuais. Há inúmeras outras facilidades, só a utilização contínua e sistemática vai permitir o conhecimento do potencial que um editor de textos pode oferecer. 5. Glossário de Termos e Estética Relacionada 5.1 À atenção de - Aos cuidados de - Em mãos Indica a quem a correspondência se dirige ou a pessoa que deve ser informada sobre o conteúdo da carta. Esta expressão será impressa no envelope e no corpo da carta. No envelope: Selo Metalúgica Rouxinol S.A. At.: Sr. Renato Almeida Caixa Postal 5387 São Paulo, SP - 46/004G Redação Técnica No corpo da carta: São Paulo, XX de XXXX de XXXX. Metalúgica Rouxinol S.A. À atenção de Renato Almeida Caixa Postal 5387 011661-000 - São Paulo, SP A expressão Aos cuidados de _ ou A/C, ou a/c _ é empregada quando a correspondência for entregue por pessoa referida nominalmente. Se a carta for entregue através de office-boy ou outra pessoa, escreve-se Em Mãos ou E/M no envelope. 5.2 Algarismos Servem para numerar uma sequência. A estética manda que não sejam usados hífen, traço ou parênteses depois dos números cardinais quando se tratar de títulos e subtítulos, e sim ponto (veja o exemplo a seguir): REDAÇÃO LITERÁRIA E REDAÇÃO TÉCNICA 1. 2. 2.1. 2.2. DEFINIÇÕES LINGUAGEM Significação das Palavras ............... Para os algarismos ordinais, não se usa qualquer sinal depois do ordinal: 1o --------------2o --------------3o --------------Saiba Mais Note que no caso do algarismo romano, a estética manda que se faça o alinhamento à direita. Num texto mais longo, caso seja necessária a utilização de números e letras, é sempre conveniente uniformizar o seu uso: 1. 2. 3. ou a. b. c. ou 1º 2º 3º ou I. II. III. Recomendamos que nos documentos pequenos você evite misturar números e letras. Dê preferência, então, aos algarismos cardinais. Se for Redação Técnica necessário dividir um tópico em mais vezes, aí justifica-se o uso de letras, números ordinais e algarismos romanos. 5.3 Anexos São os documentos que acompanham as correspondências. Se for um só documento, escreva abaixo da assinatura: Anexo único. Se forem vários, escreva: Anexos: 6 (por exemplo). Nos anexos propriamente ditos, escreve-se: no primeiro, Anexo 1; no segundo, Anexo 2 e assim por diante. Na redação oficial existem regras próprias para a numeração de Anexos. Veja na lição 3. Você pode, também, já adiantar quais são os anexos que acompanham a correspondência, nomeando-os. Faça a concordância que a gramática exige: Anexas: Duplicatas; Anexos: Cheque e Procuração. Nunca use a expressão “em anexo”, pois trata-se de um vício de linguagem. 5.4 Aspas Se as aspas abrangem apenas parte de um período, os sinais de pontuação ficam depois delas: Exemplo: O diretor afirmou em seu pronunciamento que “só os melhores serão recompensados”. Se as aspas abrangem citações integrais, os sinais de pontuação ficam antes delas: Exemplo: O diretor afirmou: “Só os melhores serão recompensados.” Se as aspas indicam a transcrição de um parágrafo, mas com a supressão de algumas palavras, usa-se o sinal (...) onde isso ocorre; se as aspas indicam a transcrição de mais de um parágrafo, é suficiente que se coloquem 004G/47 as aspas no início do primeiro e após o ponto final do último. Para citar ou ressaltar uma palavra ou expressão dentro de uma citação, usa-se o apóstrofo, também chamado de aspas simples. Exemplo: O diretor afirmou: “Só os ‘melhores’ serão promovidos.” 5.5 Aposto Aposto é o nome que qualifica outro nome. Assim, quando você coloca o cargo ou função que a pessoa que assina a carta exerce na empresa, você está fazendo uso de um aposto. Exemplo: Roberto de Souza, Diretor. Note que há uma vírgula separando o nome da pessoa do seu cargo. Note também que não é polido escrever esses nomes em maiúsculas, que aparecem apenas nas iniciais das palavras. 5.6 Assinatura É feita logo acima do nome da pessoa e do seu cargo ou função (ver aposto). Não se usa fazer traço para a assinatura. Se a secretária for assinar a carta no lugar do executivo, deverá fazer isso de modo a tornar legível o seu próprio nome, devendo ainda colocar p/ antes do nome do executivo, significando que ela está assinando por ele. Ana Paula Cardoso, Chefe do Departamento de Projetos. É extremamente descortês colocar o título na frente do nome do signatário. Se você deseja informar ao leitor a sua profissão, apenas coloque o registro (CREA, OAB etc). 48/004G Redação Técnica Não use: Engo Antonio Cardoso Filho, Chefe do Departamento de Projetos. Prefira: Antonio Cardoso Filho, Chefe do Departamento de Projetos. CREA nº ........................... 5.7 Assunto ou Referência Pode-se usar Assunto ou Referência antes do vocativo. Serve para resumir o conteúdo da carta e não deve vir sublinhado: Assunto: Programação de férias. 5.8 Cabeçalho São os dizeres impressos no início de uma correspondência. Desse conjunto de informações fazem parte o timbre da empresa, o local e a data, o endereçamento e a invocação ou saudação. 5.9 Caixa Postal Se você vai endereçar uma correspondência para uma caixa postal, não coloque o nome da rua, o número, nem o bairro, apenas o nome da cidade. Não coloque vírgula antes do número nem ponto para separar números superiores a 1.000. Exemplo: Metalúrgica Rouxinol S.A. Caixa Postal 5387 011661-000 - São Paulo, SP Preste atenção ao Código de Endereçamento Postal (CEP) que costuma ser específico para caixa postal. 5.10 Código de Endereçamento Postal (CEP) O número do código de endereçamento postal é padronizado para todo o país. Ele é composto de cinco dígitos + hífen + três dígitos. Seus números não devem ser lidos por inteiro, motivo pelo qual não se deve colocar ponto separando milhares (caso haja qualquer ponto, ou vírgula, ou outro sinal, a leitora óptica dos Correios rejeitará a leitura). A maioria das grandes cidades já está codificada por ruas. Na cidade de São Paulo você pode encontrar CEPs inclusive para alguns prédios. Quando a sua carta for endereçada para caixa postal, procure o CEP correspondente (lembre-se de que você não colocará o endereço: rua, número e bairro). Não escreva a palavra “CEP” em frente ao número. Veja a seguir duas opções aceitas pelos Correios: Exemplo: Mário Henrique Souza Rua Avanhandava, 835 - Bela Vista 01306-001 - São Paulo, SP ou Mário Henrique Souza Rua Avanhandava, 835 - Bela Vista São Paulo, SP 01306-001 Se você preferir, pode escrever à mão os números do CEP nos quadradinhos correspondentes impressos no envelope, mas nunca use tinta de tonalidade avermelhada. Estas mesmas orientações são válidas para o número do CEP no verso do envelope. 5.11 Continuação Quando você estiver digitando uma carta de duas folhas ou mais, é conveniente colocar, perto do índice, o número da folha e a totalidade de páginas, o editor de textos tem um recurso que faz isso automaticamente. Exemplo: DRH-821/99 fl. 3/5 O seu leitor saberá que está lendo a folha 3 de um total de 5. Não escreva “continuação” na folha seguinte. A correspondência oficial tem regras específicas para continuação. Redação Técnica 004G/49 Exemplo: São Paulo, 11 de fevereiro de 2013. Atenção Não estranhe estarmos chamando de folha o que muita gente chamaria de página. Uma folha é composta de duas páginas: uma ímpar e uma par. Quando falamos em página, precisamos contar a frente e o verso do papel, e não se faz isso em correspondência. 5.12 Corpo da Carta É o assunto da carta, que deve ser apresentado em parágrafos e de forma clara, concisa e objetiva. Em média, uma carta tem três parágrafos: a) informação inicial (apresentação do tema); b) desenvolvimento do tema; c) conclusão. O corpo da carta fica entre o vocativo e a despedida ou fecho. 5.13 Cópias Se for necessário que outras pessoas recebam cópia de um documento, isto deve ser indicado no final dele, depois dos Anexos e antes das Iniciais. Mencione assim: c.: Paulo Ribeiro Amélia Cardoso Faria Nunca abrevie o nome da cidade. Se você escreve “S. J. dos Campos”, estará correndo o risco de ser interpretada como “São João dos Campos”, quando quer dizer “São José dos Campos”. No casos em que o endereço da empresa já aparece no timbre, pode-se suprimir o nome da cidade; mas se a empresa tem filiais em vários locais, aí é interessante identificar de onde vem a correspondência. 5.16 Despedida ou Fecho Atualmente a tendência é simplificar ao máximo os dizeres do fecho de uma carta. Basta que você coloque: Atenciosamente, ou Cordialmente, Se, porém, houver necessidade de enfatizar algo já dito no decorrer da carta, o fecho poderá ser um pouco mais elaborado: Estamos à disposição de V.Sas. para maiores informações. Atenciosamente, Pedro Alencar, Chefe do Departamento de Vendas. 5.14 Correção de Erros Embora os editores de texto costumem acusar erros, não se deve descuidar, pois há casos que eles aceitam. Portanto, sempre revise o texto antes de impri-lo. 5.15 Data A data de uma correspondência é muito importante, pois pode servir de referência para o seu leitor. Normalmente ela vem separada por vírgula do nome da cidade. ou Certos de suas providências, subscrevemo-nos, atenciosamente. Pedro Alencar, Chefe do Departamento de Vendas. 5.17 Destinatário A correspondência não existiria sem um destinatário, não é mesmo? Por isso ele deve ser tratado com toda atenção. Nunca escre- 50/004G Redação Técnica va o nome do destinatário se você não tiver certeza do nome correto. Há pessoas que se ofendem se o seu nome está escrito incor­ retamente. Certifique-se também do cargo que a pessoa ocupa, para não correr o risco de errar. 5.18 Grampeamento Quando a correspondência for remetida pelos Correios, não use grampos ou clipes dentro dos envelopes. Junte cuidadosamente as folhas e dobre-as. Se a correspondência for entregue de outra forma ou for interna, o grampo deve vir no ângulo superior esquerdo, em diagonal. Isto facilita folhear o documento. Exemplo: grampo 5.19 Valores Observe as seguintes regras para a escrita de valores: a) Se o número não couber na linha, usa-se as reticências: Exemplo: Recebeu um cheque no valor de R$... 200,00, referentes ao pagamento de...; b) É importante, nos documentos, escrever os valores por extenso, entre parênteses: Exemplo: R$ 200,00 (duzentos reais) c) Quantias extensas podem ter sua grafia feita no processo misto: Exemplo: 200 milhões (em vez de 200.000.000). 5.20 Itens Em uma divisão ou subdivisão de um texto, cada item recebe uma letra ou um número em sequência. Neste caso permite-se que a letra ou número possa vir acompanhado de parênteses, traço ou ponto: Exemplo: Deve-se evitar: a) rasuras; b) ambiguidades; c) ..... Obs.: O editor de textos possui um recurso que faz isso automaticamente. 5.21 Maiúscula, Itálico, Sublinhado As letras maiúsculas prestam-se ao destaque das palavras, porém, seu uso abusivo sobrecarrega o texto onde aparecem. Evite usar maiúsculas na invocação e no fecho das cartas. Podemos enfatizar as ideias usando as palavras em itálico ou sublinhadas. Exemplo: As palavras sublinhadas estão em destaque. 5.22 Pessoas Físicas ou Jurídicas Você pode redigir uma correspondência e dirigi-la a uma pessoa física ou jurídica (empresa). No caso de pessoa física, você já sabe como endereçar. Para pessoa jurídica, faça o endereçamento da seguinte forma: Metalúrgica Rouxinol S.A. Caixa Postal 5387 011661-000 - São Paulo, SP No vocativo, escreva simplesmente: Prezados Senhores. No resto da correspondência, mantenha o plural nas formas de tratamento para acompanhar a flexão do vocativo. Redação Técnica 5.23 Pontuação O uso dos sinais de pontuação está explicado na lição 4. Vamos lembrar agora apenas os dois pontos e a vírgula, em situações específicas. Usa-se a vírgula: a) Exclusivamente para separar a parte inteira da decimal nos números: 2,3; 10,4%; 10,5 cm. b)Nunca na determinação de hora: 2,30 min. Usam-se os dois pontos: 1) Na determinação de hora: 23:00 ou 23:30. 2) Nos vocativos de correspondência: Prezado Senhor: Cliente Amigo: Senhor Diretor: Na lição 4 explicamos outro modo de escrever as horas. 5.24 Signatário É como se chama a pessoa que vai assinar a carta. Não sendo, necessariamente, quem a redigiu. 5.25 Telefone Ao escrever números telefônicos, atente para os seguintes detalhes: coloque o número do DDD entre parênteses e um hífen separando o prefixo do resto do número: Exemplo: (0xx11) 5721-3499 Lembre-se de que o número da operadora pode variar entre as várias regiões do Brasil, além de ser também uma questão de escolha 004G/51 de quem vai usar. Então, colocam-se dois xx entre o zero e o código do DDD. 5.26 Vocativo Também chamado de invocação, o vocativo vem logo após o endereçamento e, se houver, após o assunto ou referência. É a saudação que dirigimos à pessoa ou às pessoas para quem a carta foi escrita: Exemplo: Prezado Senhor: Prezados Senhores: Prezado Cliente: Senhor Presidente: Senhor Diretor: Se a carta é dirigida a pessoa jurídica, o vocativo adequado é Senhores, ou Prezados Senhores. Não são mais utilizadas expressões como caríssimo, prezadíssimo, muito digno e outras. Há quem prefira colocar uma vírgula após o vocativo, ao invés dos dois pontos. Do ponto de vista da sintaxe, ambos estão corretos. 6. E-mail (Extraído de http://www.eletrica.ufpr.br/ graduacao/noturno/docs/te219/TE219-Aula_3_ Email.pdf. Adaptado.) 6.1 Características Gerais w Facilidade de envio; w Padronização mundial; w O destinatário não precisa estar conectado no momento do envio; w Possibilidade de envio da mesma mensagem a múltiplos destinatários; w Facilidade de contato com pessoas distantes; w Possibilidade de anexar arquivos para o envio. 52/004G Redação Técnica 6.2 Recomendações Gerais para Redigir E-mail w Trate os outros como gostaria de ser tratado; w Evite o uso das letras MAIÚSCULAS, pois os usuários entendem isso como “gritos”; w Não utilize linguagem inadequada ou ofensiva; w Não envie ou reencaminhe mensagens publicitárias; w Não se envolva em discussões prolongadas e pessoais; w Antes de reencaminhar pedidos de ajuda, verifique sua veracidade. 6.3 Cuidados no Uso de E-mail na Empresa w Tenha muita atenção com mensagens copiadas e a opção responder para todos: a mensagem pode ser inadvertidamente enviada para quem não pode (ou não deve) lê-la!; w Nunca mande e-mail para alguém de dentro da empresa com cópia para um cliente: o cliente não precisa saber dos procedimentos internos da empresa; w Responda o mais rápido possível às mensagens recebidas de clientes ou pessoas de fora da empresa. Se o assunto depender de outra pessoa na empresa, responda que encaminhou o assunto e acompanhe o andamento; w Não use o e-mail da empresa para enviar piadas, mensagens de boas festas etc. Muitas empresas monitoram as mensagens enviadas pelos funcionários. Cada empresa adota uma Netiqueta própria, que é um Código de Ética para uso da internet – e-mails e comunicadores instantâneos. Consulte sempre o regimento interno da empresa na qual trabalha. Redação Técnica 004G/53 Exercícios Propostos 1 - Assinale a alternativa que contribui para a complexidade e obscuridade do texto. ( ) a) A linguagem técnica. ( ) b) O excesso de pormenores, adjetivos e advérbios. ( ) c) A ordem indireta. ( ) d) A ordem direta. ( ) e) A linguagem denotativa. 2 - No estilo dinâmico as frases são: ( ) a) curtas, incisivas, agradáveis. ( ) b) longas, prolixas, desagradáveis. ( ) c) complexas, técnicas, formais. ( ) d) curtas, complexas, prolixas. ( ) e) longas, complexas, agradáveis. 3 - Indique a frase que contenha vício de linguagem. ( ) a) Os cidadãos estavam irritados com a atitude do político. ( ) b) Comprei remédio na farmácia da esquina. ( ) c) Meu chefe é um homem muito esperto. ( ) d) O gerente financeiro mandou subir todos os comprovantes de pagamento. ( ) e) Fazem proximamente cinco anos que ele se demitiu. 4 - Assinale a alternativa que melhor apresenta o papel da estética na redação de documentos. ( ) a) o estudo do belo, do caráter estético. ( ) b) permite flexibilidade ao texto. ( ) c) o estilo bloco do texto no papel. ( ) d) a organização do texto no papel de forma harmoniosa. ( ) e) o formato do documento. 54/004G Redação Técnica 5 - Assinale a alternativa que mostra a forma correta de indicar na carta que se está enviando duas cópias de recibo anexas. ( ) a) Anexando duas cópias de recibo. ( ) b) Em anexo: duas cópias de recibo. ( ) c) Anexas: duas cópias de recibo. ( ) d) Duas cópias de recibo em anexo. ( ) e) Anexo: duas cópias de recibo. lição 3 Redação Técnica 004G/55 Redação Oficial e Redação Empresarial Nesta lição, vamos estudar a redação oficial e a redação empresarial. Para sermos mais específicos, vamos tratar da documentação que é gerada nos órgãos públicos e nas empresas privadas. Ao término dessa lição, você será capaz de: w Compreender o que se entende por correspondência; w Reconhecer as características da Redação Oficical e da Redação Empresarial; w Conhecer os documentos mais importantes da Redação Oficial e Empresarial. Com a preocupação de evitar ambiguidades (incertezas, mais de um sentido), achamos importante fazer um comentário sobre as terminologias utilizadas neste módulo. Como vamos colocar a nossa atenção principalmente na redação da correspondência, é importante ressaltar que ao consultar vários autores que tratavam da elaboração deste tipo de documento, percebia-se diferentes distinções entre o que se entende por correspondência oficial e empresarial. Alguns só tratam da correspondência como sendo a comercial, outros dividem a correspondência entre particular e oficial. Em geral, na particular relacionam-se cartas, cartões, bilhetes, convites, manuscritos ou não. Como correspondência oficial entendem-se a profissional, que são aquelas trocadas entre empresas, indústrias, bancos, órgãos oficiais, e são dirigidas a várias autoridades, tais como diretores, chefes, gerentes, reitores, professores, engenheiros etc. Ao passo em que há autores que preferem dividir a correspondência entre oficial e comercial. Optamos por esta divisão porque percebemos diferenças marcantes entre os dois tipos, dadas as suas naturezas e exigências. Decidimos, no entanto, não utilizar o nome “comercial” e sim “empresarial”, visto que o primeiro pode restringir a ideia, fazendo crer que estamos falando apenas das empresas que produzem 56/004G Redação Técnica e/ou comercializam bens. O termo empresarial é mais abrangente, porque as empresas podem ser bancárias, industriais, comerciais, prestadoras de serviços, de pesquisa científica nos vários campos do conhecimento, de ensino etc. Antes de falar sobre a correspondência oficial e empresarial, achamos oportuno definir o que é “correspondência”. Correspondência é um meio de comunicação escrita entre pessoas. É o ato ou estado de corresponder, adaptar, relatar ou o acordo de uma pessoa com outra. É uma comunicação efetiva através de papéis, cartas ou documentos. Por ampliação de sentido, passou a designar todo o conjunto de instrumentos de comunicação escrita: bilhetes, cartas, circulares, memorandos, ofícios, requerimentos, telegramas e e-mails. 1. Redação Oficial 1.1 Conceito O conceito de texto oficial refere-se aos documentos gerados em órgãos públicos e à correspondência que é trocada entre esses órgãos e pessoas ou empresas e vice-versa. Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, “redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações”. Por essa definição, vê-se que a redação oficial não trata só de correspondências, que chamam de “comunicações”, mas também de outros documentos que são chamados de “atos normativos”. Dentre os documentos classificados como “comunicações” estão: o padrão ofício, que se divide entre: exposição de motivos, aviso e ofício; a mensagem; o memorando; o fax; o e-mail. Dentre os chamados de “atos normativos” destacam-se: as Leis Ordinárias; as Leis Complementares; as Medidas Provisórias; os Decretos; as Medidas Provisórias; as Portarias; etc. Redação Técnica O Manual de Redação da Presidência da República, que serviu de base para esta consulta, vê a redação oficial apenas do ponto de vista do poder executivo. Entretanto, nas outras obras que consultamos, percebemos que os autores tratavam como correspondência oficial outros tipos de documentos, como atestados, declarações, certificados, acordos, diplomas, procurações e uma infinidade de outros documentos. Concluímos então que é uma questão de ponto de vista dos autores: o documento é público se é emitido ou exigido por órgão público, não necessariamente o poder executivo, mas também escolas, delegacias, órgãos setoriais da Receita Federal, coletorias etc. Nesta lição, queremos que você conheça apenas os documentos mais importantes, sem entrar em classificações rígidas. 1.2 Aspectos Gerais Os documentos oficiais caracterizam-se pela impessoalidade, pelo uso do padrão culto de linguagem e também pela clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Como a administração pública tem como princípios fundamentais a publicidade e a impessoalidade, também a elaboração de atos e comunicações oficiais devem ser norteados por esses princípios. Os atos normativos de qualquer natureza devem ser prontamente entendidos pelos cidadãos, como é de direito e, em vista dessa publicidade, não se concebe que um documento oficial seja redigido de forma obscura. 1.3 Características Específicas Além das características gerais definidas no item 2, cada tipo de documento oficial tem suas características específicas, que serão apresentadas na sequência. Estas características prendem-se a sua finalidade, forma e estrutura. 004G/57 Além disso, não se pode deixar de observar que as comunicações oficiais exigem observância do uso dos pronomes de tra­tamento, na maneira de fazer os fechos para as comunicações e na identificação do signatário. 1.3.1 Pronomes de Tratamento A utilização dos pronomes de tratamento encontra, na redação oficial, seu uso mais próprio e tradicional. Desde o século XVI, este modo de tratamento indireto (ver lição 4) já era utilizado também para os ocupantes de determinados cargos públicos. Com a evolução de alguns pronomes de tratamento e a queda de uso de outros, as formas de tratamento chegaram aos dias de hoje e são, na redação oficial, o modo mais adequado de nos dirigirmos às autoridades civis, militares e eclesiásticas. 1.3.2 Fechos para Comunicações Oficiais Nas comunicações oficiais, o fecho tem dupla finalidade: concluir o texto e saudar o destinatário. O Manual de Redação da Presidência da República estabelece o emprego de somente dois fechos para todo tipo de documento da redação oficial: a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, 1.3.3 Identificação do Signatário Todas as demais comunicações oficiais, exceto a assinada pelo Presidente da República, devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, impressos abaixo 58/004G Redação Técnica do local da assinatura. A finalidade é identificar rapidamente a origem das comunicações. (espaço para assinatura) NOME (em maiúsculas) Secretário-Geral da Presidência da República Evite isolar a assinatura em folha de continuação. Se o espaço for insuficiente para a assinatura, passe para a folha de continuação ao menos a última frase anterior do fecho (na redação empresarial a estética manda que as duas últimas linhas sejam deixadas para a folha de continuação). 2. Documentos Oficiais Os documentos discutidos a seguir são alguns daqueles constantes do Manual de Redação da Presidência da República. Não vamos apresentar todos, apenas os mais comuns, já que certos documentos são de uso exclusivo de autoridades do alto poder público. 2.1 Padrão Ofício O termo “padrão” é utilizado aqui porque três documentos diferentes na sua finalidade seguem um mesmo formato. São eles: a exposição de motivos, o aviso e o ofício. Estes três tipos de documentos têm a mesma estrutura. Vejamos suas partes: a) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão: EM nº 145/MEFP Aviso nº 145/SG Ofício nº 145/DP b) Local e data em que foi redigido, digitado com alinhamento à direita: Rio de Janeiro, em 22 de setembro de XXXX. c) Vocativo, seguido de vírgula: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Senhora Ministra, Senhor Secretário, d) Texto. Quando o documento não servir meramente para encaminhar outros, o expediente apresentará a seguinte estrutura: Redação Técnica w introdução, que serve como parágrafo de abertura. Empregue sempre a ordem direta: “Informo Vossa Excelência que”, “Encaminho a Vossa Senhoria”, “Submeto à apreciação de Vossa Excelência”; w desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado. Se o texto apresentar mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser expostas em parágrafos distintos, para maior clareza; w conclusão, em que é reapresentada ou simplesmente reafirmada a posição recomendada para o assunto. No desenvolvimento do texto, à exceção do primeiro e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados a fim de facilitar a referência. e) Fecho (ver item 1.3.2 desta lição). f) Assinatura do autor da comunicação. g) Identificação do signatário (ver item 1.3.3 desta lição). Os documentos padrão ofício, quando tiverem mais de uma folha ou anexos, devem trazer, a partir da segunda folha, e em todas as folhas dos anexos, o seguinte cabeçalho: Fl. (indicar nº) da EM nº 145/MEFP, de 22.09.XX. ou Fl. (indicar nº) do Anexo à EM nº 145/ MEFP, de 22.09.XX. Este texto deve estar a pelo menos 1 cm (centímetro) da borda superior da folha; nas folhas em que já constam outro cabeçalho, ele deve iniciar-se a 2,5 cm dele. Observe as medidas em centímetros para a estética do padrão ofício: w margem esquerda: 2,5 cm; w margem direita: 1,5 cm; 004G/59 w tipo e número do documento: horizontalmente, a 2,5 cm da borda esquerda do papel e verticalmente a 5,5 cm da borda superior; w local e data: horizontalmente, alinhados à direita, a 6,5 cm da borda superior; w vocativo: a 10 cm da borda superior do papel; horizontalmente, com avanço de parágrafo; w avanço de parágrafos do texto: 2,5 cm; o texto deve ser iniciado a 1,5 cm ou a três espaços simples do vocativo; w espaço entre parágrafos do texto: 1 cm; w fecho: centralizado, a 1 cm do final do texto; w identificação do signatário: 2,5 cm do fecho. Além destes detalhes, o Aviso e o Ofício trazem o destinatário ao pé da folha com alinhamento à esquerda, a 2 cm da borda inferior. Veja na lição 2, item 2.2, a estética própria dos documentos oficiais distribuída ao longo da folha. Falávamos no início deste tópico que os documentos do padrão ofício têm finalidades diferentes: a) A Exposição de Motivos é o documento dirigido ao Presidente da República por um Ministro de Estado ou um Secretário da Presidência para informá-lo de determinado assunto, propor alguma medida ou submeter a sua consideração determinado projeto de ato normativo. b) O Aviso e o Ofício são praticamente idênticos; a diferença entre eles é a origem. O Aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República, Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República e pelos Secretários da Presidência da República e 60/004G Redação Técnica para autoridades de mesma hierarquia. O Ofício é expedido para e pelas demais autoridades. A finalidade de ambos é tratar de assuntos oficiais entre os órgãos da Administração Pública e, no caso do ofício, também com particulares. (1) (2) (1) Memorando nº 25/DJ (2) Em 23 de agosto de XXXX. 2.2 Mensagem Não vamos entrar em detalhes a respeito deste documento, dada a sua utilização restrita aos Chefes dos Poderes Públicos. Se você precisar saber mais, pode buscar a informação no Manual de Redação da Presidência da República (ver referências bibliograficas). 2.3 Memorando Por ter caráter meramente administrativo, o memorando tanto pode ser utilizado internamente nos órgãos oficiais quanto nas empresas, entre setores de mesmo ou de diferentes níveis hierárquicos. Sua finalidade é expor projetos, ideias, diretrizes, comunicar fatos e sua característica fundamental é a agilidade. Nos órgãos públicos recomenda-se que os despachos sejam dados no pró­prio memorando ou em folha de con­tinuação, simplificando o procedimento burocrático. As regras para a forma e a estrutura do memorando apresentadas a seguir são norteadas pela redação oficial. a) Número do documento e sigla de identificação (estas informações devem ficar na margem esquerda superior do expediente): Memorando nº 25/DJ (nº do documento: 25; órgão de origem: Departamento Jurídico); b) Data (deve aparecer na mesma linha do número e da identificação, alinhado com a margem direita): Saiba Mais A ideia de memorando também está ligada ao registro de fatos e lembretes. Na terminologia jurídica, memorando significa nota diplomática enviada de um país para outro, sobre determinada questão. c) Destinatário do memorando: menciona-se o cargo ocupado pelo destinatário, ao alto do documento, depois dos itens a e b: Ao Sr. Chefe do Departamento de Pessoal Civil d) Assunto: resumo do conteúdo do documento, digitado em espaço simples quando se estender por mais de uma linha: Assunto: Programação de férias. Pagamento de pessoal. e) Texto: desenvolvimento do corpo da comunicação. Deve iniciar-se 4 cm verticais a partir do item assunto. Os parágrafos começam na margem esquerda do texto, exceto o primeiro e o fecho. f) Fecho: Atenciosamente ou Respeitosamente, conforme o caso (ver item 1.3.2). g) Nome e cargo do signatário da comunicação: 4 cm verticais após o fecho. Quanto à estética, veja um exemplo de memorando na lição 2, logo após o exemplo de ofício. Na redação empresarial, os memorandos são redigidos seguindo regras bem mais flexíveis. Algumas empresas optam por utilizar Redação Técnica 004G/61 um formulário próprio, que pode ser digitado ou escrito à mão. Veja o modelo apresentado no fim desta lição. 2.4 Fax O fax serve principalmente para transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, que depois são remetidos pelas vias normais. Pode-se optar pelo uso ou não de formulário para a sua transmissão. A boa estética manda que ele seja simples, devendo constar sempre os dados essenciais (data, número de ordem, para quem e de quem, assunto, texto e assinatura). O tipo de letra a ser usado deve ser adequado levando-se em conta possíveis problemas de transmissão, evitando que o destinatário tenha dificuldades para ler o texto escrito. No final desta lição, você poderá encontrar um fax elaborado para a redação empresarial. 2.5 E-mail Atualmente, quase todo tipo de comunicação é feita por e-mail. Ele permite uma comunicação rápida e encaminhamento de documentos escaneados como anexos. Algumas regras para seu uso merecem ser observadas: 2.5.1 Regras Específicas para E-mail Empresarial No corpo do texto, utilize o sistema bloco, sem parágrafos avançados; Não perca tempo tentando dar muita estética ao texto, pois nem sempre o receptor o receberá da mesma maneira; (Extraído de Redija mensagens breves; http://www.eletrica.ufpr. Não redija relatórios no corpo do e-mail. Envie-os br/graduacao/noturno/ docs/te219/TE219como arquivos anexos; Aula_3_Email.pdf. Ao enviar anexos, certifique-se que quem o receba Adaptado) possui o programa adequado para abri-lo; Não use expressões como :-) ;-):-| vc. kd. tc. – isso só pode ser usado em bate-papo ou em e-mails informais; Não utilize imagens de fundo ou outras decorações no seu e-mail, pois além de aumentarem o tamanho da mensagem, podem impedir a visualização no programa usado pelo destinatário. 62/004G Redação Técnica 2.6 Outros Documentos Considerados Oficiais 2.6.1 Atestado Você já precisou de um “Atestado de Bons Antecedentes”? Quem o fornecia era a Delegacia de Polícia, um órgão da segurança pública. Esse é o motivo por que alguns autores consideram o atestado um documento oficial. Nada impede, porém, que o atestado seja fornecido por entidades particulares e até por pessoas físicas. Dividimos os atestados em dois tipos: - os pessoais: que podem ser emitidos por qualquer pessoa que conheça o interessado. Nesse caso, a redação é feita na primeira pessoa: Atesto para os devidos fins, que ......... - os funcionais ou profissionais: fornecidos por empresas, médicos, dentistas, secretários etc. Fulano de tal, diretor do ........ atesta que o Sr. Pedro Raimundo Souza ....... - os padronizados: são aqueles que seguem um formato preestabelecido pela administração: Atestado de Frequência, Atestado de Saúde etc. Saiba Mais Veja na lição 2 um modelo de atestado que segue as normas dos documentos considerados oficiais. 2.6.2 Declaração Este documento é semelhante ao atestado, a diferença está apenas na finalidade. O atestado é expedido em relação a alguém, enquanto que a declaração é sempre feita em relação a alguém quanto a um fato ou direito. Na declaração pode-se prestar um depoimento, dar uma explicação em que se manifestam conceito, opinião, resolução ou observação. Veja um modelo de declaração na lição 2. As declarações podem ser de dois tipos: - pessoal: é o pronunciamento de alguém sobre algo que lhe foi proposto (declaração de dependente, por exemplo); - administrativa: quando pedida pelo interessado e fornecida por autoridade competente (declaração de rendimentos, por exemplo). A declaração tem um formato bem definido e sua estrutura apresenta: Timbre. Texto - nele devem constar o nome do declarante (sua identificação pessoal ou profissional, ou ambas) e sua residência, domicílio, finalidade: “Declaro” ou “Declaramos” + exposição do assunto. Local e data. Assinatura (com emitente e cargo descrito). Em alguns casos, assinatura e identificação das testemunhas. 2.6.3 Requerimento O termo “requerimento” significa “petição”, pedido. Este documento pode ser feito por pessoa jurídica ou física, solicitando a uma autoridade pública um direito de concessão de algo sob o amparo da lei. A estrutura do requerimento é a seguinte: Vocativo - cargo da autoridade a que se dirige (não é preciso colocar seu nome): - Ilustríssimo Senhor... (quando o tratamento for Vossa Senhoria) - Excelentíssimo Senhor... (quando o tratamento for Vossa Excelência) Obs.: Hoje já se admite abreviar o vocativo. Redação Técnica 004G/63 Texto - o texto do requerimento deve conter as seguintes partes: - preâmbulo, no qual consta a identificação do requerente, com nome, nacionalidade, filiação, estado civil, idade, residência, profissão, carteira de identidade (CPF, em alguns casos). No caso de o requerente ser pessoa jurídica, qualifica-se o seu representante legal; - teor, em que se apresenta a solicitação em si mesma. O teor também se refere ao dispositivo legal em que o pedido está baseado (se necessário, apresentar documentação compro­batória). Fecho - Nestes termos, pede deferimento. - Termos em que pede deferimento. Local e data. Assinatura - aqui dispensa-se digitar o nome do requerente, que já está identificado no preâmbulo. Cuidados a serem observados na redação do requerimento: utilize sempre a terceira pessoa do verbo; redija de forma clara, concisa, simples; só coloque, no fecho, inicial maiúscula na primeira palavra; se o requerente for funcionário público, mencione apenas seu nome, cargo ou repartição onde trabalha; w se o requerente é aluno, mencione nome, série e turma; w o requerimento dispensa qualquer fórmula de saudação. w w w w Veja um modelo de requerimento no final desta lição. 2.6.4 Abaixo-assinado Abaixo-assinado é um pedido coletivo, por escrito, em que não se colocam, no início, os nomes dos requerentes, mas apenas uma referência para identificá-los. Modelo Os abaixo-assinados, moradores na Rua Monte Alegre, no Bairro das Perdizes, vêm solicitar ao Excelentíssimo Senhor Prefeito desta cidade a instalação de um semáforo na esquina desta rua com a Rua Cardoso de Almeida, visto ser este um local onde ocorrem acidentes constantes. São Paulo, XX de XXXX de XXXX. Nome Pedro Silva João Moreira Luís Antônio Petrini etc. R.G.assinatura x.xxx.xxx x.xxx.xxx xx.xxx.xxx 64/004G Redação Técnica 2.6.5 Apostila (Extraído da apostila sobre Redação Oficial da Profª Edméa Garcia Neiva, para o treinamento ministrado na Federação das Indústrias do Estado do Tocantins - FIETO) “Em sentido oficial, esta expressão é utilizada para indicar uma nota ou se acrescer algum dado à margem de um documento, ou papel público, com a finalidade de ilustrar, completar, comentar ou interpretar este texto. Pode expressar, também, um ato pelo qual o documento é anotado, após ser registrado ou averbado. Apostila-se, portanto, um diploma ou título de nomeação, a fim de que o indivíduo diplomado ou nomeado venha a exercer sua profissão ou cargo. O apostilamento pode se dar, por exemplo, em registro e alterações na vida funcional de um servidor (promoções, lotação em outro setor, aposentadoria etc. Se por falta de espaço, o apostilamento não puder ser feito no verso do documento, utiliza-se uma folha separada com o timbre oficial e anexada ao documento a que se refere.” Modelo APOSTILA (Dos arquivos da UFRGS extraído do livro Redação Oficial de A.Kaspary) A licença especial a que se refere a presente Portaria fica retificada no período do decênio, que é: 1-3-2002 a 282-2012, e não como constou. Porto Alegre,......de........................de........... Vice-Reitor 2.6.6 Curriculum Vitae Curriculum Vitae é o documento que fornece uma visão geral com relação à formação e à experiência profissional de alguém que se candidata a um cargo, curso etc. Ele pode ser encaminhado por meio de um ofício ou de uma carta de apresentação. Pode ainda ser introduzido por uma resposta de anúncio. Modelo de resposta a anúncio São Paulo, 22 de novembro de XXXX. Senhor Diretor, Em resposta ao anúncio publicado em O Estado de S.Paulo de 18 de novembro, venho solicitar a inclusão de meu nome entre os candidatos à vaga de..............na sua empresa (estabelecimento de ensino, banco etc.). Segue anexo meu Curriculum Vitae. Nome Redação Técnica 004G/65 Modelo de carta de apresentação São Paulo, novembro de XXXX. Prezados Senhores, Busco perspectivas de realização profissional e, por isso, envio-lhes meu currículo para sua apreciação. Tenho vasta experiência na área de... . Coloco-me à disposição dos senhores para entrevista pessoal, ocasião em que poderei revelar mais informações sobre meu perfil e sobre como poderei ser útil a sua empresa. Atenciosamente, Atenção Nunca envie um Curriculum Vitae pelo corpo do e-mail, faça-o como anexo. Nome Modelo de Currículo: existem muitos modelos de currículos que você pode usar na internet. Veja um deles: Obs.: O modelo dado é apenas uma sugestão. Cada um irá fazer as adaptações que julgar necessárias a sua realidade. 2008 - 2012 2008 (2000) 66/004G Redação Técnica 2.6.7 Memorial Memorial é uma forma de comunicação que, de certo modo, abrange o relatório, a exposição de motivos e o abaixo-assinado. Sua característica específica é que esse documento parte do funcionário, através dos canais competentes para seus superiores. Nele, o funcionário serve de porta-voz de um grupo. Quanto ao assunto, o memorial é o instrumento que se destina a solicitar algo à autoridade competente. Distingue-se do ofício, porque traz o destinatário antes do vocativo. Modelo ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO VILA X Nº 15/XX São Paulo, XX de XXXX de XXXX. Ao Dr. Fulano de Tal DD. Prefeito Municipal São Paulo – SP Senhor Prefeito, A Associação do Bairro Vila X vem expor a V. Ex.ª as dificuldades que este bairro vem enfrentando. 1. Em primeiro lugar, há o problema da falta de calçamento das ruas L, M e N. 2. Em segundo lugar, as ruas X, Y e Z estão às escuras. 3. Por último, tendo em vista a morosidade dos ônibus que servem o bairro, solicitamos a V. Ex.a que coloque a nossa disposição mais uma linha de transporte coletivo. Estamos certos da compreensão de V. Ex.a Respeitosamente, Beltrano PRESIDENTE EF/GH 2.6.8 Monografia Monografia é o trabalho cuidadoso e exaustivo a respeito de determinado assunto, seja teórico, científico ou filosófico. Redação Técnica 004G/67 Atualmente, não só nas dissertações de mestrado e teses de doutorado se cumpre a exigência da aprendizagem de forma metódica e científica, mas também nos cursos de graduação. w Tipos de Monografia A pesquisa monográfica pode ser: Experimental: os fatos são controlados e interpretados; é um trabalho inventivo que pede o máximo rigor na experimentação. Aqui a fórmula é controlar todas as variáveis menos uma. Exemplo: examinar a diferença entre a capacidade de interpretar textos em turmas de alunos do sexo masculino, com a mesma idade, da mesma cidade, mesma série, porém com situação econômica dife­rente. Os dados devem ser trabalhados es­ta­tisticamente. Descritiva: aplicada por meio de enquetes e questionários. Histórica: fatos relatados e interpretados imparcialmente. Filosófica: questionamento de uma realidade. Quando o pesquisador conta com informantes, o número não deve ser inferior a trinta para que o resultado seja o mais fiel possível. Quanto ao método adotado, ele pode ser indutivo (do particular para o geral, dos fatos para a teoria) ou dedutivo (do geral para o particular, da teoria para ao fatos). w Passos para Elaboração de uma Monografia: Eleição do assunto; Tópicos abordados; Projeto de trabalho; Eleição de uma bibliografia possível (leitura extensiva); Coleta de dados e fichamento das leituras com a referência completa; Revisão do sumário; Revisão da bibliografia (leitura aproveitável); Redação provisória; Redação final. Eleição do Assunto: é importantíssima a escolha do assunto. Essa seleção se faz de acordo com as inclinações e possibilidades reais de cada aluno, respeitando sua individualidade e preferências. Não será a atualidade ou projeção do tema eleito o fator de sucesso no trabalho monográfico, nem a sua simplicidade, mas a maneira segura e coerente de tratá-lo. Tópicos Abordados: é muito importante que o assunto seja bem delimitado, tendo em vista ser a monografia um estudo exaustivo de um só aspecto do tema. 68/004G Redação Técnica Título: deve ser bem específico e corresponder inteiramente ao conteúdo do trabalho. Títulos gerais não nos dizem nada e são pretensiosos, já que o autor não conseguirá se aprofundar sobre assuntos muito abrangentes. Projeto de Trabalho: toda monografia, antes de elaborada, deve ser esquematizada por meio de projeto de pesquisa que indique as etapas hierarquizadas do desenvolvimento. Ressalvando a flexibilidade que deve existir no corpo da monografia, esse esquema poderá ser alterado à medida que o trabalho se desenvolva: Título geral Justificativa Delimitação do problema Tipo de pesquisa Objetivos - Objetivos gerais - Objetivos específicos Método - Fonte - Instrumento - Procedimentos metodológicos - Organização dos resultados Cronograma Custos Referências bibliográficas Eleição de Bibliografia Possível (Leitura Ex­ tensiva): em complementação à bibliografia propriamente dita, uma série de informações, documentos, dados, artigos, textos serão cuidadosamente coletados e reunidos para um posterior critério seletivo. Coleta de Dados e Fichamento das Leituras com a Referência Completa: realizada a coleta de dados e seleção da bibliografia, todas as informações e material obtidos devem ser cuidadosamente examinados e fichados. Como parte integrante desse fichamento, as referências completas devem constar nas fichas, para facilitar o trabalho e situar o estudioso. Revisão do Sumário: face à flexibilidade do roteiro preestabelecido, o sumário pode ser alterado, aumentado ou reduzido em alguns tópicos. Isso se explica, porque, à medida que o estudioso vai se aprofundando, muitas vezes vislumbra uma nova linha de trabalho. Revisão da Bibliografia (Leitura Aproveitável): identificado com o assunto, o autor do trabalho monográfico deve fazer uma triagem na bibliografia, reservando-se o direito de excluir ou acrescentar o que for necessário. Uma observação importante a fazer aqui é que somente a leitura aproveitável (e citada no corpo de trabalho) deve constar na bibliografia final. A leitura extensiva não deve ser referenciada. Redação Provisória: a redação, em caráter provisório, se faz necessária uma vez que o trabalho, muitas vezes, pode ser alterado por sugestão do professor/orientador. Redação Final: a redação final pressupõe um estilo claro, objetivo, conciso, livre de hermetismos e excessos verbais. Às vezes, as repetições e as figuras de um assunto podem anular o valor de um trabalho científico: nunca é demais alertar que o que aparece em um capítulo não deve aparecer em outro, a não ser sob novo enfoque. w Estrutura do Trabalho Monográfico: Capa Folha de rosto Prefácio Sumário Lista de abreviaturas, sinais convencionados, ilustrações, tabelas (se utilizadas no corpo do trabalho) Introdução Desenvolvimento Conclusão Referências Bibliográficas Anexos Capa: deve conter nome do autor, título do trabalho, unidade de ensino e ano. Redação Técnica 004G/69 Folha de rosto: deve repetir os dados existentes na capa. Prefácio: nele colocam-se os dados que não são científicos, como agradecimentos, justificativa da escolha do trabalho etc. O prefácio não deve ultrapassar uma página. Sumário: traz os títulos dos capítulos, subtítulos e seções. Observe o modelo a seguir, que é uma parte de sumário: Sumário I. COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO 1. CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO ......................................... 23 1.1 Justificativa.................................................................... 23 1.2 O que é comunicação? ................................................... 23 1.3 Processo da comunicação ............................................. 23 1.4 Elementos essenciais ..................................................... 24 1.4.1 Fonte .................................................................... 24 1.4.2 Emissor ................................................................ 24 1.4.3 Mensagem ............................................................ 24 1.4.4 Receptor ............................................................... 24 1.4.5 Canal .................................................................... 25 1.4.6 Código .................................................................. 25 1.5 Ruído - Entropia - Redundância ................................. 26 1.6 Importância da comunicação ....................................... 27 1.7 A comunicação na publicidade .................................... 27 Listas (de abreviaturas, sinais convencionados, ilustrações, tabelas): quando tais recursos forem utilizados, será necessária uma lista, que deve aparecer antes da introdução. Introdução: deve ser concisa e mostrar as diretrizes do trabalho (objetivos, metodologia). Na introdução, o autor propõe a problemática e as hipóteses, fazendo também uma pequena síntese do trabalho a ser desenvolvido. A introdução deve ser breve. Caso haja necessidade de estendê-la, faça através de um capítulo introdutório. Desenvolvimento: é o corpo do trabalho propriamente dito. Nele, o autor prova sua argumentação de maneira direta (demonstrando como verdadeiras suas hipóteses) ou de maneira indireta (comprovando como falsas as opiniões contrárias). Conclusão: é a síntese do trabalho monográfico. Assim, ela deve estar contida no desenvolvimento do corpo do trabalho e não pode contrariar a introdução. É por isso que é aconselhável fazer a introdução junto com a conclusão, no final do trabalho. Atenção A redação da introdução deve ser confrontada com a da conclusão para evitar incompatibilidade de raciocínio. 70/004G Redação Técnica Referências Bibliográficas: além de ser referenciada cientificamente, deve corresponder aos autores citados no corpo do trabalho. Assim, não podem aparecer livros que, apesar de lidos, não foram aproveitados na elaboração. Do mesmo modo que a bibliografia não pode deixar de fazer referência aos livros que aparecem no corpo do trabalho. A redação empresarial não visa apenas atender aos objetivos comerciais de uma empresa, mas deve tornar-se um instrumento poderoso nas suas relações públicas. Cabe a ela projetar externamente a imagem empresarial, contribuindo para a formação de um conceito favorável junto ao público a quem se dirige. Anexos: sendo necessária a inserção de anexos, eles devem vir após as Referências Bibliograficas. 3.3 Características Específicas 3. Redação Empresarial 3.1 Conceito Redação empresarial é todo e qualquer ato de redigir dentro da empresa, destinandose a documentar situações das empresas privadas, a estabelecer relações entre elas e pessoas e a promover sua imagem. Trata das transações comerciais e industriais no seu âmbito geral, passando pela publicidade, propaganda, relações públicas, relações humanas etc. 3.2 Aspectos Gerais A redação empresarial é bem mais flexível nas suas formas e estruturas que a redação oficial. Ao redigir um texto na empresa, você não é obrigado a seguir fielmente nenhum modelo estipulado, a não ser aquelas recomendações sobre eficácia redacional, estilo e estética, que o ajuda a confeccionar um documento de qualidade. Segundo Teobaldo de Andrade, em seu livro “Para entender relações públicas”, muito embora qualquer forma de correspondência possa ser redigida com cuidado e ser refeita, ela não possui a flexibilidade de uma conversação pessoal ou telefônica, principalmente se lembrarmos que muita gente não escreve tão bem quanto fala. A correspondência bem escrita exige esforço e sério treinamento, e pouca gente está disposta a aprender essa difícil arte. Ao contrário da redação oficial, a redação empresarial dispõe de relativa liberdade quanto ao texto e à estética. Dizemos relativa porque ela também pode optar por seguir padrões determinados, de re­conhecida consagração e eficácia. Mais adiante, no item 5 desta lição, apresentaremos modelos de documentos empresariais, logo em seguida aos modelos de documentos oficiais. 4. Documentos Empresariais Há uma grande variedade de documentos empresariais, nós optamos por selecionar os mais importantes para que você possa estudá-los com detalhes. 4.1 Ata Há uma ligeira confusão entre os autores sobre como classificar a ata, se documento oficial ou documento empresarial. Decidimos situá-la dentro da redação empresarial, porque na bibliografia consultada não se fala em ata nas comunicações oficiais (nos órgãos públicos). Tomando como base a ideia de que uma ata é um documento de valor jurídico, entendemos a confusão gerada em torno da sua classificação. A ata é um documento cuja finalidade é registrar o que se passou numa reunião, assembleia ou convenção. A convocação para tal evento pode vir a ser divulgada por órgão da imprensa oficial do Estado e em jornais de grande circulação. Normalmente, a ata Redação Técnica só é válida se for assinada por todos os participantes da reunião (conforme estatuto da empresa), mas em alguns casos bastam as assinaturas do secretário e do presidente. 004G/71 padronizado, com o preenchimento de formulário próprio. Basicamente, uma ata é constituída por: Para a confecção de uma ata (chama-se “lavratura”), é preciso observar os seguintes pontos: a) Título: número de ordem da ata e identificação da reunião. • Registra-se a ata em livro próprio, de acordo com a lei. Na primeira página do livro deve constar o Termo de Abertura, autorizado por órgão competente, e ao final faz-se o Termo de Encerramento, datado e assinado por pessoa autorizada. A ata pode também ser feita em folhas soltas, tamanho ofício, para publicação no Diário Oficial do Estado; b) Texto: abertura - dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso); local da reunião; relação e identificação das pessoas presentes; declaração do presidente e secretário; ordem do dia. • Deve ser redigida sem espaços, de modo a evitar introdução de modificações (fraudes); • O texto deve ser conciso e claro; • Devem-se evitar rasuras, emendas ou entrelinhas no texto; • A redação deve produzir um texto compacto, evitando-se entrada de parágrafos. Se forem utilizados, os parágrafos devem ser numerados; • As retificações, se houverem, serão feitas em ata seguinte; • No momento da redação, quando manuscrita, constatado um erro, usa-se a expressão corretiva “digo”. Se a incorreção foi notada após a redação de toda a ata, recorre-se à expressão “em tempo”, que é colocada no final, seguida do texto emendado. Exemplo: Em tempo: na linha onde se lê “17h30”, leia-se “18h30”; • Os números são escritos por extenso; • Quando a ata se refere a procedimentos rotineiros, pode-se utilizar um formato c) Fecho: encerramento - é quase sempre padronizado: “Nada mais havendo a tratar, o presidente declarou encerrada a reunião, da qual eu .... lavrei a presente ata, que depois de lida e aprovada vai assinada pelo ......, e por todos os presentes.” Outro exemplo para fechamento de ata: “Nada mais havendo a tratar, foi a sessão suspensa pelo tempo necessário à lavratura desta ata, no livro próprio e, reaberta a sessão, foi a mesma lida e aprovada, e vai ser assinada pelos acionistas presentes. Dela se extraem 6 (seis) cópias para fins legais.” Veja o modelo de uma pequena ata no final desta lição. 4.2 Carta É o documento empresarial que serve não somente ao relacionamento empresarial, mas também para projetar a imagem da empresa. Além do conteúdo, sua boa apresentação é fundamental (redação, estética, papel) para causar no primeiro contato uma impressão de ordem, competência, organização. A estrutura da carta compõe-se de: Timbre e endereço Número de Ordem ou de Controle 72/004G Redação Técnica Data Destinatário Vocativo ou invocação Assunto ou Referência Corpo da Carta Despedida ou Fecho Assinatura do Responsável Iniciais Cópias Anexos Saiba Mais Os itens: Número de Ordem ou de Controle, Assunto ou Referência, Cópias e Anexos não são obrigatórios, mas os demais devem constar em sua carta. Imagine alguém receber uma correspondência sem data, ou sem destinatário, ou ainda sem assinatura. 4.3 Circular É a correspondência adequada para tratar de assunto de interesse geral e, por isso mesmo, é dirigida a vários destinatários ao mesmo tempo. A circular pode ser interna ou externa e é utilizada para: lançamento de produtos; mudança de endereço ou telefone; aumento de preços; abertura/fechamento de agências ou filiais; decisões da direção para conhecimento de todos; etc. A circular deve ser redigida de maneira tal que o destinatário sinta que foi escrita para ele. Deve ser assinada uma por uma e o nome do destinatário, se individualizada, deve constar do seu endereçamento. Um bom exemplo de circular são as cartas que recebemos utilizando os recursos de mala direta, quando nossos endereços são retirados de um cadastro e utilizados para propaganda, principalmente. Uma circular informando mudança de número de telefone está disponível no final desta lição. 4.4 Comunicação Interna (CI) Como já foi dito quando estudamos o memorando, em algumas empresas este documento é uma comunicação interna (CI). Em outras, porém, os dois tipos de documento são utilizados distintamente: no memorando, a forma e a estrutura são mais parecidas com as da carta; a CI é uma comunicação rápida e informal, na maior parte das vezes servindo para encaminhar outros documentos. Algumas empresas somente adotam a CI que, por sua vez, toma a forma e a estrutura de uma carta. Veja no final desta lição um modelo de CI utilizando um impresso simples e prático. 4.5 E-Mail O e-mail é, atualmente, a maneira mais fácil e rápida de se comunicar. A própria empresa configura o e-mail de seus funcionários, que deve seguir um padrão de fundo, cabeçalho e assinatura. O item 6 da lição 6 explana de maneira bastante clara as vantagens e as regras do seu uso. 4.6 Recibo É o documento em que se declara ou se confessa o recebimento de alguma coisa. Normalmente faz parte da escrita particular, mas, em empresas de pequeno porte, o recibo integra a documentação corriqueira, havendo necessidade de ser redigido toda vez que transações isoladas são feitas com firmas prestadoras de serviços ou com pessoas físicas. Para redigir um recibo não é necessário observar regras muito rígidas. Observe o recibo ilustrado no final desta lição. Redação Técnica 004G/73 4.7 Contrato Contrato é um acordo entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas) para estabelecer, modificar ou anular uma relação de direito. O assunto pode ser o mais variado possível: compra, venda, prestação de serviços etc. Um contrato de maior seriedade e com implicações jurídicas deve ser feito por um advogado. Modelo de Contrato Simples Por este instrumento particular, Paulo Sousa, brasileiro, casado, comerciário, residente e domiciliado na rua X, 12 - ap.1, nesta Capital, e João de Alencar, brasileiro, solteiro, pintor, residente e domiciliado na rua Y, 23, também nesta Capital, contratam a pintura da residência do primeiro contratante, conforme orçamento e condições apresentadas. O preço total combinado (incluído o material) é R$ 10.000,00 (dez mil reais), pagos proporcionalmente à execução do serviço. O prazo máximo previsto para a entrega da referida pintura é dia 30 de novembro de XXXX. Porto Alegre, 01 de outubro de XXXX. Paulo Sousa João de Alencar Assinatura das testemunhas: Modelo de Contrato Social Fulano de Tal, brasileiro, casado, ator, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua ........................... nº ........, inscrito no CPF sob nº............ e Fulana de Tal, brasileira, solteira, maior, atriz, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua ............................ nº ........, inscrita no CPF sob nº ..................., resolvem, pela melhor forma de direito, e através do presente instrumento de contrato social, constituir uma sociedade civil sob as cláusulas que se seguem: -I O tipo jurídico da sociedade é o de cotas de responsabilidade limitada, responsabilizando cada sócio até o valor total do capital. - II O objetivo da sociedade é a produção e apresentação de peças teatrais, inclusive organizar, reorganizar, executar quaisquer serviços afins da sociedade. - III A sociedade terá sua sede nessa Capital, na Rua ................................. ................................ nº.............. (modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português Instrumental, p. 151) 74/004G Redação Técnica - IV A sociedade girará sob a denominação social do OÁSIS – Produções Artísticas. -V A administração e uso da denominação social será exercida por ambos os sócios, inclusive a documentação relacionada com movimentação bancária, contratos com terceiros, procurações, vendas ou aquisição de imóveis. Também serão necessárias assinaturas conjuntas dos sócios. - VI O capital social é de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) divididos em cem cotas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) cada uma, totalmente integralizado neste ato em moeda corrente nacional e tendo sua distribuição na forma que abaixo se discrimina: Sócio Fulano de Tal.................... Fulana de Tal.................... Cota Valor 50 cotas............ R$ 500.000,00 50 cotas............ R$ 500.000,00 - VII A sociedade é por prazo indeterminado, sendo seu início de atividade contado da data de assinatura do presente contrato. - VIII O balanço geral obrigatório será levantado anualmente a 30 de junho, e os resultados serão divididos proporcionalmente à participação no capital de cada sócio, tendo a destinação que for dada aos mesmos. - IX O pró-labore por efetivo exercício de atividade será estabelecido em comum acordo pelos sócios. -X Nenhum sócio poderá alienar suas cotas sem permissão escrita do outro, que exercerá sobre terceiros o direito de preferência na aquisição, proporcionalmente à participação de cada um no capital social. - XI O cotista que desejar retirar-se da sociedade deverá apresentar aviso prévio, por escrito, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, e, nesse ínterim, serão levantados o inventário e o balanço geral, para apuração dos haveres ou obrigações que lhe tocarem proporcionalmente, devendo, em qualquer caso, proceder-se à liquidação dos débitos ou créditos em 12 (doze) prestações mensais, iguais e sucessivas contadas da data de assinatura do distrato ou alteração social. - XII A sociedade se dissolverá nos casos legalmente previstos. - XIII E, por acharem plenamente de acordo com o que acima consensualmente estabelecem, assinam, na presença de duas testemunhas, o presente instrumento de contrato social, emitido em 4 (quatro) vias de igual teor e forma. Redação Técnica Porto Alegre, 30 de agosto de XXXX. Fulano de Tal Fulana de Tal 004G/75 TESTEMUNHAS: (assinatura) (assinatura) (modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português Instrumental, p. 153) Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Direitos Autorais EDITORA LETRABELA LTDA., firma jurídica desta Capital, aqui representada por seus sócios, Fulano de Tal e Beltrano de Tal, brasileiros, casados, residentes e domiciliados em Porto Alegre, respectivamente na Rua A, 5 e na Rua B, 3, juntamente com Sicrano de Tal, brasileiro, viúvo, residente e domiciliado em Novo Hamburgo, na Rua X, 7, acordam o seguinte para todos os efeitos de DIREITO: A rescisão amigável do contrato de direitos autorais, assinado entre as partes, em 30 de setembro de XXXX, em todas as cláusulas e condições, não gerando, absolutamente, a partir de agora, nenhum direito ou obrigação sobre os mesmos, com a total liberação de todo e qualquer vínculo. O contrato que se rescinde versava sobre a edição do livro VIVER MELHOR, da autoria do segundo contratante. E por estarem assim justos e acertados, assinam o presente documento em 3 (três) vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas. Porto Alegre, 15 de janeiro de XXXX. Assinaturas (modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português Instrumental, p. 153) 4.8 Informação Informação é um esclarecimento prestado por determinado servidor, no exercício de sua função, a respeito de situações reais ou dispositivos legais contidos em um processo. As informações devem ser apresentadas em itens numerados (algarismos arábicos), desdobrados em alíneas (letras). Se for necessário, pode-se desdobrá-las em capítulos numerados (algarismos romanos). Após a conclusão e antes da data, pode ser empregada a expressão “À consideração de Vossa Senhoria” ou outra similar. 76/004G Redação Técnica 4.8.1 Características A informação é elaborada, respondendo à uma solicitação, e deve conter: ementa (resumo do assunto) introdução contextoesclarecimentos conclusão denominação do órgão ou sua abreviatura data fecho assinatura nome do servidor, cargo ou função Modelo Fls. .... Carimbo Rubrica SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA 1ª DIRETORIA DE ENSINO Processo: 38765/XX REQUERENTE: Fulano de Tal Assunto: solicitação de retificação de tempo de serviço INFORMAÇÃO Nº ...... Considerando que esta D. E. tomou as providências necessárias a fim de que seja retificado o tempo de serviço do Professor Fulano de Tal, encaminhamos o processo à 2ª Área Educacional, para fineza de dar conhecimento à mesma, colhendo seu ciente e assinatura. À 2ª Área Educacional Porto Alegre, 16/09/XXXX. (modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português Instrumental, p. 167) Fulana de Tal INFORMANTE De acordo: EQUIPE DE PESSOAL (Cópia autêntica) Redação Técnica 004G/77 4.9 Ordem de Serviço Ordem de serviço é o ato através do qual são expedidas determinações a serem executadas por órgãos subordinados ou por servidores desses órgãos. É uma correspondência oficial interna ou interdepartamental, com numeração própria e apresentando, algumas vezes, características de circular, quando é expedida a diversos departamentos situados em locais diferentes. Modelo ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO ORDEM DE SERVIÇO No 5/75/SUA O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições, Considerando o fiel cumprimento da Lei nº 1860, de 4 de outubro de 1952, que regula os prazos e o andamento dos expedientes administrativos. Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados imprescindíveis a sua análise. Considerando que, em número substancial, há necessidade de se comunicar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse, como no da Administração. DETERMINA: 1o - Todos os órgãos desta Secretaria, antes de darem andamento a qualquer expediente, deverão verificar se nele constam os elementos informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi devidamente anexada. 2o - Obrigatoriamente deverá ser anotado, em todos os formulários, modelos, requerimentos, petições, solicitações, o endereço do peticionário. Porto Alegre, 8 de outubro de XXXX. Fulano de Tal SUPERVISOR ADMINISTRATIVO (Cópia autêntica) (modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúcia Scliar Zilberknop, Português Instrumental, p. 183) 78/004G Redação Técnica 4.10 Procuração Juridicamente, procuração significa “instrumento de mandato”; ou seja, é um documento através do qual um indivíduo (mandante, constituinte ou outorgante) confere a outra pessoa (mandatário, procurador ou outorgado) poderes para praticar atos em seu nome e por sua conta. Saiba Mais “A procuração pode ser pública, se lavrada em cartório, ou particular, se passada de próprio punho pela pessoa que dá. Quem passa a procuração é mandante, constituinte ou outorgante; e quem recebe o mandato é mandatário, procurador ou outorgado. A procuração particular deve ter a firma do outorgante reconhecida.” (Apud Odacyr Beltrão, Correspondência) 4.10.1 Estrutura a) Título: Procuração. b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF e residência do outorgante (constituinte ou mandante) e também do outorgado (procurador ou mandatário). c) Finalidade e poderes: parte em que o outorgante declara a finalidade da procuração, bem como autoriza o outorgado a praticar os atos para os quais é nomeado. d) Local e data. e) Assinatura do outorgante. f) Assinatura das testemunhas, se houver. Essas assinaturas costumam ficar abaixo da assinatura do outorgante, à esquerda. Modelo PROCURAÇÃO Pelo presente instrumento particular de procuração, João Pedro Tavares, brasileiro, casado, professor, residente na Rua Flor, 88, São Paulo, SP, portador da Cédula de Identidade nº 3.887.802-5, expedida em 29/4/1958, pela SSP, e do CPF nº 053.560.288-66, nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. Joaquim José Souza Rocha, residente em São Paulo, SP, Rua Céu, 1362, ap. 42, portador da Cédula de Identidade nº 4.876.987, expedida em 15/6/1960, pela SSP, e do CPF nº 011.322.222-24, para, em seu nome, efetuar as transações ligadas à venda de um imóvel, localizado na Rua dos Trilhos, 33, Vila dos Ope- Redação Técnica 004G/79 rários, nesta capital, podendo o outorgado assinar todos os atos que se tornarem necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato. São Paulo, 3 de março de XXXX. (assinatura) João Pedro Tavares 5. Exemplos de Documentos Oficiais e Empresariais Tudo o que foi dito a respeito da redação oficial e da redação empresarial ficará mais claro com a visualização dos documentos em seus modelos prontos. Apresentando estes exemplos, procuramos não só reforçar as orientações sobre o conteúdo e estética deles, mas também tirar possíveis dúvidas que ainda restam. Nem todos os documentos mencionados no decorrer desta lição estão exemplificados aqui. Para aqueles que não constam deste trabalho, recorra às Referências Bibliograficas apresentada, não só para conhecer esses documentos, mas também para aprofundar os assuntos que neste módulo não puderam ser exaustivamente estudados. Algumas recomendações úteis quanto ao envelope a ser usado para a remessa de correspondência: SELO Estrela Indústria e Comércio S.A. At. Sr. Flávio Rodrigues Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha São Paulo - SP 0 1 3 2 4 0 0 0 RPC 1. O envelope acima (tam. 23 x 11,4 cm) é o mais adequado para remessas de correspondências de até duas folhas. Dobre as folhas apenas duas vezes, evitando deixar o destinatário na parte interna das dobras. A carta dobrada deve ser colocada no envelope com a frente voltada para o verso (do envelope). 80/004G Redação Técnica 2. Coloque no verso do envelope o endereço completo do remetente. 3. Se a sua empresa tem papel timbrado para cartas, use igualmente envelopes timbrados. 4. Os envelopes com tarja verde e amarela são próprios para remessas de cartas para o exterior. 5. Há vários tamanhos de envelopes pardos para correspondências com volume maior. Para endereçar, se possível, use etiquetas adesivas. ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A. Indústria e Comércio de Peças Automotivas Para: Engo Flávio Porfírio, DPV De: Manoel Sampaio, DPT No: 153/XX Data: XX-XX-XX Assunto: Novos modelos de produtos. Estão em processo de conclusão dois novos modelos de liquidificador. Planejamos marcar uma reunião com todo o nosso pessoal para detalhamento das funções de operação e das vantagens destes lançamentos. Peço sugerir datas prováveis. Atenciosamente, (a) Manoel Sampaio Redação Técnica 004G/81 ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A. Indústria e Comércio de Peças Automotivas FAX Nº: 255/XX Data: XX/XX/XX Para: José Ronaldo De: Mário Rodrigues Empresa: Benfica Peças Automotivas Ltda. Fax: (011) 6592-8800 Fax: (0XX) XXXX-XXXX Nº de páginas, incluindo esta: 01 Assunto: Cadastro. Estamos procedendo a reorganização de nosso cadastro de revendedores. Para cadastrar sua empresa em nosso quadro de revendedores, basta que nos enviem, o mais breve possível, a documentação necessária já solicitada por meio de contato telefônico. Estamos à disposição para as informações necessárias. Falar com Neiva Souza, na seção de Cadastros. Atenciosamente, Fabiana Moreira (a) Fabiana Moreira Secretária do Departamento de Vendas Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha 01324-000 - São Paulo, SP e-mail: [email protected] Tel.: (011) XXXX-XXXX Fax: (011) XXXX-XXXX 82/004G Redação Técnica ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A. Indústria e Comércio de Peças Automotivas ATESTADO Atesto, para fins de prova junto ao Setor de Financiamento do Banco Boaventura, que o Sr. Juscelino de Almeida Santos, ocupante do cargo de auxiliar de produção, é funcionário desta empresa desde 12 de fevereiro de XXXX, com salário bruto de R$ 1650,00 (um mil, seiscentos e cinquenta reais) mensais. Campinas, XX de XXXX de XXXX. José Pedro Gomes Chefe do Departamento de Pessoal Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha 01324-000 - São Paulo, SP e-mail: [email protected] Tel.: (011) XXXX-XXXX Fax: (011) XXXX-XXXX Observações: 1. Como o papel é timbrado, basta apenas referir-se ao setor em que o funcionário trabalha. 2. O texto poderia ser escrito de outra forma: José Pedro Gomes, chefe do Departamento de Pessoal, atesta que o Sr...... No final só a assinatura da pessoa. 3. O conteúdo do texto pode variar; se conveniente, pode-se acrescentar outros dados do atestante. Redação Técnica 004G/83 ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A. Indústria e Comércio de Peças Automotivas DECLARAÇÃO Declaro, para os devidos fins, que deixou de ser funcionário desta empresa, na função de operador de máquinas, o Sr. João Batista Mamede, brasileiro, solteiro, RG nº 20.999.000, emitida pela SSP/SP, e Carteira Profissional nº 95.882, emitida em 12-02-81, filho de José Carlos Mamede e Rosalina Fernandes Cardoso Mamede, residente na Rua Renato Russo, 98, não nos responsabilizando, assim, por atividades que o referido senhor venha a exercer em nome da Estrela Indústria e Comércio de Peças Automotivas S.A., a partir desta data. São Paulo, XX de XXXX de XXXX. José Pedro Gomes, Chefe do Departamento de Pessoal. JPG/mat Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha 01324-000 - São Paulo, SP e-mail: [email protected] Tel.: (011) XXXX-XXXX Fax: (011) XXXX-XXXX 84/004G Redação Técnica Ilmo. Sr. Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Antônio Gama Cláudio Fernando Camargo, brasileiro, casado, vendedor autônomo, residente na Rua das Palmeiras, 820, nesta cidade, vem respeitosamente requerer de V.Sa. a autorização para sua matrícula no Curso de Economia para o ano letivo de XXXX. Anexa, documentação exigida para a matrícula. Nestes termos, pede deferimento. Claudio Fernando Camargo São Bernardo do Campo, XX de XXXX de XXXX. Observações: 1.Como foi digitado, não é possível observar com rigor a entrada de parágrafos e o espaçamento entre linhas. O importante é dar uma estética semelhante. 2.Deve-se prestar atenção às expressões residente e domiciliado. Residência é onde a pessoa mora (rua, nº); domicílio é centro ou sede de suas atividades. Redação Técnica 004G/85 Exercícios Propostos 1 - É o documento empresarial mais conhecido e um dos mais usados, que serve não somente ao relacionamento empresarial, mas também para projetar a imagem da empresa: ( ) a) Ata. ( ) b) Circular. ( ) c) Contrato. ( ) d) Carta. ( ) e) Comunicação Interna. 2 - Como você redigiria o vocativo para um ofício ao governador do Estado segundo as regras do padrão ofício? ( ) a) Sr. Governador. ( ) b) Exmo. Governador. ( ) c) Exmo. Sr. Governador. ( ) d) Ilmo. Governador. ( ) e) Ilmo. Sr. Governador. 3 - São três os tipos de documentos empresariais: ( ) a) Carta, Comunicação Interna e Ata. ( ) b) Ata, E-mail e Monografia. ( ) c) Monografia, E-mail e Comunicação Interna. ( ) d) Carta Pessoal, Monografia e Ata. ( ) e) Recibo, Contrato e Monografia. 86/004G Redação Técnica 4 - Redija uma circular comunicando aos revendedores o aumento de 10% no preço dos produtos fabricados por sua empresa. Para redigir esta circular, será necessário obedecer aos parâmetros propostos no exercício, seguindo o modelo mostrado na lição. Veja que existem várias possibilidades de redação do corpo da circular. O importante é elaborar um texto preciso e apresentar, com clareza, os motivos da empresa para a divulgação desse comunicado. Redação Técnica 004G/87 5 - Escreva uma comunicação interna (ou memorando, se preferir) para o Chefe do Almoxarifado, solicitando o fornecimento de cinco pacotes de papel para copiadora (desenhe do seu jeito um formulário que você considere prático). Neste exercício, você também deve seguir o modelo apresentado na lição para elaborar a comunicação interna ou memorando, que levam em conta as informações definidas na proposta. lição 4 Redação Técnica 004G/89 Gramática Aplicada Uma das funções da Gramática é preocupar-se com o estudo científico dos mecanismos de funcionamento de uma determinada língua, sem discriminar formas corretas e incorretas do emprego do idioma: é a chamada Gramática Descritiva. Há ainda a nossa velha conhecida Gramática Normativa, que se encarrega de fixar normas para o uso da língua, estabelecendo os conceitos de certo e errado. Várias são as procedências dos critérios de correção gramatical: a partir do uso pelos clássicos, resultantes de pesquisas sobre a história da língua, ou de considerações lógicas que supostamente organizariam o funcionamento do idioma. Assim, cria-se uma norma que é aceita e prestigiada e passa a ser ensinada nas escolas, a norma culta. Ao término desta lição, você será capaz de: Identificar as divisões de um livro de gramática; Aplicar as regras mais importantes de acentuação; Adotar corretamente as regras de uso da crase; Reconhecer a aplicação correta da colocação pronominal; Fazer a concordância correta dos verbos e nomes estudados; Aplicar as regras de transitividade verbal dos verbos estudados; Utilizar as formas apropriadas dos Pronomes de Tratamento; Empregar os numerais corretamente; Aplicar as regras de pontuação na produção textual. 1. Importância do Conhecimento Gramatical É através do estudo da Gramática que se extrai as normas para escrever e falar corretamente. A Gramática Normativa é a fonte para conhecimento das regras para escrita e fala corretas, trata-se de uma disciplina didática por excelência, que tem por finalidade codificar o “uso idiomático”, dele induzindo, por classificação e sistematização, as normas que, em determinada época, representam o ideal da expressão escrita. Definição: “Gramática é a descrição do sistema de uma língua, ou descrição da língua como sistema de meios de expressão. Como esse sistema é tríplice - fônico (de sons), mórfico (de formas), sintático (de frases) - a gramática, normalmente, divide-se em fonologia, morfologia e sintaxe.” (Luís Agostinho Cadore, Curso Prático de Português, Ática, p. 11) 90/004G Redação Técnica 2. Um Breve Resumo da Gramática Normativa Quando estudamos as ferramentas do redator (lição 1), falamos da importância de buscar nas gramáticas os pontos duvidosos para uma redação de qualidade. Falamos ainda que é necessário conhecer bem as partes em que se estrutura a gramática, para que a consulta seja facilitada. A Nomenclatura Gramatical Brasileira, que define a gramática e suas divisões, é apresentad a na Portaria nº 36, de 28/01/1951. No livro Redigir & Convencer, de Edméa Neiva e José Antônio Rosa (p. 53), há um resumo dessa portaria. Veja o que ele contém: Parte I w Fonética: descritiva, histórica, sintática. • Classificação dos fonemas: vogais e consoantes, semivogais. • Encontros vocálicos: ditongos, tritongos, hiatos. • Encontros consonantais: dígrafos. • Sílaba. • Tonicidade: acento, sílabas, a­cento tônico, rizotônico, arrizotônico, or­toépia, prosódia. Parte II w Morfologia: trata das palavras. a. quanto a sua estrutura e formação; b. quanto as suas flexões e c. quanto a sua classificação. • Estrutura das palavras: raiz, radical, tema, afixo, desinência. • Formação das palavras: derivação/composição, hibridismo. • Flexão das palavras: variáveis, invariáveis. • Classificação das palavras: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição. Parte III w Sintaxe • Divisão da sintaxe - de concordância: nominal/verbal; - de regência: nominal/verbal; - de colocação. • Análise sintática da oração a. termos essenciais da oração (sujeito/predicado/predi­cativo/ pre­dicação verbal) b. termos integrantes da oração (complemento nominal/complemento verbal/agente da passiva) Redação Técnica 004G/91 c. termos acessórios da oração (adjunto adnominal/adjunto adverbial/aposto) d. vocativo • Análise sintática do período a. tipos de período (simples/com­posto) b. composição (coordenação/subordinação) c. classificação das orações etc. Parte IV w Apêndice •Figuras de sintaxe •Gramática histórica •Ortografia •Pontuação •Significação das palavras •Vícios de linguagem 3. Tópicos Importantes para Escrever Corretamente Não é o propósito deste módulo de Redação Técnica apresentar um curso de gramática completo, mesmo porque não haveria espaço para isso (lembra-se da concisão e da objetividade?). O que se pretende é apresentar aqueles pontos que normalmente geram dúvidas. Se deixarmos de lado algum ponto que você considera importante, exercite, crie o hábito de buscar informação: vá a sua gramática preferida! Nas Referências Bibliográficas (no fim do módulo), você encontrará uma lista de todo material utilizado neste trabalho. 3.1 Acentuação Gráfica Acentuação é a maneira de proferir (pronunciar em voz alta e clara) um vocábulo, quando destacamos dentre seus sons ou grupo de sons aquele mais relevante. Esse relevo chama-se acento. No caso da Língua Portuguesa, diz-se que este é um acento de intensidade (de força, dinâmico), e se manifesta no vocábulo considerado isoladamente (acento vocabular) ou ligado na enunciação da frase (acento frásico). Numa palavra, nem todas as sílabas são pronunciadas com a mesma intensidade: há sempre uma que se sobressai às demais, sendo por isso chamada de sílaba tônica. Escolha algumas palavras aleatoriamente: uma, maligna, influência, ação. Pronunciando-as, você observa que em cada uma delas a sílaba mais forte eleva-se acima das outras, as chamadas sílabas átonas. Quanto à posição do acento tônico, os vocábulos de duas ou mais sílabas podem ser: 92/004G Redação Técnica a) Oxítonos: a sílaba tônica é a última sílaba. Exemplos: comercial, material. b)Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima sílaba. Exemplos: generoso, carro. c) Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba. Exemplos: efêmero, lâmpada. Agora olhe atentamente para as seguintes palavras: ação, complacência, influência, é, está, água, fácil, trás. O que elas têm em comum? São acentuadas, você responderia. Este acento, que é um sinal gráfico, é colocado na parte em que a palavra soa mais forte (sílaba tônica), ou seja, serve para marcar o relevo dado a um elemento fonético dentro do vocábulo. Os sinais gráficos usados para acentuar são: acentos agudo ( ´ ), grave ( ` ), circunflexo ( ^ ) e til ( ~ ). Vejamos a seguir as regras mais importantes para a acentuação das palavras. 3.1.1 Monossílabos • Tônicos: acentuam-se os terminados em a, e e o, seguidos ou não de s. Exemplos: má - más; pé - pés; pó - pós. • Átonos: nunca são acentuados. 3.1.2 Polissílabos • Oxítonos: são acentuados se terminarem em a, e, o, seguidos ou não de s. Exemplos: Ceará, Guaporé, revés, jilós. E os terminados em em, ens. Exemplos: armazém, reféns. • Paroxítonos: são acentuados se terminados em R, I, N, L,U, X (o i e o u podem vir seguidos de s). Exemplos: aljôfar (pedra preciosa), cáqui, cútis, hífen, fácil, bônus, tórax. Terminados em om - ons; um – uns. Exemplos: rádom, íons; álbum, álbuns. Redação Técnica 004G/93 Terminados em ã - ãs; ão - ãos. Exemplos: órfã, órfãs; acórdão, sótãos. Terminados em ps. Exemplo: bíceps. • Ditongo oral: (seguido ou não de s). Exemplos: área, sócios, tênue, desperdício, jóquei, pônei. Exceção - Hiato 2a vogal do hiato (i, u tônico), não seguida de nh. Exemplo: ra-i-nha; ta-i-nha. • Proparoxítonos: todos são acentuados. Exemplos: retórica, genética, exército, América. 3.1.3 Casos Especiais • Levam acento agudo os ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s), quando tônicos nas palavras oxítonas e nos monossílabos tônicos. Exemplos: anéis, chapéu, céu, herói, constrói. • Hiatos: o i e o u tônicos dos hiatos são acentuados quando formarem sílabas sozinhos ou quando vierem seguidos de s. Exemplo: raízes, baú, egoísta. 3.1.4 Curiosidades O til, que indica nasalização, vale como acento se não houver outro acento na palavra. Exemplos: afã, oração, corações, põem. Se o til cai em uma sílaba que não é a tônica, acentua-se a sílaba que é. Exemplos: órgão, bênção. 3.1.5 Formas Verbais • Forma verbal com ênclise ou mesóclise: aplica-se a respectiva regra a cada elemento independentemente. Exemplos: amá-la-ás, vendê-los-emos, pô-lo-emos. 94/004G Redação Técnica • Verbos ter e vir - presente do indi­cativos. Exemplos: ele tem - eles têm; ele vem - eles vêm. • Verbos derivados. Exemplos: ele retém - eles retêm; ele intervém - eles intervêm. • Verbos crer, dar, ler e ver (e seus derivados). Exemplos: Singular: crê Plural: creem dê deem lê leem vê veem 3.1.6 Acentos Diferenciais As palavras seguintes continuam sendo acentuadas (acento diferencial), porque elas têm suas homógrafas átonas correspondentes: • Pôde (pret. perf. do verbo poder) pa­­­ra diferenciar de pode (terc. pes. sing. pres. indicativo) • Ás (substantivo) para diferenciar de as (preposição) • Pôr (verbo) para diferenciar de por (preposição) • Porquê (substantivo) para diferenciar de porque (conjunção) • Quê (subst., interj., pronome em) pa­ra diferenciar de que (pronome, advérbio, conjunção ou final de frase) partícula ex­pletiva) 3.2 Algumas Palavras de Grafia Duvidosa Esta não pretende ser uma lista final. À medida que necessitar, você pode ir acrescentando novas palavras, sem esquecer de colocar na frente delas o seu significado. Palavra/significado Diferente de: Acender (pôr fogo) Ascender (subir) Afim (afinidade, semelhança) A fim de (finalidade) Apreçar (perguntar o preço de) Apressar (tornar rápido) À medida que à medida em que Censo (recenseamento) Senso (juízo) Cheque (ordem de pagamento) Xeque (chefe árabe, lance de xadrez, perigo) Comprido (longo) Cumprido (executado) Conserto (ato de reparar, remendar) Concerto (musical) Caçar (perseguir animais) Cassar (tornar nulo, sem efeito) Coser (costurar) Cozer (cozinhar) Deferimento (aprovação) Diferimento (adiamento) Redação Técnica Palavra / significado 004G/95 Diferente de: Delatar (denunciar) Dilatar (retardar, aumentar o prazo) Descrição (narração, enumeração) Discrição (sensatez, modéstia, reserva) Descriminar (inocentar) Discriminar (distinguir, diferenciar indevidamente) Emergir (ir à tona ) Imergir (mergulhar) Espirar (soprar) Expirar (morrer) Esterno (osso do peito) Externo (o que está fora) Espectador (o que assiste) Expectador (o que espera) Eminente (célebre, ilustre) Iminente (prestes a acontecer, próximo, imediato) Estadia (para navios e seres inanimados) Estada (para pessoas) Experto (aquele que tem experiência) Esperto (inteligente) Expiar (pagar pena) Espiar (espreitar) Fragrante (perfumado, aromático) Flagrante (na hora, manifesto, momento, evidente) Há (verbo haver, passado: Há cinco anos que não o vejo) A (futuro: Estarei aí daqui a quatro horas) Infringir (transgredir) Infligir (aplicar pena, castigo) Imigrante (o que entra em um país) Emigrante (o que sai de um país para outro) Insipiente (ignorante) Incipiente (que está no começo, principiante) Mau/bom: adjetivos. Exemplo: Você é mau Mal/bem: advérbios. Exemplo: Não faça mal ao menino Mandado (ato de mandar, ordem escrita que emana da autoridade) Mandato (autorização que se concede a outrem; delegação) Paço (palácio episcopal ou real, sede de governo) Passo (marcha, ato de andar) Prescrever (determinar) Proscrever (proibir) Ratificar (confirmar) Retificar (corrigir) Seção (departamento) Sessão (= reunião) Secção (= ato de cortar) Cessão (= ato de ceder, doação) Sortir (abastecer) Surtir (originar) Subtendida (estendida por baixo) Subentendida (o que está na mente e não foi expresso) Sucinta (resumida) Suscitar (causar, provocar) Tráfego (circulação de veículos) Tráfico (comércio ilícito) Viagem (substantivo) A viagem foi maravilhosa. Viajem (verbo) Que eles viajem mais” 96/004G Redação Técnica Você percebeu que nesta lista as palavras estão ao lado de outras um tanto parecidas, mas cujo significado é totalmente diferente? É aqui que se aplica o estudo da significação das palavras, que vimos na lição 1. Mais precisamente, estas são palavras homônimas ou parônimas, cuja utilização correta depende do conhecimento do seu significado. 3.3 Crase A origem da palavra crase vem do grego, krasis, e quer dizer mistura, fusão. Então, crase é a fusão ou sobreposição de duas vogais “a”, proporcionando uma pronúncia mais harmoniosa. Em nossa língua, assinalamos a crase com o acento grave ( ` ). Em vez de dizermos “Vou a a escola”, dizemos “Vou à escola”. Tecnicamente falando, crase é, especificamente: A contração da preposição a com: w o artigo definido a; w e o pronome demonstrativo a; wo a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo; wo a inicial dos pronomes relativo a qual. Seguem as regras para seu uso: 1ª regra: verificar se é possível substituir o a em questão por para a(s), pela(s), na(s) e da(s). Exemplos: Vou à cidade. Vou para a cidade. Voltarei à tardinha. Voltarei pela tardinha. 2ª regra: substituir o nome feminino por um masculino correlato. Se aparecer ao (preposição a + artigo o), então ocorre a + a diante da palavra feminina, ocorrendo a cra­se. Exemplos: Referiu-se à instrutora. Referiu-se ao instrutor. Voltei à terra natal. Voltei ao país natal. • Contração da preposição a com o pronome demonstrativo a(s) Exemplo: Sua maneira de pensar é igual à de seu irmão. • Contração da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo Exemplos: Favor dirigir-se àquele salão. A polícia continua atenta àquela questão. Não quis me referir àquilo. Redação Técnica 004G/97 A crase acontece também com as locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas por palavras femininas e iniciadas por a/as: • à direita • à esquerda • à força (de) • à parte • à toa • à laia de • à solta • à vontade • à farta • à proporção que • à guisa de • à semelhança que • à procura de • à surdina • à medida que • à mão • à exceção de • à frente de • às claras • às escuras • às cegas • às avessas • às ordens • etc. NUNCA use a crase: a) antes de nomes masculinos: promovido a capitão; b) antes de verbos no infinitivo: taxas a pagar; c) antes de pronomes de tratamento: dirijo-me a V.Exa.; d) antes de esta, essa, toda, cada, cuja, mim, ninguém, quem e ti: Refiro-me a esta questão; e) antes de palavras femininas no plural: vendas a prestações; f) depois das preposições após, contra, entre, perante e sob: Espero-o entre as 19 e 21 horas; g) em locuções adverbiais com nomes femininos repetidos: O boato corria de boca a boca. 3.4 Colocação Pronominal Quando falamos de colocação pronominal, preocupamo-nos com a posição que os pronomes oblíquos átonos (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco) ocupam em relação ao verbo: é a ocasião para tratar de próclise, mesóclise e ênclise. Se estiverem presentes na frase, os pronomes oblíquos átonos podem ocupar três posições em relação ao verbo: antes dele (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise). 3.4.1 Próclise Usa-se a próclise quando o verbo vier antecipado de palavras que exerçam atração sobre o pronome. São elas: w Palavras negativas: Exemplo: Não me diga que não te avisei. w Advérbio: Exemplo: Sempre te respeitei. 98/004G Redação Técnica w Com o verbo no imperativo: Saiba Mais Quando o advérbio e o verbo estiverem separados por vírgula, aconselha-se o uso da ênclise, para um melhor resultado fonético: Exemplo: Aqui, come-se bem. w Pronome relativo: Exemplo: Há indivíduos que se acham o máximo. w Pronome indefinido: Exemplo: Tudo se acalmará. w Conjunção subordinativa: Exemplo: Quando o viram, ele vinha acompanhado da amiga. w Pronome demonstrativo: Exemplo: Isso me parece mentira. 3.4.2 Mesóclise É utilizada apenas em dois tempos verbais. São eles: w Futuro do presente: Exemplo: Far-te-ei acreditar em mim. w Futuro do pretérito: Exemplo: Dir-lhe-ia tudo, se soubesse. Obs.: havendo partícula atrativa, utilizase a próclise. Assim: Não o saberia dizer. Não lhe negarei qualquer ajuda. 3.4.3 Ênclise w Quando o verbo vier no início da frase: Exemplo: Quero-lhe muito. Exemplo: Meninos, aproximem-se da mesa. w Com o verbo no gerúndio sem a preposição: Exemplo: Saí do trabalho, ausentandome um pouco. Obs. 1: Há casos em que os pronomes oblíquos combinam entre si (lhe + o = lho; me + o = mo; te + o = to; etc.). Exemplo: Pegue o livro na estante e traga-mo (= traga-me o livro). Obs. 2: Se houver duas partículas atraindo o pronome oblíquo, ele pode vir entre elas. Exemplo: Há problemas que se não resolvem de uma hora para outra. 3.4.4 Casos Especiais Vejamos a seguir dois casos em que o pronome oblíquo vem acompanhado de locução verbal: Quando o verbo principal da locução estiver no infinitivo ou no gerúndio, o pronome oblíquo pode ser colocado depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal: Exemplo: Quero-lhe dizer algo. Quero dizer-lhe algo. Obs.: Havendo partícula atrativa, o pronome virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplo: Não lhe quero dever ajuda. Não quero dever-lhe ajuda. Quando o verbo principal da locução verbal estiver no particípio, o pronome será colocado depois do verbo auxiliar: Exemplo: Tinha-me exposto suas dúvidas. Redação Técnica Obs.: Havendo partícula atrativa, o pronome oblíquo deve vir antes do verbo auxiliar. Exemplo: Não me tinha exposto suas dúvidas. 3.5 Concordância Verbal e Nominal As palavras relacionam-se umas com as outras na elaboração das frases e, ao se relacionarem, obedecem alguns princípios: um deles é o da concordância. O estudo da concordância é uma poderosa ferramenta para quem precisa interpretar e produzir textos conforme os padrões da língua culta. Seja qual for o texto, a concordância verbal e nominal correta pode ser explorada como recurso expressivo; uma concordância defeituosa, porém, pode levar a interpretações distorcidas. O que está em jogo não é somente o texto, mas também a credibilidade do redator. Dizemos que há concordância entre os termos de uma frase quando há harmonia entre eles, quando estão perfeitamente adaptados quanto ao gênero, número, grau, pessoa... Concordância verbal é a adaptação em número e pessoa que se estabelece entre o verbo e o seu sujeito. Exemplos: A pedra rola ladeira abaixo. sujeito: 3a pessoa do singular verbo: 3a pessoa do singular As toras de madeira descem o rio. sujeito: 3a pessoa do plural (=elas) verbo: 3a pessoa do plural 004G/99 Como podemos ver nos exemplos, os verbos das duas orações concordam com seus sujeitos em pessoa e número. Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que há uma concordância entre eles. No geral, não há dúvida em como fazer a concordância dos verbos com seus sujeitos. Mas, na nossa língua, há os casos de concordância anômala, isto é, que se faz de maneira ideológica, afetiva ou atrativa, casos esses que fogem completamente à regra normal, exigindo observação e treino. 3.5.1 A Partícula SE a Usada como índice de indetermina­ção do sujeito. Exemplos: Não se pode confiar em ninguém mais. Precisa-se de passadeiras com prática. Quem é que não pode confiar em ninguém? Quem precisa de passadeiras? Sempre que o se indicar inde­terminação do sujeito, o verbo estará, invariavelmente, na terceira pessoa do singular. b Partícula apassivadora. Exemplos: Compram-se carros usados. Faz-se limpeza de terreno. Nestes exemplos, “carros usados” e “limpeza de terreno” são sujeitos de suas frases. Convertendo estas frases da voz passiva sintética para a voz passiva analítica, elas ficam assim: Carros usados são comprados. Limpeza de terreno é feita. Fica claro perceber que toda vez que pudermos transformar a oração em voz passiva analítica, o se é partícula apassivadora, e o verbo concordará em número com seus sujeitos. 100/004G Redação Técnica 3.5.2 Verbos HAVER, FAZER e SER Verbo haver a Quando tem sentido de “existir” ou de “indicar tempo decorrido”, permanece no singular. Exemplos: Há duas atitudes a tomar. Havia anos que não se viam. O verbo haver transmite esta im­pessoa­ lidade aos verbos que com ele formam locução. Exemplo: Pode haver duas atitudes a tomar. Observação Importante: O verbo haver funciona também como pessoal, com o significado de “ajustar contas”, sendo conjugado em todas as pessoas e números Exemplos: Vocês haverão de prestar contas à justiça. b Verbo fazer Quando indica tempo decorrido ou fenômeno meteorológico, este verbo permanece invariável na terceira pessoa do singular. Exemplos: Faz vinte anos que ela o deixou. Faz dias lindíssimos nesta época do ano. O verbo fazer transmite sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução. Exemplo: Deve fazer dois anos que o acidente aconteceu. c Verbo ser Se o verbo ser indica hora ou distância e não tem sujeito, concorda com a expressão numérica (isto é, o predicativo). Exemplos: São dez horas da noite. Daqui ao trabalho serão dois quilômetros. No caso de locução verbal, a concordância será feita pelo verbo auxiliar de ser. Exemplos: Devem ser dez horas da noite. Daqui ao trabalho deverão ser dois quilômetros. Havendo sujeito na frase, o verbo concordará com ele ou com o predicativo. Exemplos: Pedro era atencioso. O responsável sois vós. Nem tudo são flores. Nem tudo é flores. No caso do predicativo ser representado por um substantivo comum, o verbo concordará com o elemento que se deseja realçar. Exemplos: Meus quadros são a minha vida. Minha vida é os quadros. Nas expressões indicativas de quantidade (medida, peso, preço, valor) o verbo ser é invariável. Exemplos: Dois quilos é pouco para o bolo. Mil reais é pouco para a reforma. Mas: Hoje é vinte de outubro (dia vinte de outubro). 3.5.3 Casos Especiais de Concordância Verbal a Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo pode ir ao plural (concordância gramatical) ou concordar com o elemento mais próximo (concordância atrativa). Redação Técnica Exemplos: Passarão o céu e a terra. Passará o céu e a terra. b Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes: neste caso, o verbo concordará com a pessoa que tiver prioridade (a primeira pessoa sobre a segunda, a segunda sobre a terceira etc.). Exemplos: Ela e eu preparamos o jantar. Tu e ela passeais no jardim. c Sujeito composto de núcleos sinônimos ou de sentido aproximado: faz-se a concordância com o núcleo mais próximo (no singular) ou com todos (no plural). Exemplo: A incerteza e a instabilidade confundiu-o (ou confundiram-no). d Sujeito composto de núcleos de gradação ascendente ou descendente: o verbo concorda com o mais próximo (no singular) ou com todos (no plural). Exemplo: Um olhar, um aceno, uma palavra bastava (ou bastavam). e Sujeito formado por expressão par­titiva (a maioria de, grande parte de, a metade de etc.), seguida de um substantivo no plural: o verbo pode permanecer no singular, concordando com a expressão, ou no plural, concordando com o substantivo. Exemplo: A maioria das pessoas concorda com a mudança (ou concordam) . f Sujeito formado por expressões afirmativas seguidas de elementos numéricos: o verbo concorda com o numeral. Exemplo: Cerca de vinte mil estudantes vão fazer vestibular. 004G/101 g Sujeito formado pela expressão mais de um: o verbo vai ao plural se houver ideia de reciprocidade; caso contrário, fica no singular. Exemplos: Mais de um político se destacaram (uns aos outros). Mais de um professor foi exonerado. h Sujeito formado pela expressão um dos que (ou outra equivalente): o verbo pode ir para o plural (mais comum) ou ficar no singular (mais raro). Exemplos: Sou um dos que optaram pelo adiamento da prova. Ela é uma das candidatas que marcou entrevista para hoje. i Sujeito representado pelo pronome demonstrativo que: o verbo concorda com o termo antecedente. Exemplo: São fatos que já foram esquecidos. j Sujeito representado pelo pronome relativo quem: o verbo fica na terceira pessoa do singular ou concorda com o termo antecedente. Exemplos: Fostes vós quem falou. Fostes vós quem falastes. k Sujeito representado por pronome interrogativo ou indefinido no singular, seguido de nós ou vós: o verbo vai para a terceira pessoa do singular. Exemplo: Qual de nós falará ao presidente? l Sujeito representado por pronome interrogativo ou indefinido no plural, seguido de nós ou vós: o verbo concordará com estes últimos ou ficará na terceira pessoa do plural. 102/004G Redação Técnica Exemplos: Quais de nós falaremos ao presidente? Quais de nós cumprirão o acordo? m Sujeito representado por nomes próprios de lugar e títulos de obras: se precedidos de artigo no plural, o verbo irá para o plural. Se não houver artigo no plural, o verbo permanecerá no singular. Exemplos: Estados Unidos enfrenta problemas. Os Estados Unidos enfrentam problemas. n Sujeito representado pelas expressões um ou outro e nem um nem outro: o verbo, obrigatoriamente, permanecerá no sin­ gular. Exemplos: Um ou outro escreverá a carta. Nem um nem outro escreverá a carta. o Sujeito composto ligado pela conjunção ou: o verbo fica no singular, se houver ideia de exclusão; caso contrário, vai para o plural. Exemplos: Uma bênção ou uma maldição cairá sobre ele (há ideia de exclusão). O chefe ou o diretor gostarão de saber da novidade (não há ideia de exclusão). 3.5.4 Concordância Nominal Concordância nominal é a adaptação, ou seja, a flexão sofrida pelo nome para se adequar àquele a que se refere. Vejamos alguns casos: a Concordância do adjetivo com o substantivo: o adjetivo ou adjunto adno­minal concorda com o substantivo ou pronome a que se refere em gênero e número. Exemplo: Povo educado, cidade limpa. b Concordância do adjetivo com dois ou mais substantivos: quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo, é preciso levar em conta a sua posição. antes dos substantivos: o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. Exemplo: Ele não tinha a necessária ousadia e coragem. Obs.: se o adjetivo anteceder a dois ou mais substantivos próprios, ele vai ao plural. Exemplo: O país homenageia os corajosos Duque de Caxias e Tiradentes. depois dos substantivos: neste caso, o adjetivo vai para o plural (se os gêneros dos substantivos forem diferentes, prevalece o masculino) ou concorda com o substantivo mais próximo. Exemplos: Estava com o plano e a estratégia definidos. Estava com o plano e a estratégia definida. Obs.: se dois ou mais adjetivos se referem a substantivo no plural que, por assim dizer, podem se desdobrar, os adjetivos permanecem no singular. Exemplo: As literaturas francesa e americana (desdobrando, teremos literatura francesa e literatura americana). c Concordância do adjetivo com o predicativo de sujeito composto: se o adjetivo (com função de predicativo de sujeito composto) vem depois dos substantivos, vai para o plural. Redação Técnica Exemplo: A professora e o aluno são dedicados. se o adjetivo vem antes dos substantivos há duas possibilidades de concordância: ou vai para o plural, ou concordará com o mais próximo. Exemplos: São dedicados a professora e o aluno. É dedicada a professora e o aluno. d Casos particulares: dentre os inúmeros casos, vale a pena destacar dois. quando temos uma palavra composta por um adjetivo e um substantivo, ambos variam. Exemplos: alto-relevo / altos-relevos alto-vácuo / altos-vácuos alto-mar / altos-mares baixo-relevo / baixos-relevos quando temos uma palavra composta por um advérbio e um adjetivo, só este varia (lembre-se de que os advérbios são palavras invariáveis). Exemplos: alto-falante / alto-falantes bem-comportado / bem-comportados bem-falante / bem-falantes 3.6 Emprego de Algumas Classes de Palavras Existem alguns erros no emprego de determinadas classes de palavras que se repetem sistematicamente: problemas orto­g ráficos, confusão entre palavras (homônimas, homógrafas e homófonas, parônimas), acentuação, concordância etc. Apresentamos a seguir o uso correto de algumas classes de palavras. à medida que: à proporção que, ao mesmo tempo que, conforme. Exemplo: À medida que caminhávamos, não o avistávamos mais. 004G/103 na medida em que: tendo em vista que. Exemplo: É preciso proteger-se do sol na medida em que pode causar doenças na pele. Obs.: podendo substituir por se, uma vez que, porque, desde que; é preferível. a menos de: distância, quantidade. Exemplo: Estamos a menos de seis meses do casamento. há menos de: ideia de passado. Exemplo: A festa aconteceu há menos de um ano. a tempo: com tempo. Exemplo: Chegou a tempo de despedir-se de mim. há tempo: faz, existe. Exemplo: Ele chegou há tempo. ao encontro de: indicando situação favorável. Exemplo: Um aumento expressivo de salários vem ao encontro das expectativas dos vendedores. de encontro a: indicando oposição, choque. Exemplo: O baixo aumento salarial vem de encontro às expectativas dos funcionários. ao invés de: situação contrária, oposição. Exemplo: Ao invés de reclamar, busque a solução. 104/004G Redação Técnica em vez de: em lugar de, ou situação contrária. Exemplo: Em vez de reclamar, Laura resolveu o problema. maior + substantivo: indica intensificação. Exemplo: A patroa espera maior empenho da empregada. mais + substantivo: indica quantidade. Exemplo: A população pede mais escolas na região. mais bem; mais mal: usado antes de particípio. Exemplo: Aquelas crianças são as mais bem (mal) educadas do colégio. mais: adição. Exemplo: Quero mais flores. mas: porém. Exemplo: Quero partir, mas não posso. más: adjetivo feminino plural. Exemplo: Aquelas mulheres são más. mal: contrário de “bem”. Exemplo: Ela fala mal a língua inglesa. mal: com sentido de “nem bem”. Exemplo: Mal chegou, já arrumou confusão. mau: contrário de “bom”. Exemplo: Ele é um mau aluno. o moral: estado de espírito. Exemplo: O moral dos jogadores está baixo. a moral: ética, norma de conduta, moralidade, lição. Exemplos: A moral cristã. A moral da história. para mim: complementa uma oração, voz passiva. Exemplos: Leia este romance para mim. Este livro é para mim. para eu: sujeito da oração, voz ativa. Exemplo: Este livro é para eu ler. por hora: equivale a tempo. Exemplo: Dirigiu aquele carro a cem quilômetros por hora. por ora: por enquanto. Exemplo: Por ora, não o incomodarei mais. porque: equivale a pois, porquanto, uma vez que, pelo fato, motivo. Usado também em orações interroga­tivas em que a possível resposta faz parte da pergunta. Exemplos: Não compro o carro azul porque prefiro o vermelho. Você não compra o carro azul porque prefere o vermelho? Redação Técnica 004G/105 Obs.: toda vez que vier encerrando uma oração, recebe o acento circunflexo. Exemplo: Tenho de partir. Exemplo: Não compro o carro azul porquê... porque prefiro o vermelho. ter que: quando antes do que ficar subentendida a palavra algo, coisa(s). Exemplo: Tenho muito que dizer-lhe. porquê: usado como substantivo “que”. Substitui as palavras: motivo, causa, razão. ah!: interjeição. Exemplo: O porquê de tanta aflição, ninguém sabe. Exemplo: Ah! Que belos olhos! por que: Em perguntas no início das orações. Exemplo: Por que você quer partir? Quando puder ser substituído por: para que, pelo, pela, pelos, pelas, qual, quais. Exemplo: Este é o caminho por que passei. Quando estiver expressa ou subentendida a palavra razão, motivo. Exemplo: Soube por que você desistiu do campeonato. por quê: em perguntas, quando encerra a oração. Exemplo: Você sempre está sozinho, por quê? tão pouco: indica pequeno ou pouca coisa. Exemplo: Ela tem tão poucos amigos! tampouco: equivale a “também não”. Exemplo: Não saiu, tampouco conseguiu dormir. ter de: indica obrigação, necessidade, desejo. há: verbo haver (existir, ter). Exemplo: Não há como negar que neste país há belíssimas praias. Indicando passado, pode ser substituída por faz. Exemplo: Saíram há pouco tempo. Saíram faz pouco tempo. a(s): artigo feminino. Exemplo: A menina brincava. a: distância ou tempo futuro. Exemplos: Bia estava a cinco metros de sua casa. Chegará daqui a cinco minutos. 106/004G Redação Técnica etc.: esta abreviatura significa “e outras coisas mais”. Portanto, não se aconselha o uso para pessoas. Exemplos: Saíram Pedro, Paulo, etc. (DESACONSELHÁVEL) Saíram Pedro, Paulo e outros. (ACONSELHÁVEL) Compraram peras, uvas etc. (CERTO). inclusive: usa-se somente com o significado contrário de exclusive. Exemplo: Li até a página oito, inclusive. o(s), a(s), mesmo(s), mesma(s): não deve substituir expressões como ele(s), ela(s), dele(s), dela(s), para ele(s), para ela(s), com ele(s) e com ela(s). Exemplos: Vou me encontrar com Ana. Falarei com a mesma sobre você. (ERRADO) Vou me encontrar com Ana. Falarei com ela sobre você. (CERTO). ter lugar: expressão que deve ser substituída por ser, dar-se, realizar-se, efetuar-se etc. Exemplos: O discurso terá lugar na praça. (ERRADO) O discurso será na praça. (CERTO). grosso modo: significa por alto, resumidamente, de modo geral. Exemplo: Nesta situação, grosso modo eu diria que é melhor desistir. Obs.: Não é correto utilizar a expressão “a grosso modo”. Pois essa expressão não existe. onde: significa “lugar em que”. Exemplo: Ele não diz onde comprou o carro. aonde: indica movimento de afastamento. É formada de a (para) + onde. Exemplo: Aonde você pensa que vai? donde: indica movimento de aproximação. É formado por de + onde. Exemplo: Donde vocês vieram? Saiba Mais Algumas expressões apresentam um segundo termo que é redundante, portanto, desnecessário. É preciso atenção para não cometer os erros que veremos a seguir: • • • • • • • • • continuar ainda consenso geral criar novos “hábitat” natural ganhar grátis encarar de frente todos foram unânimes surpresa inesperada ambos os dois 3.7 Flexão do Infinitivo Este é um assunto que gera bastante polêmica entre os estudiosos da língua. Algumas gramáticas nem tratam do assunto, porque os seus autores consideram que a flexão do infinitivo está mais para a área da estilística do que da gramática. Contudo, achamos importante que você conheça este assunto, porque inúmeras vezes vai deparar com um verbo no infinitivo e não vai saber o que fazer com ele. Antes de mais nada, é bom relembrar o que é flexionar um verbo. É fazer com que ele varie Redação Técnica sua forma para concordar com a pessoa, o número, o modo, o tempo e a voz. E o que é o verbo no infinitivo? É a forma verbal em seu estado nominal, aquela forma pela qual você o encontra no dicionário: falar, correr, partir. 004G/107 quando os sujeitos do verbo principal e do infinitivo forem diferentes. Exemplo: Recomendei-lhes chegarem cedo (eu/eles). Aconselhou-nos termos cuidado com o chefe (ele/nós). Quando se trata do emprego do infinitivo, fazemos distinção entre duas formas: o infinitivo impessoal e o in­finitivo pessoal. É deste último que estamos tratando; ele é chamado de pessoal porque tem sujeito próprio, podendo ou não ser flexionado. Nestes casos, é possível transformar a oração reduzida em oração desdobrada. Seguem algumas regras que orientam sobre quando flexionar ou não o infini­tivo, lembrando que na maioria das vezes o uso do infinitivo flexionado (ou não) é influenciado mais por motivos estilísticos, para dar ênfase, ritmo, expressar clareza no enunciado. quando se quer enfatizar o sujeito do infinitivo. A regra principal para flexão do infinitivo prende-se ao fato de o sujeito deste verbo ser próprio, distinto do sujeito do verbo da oração principal (dito isto, as regras dadas parecerão redundantes, mas a maioria das gramáticas vão apresentá-las distintamente). a Flexiona-se o infinitivo: quando ele tem sujeito claramente expresso. Exemplo: É hora de tu pensares no futuro. quando se referir a um sujeito oculto que se quer explicitar pela terminação verbal. Exemplo: Meus amigos, é para resolvermos o problema que estamos aqui reunidos. quando na 3 pessoa do plural, indicar a indeterminação do sujeito. a Exemplos: Caminhava distraído pela calçada, quando ouvi chamarem-me pelo nome. Exemplos: Recomendei-lhes que chegassem cedo. Aconselhou-nos que tivéssemos cuidado. Exemplo: É bom fazermos o que ele pede (nós fazermos). b Não se flexiona o infinitivo: quando o infinitivo é impessoal, ou seja, não se refere a nenhum sujeito. Exemplo: Saber ouvir é uma virtude. quando o sujeito é o mesmo do verbo principal. Exemplo: As forças políticas sempre buscaram seus interesses e não vão desistir disso agora. quando o infinitivo faz parte de uma locução verbal. Exemplo: Vamos fazer uma festa de aniversário. quando o infinitivo é complemento de verbo, substantivo ou adjetivo e vem antecedido de preposição. 108/004G Redação Técnica Exemplos: Aconselho os alunos a estudar mais. Esta lição é fácil de guardar. Chefe e secretária passaram pela experiência de subir juntos na carreira. quando o infinitivo aparecer depois dos verbos deixar, fazer, mandar, olhar, ouvir, sentir e ver. Exemplos: Deixe-me sonhar acordado. Faça-os comer direito. Mandei meus filhos ouvir música com a porta fechada. Senti-as aproximar-se silenciosamente. Obs. 1: no último caso mencionado, o infinitivo pode tomar a forma flexionada, se o sujeito se encontrar entre o verbo auxiliar e o substantivo. Exemplo: Faça as crianças comerem direito. Obs. 2: com a preposição PARA pode-se usar uma ou outra forma, mas é preferível usar a forma flexionada se a preposição e o infinitivo vierem antes do verbo principal. Exemplo: Para aprendermos, precisamos estudar com dedicação. 3.8 Formas de Tratamento e sua Concordância Dentro da classe dos pronomes, encontramos os pronomes pessoais (eu, tu, ele/a, nós, vós, eles/as), e os chamados pronomes de tratamento (Você, Senhor, Vossa Alteza, Vossa Excelência, etc.). São também chamados de “segunda pessoa indireta” porque, apesar de indicarem nosso interlocutor, trazem o verbo na terceira pessoa: são uma forma indireta de nos dirigirmos a alguém. Assim, quando tratamos com um deputado, referimo-nos à excelência que esse deputado tem supostamente para ocupar o cargo. Os pronomes de tratamento indicam respeito, cortesia, cerimônia, e seu conhecimento é in­­­­dispensável para a redação empresarial. Para facilitar a consulta, achamos conveniente oferecer aqui uma lista mais completa, fruto de pesquisas em várias fontes. VOSSA SENHORIA é usado para pessoas civis e particulares em geral. SENHOR é a forma de tratamento mais empregada e aconselhável quando não se conhece a posição hierárquica da pessoa. VOSSA EXCELÊNCIA aplica-se às seguintes autoridades: Redação Técnica Abreviatura Pronome Singular Emprego Plural Senhor/Senhora Sr./Sr.ª Srs./Sras. tratamento respeitoso em geral Senhorita Sr.ta Sr.tas moças solteiras Você v. Vossa Alteza V.A. VV.AA. príncipes, princesas, duques Vossa Eminência V. Em.ª V. Emas. cardeais Vossa Excelência V. Ex.ª V. Exas. altas autoridades Vossa Magnificência V. Mag.ª V. Magas. reitores de universidades Vossa Majestade V. M. VV. MM. reis, imperadores Vossa Meretíssima 004G/109 tratamento familiar usado por extenso juízes de direito Vossa Reverendíssima V. Rev.a ou V. Rev.ma V. Rev. sacerdotes Vossa Senhoria V. S.ª V.Sas. altas autoridades (é bastante fre­quente também na correspondência comercial) Vossa Santidade V. S. mas Papa Poder Executivo: • Presidente da República (neste caso não se admite a forma abreviada, nem o emprego dos possessivos seu, sua, ou dos oblíquos lhe e o); • Vice-Presidente da República; • Ministros de Estado; • Secretário-Geral da Presidência da República; • Consultor-Geral da República; • Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; • Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República; • Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República; • Secretários da Presidência da República; • Procurador-Geral da República; • Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; • Chefes de Estado-Maior das Três Armas; • Oficiais-Generais das Forças Armadas; • Embaixadores; • Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios; • Secretários de Estado dos Governos Estaduais; • Prefeitos Municipais. Poder Legislativo: • Presidente, Vice-Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; • Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União; • Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais; 110/004G Redação Técnica • Presidentes e Membros das Assembleias Legislativas Estaduais; • Presidentes das Câmaras Municipais. Poder Judiciário: • Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal; • Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça; • Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar; • Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral; • Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho; • Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça; • Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Federais; • Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais; • Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho; • Juízes e Desembargadores; • Auditores da Justiça Militar. VOSSA MAGNIFICÊNCIA é usado para Reitores de Universidades. Hoje em dia, porém, Vossa Excelência vem sendo largamente usado neste caso. VOSSA EMINÊNCIA (ou VOSSA EMINÊNCIA REVERENDÍSSIMA) para Cardeais. VOSSA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA para Arcebispos e Bispos. VOSSA REVERENDÍSSIMA (ou VOSSA SENHORIA REVERENDÍSSIMA) para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. VOSSA REVERÊNCIA para Sacerdotes, clérigos e religiosos. O endereçamento e o invocativo interno (no corpo da correspondência) devem cor- responder ao tratamento devido a cada um. Assim, usa-se: • Excelentíssimo ou Digníssimo Senhor, para o Presidente da Repú­b lica, e Exmo. Sr., para as demais au­toridades. • Magnífico Reitor, para o reitor de universidade. • Meritíssimo Juiz, para um juiz. • E m i n e n t í s s i m o S e n h o r ( o u Reverendíssimo Senhor), para cardeais. • Egrégio Tribunal, para um tribunal. • Ilustríssimo ou Mui Digno, para funcionários públicos, pessoas de cerimônia, clientes de uma empresa. Deve-se empregar com atenção a forma de tratamento adequada a fim de manter a uniformidade e evitar misturas de tratamento no decorrer da redação empresarial. Acompanhe ainda outras orientações para o uso correto das formas de tratamento, no que diz respeito à concordância nominal e verbal. a As formas de tratamento Sua referem-se à pessoa de quem se fala. Exemplo: Prepare o carro de Sua Santidade. b As formas de tratamento com o pronome Vossa referem-se à pessoa com a qual se fala. Exemplo: Vossa Excelência está muito bem, parece um menino! c A concordância nominal depende do sexo da pessoa a quem a forma de tratamento se refere. Exemplos: Suas Senhorias foram autuadas em flagrante (mulheres). Vossa Alteza é o nosso grande benfeitor (homem). Redação Técnica d A concordância verbal com as formas de tratamento é sempre feita na terceira pessoa (singular ou plural). Exemplos: V.Exa. conquistou a afeição dos eleitores. Vossas Senhorias (ou V.Sas.) propõem uma boa parceria. e O tratamento vós é apropriado quando o referente é coletivo, e somente neste caso se pode utilizar o possessivo vosso. Se a forma de reverência incluir Vossa, o possessivo será seu, sua. Exemplos: Restituo-vos o vosso requerimento. Restituo a V.Sa. o seu requerimento. Obs. 1: no plural das abreviaturas, flexiona-se apenas o segundo elemento: V.Exas. / V.Sas. / S.Emas. / S. Revmas. Não se usa o plural para V. (Você) e para V.S. (Vossa Santidade,) por razões óbvias. Obs. 2: alguns tratamentos extremamente formais admitem letras duplas para o plural: VV.AA. (Vossas Altezas); VV.MM. (Vossas Majestades). 3.9 Numerais Ao ler o Caderno de Economia de qualquer jornal você deve tropeçar numa montanha de números representados de várias maneiras. Às vezes fica até difícil entender o que está escrito, não é mesmo? Principalmente nos assuntos referentes a bancos, dívidas públicas, pagamento de altos salários... É até preciso respirar para pronunciar números tão expressivos, não é? Isto é assunto relacionado com o que vamos estudar agora: a classe de palavras que trata dos numerais. Numeral, então, é a palavra que representa quantidade determinada de seres, ou um ser em determinada ordem ou, ainda, fração ou múltiplo. 004G/111 3.9.1 Classificação Os numerais dividem-se em: w Cardinais: expressam a quantidade: um, dois, três, vinte etc. w Ordinais: indicam a ordem em que o ser se encontra numa série: primeiro, segundo, décimo etc. w Multiplicativos: indicam a ideia de que um número é múltiplo de outro: duplo, triplo etc. w Fracionários: expressam a ideia de que um número representa a fração de outro: meio, terço, quarto etc. w Coletivos: indicam conjuntos de seres ou coisas: dezena, dúzia, cento, milhar etc. Sintaticamente, os numerais podem realizar as funções típicas do substantivo ou do adjetivo. No primeiro caso, será chamado de numeral substantivo e, se vier acompanhando um substantivo, será chamado de numeral adjetivo. 3.9.2 Emprego dos Numerais a Os ordinais são empregados para designar séculos, reis, papas, capítulos, artigos e volumes, até dez. A partir de onze utilizamos os cardinais. Exemplos: João Paulo II (segundo) Pio XI (onze) Século IV (quarto) Século XXI (vinte e um) Volume III (terceiro) Luís XIV (catorze) b Os ordinais são, também, empregados para designar leis, decretos e portarias, até nove. A partir de dez utilizamos os cardinais. Exemplos: Artigo 2º (segundo) Artigo 10 (dez) c Os ordinais são ainda utilizados quando o substantivo vier depois do numeral. 112/004G Redação Técnica Exemplos: décima parte segundo volume trigésimo lugar décimo oitavo capítulo Noventa e cinco centímetros d Empregamos os cardinais para designar dias do mês, exceto na indicação do primeiro dia, que tradicionalmente é feita pelo ordinal. Exemplos: Vamos viajar dia 5 do mês de setembro. Hoje é primeiro de dezembro. e Empregamos os cardinais (com a palavra número subentendida) na numeração de casas, páginas, folhas. Exemplos: Ela parou de ler o livro na página 20. Moro na casa 25 (número vinte e cinco). f Ambos/ambas são considerados numerais. Significam um e outro, os dois (ou uma e outra, as duas) e são usados para retomar pares de seres anteriormente citados. Exemplos: Meu pai e minha mãe estão casados há muito tempo. Ambos vão comemorar bodas de ouro. A leitura e a escrita por extenso dos cardinais compostos devem ser feitas da seguinte maneira: Se houver dois ou três algarismos, coloca-se a conjunção e entre eles. Exemplos: 67: sessenta e sete 136: cento e trinta e seis Saiba Mais 1. Expressamos 12 horas e 30 minutos dizendo: meio-dia e meia (hora). 2. Na linguagem figurada, os números perdem seu valor exato: Sei de cor mil piadas. Diga-lhe que enviei um milhão de beijos. Cento e vinte e dois centímetros Se houver quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre o milhar e a centena. Exemplo: 5.359: cinco mil trezentos e cinquenta e nove Exceções: quando a centena começar por zero ou terminar por dois zeros intercala-se a conjunção e. Exemplos: 7.036: sete mil e trinta e seis 8.100: oito mil e cem Se o número for muito grande, deve-se empregar a conjunção e entre os membros da mesma ordem de unidade, e substituílo por vírgula quando se passa de uma ordem para outra. Exemplo: 8.972.739.158: oito bilhões, novecentos e setenta e dois milhões, setecentos e trinta e nove mil, cento e cinquenta e oito Saiba Mais As horas são escritas e lidas da seguinte forma: 14h23m09s: quatorze horas, vinte e três minutos e nove segundos. Outro modo é: 14:23:09. 3.10 Pontuação Outro assunto bastante importante para quem deseja escrever corretamente é a pontuação. Redação Técnica Pontuar é lançar mão de pausas rítmicas, assinaladas na pronúncia por entoações características e na linguagem escrita por sinais especiais. Essas pausas são de três espécies: a Não quebram a continuidade do discurso, indicando que a frase ainda não se concluiu. São sinais delas: • a vírgula: ( , ) • o travessão: ( – ) • os parênteses: ( ) • o ponto e vírgula: ( ; ) • os dois pontos: ( : ) b Indicam o término do discurso ou de parte dele. Assinalam-nas: • o ponto simples • o ponto parágrafo • o ponto-final c Frisam uma intenção ou estado emocional. Mostram-nas: • o ponto de interrogação: ( ? ) • o ponto de exclamação: ( ! ) • as reticências: ( ... ) Alguns gramáticos dividem os sinais de pontuação em dois grandes grupos: o primeiro compreende os sinais que se destinam fundamentalmente a marcar as pausas (a vírgula, o ponto e o ponto-e-vírgula), e o segundo grupo compreende aqueles sinais essenciais para marcar a melodia, a entoação (os dois pontos, o ponto de interrogação, o ponto de exclamação, as reticências, as aspas, os parênteses, os colchetes, o travessão). É importante ter em mente que esta divisão não é rigorosa porque, em geral, os sinais devem indicar, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia, e acrescentam outros sinais cujo valor não pode ser desprezado: o hífen, o parágrafo, o emprego das letras maiúsculas e o uso de diversos tipos de cores e dos caracteres de imprensa, como o itálico, o negrito, o sublinhado etc. 004G/113 Vejamos então os sinais de pontuação e o seu emprego. 3.10.1 Vírgula Usamos a vírgula entre os termos da oração: a) Em caso de aposto. Exemplo: Tiradentes, o herói da Inconfidência, é um dos nossos ídolos. b) Em caso de vocativo. Exemplo: Um momento, garota, que eu já vou aí. c) Em caso de enumeração. Exemplo: As flores, as folhas, a grama, tudo parecia novo outra vez. d) Em datas. Exemplo: São Paulo, 10 de outubro de 2050. e) Entre o nome da rua e o número do imóvel. Exemplo: Rua Quinze de Novembro, 245. f) Com palavras de significado explicativo, conclusivo, retificativas ou enfáticas, do tipo pois, outrossim, por exemplo, com efeito, porém etc. Exemplos: Com efeito, valeu o dinheiro que foi pago. Todos aplaudiram, ou melhor, quase todos. g) Em caso de supressão do verbo (zeug­ma). Exemplo: Mário gosta de cinema; Regina, de teatro. 114/004G Redação Técnica h)Com adjuntos adverbiais, principalmente se deslocados de sua posição normal na frase. Exemplo: No banco da frente, o homem cochilava. Obs.: se o adjunto adverbial é curto, não há necessidade da vírgula, a não ser que haja uma sequência de adjuntos adverbiais. Exemplos: Meu pai regressa hoje. Hoje meu pai regressa. Hoje, agorinha mesmo, inesperadamente, meu pai regressou. i) Em caso de adjunto adverbial que modifica a oração inteira. Exemplo: Lamentavelmente, a cirurgia não foi um sucesso. j) Em caso de complemento repetido (pleonasmo). Exemplo: A hipocrisia, sempre a detestei. k) Em caso de transposição de elementos. Exemplo: Vitorioso e ovacionado, o técnico entrou no campo. l) Em caso de gradação. Observe no exemplo que se não houvesse a vírgula, o pronome se teria de vir antes do verbo, atraído pelos adjuntos adverbiais aqui, ali, acolá. Exemplo: Aqui, dança-se; ali, bebe-se; acolá, canta-se. Casos em que não se usa a vírgula: a) Entre o verbo e seu complemento (em qualquer ordem). Exemplo: Ofereci uma bebida à visitante. Ao amigo ofereci ajuda. b) Entre o verbo e seu sujeito, por mais extenso que seja. Exemplos: A chuva forte causou estragos. A importação indiscriminada de produtos alimentícios tornou-se inviável. c) Entre o nome e seu complemento ou adjunto. Exemplo: Todos temos necessidade de respeito mútuo. d) Entre o aposto e a palavra fundamental, se ele for colocado antes. Exemplo: O orador romano Cícero era senador. e) Entre o verbo e o último termo de um sujeito composto. Exemplo: O mar, a terra, o céu são obras das mãos de Deus. Emprego da vírgula entre orações: a) Para separar orações coordenadas assindéticas. Exemplo: Ele entra, sai, entra de novo, sai outra vez... b) Para separar orações coordenadas sindéticas, exceto as que se iniciam pela conjunção e. Exemplos: Saiu, mas voltou logo. Você vai à escola, faz as tarefas e ainda não aprendeu isto? Redação Técnica Obs.: no caso das orações iniciadas pela conjunção e, vale a pena ressaltar que são isoladas por vírgula em três situações: 1 ) Em caso de sujeitos diferentes. a Exemplo: Ela terminou a palestra, e nós saímos. 2a) Em caso da conjunção e ser repetida por motivos enfáticos. Exemplo: Ele chegou irritado, e praguejou, e ouviu as explicações, e ficou para almoçar. 3a) A oração tem valor adversativo. Exemplo: Tem tudo o que o dinheiro pode comprar, e falta-lhe amor. c) Para isolar orações intercaladas. Exemplo: Fechem as portas, aconselhou o policial, porque o ladrão está à solta. 004G/115 f) Para separar orações subordinadas adjetivas explicativas. Exemplo: O transatlântico, que era imenso, singrava os mares. g) Para separar orações aditivas negativas, iniciadas pela conjunção nem. Exemplo: Nem partia, nem ficava, nem dava explicações. h) Para separar orações subordinadas reduzidas de infinitivo, de particípio e gerúndio. Exemplos: Ao terminar a prova, passaram a discuti-la. Terminada a prova, passaram a discuti-la. Ela entrou, distribuindo sorrisos. 3.10.2 Ponto e Vírgula Na maior parte dos casos, o ponto e vírgula serve para separar orações que exprimem pensamentos antagônicos ou concepções opostas. Exemplo: “Se deres um peixe a um homem, matarás sua fome de um dia; se o ensinares a pescar, matarás a sua fome por toda a vida.” (provérbio chinês) d) Para separar partes de um provérbio. Exemplo: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. e) Para separar orações subordinadas adverbiais. Exemplo: Começavam a discutir, mal se encontravam. O ponto e vírgula também é muito empregado para separar considerandos ou itens de uma lei, decreto ou requerimento. 3.10.3 Ponto Final O ponto final serve para indicar o término de uma oração. Exemplo: Rafael entrou, abriu a geladeira para ver se havia algo para comer, mas nada o agradou. 116/004G Redação Técnica O ponto final é ainda usado nas abreviatura comuns, mas deve-se ter o cuidado de só empregá-lo após a última consoante de determinado grupo consonantal: subst., adj. 3.10.4 Reticências Usamos as reticências na interrupção intencional ou na suspensão do sentido de uma frase. Exemplo: Se ela soubesse o que me vai no peito... 3.10.5 Dois-Pontos Usamos os dois-pontos na enumeração, citação ou fala, explicação ou complementação. Exemplo: Ele falou com ar maroto: vou-lhes contar uma estória daquelas! 3.10.6 Ponto de Interrogação É usado para indicar o fim de uma oração interrogativa direta. Uma pergunta. Exemplo: Quem aqui gosta de futebol? 3.10.7 Ponto de Exclamação Usamos o ponto de exclamação depois de uma interjeição ou no final de uma frase exclamativa. Exemplo: Ah! Como você é engraçado! 3.10.8 Travessão É usado nos diálogos, quando queremos indicar a fala de cada personagem ou a mudança de interlocutor. Em outros casos, é usado para realçar palavras ou expressões no meio de um período. Exemplos: – Para qual time você torce? – Para o São Paulo – aquele que ainda está invicto! 3.10.9 Aspas As aspas são empregadas para indicar citações e transcrições, ou para realçar uma palavra. Exemplos: Como disse Marcel Proust: “A verdadeira viagem consiste não em buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos.” Mesmo “arrebentado”, decidiu continuar jogando. 3.10.10 Parênteses São empregados para destacar palavras, frases explicativas, reflexões, pensamentos subentendidos etc. Exemplos: Compramos muitos presentes e fomos até o orfanato, mas (é duro lembrar) ele tinha sido fechado por falta de suporte financeiro. Ela explicou (com ar sério) por que se atrasara daquele jeito. 3.10.11 Colchetes Em muitas gramáticas não se faz referência ao uso dos colchetes, mas não é raro encontrá-los em citações bibliográficas, em transcrições fonéticas, ou para isolar uma frase onde já tenham sido usados os parênteses. 3.11 Regência Verbal e Nominal O estudo da regência verbal e nominal é extremamente útil para a análise das relações entre as palavras de um texto, ou seja, entre o verbo e seus complementos e entre um substantivo, um adjetivo ou um advérbio e Redação Técnica seus complementos; conforme a regência, muda-se completamente o significado. Outro motivo importante é a diferença a ser considerada existente entre a linguagem coloquial e a linguagem formal. 3.11.1 Regência Verbal Quando se estuda a Sintaxe, em que uma das divisões é o estudo dos períodos compostos, não há como negar a existência daqueles verbos cujo sentido precisa de termos que os com­plementem, tais como os objetos diretos e indiretos, ou, ainda, de termos que os caracterizem, como os adjuntos adverbiais. A esta relação se dá o nome de regência verbal, na qual o verbo é o termo regente e o complemento o termo regido. O estudo da regência verbal dedica-se a entender como se dá esta relação, se através ou não de preposição ou até mesmo de conjunção; além disso, como se dão certas variações de sentido, que alteram o significado. Para o estudo da regência verbal, é necessário separar os verbos de acordo com a sua transitividade, lembrando mais uma vez que isto não é um fato absoluto, tendo em vista que um verbo pode variar, dependendo da frase. Verbos intransitivos são aqueles que não precisam de complementos. Contudo, alguns verbos podem vir acompanhados de adjuntos adverbiais, tais como os verbos chegar e ir que, casualmente, podem estar ao lado de adjuntos adverbiais de lugar. Exemplos: Meu chefe reclama muito. Chegamos a São Paulo em setembro. Fui ao teatro no domingo. Fui para casa. Cheguei num carro velho. Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos, quer dizer, não existe exigência de preposição para que se faça a relação entre o termo regente e o 004G/117 termo regido. Os pronomes pessoais oblíquos que atuam como objeto direto são o, a, os, as (também lo, la, los, las ou no, na, nos, nas, quando for o caso). Os pronomes lhe, lhes não devem ser usados como complemento dos verbos transitivos diretos. Exemplo: Detesto pimenta na comida! (detestar requer complemento = pimenta na comida) Os verbos transitivos diretos são os seguintes: • Abandonar • Abençoar • Abençoar • Aborrecer • Abraçar • Conhecer • Conservar • Convidar • Eleger • Proteger • Respeitar • Prejudicar • Prezar • Ver • Visitar • Socorrer • Suportar Na língua culta, utiliza-se o verbo amar como modelo para o funcionamento destes verbos. Exemplos: Amo aquela mulher. Amo-a. Amam aquele livro. Amam-no. Ele vai amar aquela mulher. Ele vai amá-la. Os pronomes lhe, lhes, só acompanham esses verbos para indicar posse (quando atuam como adjuntos adnominais). Exemplo: Quero conhecer-lhe as ideias. (Quero conhecer suas ideias) Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos e isso significa que precisam de uma preposição para ligá-los a esses complementos. Os pronomes oblíquos que atuam como objeto indireto são: lhe, lhes, não sendo correto utilizar os pronomes oblíquos o, a, os, as. Objetos indiretos que não são indicativos de pessoa são repre- 118/004G Redação Técnica sentados pelos pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa em lugar dos átonos lhe, lhes. É importante relembrar aqui que os verbos transitivos indiretos não permitem formar a voz passiva, a não ser poucas exceções, que serão mencionadas oportunamente. Vejamos alguns verbos transitivos indiretos: • Antipatizar e simpatizar, cujo complemento é introduzido pela preposição com. Exemplo: Antipatizo com aquela moça. Simpatizo com sua irmã. Obs.: estes verbos não são pronominais, não sendo portanto correto dizer “simpatizei-me com alguém”. • Consistir, cujo complemento é introduzido pela preposição em. Exemplo: Sucesso na vida consiste em fazer escolhas adequadas. • Obedecer e desobedecer, cujo complemento é introduzido pela preposição a. Exemplo: Obedeço aos mandamentos. Não desobedeço aos superiores. Obs. 1: estes verbos são exceção quanto à voz passiva, permitindo formar a voz passiva analítica. Exemplo: Regras de convivência devem ser obedecidas. Obs. 2: é conveniente observar que “obedecer-lhe” significa obedecer a alguém, e “obedecer a ele” ou “obedecer a ela” significa também obedecer a algo. • Responder, cujo complemento é introduzido pela preposição a. Exemplo: Responda a todos os questionários. Obs.: este verbo também admite a voz passiva analítica, desde que o sujeito seja aquilo a que se responde. Exemplo: Todas as questões foram respondidas a contento. Há verbos que são usados indiferentemente como transitivos diretos ou indiretos, sem que haja alteração do seu significado. Vejamos alguns: • Abdicar (de) • Acreditar (em) • Almejar (por) • Ansiar (por) • Anteceder (a) • Desdenhar (de) • Atender (a) • Atentar (em, para) • Cogitar (de, em) • Consentir (em) • Deparar (com) • Satisfazer (a) • Gozar (de) • Necessitar (de) • Preceder (a) • Presidir (a) • Renunciar (a) • Versar (sobre) Os verbos lembrar e esquecer são também usados como transitivos diretos ou indiretos, porém com uma peculiaridade: quando transitivos indiretos, eles são também pronominais. Os exemplos a seguir esclarecem. Exemplos: Não lembrei o compromisso. Não me lembrei do compromisso. Esqueci a data certa. Esqueci-me da data certa. Outro detalhe a respeito do verbo lembrar: no sentido de advertir, notar, fazer recordar, usa-se com objeto indireto de pessoa e objeto direto que indica a coisa a ser lembrada. Exemplo: Lembrei ao meu irmão que tinha uma consulta marcada às quatro. Os verbos seguintes são simultaneamente transitivos diretos e indiretos, quer dizer, podem ter os dois complementos. • Agradecer, perdoar e pagar. Estes verbos Redação Técnica apresentam objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Exemplos: Agradeça o presente ao seu pai. Não perdoo ao meu colega a ofensa que me fez. Pagarei as dívidas ao cobrador. Recomenda-se bastante cuidado no uso dos pronomes oblíquos átonos. Exemplos: Agradeci o presente. Agradeci-o. Agradeci ao amigo. Agradeci-lhe. Perdoe a ofensa. Perdoe-a. Perdoe o amigo. Perdoe-lhe. Pague a dívida. Pague-a. Pague ao cobrador. Pague-lhe. • Informar, que apresenta objeto direto de coisa e indireto de pessoa, ou vice-versa. Exemplos: Informe as novas datas aos candidatos. Informe os candidatos das novas regras. Quando pronomes forem utilizados como complementos, as seguintes construções poderão ser obtidas: Informe-as aos candidatos. Informe-lhes as novas regras. Informe-os das novas regras. Informe-os delas (ou sobre elas). • Preferir. Na norma culta, deve ter objeto indireto introduzido pela preposição a. Exemplos: Prefiro comer verduras a massas. Preferimos respeito a privilégios. Um último grupo de verbos precisa ser estudado, o grupo dos verbos que, ao mudar a sua transitividade, mudam também de significado. Os principais são: • Abdicar Usado no sentido de “renunciar voluntariamente”, “desistir de”, pode ser: 004G/119 - intransitivo: O imperador D. Pedro abdicou duas vezes. - transitivo direto: O imperador D. Pedro abdicou o império. - transitivo indireto: O imperador D. Pedro abdicou do império. • Agradar - transitivo direto (= “fazer carinho”, “acariciar”): Agradou a esposa com afeto. - transitivo indireto (“causar agrado a”, “satisfazer a”, “ser agradável a”): A eleição do novo secretariado não agradou aos participantes. A eleição do novo secretariado não lhes agradou. • Ansiar - transitivo direto (=“angustiar, causar mal-estar”): Ansiava-a a espera do filho. - t r a n s i t i v o i n d i r e t o ( = “ d e s e j a r ardentemente, almejar”): Anseio por tempos melhores. • Aspirar - transitivo direto (= “sorver, inspirar, inalar”): Tenho aspirado a poeira desse chão desde que aqui cheguei. Venho aspirando-a desde que aqui cheguei. - transitivo indireto (= “desejar, almejar, pretender”): Trabalho porque aspiro a novas promoções. Há anos venho aspirando a elas. (Não cabe o uso do lhe ou lhes como complemento deste verbo.) • Assistir - intransitivo (= “morar, residir”): Assisto em São José há trinta anos. - transitivo direto (= “prestar assistência, socorrer”): O bombeiro assistiu os acidentados. - transitivo indireto (= “ver, presenciar”; “favorecer, pertencer”): Não gosto de assistir a novelas. Este é um direito que lhes assiste. • Custar - intransitivo (= “ter valor de”): Este carro custou caro. 120/004G Redação Técnica - transitivo indireto (= “ser custoso, ser difícil”). Neste sentido determina-se o sujeito da oração respondendo “o que é difícil?” e o objeto indireto é “a quem custa?”: Custou-me pegar o táxi. Se o sujeito for uma oração reduzida de infinitivo, pode vir com a preposição a: Custou-me a pegar o táxi. - t r a n s i t i v o d i r e t o e i n d i r e t o ( = “acarretar”): O gênio ruim custou-lhe inimizades. • Implicar - t r a n s i t i v o d i r e t o ( = “ a c a r r e t a r , envolver”): As promoções implicam responsabilidades. - transitivo indireto (= “ter implicância, mostrar má disposição”): Não é bom implicar com o chefe. - transitivo direto ou indireto (“comprometer-se, envolver-se”): Ele implicou-se com negociatas. • Querer - transitivo direto (= “desejar”): Desejo o teu sucesso, meu filho. - transitivo indireto (= “amar alguém, ter-lhe amizade”): Quero muito aos meus netos. • Visar - transitivo direto (=“apontar, mirar”; “pôr o visto”): A artilharia visava de­p ósito bélico. O gerente visou a correspondência. - t r a n s i t i v o i n d i r e t o ( = “ d e s e j a r , pretender”): As novas leis visam ao bem comum. 3.11.2 Regência Nominal Da mesma forma que os verbos transitivos, que necessitam de complementos, existem na nossa língua os nomes de sentido incompleto. Estes nomes podem ser substantivos, adjetivos e advérbios, e assim como os verbos, precisam ser completados com um complemento nominal. As palavras paixão, alusivo, longe, por si só, não têm sentido: paixão por quem?, alusivo a quê?, longe de quê?, longe de onde? As respostas a essas perguntas são sempre termos precedidos por preposições (algumas vezes um substantivo ou adjetivo pode exigir complementos regidos por uma, duas, três e até quatro preposições diferentes, sem que isto lhe altere o sentido). a) Substantivos • Acesso (a): Este trecho é o acesso à cidade. • Amor (a, de, para com, por): Amor à família dignifica o homem. • Capacidade (de, para): Temos capacidade de tocar esta obra. • Paixão (de, por): Ela tem paixão pela música. • Zelo (a, de, por): Eles se consomem de zelo pela administração da fazenda. b) Adjetivos • Acessível (a, para): A saúde deve ser acessível a todos. • Assíduo (a, em): Ele é assíduo ao treino. • Capaz (de, para): Era capaz de largar tudo. • Escasso (de): Esta é uma cidade escassa de lazer. • Fanático (por): Somos fanáticos por pizza. • Hábil (em): A deputada é hábil em negociações. • Imune (a, de): Esta comunidade está imune de influências destrutivas. • Liberal (com): Era demasiado liberal com os filhos. • Nocivo (a): O cigarro é nocivo à saúde. • Passível (de): Este contrato é passível de mudanças. • Relacionado (com): O roubo estava relacionado com drogas. • Satisfeito (com, de, em, por): Estou satisfeito com este salário. • Vazio (de): Seu discurso é vazio de conteúdo. Redação Técnica 004G/121 c) Advérbios • Longe (de): Minha terra fica longe desta. • Perto (de): Seu colégio fica perto de sua casa. • Proximamente (a, de): O aniversário será comemorado proximamente à Páscoa. 3.12 Separação Silábica a) Os ditongos e os tritongos fazem parte de uma mesma sílaba. Exemplos: Eu-ro-pa so-cie-da-de trei-no U-ru-guai i-guais b) Os hiatos fazem parte de sílabas diferentes. Exemplos: sa-í-ra mo-e-da c) Os dígrafos ch, lh, gu e qu fazem parte de uma mesma sílaba. Exemplos: ma-cho te-lha á-gua a-que-le d) Os dígrafos formados pelas letras rr, ss, sc, sç, xs e xc fazem parte de sílabas diferentes. Exemplos: car-ro ses-são cres-cer nas-ço ex-sudar ex-ceto Saiba Mais Todos os advérbios terminados em mente têm a regência dos adjetivos dos quais derivam. Exemplos: semelhança a semelhantemente a relativo a a relativamente a e) Os encontros consonantais no meio das palavras fazem parte de sílabas diferentes, a não ser quando a segunda consoante for l ou r. Os que iniciam as palavras fazem parte de uma mesma sílaba: 122/004G Redação Técnica Exemplos: ap-to ob-tu-so re-pli-car a-brir pneu-má-ti-co 3.13 Abreviações Abreviação é um conceito genérico que abrange a abreviatura, a sigla e o símbolo. Exemplos: Av. Avenida R. Rua Ap. Apartamento Dec. Decreto Sr. Senhor Obs.: as abreviaturas de pesos, medidas e horas são grafadas sem ponto e, quando no plural, sem s. Exemplos: 2 horas = 2 h 30 quilos = 30 kg 3.14 Símbolos das Unidades de Medida 3.14.1 Medidas de Comprimento Milímetro mm Centímetro cm Metro m Quilômetro km etc. 3.14.2 Medidas de Área Metro m Metro quadrado m2 Hectare há etc. 3.14.3 Medidas de Volume Litro l Centímetro cúbico cm3 etc. Redação Técnica 3.14.4 Medidas de Massa Metro cúbico m3 Grama g Quilograma kg tonelada t etc. 3.14.5 Medidas de Tempo Segundo s Minuto min Hora h Dia d etc. 3.14.6 Medidas de Potência Watt W Cavalo Vapor cv etc. 3.14.7 Medidas de Ângulo Grau o Minuto ’ etc. 3.14.8 Outras Medidas Frequência: Hertz Hz Velocidade: metro por segundo m/s Vazão: metro cúbico por segundo m3/s Fluxo (massa): quilograma por segundo kg/s Força: Newton N Temperatura: Celsius oC Energia: Joule J Nível de Potência: bel B Intensidade de Corrente: Ampère A Quantidade de Eletricidade: Coulomb C Tensão Elétrica: Volt V Fluxo Magnético: Weber Wb 004G/123 124/004G Redação Técnica 3.15 Denotação e Conotação Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia a dia, usamos as palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase “Isso é um castelo de areia”, pode estar atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa “construção feita na areia da praia em forma de castelo”; conotativamente, “ocorrência incerta, sem solidez”. Denotação: É o uso da palavra em seu sentido real. Conotação: É o uso da palavra em sentido figurado, simbólico. 3.16 Formas Variantes Em português, existem inúmeras palavras que apresentam dupla grafia. Nesse caso, qualquer uma delas é considerada correta. Eis algumas destas palavras: • Abdômen ou abdome • Empanturrar ou empaturrar • Afeminado ou efeminado • Entoação ou entonação • Aluguel ou aluguer • Estralar ou estalar • Amídala ou amígdala • Flauta ou frauta • Aritmética ou arimética • Flecha ou frecha • Arrebentar ou rebentar • Fleuma ou flegma • Abdômen ou abdome • Geringonça ou gerigonça • Afeminado ou efeminado • Hem? ou hein? • Aluguel ou aluguer • Hemorróida ou hemorróide • Amídala ou amígdala • Hidrelétrico ou hidroelétrico • Aritmética ou arimética • Imundície ou imundícia • Arrebentar ou rebentar • Infarto ou enfarte • Arrebitar ou rebitar • Laje ou lajem • Assoalho ou soalho • Loiro ou louro • Assobiar ou assoviar • Maquiagem ou maquilagem • Assoprar ou soprar • Marimbondo ou maribondo • Bêbado ou bêbedo • Nenê ou neném • Biscoito ou biscouto • Parêntese ou parêntesis • Cãibra ou câimbra • Laje ou lajem • Catorze ou quatorze • Loiro ou louro • Chipanzé ou chimpanzé • Maquiagem ou maquilagem • Cociente ou quociente • Marimbondo ou maribondo • Cumular ou acumular • Nenê ou neném • Debulhar ou desbulhar • Parêntese ou parêntesis • Degelar ou desgelar • Percentagem ou porcentagem Redação Técnica • Dependurar ou pendurar • Projétil ou projetil • Empanturrar ou empaturrar • Radioatividade ou radiatividade • Entoação ou entonação • Surrupiar ou surripiar • Cumular ou acumular • Tesoura ou tesoira • Debulhar ou desbulhar • Toicinho ou toucinho • Degelar ou desgelar • Tramela ou taramela • Dependurar ou pendurar • Trilhão ou trilião 004G/125 4. Nova Ortografia (http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/. Adaptado) O Novo Acordo Ortográfico tem por objetivo unificar a grafia da Língua Portuguesa nos países que a tem com língua oficial, que são: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Principe e Timor Leste, quer por sua vez compõem a CLP (Comunidade de países de Língua Portuguesa). Ele entrou em vigor em 1º de Janeiro de 2009 e conta com um período adaptação até 31 de Dezembro de 2015. Para Pesquisar Acesse o link da ABL (Academia Brasileira de Letras) www.academia.org.br para se obter mais informações sobre o Acordo. A seguir, daremos um pequeno resumo sobre as principais mudanças: 4.1 Alfabeto O alfabeto agora é formado por 26 letras. Regra antiga O “k”, “w” e “y” não eram consideradas letras do nosso alfabeto. Nova regra Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano. 4.2 Trema Não existe mais o trema em língua portuguesa, porém a pronúncia é a mesma. Permanece apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano etc. 126/004G Redação Técnica Regra antiga Exemplos: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça. Nova regra Exemplos: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça. 4.3 Acentuação Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas. Regra antiga Exemplos: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico. Nova regra Exemplos: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico. Obs.1: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas, o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. Obs.2: o acento no ditongo aberto “eu” continua: chapéu, véu, céu, ilhéu. Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados. Regra antiga Exemplos: enjôo, vôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, descrêem, relêem, revêem. Nova regra Exemplos: enjoo, voo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, descreem, releem, reveem. Não existe mais o acento diferencial em palavras (pronúncias iguais, grafias diferentes). Regra antiga pára (verbo), péia (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo). Redação Técnica Nova regra 004G/127 Antes Com o novo acordo para (verbo), peia (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo). pára para péla(s) pela(s) pêlo(s) pelo(s) Obs.: o acento diferencial permanece no verbo “poder” (3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo - “pôde”) e no verbo “pôr para diferenciar da preposição “por”. pólo(s) polo(s) pêra pera Não se acentua mais a letra “u” nas formas verbais rizotônicas (acento tônico do verbo cai no radical, raiz), quando precedido de “g” ou “q” e antes de “e” ou “i” (gue, que, gui, qui). Regra antiga Exemplos: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe. Nova regra Exemplos: argui, apazigue, averigue, enxague, enxaguemos, oblique. Não se acentuam mais “i” e “u” tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo. Regra antiga Exemplos: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme. Nova regra Exemplos: baiuca, boiuna, feiura, feiume. 4.3.1 Acento Diferencial O acento diferencial é utilizado para auxiliar na identificação de palavras homófonas (que possuem a mesma pronúncia). Com o Novo Acordo Ortográfico, ele deixou de existir nos seguintes casos: pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Observe: Atenção: existem duas palavras que continuarão recebendo acento diferencial: • Pôr (verbo) – mantém o acento para não ser confundido com a preposição por. • Pôde (verbo poder conjugado no passado) – mantém o acento para não ser confundido com pode (o mesmo verbo conjugado no presente). Agora, o uso é facultativo nos seguintes casos: Dêmos (do verbo no subjuntivo que nós dêmos) para se diferenciar de demos (do passado nós demos); Fôrma (substantivo) para se diferenciar de forma (verbo). 4.3.2 Acento circunflexo O acento circunflexo deixou de ser utilizado nos seguintes casos: a) Em palavras com terminação ôo. Exemplos: Antes Com o novo acordo abençôo abençoo côo (coar) coo corôo (coroar) coroo dôo (doar) doo môo (moer) moo perdôo (perdoar) perdoo vôos (plural de voo) voos zôo (zoar) zoo 128/004G Redação Técnica 4.4 Emprego do Hífen Ao escrevermos, muitas vezes temos dúvidas sobre usar ou não o traço de união entre palavras e expressões. Por que algumas palavras têm e outras não têm o hífen? Se elas são formadas do mesmo modo, por derivação prefixal, por que não usam igualmente o hífen para separar seus elementos? Para resolver este dilema, vamos dar algumas orientações. 4.4.1 Hífen O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s”, sendo que essas devem ser dobradas. Também não se utiliza o hífen quando o prefixo termina em vogal + segundo elemento iniciado por consoante diferente de “r” ou “s”. Regra antiga Nova regra ante-sala, antessala ante-sacristia, antessacristia auto-retrato, autorretrato anti-social, antissocial anti-rugas, antirrugas arqui-romântico, arquirromântico arqui-rivalidade, arquirrivalidade auto-regulamentação, autorregulamentação auto-sugestão, autossugestão contra-senso, contrassenso anti-pedagógico, antipedagógico auto-peça, autopeça ultra-moderno, ultramoderno semi-círculo semicírculo Obs.: em prefixos terminados em “r”, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavras iniciadas por “r”: subregião, sub-raça etc. O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal: Regra antiga Nova regra auto-afirmação autoafirmação auto-ajuda autoajuda Redação Técnica auto-aprendizagem autoaprendizagem auto-escola autoescola auto-estrada autoestrada auto-instrução autoinstrução contra-exemplo contraexemplo contra-indicação contraindicação contra-ordem contraordem extra-escolar extraescolar extra-oficial extraoficial infra-estrutura infraestrutura intra-ocular intraocular intra-uterino intrauterino neo-expressionista neoexpressionista neo-imperalista neoimperalista semi-aberto semiaberto semi-árido semiárido semi-automático semiautomático semi-embriagado semiembriagado semi-obscuridade semiobscuridade supra-ocular supraocular ultra-elevado ultraelevado 004G/129 Obs.1: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc. Obs.2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc. Obs.3: quando o prefixo terminar por consoante, não se usa hífen se a segunda palavra começar por vogal: interestadual, hiperacidez, hiperativo, interescolar. Utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Regra antiga Nova regra antiibérico anti-ibérico antiinflamatório anti-inflamatório antiinflacionário anti-inflacionário antiimperalista anti-imperalista arquiinimigo arqui-inimigo arquiirmandade arqui-irmandade 130/004G Redação Técnica microondas micro-ondas microônibus micro-ônibus microorgânico. micro-orgânico. Obs.1: não se utiliza o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia a segunda palavra: aeroespacial, agroindustria, antieducativo, autoaprendizagem, autoescolar. Obs.2: uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal “o”, não se utiliza hífen. Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perderam a noção de composição. Regra antiga Nova regra manda-chuva mandachuva pára-quedas paraquedas pára-quedista paraquedista pára-lama paralama pára-brisa parabrisa pára-choque parachoque pára-vento paravento Obs.: o uso do hífen pemanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, conta-gotas, guarda-chuva, segundafeira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc. O uso do hífen permanece: • Em palavras formadas por prefixos “ex”, “vice”, “soto”: ex-marido, vice-presidente, soto-mestre. • Em palavras formadas por prefixos “circum” e “pan” + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navegação. • E m p a l a v r a s f o r m a d a s c o m p r e f i x o s “ p r é ” , “ p r ó ” e “pós” + palavras que têm significado próprio: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação. • Em palavras formadas pelas palavras “além”, “aquém”, “recém”, “sem”: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto. Redação Técnica 004G/131 Não existe mais hífen: Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho etc. Exceções: água-de-colônia arco-da-velha cor-de-rosa mais-que-perfeito anotações / dicas pé-de-meia ao-deus-dará à queima-roupa 132/004G Redação Técnica Exercícios Propostos 1) Classifique as palavras quanto à posição da sílaba tônica: a) Maligna: ________________________________________________________________ b) Esgota: _________________________________________________________________ c) Entorpecer: _____________________________________________________________ d) Capacidades: ___________________________________________________________ e) Refém: __________________________________________________________________ f) Reação: _________________________________________________________________ g) Mental: _________________________________________________________________ h) Sintoma: _______________________________________________________________ i) É: ______________________________________________________________________ j) Satisfação: ______________________________________________________________ k) Elas: ___________________________________________________________________ l) Coisas: __________________________________________________________________ m) Ser: ____________________________________________________________________ n) Pessoas: ________________________________________________________________ o) Trás:____________________________________________________________________ 2) Acentue, quando necessário: Palido, cutis, o pais, chineses, epopeias, feliz, frances, Bras, miosotis, ponei, aceitavel, erroneo, aderencia, tatus, especie, bilis, açucar, altruismo, feroz, carrega-lo, apos, decalogo, crisantemo, efigie, cafeina, plebeu, Caxambu, rainha, orfão, paxa, raposa, esse, alfinete, Genesio, urubu, gratuito, tapete, mare, mosca, melancia, reptil, chacal, alvara, carretel. Redação Técnica 004G/133 3) Substitua nas linhas as palavras corretas, que são sinônimos das que estão entre parênteses: a) A justiça____________________ a pena merecida aos traficantes que haviam a lei. (aplicar; transgredir) b) O juiz somente______________ requerimentos cujas petições são justas. (aprovar) c) O comerciante foi preso em_____________________ ao___________________ o cliente por causa da cor. (na hora; diferenciar indevidamente) d) Muitos judeus_______________ depois da Segunda Guerra e_________________ para ou­t ras terras, onde vivem e trabalham. (sair; entrar) e) O flautista mandou fazer um ___________________ em seu instrumento. (ato de reparar) 4) Utilize a crase, se ocorrer: a) Já conheço a fazenda, por isso preferi ir a cidade conhecer as praças. b) Prefiro teatro a cinema. c) Minha amiga Regina voltou a Inglaterra. d) Nunca assisti a tanta miséria. e) Estou mais inclinado a ouvir do que a falar. f) Entreguei a correspondência a gerência. g) Dois a dois, foi a contagem. h) Nós a vimos a colher flores no jardim. i) Não vou a qualquer parte. j) Ao retornar a consulta, traga o exame. k) Os turistas desceram a terra para conhecer o porto. l) Ele prefere o churrasco a gaúcha. m) O diretor vai atender os visitantes as 16:00. n) Vamos nos encontrar a saída da firma. o) O diretor viajou as próprias expensas. p) Nunca fui a gafieiras. q) As promissórias já foram devolvidas a gerência. r) O faxineiro limpa tudo as pressas. 134/004G Redação Técnica 5) Cada par de frases contém uma correta e uma incorreta quanto à colocação pronominal. Indique as frases corretas: a) ( ) Depois daquele verão, nunca mais a encontrei. b) ( ) Depois daquele verão, nunca mais encontrei-a. c) ( ) Aproximou-se do animal para melhor o observar. d) ( ) Aproximou-se do animal para melhor observá-lo. e) ( ) Não tinha-me falado sobre a sua saída. f) ( ) Não me tinha falado sobre a sua saída. Redação Técnica Respostas dos Exercícios Propostos Lição 1 1) D 2) D 3) a) b) c) d) e) f) g) ( ( ( ( ( ( ( 4 2 5 6 7 1 3 ) ) ) ) ) ) ) 4) A 5) a) V b) V c) F d) F e) V Lição 2 1) A 2) A 3) E 4) D 5) C 004G/135 136/004G Redação Técnica Lição 3 1) D 2) C 3) A 4) Para redigir esta circular, será necessário obedecer aos parâmetros propostos no exercício, seguindo o modelo mostrado na lição. Veja que existem várias possibilidades de redação do corpo da circular. O importante é elaborar um texto preciso e apresentar com clareza os motivos da empresa para a divulgação desse comunicado. Segue uma possibilidade de resposta: São Paulo, 23 de outubro de 2XXX. Aos revendedores: José Carlos Santana, Antônia Maria de Souza, Virgílio Muniz, Cássio Martins Rodrigues. Prezados Senhores: Comunicamos que a partir do dia 3 de novembro próximo, os preços de nossos produtos sofrerão aumento de 10%. Tal reajuste se faz necessário devido ao crescente aumento nos preços da matéria-prima utilizada na fabricação de nossos produtos. Ainda assim, definimos um índice abaixo da taxa de inflação anual, pois o compromisso com a qualidade e o melhor preço mantém-se como prioridade de nossa empresa. Atenciosamente, Flávio Rodrigues Flávio Rodrigues, Diretor-Presidente. Redação Técnica 004G/137 5) COMUNICAÇÃO INTERNA DATA: 23 de outubro de XXXX NÚMERO: - Sr. Mário Sérgio PARA:DE: DEPTO./SETOR:DEPTO./SETOR: Almoxarifado Recepção ASSUNTO: Solicitação de papel Solicito o fornecimento de cinco pacotes de papel para copiadora XEROX. Este material será necessário para amanhã, 24/10/XXXX. Lição 4 1) a)maligna: paroxítona b)esgota: paroxítona c)entorpecer: oxítona d)capacidades: paroxítona e)refém: oxítona f)reação: oxítona g)mental: oxítona h)sintoma: paroxítona i)é: oxítona j)satisfação: oxítona k)elas: paroxítona l)coisas: paroxítona m) ser: oxítona n)pessoas: paroxítona o)trás: oxítona 2) Pálido, cútis, o país, chineses, epopéias, feliz, francês, Brás, miosótis, pônei, aceitável, errôneo, aderência, tatus, espécie, bílis, açúcar, altruísmo, feroz, carregá-lo, após, decálogo, crisântemo, efígie, cafeína, plebeu, Caxambu, rainha, órfão, paxá, raposa, esse, alfinete, Genésio, urubu, gratuito, tapete, maré, mosca, melancia, réptil, chacal, alvará, carretel. 138/004G Redação Técnica 3) a) infligiu – infringido b) deferiu c) flagrante – discriminar d) emigraram – imigraram e) conserto 4) a) Já conheço a fazenda, por isso preferi ir à cidade conhecer as praças. b) Prefiro teatro a cinema. c) Minha amiga Regina voltou à Inglaterra. d) Nunca assisti a tanta miséria. e) Estou mais inclinado a ouvir do que a falar. f) Entreguei a correspondência à gerência. g) Dois a dois, foi a contagem. h) Nós a vimos a colher flores no jardim. i) Não vou a qualquer parte. j) Ao retornar à consulta, traga o exame. k) Os turistas desceram a terra para conhecer o porto. l) Ele prefere o churrasco à gaúcha. m) O diretor vai atender os visitantes às 16h00. n) Vamos nos encontar a saída da firma. o) O diretor viajou as próprias expensas. p) Nunca fui a gafieiras. q) As promissórias já foram devolvidas à gerência. r) O faxineiro limpa tudo às pressas. 5) ( a ), ( c ) e ( f ) 139/004G Redação Técnica Referências Bibliográficas ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação. 5. ed. São Paulo: Moderna, 1998. BARBOSA, Maria H. Reciclagem gramatical da língua portuguesa. São José dos Campos: INPE, 1999. BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 1999. BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. Brasília: Presidência da República, 1991. BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (F.H. Cardoso), 1995. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília: Presidência da República, Câmara da Reforma do Estado. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. CADORE, Luiz Agostinho. Curso prático de português. 7. ed. São Paulo: Ática, 1995. CARMO, Maria Lígia M.; BARBOSA, Maria H. Reciclagem gramatical da língua portuguesa. São José dos Campos: INPE, 1998. CESCA, Cleuza G. Gimenes. Comunicação dirigida escrita na empresa. São Paulo: Summus Editorial, 1995. CUNHA, Celso. Gramática do português contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1980. KRAUSE, Gustavo; et alii. Laboratório de redação. Rio de Janeiro: MEC/FENAME, 1982. KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1989. MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da secretária. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1992. 140/004G Redação Técnica NEIVA, Edméa Garcia; ROSA, José Antônio. Redigir & convencer. São Paulo: STS, 1995. PERROTTI, Edna Maria Barian; MONTANARI, Marilena Esberard de Lauro. S.O.S. língua portuguesa: apoio gramatical. 1. ed. São Paulo: Assahi, 1997. SOARES, Maria do Carmo S. Atualização da comunicação escrita: Redação oficial. São José dos Campos: INPE, 1982. Webgrafia http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/. Acesso em 29.10.2012. http://www.eletrica.ufpr.br/graduacao/noturno/docs/te219/TE219-Aula_3_Email.pdf). Acesso em 29.10.2012. http://jus.com.br/revista/texto/853/consolidacao-e-redacao-das-leis-lei-complementar-95-98-edecreto-2954-99. Acesso em 29.10.2012. Simulado Parabéns! Agora que você concluiu seus estudos nesta disciplina, é chegada a hora de fazer os exercícios do Simulado. É muito importante que você o responda, pois ele foi especialmente elaborado para que você se prepare melhor para a sua avaliação. Observe que, para as questões de múltipla escolha, existe apenas uma alternativa correta. Depois de pronto, envie-o para o endereço indicado abaixo ou entregue pessoalmente na Secretaria Escolar de sua Unidade. INSTRUÇÕES Para os alunos matriculados em: •Cursos oficiais (técnicos): a resolução do Simulado é opcional. Caso deseje, os professores de plantão farão a correção e a devolverão pelo correio. •Cursos livres (não-oficiais): a resolução do Simulado terá o valor de prova realizada a distância e deve, OBRIGATORIAMENTE, ser respondido à caneta (azul ou preta) e enviado para a correção, sendo que sua aprovação lhe conferirá o Certificado de Conclusão. Caixa Postal 1220 01031-970 - São Paulo - SP A/C Departamento Pedagógico ou Av. Rangel Pestana, 1105 - Brás 03001-000 - São Paulo - SP A/C Departamento Pedagógico 004G - Redação Técnica 5E Nome (campo não obrigatório):............................................................................................................. Nº de Matrícula (campo obrigatório): ..................................................Nota:................................... 1 – Assinale a alternativa que se completa com a primeira palavra dos parênteses. ( ) a) A explosão da bomba era............... (eminente / iminente) ( ) b) Ele quer........... socialmente. (acender / ascender) ( ) c) Vamos .......... o arroz. (cozer / coser) ( ) d) O ........... deste ano trouxe muitas surpresas. (senso / censo). ( ) e) Errei, preciso ........ minhas palavras. (ratificar / retificar) 2 – Na frase “Você usou palavras amargas”, o elemento destacado é exemplo de: ( ) a) Paronímia ( ) b) Homonímia ( ) c) Denotação ( ) d) Conotação ( ) e) Antonímia 1 3 - Classifique as palavras quanto à significação de acordo com a legenda: (S) Sinônimas (A) Antônimas (HG) Homônimas Homógrafas (HF) Homônimas Homófonas ( ) a) As pessoas estavam impacientes / A multidão estava impaciente. ( ) b) O evento foi agendado para dezembro/03 / O evento foi cancelado. ( ) c) A cor ideal para a mobília é marfim / Ele sabe o discurso de cor. ( ) d) O cinto de segurança deve ser usado / Sinto muito, ele não está aqui. ( ) e) Resolveu entrar na casa. Resolveu sair da casa. 4 – Assinale a alternativa que substitua as palavras grifadas abaixo por um sinônimo adequado. A atuação das secretárias vem crescendo a partir da conquista por seu espaço, logicamente que dependendo da oportunidade que cada uma tem. As Empresas mais conservadoras são as que menos chances dão para o crescimento e aproveitamento intelectual destas profissionais, motivo que as leva de maneira geral buscar novos desafios. ( ( ( ( ( ) a) Trabalho, atualizadas. ) b) Dia a dia, experientes. ) c) Tarefa, ricas. ) d) Trabalho, avançadas. ) e) Desempenho, tradicionais. 5 – Na frase “Deviam haver mais oportunidades”, temos um vício de linguagem conhecido como: ( ) a) Barbarismo ( ) b) Solecismo ( ) c) Cacofonia ( ) d) Redundância ( ) e) Repetição. 6 – Marque a alternativa em que todas as palavras estão com as sílabas corretamente separadas. ( ) a) His-tó-ria, i-gua-is, pa-ul. ( ) b) Ad-vo-ca-ci-a, fel-ds-pa-to, ca-no-a. ( ) c) Tran-sal-pi-no, cor-ri-da, cha-vei-ro. ( ) d) Ób-vio, ru-a, a-má-vei-is. ( ) e) Pla-te-ia, gno-mo. 7 – Indique o erro de acentuação. ( ) a) Neném ( ) b) Através ( ) c) Pajé ( ) d) Apos ( ) e) cipó 8 - Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): É proibido o uso de crase: ( ) a) diante de palavras masculinas. ( ) b) depois das preposições após, contra, entre, perante e sob. ( ) c) diante de locuções adverbiais femininas. ( ) d) diante de palavras femininas. ( ) e) diante de pronomes de tratamento em geral (ex.: V.Exa.). 9 – Há erro de crase na opção: ( ) a) Mandaremos um cartão às pessoas ausentes. ( ) b) Era imensa sua dedicação à pátria. ( ) c) Graças à enfermeira, ele não morreu. ( ) d) Explique à esta funcionária o problema. ( ) e) Se você for à Romênia, visite meus avós. 10 – Assinale a alternativa errada. ( ) a) Houve muitos problemas técnicos quando da instalação da nova máquina. ( ) b) A rúbrica em todas as folhas do Contrato faz-se necessária. ( ) c) Esta carta é para eu ler antes da reunião com a Diretoria. ( ) d) Os cidadãos presentes durante a solenidade iniciaram um protesto. ( ) e) Este presente foi enviado para mim. 11 - Assinale a alternativa errada: a) ( ) Há dois pontos fundamentais. ( ) Haviam 8 cadeiras na sala para 10 participantes da reunião. b) ( ) Vocês haverão de trazer bons resultados de vendas. ( ) Houveram alguns contatos comerciais em vão. c) ( ) Faz 2 anos que a Empresa se instalou no Brasil. ( ) Fazem 8 anos que estão estudando o mercado para lançamento do produto. d) ( ) Dois quilos é pouco para a massa. ( ) Mil reais são para a pintura. e) ( ) Há dois anos atrás foram recrutados seis funcionários. ( ) Há dois anos foram recrutados seis funcionários. 12 – Assinale o erro de regência verbal. ( ) a) Ele assistia com carinho os enfermos daquele hospital. ( ) b) Não quero assistir esse espetáculo. ( ) c) Carlos sempre assistiu em Belo Horizonte. ( ) d) Não deixe de assistir àquele jogo. ( ) e) Assisti à cerimônia. 3 13 – Complete as frases seguintes e anote a opção correspondente. Fiz tudo ............................................ não lhe faltasse incentivo. Fale baixo, ................................. vai acordar o neném. Ignoro ........................................ solicitaram revisão. ( ) a) por que, por que, por que ( ) b) porque, porque, porque ( ) c) por que, porque, por que ( ) d) porque, porque, por que ( ) e) por quê, porque, por que 14 – Marque a palavra que não tem prefixo. ( ) a) Disforme ( ) b) Preexistir ( ) c) Reler ( ) d) Real ( ) e) Desanimar 15 – Assinale o erro no emprego do hífen. ( ) a) Suprarrenal ( ) b) Pseudo-cientista ( ) c) Proto-história ( ) d) Infraestrutura ( ) e) autorretrato 16 – Assinale o erro de pontuação. ( ) a) O mundo só conheceu alguém com a total sabedoria: Jesus. ( ) b) Paulo, que é português, não gostou da brincadeira; Celso, brasileiro, ficou calado. ( ) c) Todos esperavam que, com as novas medidas da diretoria tudo fosse acertado. ( ) d) Disse o filósofo: “O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício, e a necessidade”. ( ) e) Os trabalhadores, nervosos, pediram ajuda. 17 – Assinale o erro de pontuação. ( ) a) Depois de amanhã, irei à sua casa, mas não levarei os manuscritos. ( ) b) Embora tenha pesquisado muito, nada encontrei que, com certeza, provasse minha tese. ( ) c) Fiz tudo para, com a ajuda de todos, completar a minha tarefa. ( ) d) Todas as pessoas ilustres e cultas daquele condomínio, aceitaram as nossas propostas. ( ) e) Um momento, garota, que eu já vou aí. 18 – Assinale a frase em que o termo destacado é objeto direto. ( ) a) O gato que correu tem fome. ( ) b) O jornal que lemos sumiu. ( ) c) A carta a que respondi me alegrou. ( ) d) A chuva que caiu ontem alagou a cidade. ( ) e) Eis o caderno de que preciso. 19 – “O acordo não ______ as reivindicações, a não ser que ______ os nossos direitos e _____ da luta.” ( ( ( ( ( ) a) substitui – abdicamos – desistimos ) b) substitue – abdicamos – desistimos ) c) substitui – abdiquemos – desistamos ) d) substitui – abidiquemos – desistimos ) e) substitue – abdiquemos – desistamos 20 – Proposta de produção de texto Redija um comunicado aos clientes da empresa X para informar a mudança de número telefônico. Observar todos os elementos constantes desse tipo de texto, cuidar da estética, do estilo e da mensagem. 5 Pesquisa de Satisfação Caro Aluno: Para que possamos aprimorar cada vez mais os nossos serviços, oferecendo um material didático de qualidade e eficiente, é muito importante a sua opinião sobre este fascículo que você acaba de estudar. Sua identificação não é obrigatória. Responda as perguntas a seguir assinalando a alternativa que melhor corresponda a sua opinião (assinale apenas UMA alternativa). Você também pode fazer sugestões e comentários por escrito no verso desta folha. Na próxima correspondência que enviar à escola, lembre-se de juntar sua(s) pesquisa(s) respondida(s), ou entregá-la(s) na Secretaria Escolar de sua Unidade Educacional. O Instituto Monitor agradece sua colaboração. Secretaria Escolar 004G - Redação Técnica 5E Nome (campo não obrigatório):............................................................................................................. Nº de Matrícula (campo obrigatório): .................................................. Curso Técnico em: q Eletrônica q Transações Imobiliárias q Contabilidade QUANTO AO CONTEÚDO q Secretaria Escolar q Secretariado q Informática q Administração q Logística 1) A linguagem dos textos é: q a) sempre clara e precisa, facilitando muito a compreensão da matéria estudada. q b) na maioria das vezes clara e precisa, ajudando na compreensão da matéria estudada. q c) razoavelmente clara e precisa, ajudando, embora nem sempre, na compreensão da matéria estudada. q d) um pouco difícil, tornando trabalhosa a compreensão da matéria estudada. q e) muito difícil, impossibilitando a compreensão da matéria estudada. 2) Os temas abordados nas lições são: q a) em sua totalidade, atuais e importantes para a formação do profissional. q b) em sua maioria, atuais e importantes para a formação do profissional. q c) razoavelmente atuais e importantes para a formação do profissional. q d) atuais, mas sua importância nem sempre fica clara para o profissional. q e) ultrapassados e sem nenhuma importância para o profissional. 3) As lições são: q a) muito bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade. q b) bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade. q c) razoavelmente bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade. q d) muito extensas, dificultando a compreensão do conteúdo. q e) muito curtas e pouco aprofundadas. QUANTO AOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS 4) Os exercícios propostos são: q a) muito bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos. q b) bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos. q c) muito simples, exigindo apenas que se decore o conteúdo. q d) um pouco difíceis, mas abordando o que se viu na lição. q e) muito difíceis, uma vez que não abordam o que foi visto na lição. 5) A linguagem dos exercícios propostos é: q a) sempre clara e objetiva. q b) em sua maioria, clara e objetiva. q c) algumas vezes um pouco complexa, dificultando a resolução do problema proposto. q d) mal-elaborada, tornando mais difícil compreender a pergunta que respondê-la. q e) muito complexa, impossibilitando a resolução dos exercícios. QUANTO À APRESENTAÇÃO GRÁFICA 6) O material é: q a) muito bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando o estudo bastante agradável. q b) em sua maior parte, bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando o estudo bastante agradável. q c) bem cuidado, mas nem sempre o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização. q d) razoavelmente bem cuidado, mas a disposição das imagens e do texto dificulta a compreensão do mesmo. q e) confuso e mal distribuído, as informações não seguem uma sequência lógica. 7) As ilustrações são: q a) sempre bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto. q b) na maioria das vezes, bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto. q c) bonitas, mas sem nenhuma utilidade para a compreensão do texto. q d) malfeitas, mas necessárias para a compreensão e fixação do texto. q e) malfeitas e totalmente inúteis. Lembre-se: você pode fazer seus comentários e sugestões, bem como apontar algum problema específico encontrado no fascículo. Sinta-se à vontade! Sugestões e comentários