Correção cirúrgica da vista cansada ou presbiopia vai além da

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Correção cirúrgica da vista cansada ou presbiopia
vai além da vaidade
Além de aposentar os óculos, idosos que optam por corrigir a
catarata e a presbiopia cirurgicamente se beneficiam com mais
autonomia e segurança
10/06/2013 22:52:54
A presbiopia é o nome técnico da vista cansada, do braço curto que se inicia ao redor dos 40 anos e
estabiliza em torno dos 50 anos. A correção cirúrgica da presbiopia com o implante de lentes
intraoculares (LIOs) é uma opção natural de muitos pacientes jovens e presbitas (acima de 50 anos)
que desejam a independência dos óculos. No entanto, pacientes idosos, que estão menos
preocupados com a vaidade, também podem se beneficiar muito com a extração da catarata e
correção da presbiopia com o de implante de LIOs.
Hoje em dia, muita ênfase tem sido dada ao “fim do uso dos óculos” como resultado da cirurgia de
catarata. No entanto, para pacientes mais idosos, a importância e a profundidade deste tema pode
ter outro foco. Funcionalmente, idosos que têm escadas em sua casa e que não podem contar com
entes queridos (ou cuidadores) por perto, estão, efetivamente mais seguros, após a cirurgia de
catarata e correção da presbiopia, porque eles têm uma melhor profundidade de foco.
Um estudo, publicado no JAMA, revela que o risco de fraturas de quadril foi significativamente
reduzido em pacientes que fizeram a cirurgia de catarata em comparação com pacientes que não
realizaram o procedimento. O estudo acompanhou a incidência de fraturas de quadril em uma
amostra de pacientes com catarata, atendidos pelo sistema de saúde público americano, entre os
anos de 2002-09.
Dados de cerca de 400.000 pacientes que fizeram a cirurgia de catarata foram analisados,
buscando-se a ocorrência de fraturas de quadril no período de até um ano após a cirurgia. As
informações coletadas foram então comparadas com a incidência de fratura de quadril em um grupo
similar de pacientes, que também tinha catarata, mas ainda não havia feito a cirurgia.
Segundo os pesquisadores, a cirurgia de catarata foi associada à uma diminuição de 16% nas
probabilidades dos pacientes sofrerem uma fratura de quadril no prazo de um ano após o
procedimento. “Estes resultados são particularmente importantes porque os idosos apresentam
riscos maiores de queda, o que os torna especialmente vulneráveis a fraturas de quadril e de outros
ossos. Estudos anteriores já apontaram que a perda de visão é um fator importante no risco de
quedas dos idosos. Quando há uma diminuição da acuidade visual e da percepção de profundidade,
as pessoas também perdem a capacidade de manter a estabilidade e o equilíbrio, o que afeta a sua
mobilidade”, explica o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de
Moléstias Oculares.
Os autores do estudo sugerem que as pessoas nunca devem ser consideradas como "velhas
demais" para fazer a cirurgia de catarata, pois a maior redução no risco de fratura do quadril foi
constatada em pacientes submetidos à cirurgia de catarata na faixa dos 80 anos.
A importância da escolha das lentes
Um dos grandes avanços da Oftalmologia nos últimos anos foi o surgimento das lentes intraoculares
multifocais que são implantadas no lugar do cristalino opaco, o responsável pela visão embaçada.
"Essas lentes possuem certas características que possibilitam que o paciente volte a enxergar de
perto e de longe. Estas características são diferentes das características dos óculos, portanto, quem
teve dificuldade em se adaptar aos óculos não tem contraindicação na utilização de LIOs multifocais.
Antes de seu aparecimento, o indivíduo necessariamente precisava de óculos após a cirurgia de
catarata, ou então cada olho era ajustado para uma distância. Se por um lado a operação de
catarata se tornou menos agressiva, ela também ficou mais complexa. Como as lentes atuais são
flexíveis, elas são inseridas dobradas e abrem-se dentro do olho, podendo, assim, ser implantadas
por incisões de até 2,2 milímetros, sem causar astigmatismo (deformidade da córnea)”, explica
Virgilio Centurion.
Ainda, dentro do quadro evolutivo dos últimos anos, temos a possibilidade de compensar a
presbiopia, permitindo visão de perto e de longe sem óculos. A presbiopia ou “vista cansada”,
tradicionalmente, é corrigida com o uso de óculos para perto, óculos multifocais ou, em alguns
casos, por meio de lentes de contato.
“As lentes intraoculares multifocais, que podem ser implantadas durante a cirurgia de catarata,
proporcionam visão para perto e para longe e possibilitam a diminuição da dependência dos óculos,
tanto para perto quanto para longe, podendo suprimir o uso desses em grande parte das atividades
diárias. Mas ainda não podemos assegurar que após a cirurgia, o paciente não usará óculos de jeito
nenhum”, explica Centurion, que também é membro da Associação Latino-Americana de Cirurgiões
de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas.
Outro avanço tecnológico destacável é que todas as lentes intraoculares disponíveis no mercado
conferem proteção total para a radiação ultravioleta (tipos A, B e C). Algumas lentes proporcionam
também a proteção contra parte da radiação visível nociva para a visão (luz violeta e azul). “Porém, o
uso de óculos escuros em ambientes muito iluminados continua a ser indispensável, pois a parte
externa dos olhos e a pele das pálpebras, que é muito sensível, não estão protegidas”, recomenda o
diretor do IMO.
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