AESCULUS HIPPOCSTANUM

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AESCULUS HIPPOCASTANUM
FAM: Sapindaceas
SINONÍMIA: A. castanea, A. memmingeri, A. procera, Castanea equina,
Hippocastanum vulgare.
POPULAR: Castanheiro da Índia.
PARTES USADAS: casca e frutos.
Originária do Norte e Centro da Ásia, documentada como planta medicinal em
1565 na Materia Medica de Dioscorides. Foi introduzida na França, em Paris em
1615, sendo espalhada por toda Europa como árvore de sombra e melífera. É
bem adaptada no Brasil. O nome Aesculus vem de “esca”(comida), que era dado a
certas espécies de carvalho, que de acordo com Plínio era muito valorizado por
suas “bolotas”. O nome castanha de cavalo(horse) parece vir da palavra galesa
“gwres” que significa quente, pungente, da castanha amarga em oposição à
castanha doce.
Árvore muito frondosa, com até 25ms de altura e 80cms de diâmetro; casca pouco
espessa, cinza claro ou cinza acastanhado, às vezes escura, primeiramente lisa e
depois mais ou menos rugosa e com grandes placas de ritidoma; caule reto,
cilíndrico, muito ramificado; folhas opostas, longo pecioladas, digitadas,
compostas de 5-7 folíolos sésseis, obovado-oblongos, cuneiformes na base,
alargando para o ápice e terminando em ponta obtusa, variáveis no tamanho,
sendo as centrais mais compridas, todas irregularmente denteadas; flores
numerosas, brancas ou amareladas, lavadas de rosa ou vermelho, dispostas em
rácimos piramidais eretos; fruto cápsula esverdeada, espessa, subcoriácea,
viscosa, deiscente, eriçada de espinhos curtos e quase inermes, distanciados
entre si e bastante largos na base, contendo uma ou mais sementes brancas e
carnosas, revestidas de tegumento ou casca vermelho castanho, lisa e vernicosa,
de tamanho, cor e aspecto idênticos aos da Castanha da Europa e como esta sem
albúmen, composta apenas dos cotilédones e uma radícula. A madeira é branco
amarelada ou branco avermelhada, porosa, grão fino, compacta, tecido frouxo,
mole, freqüentemente luzidio, uniforme, macio, raios pouco visíveis, fácil de
trabalhar e exalando cheiro de batata inglesa apenas quando verde, pouco
resistente às intempéries, adequada para o interior como forro, carpintaria,
caixotaria, carvão para pólvora e lenha, queimando com dificuldade e usada para
pasta de papel, densidade 0,536. A madeira pode ser inteiramente branca,
parecendo marfim e empregado em trabalhos de fantasia ou artesanato. A
casca(não contém saponinas) é febrífuga tem sabor amargo devido à presença
dos glicosídeos Esculina e Fraxetina, sendo pouco adstringente(2% de tanino)
contém também um óleo esverdeado, goma, ácido aesculotânico e matéria
tintorial amarela(o estrato do lenho serve para tingir seda em preto. As folhas
tingem em amarelo e quando convenientemente tratadas dão um corante
vermelho alaranjado que ninguém aproveita; as sementes de sabor amargo muito
desagradável, devido à presença do glicosídeo Argyrescina(Escina) e de várias
substâncias do grupo das saponinas triterpênicas, flavonóides, vitaminas, taninos,
fitosterol, são ricas em fécula, glicose, potassa, proteína crua(10,99%) e 6% de
óleo doce, amarelo pálido ou esverdeado, difícil de rancificar e saponificando
facilmente, com densidade a 15º de 0,925, tendo índice de iodo 97-98 e índice de
Hehne 93,30 sendo preconizada contra o reumatismo. A dificuldade de extrair o
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óleo e aproveitá-lo é devida à saponina. Na Alemanha, preparações especiais de
Escina são utilizadas porque ela não é facilmente absorvida pelo intestino. Esta
planta frutifica prodigiosamente, mas a produção industrial de fécula pura para
panificação e alimentação humana, além de extração de potassa para a produção
de sabão não se tornaram economicamente viáveis. Como forragem para animais
também deixou de ser utilizada por necessitar muito cuidado em sua dosagem. Na
Turquia parece que ainda a dão aos cavalos(Castanha eqüina). É venenosa para
as aves domésticas. A casca é usada medicinalmente, após ser seca por calor
artificial ou luz solar, não tem cheiro, mas seu gosto é adstringente. As saponinas
impedem a produção comercial de gorduras(2-3%), de matéria azotada(-67%) e
de amido(20-30%), mas são benéficas para várias enfermidades como
hemorróidas, varizes, flebites, etc.
AÇÃO MEDICINAL E USOS: A casca tem propriedades tônicas, narcóticas e
febrífugas, sendo usada em febres intermitentes. Pode ser usada como
compressas em úlceras. Os frutos são empregados no tratamento de reumatismo
e nevralgia, em queixas retais, em hemorróidas, em fissuras e fístulas anais, no
fortalecimento das veias(pelos taninos adstringentes, flavonóides e saponinas) e
em úlceras provocadas pelo frio. É também usada no aumento da próstata. O fruto
reduz a retenção hídrica aumentando a permeabilidade dos capilares e permitindo
a reabsorção do excesso de fluido de volta para o sistema circulatório. Na França
o óleo extraído das sementes é usado para reumatismo e Nos EUA a decocção de
folhas é usada para coqueluche.
ADVERTÊNCIAS: Potencialmente tóxica se ingerida. Não deve ser usada para
auto tratamento exceto sob forma de loção, ungüento ou gel aplicados em pele
íntegra. Em caso de hipersensibilidade.
Sendo uma árvore muito elegante e de crescimento rápido que se adapta
facilmente a qualquer clima e latitude é usada na arborização de ruas e parques,
assim como na constituição de pequenas florestas.
HOMEOPATIA
Desperta atordoado, pesado(a), confuso. Não reconhece as pessoas, lugares ou
horas. Incapaz de concentrar-se. Aversão ao trabalho. Resmunga, irritável, triste.
Perde o controle rápido e o recupera lentamente. Este estado melhora ao fazer
exercícios. Útil em crianças que acordam assustados e confusos. Pletora venosa,
congestão venosa passiva, no sistema portal e hemorroidário. Varizes e
varicosidades. Sensação de plenitude, como se fosso estourar, “como se tivesse
grande quantidade de sangue na região afetada”: na cabeça, ouvidos, garganta,
estômago, fígado, abdome, reto, coração, pulmões, pés e mãos. Sensação de
peso externo. Cor púrpura com sombra roxa ou vermelho azulado nas regiões
afetadas. Pior caminhando, por movimento, por ar frio, no Inverno, após lavar-se,
durante o sono e ao despertar. Melhor no Verão, no calor, por exercício
moderado(como todos os medicamentos venosos – Pulsatilla). Mucosas(boca,
garganta, e reto) estão inchadas, ardentes e as sente muito secas. Vertigem
sentado ou caminhando. Cefaléias frontal ou temporal aturdidora. Os sintomas
cefálicos acompanham-se de sintomas hemorroidários ou sacros. Olhos muito
vascularizados, hiperêmicos, irritados, quentes, pesados, doloridos. Sente o ar
inspirado frio e é sensível a êle. Sente os dentes como se estivessem cobertos de
azeite. Veias faríngeas distendidas e tortuosas, varicosas. Sente a garganta
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ardente, quente, seca com pontadas ao engolir que se estendem ao ouvido.
Garganta e amígdalas de cor púrpura ou vermelho escuro, inchadas com
sensação de plenitude. Garganta cronicamente dolorida, com hemorróidas.
Sensação de plenitude dolorosa no hipocôndrio D(fígado). O reto é o principal
local de atuação do Aesculus. Dores no reto como se estivesse cheio de
pequenas agulhas, com ardor, calor, peso, plenitude, secura e prurido, que pioram
ao evacuar. Ardor anal com calafrios que sobem e descem pelas costas. A dor
retal começa uma hora após evacuar e dura de 2 a 6 horas. Hemorróidas de cor
púrpura, internas ou externas, crônicas, grandes, que sangram pouco, pioram
cainhando ou sentado(a) ou parado(a). Melhora ajoelhado ou por calor local,
habitualmente com dor sacro lombar pulsátil. Hemorróidas na gravidez e na
menopausa. Fissura e estreitamento anal. Constipação por estase portal.
Ascaridiase. Dor no ureter E. Descarga de líquido prostático ao evacuar ou urinar.
Latejar retropubiano constante com dor na articulação sacro ilíaca,
freqüentemente acompanhado de leucorréia crônica, escura, pior pós menstrual e
caminhando. “Sente o útero”. Transtornos funcionais cardíacos em pacientes
muito afetados por hemorróida. Dor sacral ou lombo sacra ou na articulação saro
ilíaca, pior ao caminhar, ou ao agachar-se ou por levantar-se após estar sentado.
Quase não pode caminhar, coxeia(esta dor habitualmente acompanha as
hemorróidas, a leucorréia, a constipação ou o reumatismo). Dor surda nas costas
constante. Sensação de paralisia nos braços, pernas e coluna. Grande debilidade
nos membros inferiores e coluna. Úlceras varicosas com auréola púrpura. Varizes.
ANTROPOSOFIA
O Castanheiro da Índia tem características de Terra(fruto pesado, porte
rechonchudo, folhas amarelas dispostas como dedos de mão, a pirâmide
compacta de flores, etc.) e Água(que produz a germinação). Cresce em gargantas
sombrias, úmidas, em vales estreitos e escarpados, à beira de cursos de água,
nas montanhas do Norte da Grécia e da Albânia, sua região de origem. Espalhouse por toda Europa neste tipo de habitat. O elemento água reaparece
transformado em sua força de crescimento exuberante, inchada. No primeiro ano,
o resultado da semente cresce até 1m de altura, indo com força em direção ao
Sol, preparando os brotos, transbordantes de vida que serão a folhagem do ano
seguinte. Cresce rapidamente, mas robusto e bem proporcionado; com suas
grandes folhas faz uma espécie de cúpula sob a qual conserva a sombra e a
umidade. São facilmente reconhecidas por suas folhas. Suas folhas longamente
pecioladas, compostas de 5-7 pecíolos pendentes inicialmente, que depois
elevam-se constituindo uma superfície circular lembrando as plantas aquáticas. Ao
fim da Primavera, as inflorescências terminais aparecem situadas nas
extremidades dos ramos, inteiramente expostas à luz. Estas flores fortemente
agrupadas tem várias cores: creme, rosa, vermelho claro, não necessariamente
delicadas, mas exuberantes, barrocas. Cada inflorescência pode ter até dois
palmos de altura. Pode conter mais de cem flores. Emana um perfume que lembra
o lilás ou o jacinto, mais delicado e aquoso. A flor isolada é grande, firme; duas
pétalas superiores caem para baixo; as pétalas laterais e a pétala inferior são
menores. Tem uma forma de goela que lembra as Labiadas. Tem simetria bilateral
pelos estames que saem da corola. As raras flores superiores mantém-se verticais
e assumem a forma de um relógio( a forma de uma flor depende da posição que
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ocupa no espaço). Embora todas as flores formem pistilo e estame, as do alto são
apenas poliníferas. Apenas uma décima parte das flores de baixo produzem
frutos e apenas um décimo destas castanhas amadurecem. Produzem muito
néctar, sendo visitadas tanto pelos zangões como pelas abelhas. As castanhas,
grãos arredondados e lisos, são envolvidas por uma casca verde, espinhosa. A
madeira é mole, de estrutura regular, pouco elástica e se quebra facilmente. A
Castanha da Índia é rica em amido, mas seu conteúdo em amargos torna-a
impossível de ser comida pelo homem. Em compensação a caça a come sem
problema. O Aesculus distingue-se por suas substâncias especiais, que o
individualiza. O quimismo vital revela o segredo destas árvores. Cortando-se um
fragmento de casca e colocando-o em um frasco com água e o sacudindo, sob luz
direta incidente, percebe-se a florescência de um azul ultramarino. A substância
que provoca êste fenômeno é a Aesculina, mais abundante na Primavera na
casca e madeira dos ramos jovens, nos brotos, nas nervuras das folhas, na casca
do fruto, nas folhas jovens, na semente e muito pouco na madeira. A florescência
azul da Aesculina sob luz direta dá origem a raios quimicamente ativos que são
absorvidos pela água e pela água suspensa no ar. Os ungüentos com Aesculus
podem proteger contra queimaduras produzidas pelo sol em grandes altitudes.
Esta substância, na luz atenua o princípio agressivo que atua sob a pele atingida.
No Castanheiro o processo Aesculina, seleciona-se na periferia da planta, nos
tecidos jovens, envolventes, com muita seiva, nas flores, não se encontrando na
semente; envolve-se por um manto sutil de Aesculina, isolando-se deste modo de
certos fenômenos do mundo exterior – onde os tecidos são jovens e muito vivos. A
semente que sacrifica sua existência para um novo germe não contém Aesculina,
que decompondo-se torna-se terrestre, tornando-se o primeiro alimento do
embrião vegetal que vai crescer, embrião este que quando tocado pela luz, produz
Aesculina. Neste processo, a química morta e a química viva se chocam, depois
se separam. Cada espécie de planta tem sua própria criação química, sendo isto
possível graças ao corpo etérico de forças formativas, supra sensível e supra
material, próprio a cada espécie. Na gênese da Aesculina o éter químico unido ao
éter da vida, forma uma substância que impede a penetração de certos processos
químicos terrestres, da “química morta”. O Aesculus inclinado ao peso, mas
também à inchação plástica é mais seriamente ameaçado pelo lado do peso que
outras plantas e defende-se desenvolvendo um processo regulador que se
exprime pela gênese da Aesculina. Rudolf Steiner indica a Aesculina
potencializada para curar cáries dentárias. O Castanheiro da Índia contém a
Saponina que se acumula na raiz, nas sementes e sobretudo nos cotilédones(20%
da matéria seca). As saponinas tornam o ar capaz de se imiscuir com a água e
formar a espuma (Pequenas quantidades são suficientes, mas é necessário
agitar). Em conseqüência disto, as saponinas atuam no Homem nos processos
que reúnem ritmicamente a organização líquida e a organização aérea. As
saponinas são hemolíticas, destruindo os glóbulos vermelhos e o processo Ferro e
fixação de Oxigênio. As drogas contendo saponinas ajudam na expectoração.
Utilizada como complemento em banhos estimula a organização de líquidos na
pele; sob este aspecto pode atuar nas vias digestivas e também em edemas.
Sendo o sangue venoso mais preguiçoso, mais tendente à morte, ameaçando
sucumbir ao peso terrestre e de se estagnar, pensa-se que o Aesculus possa
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ajudar nestes casos, podendo fortificar e tonificar a circulação venosa. Através da
ligação da Aesculina com e éter químico, o Aesculus Hippocastanum tornou-se
mais que qualquer outra uma “Árvore das Ondinas”.
BIBLIOGRAFIA
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Vijnovsky, Bernardo.(Materia Medica Homeopatica) Vol I pg 34.
Pelikan, Wilhelm.(L’Homme et les plantes medicinales, Triades, Paris, 1986) Vol III
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