Efeitos dos exercicio nas criancas

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade Física Adaptada e Saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS
Na atualidade a prática de exercícios tornou-se uma das principais características nas
sociedades modernas, sendo a corrida a forma mais comum. Outras atividades como
natação, ciclismo, futebol, vôlei, basquete e esportes com raquetes (tênis, squash) envolvem
um número enorme de participantes. Esse exercício recreacional soma-se ao gasto
energético efetuado nos locais de trabalho do ser humano, sendo o gasto energético menor
nas sociedades sedentárias. Antes da Revolução Industrial, o trabalho braçal humano era
responsável por 30% da energia gasta nas fábricas e no campo. Na atualidade, nos países
ricos e nas camadas dominantes dos países pobres, esse gasto energético equivale a menos
de 1%. Isso criou a forma sedentária de vida, algo recente na história da humanidade,
acostumada a intensa atividade física em sua evolução. Grande número de doenças podem
ser influenciadas pelo exercício, como asma ou disfunção renal, ou mesmo prevenidas em
sua ocorrência, como problemas cardiovasculares. O corpo humano atua como uma
sofisticada máquina de reações químicas que em repouso transforma a energia química
presente nos alimentos em trabalho mecânico, como os batimentos cardíacos ou os
movimentos do diafragma na respiração ininterrupta, que persistem por toda a vida. Isso
equivale a menos de 10% da energia gasta em repouso, sendo o restante usado pelas
bombas osmóticas que mantêm os gradientes iônicos nos tecidos e nos processos
bioquímicos intracelulares necessários para a reposição das moléculas continuamente
destruídas no funcionamento das diversas células do corpo humano. Essa energia consumida
é eliminada do corpo na forma de calor. Um paciente com febre extremamente elevada com
risco de letalidade apresenta aumento do metabolismo orgânico em torno de 100% acima do
normal, enquanto um corredor de maratona, na sua fase final, possui seu metabolismo
aumentado em até 2.000% acima do normal, demonstrando a complexa inter-relação entre a
doença e a prática de esportes e exercícios pelo corpo humano.
1. Efeitos fisiológicos do exercício
Os efeitos fisiológicos do exercício dependem do tipo de atividade, bem como de sua
intensidade, duração e freqüência. O exercício pode ser dividido em isométrico e isotônico,
dependendo do tipo de atividade muscular realizada. Na contração isométrica ocorre aumento
na tensão muscular sem mudança significativa no comprimento da fibra muscular. Nenhum
trabalho externo é realizado, mas energia é gasta de forma substancial, como no
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halterofilismo. Em contraste, o exercício isotônico envolve o encurtamento das fibras
musculares com pouco aumento na tensão, como na natação, no ciclismo ou nas corridas. A
maioria dos outros exercícios envolve elementos isotônicos e isométricos. Os exercícios
isométrico e o isotônico diferem substancialmente nos seus efeitos fisiológicos. O exercício
isométrico aumenta a resistência vascular periférica de forma generalizada, ao mesmo tempo
que causa aumento na pressão sangüínea sistólica e diastólica com pouco aumento no
volume sistólico e no débito cardíaco. No exercício isotônico, a resistência vascular periférica
total cai, mas a freqüência e o débito cardíaco aumentam. A pressão sistólica aumenta
significativamente, com pouca alteração da diastólica, o que causa discreto aumento na
pressão arterial média. O trabalho isométrico causa sobrecarga de pressão ao coração,
enquanto o exercício isotônico causa sobrecarga de volume. Os efeitos hemodinâmicos do
exercício isométrico dependem de sua intensidade. A força de um músculo é determinada
principalmente pelo seu tamanho, com força contrátil máxima entre 2,5 e 3,5 kg por cm2 da
área de seção transversal muscular. Um levantador de pesos de nível internacional pode ter
um quadríceps com área de seção transversal atingindo até 150 cm2, o que pode ser
traduzido numa força contrátil máxima de 525 kg. Essa mesma força extraordinária pode
causar ruptura do tendão patelar, local sobre a qual ela é aplicada no levantamento da carga,
além de também poder causar luxação de cartilagens articulares, fraturas de compressão ou
rutpura de ligamentos. Caso sejam superados 20% da capacidade de contração voluntária
máxima (CVM), a contração isométrica excessiva prejudica o fluxo sanguíneo do músculo em
funcionamento, levando ao aparecimento do metabolismo anaeróbio, o qual limita a duração
do exercício. A intensidade do exercício isotônico pode ser expressa em função da
capacidade de captação de oxigênio. Um exercício isotônico é considerado leve quando
estiver abaixo de 25% da capacidade máxima, médio entre 25 e 50%, intenso entre 50 e 75%
e exaustivo entre 90 e 100%. Em condições de grande atividade (80 a 100% da capacidade
máxima), a musculatura esquelética requer mais oxigênio do que aquele que pode ser
oferecido pela circulação sanguínea, levando ao surgimento também do metabolismo
anaeróbio.
Diferentes
grupos
musculares
também
causam
diferentes
alterações
hemodinâmicas durante o exercício. Atividades com os membros superiores causam maior
aumento na freqüência cardíaca e na pressão sanguínea do que atividades com os membros
inferiores, para um mesmo consumo de oxigênio ou idêntico trabalho realizado. O exercício
isométrico aumenta a força e a massa muscular. Atletas competitivos podem ser bastante
beneficiados pelos exercícios isométricos. Pacientes em reabilitação devido a problemas
musculoesqueléticos também podem ser beneficiados por exercícios isométricos para
aumentarem sua força muscular, principalmente quando a imobilização articular limita
exercícios
dinâmicos.
Entretanto,
o
exercício
isométrico
estático
produz
discreto
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condicionamento cardiovascular e as alterações circulatórias causadas pelo exercício
isométrico podem ser prejudiciais ao paciente cardiopata. Por outro lado, o exercício isotônico
dinâmico é mais benéfico e produz alterações cardiovasculares de adaptação úteis em atletas
e em pacientes. Por isso, a melhor e mais saudável forma de exercício é a atividade dinâmica
isotônica.
2. Efeitos cardiovasculares do exercicio dinâmico
A resposta do sistema circulatório à sobrecarga imposta pelo exercício de forma aguda
envolve um enorme aumento do débito cardíaco, que pode aumentar em adultos jovens dos 5
l/min normais para 20 l/min. Esse aumento de débito cardíaco acarreta o aumento da
freqüência cardíaca em mais de 300%, ao mesmo tempo que triplica a utilização periférica de
oxigênio. A resistência periférica total diminui e o sangue é desviado de áreas como vísceras
e músculos não funcionantes para os músculos em exercício e circulação coronariana, onde o
fluxo de sangue pode até quadruplicar. Essa redistribuição é feita pelo sistema nervoso
autônomo, catecolaminas circulantes (adrenal) e por fatores auto-reguladores locais. A
capacidade máxima de aumento da freqüência cardíaca está relacionada com a idade do
indivíduo (diminuir idade de 220 para avaliar freqüência máxima). Embora o condicionamento
físico não altere a capacidade da freqüência cardíaca máxima, ele influi de forma importante
na freqüência cardíaca em repouso e na resposta cronotrópica ao exercício. Um treinamento
regular, dependendo da intensidade, duração e freqüência dos exercícios, causa mudanças
fisiológicas em grau variável no sistema circulatório.
Para adultos saudáveis, um bom condicionamento físico pode ser obtido com um mínimo de
treinamento de três a cinco vezes por semana e cada sessão de exercícios deve envolver
pelo menos mais de 50% da capacidade de captação de oxigênio em exercício isotônico
(exercício mais de 60% de aumento da freqüência cardíaca) - exercício intenso mas não
exaustivo - de forma contínua por um mínimo de 15 e um máximo de 60 minutos. Obviamente
indivíduos sedentários devem iniciar seu condicionamento físico de forma gradativa e
progressiva até atingir a intensidade recomendada. Bradicardia com maior volume sistólico de
ejeção é a principal característica do bom condicionamento, sendo comum um atleta com
freqüência basal de 40 a 50 bpm. Isso ocorre devido ao aumento da atividade vagal,
juntamente com a diminuição da atividade simpática e da densidade de receptores betaadrenérgicos. O consumo máximo de oxigênio (VO2máx.) é um excelente parâmetro para
avaliação do condicionamento físico. Tal consumo, maior em homens do que em mulheres,
começa a diminuir a partir dos 20 anos de idade, sendo que um indivíduo com 60 anos possui
apenas 2/3 da capacidade de exercício de um jovem.
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O exercício físico regular atenua os efeitos da idade na capacidade aeróbica, evidenciando
que inúmeros efeitos da idade sobre a capacidade física estão vinculados ao desuso, em
lugar da simples senilidade. Um aspecto importante no bom condicionamento físico é a
regularidade dos exercícios. Um indivíduo normal que fique confinado ao leito por três
semanas perde mais de 20% de sua capacidade de consumo máximo de oxigênio, enquanto
o treinamento regular e por longos períodos aumenta essa capacidade. Além do treinamento,
existem fatores genéticos pouco conhecidos que influem na capacidade física, o que
diferencia grandes atletas de outros, apesar do bom treinamento efetuado por todos.
Campeões olímpicos, assim como os gênios, nascem feitos, não sendo possível criá-los. Mas
pela impossibilidade de identificá-los precocemente, para serem submetidos ao treinamento
adequado, muitos deles aparecem em conseqüência da seleção natural em competições
esportivas. Uma série de adaptações ocorre no sistema cardiovascular com o treinamento
físico, como aumento do volume sistólico, da massa muscular ventricular e da força de
contração, além de aumento do tamanho das artérias coronárias e da densidade capilar no
miocárdio. Ocorre também maior extração de oxigênio na periferia, com desvio de sangue de
áreas de baixa extração (circulação esplâncnica) para áreas de grande extração, como os
músculos treinados. Um indivíduo que faça condicionamento para um grupo particular de
músculos (p. ex., pernas), apresentará melhor capacidade de extração e de consumo de
oxigênio apenas para os músculos treinados. O condicionamento físico diminui o risco de
hipertensão arterial, bem como diminui os níveis pressóricos sistólico e diastólico em
hipertensos, sendo possível interromper o uso de medicamentos anti-hipertensivos em quase
50% dos pacientes com hipertensão arterial leve. Estudos comparativos evidenciaram
semelhança de eficácia no controle da hipertensão arterial entre o propranolol e o bom
condicionamento físico, por meio de um mecanismo ainda pouco conhecido, pois o exercício
habitual tende a aumentar a secreção de renina, angiotensina, aldosterona e o volume
plasmático. Por outro lado, o exercício estático, isométrico (halterofilismo) causa aumento da
resistência vascular periférica, devendo ser contra-indicado a pacientes hipertensos e/ou
cardiopatas. O exercício continuado diminui o nível de catecolaminas circulantes, diminuindo o
risco de arritmias e, em pacientes cardiopatas, o condicionamento físico melhora o débito
cardíaco.
3. Efeitos pulmonares do exercício dinâmico
Devido ao aumento do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico, as trocas
gasosas nos pulmões aumentam durante o exercício. A ventilação pulmonar aumenta
linearmente com a captação de oxigênio e a produção de gás carbônico, até que uma carga
máxima de trabalho seja atingida. Nessas condições, o consumo de oxigênio pela
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musculatura esquelética excede a oferta e, como conseqüência, o metabolismo torna-se
anaeróbico, com energia obtida pela glicólise em lugar da oxidação da glicose. O acido lático
formado é tamponado pelo sistema bicarbonato, mantendo o pH dentro de limites normais. O
CO2 liberado estimula os corpos carotídeos e aórtico, bem como quimiorreceptores centrais,
produzindo aumento na ventilação com taquipnéia e hiperpnéia. Atletas treinados sabem
quando atingem a fase anaeróbia, devido ao grande aumento da freqüência respiratória e pela
sensação de dispnéia. A inalação de oxigênio a 100% não interfere na recuperação após o
exercício intenso nem melhora exercícios subseqüentes, pois não ocorre aumento no
transporte de oxigênio aos tecidos, que já está no seu limite máximo. Exercícios habituais não
alteram a função pulmonar de indivíduos normais e a capacidade ventilatória de atletas
ocasionais e indivíduos sedentários é bastante semelhante. Por outro lado, atletas bem
treinados apresentam maior capacidade ventilatória, devido ao melhor condicionamento da
sua musculatura esquelética. Exercícios físicos podem ser benéficos para pacientes com
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), devido às melhoras circulatórias, sendo que
para a melhora ventilatória desses pacientes deve haver treinamento específico da
musculatura ventilatória inspiratória.
4. Efeitos musculoesqueléticos do exercício dinâmico
A musculatura esquelética é composta de dois tipos de fibras: as fibras vermelhas (tipo I), que
possuem alto teor de mioglobina, mitocôndrias e grande capacidade oxidativa, e as fibras
brancas (tipo II), que têm capacidade contrátil mais rápida, mas menor teor de mioglobina, de
mitocôndrias e menor capacidade oxidativa. As fibras tipo II são subdivididas em subtipos IIa e
IIB com base nas suas propriedades enzimáticas e contráteis. As fibras vermelhas são
supridas por neurônios curtos e são ativadas preferencialmente durante trabalhos
prolongados e de baixa intensidade, sendo que as fibras brancas são mais adaptadas para
impulsos e exercícios de grande intensidade. Corredores de maratona possuem maior
abundância de fibras vermelhas, enquanto velocistas (100 m rasos etc.) possuem maior teor
de fibras brancas.
A fadiga muscular é causada por uma série complexa de fatores, incluindo isquemia, hipóxia,
depleção de substratos, acúmulo de catabólitos e acidose, além de alterações no mecanismo
de neurotransmissão e do sistema contrátil. A fadiga muscular limita o desempenho atlético e
predispõe a cãibras e mesmo a lesões musculares. Exercícios isotônicos aumentam a
resistência muscular e o treinamento pode aumentar o teor muscular de mitocôndrias e a
capacidade oxidativa a quase o dobro do usual, bem como maior densidade capilar, o que
aumenta a capacidade de extração de oxigênio do sangue pelos músculos. A musculatura
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cardíaca não apresenta capacidade igual à da musculatura esquelética para aumentar seu
desempenho e a capacidade miocárdica de bombear sangue com oxigênio limita a
intensidade do exercício. O treinamento isométrico aumenta a força muscular, o que melhora
o desempenho e a resistência, tanto em homens como em mulheres. Ocorre hipertrofia
muscular mas sem alterações no tipo de fibras ou no teor enzimático. Exercícios de
aquecimento ajudam a prevenir lesões aumentando a flexibilidade das fibras musculares e
todo aquecimento para exercícios rotineiros ou competitivos deve ser acompanhado de uma
sessão de estiramento de forma rotineira no início e de exercícios leves de esfriamento, após
o treinamento. O exercício muscular afeta outros tecidos, juntamente com o tecido muscular.
A coordenação e a eficiência devido ao melhor desempenho neuromuscular também ocorre,
juntamente com maior densidade do tecido ósseo e da rigidez dos tendões, embora o
exercício regular não diminua a intensidade da doença articular degenerativa.
5. Efeitos metabólicos do exercício dinâmico
O músculo esquelético contém uma reserva limitada de compostos com ligações fosfato de
alta energia, sendo que a quantidade disponível de ATP (adenosina trifosfato) e de CP
(creatina fosfato) é insuficiente mesmo para uma corrida de 100 metros rasos. Para a maior
oferta de energia, existem três fontes:o glicogênio muscular endógeno, a glicose sanguínea e
os ácidos graxos livres (AGL). Estes últimos originam-se dos depósitos musculares de
triglicerídeos ou do tecido adiposo. Normalmente o músculo esquelético contém cerca de 120
g de glicogênio e o fígado, 70 g. Essas duas reservas proporcionam um adicional de 600 kcal
de energia, o suficiente para uma corrida de quase 10 km. A glicose sanguínea proporciona
apenas mais 40 Kcal, enquanto o tecido adiposo de uma pessoa normal proporciona 100.000
Kcal de energia. Em repouso e durante exercícios de pequena intensidade, a energia é
fornecida por ambos, os ácidos graxos livres e o glicogênio muscular, ficando o tecido adiposo
como uma grande reserva. Durante o exercício, as catecolaminas liberadas estimulam a
lipase dos adipócitos, que agem sobre os triglicerídeos, liberando os ácidos graxos livres e o
glicerol. Essa mobilização pode aumentar em até seis vezes o teor normal do sangue. A
mobilização é acelerada pela cafeína, a qual pode poupar a utilização inicial do glicogênio.
Por isso, o consumo de café com alto teor de cafeína (p. ex., café solúvel), uma a duas horas
antes de uma grande corrida aumenta a oferta de energia, embora a utilização de substratos
não seja alterada pela cafeína durante o exercício.
Na célula muscular, os AGL são metabolizados em acetilCoA, a qual, na presença de
oxigênio, entra no metabolismo oxidativo das mitocôndrias (ciclo de Krebs). À medida que a
intensidade do exercício aumenta, a contribuição dos AGL diminui e a importância do
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glicogênio aumenta. Em níveis perto de 80% da capacidade máxima, o glicogênio contribui
em dobro em relação aos AGL, sendo mobilizado pela corrente circulatória de músculos
inativos para o tecido muscular em atividade. A utilização metabólica do glicogênio depende
da disponibilidade de oxigênio. Na sua presença, o glicogênio é metabolizado em piruvato, o
qual entra no processo de oxidação nas mitocôndrias pela via do ácido cítrico. Quando a
energia necessária não é obtida com a oferta de oxigênio (aeróbia), esta passa a ser gerada
anaerobiamente, via glicólise. O metabolismo anaeróbio é muito menos eficiente: 1 g de
glicogênio gera apenas 5% da energia gerada pela via aeróbia. Adicionalmente, o piruvato
não pode ser convertido em acetilCoA, sendo reduzido a lactato. Este causa acidose que
limita a atividade muscular, enquanto seu tamponamento com bicarbonato gera CO2, que leva
à taquipnéia para sua eliminação. Grandes intensidades de trabalho têm sua limitação
imposta pelo acúmulo de lactato. O treinamento aeróbico aumenta a capacidade de utilização
de AGL, preservando o glicogênio. Adicionalmente, um regime de depleção do glicogênio
muscular com vigoroso exercício e dieta pobre em carboidratos por três dias, seguida de um
programa de exercícios leves com dieta com alto teor de carboidratos por três dias, pode
duplicar as reservas musculares de glicogênio. Mesmo sem um programa de depleção prévio,
a dieta rica em carboidratos pode aumentar o conteúdo muscular de glicogênio em até 80%,
ao mesmo tempo que diminui a atividade da lipase lipoprotéica. A fibras musculares
vermelhas são as mais sensíveis a essas mudanças, que não aumentam a velocidade, mas
sim a resistência ao exercício (atividade superior a duas horas). Exceto o maior consumo de
carboidratos, outros nutrientes, calorias, água, vitaminas e eletrólitos não precisam ser
aumentados, podendo sua oferta ser igual às de indivíduo sedentário. A glicose sanguínea
forma uma reserva modesta de energia, mas o exercício aumenta a sua utilização periférica
em até 30% da necessidade total dos músculos, com maior liberação pelo fígado, por meio da
glicogenólise e gliconeogênese. A glicemia permanece normal ou aumenta levemente durante
o exercício discreto, mas hipoglicemia pode ocorrer caso a reserva hepática de glicogênio
seja esgotada e o exercício intenso e prolongado consuma o glicogênio sanguíneo e
muscular, surpreendentemente sem limitar o desempenho físico. As mudanças no
metabolismo da glicose ocorrem na dependência de complexas influências neuroendócrinas,
como aumento das catecolaminas circulantes, aumento da glicogenólise, da lipólise e dos
níveis de hormônio de crescimento, cortisol e glucagônio, associada a queda nos níveis de
insulina. A ingesta de glicose durante o exercício não aumenta a capacidade física, mas
retarda a depleção muscular de energia, postergando a ocorrencia de fadiga, aumentando a
resistência em exercícios longos. A ingesta de glicose antes do exercício causa aumento nos
níveis de insulina, o que impede a mobilização de energia, diminui a lipólise e a glicogenólise
hepática. O glicogênio muscular passa a ser o principal substrato para o exercício e pode ser
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depletado. A ingesta de frutose antes do exercício não causa esses efeitos metabólicos
indesejáveis, mas a frutose não aumenta nem melhora a utilização de substratos para energia
durante o exercício. Adicionalmente, a frutose pode causar distúrbios gastrintestinais. Por
isso, contrariando crenças e hábitos pouco científicos, todo atleta deve ingerir, no período de
duas horas antes de uma competição, apenas água, após uma dieta leve. A ingesta de
glicose após o exercício aumenta a síntese muscular de glicogênio e pode ajudar na
recuperação de exercícios prolongados. Durante o exercício a síntese protéica é deprimida e
produtos nutritivos populares entre atletas, contendo aminoácidos, proteínas, vitaminas,
fosfato e sais minerais não aumentam o desempenho físico. Exercícios físicos regulares
podem ajudar na prevenção do diabetes mellitus tipo II, pois além de haver maior ligação da
insulina a seus receptores, o tecido muscular aumenta a captação de glicose com níveis
menores de insulina. Como o exercício aumenta a tolerância a glicose em diabéticos,
pacientes em uso de insulina devem ter cuidados especiais e sempre orientação médica
adequada. O exercício aeróbico regular altera o peso corporal e a composição do organismo,
sendo que a natação é menos eficaz para diminuir o tecido adiposo do que o ciclismo ou
longas caminhadas. Com ingesta calórica constante, o aumento na atividade física produz
diminuição do peso corporal (uma caminhada de 50 km consome as calorias presentes em
meio quilo de tecido adiposo). Um programa de exercícios que reduza a quantidade de tecido
adiposo, pode aumentar a massa de tecido muscular, havendo pouca mudança no peso final
do indivíduo. O exercício físico, dependendo de sua intensidade, pode exercer um efeito
benéfico no metabolismo lipídico, pois aumenta os níveis de colesterol nas lipoproteínas de
alta densidade (HDL), o colesterol removível, tanto em homens como em mulheres normais
ou pacientes com doença isquêmica do coração devido a aterosclerose. Exercícios que
causam um aumento igual ou maior do que 75% da freqüência cardíaca máxima é o mínimo
necessário para o aumento do colesterol das HDL (HDL-C), como a prática de jogging numa
distancia de 10 ou mais km semanais. Quanto maior a atividade maior o aumento, até um
certo limite (p. ex., jogging de 70 km semanais). O importante é que o exercício seja periódico,
para manter elevados os níveis de HDL-C, que ocorre devido o menor catabolismo das
lipoproteínas HDL e maior transferência de lipídios para as lipoproteínas HDL. Exercícios
isométricos não possuem esse mesmo efeito benéfico, enquanto andrógenos anabolizantes
diminuem os níveis de HDL-C. Por outro lado, no exercício dinâmico, o colesterol total e as
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) diminuem, a não ser que ocorra ganho ponderal.
6. Efeitos hidroeletrolíticos do exercício dinâmico
Todo tipo de exercício produz hemoconcentração devido a perda de líquidos pelo suor e
extravasamento nos capilares. A grande quantidade de calor produzida pelos músculos é
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dissipada através do suor, sendo possível a perda de até dois litros por hora, em exercícios
intensos e em ambientes quentes. Como o suor é hipotônico, os níveis plasmáticos de sódio
aumentam (hipernatremia) e o mesmo pode ocorrer com o potássio (hipercalcemia) devido ao
efluxo do tecido muscular, mesmo na ausência de acidose sistêmica. A estimulação alfaadrenérgica contribui para o aumento do potássio sérico durante um exercício intenso,
enquanto mecanismos beta-adrenérgicos protegem contra a hipercalemia promovendo a
captação celular de potássio. Os níveis de potássio voltam ao normal poucos minutos após o
término do exercício. A diminuição do volume sanguíneo juntamente com o desvio do fluxo de
sangue dos rins para a musculatura esquelética produz grande diminuição do volume urinário
durante o exercício. O aumento da osmolaridade plasmática desencadeia a sede, sendo que
geralmente o volume ingerido é inadequado e incompleto durante eventos atléticos. A
depleção de volume prejudica o desempenho atlético e pode contribuir para a disfunção renal
e muitos treinadores limitam a ingesta de líquidos pelos atletas pelo temor de cãibras. Na
verdade, atletas toleram grandes quantidades de água durante breves pausas no exercício e
a ingesta de líquidos deve ser abundante. Soluções com glicose, sódio e potássio possuem
pouca eficácia em termos fisiológicos e a água é um excelente líquido para reposição.
Entretanto, em eventos extremos, como uma maratona de 50 quilômetros ou mais, a ingesta
de grandes volumes de água pode ocasionalmente produzir intoxicação pela água e grave
hiponatremia. A intoxicação pela água é improvável em exercícios com menos de seis horas
de duração. Atletas não necessitam de suplementação de potássio ou sal. Alterações nos
níveis de fosfato têm sido observada em competidores, mas a suplementação de fosfato não
interfere de forma consistente no desempenho atlético.
7. Efeitos psicológicos de exercício dinâmico
O exercício físico pode trazer grandes benefícios psicológicos ao ser humano, produzindo
estimulação e relaxamento psíquico. A melhora do humor, da auto-estima e da capacidade de
trabalho tem sido observada em pessoas saudáveis e em pessoas submetidas a reabilitação
cardíaca. Exercícios agudos aliviam a ansiedade e a tensão, embora a duração seja
temporária por duas a cinco horas. A atividade física reduz o risco de aparecimento de
depressão e a incidência de depressão em pacientes com predisposição diminui com a prática
de exercícios diários, além de haver uma melhor capacidade de adaptação ao estresse. Um
treinamento físico reduz a resposta simpaticoadrenal ao estresse em jovens e em pessoas
com personalidade tipo A. Durante o exercício físico ocorre alterações nos níveis plasmáticos
de monoaminas e de neuropeptídios no sistema nervoso central, causando profundas
mudanças nas funções neuroendócrinas. Inúmeras funções neurológicas, como respostas
visuais evocadas, condução nervosa periférica e tempo de reação aumentam com o bom
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condicionamento físico, enquanto os níveis de beta-endorfina plasmática aumentam no
exercício aeróbico agudo. O treinamento físico também pode diminuir o catabolismo das
endorfinas, sendo possível supor que as alterações nos níveis de peptídeos opióides
endógenos mediados pelo exercício físico podem causar mudanças subjetivas e do humor do
atleta, benéficas não apenas da atividade física, mas no perfil psicológico do indivíduo.
8. Longevidade e exercícios
Muitas alterações fisiológicas atribuídas ao processo de envelhecimento são semelhantes
àquelas da inatividade e falta de exercícios. Ocorre descalcificação óssea, diminuição na
capacidade de extração de oxigênio, no débito cardíaco, na massa de glóbulos vermelhos, na
tolerância a glicose e na massa muscular, a resistência periférica total e a pressão sistólica
assim como o colesterol plasmático aumentam. Todas essas alterações mórbidas do
sedentarismo podem ser revertidas pelo exercício. Embora não seja ainda conclusivo que o
exercício pode retardar as alterações fisiológicas do envelhecimento, informações sugestivas
existem. Embora a freqüência cardíaca máxima diminua com a idade, o volume sistólico pode
aumentar para manter o débito cardíaco no exercício, em pessoas idosas saudáveis e ativas.
A diminuição do consumo máximo de oxigênio relacionada com a idade é duas vezes maior
em pessoas sedentárias do que em pessoas ativas e mesmo treinamento leves em idosos
aumentam a capacidade de consumo de oxigênio em idosos. Grande parte da disfunção
cardiovascular atribuída à idade é causada pelo desuso ou doença. O exercício ajuda a
prevenir a diminuição da função vascular periférica relacionada à idade observada em
pessoas sedentárias. Um bom treinamento aumenta a tolerância a glicose e melhora os níveis
séricos de lipídios tanto em idosos como em jovens e exercícios regulares atenuam a
diminuição idade-dependente do metabolismo em repouso. A resposta muscular ao exercício
é semelhante a idosos e em jovens e exercícios são seguros em pessoas idosas desde que
simples precauções sejam adotadas. Caminhadas aumentam a capacidade aeróbica em
pessoas acima de 70 anos, para as quais não é recomendado o jogging. Programas caseiros
de exercício para idosos são eficazes e seguros e estudos demonstram que é possível maior
prevenção de doenças cardiovasculares com a prática de exercícios aeróbicos. Programas de
exercício isométrico são úteis em pessoas acima de 70 anos, para aumentar a força muscular.
9. Profilaxia da aterosclerose
O treinamento e a prática regular de exercícios pode modificar favoravelmente a ocorrência da
aterosclerose e fatores que a influem, como hipertensão arterial, hipercolesterolemia,
hipertrigliceridemia, hiperinsulinemia e estresse físico. Diversos estudos epidemiológicos com
milhares de homens e mulheres de diferentes faixas etárias são unânimes em evidenciar que
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o exercício regular reduz de forma significativa o risco de doença arterial coronariana,
enquanto a vida sedentária é um dos principais fatores independentes de risco. A atividade
física vigorosa reduz de forma significativa o risco de infarto do miocárdio fatal, principalmente
em adultos jovens. A prática de esportes no período escolar, seguida de abandono na vida
adulta não possui nenhum efeito protetor, devendo por isso ser continuada nos anos
subseqüentes. A proteção do exercício regular ocorre na presença ou ausência de outros
fatores de risco, prolongando de forma inequívoca a vida do indivíduo, reduzindo a
mortalidade, em ambos os sexos. Além de reduzir o risco de doença arterial coronariana a
atividade física diminui o risco de câncer de cólon, de câncer de mama e de neoplasias dos
órgãos reprodutores, desde que iniciado no período escolar e mantido de forma permanente.
Os fatores de risco coronariano podem ser classificados em termos de risco relativo por meio
da metaanálise, sendo o risco relativo da hipertensão arterial de 2,1, da hipercolesterolemia
de 2,4, do tabagismo de 2,5 e do sedentarismo de 3,0 a 8,0, comparando com pessoas
fisicamente ativas. Por essa razão, o sedentarismo constitui-se numa das principais causas
contribuindo para a epidemia de doença arterial coronariana nos países modernos.
10. Prevenção secundária da doença isquêmica do coração
A deambulação precoce e a diminuição no tempo de hospitalização dos pacientes com infarto
não complicado são condutas comprovadamente seguras e a permanência no leito por um a
três semanas podem causar efeitos deletérios sobre as repercussões fisiológicas do
organismo humano. Estas podem representar uma diminuição de 20 a 25% na capacidade de
trabalho, 10 a 15% da massa muscular e uma diminuição de 0,7 a 0,8 l de volume sanguíneo
circulante, o suficiente para causar hipotensão ortostática. Ao mesmo tempo ocorre um
aumento na viscosidade sanguínea, com maior risco de tromboembolismo e discreta
diminuição na capacidade vital e volumes pulmonares. A deambulação precoce previne todos
esses problemas e proporciona benefício fisiológico importante. Apenas a atividade física leve
é permitida ao paciente hospitalizado sendo que aqueles com isquemia recorrente,
insuficiência cardíaca congestiva, arritmias ou hipotensão devem fazer repouso completo e
receber tratamento clínico intensivo. Ao receber a alta hospitalar, todo paciente deve receber
instruções detalhadas sobre sua capacidade física, incluindo orientações sobre caminhadas,
subir escadas, atividade sexual e retorno ao trabalho. Testes de exercício submáximo podem
auxiliar na formulação de um programa específico de exercícios. Após dez a 20 semanas o
paciente pode estar apto para um programa mais intenso de exercícios. A maioria dos
programas de reabilitação aceita pacientes com angina estável, em recuperação de cirurgia
de derivação aortocoronariana e mesmo pacientes com significativos fatores de risco. Todos
os pacientes devem ser submetidos a rigorosa avaliação clinica e testes de esforço. As
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contra-indicações ao exercício são a angina instável, insuficiência cardíaca congestiva,
aneurisma aórtico, estenose aórtica importante ou estenose subaórtica hipertrófica,
regurgitação aórtica sintomática ou doença da válvula mitral, arritmias graves, hipertensão
arterial de difícil controle e hipotensão ou síncope ao exercício. O programa de exercícios
deve ser individualizado e feito sob rigorosa supervisão médica, durando em média três
meses, com a participação do paciente três vezes por semana. Cada sessão inclui uma etapa
de aquecimento, um tempo de exercícios de 20 a 40 minutos e um período de esfriamento. Os
exercícios geralmente são feitos na forma de longas caminhadas, jogging ou bicicleta
estacionária em intensidade suficiente para aumentar a freqüência cardíaca em torno de 70 a
85% da capacidade máxima determinada pelo teste de esforço. O paciente deve ser ensinado
a monitorar sua freqüência cardíaca e a reconhecer quaisquer problemas ou sinais destes.
Exercícios menos intensos para serem feitos em casa devem ser estimulados para o paciente
prosseguir após a conclusão de um programa mínimo de três meses sob supervisão médica.
A dieta pobre em gorduras e rica em carboidratos é benéfica para todo paciente
desenvolvendo um programa regular de exercícios. O abandono do tabagismo e o controle e
a prevenção de situações de estresse devem ser efetuados, com a participação de familiares
do paciente. A prática de exercícios não causa regressão na aterosclerose já estabelecida,
possuindo apenas papel profilático. Exercícios caseiros, sem supervisão médica, podem ser
realizados por pacientes de baixo risco, sendo importante orientação médica permanente dos
demais pacientes. Um programa de exercícios pode ser benéfico para produzir redução
sintomática e melhora funcional de doenças vasculares periféricas, em pacientes com
claudicação.
11. Prescrição de exercícios
Os mais necessitados de um programa regular de exercícios são os integrantes da população
geral que vivem de forma sedentária e supostamente saudável. Todo indivíduo sadio deve ser
motivado a realizar exercícios de forma regular, no mínimo três vezes por semana, após
avaliação médica. Esta avalia a história familiar de problemas coronarianos, hipertensão
arterial, acidentes vasculares cerebrais ou morte súbita, hábitos de vida (tabagismo,
sedentarismo, obesidade) e possíveis anormalidades cardiovasculares, pulmonares ou
vasculares periféricas. A glicemia de jejum, dosagem do colesterol e da creatinina podem ser
realizadas para uma avaliação mais ampla. Adultos jovens sem fatores de risco, sintomas ou
anormalidades clinicas não precisam de controle clinico, estando livres para praticar esportes
ou para a prática de atletismo. Indivíduos acima de 40 anos devem fazer um teste de esforço
antes do início de um programa vigoroso de exercícios, mesmo que sejam assintomáticos e
sem fatores de risco, ainda que em 80% dos casos os resultados sejam negativos e os custos
12
elevados. O teste é de grande utilidade para detectar possíveis arritmias induzidas pelo
exercício, estabelecer a freqüência cardíaca máxima para a prescrição do exercício e
determinar a capacidade de trabalho. Testes mais elaborados, como Holter ou ecocardiografia
são úteis na avaliação dos indivíduos com suspeita de anormalidades cardiovasculares na
história e exame clinico. O sucesso de um programa de exercícios depende da freqüência,
duração e intensidade do exercício. Pelo menos três sessões semanais devem ser feitas, num
esquema de dias alternados, sendo que cada sessão deve consistir em 15 a 60 minutos de
atividade aeróbica contínua. Indivíduos destreinados podem começar gradativamente com
tempos menores até atingir a duração ideal. Cada sessão de exercícios deve ser precedida de
"aquecimento" de cinco a dez minutos, com alongamento e caminhadas. Esses mesmos
exercícios podem ser feitos após o exercício, numa etapa de "esfriamento". O nível de
catecolaminas continua a subir após o exercício, podendo causar arritmias, razão pela qual
um
período
de
esfriamento
é
benefico,
principalmente
em
pacientes
idosos
ou
hipertensos/cardiopatas. A freqüência cardíaca que atinja 75 a 85% do máximo é aceita como
ótima para o treinamento e caso o teste de esforço não seja realizado num indivíduo normal, a
freqüência cardíaca máxima pode ser calculada subtraindo-se a idade do paciente de 220. Os
exercícios dinâmicos (isotônicos ou aeróbicos), nos quais um grande número de grupos
musculares são usados continuamente de forma rítmica e por períodos prolongados, são a
forma ideal. O Quadro 1 apresenta um roteiro para a prescrição de exercícios.
Prescrição de exercícios
1. Tipo de exercício: aeróbico, alongamento para flexibilidade, exercício de resistência para
tônus muscular.
2. Intensidade do exercício: moderada (capacidade de 50 a 75%), freqüência cardíaca (FC)
de 60 a 85% da FC máxima (FCM = 220 - idade).
3. Duração do exercício:25 a 45 minutos por sessão.
4. Freqüência do exercício:
- diário (com FCM menor que 65% da FCM e duração menor que 30 minutos)
- dias alternados (maior que 65% FCM e duração maior que 30 minutos)
5. Sessão de exercícios:
- aquecimento (3 a 5 minutos)
- condicionamento (15 a 40 minutos)
13
- resfriamento (2 a 5 minutos)
6. Evolução dos exercícios: constância diária, manter FCM, orientação médica mensal.
7. Cautelas com exercícios: dores musculoesqueléticas, dispnéia, claudicação, dor torácica,
tonteiras, náuseas, vômitos (diminuir intensidade).
12. Complicações do exercício
Raramente complicações podem surgir na realização de exercícios e todo indivíduo deve ser
instruído para possíveis sinais e sua prevenção. A própria realização adequada dos exercícios
(aquecimento, exercícios, esfriamento) ajuda a prevenir possíveis problemas. Para a maior
segurança, todo exercício realizado em academias, escolas e universidades deve se feito sob
a supervisão de um professor de educação física e de um médico experiente na área. O
Quadro 2 apresenta as alterações mais comuns causadas pelo exercício e possíveis
complicações, que são raras em indivíduos normais, mas passíveis de ocorrer em pacientes
que realizam exercícios físicos sem supervisão médica.
Alterações fisiológicas e complicações do exercício
Cardíacas
- Bradicardia
- Hipertrofia ventricular
- Angina, infarto e morte súbita (doença prévia)
- Arritmias (doença prévia)
- Ruptura aórtica (síndrome de Marfan)
- Miocardite (exercício durante infecções virais)
Pulmonares
- Broncodilatação (normais)
- Broncoespasmo (asmáticos, fazer uso prévio de medicação)
- Edema pulmonar (altas altitudes)
Alérgicas
- Fadiga, prurido, urticária generalizada, angioedema
- Anafilaxia (história de atopia, uso de medicação específica)
Gastrintestinais
14
- Pirose, náuseas, vômitos
- Diarréia
- Sangramento oculto (anemia ferropriva pode ocorrer)
Endocrinológicas
- Distúrbios menstruais (atraso da menarca, oligomenorréia, amenorréia)
- Osteoporose (amenorréia prolongada), fraturas
- Melhor controle da diabetes
- Hipoglicemia (diabetes insulino-dependente, prevenir com ingestão de leite, evitar álcool,
beta-bloqueadores)
Musculoesqueléticas
- Elevação de níveis de enzimas plasmáticas (CK)
- Rabdomiólise, mioglobinúria (exercício exagerado)
- Dores musculares, edema, induração
Genitourinárias
- Oligúria
- Proteinúria
- Hematúria microscópica (benigna)
- Incontinência urinaria (1/3 em exercícios intensos)
Hematológicas
- Anemia discreta
Térmicas
- Hipertermia
- Cãibras
- Desidratação
- Choque térmico (rubor, pele seca, desidratação, taquicardia, coma, convulsões) Emergência médica
Neurológicas
- Cefaléia (benigna)
Cutâneas
15
- Pele seca, queimaduras (exposição solar excessiva)
- Tinhas (sudorese)
Musculoesqueléticas (mais comuns)
- Entorses, deslocamentos
- Tendinite, bursite, fasciite
- Distensão e dor muscular
- Sinovite traumática
- Miosite, periostite
- Fraturas (quedas, traumatismos)
Conseqüentes ao uso de drogas e anabolizantes
- Anabolizantes aumentam massa muscular mas não a força
- Anabolizantes podem causar neoplasias hepáticas, intolerância à glicose, hipertensão
arterial, atrofia testicular, oligospermia, amenorréia, acne, alopécia
- O Comitê Olímpico (CO) proíbe anfetaminas e similares, cocaína, simpaticomiméticos
(vasoconstritores nasais), narcóticos, analgésicos, anabolizantes
- A cafeína foi excluída da lista do CO em 2004 bem como da Lista da Agencia Mundial
Contra as Drogas ( www.wada.org).
- Medicamentos como albuterol, terbutalina, cromoglicato, teofilina e corticosteróides podem
ser usados, desde que comunicados ao CO.
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