GEOGRAFIA
COMENTÁRIO DA PROVA DE GEOGRAFIA
Ao observarmos, de forma rápida, a prova de Geografia da segunda fase da UFPR 2014, notamos
abrangência nos assuntos abordados e o grau de dificuldade aguardado no concurso vestibular de toda
instituição de renome. Apresentou mapa, gráfico, textos para análise. Foi bom o equilíbrio entre as
geografias física e humana. Enaltecemos a cobrança de geografia do Paraná. As questões exigiram o
preparo e a atenção dos candidatos.
Uma observação mais cuidadosa, entretanto revela o que chamaremos de descuidos, situações
que mancharam a tradição de boas provas da segunda fase nos últimos anos. É o caso do erro no gráfico
e a subjetividade na questão 06, os descuidos da questão 10 (16 h “da tarde” / “fusos-horários”). A
questão 08 que cobrou a antiga e a nova ordem mundial (embora assunto importante, bem que o espaço
poderia ter sido ocupado por algo sobre os desdobramentos da Primavera Árabe, a crise nos EUA ou
Europa). Insistiu a UFPR em curvas de nível, urbanização, políticas industriais e aquecimento global,
deixando de lado, por exemplo, o Pré-Sal, a crise industrial brasileira, as migrações internacionais e
recursos hídricos.
Professores de Geografia do Curso Positivo
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Resolução
O traçado mais adequado é o “A”. Esse traçado é o mais adequado porque, mesmo mais longo e com
curvas (sinuoso), ele atravessa áreas com menores variações altimétricas e, considerando que o percurso
será utilizado por caminhões, proporcionará maior velocidade e menores gastos com combustíveis e
desgaste dos veículos.
Resolução
Os fatores que participam da formação dos solos estão relacionados ao intemperismo (ou meteorização).
São ações físicas, químicas ou biológicas que decompõem os extratos rochosos (rocha matriz). Esses
fatores sofrem interferências dos climas, formas de relevo e dos tipos rochosos. Posteriormente ao
intemperismo, os materiais rochosos decompostos são acrescidos de material orgânico, dando fertilidade
ao solo.
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GEOGRAFIA
Resolução
Seguem as denominações (identificação) de cada unidade e respectivas características para orientação da
aguardada resposta.
1. Baixada Litorânea
Também denominada planície costeira ou atlântica. São terras baixas que correspondem à menor das
porções em que é dividido o relevo do Paraná, representando cerca de 4% da área do Estado. A Baixada
Litorânea responde pelo litoral do Paraná.
Corresponde a uma planície recoberta por sedimentos recentes (cenozoicos) com baixas altitudes, entre o
nível médio do mar e 20 metros. Tem pouco menos de 100 km de extensão, situada entre as terras paulistas
e catarinenses, e larguras que variam entre 10 e 20 quilômetros.
A Baixada Atlântica é bastante recortada, com a presença do complexo de Suparagui e das baias de
Paranaguá e Guaratuba. Também são encontradas a Ilha do Mel e diversas praias, como a de Caiobá.
A Baixada Atlântica é recoberta pela mata Atlântica, tendo nas baias e praias a presença de mangues e
outras formações litorâneas.
2. Serra do Mar
Guarda o ponto culminante do Estado, o pico do Paraná com 1.922 metros. É constituído
predominantemente de rochas cristalinas antigas (granitos pré-cambrianos) e alguns depósitos
sedimentares de idades variadas (por exemplo: calcários paleozoicos e argilas cenozoicas).
3. Primeiro Planalto (ou de Curitiba)
É a menor e mais alta porção planáltica do Paraná.
O primeiro planalto apresenta duas subdivisões: a porção norte, mais acidentada e marcada pelo vale do rio
Ribeira; a porção sul, com altitudes menores (entre 850 e 950 metros) e largura com até 80 km, onde
predominam formas mais suaves com depósitos sedimentares da bacia do rio Iguaçu.
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Quanto à paisagem vegetal, a mata Atlântica caracteriza as formações da serra do Mar, caso da serra da
Graciosa. As araucárias (mata dos pinhais), originalmente, eram abundantes nas porções norte e sul.
4. Segundo Planalto (de Ponta Grossa ou dos Campos Gerais)
Estende-se da chamada escarpa devoniana (uma cuesta que forma um arco de São Paulo a Santa
Catarina, também denominada escarpa devoniada de São Luís do Purunã) até as escarpas da Serra Geral
(ou da Esperança). É caracterizado pelas formações de Vila Velha, das Furnas, da Lagoa Dourada e do
Buraco do Padre.
O segundo planalto paranaense é formado por sedimentos antigos (paleozoicos), com destaque para as
rochas de arenito e folhelhos. São encontrados registros fósseis, caso do mesossauro brasiliensis, e
combustíveis, como o carvão e xisto. Pertence à depressão periférica, com registro de processos erosivos
variados, como eólico, pluvial e até glacial.
A paisagem vegetal é caracterizada pelos campos abertos (gerais). Também ocorrem cerrados e áreas de
encostas e vales cobertas por florestas e matas ciliares.
O segundo planalto abriga o cânion Guartelá, considerado o 6º mais extenso do globo, com
aproximadamente 40 km de extensão. O Guartelá foi esculpido pelo rio Iapó que é afluente do rio Tibagi.
Tem largura máxima de 1 km e paredões com até 130 metros.
5. Terceiro Planalto (ou de Guarapuava)
É o maior dos planaltos paranaenses, ocupando 2/3 do Estado. Estende-se das escarpas da serra Geral às
margens do rio Paraná. São terras do planalto arenito-basáltico, com rochas sedimentares paleozoicas
recobertas por lavas vulcânicas do mesozoico. Destaca-se pela existência das terras roxas e pelo aquífero
Guarani.
A atividade vulcânica dessa área ocorreu por fendas, sem a formação do cone vulcânico. Esse derrame
está entre um dos maiores do globo e é conhecido por derrame de Trapp.
O terceiro planalto é o que apresenta as vegetações mais variadas, com florestas tropicais (Parque
Nacional do Iguaçu), cerrados, campos e manchas de pinhais.
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GEOGRAFIA
Resolução
Segue texto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para orientação da aguardada resposta.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto de unidades de conservação
(UC) federais, estaduais e municipais. É composto por 12 categorias de UC, cujos objetivos
específicos se diferenciam quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de
maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser utilizadas de
forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.
O SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das UC, de modo que sejam planejadas e
administradas de forma integrada com as demais UC, assegurando que amostras significativas e
ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas estejam adequadamente
representadas no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, o SNUC é gerido pelas três
esferas de governo (federal, estadual e municipal).
Além disso, a visão estratégica que o SNUC oferece aos tomadores de decisão possibilita que as UC, além
de conservar os ecossistemas e a biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem
uma efetiva melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um todo.
O SNUC tem os seguintes objetivos:
· Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
· Proteger as espécies ameaçadas de extinção;
· Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
· Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
· Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
· Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
· Proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
· Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
· Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento
ambiental;
· Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
· Favorecer condições e promover a educação e a interpretação ambiental e a recreação em contato com a
natureza; e
· Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/sistema-nacional-de-ucs-snuc
Acesso em: 03.12.2013
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Resolução
Há uma gafe nos dados do município “C”. No gráfico com leitos hospitalares constam 40 mil habitantes e no
de crimes 50 mil.
Da análise dos dados, temos:
Municípios
Leitos Hospitalares
Crimes
A
200 hab. por leito
100 crimes por hab.
B
50 hab. por leito
50 crimes por hab.
C
200 hab. por leito
50 crimes por hab. (considerando 40 mil hab.)
62,5 crimes por hab. (considerando 50 mil
hab.)
D
200 hab. por leito
50 crimes por hab.
Se considerarmos o número de habitantes por leitos hospitalares, a melhor condição é encontrada em B (50
habitantes por leito). Nos munícipios A, C e D, com 200 habitantes por leito, encontramos as piores
condições.
Se consideramos os crimes, a pior condição é vista em A, com 100 crimes por habitante. Em B, C e D com
menos crimes por habitantes as condições são melhores.
Com a gafe nos gráficos e a subjetividade dos dados (principalmente crimes que podem variar de pequenos
furtos a assassinatos) fica difícil (senão impossível) pontuar o melhor e o pior município. De modo geral,
concordando que a vida será melhor com mais leitos hospitalares por habitantes e menos crimes, o melhor
município é o B. Com menos leitos e mais crimes, o pior município é o A.
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GEOGRAFIA
Resolução:
O modelo de produção industrial responsável pela migração das indústria dos EUA para nações em
desenvolvimento foi a flexibilização da produção (Toyotismo). Fatores responsáveis foram: globalização,
terceirização, redução de custos.
Resolução
A mudança climática global é a alteração dos padrões atuais de temperatura e precipitação, com o
agravamento de ondas de frio ou calor, secas, enchentes e ciclones (furacões, tornados...).
Resolução
Argumentos dos “catastrofistas”: derretimento das geleiras, aumentos dos extremos climáticos (furacões,
enchentes...), extinção de espécies, aumento do nível dos oceanos.
Argumentos dos “céticos”: manifestações naturais, imprecisão dos dados, pequena capacidade de
intervenção da sociedade.
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GEOGRAFIA
Resolução
Seguem orientações para construção da aguardada resposta.
Ordem bipolar: disputas ideológicas = EUA (capitalista) x URSS (socialista). Contexto da Guerra Fria
(espionagem, corrida bélica...).
Ordem multipolar: disputas comerciais = principais “atores” EUA, Japão e União Europeia (mais
recentemente a China). Força no processo de globalização.
Resolução
Uma resposta satisfatória para essa questão deve constar que: os processos de industrialização e
mecanização do campo, sem a devida reforma agrária, favoreceram a concentração de terras e a dispensa
de mão de obra rural, levando ao forte êxodo rural. Nas paisagem urbanas, as consequências da
industrialização (que foi rápida) e do êxodo rural foram: favelização, desemprego, aumento da violência...
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GEOGRAFIA
Resolução
Quando os viajantes partiram de Brasília e São Paulo, em Los Angeles eram 14 h e em Berlim 23 h (do
mesmo dia). Os fusos horários funcionam respeitando o movimento de rotação terrestre, ocorrendo
aumento das horas para o leste e diminuição para o oeste a cada faixa de 15o de longitude (que
corresponde a 1 hora ou um 1 fuso horário). Os fusos horários, ou Tempo Universal Coordenado, tem por
referência o Meridiano de Greenwich (0o), sendo 12 fusos para leste e 12 fusos para oeste.
Obs.: Para resolver essa questão o candidato deveria saber que Brasília e São Paulo estão no segundo fuso
horário do Brasil (considerado fuso da Hora Oficial), atrasado três horas (três fusos a oeste) de Greenwich.
Lembrando que em setembro não há horário de verão. Então, Los Angeles no quinto fuso a oeste tem duas
horas a menos que as citadas cidades do Brasil. Berlim, no quarto fuso a leste tem 7 horas a mais que as
citadas cidades do Brasil.
Veja o esquema abaixo:
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