SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Av. Anhanguera, 5195 – Setor Coimbra – Goiânia – GO Fone: (62) 3201-4546 FAX: (62) 3201-4545 e-mail: [email protected] NOTA TÉCNICA N.º 12/ 2011 Assunto: Isolamento do vírus DENV 4 no estado de Goiás No dia 11 de novembro de 2011, o Laboratório de Saúde Pública Drº Giovanni Cyisneiros (Lacen-GO) notificou à Coordenação de Dengue e Febre Amarela a confirmação de um caso de dengue pelo sorotipo 4 do vírus (DENV 4). Esse caso foi identificado a partir de amostradas encaminhadas pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica do município de Aparecida de Goiânia. Após a realização da investigação, constatou-se que o caso é do sexo masculino, 15 anos, estudante, morador do bairro Independência Mansões, sem história de deslocamento para regiões brasileiras com circulação confirmada pelo sorotipo 4, portanto considerado caso autóctone (transmissão ocorrida no município de Aparecida de Goiânia). O município de Aparecida de Goiânia encontra-se em situação de alerta para ocorrência de uma epidemia de grande magnitude pelo sorotipo DENV 4, pois 100 % da população é susceptível a este vírus e ainda tem registrado a circulação simultânea do sorotipo DENV 1. O Índice de Infestação registrado no Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti no mês de novembro foi de 1,0%. No estado de Goiás, até novembro de 2011, já foram isolados os quatros sorotipos, DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4, com prevalência do DENV 1, 20,30% das amostras analisadas. Somente em 14 (9,92%) municípios dos 141 com transmissão confirmada por laboratório foi identificado o vírus circulante demonstrando falha no monitoramento viral na maioria dos municípios com transmissão (figura 1). O quadro epidemiológico do estado caracterizado pela ampla distribuição do Aedes aegypti associada à possível dispersão do sorotipo 4 para outros municípios goianos aponta para futuras epidemias de grande magnitude pelo sorotipo DENV 4. Neste momento é imprescindível intensificar as ações de controle vetorial e o monitoramento do sorotipo viral circulante em Goiás, principalmente nos municípios com transmissão viral e com indicadores entomológicos acima do preconizado. As estratégias a serem utilizadas em nosso estado de acordo com as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde (2009) seguem abaixo: Intensificação do monitoramento do vírus nos municípios com transmissão, assegurando coleta de material biológico (sangue total) de todos os casos graves e casos novos identificados através de busca ativa apresentando sinais e sintomas compatíveis a dengue, até o 5º dia de doença (conforme cota para isolamento viral estabelecidas por regional pelo LACEN/GO); Estruturar vigilância epidemiológica nas unidades de média complexidade (hospitais municipais CAIS e CIAMS); Monitoramento semanal dos indicadores epidemiológicos e entomológicos para identificação das áreas de maior risco, intensificação das ações de controle vetorial e avaliação do impacto das ações; Intensificação das ações de controle vetorial (mosquito adulto e larvas) com a ampliação da cobertura da nebulização espacial (fumacê) nos bairros limítrofes ao bairro do caso índice com isolamento do DENV 4,bairros de maior vulnerabilidade e região metropolitana; Intensificar as ações de controle vetorial, após identificação, estratificação e classificação de risco dos bairros, iniciando as atividades nas localidades com a classificação de maior vulnerabilidade para ocorrência de casos (muito alto alto médio baixo risco); Utilizar estratégias para redução das pendências: Estipular horários alternativos para visitar os imóveis fechados – fins de semana; Agendar horário de visita através de correspondência aos proprietários com utilização de 0800 ou telefone do Controle de Vetores; Estruturar as unidades de saúde com equipamentos, insumos, profissionais capacitados e leitos para observação em quantidade suficiente, como por exemplo: bebedouros, soro endovenoso, termômetros, poltronas para hidratação, tensiômetro (adulto e pediátrico), suporte para hidratação venosa, medicamentos, etc, de forma a garantir a resolutividade da atenção em saúde. Organizar a assistência assegurando prioridade no atendimento de acordo com classificação de risco; Implantar hidratação oral nas salas de espera das unidades de saúde; Intensificar as ações de mobilização social e de educação em saúde: buscar parcerias, divulgar os criadouros predominantes, total de doentes e as ações de controle, trabalhando de forma integrada com a equipe de controle de vetores, equipes da ESF e outros atores tais como Secretaria de Educação, Vigilância Sanitária, Secretaria de Obras e Limpeza Pública, Igrejas, Associações de Bairros, Ministério Público e Mídia Local; Obs: as amostras coletadas deverão ser acondicionadas em botijão de nitrogênio líquido ou freezer -70ºC e transportadas em botijão de nitrogênio líquido ou gelo seco e enviadas ao LACEN o mais rápido possível, devidamente identificadas. Figura 1 - Municípios com transmissão de dengue confirmada por laboratório. Goiás, 2011 Referência Bibliográfica Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Nota Técnica nº110/2010-CGPNCD/DEVEP. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 3p. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/nota_roraima_11_08_versao3.pdf. Acessado dia 13 de setembro de 2011. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Nota Técnica nº03/2011-CGPNCD/DEVEP. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a. 2p. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/isolamento_denv4_manaus.pdf. Acessado dia 13 de setembro de 2011. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Nota Técnica nº12/2011-CGPNCD/DEVEP. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011b. 2p. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/nt_para_denv4_18_01_11.pdf. Acessado dia 13 de setembro de 2011. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue. Balanço dengue. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011c. 12p. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/informe_dengue_072011.pdf. Acessado dia 13 de setembro de 2011. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Anexo VII, p 124 Equipe Técnica: Coordenação de Dengue e Febre Amarela/GVEDT/SUVISA/SES-GO Coordenação de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores /GVAST/SUVISA/SES- GO Seção de Virologia/Lacen/SES - GO Gerência de Atenção a Saúde e Coordenação de Média e Alta Complexidade/SPAIS/SES - GO Goiânia, 16 de novembro de 2011