IMPACTO ANIMAL SOBRE O COMPONENTE ABIÓTICO DO SOLO: CICLAGEM DE NUTRIENTES E COMPACTAÇÃO ALUNO: OLDAIR VINHAS COSTA PROF. DOMICIO DO NASCIMENTO JR. ZOO650-FORRAGICULTURA PRIMEIRO SEMESTRE DE 2000 1. INTRODUÇÃO O bom crescimento e desenvolvimento das plantas, os quais as levam a produzir grãos, fibras e outros produtos comerciáveis, dependem da harmonia de uma série de fatores ambientes. A absorção de nutrientes é um dos fatores importantes para que se tenham boas produções, e pode-se dizer que qualquer obstáculo que restrinja o crescimento radicular reduz tal absorção (CAMARGO e ALLEONI, 1997). Um solo fértil pode ser descrito como aquele no qual as condições existentes são favoráveis para o crescimento das plantas úteis à humanidade. Seis requisitos necessários para a planta são fornecidos pelo solo: primeiro, água; segundo, oxigênio; terceiro, temperatura (calor); quarto, espaço para as raízes (permeabilidade ao desenvolvimento radicular); quinto, pH da solução nos poros do solo, e, finalmente, em sexto lugar nutrientes, não se tratando neste caso da ordem de importância e sim da importância da ordem (Russel, 1913 citado por MARCOS, 1996). Segundo MARCOS (1996), atualmente em algumas instituições como a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e em todas as faculdades de Agronomia do Brasil, da Holanda, da Bélgica, da Alemanha, dos EUA, entende-se por fertilidade do solo a capacidade, a habilidade, o poder, a qualidade que tem o solo de fornecer nutrientes às plantas. E como complemento a essa noção incompleta de fertilidade, rotineiramente é acrescentada a afirmação de que também são importantes algumas propriedades físicas do solo. 1 Baseados neste conceito incompleto, grande parte dos programas voltados à recuperação de pastagens degradadas, apresentados por pesquisadores e técnicos da área, contemplam apenas ações que visão a recuperação das propriedades químicas do solo, por meio de adubações e correções, no sentido de aumentar as produções vegetais, ficando os aspectos ligados a parte física do solo esquecidos ou colocados em segundo plano. O manejo de solo em pastagem encontra-se incipiente, apesar de problemas bastante graves relacionados com a degradação das propriedades físicas dos solos cultivados com pastagem. A compactação ou adensamento de solos de pastagens cultivadas ou nativas é fato notório e generalizado. Atualmente, alguma preocupação já vem sendo notada porque, em muitas áreas, a produtividade das forrageiras vem diminuindo rapidamente. Sinais de degradação de pastagens são vistos nos mais variados locais e diferentes regiões. A infiltração de água no solo tem reduzido drasticamente, resultando em escoamento superficial de água e arraste de solo pela erosão. Com o adensamento do solo, começam aparecer áreas descobertas que tornam-se cada vez mais endurecidas, chegando a não ocorrer cobertura do solo sem que haja intervenção do homem (COSTA e JUCKSCH, 1992). Segundo COSTA et al. (1996), em áreas de agricultura intensiva tem sido observado degradação física do solo de forma bem generalizada. A estrutura do solo na camada arável tem se modificado para pior com rapidez variável em função das características de cada solo. Estes mesmos autores citando Costa (1985), afirmam que nos latossolos da região dos Cerrados e em outros solos similares, as propriedades físicas que inicialmente são boas degradam com o tempo de uso e as características químicas melhoram por adição de corretivos e fertilizantes ao longo do tempo de cultivo. Os autores representam esta situação utilizando um gráfico que representa a letra X (Figura 1), onde a inclinação das duas linhas que formam a referida letra indica a rapidez da degradação física e a melhoria das características químicas em função do tempo de cultivo de um dado solo. 2 Analisando o conceito de fertilidade do solo proposto por Russel, anteriormente mencionado, podemos notar que os requisitos necessários ao desenvolvimento das plantas estão diretamente ligados à estrutura do solo, que é definida, segundo BAVER et al. (1972), em termos da geometria de poros dada pela ordenação das partículas primárias (areia, silte e argila) e secundárias (microagregados) em certos modelos ou padrões estruturais. Sendo assim, todo o processo que venha a alterar este espaço pode comprometer o fornecimento de água, oxigênio, calor, e nutrientes às plantas vindo a afetar o desenvolvimento das mesmas. Limitação Física Química Tempo Figura 1 – Representação gráfica de degradação física e melhoria química de solos distróficos em função do tempo de uso do solo. 2. COMPACTAÇÃO DO SOLO Existem diversos fatores que ocasionam um crescimento deficiente do sistema radicular de plantas cultivadas, podendo ser citados: danos causados por insetos e moléstias, deficiências nutricionais, acidez do solo, drenagem insuficiente, baixa taxa de oxigênio, temperatura imprópria do solo, compactação do solo e dilaceramento radicular. Dentre estas limitações, a compactação do solo 3 toma, muitas vezes, dimensões sérias, pois ao causar restrição ao crescimento e desenvolvimento radiculares, acarreta uma série de problemas que afeta direta e indiretamente a produção das plantas (CAMARGO e ALLEONI, 1997). Segundo GROHMANN (1972), compacidade do solo é o arranjamento ou agrupamento cerrado das partículas primárias e ou secundárias, a mesma pode ser resultante da compactação ou do adensamento do solo. O adensamento está relacionado com a migração de partículas (processos pedogenéticos), enquanto que compactação resulta de processos mecânicos (pisoteio de animais, tráfego de máquinas e implementos agrícolas) sobre a superfície do solo. Para GUPTA e ALLMARAS (1987), compactação do solo refere-se à compressão do solo não saturado, na qual acontece um aumento da sua densidade em conseqüência da redução do seu volume, devido a expulsão do ar dos poros do solo. MANTOVANI (1987) caracterizou um solo como agronomicamente compactado, quando a proporção do volume total de poros, para um certo volume de solo, é inadequada ao máximo desenvolvimento de uma cultura ou manejo eficiente do campo. Já DANIEL e MARETTI (1990) conceituaram camada de solo compactada, como a faixa do perfil que, em sua extensão superficial ou subsuperficial, apresenta, devido a uma carga de compressão mecânica, um valor de densidade do solo maior do que no seu estado natural. Para uma mesma condição, o fator que governa a quantidade de deformação que poderá ocorrer no solo é a umidade (WARREN et al. 1986; Dias Junior, 1994 citado por DIAS JUNIOR, 1996). De acordo com COSTA et al. (1996), quando o solo está seco, parte da força utilizada no processo de compactação é consumida pelo atrito entre as partículas do solo. Nesta condição, para DIAS JUNIOR (1996), a capacidade de suporte de carga do solo pode ser suficiente para suportar as pressões aplicadas e a compactação do solo pode não ser significativa. Por outro lado, EDMOND, (1962b) e WARREN et al. (1986), trabalhando com efeitos do pisoteio animal sobre as propriedades físicas do solo, observaram que o pisoteio sobre o solo seco causou destruição mecânica dos agregados e compactou a camada superficial do solo. 4 Quando o solo está úmido, o arranjo é facilitado porque a água, apesar de não ser considerada lubrificante, facilita o arranjo das partículas durante a compactação. Se o solo estiver molhado e a água preencher os poros, a mesma é capaz de evitar que a massa do solo se arranje, já que ela é mais deformável que os sólidos e menos deformável que os gases que preenchem os poros dos solos com baixo teor de umidade (COSTA et al. 1996). Para WARREN et al. (1986), em solos molhados, a redução no espaço poroso total pode ser mínima, visto que a água é virtualmente incompressivel. Segundo Nichols e Clanton (1985) citado por VALLENTINE (1990) pastagens irrigadas freqüentemente, sobre solos com textura tendendo a franco/arenosa, pode não requerer a remoção total da carga animal. Por outro lado, em solos de textura média a pesada (argiloso), maiores aplicações de água por irrigação ou chuva muitas vezes requerem que os animais sejam temporariamente removidos da pastagem até que o solo esteja apto a suportar os animais sem o risco de sofrer impactos severos. De acordo com HILLEL (1982), a compactação aumenta a densidade do solo e a sua resistência mecânica e diminui a porosidade total, em relação ao tamanho e continuidade dos poros. Para este autor, reduções significativas ocorrem principalmente no volume dos macroporos, enquanto os microporos permanecem inalterados. Neste sentido, segundo MOURA FILHO e BUOL (1972), a compactação excessiva pode limitar a infiltração e redistribuição de água, trocas gasosas, e o desenvolvimento do sistema radicular. Para CAMARGO e ALLEONI (1997), outros atributos físicos do solo como aeração, temperatura e resistência mecânica à penetração são modificados afetando também atributos químicos (disponibilidade dos nutrientes para as plantas), biológicos (condições do solo para o desenvolvimento de microrganismos) e a região ocupada pelas raízes – a rizosfera. Ainda para esse autor, no final do processo, encontra-se a planta, que será, em suma, o retrato do sistema de manejo adotado. Além de todos estes efeitos adversos, a compactação do solo pode apresentar efeitos benéficos tais como melhoria do contato solo semente e aumento da disponibilidade de água em anos secos (DIAS JUNIOR, 1996). 5 Alguns trabalhos têm demonstrado que, uma leve compactação na superfície do solo pode aumentar a capacidade de retenção de água destas camadas. Trabalhando com retenção de água em solos com diferentes coberturas vegetais MIRANDA (1998) e COSTA (2000), encontraram uma ligeira superioridade nestes valores na camada superficial dos solos estudados, sob pastagem em relação a mata. Segundo BAUMGARTL e HORN (1991), a compactação é função da classe textural, da estrutura, do potencial de água bem como dos tipos e intensidades das cargas aplicadas. De acordo com LARSON et al. (1980), os solos podem ser divididos em grupos conforme a variação da sua densidade com a tensão a eles submetidos. Sendo assim, para estes autores, solos derivados de cinzas vulcânicas, mesmo sob altas pressões, apresentam densidades do solo relativamente baixas, devido à presença predominante da alofana como mineral de argila; solos altamente intemperizados, com alto teor de óxidos de ferro, apresentam densidades com valores médios sob baixas tensões e, devido ao seu baixo índice de compressão apresentam densidades do solo que variam de média a moderadamente altas a tensões elevadas; solos contendo argilas expansíveis possuem densidades médias a baixas tensões e densidades moderadamente altas a tensões elevadas; e solos de textura grosseira com tamanho variado de partículas, normalmente apresentam densidades altas em todas as tensões. Quanto mais argiloso um solo, maior a expressão das forças de coesão e adesão. Para solos com o mesmo teor de argila, quanto mais novo ele for, isto é, quanto menos intemperizado e mais rico em argilas mais ativas, maior vai ser a expressão das forças de coesão e adesão. Mas não é só a fração argila que é importante. Altos teores de silte e de areia muito fina favorecem ao encrostamento: uma forma de expressão de resistência (consistência) mecânica do solo, mais especificamente relacionada aos primeiros centímetros da superfície do solo (RESENDE et al. 1999). 3. CAUSAS E EFEITOS DA COMPACTAÇÃO EM ATRIBUTOS DO SOLO 6 As forças que atuam no solo podem ser classificadas como externas e internas (COHRON, 1971; CAMARGO e ALLEONI, 1997). Forças externas resultam do tráfego de veículos, animais ou pessoas, assim como do crescimento de raízes grandes que empurram as partículas do solo para forçar sua passagem, podendo até causar compactação. As forças internas resultam de ciclos, como congelamento e degelo, umedecimento e secamento, e expansão e contração da massa do solo. Quando expressas como pressão, essas forças provavelmente têm a mesma ação no sistema, não sendo necessária distinção entre elas (CAMARGO e ALLEONI, 1997). As forças externas resultantes da ação de pressões sobre determinada área, como o trânsito de tratores e animais, são as maiores causadoras da compactação do solo (SOUSA et al. 1998). Apesar da reduzida importância dada aos processos de degradação física do solo pelas instituições, empresas e técnicos que trabalham diretamente com os pecuaristas já há algumas décadas são inúmeros os trabalhos que mostram os efeitos negativos da compactação do solo, principalmente aqueles causados pelo tráfego animal. SOUSA et al. (1998) trabalhando com a influência da pressão exercida por pisoteio de animais na compactação do solo calcularam os valores da massa, área do casco e pressão de animais no solo (Quadro 1), mostrando que a pressão exercida pelo bovino foi 106,5% maior que aquela exercida pelo trator. Quadro 1 – Valores da massa, área do casco e pressão de animais do Vale do Pajeú, em Pernambuco. Animal Área média do Peso médio Pressão Porcentagem casco (m ) (kg) (Kpa) (%) Boi 0,103 400 190,3 100 Novilho 0,0057 200 171,9 90 Bezerro 0,0018 60 163,3 86 Eqüino 0,0076 250 161,2 85 Caprino 0,0016 35 107,2 56 2 7 Muar 0,0038 120 154,7 81 Asinino 0,0030 100 163,3 86 Trator -- -- 92,1 48 Fonte – SOUSA et al. 1998. De acordo com Watkin e Clements (1978) citados por GAGGERO (1998), dois aspectos requerem atenção no manejo animal sobre pastagens: a pressão de pastejo e a movimentação dos animais. Estes mesmos autores estimam a carga estática exercida pelos bovinos como variável entre 112 e 165 kPa, Durante a movimentação do gado a mesma se multiplica, sendo consideravelmente maior. As modificações de importância agronômica que ocorrem em solos compactados pela ação do pastejo, dizem respeito a fatores como; aumento da densidade do solo (HAVEREN, 1983; WILLATT e PULLAR, 1983) e da resistência mecânica à penetração radicular (NAETH et al., 1990; PROFFITT, 1995), redução da aeração (GRABLE e SIEMER, 1967; EAVIS, 1972; ALEGRE e LARA, 1991), alteração do fluxo de água (EDMOND, 1962b; WILLATT e PULLAR, 1983; AHMED et al. 1987) e calor (FERRERO, 1991; CAMARGO e ALLEONI, 1997), da disponibilidade de água (EDMOND, 1958a; PROFFITT et al., 1993) e nutrientes (NGUYEN, 1998), formação de crostas superficiais (PROFFITT et al., 1995), aumento da runoff e erosão (ALDERFER e ROBINSON, 1947; NGUYEN et al., 1998) e reduções no conteúdo de matéria orgânica (FERRERO, 1991). Num determinado tempo e local, um desses fatores pode tornar restrito o desenvolvimento das plantas, a depender do tipo de solo, da condição climática, da espécie e do estádio de desenvolvimento da planta (CAMARGO e ALLEONI, 1997). Os trabalhos que avaliam os efeitos do tráfego animal nas propriedades físicas do solo (ALDERFER e ROBINSON, 1947; EDMOND, 1958b; TANNER e MAMARIL, 1959; EDMOND, 1962a; CARVALHO, 1976; WARREN et al. 1986; FERRERO, 1991; ALEGRE e LARA, 1991; PINZÓN e AMEZQUITA, 1991; KONDO 1998; SHEATH e CARLSON, 1998; SINGLETON e ADDISON, 1999), mostram que, de maneira geral, a compactação ocorre nos primeiros centímetros do mesmo. Em trabalho sobre a compressibilidade de três latossolos em função da umidade e uso, KONDO e DIAS JUNIOR, (1999), mostraram, que o modelo 8 baseado na história de tensão do solo evidenciou o efeito da compactação causada pelas máquinas de preparo do solo na camada de 27-30 cm, enquanto que para a pastagem ficou demonstrado o efeito do pisoteio do gado na camada superficial de 0-3 cm. Soehne (1958), citado por GREENWOOD et al. (1997) mostrou que a distribuição do estresse (compactação) sob a mesma superfície pressionada vai depender da área de contato. Onde a área de contato é menor, por exemplo aquela promovida pelo casco de ovelhas, o estresse será confinado próximo à superfície do solo. Avaliando os efeitos da taxa de lotação, por um longo período (superior a 30 anos), nas propriedades físicas do solo, GREENWOOD et al. (1997), observaram que a compactação do solo provocada pelo pastejo de ovelhas limitou-se aos primeiros 5 cm do solo, mas mesmo assim, o pastejo excessivo resultou em redução da porosidade, aumento da densidade do solo e da resistência à penetração e consequentemente reduções na condutividade hidráulica saturada dos solos estudados, quando comparados aos solos das parcelas não pastejadas. CORREIA e REICHARDT (1995), trabalhando em um latossolo na Amazônia central sob condições de floresta primária e pastagens formadas com capim Brachiaria humidicola com diversos anos de uso, observaram que nos solos sob pastagens houve aumento da compactação e conseqüentemente impedimento mecânico do solo à penetração das raízes da gramínea estudada, na camada de 0-10 cm em função do tempo de pastejo. WARREN et al. (1986) analisando as respostas do solo ao pisoteio animal sob um sistema de pastejo rotacional intensivo, observou que os efeitos deletérios do pastejo tenderam a aumentar com o aumento da taxa de lotação. Segundo estes mesmos autores, apesar de alguns estudos (Goodloe, 1969; Savory e Parsons, 1980) evidenciarem que a movimentação dos animais pela pastagem melhora a taxa de infiltração e reduz os processos erosivos dos solos devido a quebra de crostas superficiais pelo impacto físico dos cascos dos animais no solo, sem com isso causar compactação; eles observaram que o pisoteio em solo seco causou destruição dos agregados de ocorrência natural e compactação na camada superficial do solo, já em solo úmido, houve uma deformação nos 9 agregados existentes levando a criação de crostas superficiais impermeáveis compostas de torrões de solo densos e instáveis. Um aspecto a ser considerado no estudo de compactação do solo é que os impactos causados por trafego de máquinas e principalmente dos animais pode ser reduzido pela presença da cobertura do solo. Segundo DIAS FILHO (1998), pastos formados com espécies cujo hábito de crescimento não proporciona eficiente cobertura do solo e que são relativamente exigentes em fertilidade, como o Panicum maximum, são normalmente mais suscetíveis à degradação precoce que os pastos formados com gramíneas com hábito de crescimento decumbente e menos exigentes em fertilidade do solo, como a Brachiaria humidicola. Tendo em vista o seu hábito de crescimento ereto, é importante ressaltar que o capim-colonião não cobre bem o solo, pois ele deixa entre as touceiras muito solo exposto. Quando a produção de capim é muito alta e o terreno plano, os detritos orgânicos ajudam, em parte, a cobrir o solo, protegendo-o, até certo ponto, contra o impacto direto das gotas de chuva. Nos locais mais inclinados o solo fica exposto. O encrostamento da superfície, num solo muito propício a isso, facilita ainda mais o processo de remoção deste. Nesses locais, empobrecidos em nutrientes, o capim-colonião, muito exigente, não vai tão bem, e isso agrava ainda mais o processo erosivo (RESENDE et al., 1993). WOOD e BLACKBURN (1984) trabalhando em solos sob pastagens com diferentes coberturas vegetais, observaram diferenças nos valores de densidade do solo nos diferentes ambientes, pastejados de forma semelhante, encontrando os maiores valores em áreas com comunidades de gramíneas que apresentavam menor crescimento. PINZON e AMEZQUITA (1991) em trabalho semelhante, observaram que a compactação do solo medida pela resistência à penetração foi maior entre 5 cm e 15 cm nos solos vegetados por Homolepis aturensis, e diminuiu em solos com Brachiaria decumbens. O esforço à penetração foi maior em terras de baixada e em solos argilosos, principalmente naqueles vegetados com H. aturensis. Ainda segundo estes autores, a B. decumbens, devido à sua maior densidade de raízes e pela cobertura que promove no solo, reduz a ação do pisoteio dos animais que promovem a compactação do solo. 10 Segundo Naeth et al. (1990) citado por NAETH et al. (1990), com a remoção da vegetação, pelo pastejo, o seu efeito amortecedor é reduzido fazendo com que o solo fique mais suscetível à compactação. Menores quantidades de matéria orgânica em tratamentos sob pastejo pesado, podem também provocar o mesmo efeito. 3.1. Efeito da compactação sob a ciclagem de nutrientes Considerando a reciclagem de minerais em um ecossistema da pastagem, a união com o solo assume importância crucial. Assim, é importante considerar a interação solo-planta-animal no contexto da ecologia do pasto (NASCIMENTO Jr. 1998). As plantas obtêm os nutrientes que necessitam através da absorção, pelas raízes, dos elementos existentes na solução do solo. A absorção destes nutrientes dá-se por três processos: intercepção radicular, fluxo de massa e difusão (Barber e Olson, 1968; Corey, 1973 citados por RAIJ, 1991). De acordo com RUIZ (1986), uma análise mais crítica questionaria o conceito de intercepção radicular, pois, na prática, esse processo não passaria de um mecanismo de fluxo de massa ou difusão, alterados pela menor distância percorrida e pelo maior gradiente de concentração do íon. O fluxo de massa está associado ao gradiente de potencial matricial provocado pela absorção de água pelas plantas. Assim, a concentração do íon na solução do solo e a taxa de transpiração do vegetal determinam a quantidade transportada por esse mecanismo. A difusão, pelo contrário, é devida ao movimento térmico, ao acaso, dos íons ou moléculas num meio líquido. O gradiente de concentração provoca um movimento maior de íons em direção aos pontos de absorção do que no sentido oposto (Barber, 1974 e Wild, 1981 citados por RUIZ, 1986). Segundo NOVAIS e SMYTH (1999), o suprimento de um nutriente, como o P, da solução do solo até a superfície das raízes, por meio do fluxo difusivo, é expresso pela Lei de Fick: F = - DAδ δ c/δ δx (Eq.1) em que F é o fluxo difusivo do nutriente, em moles s-1, através de uma superfície de área A, em cm2, proporcionado pelo decréscimo de sua concentração (δ δ c), em 11 moles cm-3, com o aumento da distância de transporte (δ δ x), em cm; D é denominado coeficiente de difusão, em cm2 s-1. A variável Aδ δ c/δ δ x é denominada gradiente de concentração, ao longo da distância de transporte de nutriente. O coeficiente de difusão, D, é definido pela equação: D = D 1θ f δ I/δ δQ (Eq.2) em que D1 é o coeficiente de difusão do elemento, em cm2 s-1; θ é o conteúdo volumétrico de água no solo, em cm3 cm-3; f é o fator de impedância, adimensional, variável conforme a tortuosidade da trajetória da difusão. A tortuosidade é variável conforme a textura do solo, uma vez que partículas maiores, como nos solos arenosos, aumentam a tortuosidade em relação às partículas mais finas, como nos solos argilosos; partículas mais finas permitem a trajetória mais retilínea do nutriente até a raiz. A compactação pode afetar o status de nutriente no solo, tanto por caminhos deletérios quanto benéficos. Desta forma, a compactação pode aumentar a taxa de movimentação dos nutrientes, para as raízes, por difusão e fluxo de massa. Por outro lado, pode resultar em um decréscimo na quantidade de nutrientes mineralizados provenientes da matéria orgânica do solo. Se a compactação aumenta a runoff e com isso reduz o conteúdo de água no solo, a área seccional de passagem disponível para a difusão decresce, reduzindo com isso, o fluxo difusivo, e talvez reduzindo o fluxo convectivo de nutrientes. De qualquer modo, se a entrada de água permanecer satisfatória e as práticas de manejo garantir uma fertilização adequada através do próprio uso de fertilizantes, uma compactação moderada pode não ser danosa para o status de nutrientes à planta (KEMPER et al., 1971). A influência da compactação na difusão de nutrientes (movem-se principalmente por difusão, no solo, íons que reagem com a superfície das partículas, como é o potássio em certas condições, e o fósforo) ainda não é muito clara. Existem experimentos nos quais a compactação aumenta, e outros nos quais ela diminui o coeficiente de difusão dos íons (CAMARGO e ALLEONI, 1997). 12 Segundo NOVAIS e SMYTH (1999), as menores respostas à adubação observadas em nossos solos, como os anos de cultivo, em boa parte, seriam resultantes da degradação das propriedades físicas desses solos, levando ao aumento de suas densidades e, como conseqüência, à adsorção de fósforo, preferencialmente ao fluxo difusivo (Figura 2). Com a compactação, aumenta a participação de microporos, com o aumento da energia de retenção da água no solo; aumenta a viscosidade da água e a interação de íons de fosfato e superfície dos colóides ao longo de sua trajetória de difusão, fazendo com que o fosfato tenha que se difundir cada vez mais próximo de superfícies positivamente carregadas, que o adsorvem. Para que o P continue chegando até às raízes, doses cada vez maiores terão de ser aplicadas, de modo que aumente a saturação por P nessas superfícies adsorventes e possibilite a manutenção do fluxo difusivo em níveis pelo menos razoáveis, em termos de demanda da planta (Figura 2). Nessas condições de degradação das propriedades físicas dos solos, há forte diminuição do fator de impedância, f, diminuindo o coeficiente de difusão, D (Eq.2) e, como conseqüência, o fluxo difusivo ( F) de P no solo (Eq.1). +++--++--+++--++ Compactação +++--++--+++--++ Difusão H2 PO4 - Raiz Adsorção +++--++--+++--++ +++--++--+++--++ Compactação FONTE – NOVAIS e SMYTH (1999) Figura 2. Efeito da compactação de uma amostra de um solo altamente intemperizado (com predomínio de cargas positivas) sobre o fluxo difusivo de fósforo no solo. 13 Trabalhando com resposta da soja e do eucalipto a fósforo em solos de diferentes texturas, níveis de densidade e de umidade, RIBEIRO (1999), observou que o fluxo difusivo do P nos solos estudados foi fortemente reduzido pelo decréscimo de umidade do solo ou pelo aumento da sua densidade, sendo que o aumento da densidade do solo foi mais prejudicial ao crescimento das plantas no Latossolo Vermelho-Escuro do que no Latossolo Vermelho-Amarelo. Avaliando as respostas de variedades de soja à compactação de camadas de solo, BORGES et al. (1988), observaram que as concentrações de fósforo, potássio e magnésio na parte aérea das plantas aumentaram, com a compactação, até a densidade de, aproximadamente, 1,0 g/cm3, caindo daí por diante. Todavia, a concentração de cálcio caiu linearmente com o aumento da compactação do solo. A compactação do solo reduz o espaço poroso total e consequentemente reduz a condutividade do solo quando saturado com água. A condutividade hidráulica de um solo não saturado, com umidade abaixo da capacidade de campo, é maior para um solo compactado do que para um solo não compactado devido ao aumento do número de poros pequenos, ao contrário do que acontece para a condutividade hidráulica do solo saturado (KEMPER et al., 1971). Para um mesmo solo, em condição não saturada, a diminuição do conteúdo de água provoca uma queda menos acentuada da condutividade hidráulica num solo compactado que num solo não compactado. Assim, por exemplo, se a condutividade do solo não saturado aumenta com a compactação, o fluxo de massa será maior, carreando mais rapidamente os íons da solução. Neste caso, por este mecanismo, a compactação aumentará o transporte de íons até a superfície absorvedora. Isto ocorre com o íon nitrato, por exemplo, dado que o fluxo de massa é muito importante para seu movimento (KEMPER et al., 1971; CAMARGO e ALLEONI, 1997). 14 MURPHY et al., (1995), em trabalho realizado para avaliar os efeitos do pastejo de bovinos e ovinos sob os organismos do solo, fertilidade e compactação, observaram que nas áreas pastejadas somente com carneiros (S) e naquelas pastejadas com uma combinação de bovinos e carneiros (CS), áreas que apresentavam um aumento relativamente pequeno na densidade do solo em relação a área pastejada apenas com bovinos (C), apresentaram tendência de aumento nos níveis de N,P,K, Ca e C na área S e nos níveis de N e K na área CS em relação a área C. Segundo estes autores, os maiores níveis de nutrientes nos solos pastejados por carneiros pode ser reflexo de uma distribuição mais uniforme das fezes e urina destes animais na área, comparada a distribuição promovida pelos bovinos que é uma deposição concentrada e desuniforme. Alem disso, os autores citam que a maior compactação na área C provavelmente afetou negativamente o desenvolvimento dos organismos do solo e o crescimento das raízes das plantas. O crescimento de plantas mais vigoroso, observado nas áreas pastejadas por carneiros provavelmente estaria ligado a uma maior ciclagem de nutrientes neste tratamento. Segundo NASCIMENTO Jr. (1998), na maioria dos ecossistemas de pastagens, N é o principal nutriente que limita o crescimento. Sabendo que este elemento não é um componente da rocha matriz e que grande quantidade de N2 na atmosfera não está disponível para as plantas vê-se que a reciclagem de nitrogênio no ecossistema é um importante regulador das produções primárias e secundárias (Kephart et al., 1995 citado por NASCIMENTO Jr. 1998). Desta forma, a compactação do solo, afetando o desenvolvimento dos organismos do solo, pode resultar em um decréscimo na quantidade de nutrientes mineralizados provenientes da matéria orgânica do solo alterando o processo de reciclagem deste e de outros elementos o que reduziria o seu fornecimento às plantas e, conseqüentemente, a produtividade do sistema. NASCIMENTO Jr. 1998, em revisão sobre degradação de pastagens e critérios para avaliação, menciona que ao manter uma taxa de lotação mais ou menos constante nos anos de exploração, a cada ano essa pressão de pastejo será cada vez maior, em razão da recuperação cada vez menor do pasto a cada 15 estação de crescimento, dada pela incapacidade de recuperação da planta fazendo com que a pastagem comesse a apresentar os primeiros sinais de deterioração. Nesse ponto, o “pool” de nutrientes disponíveis para o crescimento da planta será tão baixo que não propiciará a recuperação da pastagem nos níveis exigidos pelo consumo dos animais. 3.2. Resposta das plantas à compactação do solo O efeito da compactação no rendimento das culturas ainda não está muito claro. Há experimentos em que a compactação leva à redução e outros em que leva ao aumento de rendimento (BORGES et al., 1988). Rosemberg (1987), citado por BORGES et al. (1988) afirma que o rendimento das culturas em solos compactados depende da classe de solo, da atividade de argila, da umidade, das espécies e , mesmo, da variedade. O impedimento mecânico que restringe ou inibe o crescimento radicular pode ser expresso em termos de densidade do solo (TAYLOR e GARDNER, 1963). Para o mesmo solo, quanto mais elevada for a densidade, maior será a sua compactação, menor a sua porosidade total e, conseqüentemente, maiores serão as restrições ao desenvolvimento das plantas (KIEHL, 1979). Para este mesmo autor, as amplitudes de variação das densidades de solo situam-se dentro dos seguintes limites médios: solos argilosos, de 1,00 a 1,25 g cm-3; solos arenosos, de 1,25 a 1,40 g cm-3; solos humíferos, de 0,75 a 1,00 g cm-3; e solos turfosos, de 0,20 a 0,40 g cm-3. Desenvolvendo trabalho sobre densidade do solo e penetração de raízes, VEIHMEYER e HENDRICKSON (1948) mostraram que a capacidade das raízes de penetrar solo compactado varia de solo para solo e mesmo de planta para planta. Quase sempre o valor-limite situa-se em torno de 1,75 g cm-3 para solos arenosos e 1,45 g cm-3 para solos argilosos. Em relação às raízes de girassol, estes autores observaram que elas não penetraram em alguns solos com densidades do solo entre 1,7 e 1,8 g cm-3, e a restrição ao crescimento foi total em todos os solos estudados, quando a densidade foi igual ou maior que 1,9 g cm-3. 16 Avaliando a capacidade das raízes de plantas jovens de aveia de penetrar em poros de diversos diâmetros e diversos graus de rigidez, WIERSUM (1957) encontrou dados que indicam que tais raízes só penetraram poros cujo diâmetro é maior que os das raízes muito jovens, uma vez que a plasticidade da ponta de raízes jovens não lhe permite contrair-se para se introduzir em um poro mais estreito. GLINSKI e LIPIEC (1990) observaram que impedimentos mecânicos na superfície do solo resultaram em uma acumulação superficial de raízes de “bluegrass”, milho e cevada e também afetaram a distribuição vertical e horizontal de raízes de milho ao longo de todo o perfil do solo. Segundo estes autores, esta acumulação pode promover distribuição desuniforme de nutrientes e, ao mesmo tempo, exaustão das camadas superficiais. Quando os obstáculos mecânicos localizavam-se na base da camada arável, houve redução na densidade das raízes do milho não só na área compactada, como também ao longo de todo o perfil. Para estes autores, estas alterações na proliferação e no crescimento das raízes dentro do perfil do solo afeta a assimilação de água e nutrientes pelas plantas. Apesar dos efeitos da compactação nos solos sob pastagens ficarem restritos à camada superficial dos mesmos, diversos autores tem mostrado que a resistência dos solos à penetração das raízes reduzindo a capacidade de elongação da mesma se constitui no principal fator causador de reduções na produtividade das gramíneas forrageiras. FERRERO (1991), avaliando o efeito da compactação do solo provocada pelo pisoteio animal no desenvolvimento de duas espécies de gramíneas (Lolium perenne e Phleum pratense) com diferentes taxas de estabelecimento e suscetibilidade ao pisoteio do solo, observou que a compactação afetou o desenvolvimento das gramíneas reduzindo a produção de matéria seca e elongação de raízes. Em ambas as espécies avaliadas houve concentração de raízes até a profundidade de 5 cm, sendo este efeito mais pronunciado na parcela mais compactada. Os efeitos da compactação foi mais marcante para a P. pratense do que para o L. perenne. Com o objetivo de avaliar alguns efeitos das condições físicas do solo sob o crescimento de azevém EDMOND (1958b), 17 promoveu vários níveis de compactação num solo franco siltoso até chegar em uma condição extrema de selamento. Os resultados mostraram que num nível de compactação menor o crescimento do azevém foi aparentemente favorecido. Segundo o autor, em virtude da textura do solo estudado, esta compactação foi necessária para o bom crescimento das plantas. Por outro lado, quando o solo apresentou-se selado, o crescimento do azevém foi reduzido, pois o selamento provavelmente restringiu a difusão gasosa do solo, afetando a oxigenação do mesmo. BRYANT et al. (1972), em trabalho sobre os efeitos do pisoteio de bovinos sobre a produção de “Bluegrass” e a compactação do solo, observaram que à medida que a pressão de pastejo aumentou houve um decréscimo na produção de forragem. Para estes autores esta redução pode, parcialmente ser atribuída, à resistência do solo ao desenvolvimento das raízes. TANNER e MAMARIL (1959), trabalhando em solos sob pastagem compactados pelo tráfego animal, observaram que a compactação em um solo de textura fina reduziu severamente o espaço poroso aberto à aeração e causou um decréscimo de 20% na produção de alfafa durante o primeiro ano de pastejo. SILVA et al. (1992) avaliando o comportamento de cinco gramíneas forrageiras (capims gordura, andropogon, colonião, tobiatan e braquiária), cultivadas por 60 dias, em vasos que receberam amostras de solo, que foram compactadas em diferentes níveis de densidade (0,85 a 1,25 g/cm3), observaram que o capim-gordura, seguido pelo capim-colonião, apresentou maior restrição ao crescimento do sistema radicular nas camadas compactadas. Nas demais espécies, o sistema radicular cresceu e atravessou o solo compactado, mesmo na maior densidade. Segundo PINZÓN e AMÉZQUITA (1991), em geral, o pisoteio dos animais compacta o solo nos primeiros 15 cm, ocasionando uma severa diminuição no movimento interno de água e um aumento na densidade do solo; isto traz como conseqüência uma diminuição na porosidade e trocas desfavoráveis na relação soloágua-ar que afetam o desenvolvimento das raízes das plantas e a sua produtividade. 18 4. FORRAGEIRAS COMO UM FATOR DE RECUPERAÇÃO DE SOLOS COMPACTADOS As pastagens, além de terem grande potencial na produção de alimentos, representam uma forma racional de conservação e recuperação de solos degradados. Apresentam, por razão da cobertura do solo, uma proteção contra o impacto da gota de água da chuva, evitando a destruição superficial do solo. Leva a aumentos da taxa de infiltração, reduzindo o escoamento superficial e atenuando o fenômeno da erosão. O manejo do solo através do uso de pastagens conduz a uma interação de fatores de natureza química, física e biológica do solo, de forma contínua e simultânea, de tal maneira que, modificações em qualquer um desses fatores provocarão mudanças nos demais MORAES (1993). SILVA e MIELNICZUK (1997), estudando o efeito de plantas (densidade de raízes) sobre a formação e estabilização de agregados, em Latossolo Roxo e Podzólico Vermelho-escuro, ambos textura argilosa, observaram que a densidade de raízes teve alta correlação com a formação e estabilidade de agregados, nas áreas de gramíneas. A elevada densidade de raízes e as condições por elas desenvolvidas foram responsáveis pela melhor agregação de tais solos, uma vez que a alta densidade de raízes promove aproximação de partículas pela constante absorção de água do perfil de solo. As periódicas renovações de raízes do sistema radicular e a uniforme distribuição de exsudados no solo estimulam a atividade microbiana, cujo sub produto atua na formação dos agregados. KONDO (1998), trabalhando com a compressibilidade de três latossolos sob uso com cultura anual, mata natural e pastagem, observou que os solos sob a condição de cultura anual foram mais suscetíveis à compactação do que aqueles sob mata natural e pastagem, devido à sua menor capacidade de suporte de carga para uma mesma faixa de umidade. Em trabalho sobre sustentabilidade de agroecossistemas, ALVARENGA e DAVIDE (1999) comparando ambientes de cerrado, pastagem nativa, pastagem plantada com 10 anos de uso, culturas anuais e reflorestamentos de eucalipto com 1 e 15 anos também observaram que o agrossistema culturas anuais foi o que se apresentou mais alterado no que diz 19 respeito às características físicas do solo, demonstrando, de maneira geral, degradação da sua qualidade. Observando os resultados obtidos por estes autores, pode-se constatar que, no que diz respeito a alterações nas características físicas do solo, os ambientes de pastagem não diferiram estatisticamente dos ambientes de cerrado e reflorestamento, o que sugere que na área estudada o ambiente de pastagem é altamente conservador. Utilizando solos com características físicas homogêneas, em condições de umidade parecida e com taxas de lotação variadas, para avaliar a recuperação de solos compactados sob pastagens STEPHENSON e VEIGEL (1987), observaram que, nas áreas com taxa de lotação considerada normal (10 animais/ha) o pasto recuperou 58% da sua densidade, em relação a parcela não compactada, em 12 meses, após a retirada dos animais da área. Neste mesmo período, na parcela onde foi colocada uma elevada taxa de lotação (40 animais/ha), o solo recuperou 32% da sua densidade e após 16 meses de descanso ambas as parcelas estavam com densidade do solo com valores mais elevados que a parcela de controle apenas 9%. Em trabalho semelhante, GREENWOOD et al. (1998) examinaram o potencial de regeneração natural das propriedades físicas degradadas de solos, após a exclusão do pastejo, e observaram que depois de dois anos e meio houve um significativo aumento da condutividade hidráulica não saturada dos solos estudados quando comparados aos tratamentos de controle que continuavam sendo pastejados. A condutividade hidráulica não saturada e a densidade do solo das camadas superficiais das parcelas não pastejadas, foram comparáveis a pastagens não utilizadas há 27 anos. Segundo estes autores, a recuperação natural das propriedades físicas do solo nas áreas estudadas, foi devido à atividade biológica e ciclos de umedecimento e secagem na ausência do efeito compactação do pisoteio animal. Trabalhando em uma área com um histórico de cultivos sucessivos e pastejo de mais com mais de 15 anos de uso, que causaram a degradação do solo, BRIDGE et al. (1983) avaliaram o comportamento de espécies de leguminosas introduzidas em pastagens nativas, após a queima das mesmas. Os autores observaram que a introdução de leguminosas, permitiram a formação de 20 pastagens bem estabelecidas que promoveram uma melhor cobertura dos solos e a formação de camadas substanciais de litter, melhorando a estrutura do solo, pelo aumento na quantidade de macroporos e consequentemente aumentos na sortividades e nas taxas de infiltração de água no solo. Neste trabalho foi também observado que determinadas espécies de leguminosas, em combinação, foram mais eficientes em melhorar a estrutura dos solos que outras. BELL et al. (1997), avaliando o comportamento de espécies de gramíneas (Penisetum clandestinum e Chloris gayana) na recuperação de áreas degradadas, cultivadas intensivamente com uso de máquinas, por vários anos, observaram que as pastagens melhoraram significativamente a fertilidade física dos solos estudados, num período entre 2 e 4 anos. Os efeitos mais significativos foram a melhoria da macroporosidade, tanto em superfície quanto em subsuperfície e a redução na formação de crostas superficiais, devida à melhora na estabilidade dos agregados, além da melhoria na taxa de infiltração de água no solo. Ainda segundo os autores, a pastagem foi capaz de melhorar a compactação das camadas do solo até uma profundidade de 15 cm, melhorando significativamente a condutividade hidráulica nestas camadas. O P. clandestinum foi a espécie mais efetiva em superar a infertilidade física do solo, particularmente em termos de melhorar a estabilidade dos agregados, esta gramínea foi capaz de restaurar as propriedades físicas do solo em apenas 2 anos. NOVAIS e SMYTH (1999), exemplificando o que seria considerado condição física desejavelmente tamponada, ou com alto poder de recuperação, citaram Smyth e Cassel (1995) que em trabalho de recuperação de pastagem, submetidas a diferentes intensidades de pastejo, em experimento de longa duração, concluíram que o poder de recuperação de algumas associações solopastagem da região amazônica é suficiente para recuperar propriedades físicas de solos submetidos a pastagens degradadas pelo super-pastoreio. Diante de todas as considerações feitas neste trabalho, com relação a compactação e seus efeitos nos solos e nas plantas em ambientes pastoris, bem como em relação aos efeitos benéficos que as gramíneas podem promover nos solos quando bem cultivadas, podemos 21 argumentar que os problemas relacionados às propriedades físicas do solo, nestes ambientes (excetuando-se os de ocorrência natural), estão muito mais ligadas ao mau uso dos seus recursos pela falta de estratégias eficazes no manejo dos mesmos, do que somente pelas pressões causadas pela necessidade de implantação e uso destes sistemas. Sendo assim, o uso de técnicas elaboradas que consigam integrar as necessidades dos fatores homem, animal, planta e meio físico, tentando sempre se aproximar do máximo ótimo, seria uma solução viável e que poderia garantir a sustentabilidade destes sistemas, principalmente no que se refere a física de solos. NEATH et al. (1990) trabalhando com impactos da compactação provocados pelo pisoteio animal, sugerem que pessoas que trabalham com o manejo de pastagens, poderiam utilizar regimes de pastejo seletivos, que mantivesse a superfície do solo em condições de suportar as forças de compactação promovidas pelo pastejo, evitando com isso alterações na densidade do solo e na resistência à penetração que são danosas ao desenvolvimento das plantas. Segundo os autores, estes regimes de pastejo mantem altos níveis de matéria orgânica no solo, litter e cobertura vegetal que promove um efeito amortecedor efetivo entre o solo e o pisoteio animal minimizando os principais fatores da compactação. 5. LITERATURA CITADA AHMED, H., ABDEL-MAGID, A.H., SCHUMAN, G.E., HART, R.H. Soil bulk density and water infiltration as afeccted by grazing systems. J. Range Maneg. 40:307-309. 1987. ALDERFER, R.B., ROBINSON, R.R. Runoff from pastures in relation to grazing intensity and soil compaction. Jour. Amer. Soc. Agron. 39:948-958. 1947. ALEGRE, J.C., LARA, P.D. Efecto de los animales en pastoreo sobre las propiedades físicas de suelos de la región tropical húmeda de Perú. Past. Trop., 13(1): 18-23, 1991. 22 ALVARENGA, M.I.N., DAVIDE, A.C. Características físicas e químicas de um Latossolo Vermelho-Escuro e a sustentabilidade de agrossistemas. R. Bras. Ci. Solo, 23: 933-942, 1999. BAUMGARTL, Th., HORN, R. Effect of agregates stability on soil compaction. Soil Till. Res., Amsterdam, v. 19, p. 203 – 213, 1991. BAVER, L.D., GARDNER, W.H., GARDNER, W.R. Física de suelos. Mexico, UTEHA, 1972. 529p. BELL, M.J., BRIDGE, B.J., HARCH, G.R., ORANGE, D.N. Physical rehabilitation of degraded krasnozems using ley pastures. Aust J. Soil Res., 35:1093113.1997. BORGES, E.N.; NOVAIS, R.F.; REGAZZI, A.J.; FERNADES, B.; BARROS, N.F. Respostas d variedades de soja à compactação de camadas de solo. Ceres, 35: 553-568, 1988. BRIDGE, B.J., MOTT, J.J., WINTER, W.H., HARTIGAN, R.J. Improvement in soil structure resulting from sown pastures on degraded areas in the dry savanna woodlands of Northern Australia. Aust. J. Soil Res., 21:83-90, 1983. BRYANT, H.T., BLASER, R.E., PETERSON, J.R. Effect of trampling by cattle on bluegress yeld and soil compaction of a Meadowville Loam. Agron. J., 64:331334, 1972. CAMARGO, O. A., ALLEONI, L. R. F. Compactação do solo e o desenvolvimento das plantas. Piracicaba: Camargo, O. A., Alleoni, L. R. F, 1997. 132p. CARVALHO, S.R. Influência de dois sistemas de manejo de pastagens na compactação de uma terra roxa estruturada. Piracicaba: ESALQ, 1976. 89p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 1976. COHRON, G.T. Forces causing soil compaction. In: BARNES, H.K. et al. Compaction of agricultural soils. Michigan: The American Society of Agricultural Engineers, 1971. p.106-122. 23 CORREA, J.C., REICHARDT, K. Efeito do tempo de uso das pastagens sobre as propriedades de um latossolo amarelo da amazônia central. Pesq. agropec. bras., 30:107-114. 1995. COSTA, L.M. JUCKSCH, I. Dia de campo sobre manejo e conservação de solos. Capinópolis – MG: Boletim técnico. CEPET/UFV, 1992. 28p. COSTA, L.M., JUCKSCH, I., GJORUP, G.B. Fertilidade e manejo de solos. In: Curso de especialização por tutoria à distância., Brasília-DF, ABEAS, 1996. 61p. COSTA, O. V. Cobertura do solo e degradação de pastagens em área de domínio de Chernossolos no sul da Bahia. Viçosa: UFV, 1998. 162p. Tese (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, 1998. DANIEL , L. A. & MARETTI, H. J. Avaliação de camada de solo compactado e análise de crescimento de plantas. In: IV Ciclo de estudos sobre Mecanização Agrícola. Campinas, Fundação Cargil, 1990, 265 p. DIAS FILHO, M.B. Pastagens cultivadas na amazônia oriental brasileira: processos e causas de degradação e estratégias de recuperação. In: DIAS, L.E., MELLO, J.W.V. (Eds.). Recuperação de áreas degradadas. Viçosa: UFV, Departamento de Solos; Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas, 1998. p.135-147. DIAS JÚNIOR , M. de.S. Notas de aula de física do solo. Lavras-MG. 168p.1996 EAVIS, B.W. Soil physical conditions affecting seedling root growth. I. Mechanical impedance, aeration and moisture availability as influenced dy bulk density and moisture levels in a sandy loam soil. Plant and Soil 36:612-622, 1972. EDMOND, D.B. The influence of treading on pasture a preliminary study. N. Z. J. Agric. Res., 1:319-328, 1958a. EDMOND, D.B. Some effectes of soil physical condition on ryegrass growth. N. Z. J. Agric. Res., 1:652-659, 1958b. EDMOND, D.B. Effectes of treading perennial ryegrass (Lolium perenne L.) and white clover (Trifolium repens L.) pasture in winter and summer at two soil moisture levels. N. Z. J. Agric. Res., 1:265-276, 1958a. 24 EDMOND, D.B. Effectes of treading pasture in summer under different soil moisture levels. N. Z. J. Agric. Res., 6:389-395, 1958b. FERRERO, A.F. Effect of compaction simulating cattle trampling on soil physical characteristics in woodlan. Soil Tillage Res. 19:319-329. 1991. GAGGERO, M. R. Alterações das propriedades físicas e mecânicas do solo sob sistemas de preparo e pastejo. Porto Alegre, UFRGS, 1998, 124p. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) – Univeresidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998. GLINSKI, J., LIPIEC, J. Soil physical conditions and plant roots. Boca Raton: CRC Press, 1990. 250p. GRABLE A.R., SIEMMER, E.G. Effects of bulk density, agregate size, and soil water suction on oxigen diffusion, redox potentials, and elongation of corn roots. Soil Sci. Soc. Amer. Proc., 32: 180-186, 1968. GREENWOOD, K.L., MACLEOD, D.A., HUTCHINSON, K.J. Long-term stocking rate effects on soil physical properties. Australian Journal of Experimental Agriculture, 37: 413-19, 1997. GREENWOOD, K.L., MACLEOD, D.A., SCOTT, J.M., HUTCHINSON, K.J. Changes to soil physical properties after grazing exclusion. Soil use and Management.. 14:19-24. 1998. GROHMANN, F. Compacidade. In: MONIZ, A.C. (Cood.), Elementos de pedologia. São Paulo, 1972. p. 93-99. GUPTA, S. C., ALLMARAS, R. R. Models to assess the susceptibility of solil to excessive compaction. Adv. Soil Sci., 6:65-100, 1987. HARVEREN, B.P.V. Soil bulk density as influencied by grazing intesity and soil type on a shortgrass prairie site. J. Range. Maneg. 36:586-588. 1983. HILLEL, D. Introduction to soil physics. San Diego, Academic, 1982. 264p. KEMPER, W. D., STEWART, B. A., PORTER, L. K. Effects of compaction on soil nutrient status. In: BARNES, H. K., CARLETON, W. M., TAYLOR, H. M., THROCKMORTON, R. I. VANDEN BERG, G.E. Compaction of agricultural soils. Michigan: The American Society of Agricultural Engineers, 1971. p.292297. 25 KIEHL, E.J. Manual de edafologia – relações solo-planta. São Paulo: CERES, 1979. 264p. KONDO, M.K. Compressibilidade de três latossolos sob diferentes usos. Lavras: UFLA, 1998. 95p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Lavras, 1998. KONDO, M.K., DIAS JUNIOR, M. S. Efeito do manejo e da umidade no comportamento compressivo de três latossolos. R. Bras. Ci. Solo, 23: 497506, 1999. LARSON, W.E., GUPTA, S.C., USECHE, R.A. Com pression of agricultural soils from eight soil orders. Soli Sci. Soc. Am., 44: 450-457, 1980. MANTOVANI, E. C. Compactação do solo, Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 13 (147): 52-5. 1987. MARCOS, Z.Z. Epistemologia e ensino. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE ENSINO DE SOLOS, II, 1996, Santa Maria. Anais... Santa Maria: UFSM, 1996. p.44-75. MIRANDA, J.R. Retenção de água e composição química da solução e do deflúvio em solos sob diferentes coberturas vegetais. Viçosa: UFV, 1998. 162p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, 1998. MORAES, A. Pastagens como fator de recuperação de áreas degradadas. In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMA DE PASTAGENS, 2, 1993, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: UNESP, 1993. p.191-215. MOURA FILHO, W., BUOL, S.W. Studies of Latosol Roxo (Eutrustox) in Brazil: micromorphology effect on ion release. Experientiae, 21:161-177, 1972. MURPHY, W.M., MENA BARRETO, ªD., SILMAN, J.P., DINDAL, D.L. Cattle and sheep grazing effects on soil organisms, fertility and compaction in a smoothstalked meadowgrass-dominant white clover sward. Grass and Forrage Science, 50:191-194, 1995. NASCIMENTO Jr. Ecossistemas de pastagens cultivadas. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 15, 1998, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1998. p.271-296. 26 NAETH, M.A., PLUTH, CHANASYK, BAILEY, D.J., FEDKENHEUER, A.W. Soil compacting impacts of grazing mixed praire and fescue grassland ecossystems of alberta. Can. J. SoilSci.. 70:157-167. 1990. NGUYEN, M.L., SHEATH, G.W., SHITH, C.M. Impact of cattle treading on hill lend 2. Soil physical properties and contaminant runoff. N. Z. J. Agric. Res., 41:279-290, 1998. NOVAIS, R. F., SHYTH, T. J. Fósforo em solo e em condições tropicais. Viçosa: UFV, DPS, 1999. 399p. PINZÓN, A., AMEZQUITA, E. Compactacion de suelos por el pisoteo de animales en pastoreo en el piedmonte amazónico de Colombia. Past. Trop., 13(2): 2126, 1991. PROFFITT, A.P.B, BENDOTTI, S., HOWELL, M.R., EASTHAM, J. The effect of sheep trampling and grazing on soil physical properties and pasture groth for a red-brown earth. Aust. J. Agric. Res., 44:317-31. 1993. PROFFITT, A.P.B., JARVIS, R.J., BENDOTTI, S. The impact of sheep trampling and stocking rate on the physical properties of a Red Duplex soil with two initially different structures. Aust. J. Soil Res., 46: 733-47, 1995. RAIJ, B. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba, SP: CERES; POTAFOS, 1991. 343p. RESENDE, M., LANI, J.L., FEITOSA, L.R. Assentamento de pequenos agricultores no Estado do Espírito Santo: ambiente, homem e instituições. Vitória: EMCAPA, 1993. 152p RESENDE, M., CURI, N., REZENDE, S.B., CORRÊA, G.F. Pedologia: base para distinção de ambientes. 3. ed. Viçosa: NEPUT, 1999. 338p. RIBEIRO, M.A.V. Respostas da soja e do eucalipto a fósforo em solos de diferentes texturas, níveis de densidade e de umidade. Lavras: UFLA, 1999. 71p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Lavras, 1999. RUIZ, H. A. Efeito do conteúdo de água sobre o transporte de fósforo em dois latossolos. Viçosa: UFV, 1986. 86p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, 1986. 27 SHEATH, G.W., CARLSON, W.T. Impact of cattle treading on hill lend 1. Soil damage patterns and pasture status. N. Z. J. Agric. Res., 41:271-278, 1998. SILVA, G.P., NOVAIS, R.F., NEVES, J.C.L., BARROS., N.F. Respostas de espécies de gramíneas forrageiras a camadas compactadas de solo. R ceres. 39:31-43. 1992. SILVA; I.F.; MIELNICUZUK, J Ação do sistema radicular das plantas na formação e estabilização de agregados do solo, R. Bras. Ci. Solo, 2:113-117, 1997. SINGLETON, P.L., ADDISON, B. Effects of cattle treading on physical properties of three soils used for dairy farming in the waikato, north island, new zealand. Aust. J. Soil Res., 37:891-902. 1999. SOUSA, A. R., SILVA, A. B., RESENDE, M. Influência da pressão exercida por pisoteio de animais na compactação do solo do vale do Pajeú, em Pernambuco. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO DA ÁGUA, 12, 1988, Fortaleza. Anais... Fortaleza: SBCS, 1998. p.256-257.] STEPHENSON, G.R., VEIGEL, A. Recovery of compacted soil on pastures used for winter cattle feeding. J. Range Maneg. 40:46-48. 1987. TANNER, C.B., MAMARIL, C.P. Pasture soil compaction by animal traffic. Agron. J., 51:329-331-, 1959. TAYLOR, J.C., GARDNER, H.R. Penetration of cotton seedling taproots as influenced by bulk density, moisture content and strength of soil. Soil Science, v.96, p.153-156, 1963. VALLENTINE, J.F. Grazing management. Academic press, Inc. San Diego, Califórnia, 1990. 533p. VEIHMEYER, F.J., HENDRICKSON, A.H. Soil density and root penetration. Soil Science, v.65, p.487-493, 1948. WARREN, S.D., NEVILL, M.B., BLACBURN., GARZA, N.E. Soil response to trampling under intesive rotation grazing. Soil sci. Soc. Am. J. 50:1336-1341. 1986. 28 WILLATT, S.T., PULLAR, D.M. Changes in soil physical properties under grazed pastures. Aust. J. Soil Res., 22: 343-8, 1983. WOOD, M.K., BLACKBURN, W.H. Vegetation and soil responses to cattle grazing sistems in the Texas rolling plains. J. Range Maneg., 37:303-308, 1984. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA FORRAGICULTURA - ZOO 650 29 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA IMPACTO ANIMAL SOBRE O COMPONENTE ABIÓTICO DO SOLO: CICLAGEM DE NUTRIENTES E COMPACTAÇÃO VIÇOSA- MG JUNHO-2000 30