5/1/2011 Métodos Geocronológicos Aula 3 - Introdução MÉTODOS DE DATAÇÃO 1 5/1/2011 O método 14C, Traço de fissão e Re-Os O método absoluto utiliza os princípios físicos da radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão. Esse método está baseado nos princípios da desintegração (ou decaimento) radioativa. Entre os métodos absolutos, existe os que são mais indicados para se datar materiais mais “recentes” como a datação pelo métodos do 14C e de traço de fissão em apatita, epidoto e zircão e os que datam materiais mais antigos, como Re-Os, Ar-Ar, Rb-Sr, Sm-Nd e U-Pb. 2 5/1/2011 Coleta das amostras em campo O pleno êxito ou certas dificuldades comuns às investigações isotópicas não dependem apenas do rigor com os procedimentos nas diversas fases do trabalho em laboratório, descuido ou negligência com a coleta de amostras em campo pode, em alguns casos, ser responsável pelo insucesso da análise e conseqüente desperdício de recursos financeiros e tempo de pesquisa. sugestões para a coleta de amostras em campo. as amostras devem ser as mais inalteradas possíveis com respeito ao intemperismo, atividades hidrotermais, etc, sendo que alterações superficiais, detritos e/ou solos devem ser removidos ao máximo. É importante ressaltar que as amostras precisam ser bem acondicionadas em sacos de pano ou plástico e identificadas com números/símbolos relacionados na caderneta de campo. O método do carbono-14 Um dos métodos isotópicos usado para datar materiais formados mais recentemente e para medir intervalos de tempo menores é o método baseado no decaimento radioativo do isótopo Carbono-14, cujo meia vida é de 5730 anos. Com um intervalo de tempo tão curto, passível de ser usado apenas para determinar idades durante os últimos 50000 anos, este método tornou-se uma ferramenta fundamental para datar episódios importantes da pré-História e História humana. 3 5/1/2011 Os organismos absorvem 14C pela fotossíntese do CO2 ou pelo consumo de matéria orgânica e tem uma concentração constante de 14C enquanto vivem. Após a morte, o estoque de 14C no tecido não mais é alimentado pela fotossíntese ou pela dieta alimentar. Esse estoque de 14C decai para 14N novamente por decaimento β. A idade da amostra de um osso humano, por exemplo, ou de uma matéria orgânica qualquer morta, pode ser determinada com base na taxa de produção e na meia vida do 14C e na quantidade de 14C que ainda não decaiu e permanece na amostra. Termocronologia por traços de fissão O método de datação por traços de fissão, consiste na contagem de densidade (número de traços por micra quadrada) de defeitos deixados no mineral, pela passagem de partículas ionizadas originadas pela fissão do 238U. Estes traços são gravados em minerais, vidros naturais e artificiais e plásticos especiais. Desde a cristalização, os traços são formados nos cristais, porém em temperaturas superior a do fechamento do sistema, todos os traços são apagados (annealing). 4 5/1/2011 Através de investigações de traços de fissão nos minerais apatita com temperatura de fechamento de ~120oC, zircão ~230oC e epidoto com temperatura de fechamento de ~300oC fornece informações sobre a histórica térmica nos últimos 250 milhões. As datações em apatitas são utilizadas predominantemente para decifrar a história termotectônica das rochas. Esta aplicação como um geotermo-cronômetro é baseada sobre a relativamente baixa estabilidade térmica dos traços ao redor de 120º C e a profundidades de ~ 11 km. É uma técnica que está sendo aplicada em estudos de datação e taxa de exumação e denudação de uma unidade rochosa e de sedimentação. Os métodos de datação, utilizados normalmente com a apatita são divididos em dois métodos principais: O método da população onde a densidade dos traos dá a temperatura e o comprimento dá a história térmica da região. O método do detetor externo (muscovita), este método tem sido usado se a distribuição do urânio variar muito na amostra, que pode ser o caso de apatitas detríticas. Traços de fissão em zircão e epidoto vem sendo empregado para datar eventos recente de temperaturas superiores as de fechamento do sistema da apatita. 5 5/1/2011 Pastilhas para incrustação de cristais para TF 6 5/1/2011 Traços de fissão em epidoto é utilizado para datar movimentos de falhas com epidotização do Cretacéo e do Terciário. O comprimento e a distribuição de traços fósseis são usados para distinguir entre idade de eventos genuinos e idades mistas, devido ao mascaramento de um evento tardio. Aplicado em epidoto das rochas mineralizadas em scheelita, deu valores iguais ou inferiores aos valores Ar-Ar e Sm-Nd. Estudos com cristais de zircão estão em andamento pelo grupo de pesquisa da UNESP/Rio Claro. Na literatura, o TF em zircão já foi usado para datar pseudotaquilitos. Seus dados pode preencher a lacuna entre 500oC e 120oC da histórias termocronológicas de unidades litológicas. O método 40Ar-39Ar 7 5/1/2011 O princípio do método 40Ar/39Ar O método foi originalmente usado em materiais extraterrestres (meteoritos e rochas lunares) e em minerais anidros com apenas uma história térmica. O método é baseado na produção de 40Ar a partir do 39K por uma reação (n,p) durante uma irradiação de neutrons rápidos. 39K + n = 39Ar + p O 39Ar, assim formado, tem uma meia-vida de 269 anos. Também, os isótopos de Ar são produzidos por outras reações interferentes a partir do K (40Ark, 39Ark, 38Ark), Ca (40ArCa, 39ArCa, 38ArCa, 37ArCa, 36ArCa) e do Cl (38ArCl, 36Ar ) Cl Composição isotópica: K 39K = 93,2% 40K = 0,01% 41K = 6,7% Proporções relativas medidas na atmosfera por Nier (1950) 36Ar Ar = 0,3% 38 Ar= 40Ar 0,06% = 99,6% 40Ar 40K 40Ca não pode ser distinguido do 40Ca não radiogênico 8 5/1/2011 A equação da idade Ar-Ar é dada por: t = 1/ ln (1 + 40Ar*/40ArK) . J) Onde: J = et –1/ 40Ar*/ 39Ar Assumindo que todo 40Ar na amostra irradiada é radiogênico ou atmosférico, que todo 36Ar seja atmosférico, e que 39Ar foi produzido apenas pelo decaimento do 39K (n,p). Nesse caso os valores das razões medidas de 40Ar/39Ar e 36Ar/ 39Ar pode ser usadas para calcular a razão desejada do 40Ar radiogênico para 39Ar: 40Ar*/39Ar = (40Ar/39Ar) m – 295,5 (40Ar/39Ar) m Onde, m são os valores medidos e 295,5 é a razão da 40Ar/36Ar do argônio atmosférico. Forma de apresentação dos dados Ar-Ar 9 5/1/2011 10 5/1/2011 Dados de biotita e microclínio de rochas de 1400 e 1450 Ma. Biotita deu idade de aprox. 1300 Ma. Microclínio não definiu um bom platô, isso sugere uma perda significante de 40Ar nesse mineral com relação a biotita. Esse dique de diabásio é PósTriássico a Pré-Terciário e foi contaminado com 40Ar do embasamento granítico com idades 2700 a 3400 Ma. 11 5/1/2011 IDADE Ar/Ar EM BIOTITA 12 5/1/2011 Vantagens do método K-Ar são medidos na mesma fração da amostra A técnica de aquecimento gradativo permite detectar perdas de Ar e a presença de Ar estranho; As idades (platôs) são mais exatas (sem a influência da perda de Ar das bordas dos minerais). Os platôs definidos devem ter pelo menos 60% de Ar cumulativo. Desvantagens do método Procedimento analítico complicado (necessidade de um reator atômico) Curto tempo entre a irradiação e análise da amostra. Perda de Ar (gás volátil) nas bordas do mineral. 13 5/1/2011 Aplicabilidade do método Idades de resfriamento em rochas ígneas e metamórficas. Muscovita 300-350oC, Biotita 250280oC. Idades de eventos geradores de mineralizações de baixa temperatura (hidrotermalismo pósmagmático). Mapear possível zonamento termal em grãos minerais, indicativo da perda de Ar durante o seu desenvolvimento. Núcleo mais antigo do que as bordas 14 5/1/2011 Sistemática Rb-Sr Na coleta de amostras para a confecção do diagrama isocrônico Rb-Sr deve-se tomar as seguintes precauções: As amostras devem ser co-genéticas, ou seja, formadas em um mesmo processo genético, seja ele metamórfico ou ígneo; Para haver um espalhamento dos pontos que definam uma isócrona confiável, deve-se coletar amostras com distinta composição mineralógica, portanto, diferentes razões 87Sr/86Sr e 87Rb/86Sr; O tamanho da amostra deve ser aproximadamente 10 (dez) vezes a dimensão do maior grão; Deve-se evitar amostras alteradas pela ação intempérica. QUÍMICA DO RUBÍDIO (Rb) O Rubídio (Rb) é um metal alcalino do grupo IA da tabela periódica. No ciclo geroquímico acompanha o potássio (K). O Rb tem Z = 37, A = 85,46776; raio 1,48 Å (K = 1,33 Å) e carga +1. Não forma minerais e ocorre principalmente em minerais contendo K (micas como biotita, muscovita, flogopita e lepidolita). Também em ortoclásio, microclínio, evaporitos (siderita, carnalita) em alguns argilominerais. Nos minerais piroxênios, olivina, anfibólios e plagioclásios, ocorre em baixas concentrações. Em rochas ultrabásicas, a concentração é relativamente baixa quando comparada com a concentração nas rochas graníticas. 15 5/1/2011 Composição Isotópica natural 87Rb = 27,8346% (instável) 85Rb = 72,1654% (estável) QUÍMICA DO ESTRÔNCIO (Sr) O Sr é um elemento alcalino terroso do Grupo IIA na tabela periódica. No ciclo geoquímico acompanha o Ca. Sr tem Z = 38; A = 87,62; raio = 1,13 Å (Ca = 0,99 Å) e carga +2. Ocorre principalmente em minerais portadores de Ca, tipo plagioclásios, anfibólios, piroxênios, apatita e carbonatos de cálcio. Os minerais do grupo das micas e feldspatos alcalinos possuem baixas concentrações. 16 5/1/2011 Composição isotópica: 84Sr Sr 87Rb 37 = 0,56% 86Sr= 9,86% 87Sr = 7,00% 88Sr = 82,58% → 87Sr38 + - + + Q = 1,42 x 10-11a-1 Tipos de Sr Sr original – é o existente no momento da formação do sistema solar (~ 0,6989) Sr comum – contido na água do mar e nos oceanos, valor atual 87Sr/86Sr = 0,70991 ± 0,0002. Sr do meio ambiente – contido nos meios isolados do mar e oceanos. Sr primário ou inicial – contido no mineral e rocha nomomento do fechamento do sistema Ro ou Ri (87Sr/86Sro ou 87Sr/86Sri). Sr herdado – os minerais e rochas que se depositaram na bacia sedimentar trazem Sr herdado. Sr radiogênico 87Sr* resulta do decaimento do 87Rb e se junta ao 87Sr inicial em função da Rb/Sr e do tempo. 17 5/1/2011 Concentrações médias de Rb e Sr em alguns minerais e rochas Minerais (M) e Rochas (R) Biotita (M) Muscovita K-Feldspatos (M) Plagioclásios (M) Anfibólios (M) Zircão (M) Granada (M) Apatita (M) Turmalina (M) Titanita (M) Epidoto (M) Granitos (R) Sienito (R) Crosta Terrestre Meteoritos Condríticos Rb (ppm) 550 476 561 14.1 77 21 1.9 1.6 1.3 2.7 31 150.0 120.0 90.0 2.3 Sr (ppm) 31.1 46.0 396.0 566.0 106.0 50.4 19.3 1329.0 601 1980.0 8518.0 300.0 300.0 375.0 10.0 Rb/Sr 17.7 10.3 1.41 0.01 0.07 0.04 0.098 0.001 0.0021 0.001 0.004 0.60 0.40 0.24 0.23 Fonte: Faure e Powell,1972 IDADES Rb-Sr F = Fo + P (et-1) 87 86 = o + ( Rb/ Sr)h.(e (87Sr/86Sr)h (87Sr/86Sr) t –1) onde h é a razão isotópica medida hoje, o é a razão isotópica inicial determinada pela interseção da reta isocrônica com o eixo Y, é a constante de desintegração do elemento radioativo (cujo valor para o Rb é de 1,42 X 10-11 anos-1), t é o tempo transcorrido desde a formação do sistema até o momento da análise, e et –1 a inclinação da reta isocrônica; logo essa equação é do tipo Y = b + mX, onde : b = (87Sr/86Sr)o, X = (87Rb/86Sr)h e m = et - 1 18 5/1/2011 (ii) a idade convencional é calculada com uma razão isotópica inicial (87Sr/86Sr)o estimada. t = 1/ ln {1 + [(87Sr/86Sr)h – (87Sr/86Sr)o/(87Rb/86Sr)h]} Ex. Os dados de uma amostra deram razão (87Rb/86Sr)h = 0,5286 e (87Sr/86Sr)h = 0,70779. Para uma razão inicial = (87Sr/86Sr)o = 0,7040 sua idade convencional será: = 1,42 x 10-11 a-1 t = 1/ 1,42 x 10-11 . ln ((1 + 0,70779 – 0,7040)/0,5286] t = 7,04225321 x 1010 . ln(1 + 0,00379/0,5286) t = 7,04225321 x 1010 . ln(1,007169882) t = 7,04225321 x 1010 . 0,0071443 = 503.119.738 anos = 503,12 Ma Observe que da equação da reta Y = b + mX, inclinação da reta m (tgα) = (et –1), a equação da idade será: t = 1/ . ln(m + 1) As idades Rb-Sr convencionais em rocha total e/ou minerais para rochas intermediárias e básicas com baixas razões Rb/Sr, apresentam um erro muito elevado. Porém, com dados de amostras com razões Rb/Sr elevadas (micas e rochas ígneas ácidas) podem fornecer idades significativas, desde que a razão inicial seja a “real”. Sob temperaturas elevadas o retículo dos minerais potássicos permite fácil migração do Sr, e o valor das datações são similares às obtidas pelo método Ar-Ar. 19 5/1/2011 ISÓCRONA Para se construir uma isócrona é necessário: Termos pelo menos 3 amostras de rochas com variadas razões Rb/Sr originadas em um mesmo evento (fusão parcial, cristalização fracionada, etc.) Com análises de rocha total e de minerais constituintes, dessa mesma rocha, é possível se determinar a idade da formação desses minerais. Na coleta de amostras para a confecção do diagrama isocrônico Rb-Sr deve-se tomar as seguintes precauções: As amostras devem ser co-genéticas, ou seja, formadas em um mesmo processo genético, seja ele tectônico, metamórfico, ígneo ou hidrotermal; Para haver um espalhamento dos pontos que definam uma isócrona confiável, deve-se coletar amostras com distinta composição mineralógica, portanto, diferentes razões 87Sr/86Sr e 87Rb/86Sr; 20 5/1/2011 3 rochas rochas a b c no tempo to a, b e c em to possuem mesma razão inicial (87Sr/86Sr)o ≠ (87Sr/86Sr) Sr).. 87Sr 86Sr ( ) 87Sr 86Sr o a b c to 87Rb 86Sr Após algum tempo (t0 t1) cada amostra perde ganha uma quantidade equivalente de 87Sr 87Rb e 87Sr 86Sr t1 c1 b1 a1 ( ) 87Sr 86Sr o a b c to 87Rb 86Sr 21 5/1/2011 No tempo t2 cada sistema de rocha evolui nova linha mais íngreme ainda t2 87Sr c2 86Sr b2 a2 ( ) t1 c1 b1 a1 87Sr 86Sr a o b to c 87Rb 86Sr 87Sr 86Sr ( ) 87Sr 86Sr o tg = (et - 1) a b c to 87Rb 86Sr 22 5/1/2011 Isócrona Rb/Sr com rocha total 0.85 Sr/ Sr MFG-22F 0.83 0.81 0.79 0.77 T = 1325 47 Ma Ri = 0.72897 0.00147 MSWD = 0,30 Nível de Corte = 3,07 FJ-14A FJ-14 FJ-14C 0.75 (B) 2.0 Rb/ Sr 3.0 4.0 5.0 6.0 23 5/1/2011 Isócrona de referência: é obtida através de um conjunto de amostras não originadas na mesma fonte, mas que sofreram algum evento comum. Neste caso, a razão inicial (87Sr/86Sr)o de cada amostra pode variar ligeiramente. Errócrona: quando a melhor reta calculada por regressão linear não alinha dentro dos erros experimentais. A distinção entre isócrona e errócrona se faz com base no MSWD (Mean Square of Weighted Deviated), que é um índice estatístico. Um alinhamento perfeito apresenta MSWD = 0. Os valores variam de 3,92 para 3 amostras até 1,61 para 20 amostras. O parâmetro Epsilon Sr (87Sr/86Sr)UR = 0,0816 no presente 24 5/1/2011 Dados obtidos por isócronas Rb-Sr Quando os resultados são coerentes para rochas magmáticas indica que ocorreu um processo efetivo de homogeinização isotópica no sistema (O relógio radiométrico foi zerado). Em rochas sedimentares siliciclásticas grossas, dificilmente vai ocorrer uma homogeinização. Para sedimentos finos, tipo fração argila dos sedimentos pelíticos marinhos, pode ocorrer uma homogeinização isotópica. Em rochas metamórficas, tanto pode ocorrer uma homogeinização total, como uma parcial. No primeiro caso, a idade isocrônica data o evento e no segundo caso, a idade é mista (desprovida de significado geológico). Rochas (meta)vulcânicas ácidas, normalmente mostram idades inferiores a de extrusão. Isso pode se dá em função de eventos tardios de espilitização ou de metamorfismo. Também pela interação com fluidos, granulometria fina e composição pobre em Ca (o 87Sr radiogênico não encontra sítios estruturais para ser retido no sistema rocha total. Em rochas plutônicas ácidas não deformadas, em função da granulometria grossa e seu maior isolamento da encaixante, os resultados Rb-Sr datam a cristalização ou o resfriamento. Razões iniciais elevadas (> 0,720) ou dispersão dos pontos analíticos sem definir uma isócrona, podem indicar reequilíbrio ou desequilíbrio isotópico. 25 5/1/2011 A razão Rb/K é um importante parâmetro petrogenético para avaliação do grau de diferenciação de uma rocha. Quanto mais diferenciada, maior a concentração de Rb. Rochas básicas derivadas do manto possui razão Rb/K variando de 1/100 a 1/600 e em rochas graníticas da crosta de 1/100 a 1/150. Em um processo de cristalização fracionada do magma, o Sr tende a ficar concentrado no plagioclásio enquanto que o Rb tende a permanecer na fase líquida. Com isso a razão Rb/Sr do magma residual aumenta nos processos de cristalização progressiva. Rochas fracionadas de um mesmo magma podem ter valores de Rb/Sr na ordem de 10 ou mais vezes as das fases iniciais. Manto, Rb/Sr em média 0,025 Crosta oceânica, Rb/Sr em média 0,06 Granitos da crosta continental (fortemente diferenciadas e pobres em Ca, Rb/Sr), Rb/Sr em média 1,7 26 5/1/2011 Figure 99-13. Estimated Rb and Sr isotopic evolution of the Earth’s upper mantle, assuming a largelarge-scale melting event producing graniticgranitic-type continental rocks at 3.0 Ga b.p After Wilson (1989). Igneous Petrogenesis. Unwin Hyman/Kluwer. Sistemática Sm-Nd Deve-se tomar os mesmos cuidados mencionados para a construção dos diagramas isocrônicos Rb-Sr; As amostras devem ser homogêneas e representativas da unidade a ser datada; Os efeitos da alteração intempérica ou hidrotermal, neste caso, não interferem no resultado das datações; Elementos terras raras (Lantanídeos) 27 5/1/2011 Sm e Nd são elementos terras raras (Grupo 3B) que ocorrem na maioria dos minerais formadores de rochas. Sm Z = 62, raio iônico = 1,04 Nd Z = 60, raio iônico = 1,08 147Sm 62 = 6,54 x 10-12a-1 Sm ––> 42 + 143Nd60 + Q T1/2 = 106 Ga 144Sm 142Nd 147Sm 143Nd 148Sm 144Nd 149Sm Nd 145Nd 150Sm 146Nd 152Sm 148Nd 154Sm 150Nd 28 5/1/2011 Equação da Idade F* = P (et - 1) 143Nd* 143Nd 143Nd/144Nd = = = 147Sm 143Nd o + (et - 1) 147Sm 143Nd /144Nd o + (et - 1) 147 Sm/144Nd (et - 1) t = 1/ ln{1 + [(143Nd/144Nd)h – (143Nd/144Nd)o/(147Sm/144Nd)h]} Rochas basálticas os ETR ocorrem em clinopiroxênio, anfibólios e granadas e em rochas graníticas: feldspato, micas, acessórios Grande resistência a lixiviação, difícil difusão no estado sólido; Insensibilidade às influências térmicas Nas rochas terrestres e minerais, a razão 0,1< Sm/Nd > 0,37 (grande similaridade química entre Sm e Nd. Propriedades químicas muito similares dificulta o fracionamento. 29 5/1/2011 São aplicados com sucesso no estudo de terrenos metamórficos, utilizando rocha total e minerais (granada, hornblenda, piroxênio, apatita, ilmenita) = isócrona interna. São especialmente apropriados para o estudo de rochas básicas e ultrabásicas (pobres em Rb, Sr e zircão). Rb Sr Ba Ni Cr La Ce Nd Sm Eu Dy Er Yb Lu Rare Earth Elements Table 9-1. Partition Coefficients (CS/CL) for Some Commonly Used Trace Elements in Basaltic and Andesitic Rocks Olivine 0.010 0.014 0.010 14 0.70 0.007 0.006 0.006 0.007 0.007 0.013 0.026 0.049 0.045 Opx 0.022 0.040 0.013 5 10 0.03 0.02 0.03 0.05 0.05 0.15 0.23 0.34 0.42 Data from Rollinson (1993). Cpx Garnet 0.031 0.042 0.060 0.012 0.026 0.023 7 0.955 34 1.345 0.056 0.001 0.092 0.007 0.230 0.026 0.445 0.102 0.474 0.243 0.582 1.940 0.583 4.700 0.542 6.167 0.506 6.950 Plag Amph Magnetite 0.071 0.29 1.830 0.46 0.23 0.42 0.01 6.8 29 0.01 2.00 7.4 0.148 0.544 2 0.082 0.843 2 0.055 1.340 2 0.039 1.804 1 0.1/1.5* 1.557 1 0.023 2.024 1 0.020 1.740 1.5 0.023 1.642 1.4 0.019 1.563 * Eu3+/Eu2+ Italics are estimated Isócronas Sm/Nd Valem as mesmas premissas do método Rb-Sr. Amostras co-genéticas (Rocha total). Isócrona interna (Rt + minerais). Pontos com bom espalhamento e alinhamento. 30 5/1/2011 Isócrona interna 02 0,5134 Gt Lix 0,5126 143 Nd/ 144 Nd 0,5130 0,5122 Amostra LS-541B Rt 0,5118 Idade = 634 ± 1 Ma Ri =0.51130010 ± 0.00000094 0,5114 0,0 0,1 0,2 0,3 147 0,4 0,5 144 Sm/ Nd Isócrona Sm/Nd de rocha total. 0.5116 11g 11h 11MS1 0.5112 143 144 Nd/ Nd 0.5114 0.5110 12a T = 2239 ± 370 Ma Ri =0.50972 ± 0.00026 MSWD = 1.6 0.5108 0.08 0.09 147 0.10 144 Sm/ 0.11 0.12 Nd 31 5/1/2011 tCHUR expressa as diferenças entre a razão inicial 143Nd/144Nd de uma suíte de rochas e o valor 143 144 correspondente da razão Nd/ Nd no CHUR (CHondrict Uniform Reservoir) ou DM (Depleted Mantle) na época da cristalização da rocha. Valores atuais do CHUR: 147Sm/144Nd = 0,1967 Valores atuais do DM: 147Sm/144Nd = 0,222. 143Nd/144Nd 143Nd/144Nd = 0,512638, = 0,513144, > 0 (positivo) – indica que a rocha foi derivada de um sólido residual no reservatório depois de já ter havido a retirada de magma em uma época anterior. O reservatório está empobrecido em LILE que preferem a fase liquida durante a fusão parcial < 0 (negativo) – indica que as rochas derivaram de fontes com razões Sm/Nd menores que a do CHUR. Estas rochas foram derivadas de, ou assimilaram rochas crustais antigas cuja razão Sm/Nd foi originalmente diminuída quando houve a separação do CHUR. ~ 0 – A composição isotópica do Nd na rocha é similar a do CHUR e a rocha pode ter sido derivada diretamente deste reservatório. 32 5/1/2011 Idade Modelo Sm/Nd CHUR pode também ser usado para calcular a idade na qual o Nd em uma rocha da crosta se separou do reservatório condrítico. As idade modelo determinam o tempo no passado onde a razão 143Nd/144Nd da rocha era igual a razão 143Nd/144Nd do CHUR ou DM. (143Nd/144Nd)trocha = (143Nd/144Nd)hrocha - (147Sm/144Nd)hrocha (et - 1) (143Nd/144Nd)tCHUR = (143Nd/144Nd)hCHUR - (147Sm/144Nd)hCHUR (et - 1) T = 1/ ln [ (143Nd/144Nd)x - (143Nd/144Nd)am 147Sm/144Nd - 147Sm/144Nd x am ] +1 Diagrama TDM x épsilon Nd 33 5/1/2011 + 10 Água do m ar 0 ,5 13 0 54 20 46 77 84 3A 64 34 0 37 Manto Sed imento do Atlântic o Orto gna isses Má fic os 59 -10 0,5 120 143 Nd(0) 144 Nd/ Nd -20 Orto gnaisses inte rm ed iários 0 ,5 110 -30 0,700 0,710 0,720 87 0,730 0,740 86 Sr/ Sr 34 5/1/2011 Aplicações Idade de rochas magmáticas cogenéticas. Diagrama isocrônico similar ao sistema Rb-Sr, porém mais difícil de se obter espalhamento dos pontos (Razões Sm/Nd varia de 0,1 a 0,37 para todo tipo de rocha). 2) Idades Modelos TCHUR e TDM T(X) = 1 / ln{1 + [(143Nd/144Nd)Am - (143Nd/144Nd)X/ (147Sm/144Nd)Am - (147Sm/144Nd)X ]} Junto com Sr, usado como Indicador petrogenético. O método U-Pb U-Pb, Th-Pb e Pb-Pb 35 5/1/2011 Sistemática U-Pb Neste método utiliza-se minerais muito resistentes à ação intempérica (zircão, monazita, titanita, rutilo, xenotina, etc.), portanto, mesmo amostras muito alteradas são passíveis de utilização nas datações U-Pb. Ainda assim alguns procedimentos devem ser considerados: As amostras devem ser representativas da unidade a ser datada; A quantidade de amostra coletada depende da abundância do mineral a ser datado. Uma rocha rica em zircão não é necessário um volume grande para a extração da quantidade suficiente para a análise; Quando não se conhece antecipadamente a mineralogia da rocha, sugere-se a coleta de amostras com aproximadamente 10 kg, para não ter que retornar ao campo apenas para uma nova coleta de amostras Obs.: se em 10 kg da amostra não encontrarmos o mineral desejado, dificilmente o encontraremos em um volume maior. Decaimento do U-Th-Pb Radioativos U 238U = 99,2743% 235U = 0,7200% 234U = 0,0055% Pb 204Pb Único que não é radiogênico 206Pb 238U 207Pb 235U 208Pb 232Th 3 isótopos de meia-vida muito curta produto do decaimento 238U, 235U e 232Th Th 232Th = 100,00% primário 5 isótopos produtos do decaimento do 238U, 235U e 232Thcom meia-vida muito curta 36 5/1/2011 238U →8 + 6 - + 206Pb +Q 237U 238 = 1,55 x 10-10 a- → 7 + 4 - + 207Pb +Q 235 = 9,8485 x 10-10 37 5/1/2011 232Th → 6 + 4 - + Q 208Pb + 235 = 4,9475 x 10-10 a-1 A vantagem do sistema U-Pb é que dois isótopos do mesmo elemento PAI desintegram-se em dois isótopos do mesmo elemento filho. Dessa forma, podem ser gerados dois sistemas geocronológicos distintos para o calculo da idade, a partir da equação fundamental: F* = N (et - 1) 206Pb*/204Pb 207Pb*/204Pb = = 238U/204U (et - 1) 235U/ 204Pb (et - 1) 38 5/1/2011 Devem ser utilizados sistemas que não tenham Pb inicial, ou seja que todo o Pb presente seja derivado do decaimento do U. Em função da geoquímica contrastante do U e Pb, diversos sistemas minerais possuem essa característica: uraninita e torianita (óxidos) *zircão (ZrSiO4), torita. alanita, *titanita (silicatos) *monazita, apatita e xenotima (fosfatos) O zircão, seguido da monazita e da titanita são os sistemas mais utilizados na datação pelo método U-Pb. Técnica anaítica: SHRIMP (Sensitive High Resolution Ion Microprobe), ICP-MS com lase e DI (diluição isotópica). Minerais datados por U/Pb Zircão é o mineral mais indicado, no momento de sua cristalização, só aceita U na sua estrutura. Todo urânio de ocorrência natural contém 238U e 235U na relação 138:1, se 206Pb 207Pb desintegram para e respectivamente. 39 5/1/2011 Diagrama Concórdia As duas equações são utilizadas para compor um diagrama binário para o cálculo da idade. Esse diagrama é denominado de Diagrama Concórdia porque, nele é representada a linha CONCÓRDIA, na qual as idades calculadas pelos sistemas isotópico 238U→ 206Pb*, e 235U→ 207Pb* são coincidentes ou concordantes. 206Pb*/204Pb 207Pb*/204Pb = = 238U/204U (e t - 1) 235U/ 204Pb (et - 1) Diagrama Concordia = co-evolução da composição isotópica do 206Pb and 207Pb via: 238U 206Pb 235U 207Pb Figure 99-16a. Concordia diagram illustrating the Pb isotopic development of a 3.5 Ga old rock with a single episode of Pb loss. After Faure (1986). Principles of Isotope Geology. 2nd, ed. John Wiley & Sons. New York. 40 5/1/2011 No entanto, os minerais (ou frações de minerais) analisados não plotam exatamente em cima da linha concórdia por uma série de razões, sobretudo pelo fato de que o sistema U-Pb não seria totalmente fechado nos minerais utilizados na datação. Discórdia = perda de 206Pb e 207Pb Dificilmente são obtidas idades concordante. Todavia, as diversas frações de minerais se alinham ao longo de uma reta denominada de discórdia, cuja interseção com a concórdia indica a idade dos minerais. Diagrama concórdia U/Pb A 0.4 B 0.4 2000 2000 0.3 1600 238 Pb/ U 1600 1200 0.2 206 206 Pb/238U 0.3 1200 0.2 800 800 0.1 0.1 Intercepto superior: 2229 ± 200 Ma Intercepto inferior: 395 ± 760 Ma MSWD = 428 400 Intercepto superior: 2258 ± 4.8 Ma Intercepto inferior: 579 ± 20 Ma MSWD = 0.23 400 0.0 0.0 0 2 4 6 207 Pb/235U 8 0 2 4 6 207 Pb/ 8 235 U C 41 5/1/2011 • A datação de zircão, monazita e titanita indica a idade de formação desses minerais. • Rochas ígneas – U/Pb em zircão dá a idade de cristalização da rocha (magmatismo), Porém, em alguns casos podemos ter idade herdada de uma fonte mais antiga. • Rochas metaígneas (ortoderivadas) - Zircão da idade de cristalização (intercepto superior) e metamorfismo (intercepto inferior – perda de episódica de Pb, perda contínua não tem significado geológico), idade da monazita e titanita, geralmente indica a idade de metamorfismo. • A interpretação das idades U-Pb em zircão, monazita e titanita, pode não ser tão simples. Tem que ser feito um estudo de populações para análise por diluição isotópica. Por SHRIMP ou ICP-MS não precisa. 42