UMA NOVA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL IVINA EDITE ARAUJO PASSOS¹ MIKAELLY ALVES DAMASCENO² ¹Estudante do curso de Especialização em Gerenciamento de Projetos, pela Universidade Estadual do Ceará. [email protected] ²Graduada em Artes Cênicas, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. [email protected] RESUMO Neste artigo, será feita uma apresentação, a luz do conceito de economia criativa, a experiência da ATO Produção e Marketing Cultural Ltda. como um empreendimento criativo, a partir de seu posicionamento estratégico no setor teatral da cidade de Fortaleza, e da construção de seu modelo de negócios e metodologias de processos. Para tanto explanaremos tal iniciativa a partir das considerações de autores como Anthony Giddens, Philip Kotler, Garcia Canclini, dentre outros, para tornar as claras soluções encontradas para os desafios enfrentados no setor cultural local, bem como seus impactos gerados. Palavras-chave: Economia Criativa. Artes Cênicas. Empreendimentos criativos. Posicionamento estratégicos. ABSTRACT This article, will be a presentation, the concept of a creative economy, the experience of the ATO Produção e Marketing Cultural Ltda. as a creative endeavor, from its strategic position in the theatrical sector of the city of Fortaleza, and the construction of his model business processes and methodologies. To do so will explain this initiative from the considerations of authors such as Anthony Giddens, Philip Kotler, Garcia Canclini, among others, to make clear solutions to the challenges faced in the local cultural sector, as well as its impacts generated. Keywords: Creative Economy. Performing Arts. Creative Ventures. Strategic Positioning. 1. INTRODUÇÃO A primeira vez que discutimos a respeito da economia criativa, nos perguntamos de imediato como nossa empresa estava inserida dentro desse contexto. Passamos então a investigar dos o processo de produção ao combustível gerados de nossos serviços. Para uma empresa que surgiu a partir da inquietação de duas atrizes em relação à produção teatral local, a criação artística e sua valorização constituem-se como a mola motora desse empreendimento, o insumo de maior valor, a partir do qual todos os processos do negócio são orientados. A criatividade e o conhecimento estabelecem-se então como os insumos que geram valor econômico, partindo da criação teatral como processo principal a partir do qual o preço é formado gerando assim riqueza cultural e econômica. Importante observar que o ciclo de criação, produção, distribuição/circulação/difusão e consumo/fruição de bens e serviços oriundos da produção teatral de Fortaleza são a fonte de trabalho e desenvolvimento do negócio, no qual a ATO participa em qualquer dos pontos desse ciclo, aperfeiçoando-se e suas atividades específicas a de acordo com as demandas do mercado, seja de forma exógena ou endógena, uma vez que a própria empresa desenvolve projetos e ações para alavancar as produções no setor, passando desde a produção e comercialização de espetáculos à divulgação estratégica dos mesmos e propostas de Festivais artísticos para fruição local. As dinâmicas culturais e sociais, construídas a partir das relações estabelecidas pelos projetos e ações da ATO, vem se desenvolvendo em conjunto com o setor local, uma vez que é crescente o numero de grupos teatrais que se mantêm vivos em constante produção. Colocar a economia criativa em nosso circuito de idéias foi importante e satisfatório não só pelo domínio de informação, mas por despertar que algumas medidas adotadas quase que intuitivamente participavam de uma cadeia de reflexões promovidas pela SEC para o desenvolvimento da cultura. Inúmeros foram os acordos de idéias e cada vez mais nos deparávamos com questões que almejavam campos estratégicos tentando com isso perceber respostas. Um dos primeiros aportes investigativo apontava para a seguinte reflexão: como uma empresa de marketing cultural pode se qualificar na área de empreendimentos criativos e ser capaz de ampliar seu conhecimento, alavancar o setor teatral, contribuir na estrutura organizacional fortalecendo a classe e incentivando a montagem de novos espetáculos? Para tal análise, aqui proposta busca elucidar os conceitos utilizados para a constituição do negócio, que possui como insumo fundamental o ato criativo e a inovação, os quais acreditamos ser um vetor de desenvolvimento cultural, mas que ainda nos faltam dimensionamento confiável do impacto do setor criativo, e formação para competências criativas que fortaleçam a cadeia produtiva teatral. 2. ASPECTOS CONCEITUAIS Apoiamo-nos em Canclini (2008), quando afirma que, na sociedade atual, continua havendo desigualdade na apropriação dos bens simbólicos e no acesso à inovação cultural, a partir da qual a “socialização” ou democratização da cultura foi realizada pelas indústrias culturais “mais que pela boa vontade cultural ou política dos produtores” (CANCLINI, 2008, p. 97), onde o novo “sistema capitalista de produção e de intercâmbio” (THOMPSON, 1998, p. 49), torna o ser artista, em meio a essa “reorganização da sociedade global e dos mercados simbólicos” (CANCLINI, 2008, p. 96), muito mais complicado. Para tal, fazem-se necessárias novas estratégias para enfrentar os desafios atuais, em especial na área das artes cênicas, a qual abriga uma pluralidade de linguagens e suportes, apontando para a necessidade de construção de políticas de fomento e criação de programas estruturais tais como: “espaços específicos, equipamentos, recursos técnicos, recursos humanos e investimentos financeiros capazes de atender a uma demanda que é gerada pela própria natureza e origem política de representação cênica.” (CRUZ, 2009, p. 19). O autor nos apresenta o teatro, o circo, a dança, a performance, a ópera e as manifestações envolvendo canto, dança, drama e execução de instrumentos diversos da tradição cultural oral como artes cênicas e o quão cada uma delas possui sua especificidade de linguagem, sua singularidade estética, as quais abrigam uma infinidade de desdobramentos e hibridismos de gêneros que fazem como que cada uma seja múltipla. Concordamos, então, quanto aos recursos necessários para a realização de programações artísticas, a partir da afirmação de que tais programações devem constituir-se como: “laboratório experimental, comportando tanto a realização e a verificação de novas concepções, métodos, técnicas e tecnologias de planejamentos, administração e execução de projetos quanto a posição de atividades especiais e inéditas” (CRUZ, 2009, p.22). O que o autor explana acima se configura como uma característica específica da produção artística atual, onde o agente programador (no nosso caso a figura do produtor) assume um papel de administrador cultural. Em um empreendimento criativo, que possuem as artes cênicas, o “ato criativo gerador de valor simbólico, como o elemento central da formação do preço” (Plano da Secretaria da Economia Criativa, 2011, p. 22), valoriza-se um perfil profissional de acordo com o que Giddens (2005) nos coloca como “habilidades pessoais” - a “capacidade do profissional em trabalhar de forma independente, de tomar iniciativas e de escolher caminhos criativos diante de desafios” (GIDDENS, 2005, p.315). Para o desenvolvimento desses empreendimentos, faz-se necessário construir uma gestão que promova a fácil adaptação dos profissionais envolvidos aos desafios propostos por cada demanda de trabalho. A gestão do conhecimento e da criatividade, seus principais insumos, não poderia basear-se em métodos tradicionais de gestão, uma vez que os profissionais envolvidos teriam que desenvolver habilidades múltiplas, Giddens (2005), e adaptar-se a cada ambiente, de acordo com o projeto. Lança-se então um desafio para o núcleo gestor, um modelo de negócio que promova a geração de conteúdo a partir da criatividade, impactando o rendimento organizacional e a utilização das criações artísticas das quais dispõem. Com base nesse desafio, a definição de uma gestão baseada por processos surge como uma ferramenta eficiente, uma vez que a seus objetivos são “assegurar a melhoria continua do desempenho da organização por meio da elevação dos níveis de qualidade” (SORDI, 2005) de seus processos, podendo compor um ativo de alto valor, resultando até em novos negócios para a organização. Porém esse modelo de gestão exige uma liderança e um direcionamento forte dos processos, mas possibilita uma revisão e uma melhoria contínua por meio de pequenos ajustes (SORDI, 2005). O conhecimento então entra em destaque como o principal habilitador para ajustes e evolução de cada um dos demais recursos pertinentes à gestão por processos de negócios para a área das artes cênicas, aplicando-se também na produção cultural de forma mais ampla, como festivais, mostra e ações formativas em geral. Para o campo cultural, pressupõe-se que a gestão envolva uma sistemática de atividades multidisciplinares e uma coordenação de recursos “físicos, humanos e financeiros, que requer tanto a arte da estratégia quanto a arte da logística” (CRUZ, 2009, p. 69). Em se tratando de empreendimentos criativos, mesmo aqueles voltados para o campo das artes de espetáculo (música, teatro, dança e circo), a gestão envolve muito mais do que a execução dos serviços, envolve também a administração do empreendimento, exigindo o desenvolvimento de ações em função dos ambientes interno e externo ao negócio, os quais “influenciam o comportamento das pessoas, o rumo dos negócios ou/e a perspectiva das atividades empresariais” (OLIVEIRA, et al, 2005, p. 103). Muitos são os desafios a serem conquistados pelos agentes criativos, por assim dizer, para construção de empreendimentos no campo das artes de espetáculo, permeando desde a incompreensão das dinâmicas e peculiaridades de tais empreendimentos por parte das instituições públicas e privadas do país, bem como pelo próprio despreparo de seus empreendedores (Plano da Secretaria da Economia Criativa, 2011) no que se refere à administração do mesmo. 3. A EXPERIENCIA DE UM EMPREENDIMENTO TEATRAL Muito se ouvia falar, a partir dos grupos teatrais de Fortaleza, sobre a ausência de uma produção/produtor que dialogasse e compreendesse a condução dos processos de montagem e realização de apresentações, por parte do artista. Das reclamações, a mais freqüente era a insensibilidade em relação à dinâmica de montagem do espetáculo, por parte do produtor. A percepção desse abismo entre esses profissionais (produtor e artista), tão vitais para a construção da obra cênica, elucidou uma necessidade latente de um mercado ainda em fase de profissionalização na cidade, apesar da existência de grupos de teatro de extensa carreira e excelente qualidade. Sentindo na pele as conseqüências desse abismo, duas atrizes, então estudantes de comunicação social, a partir de suas vivências na produção de festivais de artes cênicas e programações teatrais junto ao SESC Ceará, juntam-se para aperfeiçoar suas aptidões e iniciam uma nova proposta de negócios voltada para o mercado teatral local, de forma a promover o desenvolvimento do setor, a então ATO Produção e Marketing Cultural Ltda., com objetivo principal de criar, produzir e promover projetos teatrais em busca da valorização das atividades artísticas em todas as suas esferas. Definida a perspectiva de atuação, surgem diversos desafios, dentre os quais: como trabalhar com os grupos de teatro de forma a gerar renda partir de seu potencial produtivo, beneficiando a classe artística como um todo? Apoiamo-nos no que é apresentado por Deheinzenlin quanto ao conceito de economia criativa, em favorecimento da geração de um mercado e não uma competição por mercado, a partir da seguinte explanação: “A economia criativa para o desenvolvimento trabalha para criar políticas e mecanismos que tenham horizontalidade no lugar da verticalidade; para trabalhar com distribuição e não com concentração; para incluir os saberes e fazeres tradicionais e as características locais; para que seja baseado no pequeno e seja inovador do ponto de vista de gestão e distribuição.” (DEHEINZELIN, apud, AVELAR, 2008, p. 27). Para Rômulo Avelar (2008) as perspectivas de crescimento de pequenos empreendimentos identificados como economia criativa são bastante promissoras. O conceito de economia criativa permite que artistas e empreendedores criativos busquem uma inserção produtiva e social mais forte, com melhor rendimento e eficiência. Porém, para esses novos empreendimentos é necessário muito mais do que o domínio da produção artística, a sistematização dos processos na gestão destes é o que torna possível a transmissão do conhecimento acumulado, promovendo a formalização da área em atuam. O desafio maior encontrado, para tais pretensões, vai além do que o do próprio profissional denominado “produtor cultural”, uma vez que para a constituição da ATO Produção e Marketing Cultural era exigido um modelo de negócios que desse suporte, não apenas para a valorização e promoção dos bens simbólicos produzidos a partir de seus clientes-alvo (os grupos teatrais), mas também a promoção da criatividade em detrimento da inovação, geração e compartilhamento de conhecimento no ambiente interno empresarial. Pouco se sabia sobre gestão empresarial, por parte das sócias da ATO – atrizes, estudantes de comunicação social e recém iniciadas no campo da produção cultural. A consciência da necessidade de uma gestão apoiada na inovação, compactuava-se com o que Maria Helena Cunha (2003) nos expõe sobre o que a autora chama de nova categoria profissional, a qual exige uma “preparação específica para o gerenciamento de atividades culturais, principalmente no que se refere à capacidade organizacional” (CUNHA, 2003, p. 1). Partiu-se então para a construção de um modelo de negócios que apoiasse os princípios e valores estabelecidos para a ATO: Diferencial; Performance e Responsabilidade. Todo o posicionamento estratégico está fundamentado nesses três pilares, dos quais o valor “Diferencial” segue como o princípio do negócio, pois a partir compreensão e empatia com os públicos teatrais e o fácil dialogo e identificação de suas necessidades, cada um em seu contexto, estabelece uma nova forma de contato e comunicação que aproxima e afina o entendimento entre a produção e a criação artística, buscando um melhor desempenho na entrega de resultados. O pilar “Performance” configura-se como a mola mestra de toda a engrenagem, pois é dele que decorre toda a dinâmica organizacional da empresa, em prol da geração e compartilhamento do conhecimento, baseandose no que Kaplan e Norton (1997) nos apresenta sobre as radicais mudanças no pensamento gerencial dos últimos 15 anos no que diz respeito a gestão de pessoas: “As idéias que permitem melhorar os processos e o desempenho para os clientes cada vez mais emanam dos funcionários de linha de frente, que se encontram mais próximos dos processos internos e dos clientes da organização”. (KAPLAN, NORTON, 1997, p. 133). Para empreendimentos criativos, o capital humano é a força transformadora, e a gestão exige dos seus colaboradores o desenvolvimento de habilidades múltiplas, referindo ao que Giddens (2005) nos apresenta sobre as habilidades pessoais, nas quais se baseiam os valores da marca ATO, expressado no resultado do aprimoramento contínuo das equipes de trabalho, através da gestão por processos, voltada à criação do conhecimento, importante recurso para o aprimoramento contínuo do processo de negócios, Sordi (2005), para a motivação da equipe, envolvendo-a desde o planejamento até o marketing e a manutenção dos bens produzidos, gerando assim um excelente grau de satisfação do cliente-alvo. O último pilar do posicionamento estratégico da ATO, “Responsabilidade”, nos diz respeito ao compromisso com a entrega de melhores resultados, certificando que “o serviço oferecido está posicionado em harmonia com os objetivos” Kotler (2002) da cadeia produtiva teatral. Atualmente a ATO Marketing Cultural, seu nome fantasia, possui dois anos de estrada, atuante na cidade de Fortaleza, dividida em duas unidades específicas de negócios, que dialogam entre si: a Unidade de Produção e Unidade de Marketing Cultural. Cada uma das unidades possui características peculiares, permanecendo como “carro chefe”, por assim dizer, uma extensão, Kotler (2002), de serviço denominado internamente como “Assessoria de Grupos Artísticos”, na qual estão envolvidos os serviços de Produção de estréia de espetáculos, Produção executiva de temporadas locais e nacionais, Criação de projetos artísticos, Comercialização dos produtos/trabalhos e Administração de projetos. Em seu currículo a ATO traz consigo produções, em Fortaleza, de grupos de artes cênicas de outros estados do Nordeste, tais como: Piollin Grupo de Teatro (PB) – Petrobrás; Cia. Paralelo de Dança (PB) – Eletrobrás; Cia Estupor de Teatro (BA) – Eletrobrás; Ser Tão Teatro (PB) – Eletrobrás; Cia Brasileira de Teatro (PR) – Petrobrás. Atou também em diversas produções de espetáculos de grupos do Estado: Grupo Expressões Humanas de Teatro – 21 anos; Grupo Parque de Teatro – 5 anos; Trupe Caba de Chegar de Teatro de Rua – 21 anos; Cia Mais Caras de Teatro – 15 anos. Participou também do planejamento e execução da produção dos festivais Bilu Bila de Esquetes Teatrais, nona edição, e 7sóis 7luas, festival internacional de música e teatro. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acreditamos que o teatro é um pólo criativo promissor, então passamos a criar novos empreendimentos para esse pólo, a fim de gerar novos caminhos de emprego e renda que pudesse manter os grupos teatrais e conseqüentemente a empresa. Nessa perspectiva, as estratégias da ATO resultam numa escala de planejamento por onde são conduzidos nossos trabalhos. Concordamos quando o Plano da Secretaria da Economia Criativa – SEC afirma que devemos assumir a economia criativa como vetor de desenvolvimento, como processo cultural gerador de inovações. Pois é partindo desse ideal que mantemos e acreditamos em nossos empreendimentos. É de se esperar que uma manifestação dessa natureza e dessa potência que é o plano da SEC venha instigar tantos pensamentos. Os diálogos durante a leitura carregados de elementos norteadores destacavam desafios presentes em nosso campo de atuação que precisam sempre ser revistos e repensados. Nossa empresa, Ato Marketing Cultural promove, articula e apóia grupos teatrais e festivais de teatro. Nosso interesse é fazer a arte teatral acontecer da forma como se foi planejado pelo artista, atingindo todos os ângulos de atuação previstos para aquela obra. Estamos positivos com esse novo direcionamento do Ministério da Cultura, a partir do Plano da Secretaria da Economia Criativa, 2011-2014, confiantes de que, com o passar dos anos, os desafios agora lançados, serão superados, e desejamos ao máximo que iniciativas como essa apresentada possam acompanhar esse processo. REFERÊNCIAS ANDRADE, Adriana. ROSSETTI, José Paschoal. Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2004. AVELAR, Rômulo. O avesso da cena: notas sobre produção e gestão cultural. 1 ed. Belo Horizonte: Duo Editorial, 2008. CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas hibridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2008. CRUZ, Sidney. Palco giratório: uma difusão caleidoscópica das artes cênicas. Rio de Janeiro: SESC, 2009. CUNHA, M. H. Gestão cultural: profissão em formação. [S.I]: 2003. Disponível em: <http://www.gestioncultural.org/ficheros/BGC_AsocGC_MHCunha.pdf>. Acesso em: 25 set. 2011. GIDDENS, Anthony. 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