Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba DAELT – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação Experiência 5: Geradores elétricos. Objetivos: - Determinar, experimentalmente, a resistência interna, a força eletromotriz e a corrente de curto circuito de um gerador. Teoria Geradores elétricos são dispositivos que mantêm entre seus terminais uma diferença de potencial, obtida a partir de uma conversão de outro tipo de energia em energia elétrica. Essa conversão pode ser feita de várias formas, destacando-se os geradores que transformam energia mecânica, química e térmica em energia elétrica, denominados respectivamente de geradores eletromecânicos, eletroquímicos e eletrotérmicos. Como exemplo de geradores eletroquímicos temos as pilhas e baterias, que a partir de uma reação química separam as cargas elétricas positivas das negativas, provocando o aparecimento de uma tensão elétrica entre dois terminais denominados pólos. Como geradores eletromecânicos temos os dínamos e os alternadores, que a partir de um movimento mecânico geram respectivamente energia elétrica contínua e alternada. Como geradores termoelétricos temos o par termoelétrico em que dois metais diferentes recebem calor e proporcionalmente geram uma tensão entre seus terminais. Um gerador elétrico alimentando uma carga deve fornecer tensão e corrente que esta exigir. Portanto, na realidade, o gerador fornece tensão e corrente. O gerador ideal é aquele que fornece uma tensão constante, denominada de Força Eletromotriz (E), qualquer que seja a corrente exigida pela carga. Seu símbolo e sua curva característica, tensão em função da corrente, são mostradas na figura 5.1. V E E V I (a) 0 (b) I Figura 5.1 – (a) Gerador ideal; (b) Curva característica de um gerador ideal. Disciplina de Circuitos elétricos A Prof. Paulo Cícero Fritzen, Dr. Eng. 1 Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba DAELT – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação O gerador real perde energia internamente, portanto a tensão de saída não será constante, sendo atenuada com o aumento da corrente exigida pela carga. Podemos representar essa perda por uma resistência interna (r) e, conseqüentemente, o gerador ideal como um gerador ideal em série com esta resistência, conforme mostra a figura 5.2. r V E Figura 5.2 – Gerador real Do circuito equivalente ao gerador real, observamos que a resistência interna causa uma queda de tensão de saída, quando ele estiver alimentando uma carga. Esta situação é vista na figura 5.3. I r Vr V RL E Figura 5.3 – Gerador real alimentando uma carga Aplicando a lei de ohm, podemos escrever: I E ; r RL E ( r RL ) * I ; E r * I RL * I . Onde: RL * I V V E r * I Equação do gerador real. Da equação obtemos a curva característica do gerador real, que é vista na figura 5.4. Disciplina de Circuitos elétricos A Prof. Paulo Cícero Fritzen, Dr. Eng. 2 Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba DAELT – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação V E 0 I Figura 5.4 – Característica de um gerador real Pela curva notamos que, ao aumentarmos o valor da corrente, a tensão diminui, e quando ela atingir o valor zero, temos o valor um valor de corrente que é denominada de corrente de curto circuito (ICC), pois nessas condições o gerador encontra-se curto circuitado. A característica completa é mostrada na figura 5.5. V E 0 I cc I Figura 5.5 – Característica completa de um gerador real Na condição de curto circuito, temos que: V E r*I ; 0 E r * I CC ; I CC E . r A corrente de curto circuito, bem como a resistência interna do gerador, deve ser obtida experimentalmente, ou seja, levantando a curva característica do gerador e extraindo dela esses dois parâmetros, conforme é mostrado na figura 5.6. V E V 0 L I Figura 5.6 – Curva característica de um gerador real r tg ( ) Disciplina de Circuitos elétricos A V E e I CC L r Prof. Paulo Cícero Fritzen, Dr. Eng. 3 Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba DAELT – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia de Controle e Automação Parte prática Material utilizado - Fonte variável; - Resistor de 100Ω/1,15W; - Década resistiva; - Multímetro. Montagem 1 – Monte o circuito da figura 5.7. Ajuste a tensão da fonte para 10V. A 100() Década resistiva 10V B Figura 5.7 2 – Meça a tensão entre os pontos A e B com a década de resistores desconectada. Anote esse valor na tabela 5.1. Tabela 5.1 E(V) 3 – Ajuste a resistência da década de acordo com a tabela 5.2. Meça e anote, para cada valor, a tensão e a corrente na carga. Tabela 5.2 R() 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 V(V) I(mA) 4 – Com os dados obtidos na tabela 5.2 construa a curva característica do gerador V = f(I). 5 – Determine as resistências internas e as correntes de curto circuito por intermédio das curvas. 6 – Escreva as equações dos geradores. Disciplina de Circuitos elétricos A Prof. Paulo Cícero Fritzen, Dr. Eng. 4