Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 Captação de talentos para a gestão do conhecimento com auxilio do banco de competências Mathias Talevi Betim (UTFPR) [email protected] João Luiz Kovaleski (UTFPR) [email protected] Resumo: Nas organizações do conhecimento é importante captar pessoas com competências necessárias para responder as exigências da área que é considerada como “cérebro” da organização, a área de gestão do conhecimento tem hoje papel fundamental na organização e devemos ter cuidado em todo processo de implantação como de manutenção da mesma, e quando tratamos de pessoas envolvidas é necessário estar pronto para buscar os talentos e saber a fonte correta de captação. Este artigo demonstra com referencias bibliográficas o mapeamento de competências na organização, a base para construção do banco de competências, e a utilização deste banco como fonte de recrutamento para a gestão pessoas, embasando primeiramente as competências, conceitos de gestão do conhecimento, recrutamento de pessoas e tipos de recrutamento. Concluindo que nas organizações do conhecimento as pessoas têm um papel importante na sustentabilidade organizacional, mas é preciso que as mesmas estejam compartilhando e praticando suas competências.. Palavras-chave: Competências, recrutamento de pessoas, gestão do conhecimento 1 Introdução A gestão de pessoas deve acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade, atuando como agente integradora das transformações estruturais e comportamentais. O fator competitivo passa a ser o conhecimento e as competências das pessoas de cada organização. Dessa forma, muitas organizações perceberam a importância de ações sistemáticas facilitadoras para identificar, desenvolver, compartilhar, utilizar e reter o conhecimento. Neste contexto as empresas tem se preocupado em se atualizar nas condições de se tornarem fortemente no mercado. A busca pela competitividade e pelo melhor desempenho impõe a todas as organizações a necessidade de contar com profissionais capacitados e plenamente qualificados para atuar segundo o perfil exigido para as funções existente. A utilização de modelos baseados em Gestão por Competências veio ao encontro dessa necessidade, pois procura identificar, avaliar, desenvolver e reconhecer os conhecimentos, habilidades e atitudes que os profissionais tem para desempenhar as atribuições inerentes aos futuros cargos dentro da organização. O intuito deste artigo está em demonstrar com base em referencias bibliográficas conceitos de competências, a formação do banco de competências e expor a possibilidade de tornar este banco uma fonte de recrutamento para pessoas de gestão do conhecimento, embasando primeiramente as competências, após o mapeamento das mesmas, conceitos de gestão do conhecimento e recrutamento de pessoas e tipos de recrutamento. Chiavenato (1999) afirma que, os recursos humanos apresentam uma incrível aptidão 1 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 para o desenvolvimento, que é a capacidade de aprender novas habilidades, obtendo novos conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos. Assim, a área de RH necessita de um maior dinamismo, flexibilidade e agilidade para atender às demandas das empresas relativas a qualificação do seu pessoal. Desta forma este estudo se justifica pelo fato de que antes de ocorram necessidades de captar pessoas com competências certas para o ótimo desenvolvimento dentro do seu ambiente, é preciso que a área de recursos humanos possua determinada direção de fonte, com isso saber que logo pode contar com um banco de competências disponível seria importante para seu processo de recrutamento alcance o sucesso. 2 Competências Desde o século XV, competência era associada à rivalidade e competição (GRAMIGNA, 2007). Na década de 80, Boyatizis (apud BITENCOURT, 2004) define a competência com base na formação das pessoas e em seus resultados, colocando o enfoque nas características pessoais e relacionando-as com o comportamento humano, determinando assim o retorno da organização. As competências são desenvolvidas por meio da aprendizagem adquirindo os CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitudes) complacentes com os objetivos organizacionais. Os CHAs referem-se aos conhecimentos - definido como informações assimiladas pelo indivíduo dentro de uma estrutura já construída que influencia em seu comportamento; habilidades - que são os conhecimentos aplicados, ou seja, colocados em ação e as atitudes que referem-se a aspectos sociais e afetivos ligados ao ambiente produtivo onde atua. Carbone (2006) definiu competência como “combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional dentro de determinado contexto organizacional, que agregam valor a pessoas e organizações”. Assim como para Dutra (2008), as competências podem ser atribuídas tanto à organização quanto as pessoas. Colocando a organização e as pessoas no mesmo nível, percebe-se o processo de transferências de competências. Silveira (2005) sugere uma definição para o conceito de competência, no qual ele diz que a competência é a capacidade de mobilizar e articular saberes (conhecimentos), habilidades (competências específicas), aptidões e atitudes a fim de resolver com eficácia novos problemas, devidamente contextualizados, de forma consciente. As competências organizacionais estão arraigadas pelo conhecimento das pessoas, do trabalho das equipes, de estrutura e cultura organizacional. Uma competência é um agrupamento de atitudes, habilidades e conhecimentos relacionados que afeta uma grande parte de um trabalho (um papel ou responsabilidade), que se relaciona com o desempenho no trabalho, que pode ser medido com base em padrões aceitos, e que pode ser melhorado através de treinamento e desenvolvimento. Estão ligadas com a dimensão tácita (implícita) da inovação. Quando se combina governança com a perspectiva de competência, é possível equilibrar durabilidade e exclusividade com flexibilidade das relações de trabalho (NOTEBOOM, 2004). Para tanto, pode ser desenvolvido um modelo de gestão e mensuração de competências profissionais que oferece insumos para o planejamento das ações de orientação profissional, de capacitação corporativa, de recrutamento e seleção e avaliação de desempenho profissional. 2 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 Tecnicamente, a gestão por competências é implantada a partir de um processo de mapeamento de competências organizacionais, profissionais (das funções ou dos cargos) necessárias e das competências pessoais (dos funcionários) existentes. Realizar o inventário das competências pessoais. O objetivo é conhecer em profundidade as competências de cada funcionário da empresa. As competências pessoais são aquelas detidas pelo funcionário e foram avaliadas através da seguinte metodologia abaixo resumida: Quadro 1 - Três tipos de competências insesridas na organização Baseado em (Carbone e Rufatto, 2006) 2.1 Gestão das Competências Na gestão de competências, o contexto de trabalho e as situações de aprendizagem propiciam o desenvolvimento de competências das pessoas, agregando valor não só ao individuo, mas também para a organização (FLEURY; FLEURY, 2004). Uma estrutura de competências é tipicamente vista como um elo entre o desenvolvimento de pessoas com a estratégia empresarial. A gestão de competências utiliza a estrutura de competências para alinhar os objetivos estratégicos de uma empresa com seus processos-chave de gestão de pessoas (LEDEIST; WINTERTON, 2005). O processo de gestão das competências individuais é cíclico. De acordo com as exigências do ambiente e com a estratégia competitiva adotada, a empresa sustenta suas competências essenciais para canalizar suas energias no seu ponto diferencial, conseqüentemente, adotar políticas de gestão de recursos humanos que sustentem a identificação e gerenciamento de suas competências individuais. Na prática, a competência das pessoas manifesta-se na capacidade de julgar e tomar decisões, privilegiando a autonomia, a responsabilidade e o espírito de equipe e de cooperação frente aos comportamentos individualistas (ZARIFIAN, 2001). Deve-se estar claro para as organizações como estabelecer as regras de levantamento e organização de competências, após isto realizado pode-se avaliar as competências e realizar manutenção da mesma de forma organizada. Na figura a seguir mostra um formato de avaliação de competências pessoais para mapeamento. Leplat (2004) aponta que as complexidades de umas tarefas e as competências estão em uma relação de co-determinação apresentando-se como faces de uma mesma moeda. Para ele, complexidade e competência variam em sentido inverso, ou seja, quando aumenta a competência, a complexidade poderá ser diminuída. Porém, elas podem também variar no mesmo sentido, uma vez que, aumentando a competência, cria-se a oportunidade para o trabalhador assumir tarefas mais complexas. 3 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 Quadro 2 - Avaliação de competências pessoais Baseado em (Carbone e Rufatto, 2006) 2.2 Mapeamento das Competências Conforme Gramigna (2007) o mapeamento das competências é a fase determinante para o desenvolvimento de um modelo e necessita da participação da direção da organização. Nesta fase são apontados dois tipos de competências: 1)Técnicas: são as competências necessárias que o profissional precisa obter para realizar determinada função. 2)De suporte: são as competências que diferenciam o profissional, que agregam valor. O diagnóstico de competências internas geralmente é feito por meio de instrumentos de avaliação de desempenho. Partindo do pressuposto que a competência humana é expressa em função de seu desempenho no trabalho, é possível avaliar as competências através dos instrumentos de gestão de desempenho. (CARBONE et al., 2006). Faz parte do processo do mapeamento a opção de como descrever as competências, conforme Borges-Andrade, Abbad e Mourão (2006, p.219) “Não há uma maneira única e certa para a descrição de competências em organizações”.Descrevem-se as competências organizacionais de diversas maneiras. Uma delas é descrever as competências em termos organizacionais juntamente com os componentes específicos. Utiliza-se um substantivo ou uma frase iniciada com o substantivo referindo-se a determinada competência. Este processo é sem dúvida importante para a empresa que pretende inventariar e monitorar seu portfólio de competências. Como também quando almeja criar vantagens competitivas frente a concorrências. O mapeamento de competências é utilizado para identificar as habilidades e competências dos colaboradores, as lacunas das competências que os colaboradores ainda não possuem ou precisam desenvolver, a relação entre as competências dos colaboradores e as competências da organização, às necessidades de treinamento e a identificação de instrutores como também um banco detalhado das competências que a organização possui através de seu capital intelectual. 4 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 O mapeamento das competências é um instrumento muito útil para verificar se um indivíduo é competente ou não. Primeiro é necessário verificar quais são as competências requeridas e mapear as competências do indivíduo para avaliar se ele as possui ou não. Desta forma, “as competências ajudam a garantir que as pessoas selecionadas efetivamente possuem as características exigidas para a função almejada” (PELLETIER, 2006). As competências profissionais são mapeadas e descritas tomando por base a ação das pessoas e equipes no contexto em que sua função e o seu local de trabalho estão inseridos. 2.3 Modelo para mapeamento das competências Todo modelo deve sofrer um processo de avaliação contínuo para seu aperfeiçoamento e validação. Este processo pode ser conduzido levando em conta as avaliações de desempenho envolvendo a organização e onde os profissionais atuam ou podem atuar. Neste sentido, é necessário destacar a importância dos modelos de competência como ferramentas capazes de integrar os sistemas que compõem a gestão de recursos humanos e alinhá-los às estratégias organizacionais. Em primeiro lugar, a abordagem por competências oferece uma linguagem comum a todos os sistemas de recursos humanos que tradicionalmente apresentam mensagens conflitantes em termos do nível de desempenho exigido e das expectativas que os profissionais podem ter em relação a seu trabalho e sua carreira na organização (LUCIA E LEPSINGER, 1999). Após gerar o mapeamento de competências é necessário realizar a validação do mesmo, como forma de certificar que o modelo contempla as competências necessárias para o efetivo ou superior desempenho no trabalho. A validade de um modelo de competência é condição para sua utilização na área de recursos humanos. Quadro 3 - Abordagens para desenvolvimento de modelos de competência Fonte: (Adaptado por S. B. PARRY, 1996) 3 Talentos de gestão de conhecimento mapeados no banco de competências após mapeamento Neste sentido quando a área de recursos humanos pode contar com um banco de competência interno após mapeamento é inaceitável não consultá-lo. Banco de competência pode ser conceituado como base de informações sobre a capacidade técnica, científica e cultural das pessoas. 5 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 Mapeando de forma mais ampla a competência dos funcionários, incluindo informações sobre conhecimento tácito, experiências e habilidades negociais e processuais. Neste repositório de informações sobre a localização de conhecimentos na Organização, incluindo fontes de consulta e também as pessoas ou equipes detentoras de determinado conhecimento fica muito mais ágil e eficaz realizar busca de talentos com competências desejadas e exigidas pela organização. Gil (1994), argumenta que a gestão de pessoas, enquanto catalisadora entre necessidades e expectativas, tem sido a responsável pela excelência de organizações bem sucedidas e pela formação do capital intelectual na empresa. Novas competências são exigidas de acordo com o contexto que as organizações estão inseridas e enfrentando estes desafios é necessário estar sempre buscando atualizações nas fontes promissoras de mão de obra. No contexto da era dos conhecimentos, um dos indicadores para o sucesso da organização é a sua capacidade em buscar, qualificar e reter pessoas talentosas. Empresas que se comportavam como se tivessem um banco de talentos, têm que lidar com dificuldades, como identificar dentre seus funcionários quais são capazes de atender a demanda do mercado. (GRAMIGNA, 2007). 4 Gestão do conhecimento Gestão que é apreciada pelas organizações, porém muitas resistências são encontradas devido inúmeras mudanças culturais são obrigatórias para está gestão. Vamos conhecer esta gestão através de autores conceituados. Gestão do conhecimento é processo pelo qual uma organização consciente e sistematicamente coleta, cria, organiza, compartilha e quantifica seu acervo de conhecimentos para atingir seus objetivos estratégicos. Estas atividades são dependentes da junção de políticas de gestão de recursos humanos (NONAKA e TAKEUCHI, 1997). A Gestão do Conhecimento (GC) pode ser também mencionada como “a arte de gerar valor a partir de bens intangíveis da organização” (SVEIBY, 1998). Gestão do conhecimento é uma estratégia intensiva de obtenção de conhecimento com o objetivo de permitir o compartilhamento do mesmo e, com isso, melhorar a performance da empresa. A Gestão do Conhecimento pretende ser uma prática sistemática, onde a organização tem que descartar o conhecimento obsoleto e ser capaz de criar um novo, considerando a melhoria contínua das atividades, desenvolvimento de novas aplicações a partir de seu próprio sucesso e inovação contínua como um processo organizado (DRUCKER, 2000). Mudanças de comportamentos estão sendo evidenciado. Para Murray (1996) a Gestão do Conhecimento é “uma estratégia que transforma bens intelectuais da organização informações registradas e o talento dos seus membros – em maior produtividade, novos valores e aumento de competitividade”. Na perspectiva de Sveiby (1998) e Nonaka e Takeuchi (1997) conhecimento passa a ser o principal ativo organizacional e sua gestão é estratégica, na medida que é através dele que as organizações se tornam competitivas. MALHOTRA (1998), também propõe a sua definição para Gestão do Conhecimento: “Uma visão, baseada no conhecimento dos processos de negócio da organização, para alavancar a capacidade de processamento de informações avançadas e tecnologias de comunicação, via translação da informação em ação por meio da criatividade e inovação dos seres humanos. 6 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 A gestão do conhecimento foi conceituada por Bukowitz e Willians ( 2002), como “o processo pelo qual a organização gera riqueza, a partir do seu conhecimento ou capital intelectual”. Para Terra (2005) Gestão do Conhecimento significa “organizar as principais políticas, processos e ferramentais gerenciais e tecnológicos à luz de uma melhor compreensão dos processos de geração, identificação, validação, disseminação, compartilhamento e uso dos conhecimentos estratégicos para gerar resultados (econômicos) para a empresa e benefícios para os colaboradores”. Gestão do Conhecimento deve ser utilizada por qualquer empresa, independentemente do porte ou ramo de atuação. Deve ser utilizada por toda empresa que quer se destacar e se posicionar na vanguarda no seu segmento de negócio, pela qualidade, evolução constante, pela oferta de produto que surpreenda o cliente e naturalmente com processos inteligentes e viáveis. 4.1 Identificar competências para a gestão do conhecimento São muitas competências necessárias para atuar na área de gestão do conhecimento nas organizações, quando se realiza o mapeamento gerando o banco de consultas de competência fica muito mais ágil reconhecer as competências que se deve possuir ou aprender se capacitando. Algumas das competências conseguimos identificar através de técnicas, vamos detalhar um pouco mais de competência para um entendimento mais aprofundado. Neste sentido, a competência é o conjunto formado pelos conhecimentos tácito e explícito e implica na capacidade do funcionário de agir em diversas situações e criar ativos tangíveis e intangíveis. O profissional competente é capaz de articular o conhecimento formal e sistematizado (conhecimento explícito), obtido através da educação formal e informal, ao conhecimento oriundo de suas habilidades, crenças, valores e modelos mentais (conhecimento tácito), obtido a partir de suas experiências pessoais e de sua rede de contatos sociais (SVEIBY, 1998) e (NONAKA E TAKEUCHI, 1997). Ao se utilizar o banco de competências, o foco principal é a análise do potencial dos talentos da organização. Isto se dá através da análise comparativa entre competências individuais e competências funcionais, ou seja, uma comparação da performance individual com o perfil funcional desejado. No momento que se dá esta análise comparativa, é possível constatar ou não, a existência de um a diferença entre o grau mínimo recomendado de competência para o cargo/função e o grau de competência demonstrado pelo colaborador ocupante da função e a partir daí, oferta-se programas de treinamento e desenvolvimento para minimizar este diferencial. Estão citados alguns atributos que são relacionados com competências para a área de gestão do conhecimento. Atributos assim mapeados facilitam com ênfase o processo de recrutamento de pessoas para a gestão do conhecimento em organizações. 7 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 Quadro 4 - Atributos de competências indivíduais Baseado em (Sveiby, 1998), Hipólito (2001) e Le Boterf (2003) 4.2 A área de gestão do conhecimento Outra questão importante é onde se colocar a gestão do conhecimento nas organizações. Alguns acreditam que ela deva ser colocada em recursos humanos e outros acreditam que seu lugar seja em tecnologia da informação. Sugere-se que a gestão do conhecimento deva constituir um departamento autônomo e independente, diretamente ligado à alta administração. Conforme Pfeffer & Sutton (2000), quando o assunto é gestão do conhecimento, é muito mais fácil falar do que fazer algo a respeito. Uma miríade de organizações discursa sobre a importância da informação e do conhecimento, mas apenas algumas poucas realmente executam a gestão do conhecimento. Importante destacar para as organizações este conceito associando este como motivação, para as empresas buscarem estratégias cada vez mais eficazes dentro de seu cenário. O conhecimento é explícito na medida em que suas manifestações podem ser colocadas no papel, expressas por meio da linguagem falada ou registradas por meio de desenhos (VON KROGH, 2001). Já a concepção de Wilson (2002), quaisquer mensagens efetivamente transmitidas, sejam elas de natureza oral, escrita, gráfica ou gestual, constituem-se em informação e não em conhecimento. Ou seja, para esse autor, “o que hoje se denomina gestão do conhecimento é, a rigor, gestão da informação”. Um sistema, que possibilita aos colaboradores de uma organização a inserção de suas próprias observações a respeito de documentos, processos, informações e demais atividades da rotina de trabalho, configura-se como um sistema de gestão do conhecimento afirma (DAVENPORT, apud HILDEBRAND, 2000). Existem varias praticas de gestão de conhecimento, quando executamos uma delas podemos considerar que está acontecendo a inserção da gestão.. 5 Recrutamento de pessoas Processo de recrutamento pessoal é constituído pela comunicação de recursos humanos da administração de gestão de pessoas com os recursos humanos internos ou 8 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 externos. Para Muchinsky (2004) recrutamento é o processo pelo qual os indivíduos são solicitados a se candidatar a um emprego, a função do recrutamento é atrair pessoas para se candidatar a um emprego. Toledo e Milione (1983) revela como “uma etapa inicial do processo de busca e atração de mão-de-obra para a organização, procurando prover o número adequado de candidatos para as posições em aberto”. O recrutamento de pessoal nas organizações tem sido um desafio diário, sua complexidade se deve pelo fato de onde alcançar talentos em uma comunicação ágil e inteligente para dar frutos na seleção de pessoas. O principal desafio do recrutamento e seleção no mercado de hoje é a capacidade de atrair e reter talentos. As formas tradicionais de relacionamento entre empresas e profissionais torna-se rapidamente obsoletas. Mais do que nunca é preciso apropriar-se das novas técnicas e tecnologias (MANUAL, 2002). Os indivíduos e as organizações estão engajados em um continuo processo de atrair uns aos outros. Da mesma forma como os indivíduos atraem e selecionam as organizações, informando-se e formando opiniões a respeito delas, as organizações procuram atrair indivíduos e obter informações a respeito deles para decidir sobre o interesse em admiti-los ou não (PORTER, 1975). De acordo com Lacombe (2005) o recrutamento abrange o conjunto de praticas e processos usados para atrair candidatos para as vagas existentes ou potenciais. Ele deve ser efetuado em uma unidade centralizada, e é uma atividade permanente, sendo apenas intensificada nas ocasiões em que existem vagas. O recrutamento é feito com base nos dados referente às necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização e consiste nas atividades relacionadas com a pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas, entre as quais, possivelmente, aquelas necessárias à organização para a consecução de seus objetivos. É uma atividade que tem por objetivo imediato atrair candidatos, entre os quais serão selecionados os futuros participantes da organização. Dentro deste conceito, recrutamento é uma atividade de relações publicas e de envolvimento da organização com a comunidade que a rodeia. Mais ainda, é uma atividade de comunicação com o ambiente externo, isto é, com o mercado (CHIAVENATO, 1999). O recrutamento é o processo de encontrar e atrair candidatos capazes para solicitação de emprego. O processo começa quando são procurados novos recrutas e termina quando são apresentados os formulários de solicitação de emprego. O resultado é um “pool” dos que procuram emprego, do qual são selecionados novos empregos (WERTHER, 1983). O problema de todas as organizações é descobrir as fontes supridoras de recursos humanos, situadas no mercado competitivo, podemos citar que existe uma fase muito mais importante do recrutamento é a identificação das mesmas, pois servirão como servidoras de talentos, no qual podem ter candidatos que detém pré-requisitos necessários para suprir a necessidade da organização. 5.1 Fontes de recrutamento de pessoas A integração acontece a partir da reformulação da estrutura de cargos vigentes na empresa. O mapeamento das diversas atividades existentes no processo produtivo identifica as habilidades e competências técnicas necessárias à realização de cada atividade. 9 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 Segundo CHIAVENATO (1997), o recrutamento consiste, a partir dos dados referentes às necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização, nas atividades relacionadas com a pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas para a consecução dos seus objetivos. Sobre a ótica de autores o que podemos levantar atributos sobre competências individuais dos participantes do banco de competências após mapeamento (LE BOTERF, 2003; HIPÓLITO, 2001; SVEIBY, 1998), consideram resultados e experiências decorrentes da mobilização humana como atributos da competência individual, isto é, incorpora o valor adicionado pelo empregado ao negócio. 5.2 Banco de competências como fonte no recrutamento O mapeamento de competências é a base de todo o processo, pois, é a fundamento transacional de todo o sistema de gestão de capital humano. Ele visa a propiciar maior racionalização dos esforços através do planejamento, controle, desenvolvimento e avaliação e objetividade de cada humano mapeado, com isso, busca-se: garantir a continuidade dos profissionais ainda mais motivados, melhorarem a qualidade dos serviços, reduzirem o impacto da movimentação de pessoas devido a desligamentos da instituição, novas contratações, facilitar a aprendizagem do capital intelectual. Banco de competências é definido com uma ferramenta gerencial que possibilita o mapeamento e a gestão do conhecimento individual e institucional (CEZAR, 2002). Observase que o mesmo nos permite ter uma visão completa sobre o quadro de funcionários quanto ao seu potencial, servindo como base referencial para diversas ações gerenciais e isto fica muito claro quando visualizamos seus vínculos com as demais áreas que pertencem ao setor de Gestão de Pessoas, quando se faz um enfoque em competências. Através do banco de competências podemos elaborar planos de treinamento e desenvolvimento de pessoal com base nas competências em déficit. Os benefícios gerados pelo banco de competências podem ser evidenciados tanto para a organização, bem como para o colaborador (CEZAR, 2002). Dois benefícios são gerados para a organização o alinhamento das competências individuais com as estratégias da organização e o aproveitamento e reconhecimento dos talentos internos principalmente no preenchimento de vagas internas. Para o colaborador os benefícios obtidos são evidenciados pela transparência nos critérios de escolha de profissionais para a participação em programas de treinamento e desenvolvimento; planejamento de seu desenvolvimento, apoiado pelo gestor; desenvolvimento de competências que agreguem valor profissional e reconhecimento e a criação de horizontes profissionais compatíveis com a capacidade de desenvolvimento das pessoas, provendo maior qualidade e produtividade. 6 Conclusão Os procedimentos de captação e seleção de pessoal, no modelo de organização do trabalho em organizações do conhecimento do sistema de produção rígido, se assentavam num perfil profissional reativo e na escolha da pessoa certa para o cargo certo (ALMEIDA, 2004). Nesta pesquisa bibliográfica pode se concluir que nas organizações do conhecimento que são avançadas onde principalmente se tornou fundamental a área da gestão do conhecimento, a área é totalmente eficiente em resultados quando se capta pessoas com 10 Competitividade na Engenharia de Produção: Inovação e Sustentabilidade Joinville-SC, 22 a 24 de setembro de 2010 competências necessárias. Nos conceitos atribuídos no presente artigo quando exploramos competência logo se situamos, que em primeiro sentido a partir de um modelo eficiente e moldado a organização pode se levantar as competências tanto funcionais quanto organizacional e quando se cruza estas informações descobrimos que é possível identificar o recurso humano mais próximo das competências necessárias para um recrutamento eficiente. Da mesma forma que é possível mapear as competências individuais através de um banco de dados, incluindo três atributos fundamentais que seriam: conhecimento, habilidade e atitude das pessoas em relação a determinada situação tornando fundamental a atualização constante. Considerando este importante processo aproximamos a área de gestão do conhecimento como áreas necessitante de talento podem identificar que deve se resgatar pessoas altamente competentes, pois se identifica com o cérebro da empresa. Foi explorado o conceito de recrutamento e seus tipos através de especialistas, e quando eles comentam sobre recrutamento interno podemos perceber que existem algumas vantagens importantíssimas para a área de gestão de conhecimento e por isso penso que seria a fonte correta de captação. Referências ALMEIDA, Walnice. Captação e seleção de talentos. Repensando a teoria e a prática. São Paulo: Atlas, 2004. CARBONE, Pedro Paulo et al. Gestão por competência e gestão do conhecimento. 2. ed. 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