Livia_Aikawa - Licenciatura em Ciências Biológicas

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LÍVIA KAWAHARA AIKAWA
OFICINA COMO UMA METODOLOGIA DIDÁTICA
PARA O ENSINO DE NUTRIÇÃO NO 8º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL
São Paulo – SP
2013
1
A252
AIKAWA, Lívia Kawahara.
Oficina como metodologia didática para o ensino de nutrição no 8º ano do
ensino fundamental / Lívia Kawahara Aikawa– 2013.
88 f.: il.; 30 cm
Orientadora: Profª. Dra. Lucia Scott Franco de Camargo Azzi Collet
Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2013.
1. Ensino de nutrição
2. Oficina
3. Ensino Fundamental
I. AIKAWA, Lívia Kawahara. II. Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo
III Título
CDU 573.0
2
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LÍVIA KAWAHARA AIKAWA
OFICINA COMO UMA METODOLOGIA DIDÁTICA
PARA O ENSINO DE NUTRIÇÃO NO 8º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas do Instituto
Federal de Educação Ciência e
Tecnologia, Campus São Paulo como
um dos requisitos à obtenção do título
de Licenciado em Ciências Biológicas
Orientador: Lucia Scott F. C. A. Collet
São Paulo – SP
2013
3
BANCA DE AVALIAÇÃO
____________________________________________
Orientador
Profa. Dra. Lucia Scott F. C. A. Collet
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia/CCT/QUI
____________________________________________
Membro Titular Externo
Ana Carolina Massonetto Hamati
GRSA – Grupo de Soluções em Alimentação/Nutrição
____________________________________________
Membro Titular Interno
Prof. Dr. Paulo Henrique Netto de Alcântara
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia/CCT/BIO
____________________________________________
Suplente Externo
Profa. Dra. Tatiana Beatriz Tribess
SENAI/Coordenação Curso Tecnologia de Alimentos
____________________________________________
Suplente Interno
Prof. Dr. André Perticarrari
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia/CCT/BIO
São Paulo, 22 de Maio de 2013
4
A todos que colaboraram com o
cumprimento deste trabalho, aos
professores que me auxiliaram ao
longo da vida acadêmica, e a minha
família que me apoiou durante toda a
jornada.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Marcelo e Teresa, e a minha irmã Débora,
que me apoiaram em todos os momentos, e que estiveram sempre ao meu lado, me
auxiliando em todas as decisões.
A minha orientadora Professora Doutora Lucia Scott Collet que se dedicou ao meu
lado para o cumprimento deste trabalho.
Ao meu namorado Fillipe que esteve comigo ao longo da jornada sempre
compartilhando minhas angustias
Ao Professor Doutor Paulo Henrique Netto de Alcântara, que ao longo do curso me
ensinou inúmeras coisas, e sempre me auxiliou mesmo fora dos horários de aula.
E aos professores da Biologia, que ao longo destes quatro anos me proporcionaram
o conhecimento adequado para a minha formação.
E acima de tudo a Deus, que proporcionou esses momentos difíceis e inesquecíveis,
me ensinado a lutar e a vencer todas as barreiras que foram colocadas a minha
frente.
6
.
“Ensinar não é transferir o
conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.”
Paulo Freire
7
RESUMO
A alimentação é uma necessidade básica do ser humano, porém atualmente ela
está se tornando deficiente, tanto pela correria do dia-a-dia, quanto pela mídia, que
expõe ao público alimentos que não supriem todos os nutrientes necessários.
Devido a isso, a obesidade está se tornando cada vez mais comum no público
jovem. Nesse sentido, a escola tem o papel de auxiliar na educação nutricional dos
estudantes, uma vez que passam a maior parte do tempo na escola. O presente
trabalho teve a finalidade de propor uma oficina de nutrição para o 8º ano do Ensino
Fundamental II, e verificar sua aplicabilidade. Foi verificado, tanto em escolas
públicas quanto em escolas particulares, o entendimento dos professores sobre
metodologias ativas (primeiro questionário), e à aplicabilidade da atividade proposta
(segundo questionário), com doze professores do Ensino Fundamental II. A oficina
foi elaborada conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, em que o Ministério
da Educação propõe os conteúdos de nutrição que devem ser trabalhados no
terceiro ciclo. Constatou-se que os professores têm pouco conhecimento sobre a
utilização de metodologia ativa, porém eles sabem que neste recurso, as aulas têm o
foco no aluno. No entanto, a oficina proposta foi bem aceita por todos os
professores, assim como todos relataram que consideram aplicável para seus
alunos, sendo que nenhum dos professores retiraria alguma atividade que foi
proposta, e quatro professores sugeriram acrescentar alguma atividade.
8
ABSTRACT
Nutrition is a basic need of human being, but nowadays it has been becoming
deficient, due tie to the daily rush and the media, which exposes public foods that
does not fill the necessary nutrients to the public. Because of this, obesity has been
becoming more common in young people. According to this, the school role is to help
in the nutritional education of its students, once these students spend most of their
time at school. This work aimed to propose a nutrition workshop for the 8th year of
Elementary School II, and its applicability. It was observed, in public schools and in
private schools, teacher’s knowledge on active methodologies (first questionnaire),
and applicability of the activity proposed (second questionnaire) with twelve teachers
of elementary school II. The workshop was elaborated according to the National
Curriculum Standards, whereupon the Education Ministry proposes the contents of
nutrition which must be worked during elementary school third cycle. It was noticed
that teachers have little knowledge on the use of active methodology, but they know
that in these methodologies, lessons are focused on the student. However, the
proposed workshop was well accepted by all teachers, who reported that they
consider relevant for their students, none of them would remove any activity
proposed, and four teachers suggested to add some different activities.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 12
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 21
3.1 ELABORAÇÃO DA OFICINA ..................................................................................... 21
3.2 PESQUISA DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................. 21
3.3 AVALIAÇÃO DA PROPOSTA .................................................................................... 22
3.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS ............................................................................... 22
3.5 REFORMULAÇÃO.................................................................................................... 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 24
4.1 OFICINA ............................................................................................................... 24
4.2 AVALIAÇÃO DA PROPOSTA ..................................................................................... 25
4.3 REFORMULAÇAO ................................................................................................... 32
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 36
APÊNDICES ................................................................................................................ 40
ANEXOS ...................................................................................................................... 72
10
INTRODUÇÃO
Atualmente, a população mundial está tendo uma alimentação que não é
saudável, devido à pressa do dia-a-dia, e principalmente a mídia que dita diferentes
hábitos alimentares através das propagandas, e o consumo, é o objetivo principal
das propagandas de alimentos. Além disso, ocorre a insatisfação com a imagem
corporal devido à transmissão que a mídia oferece sobre o corpo ideal.(CASTRO et
al, 2010)
A alimentação é uma necessidade básica do ser humano envolvendo
inúmeros aspectos que influenciam a qualidade de vida do indivíduo. Ter uma
alimentação saudável é essencial para a saúde humana, e isso envolve ter acesso a
alimentos saudáveis, como também a compreensão do que é uma boa nutrição.
Segundo o Ministério da Saúde, metade da população do Brasil está acima
do peso (MINISTÉRIO DA SAÚDE apud FORMENTI, 2012), como também, o
número de jovens paulistas obesos triplicaram nos últimos três anos (BRASIL,
2012).
Outro fator importante, é que a mídia divulga imagens da beleza e do corpo
ideal, onde valoriza a magreza e rejeita o corpo gordo, e a não aceitação dos
adolescentes em relação a seu corpo está associado à depressão e a distúrbios
alimentares. Além disso, registrou-se o aumento acelerado das prevalências de
excesso de peso e de obesidade entre adolescentes (CASTRO et al, 2010).
Devido
à
inadequação
das práticas alimentares
entre
crianças e
adolescentes, devem ser adotadas estratégias educativas que enfatizam os
benefícios de adoção de uma dieta equilibrada (SILVA et al, 20--).
A escola tem o papel de auxiliar os alunos na compreensão de quais
alimentos são saudáveis para a alimentação, como também dos nutrientes que
participam na nutrição humana, porém, a forma com que está sendo abordado o
conteúdo não tem surgido efeitos positivos em relação às atitudes dos alunos.
Por isto, o objetivo deste trabalho é propor atividades usando metodologia
ativa (no caso oficina) para trabalhar o conteúdo nutrição com o 8º ano do ensino
fundamental II, como também verificar a aceitação e aplicabilidade da atividade
proposta fazendo primeiramente uma pesquisa de investigação com professores do
ensino fundamental tanto de escolas públicas, como de escolas particulares, a fim
de verificar o conhecimento do professor sobre metodologia ativa e oficina, e a
11
segunda pesquisa de opinião, para saber o que acharam sobre a oficina proposta
com estes mesmos professores.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
Quase metade (49%) da população brasileira está acima do peso, e 15,8%
estão classificados como obesos (FORMENTI, 2012).
Segundo o Índice Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), o
excesso de peso atinge 21,5% dos adolescentes do Brasil, e o aumento do peso é
contínuo nos últimos 34 anos. No sexo masculino, o índice passou de 3,7% (de
1974-1975) para 21,7% (de 2008-2009), já no sexo feminino, a estatística passou de
7,6% para 19,0% no mesmo período. Já em relação ao déficit de peso, ocorreu um
declínio de 10,1% para 3,7% entre os homens, e de 5,1% para 3,0% entre as
mulheres, como mostra a figura 1:
Figura 1 - Evolução de indicadores antropométricos na população de 10 a 19 anos, por sexo.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2009. POF 2008-2009: desnutrição cai e
peso das crianças brasileiras ultrapassa padrão internacional
Nas últimas décadas, o padrão alimentar sofreu grandes alterações, e o
consumo alimentar tem sido relacionada com a obesidade não somente quanto ao
volume da ingestão, mas da composição e da qualidade da dieta. Está diminuindo o
consumo de frutas e vegetais e aumentando o consumo de alimentos enlatados,
ricos em gorduras (CASTRO et al, 2008; TRICHES & GIUGLIANI, 2005). Uma
pesquisa realizada na escola do Rio de Janeiro no 9º ano do ensino fundamental da
rede pública municipal verificou-se um alto consumo de alimentos não saudáveis
como refrigerantes, frituras e salgados e um baixo consumo de hortaliças (CASTRO
et al, 2008).
13
Uma pesquisa realizada pela PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar), classificou como alimentos saudáveis o feijão, legumes e verduras, frutas e
leite, e alimentos não saudáveis frituras, embutidos, biscoitos e bolachas,
guloseimas e refrigerante, e obteve-se como resultado os maiores índices de
consumo de feijão em alunos de escolas públicas (65,8%), como mostrado na tabela
1. Já em relação a hortaliças 34,3% dos alunos de escolas privadas consomem em
cinco dias ou mais, em confronto com 30,4% de alunos de escolas públicas. E o leite
teve maior consumo em escolas privadas (60,7%) do que em escolas públicas
(51,7%). O consumo de alimentos não saudáveis, no caso dos salgados fritos, o
resultado foi um maior consumo em escolas privadas (14,3%) do que de escolas
públicas (12,0%) e o consumo de biscoito foi maior nas escolas públicas. Nesta
mesma pesquisa, é demonstrado que o consumo de alimento não saudáveis é maior
do que o de alimentos saudáveis, em todas as capitais estudadas (IBGE, 2009).
Tabela 1 - Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental com consumo
alimentar maior ou igual a cinco dias, nos últimos sete dias
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2009
Na figura 2, é possível verificar a quantidade de alimento consumido por dia,
por alunos que frequentam o 9º ano do ensino fundamental (IBGE, 2009).
Para Zancul e Oliveira (2007), a educação alimentar e nutricional é
fundamental, pois a aprendizagem que decorre dessa educação influencia nas
14
escolhas alimentares das pessoas ao longo de suas vidas. A aquisição dos hábitos
alimentares ocorre à medida que a criança cresce, até o momento em que ela
própria escolhe os alimentos que farão parte do seu cardápio diário. De início, a
escolha dos alimentos é feito pelos pais, mas conforme a criança frequenta a escola
e conhece novas pessoas, ela conhecerá novos alimentos e novos hábitos
alimentares.
Figura 2 - Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, por consumo
alimentar na última semana, segundo o alimento consumido nos municípios das capitais e Distrito
Federal – 2009
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2009
Uma nutrição humana balanceada deve conter muitos componentes:
proteínas, carboidratos, lipídios, minerais, água, vitaminas e fibras. Alguns
componentes nutricionais são essenciais para vida e devem ser fornecidos
regularmente para os humanos com a alimentação. Os materiais que as células
animais precisam, mas não conseguem sintetizar, são chamados de nutrientes
essenciais, que são obtidos na dieta (URRY, 2010).
As proteínas fornecem aminoácidos para o organismo, que são utilizados
para a biossíntese de proteínas próprias do corpo. Elas são nutrientes essenciais,
pois fornecem aminoácidos essenciais que os humanos não podem formar. A
necessidade mínima diária de proteína é cerca de 37 g para o homem e 29 g para
mulher, sendo que a quantidade recomendada é aproximadamente duas vezes mais
alta. A necessidade de mulheres grávidas e em período de amamentação é ainda
mais alta (KOOLMAN, ROHM, 2005).
15
As proteínas em produtos animais como carne, ovos e queijo são
“completas”, fornecem todos os aminoácidos essenciais nas proporções adequadas.
A maioria das proteínas das plantas são “incompletas” apresentando deficiência em
um ou mais aminoácidos essenciais (URRY, 2010).
Os carboidratos servem como fonte de energia, e incluem açúcares e
polímeros de açúcar. Na alimentação, podem estar incluído no mel e nas frutas
como monossacarídeos (açúcares simples), no leite e em todos os alimentados
adoçados com açúcar como dissacarídeos. Os polissacarídeos (polímeros
compostos por várias unidades de açúcar) usados metabolicamente encontram-se
em vegetais (amido) e produtos animais (glicogênio). Constituem uma porção
essencial do fornecimento de energia, mas não são essenciais (KOOLMAN, ROHM,
2005; URRY, 2010).
Os lipídeos são uma classe de moléculas biológicas que não incluem
polímeros verdadeiros. Eles misturam-se muito pouco ou não se misturam com a
água. Um exemplo de lipídeo são as gorduras (URRY, 2010).
As gorduras são os mais importantes fornecedores de energia. São
essenciais como carreadoras de vitaminas lipossolúveis e como ácidos graxos
poliinsaturados (KOOLMAN, ROHM, 2005).
As vitaminas são componentes indispensáveis da alimentação. O organismo
animal necessita delas em pequenas quantidades para formar suas coenzimas e
substâncias sinalizadoras (KOOLMAN & ROHM, 2005). São moléculas orgânicas
com diversas funções, e são classificadas como solúveis em água ou solúveis em
gordura. As vitaminas solúveis em água incluem o complexo B (composto que
funciona como coenzima) e a vitamina C (necessária para produzir tecidos
conectivos). Já as vitaminas solúveis em gordura são a vitamina A (incorporada nos
pigmentos visuais do olho), e a vitamina K (funciona como coagulante sanguíneo).
Outra vitamina é a D, que auxilia na absorção do cálcio e na formação dos ossos. A
vitamina D é sintetizada a partir de outras moléculas quando a pele é exposta ao sol
(URRY, 2010).
As dietas que não preenchem as necessidades básicas podem causar
subnutrição ou desnutrição. A subnutrição é resultado de uma dieta que suplementa
uma energia química abaixo daquela que o corpo precisa. A desnutrição é a
ausência por muito tempo da dieta de um ou mais nutrientes essenciais. Ambos
causam impactos negativos na saúde e na sobrevivência do ser humano
16
(WASSERMAN, 2010). Considera-se também como subnutrição, o termo usado por
Josué de Castro no livro Geografia da fome, a fome oculta, onde faltam
determinados elementos nutritivos. A ausência de determinados nutrientes gera a
retenção de água no corpo, dando ao indivíduo a aparência de saudável. (CASTRO,
1984; RÊGO, 2009)
Por outro lado, a supernutrição (consumo de mais calorias do que o corpo
precisa para o metabolismo) causa a obesidade (acumulo excessivo de gordura),
que contribui para inúmeros problemas de saúde. Alguns problemas de saúde
causados pela obesidade são: acidente vascular cerebral; fertilidade reduzida em
homens e mulheres; hipertensão arterial; doenças cardiovasculares; doenças
pulmonares; entre outras (WASSERMAN, 2010).
A antropometria é definida como uma técnica de expressão quantitativa da
forma do corpo. É um método acessível, simples e não invisível, podendo ser
utilizado por qualquer profissional, sendo considerado o método mais útil para
verificar se a pessoa está obesa. Índices antropométricos são obtidos a partir da
combinação de informações antropométricas básicas (peso, sexo, idade e altura). O
IMC (índice de massa corpórea) é um dos métodos utilizados para identificar a
obesidade, e esses valores são considerados como referências pela OMS
(Organização mundial da saúde). O IMC para a idade (peso/altura²) é recomendado
na adolescência e usado para avaliação do estado de magreza, desnutrição,
sobrepeso e obesidade, porém não identifica a deficiência ou o excesso de um
nutriente específico, podendo ser considerado somente como critério sugestivo de
maior risco nutricional (ABRANTES et al, 2002; EISENTEIN et al, 2000).
Abrantes et al (2002) colocam, que a prevalência de obesidade também esta
crescendo na infância e na adolescência, e tende a persistir na vida adulta. Cerca de
50% das crianças obesas aos seis meses de idade e 80% das crianças obesas aos
cinco anos de idade permaneceram obesas na fase adulta. Além disso, pessoas
obesas (em especial crianças e adolescentes) apresentam baixa autoestima,
afetando a desempenho escolar e os relacionamentos.
A obesidade infantil vem crescendo mundialmente, e a escola aparece como
espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de melhoria das condições de
saúde e do estado nutricional das crianças. A escola propicia um local ideal para
aplicação de programas de educação em saúde, devendo constituir de processos
ativos, lúdicos e interativos, favorecendo mudanças de atitudes e hábitos
17
alimentares. (SCHMITZ et al, 2008).
Além disso, para Castro et al (2010) a imagem corporal pode ser definida
como a percepção que o sujeito tem do próprio corpo com base nas sensações e
experiências vividas ao longo da vida. Atualmente, a imagem corporal é influenciada
pela mídia, que transmite que o corpo ideal é a magreza, rejeitando o corpo gordo. A
não aceitação dos adolescentes em relação a seu corpo está associada a depressão
e a distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.
A pesquisa realizada pela PeNSA também aponta que para os adolescentes,
a autopercepção e a satisfação com a imagem corporal são fatores importantes em
sua autoaceitação. O estudo identificou que 68,3% dos alunos de escolas privadas
estavam fazendo algo em relação a seu peso, sendo 36,7% estavam tentando
perder peso, 12,6 ganhar peso e 19,1% manter o peso. Já em relação aos alunos de
escolas públicas, 61,3% estavam fazendo algo em relação ao peso, sendo 25,0%
fazendo algo para perder o peso. Além disso, 6,9% relataram que vomitavam ou
ingeriam remédios para controle do peso, sendo que desse percentual, 7,1% são
alunos de escolas da rede pública e 6,0% alunos de escolas privadas (IBGE, 2009).
Schimitz et al (2008) colocam ainda que o educador deve ser um facilitador,
que saiba utilizar várias estratégias de ensino que ira contribuir para a melhoria da
alimentação das crianças. Para que isto seja possível, ele deve possuir
conhecimento e habilidades sobre promoção da alimentação saudável.
Além de ser um facilitador, Rego (1995) coloca que o professor deve
promover situações que incentivem a curiosidade dos alunos, possibilitando a troca
de informações, fazendo com que o aluno se torne o sujeito ativo das aulas, pois o
conceito não é aprendido por meio de um treinamento mecânico.
Segundo os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), “(...) é o papel da
escola formar alunos com conhecimentos e capacidades que os tornem aptos a
discriminar informações, identificar valores agregados a essa informação e realizar
escolhas.” (BRASIL, 1998, p. 46).
Para as Orientações Curriculares do Município de São Paulo (SÃO PAULO,
2007), o ensino de ciências deve lidar com temáticas do mundo natural, de interesse
pessoal e alcance social, como a qualidade de vida, a percepção do próprio corpo e
de suas transformações.
Um dos objetivos que os PCN trás para o ensino de ciências é: “Conhecer o
próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos
18
aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à
sua saúde e à saúde coletiva.” (BRASIL, 1998 p. 7)
No terceiro ciclo, em relação ao conteúdo de nutrição, o PCN coloca que:
(...) os estudantes poderão distinguir diferentes tipos de nutrientes, seus
papéis na constituição e saúde do organismo, conforme suas necessidades
e reconhecer aspectos socioculturais relativos a alimentação humana. (...)
Interpretando informações encontradas nos rótulos dos alimentos
comercializados e tabelas nutricionais, os estudantes podem identificar a
oferta de energia e de nutrientes contidos em todos os tipos de alimentos.
(...) Este estudo devem auxiliar os estudantes a se tornarem consumidores
mais atentos em relação à composição, à propaganda, às datas de
validade, ao estado de conservação e às possibilidades alternativas de
consumo de alimento menos descaracterizados e mais saudáveis. (BRASIL,
1998 p. 73)
É nesta etapa ainda que para o PeNSE o risco de excesso de peso tem sido
investigado, pois é onde os padrões de comportamentos são firmados (IBGE, 2009).
A educação nutricional busca modificar e melhorar o hábito alimentar a
médio e longo prazo, preocupando-se com as representações sobre o alimento, os
conhecimentos, atitudes e valores da alimentação para a saúde (GOBBI, 2005 apud
ZANCUL, OLIVEIRA, 2007 p. 224).
Para Castro e colaboradores (2007) no campo da formação de professores
responsáveis pela educação nutricional, às estratégias tradicionalmente utilizadas
são desenvolvidas de forma fragmentada e desarticulada da realidade local, não
resultando em ações transformadoras.
As práticas alimentares desenvolvidas na educação nutricional priorizam o
ensinamento de informações sobre o alimento, alimentação e prevenção de
problemas nutricionais, mas para Silva et al (20--) esta forma não tem mostrado
mudança de comportamento , pois não estão auxiliando na formação para os alunos
tomar decisões, e o importante, é capacitar os indivíduos para que tenham
condições de decidir sobre escolhas alimentares saudáveis.
O aprendizado deve envolver assuntos que façam parte do cotidiano do
aluno e se desenvolver em grupo; assim, haverá estímulo à assimilação do
conhecimento, que possibilitará a capacitação para escolhas saudáveis (Silva et al
20--).
O ensino sobre a alimentação saudável deve ser aplicada de maneira
participativa segundo Silva et al (20--), e outro fator que também beneficia é a
aplicação da mesma em um ambiente social, por isso a escola constitui um ambiente
favorável para ações preventivas na área da educação nutricional, pois é o mais
importante grupo social do educando após a família.
19
A oficina é uma forma de construir o conhecimento, com ênfase na ação,
sem perder a base teórica. Ela muda o foco tradicional da aprendizagem,
incorporando a ação e a reflexão. Numa oficina ocorre apropriação, construção e
produção de conhecimentos teóricos e práticos de forma ativa e reflexiva (PAVIANI,
FONTANA, 2009). A proposta metodológica de oficinas pedagógicas busca aprender
o conhecimento a partir de acontecimentos vivenciais no dia-a-dia, onde a relação
teoria e prática constituem o fundamento do processo pedagógico. (FIGUEIRÊDO et
al, 2006)
Paviani e Fontana (2009) colocam que a oficina é uma oportunidade de
vivenciar situações concretas e significativas baseado no tripe: sentir-pensar-agir,
com fins pedagógicos. A oficina atende a duas finalidades: a articulação de
conceitos, pressupostos e noções com ação concretas vivenciadas pelo aprendiz; e
a construção coletiva de saberes.
Na oficina, o professor dá a oportunidade para que os alunos busquem o
próprio conhecimento, ou seja, não é uma atividade centrada no professor, mas sim
no aluno (PAVIANI, FONTANA, 2009).
As oficinas temáticas, segundo o Grupo de Pesquisa em Educação Química
(GEPEQ) (2007), vão propor conjuntos de atividades experimentais que abordam
aspectos de um dado conhecimento e permitem a construção de conceitos e de uma
visão global do mundo. O aluno reflete sobre problemas relativos ao tema tratado,
avalia possibilidades e toma decisões. A oficina é um processo de ensino que busca
a aquisição do conhecimento científico, e desenvolve a capacidade de pensamento
e atitudes, envolvendo ciência e tecnologia. Ela cria condições para que as
aprendizagens se tornem úteis no dia-a-dia, não em uma perspectiva simplesmente
instrumental, mas numa perspectiva de ação. (CACHAPUZ et al, 2002 apud
GEPEQ, 2007)
Martins, Freitas e Feldkercher (2009) propõem que para a elaboração da
oficina, a escolha do tema é um fator determinante, e para que isto ocorra, são
necessárias as etapas: decidir o tema de estudo; reunir todo o material possível
sobre o tema, buscando em materiais como revista, filmes, livros, e conversas
cotidianas; e entendimento do tema que será abordado (CORRÊA, 2000 apud
MARTINS, FREITAS, FELDKERCHER, 2009).
Na oficina, Paviani e Fontana (2009) colocam que são propostos tarefas
para resolução de problemas ou dificuldades existentes, incluindo o planejamento de
20
projetos de materiais, a produção de materiais didáticos, a execução de materiais
em sala de aula e a apresentação do produto final. As técnicas e os procedimentos
podem ser variados, incluindo trabalhos em duplas e em grupos para promover a
interação entre os participantes, sempre focando em atividades práticas.
Segundo Figueirêdo et al (2006) as oficinas devem ser iniciadas com uma
dinâmica de acolhimento e entrosamento, para facilitar o conhecimento mútuo e a
interação entre os participantes. Depois, tem-se a reflexão do tema específico, que
busca refletir a realidade, e suas interrelações com os níveis indivíduias, grupal e
coletivo.
Portanto, para Figueirêdo et al (2006), as oficinas vão possibilitar um
processo dinâmico educativo, composto por sensibilização, compreensão, reflexão,
análise ação e avaliação.
Além da oficina, Santos (2008) coloca que a ludicidade para o aluno, torna a
aula mais prazerosa, auxiliando no conhecimento e na construção de novas
descobertas, e permite que o professor avalie o desenvolvimento do aluno fugindo
das tradicionais provas.
Santos propõe que “A Educação pela via da ludicidade propõe-se a uma
nova postura existencial, cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando
inspirado numa concepção de educação para além da instrução.” (SANTOS, 2008 p.
15).
O jogo pedagógico é utilizado com objetivos de proporcionar determinadas
aprendizagens, melhorando o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos. A
utilização do jogo na sala de aula é importante, pois serve para aprender,
extravasar,
refletir
sobre
o
mundo,
estimular
a
criatividade,
auxiliar
no
desenvolvimento do aluno de forma diferenciada e estimula o trabalho em grupo. Ele
preencherá
lacunas
deixadas
no
processo
de
transmissão-recepção
de
conhecimento (SANTOS, 2008. CAMPOS et al., 2002).
Concordamos, portanto, com Rodrigues e Roncada (2008) que a educação
nutricional é um dos caminhos para promover a saúde, levando a população a refletir
sobre a importância da alimentação para a saúde, porém é um processo longo, que
para obter resultados exige continuidade e permanência.
21
3 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho contou cinco etapas: a elaboração da oficina, aplicação do
questionário de investigação, apresentação da oficina aos professores, aplicação de
um questionário de opinião para avaliação da oficina, análise dos questionários e
uma reformulação da oficina.
3.1 Elaboração da Oficina
Para a elaboração da oficina foram utilizado os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) – ciências naturais, analisando as sugestões para o terceiro ciclo,
com a finalidade de verificar o que o Ministério da Educação propõe para o ensino
de nutrição no 8º ano do ensino fundamental II.
Foram analisadas, as dificuldades dos professores ao trabalharem o
conteúdo de nutrição e levou-se em conta também a importância de se utilizar um
recurso lúdico e conhecido dos alunos, para a elaboração da oficina de uma forma
diferenciada.
Para a escolha da estrutura da oficina, utilizou-se a proposta que Figueirêdo
(2006) sugere, em relação ao uso da interação dos alunos, da sensibilização,
compreensão e reflexão do tema estudado. Já a utilização de um produto final, é a
metodologia proposta por Paviani e Fontana (2009), na qual coloca a execução de
materiais em sala de aula, apresentação do produto final e produção de materiais
didáticos.
A utilização do jogo como produto final, foi proposta após a análise da
utilização do jogo como uma modalidade didática pouco utilizada pelos professores,
porém, segundo a literatura, torna a aula mais prazerosa para o aluno.
Para a apresentação da oficina aos professores, foi utilizada a apresentação
em Power Point, contendo nove slides explicando a oficina (Apêndice A).
3.2 Pesquisa de investigação
A proposta de oficina foi apresentada, após a aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa (Anexo A), para seis professores da rede pública de ensino e seis
professores da rede privada, ambos do município de Atibaia – SP, após a assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo B).
Os professores responderam ao primeiro questionário de investigação
22
(Apêndice B) para averiguar o entendimento dos mesmos sobre o que é metodologia
ativa, se utiliza em sala de aula, quais metodologias ativas já utilizaram e em qual
conteúdo, o que entende por oficina, e o que acha da oficina como uma metodologia
ativa.
3.3 Avaliação da proposta
Para finalizar, os professores novamente responderam a um segundo
questionário de opinião (Apêndice C) para analisar o que acharam da oficina, se é
interessante abordar o conteúdo de nutrição utilizando o recurso da metodologia
ativa, se é aplicável para seus alunos de 8º ano, se ira contribuir para o aprendizado
do aluno e por fim acrescentaria ou retiraria alguma atividade da oficina.
3.4 Análise dos questionários
Para a análise dos resultados, foi utilizada a metodologia de análise textual
discursiva, proposta por Roque Moraes. Segundo Moraes e Galiazzi (2006), a
pesquisa qualitativa aprofunda a compreensão dos fenômenos que investiga a partir
de uma análise, com a intenção de compreensão e não para testar hipóteses.
A análise textual discursiva constitui uma metodologia aberta onde a
linguagem desempenha um papel central. É uma análise de dados que transita em
duas formas de análise na pesquisa qualitativa, são elas a análise de conteúdo e a
análise de discurso. (MORAES & GALIAZZI, 2006)
As organizações das análises se dão em três etapas: (MORAES, 2003.
MORAES, 1999)
1) Desmontagem do texto (unitarização) – interpretar e examinar os
materiais em seus detalhes isolando as ideias elementares de
sentido. É o início do processo reconstrutivo das compreensões do
pesquisador.
2) Estabelecimento de relações (categorização) – construir relações
entre
as
unidades
bases,
combinando
e
classificando
para
compreender como esses elementos podem ser reunidos na forma de
conjunto mais complexo. Quanto maior o número de categorias, maior
será a precisão da classificação.
23
3) Captando o novo emergente (descrição) - através das etapas
anteriores, possibilita a emergência de uma compreensão renovada
do todo.
A análise textual discursiva possibilita criar espaços de reconstrução,
envolvendo diversos elementos, em especial, a compreensão dos modos de
produção da ciência e reconstruções de significado dos fenômenos estudados.
(MORAES & GALIAZZI, 2006)
3.5 Reformulação
Para a reformulação da proposta de oficina, foi verificado inicialmente o que os
professores responderam a última questão do segundo questionário, a fim de verificar
se acrescentariam ou retirariam algo.
Com base nas respostas, a oficina foi complementada, levando em
consideração as sugestões dos professores.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Oficina
A oficina iniciará com uma sensibilização. A sensibilização será através de
uma apresentação de slides, na qual um slide contará com dois alimentos
(totalmente diferentes) e o professor deverá questionar aos alunos qual é mais
calórico. Os alunos serão separados em grupos de quatro pessoas, e levantarão
uma placa para responder. Após uma série de slides, o professor irá conversar com
os alunos sobre as calorias dos alimentos, porque alguns alimentos “menores”
contêm mais calorias que outros “aparentemente maiores”. Ex: Três (30g) bolachas
recheadas sabor morango, da marca Adria, valor calórico 148 kcal (quilocalorias) e
uma fatia (25g) de pão de forma da marca Pullman, valor calórico 61 kcal
(quilocalorias). (UOL, 20--)
Em seguida, o professor irá apresentar imagens de algumas pessoas
presentes na mídia, com IMC (índice de massa corpórea) acima do normal, e abaixo
do normal. Pois uma pessoa, como por exemplo, o lutador de MMA Antônio
Minotauro tem IMC acima do normal, com valor igual a 30,2 (UOL), porém não é
considerada uma pessoa obesa. Já algumas pessoas como atletas maratonistas,
possuem o IMC abaixo do normal, porém não são consideradas desnutridas. Com
isso o professor irá abordar, que nem sempre o IMC é confiável, porém segundo a
organização mundial da saúde, está é uma forma de descobrir se a pessoa está
acima do peso, ou não. Após esta conversa, o professor ira ensinar como se calcula
o IMC, e pesar e medir os alunos. Está etapa, será apenas para os alunos que
quiserem calcular o IMC. É importante o professor não pressionar os alunos, pois
muitos não gostam de se pesar.
Na fase seguinte, o professor e alunos irão levar folhetos de supermercados,
e os alunos irão formar grupos de quatro pessoas e pesquisar no livro didático sobre
proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras, lipídios e minerais. Cada grupo irá ficar
responsável por um nutriente. Confeccionarão um cartaz com as ideias principais
dos nutrientes pesquisados, e apresentarão para a sala. O professor irá pendurar um
papel pardo com o desenho da pirâmide alimentar, e os alunos recortarão os
alimentos (dos folhetos de supermercado) e colarão em qual é o local que o alimento
está situado na pirâmide.
A última fase da oficina, como também o produto final, contará com a
confecção de um jogo, ao estilo do super trunfo, onde os alunos irão produzir as
25
cartas de alimentos, com os dados presentes nos pacotes de alimentos e
pesquisados. Os alunos irão jogar em grupo. O objetivo do jogo é ficar com todas as
cartas do adversário por meio dos confrontos de valores nutricionais. As cartas serão
distribuídas em números iguais para cada um dos jogadores, e contarão com
informações nutricionais como valor energético, carboidrato, açúcares, proteínas,
gorduras, sódio, entre outros. O jogador irá escolher qual nutriente ele quer que seja
o maior ou o menor. Por exemplo: o maior valor energético; o menor valor de
gordura. Os adversários e o jogador colocam a carta que escolherem na mesa, e
vence quem tiver a carta com o maior ou o menor valor escolhido do nutriente. O
próximo jogador que escolherá o nutriente é o que venceu a rodada anterior. Caso
dois ou mais jogadores tenham empatado, os demais jogadores que perderam
deixam suas cartas na mesa e a vitória é escolhida entre os que empataram. Quem
escolheu inicialmente diz um novo nutriente a ser verificado na próxima carta,
ganhando as cartas da rodada quem tiver o valor mais alto ou mais baixo das novas
cartas.
4.2 Avaliação da proposta
Os questionários foram analisados utilizando a análise textual discursiva,
proposta por Roque Moraes, para agrupamento de respostas com idéias centrais
semelhantes utilizou-se os critérios apresentados no Quadro 1.
Vale lembrar, que um professor respondeu a mais de uma resposta nas
questões, exceto na segunda questão.
Os resultados obtidos em relação à primeira questão do primeiro
questionário aplicado (Apêndice B), estão resumidos na tabela 2.
Uma complementação que apenas um professor colocou, foi que o
educando motivado, interessado, melhora sua autoconfiança e consequentemente
melhora sua aprendizagem. A utilização de metodologias ativas tem essa finalidade,
apresentar o conteúdo ao aluno, de forma diferenciada, para despertar o interesse
dos alunos, e consequentemente motivá-lo; desta forma, o professor mostra ao
aluno que as aulas podem ser prazerosas, e sair da rotina.
Seis professores responderam que a metodologia ativa tem foco no aluno, e
apesar de alguns não saberem o real conceito de metodologia ativa, eles sabem que
neste recurso, o professor é um mediador, e o aluno é ativo, sendo uma das
características mais importante para a metodologia ativa.
26
Quadro 1 - Critério de agrupamento
CRITÉRIOS DE AGRUPAMENTO
Ideia central
Termo chave
Ludicidade
Lúdico, brincadeira, divertido, jogo, gincana, criativo, teatro,
prazeroso
Experimental
Prática, experimento
Pesquisa
Procura por informações, seminário, busca, saber pensar,
painéis, investigação, desafios
Argumentar
Exposição de idéias, critica, debate
Projetos
Solução de problemas, solução de casos, vivência dos alunos,
soluções dos “por que”
Foco aluno
Aluno é centro da aula, professor deixa de ser o centro,
participação ativa, aluno participante, professor mediador, aluno
apresentar ideias, professor orientador
Interativo
Aluno e professor constroem o conhecimento, envolver aluno,
relacionamento em grupo, dinâmico, troca de experiência,
participação, trabalho em equipe, diálogo entre professor e aluno
Multimídia
Curso
Vídeos
de Conhecimento a parte da escola, ganho para o professor
aperfeiçoamento
Tema atual
Realidade do aluno, presente no dia-a-dia
Aula diferencial
Sai da rotina lousa – caderno, novas metodologias, exceto aulas
tradicionais, diferentes estratégias de ensino
Conteúdo
Conteúdo do currículo, conteúdo programático, alcançar objetivos
conceitual
(aprendizagem), conhecimento de forma sólida, assimilação do
conteúdo proposto, conhecimento prévio
Conteúdo
Mudança de hábito alimentar, conscientização
atitudinal
Atrativo
Desperta a curiosidade do aluno
Na segunda questão havia duas subquestões, a primeira pergunta se o
professor utiliza metodologia ativa (Tabela 3) e a segunda, sobre o porquê utiliza
metodologia ativa (Tabela 4).
27
Tabela 2 - Resultados da questão 1
1) O que é uma metodologia ativa?
Resposta
Número de professores
Foco no aluno
6
Interativo
3
Experimental
3
Pesquisa
4
Ludicidade
2
Projetos
3
Argumentar
1
Tabela 2 - Resultado da questão 2) a)
2) a) Utiliza metodologia ativa?
Resposta
Número de professores
Sim
10
Não
2
Tabela 3 - Resultado da questão 2) b)
2) b) Por que utilizam metodologia ativa?
Resposta
Número de professores
Foco no aluno
2
Interativo
5
Pesquisa
1
Problema
1
Argumentar
1
Ludicidade
1
Um professor destacou que utiliza esta metodologia, pois o educando acaba
sendo atuante na melhoria da cultura científica, social e na saúde. O professor que
destacou isto entende as finalidades da utilização de metodologias ativas, e percebe
que desta forma consegue atrair a atenção dos mesmos.
A terceira questão era apenas para ser respondida caso o professor tivesse
respondido sim a questão dois (Tabela 5).Alguns professores colocaram mais de
uma resposta.
28
Tabela 4 - Resultado questão 3
3) Quais metodologias já aplicou?
Resposta
Número de professores
Experimental
4
Pesquisa
4
Múltimídia
3
Ludicidade
3
Análise de gráficos e tabelas
1
Argumentar
1
Conteúdo conceitual
1
Alguns dos professores relataram em quais conteúdos eles utilizam a
metodologia ativa, são eles, corpo humano, reino animal e vegetal; projeto
prevenção também se ensina; valores calóricos dos alimentos, dieta saudável,
alimentação saudável; genética, seleção natural.
Um professor destacou que utiliza o trabalho de campo com a apresentação
de relatórios e fotografias como uma forma de aprimorar o conhecimento do aluno.
Neste sentido, pode-se dizer que a visita de campo é uma ótima metodologia, pois
leva o aluno a visualizar e aplicar o que aprende na teoria, e além de estimular a
curiosidade do aluno por estar saindo do ambiente escolar. Porém, esse recurso não
é utilizado por todas as escolas, pois a questão financeira afeta tal opção
pedagógica, uma vez que algumas escolas públicas não têm recursos suficientes
para estas ações , e quando o fazem, fazem uma seleção dos alunos de acordo com
o rendimento escolar.
Para a questão quatro, os resultados obtidos estão resumidos Tabela 6.
Um professor destacou que a oficina possui um tema central e o professor
explora esse tema de diversas formas. Outro professor destacou que há uma
problematização e eles se reúnem para traçarem o que cada um pode colaborar.
Esses dois professores que abordaram a oficina desta maneira, parecem possuir
uma compreensão mais abrangente da metodologia de oficina e como aplicá-la em
sala de aula.
Para finalizar o questionário de opinião aplicado antes da apresentação da
oficina, os professores tiveram que responder sobre o que acham da oficina como
metodologia ativa, e os resultados obtidos estão resumidos na Tabela 7:
29
Tabela 5 - Resultado questão 4
4) O que entende por oficina?
Resposta
Número de
Escola
Escola
professores
pública
privada
Experimental
3
1
2
Curso de aperfeiçoamento
3
3
-
Demonstração
1
1
-
Foco no aluno
2
Utilização de diversos materiais e
1
1
-
Interativo
2
-
2
Pesquisa
1
-
1
Aula diferencial
2
-
2
2
instruções
Tabela 6 - Resultado questão 5
5) O que acha da oficina como uma metodologia ativa?
Resposta
Número de professores
Interativo
2
Curso de aperfeiçoamento
3
Ludicidade
2
Foco no aluno
1
Aula diferencial
3
Conteúdo atitudinal
1
Conteúdo conceitual
1
Um professor colocou que se for bem planejada ele acha que funciona,
porém, todas as atividades que se faz em uma sala de aula ela devem ser bem
planejadas, para que atinjam os objetivos desejados.
Nas duas últimas questões, os professores que colocaram que a oficina é
um curso de aperfeiçoamento foram todos professores de escolas públicas. O
motivo pelo qual devem ter respondido desta forma, se deve ao fato que os
professores da rede pública participam de cursos de aperfeiçoamento, muitas vezes
em forma de oficina, e provavelmente consideram que a metodologia de oficina não
faz parte das opções pedagógicas para os cursos regulares, não transpõem para a
30
sala de aula a forma com que aprenderam, ou se sentem mais confortáveis com as
aulas tradicionais.
Após a apresentação da oficina, os resultados obtidos com o segundo
questionário de opinião (Apêndice C) foi à aprovação por todos os professores em
relação a oficia proposta. Todos acharam a proposta de oficina interessante. As
justificativas do porque acharam interessante a oficina encontra-se resumida na
tabela 8.
Tabela 7 - Resultado questão 1
1) Justificativa do porque acharam interessante a oficina
Resposta
Número de professores
Conteúdo conceitual
4
Bem planejada
2
Didática
2
Prática
2
Dinâmica
1
Atrativa
2
Tema atual
2
É ressaltado que a utilização da palavra prática, neste contexto refere-se
não a parte experimental, mas sim da oficina, de não haver dificuldades tanto em
materiais, quanto na forma de aplicar. O que se esperava com a oficina proposta,
era que fossem aplicáveis para ambas as escolas (pública e privada), por isso, os
recursos para a aplicação da oficina foram os mais acessíveis, facilitando sua
aplicação, principalmente no que tange aos recursos financeiros.
Dois professores consideraram o planejamento bom.
Já para a segunda questão, obteve-se também a aprovação de todos os
professores entrevistados em relação a abordar o conteúdo de nutrição utilizando o
recurso de metodologia ativa (Tabela 9).
Os professores destacaram que gostaram da abordagem por seus aspectos
lúdico, por constituir um tema atual, e trabalhar conceitos importantes. Aqui pode-se
perceber que os objetivos e premissas utilizados na construção da proposta foram
reconhecidos pelos professores: a oficina teve o objetivo de abordar um conteúdo
programático, seguindo os PCN, e também, utilizar a forma lúdica, para motivar os
alunos, uma vez que conhecem o jogo.
31
Tabela 8 - Resposta questão 2
2) Por que da utilização do conteúdo em forma de oficina
Resposta
Número de professores
Lúdico
3
Tema atual
4
Experimental
1
Foco no aluno
1
Conteúdo conceitual
3
Conteúdo atitudinal
2
Interativo
2
Pesquisa
1
Raciocínio lógico
1
Porém, apenas dois professores falaram sobre o conteúdo atitudinal que é
um dos focos da oficina, pois além do professor trabalhar o conteúdo conceitual que
é recomendado pelos PCNs, o objetivo da oficina é fazer o aluno refletir sobre seus
hábitos alimentares, e tomar decisões do que é importante para sua própria saúde.
Para a terceira questão, os resultados também foram de aprovação, e todos
os professores disseram que a oficina seria aplicável para os alunos de 8º ano, e um
professor destacou que é aplicável não só para 8º ano, como também para 6ª série
(7º ano) e 3º colegial (conteúdo de biologia).
A oficina proposta foi elaborada visando o 8º ano do Ensino Fundamental,
pois ela foi planejada para esta série, com os conteúdos que os PCN propõem .
Para o 7º ano e o 3º colegial, os conteúdos curriculares são diferentes, porém, caso
o professor queira, não deixa de ser aplicável, mas deve ser adaptada, levando em
conta os conteúdos propostos para estas séries.
A proposta de oficina foi tão bem aceita, que dois professores (um de escola
pública e outro de escola particular) pediram a permissão de aplicar a oficina para
seus alunos, e solicitaram cópia da apresentação.
Na quarta questão, os professores relataram que a oficina contribui para o
aprendizado do aluno, os motivos são (Tabela 10):
Destacando o que um professor respondeu, o aluno poderá atuar no dia-adia, em casa, com os pais e irmãos, e está é a finalidade na oficina proposta.
32
Tabela 9 - Resultado questão 4
4) Em quais aspectos a oficina contribuiria para o aprendizado do aluno?
Resposta
Número de professores
Pesquisa
1
Interativo
1
Raciocínio lógico
1
Conteúdo conceitual
7
Lúdico
4
Foco no aluno
2
Por ter pessoas conhecidas
1
Tema atual
2
E a última questão, que perguntava se acrescentaria ou retiraria alguma
atividade da oficina, oito professores relataram que não, já os que relataram que sim,
apenas acrescentariam atividades, e não retirariam. As atividades que sugeriam
para acrescentar foram: análise dos rótulos dos alimentos, apresentação de vídeos,
confecção de salada de fruta e café da manha/tarde (com restrições de alimentos
não saudáveis).
4.3 Reformulação
Com os resultados obtidos, a reformulação da oficina contará com acréscimo
de duas atividades, pois conforme colocado pelos professores, nenhum retiraria
atividades.
Para a sensibilização, será apresentado aos alunos o filme super size me –
a dieta do palhaço. Porém, como o filme é longo (1 hora e 40 minutos) o filme será
editado, e apresentado apenas às partes mais importantes, resultando em 46
minutos e 30 segundos. São elas:
●
Os primeiros 5 minutos do filme, onde aparece a introdução, falando
dos fast food, da população obesa, e a apresentação do homem, que
ficará sujeito a um mês se alimentando de fast food (McDonald’s);
●
De 00:14:00 à 00:16:30, onde mostra o primeiro dia de sua
alimentação a base de McDonald’s e as regras para sua “dieta”, que
são elas: só pode comer o tamanho super se oferecerem, só pode
33
comer o que vende no McDonald’s, tem que provar tudo que o local
ofece pelo menos uma vez nos 30 dias, e fazer três refeições por dia ;
●
De 00:18:05 à 00:18:50, onde o filme fala sobre as propagandas do
McDonalds, que fazem com que chame a atenção das crianças;
●
De 00:19:50 até 00:24:10, onde expõem os tamanhos de alimentos
ofertados pelas redes de fast food nos Estados Unidos, como também
o segundo dia de alimentação;
●
De 00:29:00 a 00:29:50, onde eles expõem as doenças que a
obesidade acarretam nas vidas das pessoas;
●
De 00:35:50 a 00:37:40, onde após 5 dias se alimentando apenas de
McDonald’s ele faz a primeira pesagem.
●
De 00:40:09 a 00:41:50, que continua mostrando a dieta dele;
●
De 00:44:50 a 00:47:10, onde mostram o conhecimento das crianças
em relação aos personagens de propagandas de alimentos
industrializados, e quanto as empresas gastam em propagandas;
●
De 00:50:00 a 00:57:50, onde ele faz o primeiro exame de sangue e a
segunda pesagem após 12 dias, e mostra a alimentação das crianças
nas escolas;
●
De 01:02:25 a 01:03:45 segundos, onde questionam nas escolas e
nas ruas o que é caloria;
●
De 01:06:29 a 01:11:20, onde mostra os alimentos do McDonalds que
não contém açúcar, a 3º pesagem, os resultados do novo exame de
sangue, e o vício em relação a comida;
●
De 01:12:10 a 01:13:45 que fala dos componentes que viciam nas
comidas de fast food, e a opinião de nutricionistas em relação a se
alimentarem nestes locais;
●
De 01:15:00 até 01:18:18, onde mostra a história de um homem que
fez a redução de estomago;
●
De 01:27:20 a 01:36:40 que mostra os dois últimos dias de sua dieta
e os seus novos exames, a dieta de desintoxicação, e o que ocorreu
com as pessoas que participaram do filme.
Após a apresentação do filme editado, o professor questionará se a
alimentação das pessoas atualmente está sendo diferente da que o homem do filme
se sujeitou a ter; o que influencia as pessoas a adotarem essa dieta, e se eles se
34
alimentam com esses tipos de alimentos. Após o debate, o professor apresentará os
slides com diferentes alimentos (como já previsto na oficina proposta) e dará
continuidade conforme a oficina proposta.
Para finalizar, após a produção das cartas do jogo do super trunfo, os alunos
fariam um café da manhã/tarde/noite, com restrições de alimentos que não são
saudáveis para a saúde humana. O professor questionará aos alunos, quais os
alimentos são saudáveis para poderem levar.
Para esta atividade do café, o professor também pode optar pelo que a
cantina da escola oferece, e verificar se é possível que a escola ofereça a refeição
ao invés dos alunos trazerem, pois vale lembrar que dependendo da escola, alguns
alunos não possuem condições financeiras para estarem levando os alimentos
solicitados. Então é preciso verificar as condições dos alunos antes de solicitar a
atividade.
Pode-se também substituir o café da manha/tarde com a salada de fruta que
também foi sugerido por um dos professores entrevistados.
No quadro 2, encontram-se resumidas as atividades da oficina.
Quadro 2 - Resumo das atividades
Itens
Duração
300 minutos (6 aulas de 50 minutos cada)
Sensibilização
Trechos Filme super size-me
Contextualização
Valores calóricos, IMC, Nutrientes e Pirâmide alimentar
Etapas
Trechos do filme super size-me; valores calóricos, IMC;
nutrientes; pirâmide alimentar; jogo super trunfo; e café da
manha/tarde
Produto Final
Produção do jogo e o café da manhã/tarde
Socialização
Na atividade dos valores calóricos, na produção de cartazes
sobre os nutrientes, produção do jogo e o jogo, e por fim, o café
da manha/tarde
Avaliação
Conforme participação do aluno em todas as atividades
proposta na oficina, como também na preparação das cartas do
jogo e do cartaz sobre os nutrientes, apresentação dos
nutrientes, montagem da pirâmide.
35
5 CONCLUSÃO
A pesquisa apresentada traz uma proposta de oficina com a finalidade de promover
a conscientização dos alunos para que adquiram hábitos alimentares saudáveis.
Nesse estudo, foi possível verificar que alguns professores parecem não conhecer
em profundidade metodologias ativas, porém, sabem que na metodologia ativa, o
foco está no aluno. No que concerne a conceituação de metodologia ativa não se
percebeu diferença entre as respostas dos professores de escola pública e privada.
Já em relação à oficina como metodologia ativa, pode-se notar essa difença, onde
professores da rede pública provavelmente consideram a utilização desse recurso
para atividades extracurriculares.
Verificou-se também, que a oficina proposta foi bem aceita por todos os professores,
e foi considerada aplicável em ambas as redes de ensno (pública e privada) cabe
ressaltar que a avaliação dos professores foi tão boa que alguns pediram a proposta
para aplicá-la aos seus alunos. Alguns professores fizeram sugestões para melhoria
da oficina. As sugestões foram consideradas interessantes e foram incorporadas à
proposta original.
36
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40
APÊNDICES
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APÊNDICE A – SLIDES DA APRESENTAÇÃO DA OFICINA
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44
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APÊNDICE B – PRIMEIRO QUESTIONÁRIO – INVESTIGAÇÃO
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APÊNDICE C – SEGUNDO QUESTIONÁRIO – OPINIÃO
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ANEXOS
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ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
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ANEXO B – TERMOS DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
ASSINADOS
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