TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LÍVIA KAWAHARA AIKAWA OFICINA COMO UMA METODOLOGIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE NUTRIÇÃO NO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL São Paulo – SP 2013 1 A252 AIKAWA, Lívia Kawahara. Oficina como metodologia didática para o ensino de nutrição no 8º ano do ensino fundamental / Lívia Kawahara Aikawa– 2013. 88 f.: il.; 30 cm Orientadora: Profª. Dra. Lucia Scott Franco de Camargo Azzi Collet Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2013. 1. Ensino de nutrição 2. Oficina 3. Ensino Fundamental I. AIKAWA, Lívia Kawahara. II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo III Título CDU 573.0 2 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LÍVIA KAWAHARA AIKAWA OFICINA COMO UMA METODOLOGIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE NUTRIÇÃO NO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, Campus São Paulo como um dos requisitos à obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas Orientador: Lucia Scott F. C. A. Collet São Paulo – SP 2013 3 BANCA DE AVALIAÇÃO ____________________________________________ Orientador Profa. Dra. Lucia Scott F. C. A. Collet Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia/CCT/QUI ____________________________________________ Membro Titular Externo Ana Carolina Massonetto Hamati GRSA – Grupo de Soluções em Alimentação/Nutrição ____________________________________________ Membro Titular Interno Prof. Dr. Paulo Henrique Netto de Alcântara Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia/CCT/BIO ____________________________________________ Suplente Externo Profa. Dra. Tatiana Beatriz Tribess SENAI/Coordenação Curso Tecnologia de Alimentos ____________________________________________ Suplente Interno Prof. Dr. André Perticarrari Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia/CCT/BIO São Paulo, 22 de Maio de 2013 4 A todos que colaboraram com o cumprimento deste trabalho, aos professores que me auxiliaram ao longo da vida acadêmica, e a minha família que me apoiou durante toda a jornada. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais, Marcelo e Teresa, e a minha irmã Débora, que me apoiaram em todos os momentos, e que estiveram sempre ao meu lado, me auxiliando em todas as decisões. A minha orientadora Professora Doutora Lucia Scott Collet que se dedicou ao meu lado para o cumprimento deste trabalho. Ao meu namorado Fillipe que esteve comigo ao longo da jornada sempre compartilhando minhas angustias Ao Professor Doutor Paulo Henrique Netto de Alcântara, que ao longo do curso me ensinou inúmeras coisas, e sempre me auxiliou mesmo fora dos horários de aula. E aos professores da Biologia, que ao longo destes quatro anos me proporcionaram o conhecimento adequado para a minha formação. E acima de tudo a Deus, que proporcionou esses momentos difíceis e inesquecíveis, me ensinado a lutar e a vencer todas as barreiras que foram colocadas a minha frente. 6 . “Ensinar não é transferir o conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” Paulo Freire 7 RESUMO A alimentação é uma necessidade básica do ser humano, porém atualmente ela está se tornando deficiente, tanto pela correria do dia-a-dia, quanto pela mídia, que expõe ao público alimentos que não supriem todos os nutrientes necessários. Devido a isso, a obesidade está se tornando cada vez mais comum no público jovem. Nesse sentido, a escola tem o papel de auxiliar na educação nutricional dos estudantes, uma vez que passam a maior parte do tempo na escola. O presente trabalho teve a finalidade de propor uma oficina de nutrição para o 8º ano do Ensino Fundamental II, e verificar sua aplicabilidade. Foi verificado, tanto em escolas públicas quanto em escolas particulares, o entendimento dos professores sobre metodologias ativas (primeiro questionário), e à aplicabilidade da atividade proposta (segundo questionário), com doze professores do Ensino Fundamental II. A oficina foi elaborada conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, em que o Ministério da Educação propõe os conteúdos de nutrição que devem ser trabalhados no terceiro ciclo. Constatou-se que os professores têm pouco conhecimento sobre a utilização de metodologia ativa, porém eles sabem que neste recurso, as aulas têm o foco no aluno. No entanto, a oficina proposta foi bem aceita por todos os professores, assim como todos relataram que consideram aplicável para seus alunos, sendo que nenhum dos professores retiraria alguma atividade que foi proposta, e quatro professores sugeriram acrescentar alguma atividade. 8 ABSTRACT Nutrition is a basic need of human being, but nowadays it has been becoming deficient, due tie to the daily rush and the media, which exposes public foods that does not fill the necessary nutrients to the public. Because of this, obesity has been becoming more common in young people. According to this, the school role is to help in the nutritional education of its students, once these students spend most of their time at school. This work aimed to propose a nutrition workshop for the 8th year of Elementary School II, and its applicability. It was observed, in public schools and in private schools, teacher’s knowledge on active methodologies (first questionnaire), and applicability of the activity proposed (second questionnaire) with twelve teachers of elementary school II. The workshop was elaborated according to the National Curriculum Standards, whereupon the Education Ministry proposes the contents of nutrition which must be worked during elementary school third cycle. It was noticed that teachers have little knowledge on the use of active methodology, but they know that in these methodologies, lessons are focused on the student. However, the proposed workshop was well accepted by all teachers, who reported that they consider relevant for their students, none of them would remove any activity proposed, and four teachers suggested to add some different activities. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 12 3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 21 3.1 ELABORAÇÃO DA OFICINA ..................................................................................... 21 3.2 PESQUISA DE INVESTIGAÇÃO ................................................................................. 21 3.3 AVALIAÇÃO DA PROPOSTA .................................................................................... 22 3.4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS ............................................................................... 22 3.5 REFORMULAÇÃO.................................................................................................... 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 24 4.1 OFICINA ............................................................................................................... 24 4.2 AVALIAÇÃO DA PROPOSTA ..................................................................................... 25 4.3 REFORMULAÇAO ................................................................................................... 32 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 36 APÊNDICES ................................................................................................................ 40 ANEXOS ...................................................................................................................... 72 10 INTRODUÇÃO Atualmente, a população mundial está tendo uma alimentação que não é saudável, devido à pressa do dia-a-dia, e principalmente a mídia que dita diferentes hábitos alimentares através das propagandas, e o consumo, é o objetivo principal das propagandas de alimentos. Além disso, ocorre a insatisfação com a imagem corporal devido à transmissão que a mídia oferece sobre o corpo ideal.(CASTRO et al, 2010) A alimentação é uma necessidade básica do ser humano envolvendo inúmeros aspectos que influenciam a qualidade de vida do indivíduo. Ter uma alimentação saudável é essencial para a saúde humana, e isso envolve ter acesso a alimentos saudáveis, como também a compreensão do que é uma boa nutrição. Segundo o Ministério da Saúde, metade da população do Brasil está acima do peso (MINISTÉRIO DA SAÚDE apud FORMENTI, 2012), como também, o número de jovens paulistas obesos triplicaram nos últimos três anos (BRASIL, 2012). Outro fator importante, é que a mídia divulga imagens da beleza e do corpo ideal, onde valoriza a magreza e rejeita o corpo gordo, e a não aceitação dos adolescentes em relação a seu corpo está associado à depressão e a distúrbios alimentares. Além disso, registrou-se o aumento acelerado das prevalências de excesso de peso e de obesidade entre adolescentes (CASTRO et al, 2010). Devido à inadequação das práticas alimentares entre crianças e adolescentes, devem ser adotadas estratégias educativas que enfatizam os benefícios de adoção de uma dieta equilibrada (SILVA et al, 20--). A escola tem o papel de auxiliar os alunos na compreensão de quais alimentos são saudáveis para a alimentação, como também dos nutrientes que participam na nutrição humana, porém, a forma com que está sendo abordado o conteúdo não tem surgido efeitos positivos em relação às atitudes dos alunos. Por isto, o objetivo deste trabalho é propor atividades usando metodologia ativa (no caso oficina) para trabalhar o conteúdo nutrição com o 8º ano do ensino fundamental II, como também verificar a aceitação e aplicabilidade da atividade proposta fazendo primeiramente uma pesquisa de investigação com professores do ensino fundamental tanto de escolas públicas, como de escolas particulares, a fim de verificar o conhecimento do professor sobre metodologia ativa e oficina, e a 11 segunda pesquisa de opinião, para saber o que acharam sobre a oficina proposta com estes mesmos professores. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA Quase metade (49%) da população brasileira está acima do peso, e 15,8% estão classificados como obesos (FORMENTI, 2012). Segundo o Índice Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), o excesso de peso atinge 21,5% dos adolescentes do Brasil, e o aumento do peso é contínuo nos últimos 34 anos. No sexo masculino, o índice passou de 3,7% (de 1974-1975) para 21,7% (de 2008-2009), já no sexo feminino, a estatística passou de 7,6% para 19,0% no mesmo período. Já em relação ao déficit de peso, ocorreu um declínio de 10,1% para 3,7% entre os homens, e de 5,1% para 3,0% entre as mulheres, como mostra a figura 1: Figura 1 - Evolução de indicadores antropométricos na população de 10 a 19 anos, por sexo. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2009. POF 2008-2009: desnutrição cai e peso das crianças brasileiras ultrapassa padrão internacional Nas últimas décadas, o padrão alimentar sofreu grandes alterações, e o consumo alimentar tem sido relacionada com a obesidade não somente quanto ao volume da ingestão, mas da composição e da qualidade da dieta. Está diminuindo o consumo de frutas e vegetais e aumentando o consumo de alimentos enlatados, ricos em gorduras (CASTRO et al, 2008; TRICHES & GIUGLIANI, 2005). Uma pesquisa realizada na escola do Rio de Janeiro no 9º ano do ensino fundamental da rede pública municipal verificou-se um alto consumo de alimentos não saudáveis como refrigerantes, frituras e salgados e um baixo consumo de hortaliças (CASTRO et al, 2008). 13 Uma pesquisa realizada pela PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), classificou como alimentos saudáveis o feijão, legumes e verduras, frutas e leite, e alimentos não saudáveis frituras, embutidos, biscoitos e bolachas, guloseimas e refrigerante, e obteve-se como resultado os maiores índices de consumo de feijão em alunos de escolas públicas (65,8%), como mostrado na tabela 1. Já em relação a hortaliças 34,3% dos alunos de escolas privadas consomem em cinco dias ou mais, em confronto com 30,4% de alunos de escolas públicas. E o leite teve maior consumo em escolas privadas (60,7%) do que em escolas públicas (51,7%). O consumo de alimentos não saudáveis, no caso dos salgados fritos, o resultado foi um maior consumo em escolas privadas (14,3%) do que de escolas públicas (12,0%) e o consumo de biscoito foi maior nas escolas públicas. Nesta mesma pesquisa, é demonstrado que o consumo de alimento não saudáveis é maior do que o de alimentos saudáveis, em todas as capitais estudadas (IBGE, 2009). Tabela 1 - Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental com consumo alimentar maior ou igual a cinco dias, nos últimos sete dias Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 2009 Na figura 2, é possível verificar a quantidade de alimento consumido por dia, por alunos que frequentam o 9º ano do ensino fundamental (IBGE, 2009). Para Zancul e Oliveira (2007), a educação alimentar e nutricional é fundamental, pois a aprendizagem que decorre dessa educação influencia nas 14 escolhas alimentares das pessoas ao longo de suas vidas. A aquisição dos hábitos alimentares ocorre à medida que a criança cresce, até o momento em que ela própria escolhe os alimentos que farão parte do seu cardápio diário. De início, a escolha dos alimentos é feito pelos pais, mas conforme a criança frequenta a escola e conhece novas pessoas, ela conhecerá novos alimentos e novos hábitos alimentares. Figura 2 - Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, por consumo alimentar na última semana, segundo o alimento consumido nos municípios das capitais e Distrito Federal – 2009 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2009 Uma nutrição humana balanceada deve conter muitos componentes: proteínas, carboidratos, lipídios, minerais, água, vitaminas e fibras. Alguns componentes nutricionais são essenciais para vida e devem ser fornecidos regularmente para os humanos com a alimentação. Os materiais que as células animais precisam, mas não conseguem sintetizar, são chamados de nutrientes essenciais, que são obtidos na dieta (URRY, 2010). As proteínas fornecem aminoácidos para o organismo, que são utilizados para a biossíntese de proteínas próprias do corpo. Elas são nutrientes essenciais, pois fornecem aminoácidos essenciais que os humanos não podem formar. A necessidade mínima diária de proteína é cerca de 37 g para o homem e 29 g para mulher, sendo que a quantidade recomendada é aproximadamente duas vezes mais alta. A necessidade de mulheres grávidas e em período de amamentação é ainda mais alta (KOOLMAN, ROHM, 2005). 15 As proteínas em produtos animais como carne, ovos e queijo são “completas”, fornecem todos os aminoácidos essenciais nas proporções adequadas. A maioria das proteínas das plantas são “incompletas” apresentando deficiência em um ou mais aminoácidos essenciais (URRY, 2010). Os carboidratos servem como fonte de energia, e incluem açúcares e polímeros de açúcar. Na alimentação, podem estar incluído no mel e nas frutas como monossacarídeos (açúcares simples), no leite e em todos os alimentados adoçados com açúcar como dissacarídeos. Os polissacarídeos (polímeros compostos por várias unidades de açúcar) usados metabolicamente encontram-se em vegetais (amido) e produtos animais (glicogênio). Constituem uma porção essencial do fornecimento de energia, mas não são essenciais (KOOLMAN, ROHM, 2005; URRY, 2010). Os lipídeos são uma classe de moléculas biológicas que não incluem polímeros verdadeiros. Eles misturam-se muito pouco ou não se misturam com a água. Um exemplo de lipídeo são as gorduras (URRY, 2010). As gorduras são os mais importantes fornecedores de energia. São essenciais como carreadoras de vitaminas lipossolúveis e como ácidos graxos poliinsaturados (KOOLMAN, ROHM, 2005). As vitaminas são componentes indispensáveis da alimentação. O organismo animal necessita delas em pequenas quantidades para formar suas coenzimas e substâncias sinalizadoras (KOOLMAN & ROHM, 2005). São moléculas orgânicas com diversas funções, e são classificadas como solúveis em água ou solúveis em gordura. As vitaminas solúveis em água incluem o complexo B (composto que funciona como coenzima) e a vitamina C (necessária para produzir tecidos conectivos). Já as vitaminas solúveis em gordura são a vitamina A (incorporada nos pigmentos visuais do olho), e a vitamina K (funciona como coagulante sanguíneo). Outra vitamina é a D, que auxilia na absorção do cálcio e na formação dos ossos. A vitamina D é sintetizada a partir de outras moléculas quando a pele é exposta ao sol (URRY, 2010). As dietas que não preenchem as necessidades básicas podem causar subnutrição ou desnutrição. A subnutrição é resultado de uma dieta que suplementa uma energia química abaixo daquela que o corpo precisa. A desnutrição é a ausência por muito tempo da dieta de um ou mais nutrientes essenciais. Ambos causam impactos negativos na saúde e na sobrevivência do ser humano 16 (WASSERMAN, 2010). Considera-se também como subnutrição, o termo usado por Josué de Castro no livro Geografia da fome, a fome oculta, onde faltam determinados elementos nutritivos. A ausência de determinados nutrientes gera a retenção de água no corpo, dando ao indivíduo a aparência de saudável. (CASTRO, 1984; RÊGO, 2009) Por outro lado, a supernutrição (consumo de mais calorias do que o corpo precisa para o metabolismo) causa a obesidade (acumulo excessivo de gordura), que contribui para inúmeros problemas de saúde. Alguns problemas de saúde causados pela obesidade são: acidente vascular cerebral; fertilidade reduzida em homens e mulheres; hipertensão arterial; doenças cardiovasculares; doenças pulmonares; entre outras (WASSERMAN, 2010). A antropometria é definida como uma técnica de expressão quantitativa da forma do corpo. É um método acessível, simples e não invisível, podendo ser utilizado por qualquer profissional, sendo considerado o método mais útil para verificar se a pessoa está obesa. Índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de informações antropométricas básicas (peso, sexo, idade e altura). O IMC (índice de massa corpórea) é um dos métodos utilizados para identificar a obesidade, e esses valores são considerados como referências pela OMS (Organização mundial da saúde). O IMC para a idade (peso/altura²) é recomendado na adolescência e usado para avaliação do estado de magreza, desnutrição, sobrepeso e obesidade, porém não identifica a deficiência ou o excesso de um nutriente específico, podendo ser considerado somente como critério sugestivo de maior risco nutricional (ABRANTES et al, 2002; EISENTEIN et al, 2000). Abrantes et al (2002) colocam, que a prevalência de obesidade também esta crescendo na infância e na adolescência, e tende a persistir na vida adulta. Cerca de 50% das crianças obesas aos seis meses de idade e 80% das crianças obesas aos cinco anos de idade permaneceram obesas na fase adulta. Além disso, pessoas obesas (em especial crianças e adolescentes) apresentam baixa autoestima, afetando a desempenho escolar e os relacionamentos. A obesidade infantil vem crescendo mundialmente, e a escola aparece como espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de melhoria das condições de saúde e do estado nutricional das crianças. A escola propicia um local ideal para aplicação de programas de educação em saúde, devendo constituir de processos ativos, lúdicos e interativos, favorecendo mudanças de atitudes e hábitos 17 alimentares. (SCHMITZ et al, 2008). Além disso, para Castro et al (2010) a imagem corporal pode ser definida como a percepção que o sujeito tem do próprio corpo com base nas sensações e experiências vividas ao longo da vida. Atualmente, a imagem corporal é influenciada pela mídia, que transmite que o corpo ideal é a magreza, rejeitando o corpo gordo. A não aceitação dos adolescentes em relação a seu corpo está associada a depressão e a distúrbios alimentares como anorexia e bulimia. A pesquisa realizada pela PeNSA também aponta que para os adolescentes, a autopercepção e a satisfação com a imagem corporal são fatores importantes em sua autoaceitação. O estudo identificou que 68,3% dos alunos de escolas privadas estavam fazendo algo em relação a seu peso, sendo 36,7% estavam tentando perder peso, 12,6 ganhar peso e 19,1% manter o peso. Já em relação aos alunos de escolas públicas, 61,3% estavam fazendo algo em relação ao peso, sendo 25,0% fazendo algo para perder o peso. Além disso, 6,9% relataram que vomitavam ou ingeriam remédios para controle do peso, sendo que desse percentual, 7,1% são alunos de escolas da rede pública e 6,0% alunos de escolas privadas (IBGE, 2009). Schimitz et al (2008) colocam ainda que o educador deve ser um facilitador, que saiba utilizar várias estratégias de ensino que ira contribuir para a melhoria da alimentação das crianças. Para que isto seja possível, ele deve possuir conhecimento e habilidades sobre promoção da alimentação saudável. Além de ser um facilitador, Rego (1995) coloca que o professor deve promover situações que incentivem a curiosidade dos alunos, possibilitando a troca de informações, fazendo com que o aluno se torne o sujeito ativo das aulas, pois o conceito não é aprendido por meio de um treinamento mecânico. Segundo os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), “(...) é o papel da escola formar alunos com conhecimentos e capacidades que os tornem aptos a discriminar informações, identificar valores agregados a essa informação e realizar escolhas.” (BRASIL, 1998, p. 46). Para as Orientações Curriculares do Município de São Paulo (SÃO PAULO, 2007), o ensino de ciências deve lidar com temáticas do mundo natural, de interesse pessoal e alcance social, como a qualidade de vida, a percepção do próprio corpo e de suas transformações. Um dos objetivos que os PCN trás para o ensino de ciências é: “Conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos 18 aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva.” (BRASIL, 1998 p. 7) No terceiro ciclo, em relação ao conteúdo de nutrição, o PCN coloca que: (...) os estudantes poderão distinguir diferentes tipos de nutrientes, seus papéis na constituição e saúde do organismo, conforme suas necessidades e reconhecer aspectos socioculturais relativos a alimentação humana. (...) Interpretando informações encontradas nos rótulos dos alimentos comercializados e tabelas nutricionais, os estudantes podem identificar a oferta de energia e de nutrientes contidos em todos os tipos de alimentos. (...) Este estudo devem auxiliar os estudantes a se tornarem consumidores mais atentos em relação à composição, à propaganda, às datas de validade, ao estado de conservação e às possibilidades alternativas de consumo de alimento menos descaracterizados e mais saudáveis. (BRASIL, 1998 p. 73) É nesta etapa ainda que para o PeNSE o risco de excesso de peso tem sido investigado, pois é onde os padrões de comportamentos são firmados (IBGE, 2009). A educação nutricional busca modificar e melhorar o hábito alimentar a médio e longo prazo, preocupando-se com as representações sobre o alimento, os conhecimentos, atitudes e valores da alimentação para a saúde (GOBBI, 2005 apud ZANCUL, OLIVEIRA, 2007 p. 224). Para Castro e colaboradores (2007) no campo da formação de professores responsáveis pela educação nutricional, às estratégias tradicionalmente utilizadas são desenvolvidas de forma fragmentada e desarticulada da realidade local, não resultando em ações transformadoras. As práticas alimentares desenvolvidas na educação nutricional priorizam o ensinamento de informações sobre o alimento, alimentação e prevenção de problemas nutricionais, mas para Silva et al (20--) esta forma não tem mostrado mudança de comportamento , pois não estão auxiliando na formação para os alunos tomar decisões, e o importante, é capacitar os indivíduos para que tenham condições de decidir sobre escolhas alimentares saudáveis. O aprendizado deve envolver assuntos que façam parte do cotidiano do aluno e se desenvolver em grupo; assim, haverá estímulo à assimilação do conhecimento, que possibilitará a capacitação para escolhas saudáveis (Silva et al 20--). O ensino sobre a alimentação saudável deve ser aplicada de maneira participativa segundo Silva et al (20--), e outro fator que também beneficia é a aplicação da mesma em um ambiente social, por isso a escola constitui um ambiente favorável para ações preventivas na área da educação nutricional, pois é o mais importante grupo social do educando após a família. 19 A oficina é uma forma de construir o conhecimento, com ênfase na ação, sem perder a base teórica. Ela muda o foco tradicional da aprendizagem, incorporando a ação e a reflexão. Numa oficina ocorre apropriação, construção e produção de conhecimentos teóricos e práticos de forma ativa e reflexiva (PAVIANI, FONTANA, 2009). A proposta metodológica de oficinas pedagógicas busca aprender o conhecimento a partir de acontecimentos vivenciais no dia-a-dia, onde a relação teoria e prática constituem o fundamento do processo pedagógico. (FIGUEIRÊDO et al, 2006) Paviani e Fontana (2009) colocam que a oficina é uma oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas baseado no tripe: sentir-pensar-agir, com fins pedagógicos. A oficina atende a duas finalidades: a articulação de conceitos, pressupostos e noções com ação concretas vivenciadas pelo aprendiz; e a construção coletiva de saberes. Na oficina, o professor dá a oportunidade para que os alunos busquem o próprio conhecimento, ou seja, não é uma atividade centrada no professor, mas sim no aluno (PAVIANI, FONTANA, 2009). As oficinas temáticas, segundo o Grupo de Pesquisa em Educação Química (GEPEQ) (2007), vão propor conjuntos de atividades experimentais que abordam aspectos de um dado conhecimento e permitem a construção de conceitos e de uma visão global do mundo. O aluno reflete sobre problemas relativos ao tema tratado, avalia possibilidades e toma decisões. A oficina é um processo de ensino que busca a aquisição do conhecimento científico, e desenvolve a capacidade de pensamento e atitudes, envolvendo ciência e tecnologia. Ela cria condições para que as aprendizagens se tornem úteis no dia-a-dia, não em uma perspectiva simplesmente instrumental, mas numa perspectiva de ação. (CACHAPUZ et al, 2002 apud GEPEQ, 2007) Martins, Freitas e Feldkercher (2009) propõem que para a elaboração da oficina, a escolha do tema é um fator determinante, e para que isto ocorra, são necessárias as etapas: decidir o tema de estudo; reunir todo o material possível sobre o tema, buscando em materiais como revista, filmes, livros, e conversas cotidianas; e entendimento do tema que será abordado (CORRÊA, 2000 apud MARTINS, FREITAS, FELDKERCHER, 2009). Na oficina, Paviani e Fontana (2009) colocam que são propostos tarefas para resolução de problemas ou dificuldades existentes, incluindo o planejamento de 20 projetos de materiais, a produção de materiais didáticos, a execução de materiais em sala de aula e a apresentação do produto final. As técnicas e os procedimentos podem ser variados, incluindo trabalhos em duplas e em grupos para promover a interação entre os participantes, sempre focando em atividades práticas. Segundo Figueirêdo et al (2006) as oficinas devem ser iniciadas com uma dinâmica de acolhimento e entrosamento, para facilitar o conhecimento mútuo e a interação entre os participantes. Depois, tem-se a reflexão do tema específico, que busca refletir a realidade, e suas interrelações com os níveis indivíduias, grupal e coletivo. Portanto, para Figueirêdo et al (2006), as oficinas vão possibilitar um processo dinâmico educativo, composto por sensibilização, compreensão, reflexão, análise ação e avaliação. Além da oficina, Santos (2008) coloca que a ludicidade para o aluno, torna a aula mais prazerosa, auxiliando no conhecimento e na construção de novas descobertas, e permite que o professor avalie o desenvolvimento do aluno fugindo das tradicionais provas. Santos propõe que “A Educação pela via da ludicidade propõe-se a uma nova postura existencial, cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando inspirado numa concepção de educação para além da instrução.” (SANTOS, 2008 p. 15). O jogo pedagógico é utilizado com objetivos de proporcionar determinadas aprendizagens, melhorando o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos. A utilização do jogo na sala de aula é importante, pois serve para aprender, extravasar, refletir sobre o mundo, estimular a criatividade, auxiliar no desenvolvimento do aluno de forma diferenciada e estimula o trabalho em grupo. Ele preencherá lacunas deixadas no processo de transmissão-recepção de conhecimento (SANTOS, 2008. CAMPOS et al., 2002). Concordamos, portanto, com Rodrigues e Roncada (2008) que a educação nutricional é um dos caminhos para promover a saúde, levando a população a refletir sobre a importância da alimentação para a saúde, porém é um processo longo, que para obter resultados exige continuidade e permanência. 21 3 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho contou cinco etapas: a elaboração da oficina, aplicação do questionário de investigação, apresentação da oficina aos professores, aplicação de um questionário de opinião para avaliação da oficina, análise dos questionários e uma reformulação da oficina. 3.1 Elaboração da Oficina Para a elaboração da oficina foram utilizado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – ciências naturais, analisando as sugestões para o terceiro ciclo, com a finalidade de verificar o que o Ministério da Educação propõe para o ensino de nutrição no 8º ano do ensino fundamental II. Foram analisadas, as dificuldades dos professores ao trabalharem o conteúdo de nutrição e levou-se em conta também a importância de se utilizar um recurso lúdico e conhecido dos alunos, para a elaboração da oficina de uma forma diferenciada. Para a escolha da estrutura da oficina, utilizou-se a proposta que Figueirêdo (2006) sugere, em relação ao uso da interação dos alunos, da sensibilização, compreensão e reflexão do tema estudado. Já a utilização de um produto final, é a metodologia proposta por Paviani e Fontana (2009), na qual coloca a execução de materiais em sala de aula, apresentação do produto final e produção de materiais didáticos. A utilização do jogo como produto final, foi proposta após a análise da utilização do jogo como uma modalidade didática pouco utilizada pelos professores, porém, segundo a literatura, torna a aula mais prazerosa para o aluno. Para a apresentação da oficina aos professores, foi utilizada a apresentação em Power Point, contendo nove slides explicando a oficina (Apêndice A). 3.2 Pesquisa de investigação A proposta de oficina foi apresentada, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Anexo A), para seis professores da rede pública de ensino e seis professores da rede privada, ambos do município de Atibaia – SP, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo B). Os professores responderam ao primeiro questionário de investigação 22 (Apêndice B) para averiguar o entendimento dos mesmos sobre o que é metodologia ativa, se utiliza em sala de aula, quais metodologias ativas já utilizaram e em qual conteúdo, o que entende por oficina, e o que acha da oficina como uma metodologia ativa. 3.3 Avaliação da proposta Para finalizar, os professores novamente responderam a um segundo questionário de opinião (Apêndice C) para analisar o que acharam da oficina, se é interessante abordar o conteúdo de nutrição utilizando o recurso da metodologia ativa, se é aplicável para seus alunos de 8º ano, se ira contribuir para o aprendizado do aluno e por fim acrescentaria ou retiraria alguma atividade da oficina. 3.4 Análise dos questionários Para a análise dos resultados, foi utilizada a metodologia de análise textual discursiva, proposta por Roque Moraes. Segundo Moraes e Galiazzi (2006), a pesquisa qualitativa aprofunda a compreensão dos fenômenos que investiga a partir de uma análise, com a intenção de compreensão e não para testar hipóteses. A análise textual discursiva constitui uma metodologia aberta onde a linguagem desempenha um papel central. É uma análise de dados que transita em duas formas de análise na pesquisa qualitativa, são elas a análise de conteúdo e a análise de discurso. (MORAES & GALIAZZI, 2006) As organizações das análises se dão em três etapas: (MORAES, 2003. MORAES, 1999) 1) Desmontagem do texto (unitarização) – interpretar e examinar os materiais em seus detalhes isolando as ideias elementares de sentido. É o início do processo reconstrutivo das compreensões do pesquisador. 2) Estabelecimento de relações (categorização) – construir relações entre as unidades bases, combinando e classificando para compreender como esses elementos podem ser reunidos na forma de conjunto mais complexo. Quanto maior o número de categorias, maior será a precisão da classificação. 23 3) Captando o novo emergente (descrição) - através das etapas anteriores, possibilita a emergência de uma compreensão renovada do todo. A análise textual discursiva possibilita criar espaços de reconstrução, envolvendo diversos elementos, em especial, a compreensão dos modos de produção da ciência e reconstruções de significado dos fenômenos estudados. (MORAES & GALIAZZI, 2006) 3.5 Reformulação Para a reformulação da proposta de oficina, foi verificado inicialmente o que os professores responderam a última questão do segundo questionário, a fim de verificar se acrescentariam ou retirariam algo. Com base nas respostas, a oficina foi complementada, levando em consideração as sugestões dos professores. 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Oficina A oficina iniciará com uma sensibilização. A sensibilização será através de uma apresentação de slides, na qual um slide contará com dois alimentos (totalmente diferentes) e o professor deverá questionar aos alunos qual é mais calórico. Os alunos serão separados em grupos de quatro pessoas, e levantarão uma placa para responder. Após uma série de slides, o professor irá conversar com os alunos sobre as calorias dos alimentos, porque alguns alimentos “menores” contêm mais calorias que outros “aparentemente maiores”. Ex: Três (30g) bolachas recheadas sabor morango, da marca Adria, valor calórico 148 kcal (quilocalorias) e uma fatia (25g) de pão de forma da marca Pullman, valor calórico 61 kcal (quilocalorias). (UOL, 20--) Em seguida, o professor irá apresentar imagens de algumas pessoas presentes na mídia, com IMC (índice de massa corpórea) acima do normal, e abaixo do normal. Pois uma pessoa, como por exemplo, o lutador de MMA Antônio Minotauro tem IMC acima do normal, com valor igual a 30,2 (UOL), porém não é considerada uma pessoa obesa. Já algumas pessoas como atletas maratonistas, possuem o IMC abaixo do normal, porém não são consideradas desnutridas. Com isso o professor irá abordar, que nem sempre o IMC é confiável, porém segundo a organização mundial da saúde, está é uma forma de descobrir se a pessoa está acima do peso, ou não. Após esta conversa, o professor ira ensinar como se calcula o IMC, e pesar e medir os alunos. Está etapa, será apenas para os alunos que quiserem calcular o IMC. É importante o professor não pressionar os alunos, pois muitos não gostam de se pesar. Na fase seguinte, o professor e alunos irão levar folhetos de supermercados, e os alunos irão formar grupos de quatro pessoas e pesquisar no livro didático sobre proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras, lipídios e minerais. Cada grupo irá ficar responsável por um nutriente. Confeccionarão um cartaz com as ideias principais dos nutrientes pesquisados, e apresentarão para a sala. O professor irá pendurar um papel pardo com o desenho da pirâmide alimentar, e os alunos recortarão os alimentos (dos folhetos de supermercado) e colarão em qual é o local que o alimento está situado na pirâmide. A última fase da oficina, como também o produto final, contará com a confecção de um jogo, ao estilo do super trunfo, onde os alunos irão produzir as 25 cartas de alimentos, com os dados presentes nos pacotes de alimentos e pesquisados. Os alunos irão jogar em grupo. O objetivo do jogo é ficar com todas as cartas do adversário por meio dos confrontos de valores nutricionais. As cartas serão distribuídas em números iguais para cada um dos jogadores, e contarão com informações nutricionais como valor energético, carboidrato, açúcares, proteínas, gorduras, sódio, entre outros. O jogador irá escolher qual nutriente ele quer que seja o maior ou o menor. Por exemplo: o maior valor energético; o menor valor de gordura. Os adversários e o jogador colocam a carta que escolherem na mesa, e vence quem tiver a carta com o maior ou o menor valor escolhido do nutriente. O próximo jogador que escolherá o nutriente é o que venceu a rodada anterior. Caso dois ou mais jogadores tenham empatado, os demais jogadores que perderam deixam suas cartas na mesa e a vitória é escolhida entre os que empataram. Quem escolheu inicialmente diz um novo nutriente a ser verificado na próxima carta, ganhando as cartas da rodada quem tiver o valor mais alto ou mais baixo das novas cartas. 4.2 Avaliação da proposta Os questionários foram analisados utilizando a análise textual discursiva, proposta por Roque Moraes, para agrupamento de respostas com idéias centrais semelhantes utilizou-se os critérios apresentados no Quadro 1. Vale lembrar, que um professor respondeu a mais de uma resposta nas questões, exceto na segunda questão. Os resultados obtidos em relação à primeira questão do primeiro questionário aplicado (Apêndice B), estão resumidos na tabela 2. Uma complementação que apenas um professor colocou, foi que o educando motivado, interessado, melhora sua autoconfiança e consequentemente melhora sua aprendizagem. A utilização de metodologias ativas tem essa finalidade, apresentar o conteúdo ao aluno, de forma diferenciada, para despertar o interesse dos alunos, e consequentemente motivá-lo; desta forma, o professor mostra ao aluno que as aulas podem ser prazerosas, e sair da rotina. Seis professores responderam que a metodologia ativa tem foco no aluno, e apesar de alguns não saberem o real conceito de metodologia ativa, eles sabem que neste recurso, o professor é um mediador, e o aluno é ativo, sendo uma das características mais importante para a metodologia ativa. 26 Quadro 1 - Critério de agrupamento CRITÉRIOS DE AGRUPAMENTO Ideia central Termo chave Ludicidade Lúdico, brincadeira, divertido, jogo, gincana, criativo, teatro, prazeroso Experimental Prática, experimento Pesquisa Procura por informações, seminário, busca, saber pensar, painéis, investigação, desafios Argumentar Exposição de idéias, critica, debate Projetos Solução de problemas, solução de casos, vivência dos alunos, soluções dos “por que” Foco aluno Aluno é centro da aula, professor deixa de ser o centro, participação ativa, aluno participante, professor mediador, aluno apresentar ideias, professor orientador Interativo Aluno e professor constroem o conhecimento, envolver aluno, relacionamento em grupo, dinâmico, troca de experiência, participação, trabalho em equipe, diálogo entre professor e aluno Multimídia Curso Vídeos de Conhecimento a parte da escola, ganho para o professor aperfeiçoamento Tema atual Realidade do aluno, presente no dia-a-dia Aula diferencial Sai da rotina lousa – caderno, novas metodologias, exceto aulas tradicionais, diferentes estratégias de ensino Conteúdo Conteúdo do currículo, conteúdo programático, alcançar objetivos conceitual (aprendizagem), conhecimento de forma sólida, assimilação do conteúdo proposto, conhecimento prévio Conteúdo Mudança de hábito alimentar, conscientização atitudinal Atrativo Desperta a curiosidade do aluno Na segunda questão havia duas subquestões, a primeira pergunta se o professor utiliza metodologia ativa (Tabela 3) e a segunda, sobre o porquê utiliza metodologia ativa (Tabela 4). 27 Tabela 2 - Resultados da questão 1 1) O que é uma metodologia ativa? Resposta Número de professores Foco no aluno 6 Interativo 3 Experimental 3 Pesquisa 4 Ludicidade 2 Projetos 3 Argumentar 1 Tabela 2 - Resultado da questão 2) a) 2) a) Utiliza metodologia ativa? Resposta Número de professores Sim 10 Não 2 Tabela 3 - Resultado da questão 2) b) 2) b) Por que utilizam metodologia ativa? Resposta Número de professores Foco no aluno 2 Interativo 5 Pesquisa 1 Problema 1 Argumentar 1 Ludicidade 1 Um professor destacou que utiliza esta metodologia, pois o educando acaba sendo atuante na melhoria da cultura científica, social e na saúde. O professor que destacou isto entende as finalidades da utilização de metodologias ativas, e percebe que desta forma consegue atrair a atenção dos mesmos. A terceira questão era apenas para ser respondida caso o professor tivesse respondido sim a questão dois (Tabela 5).Alguns professores colocaram mais de uma resposta. 28 Tabela 4 - Resultado questão 3 3) Quais metodologias já aplicou? Resposta Número de professores Experimental 4 Pesquisa 4 Múltimídia 3 Ludicidade 3 Análise de gráficos e tabelas 1 Argumentar 1 Conteúdo conceitual 1 Alguns dos professores relataram em quais conteúdos eles utilizam a metodologia ativa, são eles, corpo humano, reino animal e vegetal; projeto prevenção também se ensina; valores calóricos dos alimentos, dieta saudável, alimentação saudável; genética, seleção natural. Um professor destacou que utiliza o trabalho de campo com a apresentação de relatórios e fotografias como uma forma de aprimorar o conhecimento do aluno. Neste sentido, pode-se dizer que a visita de campo é uma ótima metodologia, pois leva o aluno a visualizar e aplicar o que aprende na teoria, e além de estimular a curiosidade do aluno por estar saindo do ambiente escolar. Porém, esse recurso não é utilizado por todas as escolas, pois a questão financeira afeta tal opção pedagógica, uma vez que algumas escolas públicas não têm recursos suficientes para estas ações , e quando o fazem, fazem uma seleção dos alunos de acordo com o rendimento escolar. Para a questão quatro, os resultados obtidos estão resumidos Tabela 6. Um professor destacou que a oficina possui um tema central e o professor explora esse tema de diversas formas. Outro professor destacou que há uma problematização e eles se reúnem para traçarem o que cada um pode colaborar. Esses dois professores que abordaram a oficina desta maneira, parecem possuir uma compreensão mais abrangente da metodologia de oficina e como aplicá-la em sala de aula. Para finalizar o questionário de opinião aplicado antes da apresentação da oficina, os professores tiveram que responder sobre o que acham da oficina como metodologia ativa, e os resultados obtidos estão resumidos na Tabela 7: 29 Tabela 5 - Resultado questão 4 4) O que entende por oficina? Resposta Número de Escola Escola professores pública privada Experimental 3 1 2 Curso de aperfeiçoamento 3 3 - Demonstração 1 1 - Foco no aluno 2 Utilização de diversos materiais e 1 1 - Interativo 2 - 2 Pesquisa 1 - 1 Aula diferencial 2 - 2 2 instruções Tabela 6 - Resultado questão 5 5) O que acha da oficina como uma metodologia ativa? Resposta Número de professores Interativo 2 Curso de aperfeiçoamento 3 Ludicidade 2 Foco no aluno 1 Aula diferencial 3 Conteúdo atitudinal 1 Conteúdo conceitual 1 Um professor colocou que se for bem planejada ele acha que funciona, porém, todas as atividades que se faz em uma sala de aula ela devem ser bem planejadas, para que atinjam os objetivos desejados. Nas duas últimas questões, os professores que colocaram que a oficina é um curso de aperfeiçoamento foram todos professores de escolas públicas. O motivo pelo qual devem ter respondido desta forma, se deve ao fato que os professores da rede pública participam de cursos de aperfeiçoamento, muitas vezes em forma de oficina, e provavelmente consideram que a metodologia de oficina não faz parte das opções pedagógicas para os cursos regulares, não transpõem para a 30 sala de aula a forma com que aprenderam, ou se sentem mais confortáveis com as aulas tradicionais. Após a apresentação da oficina, os resultados obtidos com o segundo questionário de opinião (Apêndice C) foi à aprovação por todos os professores em relação a oficia proposta. Todos acharam a proposta de oficina interessante. As justificativas do porque acharam interessante a oficina encontra-se resumida na tabela 8. Tabela 7 - Resultado questão 1 1) Justificativa do porque acharam interessante a oficina Resposta Número de professores Conteúdo conceitual 4 Bem planejada 2 Didática 2 Prática 2 Dinâmica 1 Atrativa 2 Tema atual 2 É ressaltado que a utilização da palavra prática, neste contexto refere-se não a parte experimental, mas sim da oficina, de não haver dificuldades tanto em materiais, quanto na forma de aplicar. O que se esperava com a oficina proposta, era que fossem aplicáveis para ambas as escolas (pública e privada), por isso, os recursos para a aplicação da oficina foram os mais acessíveis, facilitando sua aplicação, principalmente no que tange aos recursos financeiros. Dois professores consideraram o planejamento bom. Já para a segunda questão, obteve-se também a aprovação de todos os professores entrevistados em relação a abordar o conteúdo de nutrição utilizando o recurso de metodologia ativa (Tabela 9). Os professores destacaram que gostaram da abordagem por seus aspectos lúdico, por constituir um tema atual, e trabalhar conceitos importantes. Aqui pode-se perceber que os objetivos e premissas utilizados na construção da proposta foram reconhecidos pelos professores: a oficina teve o objetivo de abordar um conteúdo programático, seguindo os PCN, e também, utilizar a forma lúdica, para motivar os alunos, uma vez que conhecem o jogo. 31 Tabela 8 - Resposta questão 2 2) Por que da utilização do conteúdo em forma de oficina Resposta Número de professores Lúdico 3 Tema atual 4 Experimental 1 Foco no aluno 1 Conteúdo conceitual 3 Conteúdo atitudinal 2 Interativo 2 Pesquisa 1 Raciocínio lógico 1 Porém, apenas dois professores falaram sobre o conteúdo atitudinal que é um dos focos da oficina, pois além do professor trabalhar o conteúdo conceitual que é recomendado pelos PCNs, o objetivo da oficina é fazer o aluno refletir sobre seus hábitos alimentares, e tomar decisões do que é importante para sua própria saúde. Para a terceira questão, os resultados também foram de aprovação, e todos os professores disseram que a oficina seria aplicável para os alunos de 8º ano, e um professor destacou que é aplicável não só para 8º ano, como também para 6ª série (7º ano) e 3º colegial (conteúdo de biologia). A oficina proposta foi elaborada visando o 8º ano do Ensino Fundamental, pois ela foi planejada para esta série, com os conteúdos que os PCN propõem . Para o 7º ano e o 3º colegial, os conteúdos curriculares são diferentes, porém, caso o professor queira, não deixa de ser aplicável, mas deve ser adaptada, levando em conta os conteúdos propostos para estas séries. A proposta de oficina foi tão bem aceita, que dois professores (um de escola pública e outro de escola particular) pediram a permissão de aplicar a oficina para seus alunos, e solicitaram cópia da apresentação. Na quarta questão, os professores relataram que a oficina contribui para o aprendizado do aluno, os motivos são (Tabela 10): Destacando o que um professor respondeu, o aluno poderá atuar no dia-adia, em casa, com os pais e irmãos, e está é a finalidade na oficina proposta. 32 Tabela 9 - Resultado questão 4 4) Em quais aspectos a oficina contribuiria para o aprendizado do aluno? Resposta Número de professores Pesquisa 1 Interativo 1 Raciocínio lógico 1 Conteúdo conceitual 7 Lúdico 4 Foco no aluno 2 Por ter pessoas conhecidas 1 Tema atual 2 E a última questão, que perguntava se acrescentaria ou retiraria alguma atividade da oficina, oito professores relataram que não, já os que relataram que sim, apenas acrescentariam atividades, e não retirariam. As atividades que sugeriam para acrescentar foram: análise dos rótulos dos alimentos, apresentação de vídeos, confecção de salada de fruta e café da manha/tarde (com restrições de alimentos não saudáveis). 4.3 Reformulação Com os resultados obtidos, a reformulação da oficina contará com acréscimo de duas atividades, pois conforme colocado pelos professores, nenhum retiraria atividades. Para a sensibilização, será apresentado aos alunos o filme super size me – a dieta do palhaço. Porém, como o filme é longo (1 hora e 40 minutos) o filme será editado, e apresentado apenas às partes mais importantes, resultando em 46 minutos e 30 segundos. São elas: ● Os primeiros 5 minutos do filme, onde aparece a introdução, falando dos fast food, da população obesa, e a apresentação do homem, que ficará sujeito a um mês se alimentando de fast food (McDonald’s); ● De 00:14:00 à 00:16:30, onde mostra o primeiro dia de sua alimentação a base de McDonald’s e as regras para sua “dieta”, que são elas: só pode comer o tamanho super se oferecerem, só pode 33 comer o que vende no McDonald’s, tem que provar tudo que o local ofece pelo menos uma vez nos 30 dias, e fazer três refeições por dia ; ● De 00:18:05 à 00:18:50, onde o filme fala sobre as propagandas do McDonalds, que fazem com que chame a atenção das crianças; ● De 00:19:50 até 00:24:10, onde expõem os tamanhos de alimentos ofertados pelas redes de fast food nos Estados Unidos, como também o segundo dia de alimentação; ● De 00:29:00 a 00:29:50, onde eles expõem as doenças que a obesidade acarretam nas vidas das pessoas; ● De 00:35:50 a 00:37:40, onde após 5 dias se alimentando apenas de McDonald’s ele faz a primeira pesagem. ● De 00:40:09 a 00:41:50, que continua mostrando a dieta dele; ● De 00:44:50 a 00:47:10, onde mostram o conhecimento das crianças em relação aos personagens de propagandas de alimentos industrializados, e quanto as empresas gastam em propagandas; ● De 00:50:00 a 00:57:50, onde ele faz o primeiro exame de sangue e a segunda pesagem após 12 dias, e mostra a alimentação das crianças nas escolas; ● De 01:02:25 a 01:03:45 segundos, onde questionam nas escolas e nas ruas o que é caloria; ● De 01:06:29 a 01:11:20, onde mostra os alimentos do McDonalds que não contém açúcar, a 3º pesagem, os resultados do novo exame de sangue, e o vício em relação a comida; ● De 01:12:10 a 01:13:45 que fala dos componentes que viciam nas comidas de fast food, e a opinião de nutricionistas em relação a se alimentarem nestes locais; ● De 01:15:00 até 01:18:18, onde mostra a história de um homem que fez a redução de estomago; ● De 01:27:20 a 01:36:40 que mostra os dois últimos dias de sua dieta e os seus novos exames, a dieta de desintoxicação, e o que ocorreu com as pessoas que participaram do filme. Após a apresentação do filme editado, o professor questionará se a alimentação das pessoas atualmente está sendo diferente da que o homem do filme se sujeitou a ter; o que influencia as pessoas a adotarem essa dieta, e se eles se 34 alimentam com esses tipos de alimentos. Após o debate, o professor apresentará os slides com diferentes alimentos (como já previsto na oficina proposta) e dará continuidade conforme a oficina proposta. Para finalizar, após a produção das cartas do jogo do super trunfo, os alunos fariam um café da manhã/tarde/noite, com restrições de alimentos que não são saudáveis para a saúde humana. O professor questionará aos alunos, quais os alimentos são saudáveis para poderem levar. Para esta atividade do café, o professor também pode optar pelo que a cantina da escola oferece, e verificar se é possível que a escola ofereça a refeição ao invés dos alunos trazerem, pois vale lembrar que dependendo da escola, alguns alunos não possuem condições financeiras para estarem levando os alimentos solicitados. Então é preciso verificar as condições dos alunos antes de solicitar a atividade. Pode-se também substituir o café da manha/tarde com a salada de fruta que também foi sugerido por um dos professores entrevistados. No quadro 2, encontram-se resumidas as atividades da oficina. Quadro 2 - Resumo das atividades Itens Duração 300 minutos (6 aulas de 50 minutos cada) Sensibilização Trechos Filme super size-me Contextualização Valores calóricos, IMC, Nutrientes e Pirâmide alimentar Etapas Trechos do filme super size-me; valores calóricos, IMC; nutrientes; pirâmide alimentar; jogo super trunfo; e café da manha/tarde Produto Final Produção do jogo e o café da manhã/tarde Socialização Na atividade dos valores calóricos, na produção de cartazes sobre os nutrientes, produção do jogo e o jogo, e por fim, o café da manha/tarde Avaliação Conforme participação do aluno em todas as atividades proposta na oficina, como também na preparação das cartas do jogo e do cartaz sobre os nutrientes, apresentação dos nutrientes, montagem da pirâmide. 35 5 CONCLUSÃO A pesquisa apresentada traz uma proposta de oficina com a finalidade de promover a conscientização dos alunos para que adquiram hábitos alimentares saudáveis. Nesse estudo, foi possível verificar que alguns professores parecem não conhecer em profundidade metodologias ativas, porém, sabem que na metodologia ativa, o foco está no aluno. No que concerne a conceituação de metodologia ativa não se percebeu diferença entre as respostas dos professores de escola pública e privada. Já em relação à oficina como metodologia ativa, pode-se notar essa difença, onde professores da rede pública provavelmente consideram a utilização desse recurso para atividades extracurriculares. Verificou-se também, que a oficina proposta foi bem aceita por todos os professores, e foi considerada aplicável em ambas as redes de ensno (pública e privada) cabe ressaltar que a avaliação dos professores foi tão boa que alguns pediram a proposta para aplicá-la aos seus alunos. Alguns professores fizeram sugestões para melhoria da oficina. As sugestões foram consideradas interessantes e foram incorporadas à proposta original. 36 REFERÊNCIAS ABRANTES, Marcelo M.; LAMOUNIER, Joel A.; COLOSIMO, Enrico A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste. Jornal de Pediatria. Vol. 78, n. 4, p. 335 – 340, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n4/v78n4a14.pdf> Acesso em: 09 agosto 2012 BRASIL, Agência. Pesquisa em SP indica que obesidade em idade militar triplicou em 30 anos. O Estadão de São Paulo Online, 29 maio 2012. Saúde. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/vidae%2cpesquisa-em-sp-indica-que-obesi dade-em-idade-militar-triplicou-em-30-anos%2c879511%2c0.htm> Acesso em: 17 jun. 2012 BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : ciências naturais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasilia : MEC / SEF, 1998, p. 138. CAMPOS, Luciana Maria Lunardi. M., Bortoloto T. C. Felício A. K. 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