Doenças da Conformação Protéica Omar Lupi da Rosa Santos Afiliações INSTITUCIONAIS Mestre e Doutor em Dermatologia (UFRJ) Pós-Doutorado em Imunodermatologia (University of Texas Medical Branch) Professor Livre-Docente em Dermatologia (Uni-Rio) Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Dermatologia da Uni-Rio e PGRJ; e de Imunologia (UFRJ) Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Scrapie, 1720 Scrapie • Scrapie é um quadro neurológico descrito em ovelhas da Inglaterra, França e Alemanha desde o início do século XVIII. • Ovelhas acometidas passam a esfregar sua pelagem contra árvores ou cercas como se sentissem prurido, dando a doença o nome 'scrapie'. Em francês é conhecido como 'La tremblante', devido aos tremores e ataxia. • Trata-se de encefalopatia espongiosiforme segundo Hadlow (1953). CJD e variantes, 1920 Kuru, 1956 Encefalopatias Espongiosiformes em Humanos • Grupo de doenças fatais e progressivas caracterizadas por degeneração espongiosiforme e depósitos amilóides no cerebelo. Conhecidas desde 1920 pelos trabalhos de Creutzfeldt e Jakob (CJD) • Variantes clínicas: Sd de Alper, Sd de GerstmannSträussler-Scheinker (GSS) e Sd insônia progressiva fatal. • Doença neurológica fatal e progressiva na tribo Fore de Papua Nova Guiné com evolução para tremores, espasmos e catatonia. Conhecida desde 1955 como kuru (“morte sorridente”) foi correlacionada ao canibalismo e dizimou a população feminina da tribo. • Em todas o mesmo substrato patológico de degeneração espongiosiforme cerebral. Os trabalhos de Carleton Gajdusek na elucidação do kuru são uma das mais brilhantes páginas da ciência moderna dando a ele o Prêmio Nobel de Medicina de 1976. Chronic Wasting Disease, 1978 Chronic Wasting Disease (CWD) • Cervídeos colocados em cativeiro com ovelhas com quadro de scrapie começaram a desenvolver alteraçãoes neurológicas (Colorado/USA – 1978). • Acredita-se que alguns deles possam ter voltado à vida selvagem depois deste período e introduzido o quadro para os animais em liberdade previamente sadios. • Nos últimos 30 anos a doença observada em cervídeos, conhecida como chronic wasting disease, se espalhou por 7 estados americanos e 2 canadenses Há 3 casos de CJD investigados pelo CDC em caçadores da região que podem estar ligados ao consumo de carne dos cervídeos. • Estima-se hoje o acometimento de 100.000 cervídeos em liberdade no meio-oeste americano sem que as formas de contágio estejam esclarecidas. Doença da Vaca Louca/ BSE, 1986 Doença da Vaca Louca/BSE Milhares de vacas começaram a adoecer no Reino Unido a partir de 1985, apresentando encefalopatia espongiosiforme e presença cerebral de prions. Estudos demonstraram que a causa foi o uso de proteína animal adicionada na dieta para aumentar a produção de leite BSE (bovine spongiform encephalopathy ou “mad-cow disease”). nvCJD, 1996 Stephen Churchill: 19761995 Se Seguiram-se outro 106 casos nos próximos anos (1995/2001) sendo 103 no Reino Unido ....... O que revelou a patologia cerebral? • Todas as avaliações histopatológicas revelaram espongiose cerebral muito agressivas, semelhantes aos casos de kuru. • Os pacientes afetados são jovens do Reino Unido. • A doença foi denominada de “nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob”ou nvCJD. Outra diferença importante: Epidemiologia • Os casos de CJD atingem 1 milhão por ano! • CJD é randômica em todos os lugares do mundo No entanto, a nova doença praticamente só ocorre no Reino Unido !! Até hoje praticamente todos os 107 casos (95/2002) concentram-se no Reino Unido (103 casos), com apenas 1 caso na França e outro em Hong-Kong (100% letal em 15 meses). A New Variant Creutzfeldt-Jakob Disease in the UK R.G. Will, J.W. Ironside, M. Zeidler, S.N. Cousens, K. Estibeiro, A Alperovitch, S. Poster, M. Pocchiari, A. Hofman, P.G. Smith -Western General Hospital, Edinburgh; Department of Epidemiology and Population Science, London; London School of Hygiene and Tropical Medicine, London. -CJD Surveillance Unit Lancet Vol. 347, 1996 A análise das amostras cerebrais pela técnica de Western-blot… CJD nvCJD BSE Coolinge at al. Nature 383, October 24,1996 Transmissions to mice indicate that ‘new variant’ CJD (nvCJD) is caused by the BSE agent Moira Bruce, R.G. Will, C.J. Bostock, et.al. -Institute for Animal Health, Edinburgh UK -National CJD Surveillance Unit, Western General Hospital, Edinburgh -Department of Epidemiology and Population Science, London School of Hygiene and Tropical Medicine Nature Vol. 389, October 2, 1997 PRODUTOS DE ORIGEM BOVINA Acidos Graxos Orgaos Bovinos Hormonios Outros GORDURA goma mascar gordura cozinha PLACENTA cremes cosmiatricos Soro fetal bovino Insulina e glucagon heparina bovina OSSOS refino acucar implante odonto Ac GRAXOS DIVERSOS plasticos, sabao SANGUE Soro bezerros fertilizantes tripsina bovina p/cultura celulas GLICERINA prod. dieteticos xaropes, veiculo creme/pomada INTESTINO categute COLAGENO implantes O mundo é um lugar bastante perigoso de se habitar… QUEBRANDO O DOGMA CENTRAL – A HIPÓTESE PRION Omar Lupi da Rosa Santos A Hipótese Prion • Durante anos se procurou um vírus de ação lenta ou partícula subviral (virino, plasmídeo) que explicasse o quadro. No entanto, sempre foi impossível encontrar qualquer traço de ácido nucléico (RNAou DNA) • Em 1967, J Griffiths propôs que proteínas sozinhas poderiam gerar o quadro sem Ác. nucleicos, contrariando o “Dogma Básico da Biologia Moderna: DNA RNA Proteínas”. • Stanley Prusiner, em 1982, cunhou o nome PRIONS para “proteinaceus infectious proteins”, caracterizando um agente infeccioso e transmissível destituído de ácidos nucleicos. Tratamento Efeito DNA Protease Fenol Dietilpirocarb onato (DEP) Nuclease RUV (+psoralênicos) Íons Zinco Hidroxilamina Efeito Ptnas Efeito Prions Comparação entre Vírus e Prions Características Vírus UVC+Radiação ionizante 230nm Inativado Água Sanitária pH 10-12 por 30’ Inativado Ativo Hidróxido Sódio [1M] por 30’ Inativado Ativo Calor 3600C por 1hora Inativo Ativo Exposição ao Meio Ambiente CNTPs fora do hospedeiro Minutos-horas >2 anos Formaldeído Inativado Ativo Óxido de Etileno Inativado Ativo Aldeídos Inativado Aumenta a resistência dos prion ao calor 25-200nm 10pm (1/100) Tamanho 1nm = 103pm Prion Ativo O isolamento dos Prions O isolamento da proteína priônica (PrP) de casos de kuru e CJD também foi obtida no cérebro de ovelhas apresentando “scrapie”. Depois se observou que diversos animais tambem produziam PrP (ratos, hamster, felinos, gado, etc. Hoje se sabe que a PrP é uma proteína normal de 30KD, importante na sinalização transmembrana. É codificada pelo gene 20p12.3, no braço curto do cromossoma 20. PrP celular (PrPc) PrP scrapie (PrPSc) FORMA NORMAL FORMA PATOLÓGICA c PrP PrPc Predominância de Cadeia Alfa Solúvel em Água Susceptível à Protease Localizada na Membrana Celular sc PrP PrPsc Predominância de Cadeia Beta Insolúvel em Água Resistente à Protease Localização Citoplasmática PrPsc PrPsc “Semeadura” c PrPsc c c sc PrPPrP PrP sc PrP c PrP sc PrPsc PrP c PrP PrP sc PrPcPrPscc PrP PrP sc sc PrP PrP PrPsc PrPsc PrPsc PrPc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc PrPsc sc sc PrPsc PrP PrP PrPsc PrPsc sc PrP PrPsc Epidemiologia das Doenças Priônicas • Mutação Patognomônica no gene PrP • ~15% do total das Doenças Priônicas em Humanos: 10% CJD, todos os casos de GSS e FFI • Mas 85% dos casos CJD são casos esporádicos devido a uma mutação no gene PrP • Mecanismo: Instabilidade termodinâmica do PrPC? • Cerca de 5% dos casos de CJD são iatrogênicos Transmissão Iatrogênica dos Prions • Eletrodos usados na realiza-ção de EEG em pacientes com CJD, foram esterilizados com formaldeído e álcool e reutilizados, transmitindo a doença (Goldfarb LG, Annu Rev Med 1995). • Transplantes de córnea e implantes de dura mater oriundos de pacientes com CJD transmitiram a doença em 110 pacientes (Brown P, Dev Biol Stand 1993) • A causa mais comum de CJD iatrogênico foi o uso inadvertido de hormônio de crescimento humano oriundo de cadáveres contaminados (130 casos). • Quatro casos de CJD após o uso de hormônio ganadotrópico humano na Australia (Collinge J, Annu Rev Neurosci 2001 • CJD após o uso de instrumentos neurocirúrgicos contaminados em 14 pacientes (Bernouilli C, et al. Lancet 1997) PRIONS NA DERMATOLOGIA Prof. Dr. Omar Lupi Texas Medical Center 2001/2002 Prions na Dermatologia Pammer et al (Am J Pathol 1999; 153 (5): 1353-8) – Observaram que a pele normal e aquela afetada por dermatoses diversas (psoríase, ec-zemas e úlceras) expressam a PrP em grande quantidade sendo, portanto, uma porta de entrada em potencial para os prions. Linfócitos e cél. Langerhans (SALT) são os prováveis agentes propagadores da PrPSc da pele para o SNC, em cobaias. Considerando a ineficiência das formas habituais de esterilização na destruição dos prions e o fato de que formas mais efetivas envolveriam técnicas destrutivas para material de origem biológica, devemos considerar que alguns produtos e procedimentos dermatológicos envolvem um risco real de disseminação das moléstias priônicas nos seres humanos (Lupi O. J Am Acad Dermatol 2002;46:790-3.). J Am Acad Dermatol 2002; 46: 790-793 Outros Produtos Dermatológicos com Risco Potencial Colágeno Humano Injetável Derivado de Bancos de Doação (Dermolagen™, DermaPlant™, Cymetra™, Alloderm™, Fascian™) – as empresas devem aplicar os mesmos procedimentos cuidadosos utilizados nos bancos de sangue (Carruthers J & Carruthers A. Arch Dermatol, May 2002). Toxina Botulínica (Botox™, Dysport™, Myobloc™) contém albumina humana para estabilizar a molécula da neurotoxina, impedindo que esta se aglomere nas paredes do frasco. A albumina utilizada tem como origem um grupo de doadores humanos monitorados pelo FDA (Carruthers, 2002). Um Padrão para Laboratórios no Mundo Inteiro • A esterilização é essencial para o cultivo de células in vitro. O processo de esterilização se baseia na autoclavagem, envolvendo altas temperaturas e pressão. Os meios de cultura utilizados nas culturas de células não podem ser esterilizados deste modo pois são compostos por aminoácidos, vitaminas, sais inorgânicos, glicose e plasma, sendo este último a fonte dos fatores de crescimento e hormônios. Laboratórios adicionam soro fetal bovino (FBS) e soro de bezerros recém-natos (NCS) a todos os meios de cultura de células. VETORES PRIÔNICOS O scrapie é endêmico na Europa há 200 anos. Muito pouco se sabe sobre as suas rotas naturais de transmissão. A transmissão horizontal já foi sugerida para explicar a disseminação do scrapie para animais sadios (Parsonson IM, 1996). Há situações nas quais a doença afeta todo um rebanho que nunca apresentou nenhum animal doente ou ocorre em fazendas repopuladas (Schonberger L, 1998). Rebanhos ovinos sadios passam subitamente a desenvolver sinais de scrapie se colocados próximos a pastos com animais infectados, sugerindo que ocorre transmissão horizontal nas fazendas. Tais achados tem levado à sugestão, por vários autores, de que um reservatório natural pode estar presente nestes locais (Post K et al, Lancet 1999 and Wisniewski H, Lancet 1996). Int J Dermatol, 42 (6):425-9, 2003. Post et al alimentaram 16 larvas de Sarcophaga carnaria, com 2mg de material derivado de tecido cerebral de hamster infectado com scrapie ou cérebros sadios usados como controle. A cada 2 dias, larvas e pupas foram analisadas quanto a presença de PrPSc. Foi possível detectar a isoforma anormal em todas as larvas alimentadas com o material contaminado e em nenhum do grupo controle. Dez dias após terem sido alimentadas com tecido cerebral contaminado, seis pupas foram dadas como alimento para 4 hamsters. Dois desenvolveram sinais clínicos de scrapie após 215 dias e 3 foram positivos para PrPSc. De outros 8 hamsters alimentados com larvas infectadas, 5 morreram de scrapie. Larva de Mosca Post et al (Lancet 1999; 122: 199-204) Ciclo de Vida da Oestrus Ovis em Ovelhas Erosão do osso cribiforme e das estruturas ósseas nasais MIÍASE OCULAR Larva de Oestrus ovis J Europ Acad Dermatol Venereol, 20 (9): 1037-45, 2006. Hypoderma bovis é a causa mais comum de miíase no gado. A lar-va migra pelo tecido subcutâneo em direção ao canal espinhal e gordura epidural (sítio invernal). Hypoderma Bovis Kelelioglu (J Neurosurg, 1989) descreveu casos de miíase cere-bral em humanos causadas pelo Hypoderma bovis. O mesmo agente está associado com miíase cerebral e craniana, assim como pode perfurar a esclera para produzir dano ocular grave (“fly-blown eye”). Omar MS et al. Ann Trop Med Parasitol 1988). A infestação decorre da implantação acidental dos ovos na conjuntiva após tempestades de areia ou outro tipo de trauma. www.cvm.missouri.edu MIÍASE OCULAR Larva de Hypoderma bovis MIÍASE OCULAR Larva de Hypoderma bovis Medical Hypotheses, 65: 47-54, 2005. Novas Rotas Para as Infecções Por Prions Scott e cols (Vet Microbiol 1993; 34 (4): 305-9) confirmaram a possibilidade da transmissão do scrapie para camundongos por instilação de homogenado cerebral infectado por prions na conjuntiva de animais sadios. Dano retiniano é também um achado comum entre os camundongos infectados pelo scrapie, reforçando a importância desta rota na etiopatogenia de alguns casos de infecção por prions. Sistema stema Digestivo dos Insetos Intestino proximal Intestino distal Digestive sys Intestino médio O tubo digestivo dos insetos tem a extremidadde bucal e uma distal, próxima à cauda do inseto. É dividido em 3 partes distintas, conhecidas como intestinos proximal, médio e distal. A pesquisa atualmente está centrada em determinar qual das partes do intestino é crítica na contaminação e se o pH influencia no processo. Amiloidoses – A Nova Conexão Omar Lupi da Rosa Santos Estrutura Amilóide: Composição identificada: Heparan Sulfato de glicosaminoglicanos Sulfato de proteoglicanos Associação não covalente Componente amilóide sérico P (SAP): glicoproteína plásmática não-fibrilar = amilóide sérico P Ptnas Familiares Pentaxânicas Classificação: Adquiridas; Hereditárias; Sistêmicas: - Neoplásicas - Inflamatórias - Genética - Iatrogênica Localizadas ou limitadas a derminados órgãos: - Associadas ao envelhecimento - Diabetes Mellitus tipo II AMILOIDOSE SISTÊMICA AMILOIDOSE MONOCLONAL DE IMUNOGLOBULINAS DE CADEIA LEVE (AL) • Complicação de 15% dos casos de gamopatias monoclonais (pp/ o mieloma múltiplo) • Fibrilas compostas por cadeias leves de imunoglobulinas monoclonais (proteína AL). • Geralmente > 40 anos (média 65 a), H>M. • Diagnóstico frequentemente tardio porque os sintomas são inespecíficos. AMILOIDOSE SISTÊMICA AMILOIDOSE MONOCLONAL DE IMUNOGLOBULINAS DE CADEIA LEVE (AL) • A apresentação clínica de sintomas de Sd do túnel do carpo (>25%), macroglossia (10% dos pacientes e causa disfagia dolorosa), lesões mucocutâneas específicas (>40%), hepatomegalia (50%), esplenomegalia (10%) e edema com cacifo (secundário a s. nefrótica ou ICC, ambas presentes em 30%) podem ser indicativos para o médico de displasia plasmocitária subjacente. Depósito Amilóide ao Redor de Vasos A Adenina T Timina CCitosinG a Pares de base do DNA A=T C=G G DNA + RNA mensageiro RNAm Membrana Nuclear RNAm no citoplasma Rna-m RNAm RNAt + Aminoácido Nova Proteína = Sequência de Aminoácidos NA DÉCADA DE 90 CONSTATOU-SE QUE A FUNÇÃO DE UMA PROTEÍNA NÃO ESTÁ APENAS RELACIONADA COM SUA SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS MAS MUITO COM A FORMA COM QUE A PROTEÍNA SE DOBRA ESPACIALMENTE! Amiloidoses Cutâneas AMILOIDOSE CUTÂNEA LOCALIZADA PRIMÁRIA • Compreende três formas: maculosa; papulosa (líquen amilóide) e nodular. • As fibrilas nas formas maculosa e papulosa não ligam anticorpos à proteína AA ou pré-albumina (transretina). • Já a amiloidose nodular pode ser considerada similar ao plasmocitoma extramedular, pois apresenta fibrilas do tipo imunoglobulinas AL, parecendo desenvolver-se como resultado de uma produção local de cadeias leves aberrantes, produzidas por uma expansão clonal de plasmócitos. Int J Dermatol 2008; 47: 1225-1231 Doenças de Conformação Protéica • Amiloidoses Sistêmicas • Amiloidoses Cutâneas • Doença de Alzheimer • Doença de Parkinson • Doença de Huntington • Esclerose Lateral Amiotrófica • Diabetes mellitus do tipo II • Doença de Creutkfeldt-Jakob • Doenças causadas por prions (kuru, doença da vaca louca, etc.) A Tentativa de Entender Melhor o Acúmulo Intracelular do Amilóide... Permitiu descobrir que tão importante quanto a seqüência de aminoácidos da proteína é a forma como elas se dobram no citoplasma das células. Reconhecer quais são os fatores que influenciam neste processo: pH, temperatura, trauma Gerou a descoberta de novas organelas celulares (proteossomos) e substâncias envolvidas neste processo (Hsp, caspases, chaperones, etc.) Possibilidades Pós-síntese Protéica Controlado pela própria sequência de aminoácidos e pelos fatores ambientais Proteassomos, Hsp, Chaperones e outros nomes pouco amistosos… São os mecanismos de defesa das células contra proteínas mal dobradas Localizam e marcam proteínas defeituosas (mal dobradas); Destroem as proteínas que se dobram erradamente (misfolding); Redobram (refolding) as proteínas que podem ser recuperadas Excretam da célula os restos destas proteínas defeituosas Este Conhecimento Abriu Novas Perspectivas Terapêuticas... PLoS Biol. 2007 Oct 2;5 (10): 268 Algumas perguntas que faltam ser respondidas sobre amiloidose e prions: 1. Somente as amiloidoses e os prions são, ao mesmo tempo, doenças herdadas e transmitidas. Como isto pode ser explicado? 2. Será que as amiloidoses podem ser transmitidas com os prions? 3. Como explicar que a amiloidogênese se pareça tanto com a forma de replicação de um vírus? Amiloidose Sistêmica Hereditária 4) Transtirretina = + freqúente - Ptna que transporta a tiroxina - Polineuropatia Amilóde Familiar ( neuropatia periférica e autonômica) - Portugal: substituição da Val por Met na posição 30 - Dinamarca: substituição da Leu por Met na posição 111 = cardiopatia grave Polineuropatia que começa por volta dos 47 anos nos MMSSs, fraqueza muscular generalizada aos 49 anos e restrição à cadeira de rodas por volta dos 51 anos. Incontinência de todos os esfíncteres, incluindo a pupila. Medical Hypotheses, 67: 1027-33, 2006. Algumas perguntas que faltam ser respondidas sobre amiloidose e prions: 1. Somente as amiloidoses e os prions são, ao mesmo tempo, doenças herdadas e transmitidas = prions e amilóides parecem seguir um padrão de transmissão de informação analógico (proteíco) e não digital (DNA/RNA) 2. Será que as amiloidoses podem ser transmitidas com os prions? 3. Como explicar que a amiloidogênese se pareça tanto com a forma de replicação de um vírus? Uma Descoberta Desconcertante... PNAS, 2002, 99 (10): 6979-6984. Transmissão de Amiloidose Sistêmica de forma Experimental • Amiloidose AA hepática foi induzida em roedores após a injeção de AgNO3 (Pras M e cols. J Clin Invest, 1968). • Material do fígado com amiloidose foi retirado e centrifugado. Depois foi injetado EV em 16 roedores e dado por via oral, por 15 dias, a outro grupo de 9 animais. • Todos os que receberam a injeção EV e 8 em 9 dos expostos por VO desenvolveram amiloidose hepática no período de 16 dias. • O grupo controle, tratado da mesma forma mas com extrato de fígado de animais sadios, não desenvolveu amiloidose em nenhum caso. Lundmark et al. PNAS, 2002, 99 (10): 6979-6984. Lupi O, Peryassu MA. Prions 2007; 1 (4): 1-5. Algumas perguntas que faltam ser respondidas sobre amiloidose e prions: 1. Somente as amiloidoses e os prions são, ao mesmo tempo, doenças herdadas e transmitidas = prions e amilóides parecem seguir um padrão de transmissão de informação analógico (proteíco) e não digital (DNA/RNA). 2. Será que as amiloidoses podem ser transmitidas com os prions? Sim, já foi realizado algumas vezes 3. Como explicar que a amiloidogênese se pareça tanto com a forma de replicação de um vírus? ? Virus Self-assembly Omar Lupi, Paula Dadalti, Eduardo Cruz, Clyde Goodheart Editorial Convidado com Prof. Clyde Goodheart. Medical Hypothesis 2007; 69: 724-30 Uma droga anti-Hipertensiva de Ação Central (Agonista de Receptores α2-Adrenérgicos)... PLoS One 2008; 3 (4): 1981. Duas Drogas (Guanabenzeno e Tacrina) com Ação anti-Prion... PLoS One 2008; 3 (5): 2174.