PROTOZOÁRIOS A palavra protozoário tem origem grega e significa "primeiro animal". Estes microorganismos diferem das algas por serem todos unicelulares e de nutrição exclusivamente heterotrófica. As células dos protozoários são totipotentes, ou seja, realizam individualmente todas as funções vitais dos organismos mais complexos (locomoção, obtenção de alimento, digestão, excreção e reprodução). Nos animais multicelulares, ao contrário, observa-se uma especialização crescente das células e uma divisão de trabalho: cada célula assume determinada função, que desempenha de modo eficiente, podendo até perder certas capacidades, como digestão e locomoção. Estrutura e Funções O corpo do protozoário é unicelular e, como já vimos, desempenha sozinho todas as funções vitais necessárias à sua sobrevivência. Em sua estrutura, encontramos: 1. Uma membrana plasmática similar às membranas celulares de outras células. 2. O citoplasma com suas diversas organelas responsáveis por muitas funções vitais dos protozoários. 3. Geralmente, os protozoários apresentam um único núcleo, porém existem espécies bi ou multinucleadas. São conhecidas aproximadamente cinqüenta mil espécies de protozoários. Suas principais características são: A maioria é de vida livre, porém algumas podem estar fixas ao substrato São predominantemente aquáticos (doce, salgada ou salobrada), mas podem ser encontrados nos mais variados ambientes. Alguns são parasitas de animais, causando diversas doenças inclusive ao homem, como a malária e a doença de Chagas. Outros estabelecem relações harmônicas com diferentes hospedeiros invertebrados e vertebrados, trocando favores mútuos. Os protozoários de vida livre (juntamente com bactérias e fungos) desempenham importante papel na reciclagem de matéria orgânica na natureza, pois se nutrem principalmente de restos de animais e vegetais. A reprodução entre os protozoários geralmente é assexuada por bipartição, mas pode ocorrer também por esporogonia. Alguns protozoários, quando submetidos a condições ambientais desfavoráveis, podem criar os cistos de proteção (envoltório protetor) que os isolam do ambiente e passam a viver em vida latente. Quando as condições ambientais tornam-se novamente favoráveis, o protozoário abandona o cisto e volta às suas atividades normais. Os protozoários de movimentação ativa locomovem-se por meio de organelas especiais que podem ser os pseudópodes, os cílios e os flagelados. De acordo com o tipo de organela locomotora e o tipo de reprodução, os protozoários podem ser separados em quatro classes principais: 1. Sarcodina 2. Flagellata ou flagelados 3. Ciliata ou ciliados 4. Sporozoa ou esporozoários SARCODINA Compreendem os protozoários como as amebas Apresentam pseudópodes como organelas de locomoção e captura de alimento Podem ser encontrados na água doce, salgada, no solo sob a forma de cistos ou no interior de hospedeiros. Possuem geralmente apenas um núcleo, mas pode ocorrer mais de um. Reproduzem-se principalmente por bipartição. SPOROZOA Não apresentam organelas de locomoção na fase adulta A grande maioria desses protozoários é parasita de invertebrados e vertebrados. Podem formar esporos e geralmente possuem apenas um núcleo. O gênero Plasmodium merece destaque especial, pois é o causador da malária, maleita ou impaludismo. CILIATA Nela estão os protozoários mais evoluídos e de estrutura mais complexa. A maioria dos ciliados é de vida livre, mas algumas espécies são parasitas, como o Balantidium coli, que habita o intestino de alguns mamíferos, podendo causar distúrbios gastrintestinais. Apresentam cílios para se locomover e capturar de alimento. O movimento dos cílios impulsiona o alimento para o interior da célula onde ocorrerá a digestão por um processo semelhante ao observado na ameba. A sua reprodução ocorre principalmente por bipartição, mas, em condições ambientais desfavoráveis, podem realizar a conjugação. Malária A malária é uma das mais importantes doenças tropicais do mundo e apresenta-se bastante difundida no mundo. Essa doença caracteriza-se por desencadear acessos periódicos de febres intensas que debilitam profundamente o doente. A malária provoca lesões no fígado, no baço e em outros órgãos, além de anemia profunda devido à destruição maciça dos glóbulos vermelhos que são utilizados pelo Plasmodium para reproduzir-se. Os transmissores da malária ou maleita são mosquitos do gênero Anopheles. Só as fêmeas destes mosquitos é que transmitem tal doença, pois são hematófagas (se alimentam de sangue). Os machos sugam apenas seiva vegetal. As fêmeas colocam ovos em águas acumuladas entre as folhas de plantas epífitas (aquelas que se desenvolvem em cima de outras sem parasitá-las), principalmente das bromélias. No entanto, podem utilizar a água acumulada em vasos, latas e pneus velhos. As larvas completam o seu ciclo na água. Sabe-se hoje que a malária é causada por diversas espécies de Plasmodium que são transmitidos por diferentes espécies de mosquito. Protozoário Tipo de malária Ciclo (duração) Plasmodium vivax terça benigna 48 horas Plasmodium malariae quartã 72 horas Plasmodium falciparum terçã maligna (fatal) 24 a 48 horas Profilaxia da Malária (Prevenção) Drenando-se valas e banhados, as fêmeas dos mosquitos não terão mais local apropriado para a postura; A criação de peixes larvófagos, isto é, que se alimentam de larvas dos mosquitos, produz bons resultados; O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas impedem que os mosquitos se aproximem do homem; Evitar o acúmulo de pneus velhos, latas, vasos e outros recipientes que armazenam água, possibilitando a reprodução do mosquito. Certas árvores, como o eucalipto podem ser usadas como plantas drenadoras, porque absorvem muita água do solo. Não havendo água estagnada, as fêmeas dos mosquitos não terão local adequado para a postura; Finalmente, a educação sanitária e o tratamento medicamentoso (alcalóides) dos enfermos são medidas indispensáveis. Ainda não há vacina contra a malária. Fonte: www.brasilescola.com