Aulas de História

Propaganda
CLIO História - Textos e Documentos
Roma
1. A Monarquia (das origens até 509 a.C.)
Durante este período, o rei
acumulava as funções executiva, judicial e religiosa, embora seus poderes fossem limitados na área legislativa, já
que Senado, ou Conselho dos
Anciãos, tinha o direito de veto e sanção das leis apr
apresentadas pelo rei. A ratificação dessas leis era feita pela
Assembleia ou Cúria, composta por todos os cid
cidadãos
em idade militar. Na fase final da monarquia, a partir do
fim do séc. XII a.C., Roma conheceu um perí
período de domínio etrusco, que coincidiu como início de sua expa
expansão comercial.
A sociedade durante a Monarquia
• Patrícios:: cidadãos de Roma, possuidores de terra e
gado, que constituíam a aristocracia
ioria da população, correspondi
correspondiam aos
• Plebeus: a maioria
pequenos agricultores, pastores, comerciantes e art
artesãos.
• Clientes:: indivíduos subordinados a alguma família
patrícia, cumpridores de diversas obrigações
gações econôm
econômicas, morais e religiosas. O patrício era seu patr
patrono, um
“protetor” econômico, político e jurídico; em troca os
clientes seguiam as decisões políticas de seus patronos,
cumprindo o obsequium (submissão política), além de
dedicar jornadas de trabalho para o seu senhor. Eram,
enfim, os dependentes, alguns de origem estrangeira,
outros de origem plebeia que, para sobreviver, busc
buscavam a proteção dos abastados e poderosos
derosos patrícios.
• Escravos:: normalmente, prisioneiros de guerra. Dura
Durante a Monarquia, o escravismo não possuiu grande sign
significação, ganhando importância somente
mente com a expan
expansão
do período Republicano.
Alguns elementos ricos, fora da classe patrícia, form
formavam a classe dos equites...
• Equites (cavaleiros):
leiros): homens que podiam equi
equipar-se
com armas e um cavalo (equus) e servir na cava
cavalaria.
2. Res Publica ou ‘coisa pública’ (509 a 27 a.C.)
Não se sabe direito se a República foi,
de fato, estabelecida
cida após um levante
popular que levou à expulsão de Ta
Tarquínio, o Soberbo, ou se resultou de um
lento processo
cesso evolutivo que restringiu
progressivamente a aut
autoridade monárquica em favor dos chefes das gentes.
De qualquer modo, o poder passou às
mãos dos patrícios, que substituíram o
rei por dois cônsules eleitos anua
anualmente. Sua função abrangia o comando do exército e a ssupervisão das atividades judiciárias.
Mesmo para um cidadão romano, seria impossível
“Mesmo
dizer, com certeza, se o sistema, em seu conjunto, era
aristocrático, democrático ou monárquico. Com efeito, a
quem fixar a atenção no poder dos cônsules, a ConstituiConstitu
ção romana parecerá totalmente monárquica;
monárquica a quem
se fixar no Senado, parecerá aristocrática, e a quem a
fixar no poder do povo, parecerá, claramente, democrádemocr
tica. (...)”. Políbio
Mas
as a República romana pertencia, de fato, a pouquíspouquí
simos cidadãos...
Além de possuir a totalidade das terras e monopolizar a
vida religiosa, a aristocracia patrícia detinha o poder
político: o Senado era a autoridade permanente, encarenca
regada de controlar os magistrados, ocupantes tempotemp
rários de cargos executivos. Os patrícios dominavam
também a Assembleia Curiata, que
q perdeu gradativamente suas prerrogativas para a Assembleia Centuriata
(comitia centuriata). Mas esta também era dominada
pelos patrícios e equites.
Uma sociedade em armas...
Conforme a riqueza, cada classe fornecia ao exército um
determinado número de centúrias (companhias de 100
soldados equipados). Cada centúria equivalia a um voto
na Assembleia Centuriata. Os mais ricos, podendo equiequ
par 98 centúrias, dispunham de mais votos que todas as
outras classes, cujo total perfazia 95 centúrias.
Patrícios e Plebeus: uma luta de classes
A história da república
epública romana consiste basicamente
basica
no
relato de duas espécies de luta, uma interna e outra
externa. A primeira abrange as lutas dos plebeus e das
classes mais pobres contra os patrícios; a segunda inclui
a luta de Roma contra inimigos externos, de início prinpri
cipalmente defensivas, porém mais tarde agressivas, no
curso das quais Roma passou a dominar a Itália e vastos
territórios ultramarinos. A luta entre as classes privilegiprivileg
adas e as destituídas de privilégios durou dois séculos,
tomando a certos intervalos de tempo a forma de uma
ameaça de secessão pelos plebeus, ou seja, de se retiraretir
rem da cidade a fim de constituírem uma comunidade
separada. Ela teve sua origem:
(a) no desejo da massa de plebeus de segurança pessoal
contra a opressão arbitrária dos magistrados patrícios,
de terra, e de alívio das dívidas;
(b) no desejo das famílias plebeias mais ricas de plena
igualdade política, especialmente no tocante à admissão
ao consulado.
• 494 a.C. Uma multidão de plebeus
ple
armados retirou-se
para o Monte Sagrado (Aventino) e decidiu não voltar ao
trabalho ou combater no exército a menos que obtivesobtive
se algumas concessões dos patrícios. Temendo um lel
vante da plebe, o Senado concordou com a criação da
Assembleia da Plebe (Concilium
oncilium Plebis), que elegeria os
edis e os tribunos da plebe (dois no início e dez em mem
ados do séc. V a.C.). O tribuno podia deter, com a palapal
CLIO História - Textos e Documentos
vra veto (“eu proíbo”) toda ação que julgasse prejudicial
à plebe. Sua pessoa era intocável e sua casa invioláve
inviolável.
As portas estavam abertas dia e noite a qualquer cid
cidadão que ali fosse pedir abrigo (direito de santuário ou de
asilo).
• 450 a.C. Uma comissão de dez homens - os decemviri , liderados por Apio Cláudio, transformou as velhas leis
romanas, baseadas nos costumes, na Lei das Doze TTábuas. O código abrangia direito privado, penal, gove
governamental e religioso e assegurou aos plebeus paridade
jurídica com os patrícios.
• 445 a.C. Pela Lei Canuléia foi abolida a proibição de
casamentos entre patrícios e plebeus.
• 367 a.C. Os tribunos
ibunos Licínio e Sextio propuse
propuseram que
os juros já pagos fossem deduzidos do principal (quantia
emprestada pelo credor); que nenhum homem pudesse
deter mais de 500 jugera (cerca de 120 hectares) de
terra ou empregar em suas culturas mais es
escravos que
trabalhadores livres: que um dos cônsules fosse recr
recrutado na plebe. Durante um ano o Senado resistiu, mas
acabou por acatar essas propostas, que se transform
transformaram nas Leis Licínias.
• 356 a.C. A plebe
ebe teve acesso ao cargo de cen
censor.
• 326 a.C. Foi abolida
lida a lei que estabelecia o di
direito do
credor de escravizar seu devedor. O julgamento tornou
tornouse obrigatório nos casos de dívidas.
• 287 a.C. Pela Leii Hortênsia, as decisões da Assembleia
da Plebe tornaram-se obrigatórias para
ra todos os cid
cidadãos romanos.
Esse episódio foi o último da longa disputa entre pl
plebeus e patrícios, da qual os plebeus ricos foram os pri
principais beneficiados. Como o acesso aos cargos públicos
era muito caro, os plebeus afastavam-se
se deles autom
automaticamente.
S.P.Q.R.: o Senado e o Povo Romano
Os cônsules eram ele
eleitos pela Assembleia
Centuriata, mas seus
nomes deveriam ser
confirmados pelo Sen
Senado.
As decisões do Senado
abrangiam não só a política exterior como a administr
administração interna. Em caso de perigo, podiam até nomear um
ditador,, governante com poderes absolutos.
S.P.Q.R., a sigla oficial de Roma, queria dizer O Senado e
O Povo Romano,, como se o poder emanasse da união do
Senado e do conjunto das Assembleias de cidadãos...
...Na realidade, porém o poder continuava nas mãos de
poucos. Os plebeus ricos aliavam-se
se aos patrícios, incl
inclusive por meio de uniões matrimoniais.
ais. Em consequência,
surgiu uma nova aristocracia - a nobilitas (nobreza) -, à
qual pertenciam os plebeus ricos que tivessem ocu
ocupado
altas magistraturas, condição que lhes permitia o acesso
ao Senado.
Nota: mesmo nas Assembleias da Plebe, a força dos patrícios
exercia-se
se através dos seus clientes, que votavam a seu favor.
Roma em guerra: a expansão
A política expansionista da República romana teve iniciinic
almente como objetivos
bjetivos a defesa frente a povos vizinhos
e a obtenção de mais terras à agricultura e ao pastoreio,
mas logo se revelou uma fonte valiosa de riquezas em
metais preciosos, em escravos e tributos. Como resultaresult
do, em cinco séculos de guerras a dominação romana
roman se
estendeu a boa parte da Europa, da África e da Ásia.
Fim da República romana
Roma crescera, tornara-se
se um império mundial. As instiinst
tuições concebidas para o autogoverno de uma sociedasocied
de de pequenos proprietários agrícolas não funcionafuncion
vam mais.
As guerras
erras constantes e o crescente número de escravos
aumentavam a miséria dos pequenos agricultores e da
plebe. As tentativas de reforma dos irmãos Graco, Tibério (133 a.C.) e Caio (123 a.C.), fracassaram...
Entre os anos 136 e 132 a.C., 200 mil escravos levantale
ram-se
se em armas. Chegaram a dominar a Sicília mas no
final foram vencidos e duramente reprimidos pelas legileg
ões romanas...
Décadas mais tarde, entre 73 e 71 a.C., ocorreu a mais
famosa rebelião de escravos da história romana, que
mobilizou 80 mil escravos
avos liderados pelo gladiador Spartacus.. Após uma série de vitórias,
vitó
os revoltosos foram
vencidos e impiedosamente
mente castigados.
Ditaduras e Triunviratos...
Num clima de crescente instabilidade e crise generalizageneraliz
da, diversos chefes militares passaram a disputar o poder. Roma conheceu os governos autoritários dos genegen
rais Mário e Sila. Este último derrotou Mário e se tornou
ditador vitalício, mas abdicou em 79 a.C., abrindo camicam
nho para os triunviratos.
O Primeiro Triunvirato (governo de três pessoas) foi
composto por três políticos de prestígio: Pompeu, CrasCra
so e Júlio César. Em 53 a.C., com a morte de Crasso, os
senadores aproximaram-se
se de Pompeu e afastaram
César do governo...
Alea jacta est (“A sorte está lançada”)
A guerra civil desencadeada por essa
ess
crise permitiu a Júlio César e suas legiões
a tomada do poder. O Senado não teve
outra escolha senão conferir a César o
título de Ditador Vitalício (46 a.C.)
César assumiu os poderes de cônsul,
tribuno, sumo sacerdote e supremo coc
mandante do exército. Promoveu uma
reforma político-administrativa,
político
distribuiu terras entre os soldados, impulsionou
a colonização das províncias, construiu
CLIO História - Textos e Documentos
obras públicas e reformulou o calendário...
rio...
“Até tu, Brutus...”
Mas seus poderes despertaram a oposição de alguns
senadores,
res, que tramaram a sua morte. Em 44 a.C., o
ditador foi assassinado, em pleno Senado, por uma
conspiração liderada por Brutus e Cássio.
Sua morte gerou uma grande revolta da população e
nova guerra civil, fato habilmente explorado por Marco
Antônio, um dos
os fortes generais de Júlio César que,
juntamente com Otávio e Lépido, formou o Segundo
Triunvirato.
O Segundo Triunvirato
3. O Império Romano (27 a.C. - 476)
Após eliminarem os opositores de César, os novos triúntriú
viros iniciaram suas disputas internas. Otávio, aproveiaprove
tando-se da ausência de Marco Antônio, que se enconenco
trava no Egito, tentou ampliar seus poderes. DesconsiDescons
derou Lépido e declarou guerra Marco Antônio, o qual
foi derrotado na batalha naval de Actium, em 31 a.C.
Em seguida Otávio recebeu do Senado o título de prinpri
ceps (primeiro cidadão),
dadão), primeira etapa para obter o
título de imperador (o supremo). Otávio tornou-se
tornou progressivamente senhor absoluto de Roma, recebendo,
além dos dois títulos, o de Augustus (o divino), até então
inédito entre os governantes romanos.
romanos O ano: 27 a.C.
CLIO História - Textos e Documentos
O Alto Império (27 a.C. - 235): a Pax Romana
Sob a orientação de Augusto, foi abandonada a política
agressiva de conquistas e aperfeiçoada a administração
das províncias. Esse novo curso contribuiu para que o
império vivesse um período de tranquilidade sem precedentes, que se tornou conhecido como pax romana, a
paz romana, e se estendeu pelos dois primeiros séculos
da era cristã. Roma atingiu o apogeu, ingressou num
período de paz, prosperidade, estabilidade político
políticosocial e grandes realizações intelectuais
intelectuais: não por acaso,
o primeiro século da era cristã ficou conhecido como
“século de Augusto”.
Panem et circences
Procurando reduzir as tensões sociais, Augusto prom
promoveu a aliança entre a nobreza e os cavaleiros e apaz
apaziguou a plebe romana com a famosa polític
política de “pão e
circo”. Até hoje utilizada por vários governos (entre eles
o do nosso país), esta política consistia na distribuição
de trigo para a população carente associada à organiz
organização de grandes espetáculos públicos. Após a morte de
Otávio Augusto, em 144 da era cristã, sucedera
sucederam-se quatro dinastias de imperadores.
A crise do Império Romano: o Baixo Império
(séc.III a V)
Um dos grandes orgulhos da Roma Imperial era a rap
rapidez e eficiência de seus transportes. Navios de três ccobertas transportavam de 250 a 1000 t de mercadorias. A
uma velocidade média de 5 nós (cerca de 9 km/h), com
ventos favoráveis, embarcaçõess levando o máximo de
carga percorriam
corriam 220 km por dia. Em quatro dias, ia
ia-se
de Óstia a Tarragona, na Espanha; em dois dias chegava
chegavase em Cartago; em
m três, em Marselha; em nove dias
atingia-se
se Alexandria, no Egito. De março a outubro, os
mares eram cruzados por navios abarrotados de merc
mercadorias destinadas a Roma e outras cidades italianas...
Um gigante com pés de barro...
Alimentada pela própria expansão
nsão imperial, Roma to
tornava-se
se uma cidade exclusivamente consumidora. A
mão-de-obra
obra livre, necessária para arar a terra, para
fazer funcionar a indústria e o comércio, era muito cara.
E, devido aos longos decênios de paz e a derrota da
pirataria, eram reduzidas
zidas as possibilidades de se cons
conseguir escravos. O resultado é que os campos romanos
retraíram-se:
se: era mais conveniente deixar ao léu os
latifúndios do que empregar dinheiro no pagamento dos
trabalhadores da terra. Quanto aos produtos industriais,
as províncias
íncias que se encarregassem de produzi
produzi-los, e os
navios e caravanas de carros que tratassem de fazê
fazê-los
chegar a Roma...
Mais gastos, mais impostos...
Essa situação não poderia durar eternamente. A crise
econômica instalada
talada na Itália, centro nervos
nervoso do império, aos poucos iria se alastrando implacavelmente por
todos os seus domínios.
Para guarnecer as fronteiras e conservar o controle das
províncias, os governos foram obrigados a manter grangra
des contingentes militares, o que gerou enormes despedesp
sas para o Estado.
tado. O desequilíbrio entre a receita e a
despesa pública provocou a desvalorização da moeda, a
alta dos preços e um violento processo inflacionário.
A crise do escravismo e o colonato...
A crise se acentuou
uou graças ao colapso do escravismo
escrav
e
sua gradual substituição
ubstituição pelo sistema de colonato: pespe
soas empobrecidas do campo e das cidades procuravam
os grandes proprietários rurais e em troca de sobrevisobrev
vência e proteção passavam a trabalhar em suas terras
como colonos, numa prestação de serviços de vida inteiinte
ra e hereditária, sem jamais poder deixar o lote recebireceb
do. Muitos proprietários preferiam libertar seus escraescr
vos – um luxo cada vez mais caro – e transformá-los em
colonos, arrendando-lhes
lhes parte da terra. Ao mesmo
tempo, as cidades se despovoavam, o comércio decaía,
os metais preciosos escasseavam: receber salário em
moeda tornava-se
se um sonho quase impossível.
im
Crise político-administrativa...
administrativa...
No plano político, as sucessivas lutas pelo poder entre os
chefes militares e o Senado minaram a coesão políticopolítico
militar
itar do exército que, desarticulado,
desarticu
não conseguiu
conter a pressão dos grupos bárbaros sobre as fronteifronte
ras.
Dividir para governar...
Na busca de uma saída para a crise, o imperador DiocleDiocl
ciano (284-312)
312) introduziu uma reforma conhecida coc
mo tetrarquia. Haveria dois co-imperadores,
co
os Augustos, que governariam as metades oriental e ocidental do
Império Romano. Cada um teria seu auxiliar direto, que
receberia o título de César e mais tarde se tornaria coco
imperador. Na prática, era a divisão do império em duas
d
porções diferenciadas: a ocidental, cada vez mais pobre,
e a oriental, ainda viável...
A divisão torna-se
se inevitável...
O imperador Constantino, sucessor de Diocleciano, resre
tabeleceu a unidade imperial. Mas, consciente de que a
força do Império dependia
ia cada vez mais das províncias
do Oriente, estabeleceu em 330 sua capital na cidade de
Constantinopla (atual Istambul, na Turquia), fundada
por ele no estreito de Bósforo, limite entre a Europa e a
Ásia, onde já existia a antiga colônia grega de Bizâncio.
Mais tarde, a metade oriental do antigo Império RomaRom
no adotará o nome de Império Bizantino, e sobreviverá
so
até 1453.
Migrações e invasões...
No século V tiveram início as chamadas grandes migramigr
ções dos povos bárbaros. Pressionados pelos hunos, os
grupos germânicos
ermânicos dos godos e visigodos cruzaram as
fronteiras do Danúbio e se estabeleceram no território
do Império. De início, a penetração ocorreu pacificapacific
mente. Em 378, porém, a cavalaria dos visigodos esmaesm
gou as tropas imperiais na batalha de Adrianópolis...
CLIO História - Textos e Documentos
“Foi conquistada,
istada, essa cidade que conquis
conquistara o universo” (S. Jerônimo)
O imperador Teodósio conseguiu pacificar os visigodos,
cedendo-lhes territórios e colocando-os
os a serviço da
defesa do Império. Sua última medida, no ano 395, foi a
divisão do Império
o Romano em Império do Oriente, com
capital em Constantinopla, e Império do Ocidente, com
capital em Milão. Cem anos depois, o Império do Orie
Oriente se mantinha centralizado e forte, enquanto o Império
do Ocidente – ruralizado, fragmentado em regiões pol
política e economicamente
ente isoladas, devastado por su
sucessivas invasões – desde 476 não existia mais.
“Moritur et ridet” (“Morre e ri”): Uma síntese das ca
causas da queda do Império...
 O imperialismo
perialismo romano e as guerras civis internas
foram responsáveis pela ampliação do aparelho mi
militar e
burocrático, bem como pela instabilidade po
política. As
sucessivas
as lutas pelo poder geraram cor
corrupção, descontrole político, queda de valores tradicionais,
cionais, desencad
desencadeando uma séria crise moral. No século III impôs
impôs-se a
anarquia militar: as legiões entronavam e destronavam
imperadores segundo interesses imediatos (de 211 a
284, por exemplo, sucederam-se
se cerca de vinte Imper
Imperadores). Os soldados,
dados, que gozavam de grande prestígio,
apoiavam irrestritamente os generais, que se aposs
apossavam,
m, mesmo que por curtos períodos, de regi
regiões provinciais,
ciais, o que contribuía para o acirramento da crise.
 A crise do escravismo, ocasionada pelo fim das guerras
de conquistas e que fez escassear o número
mero de prisi
prisioneiros, tornou-se
se um obstáculo à produção, baseada
fundamentalmente na escravidão. Os proprietários
foram então obrigados a arrendar suas terras a camp
camponeses, que se sujeitavam a pagar quaisquer tributos que
lhes fossem cobrados. Substituía-se
se o escravismo pela
servidão rural.
 O crescimento do cristianismo
istianismo foi outro fator de des
desagregação do Império,
pério, pois se opunha à estrutu
estrutura militar
e escravocrata, sustentáculo do Império Romano.
 A crise econômica, advinda da crise es
escravista, resultou na diminuição de receitas para cobrir os gastos com
a manutenção da burocracia e do exército.
cito. Ao lado di
disso, houve uma nítida diminuição de áreas cultivadas,
devido à falta de mão-de-obra,
obra, o que veio a encarecer
os produtos. Ao mesmo tempo,
po, o Estado desvalorizava a
moeda, devido à diminuição
nuição de metais nobres, como
ouro e prata, único meio de que dispunha
unha para saldar
seus compromissos. Houve, em consequência
consequência, uma
inflação crescente,
cente, que resultou num caos monetário,
no início do século III, e que acelerou a decadência ec
econômica.
 A volta para uma economia rural de ssubsistência fez
com que a população
o rural se isolasse em vilas autossuficientes e autônomas, para poder enfrentar a crise geral
do Império.
 Finalmente, as invasões bárbaras
bárba minaram as forças
imperiais, já agonizantes, tomando pouco a pouco seus
territórios
ios e pondo fim ao Império Romano
Ro
em 476.
O Cristianismo
“Eu
Eu vos dou um novo mandamento: Que vos ameis uns
aos outros, assim como eu vos amei, para vós também
mutuamente vos ameis...”
O Cristianismo surgiu na Galiléia, região conquistada e
anexada pelos romanos em 40 a.C. Segundo os EvangeEvang
lhos, baseava-se
se nos ensinamentos de Jesus, que nasceu
em Belém de Judá durante o governo de Otávio Augusto
(27 a.C. a 14 d.C.). Segundo a tradição judaica, anunciado pelos profetas, havia nascido o Messias, para anuncianunc
ar o reino dos justos e a salvação da humanidade.
Aos 30 anos, Jesus iniciou suas pregações e recrutou um
grupo de seguidores, os apóstolos...
“Bem-aventurados
aventurados os pobres: porque deles é o reino dos
Céus...”
Suas palavras e atitudes desafiavam tanto a elite
eli religiosa judaica quanto as autoridades romanos na Palestina
ocupada. Embora Jesus afirmasse que o Reino de seu Pai
não era desse mundo, foi visto como um rebelde e conco
denado à morte na cruz.
Graças ao trabalho de seus seguidores, o cristianismo
difundiu-se
se pelo Império Romano. Era uma religião das
camadas populares, uma palavra de esperança para
aqueles que, desalentados pela opressão e pelo sofrisofr
mento, esperavam a salvação após a morte...
“Bem-aventurados
aventurados os que padecem perseguição por
amor da justiça:: porque deles é o Reino dos Céus.”
Céus.
Durante o governo de Nero iniciou-se
iniciou a perseguição aos
cristãos, acusados
dos de não cultuar os deuses romanos.
ro
Também lhes eram atribuídas a responsabilidade
responsabili
pelas
calamidades e crises que se abatiam sobre o Império.
A partir
rtir do séc. III, a intensificação dos problemas econômico-sociais do mundo romano fez aumentar o nún
mero de adeptos do cristianismo.
“Escravos, obedecei aos vossos amos... com temor e
respeito, e toda a retidão do coração, como a Cristo...”
Cris
(S. Paulo, “Epístola aos Efesos”.)
Durante 250 anos os cristãos sofreram
s
inúmeras perseguições até que, em 313, o Imperador Constantino pup
blicou o Edito de Milão, que concedeu liberdade de
culto a todas as pessoas. Mais tarde, no governo Teodósio, o cristianismo se tornou
nou religião oficial do Estado...
Esta
“Se alguém ousar fazer dessas oferendas que, embora
embo
de pouco valor, fazem... injúria à religião (cristã), esse
indivíduo, como culpado de violar a religião, será despodesp
jado da casa ou
u da propriedade onde se verifique
verifi
que ele
praticou alguma superstição gentílica.”
gentílica. (Edito imperial de
392, iniciando a perseguição aos pagãos.)
CLIO História - Textos e Documentos
Seção de Mapas: observe-os
os com atenção.
Roma no final da República
Roma: Século I
CLIO História - Textos e Documentos
Reformas de Dioclesiano e Teodósio
Download