dissertação rosimeire

Propaganda
Rosimeire Corrêa de Menezes
VERBOS DE TRAJETÓRIA:
UMA ANÁLISE SINTÁTICO-SEMÂNTICA
Belo Horizonte
2005
Rosimeire Corrêa de Menezes
VERBOS DE TRAJETÓRIA:
UMA ANÁLISE SINTÁTICO-SEMÂNTICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Estudos Lingüísticos Da Faculdade de Letras da
Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre em Lingüística.
Área de concentração: Lingüística
Linha de Pesquisa: Estudo da Estrutura Gramatical da
Linguagem
Orientadora: Profª. Drª. Márcia Cançado
Belo Horizonte
Faculdade de Letras da UFMG
2005
À minha mãe e à minha filha,
fontes de luz, apoio e carinho.
Nel mezzo del camin...
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
Olavo Bilac
AGRADECIMENTOS
Quando chegamos a este momento, a sensação de alívio misturada à do dever
cumprido leva-nos a uma reflexão do quanto somos impotentes se não contarmos com
todas as pessoas que nos cercam.
A vida acadêmica nos exaure, mina nossas forças; porém, o prazer que a
aquisição do conhecimento nos proporciona restabelece, majoritariamente, todas as
nossas energias.
Nesta caminhada, é necessário que se dedique a todos que estiveram conosco um
voto de sincera gratidão. Agradecer é reconhecer que, sozinhos, nada somos e nada
fazemos.
À pessoa que mais me ajudou, dando-me respaldo teórico e apoio incondicional,
em todos os instantes, meus mais sinceros agradecimentos. Sem seu auxílio, Márcia, eu
jamais teria conseguido atingir este objetivo a que há muito almejava.
Sou eternamente grata à minha família que, em forma de estímulo, sempre me
apoiou e compreendeu meus momentos de estresse. Quantas vezes tive de me ausentar
dos encontros familiares, e nunca fui cobrada por isso.
Agradeço, carinhosamente, a todos os meus companheiros de viagem. Foram
inesquecíveis as conversas que tivemos e a companhia agradabilíssima que me
proporcionaram.
Sinto-me imensamente feliz por ter feito parte do quadro discente desta
instituição de renome nacional, cujo corpo docente é de excelente quilate intelectual.
Obrigada pela oportunidade. A todos os amigos que fiz ao longo desta jornada
acadêmica, minha gratidão e respeito.
Bom, na verdade, tudo isso só aconteceu graças ao Ser Superior que nos rege. A
Ele honra e glória para sempre.
Rosimeire Corrêa de Menezes
RESUMO
Este trabalho aborda questões relativas aos ambientes lingüísticos em que
aparecem preposições e suas respectivas classificações, observados a partir de Cançado
(2003, 2005). De acordo com as Regras de Correspondência, propostas pela autora, há
três tipos de preposições: as predicadoras (não são acarretadas pelo verbo, mas atribuem
papel temático e apresentam funções semântica e sintática), as funcionais (introduzem
argumento acarretado pelo verbo e/ou marcam o argumento que sofreu alternância
sintática) e as inerentes (compõem, segundo a autora, o item lexical - o verbo).
Nenhuma delas tem semelhança com as preposições que acompanham os verbos
de movimento e/ou trajetória, pois tais preposições não estão atreladas ao verbo (como
as inerentes), não atribuem papel temático isoladamente e não marcam alternância de
diátese. As preposições que introduzem a trajetória acompanham argumentos
acarretados pelo predicador verbal e este, até onde vimos, pertence à classe dos verbos
de movimento. Portanto, fizemos uma descrição mais apurada dessa classe de verbos,
para procedermos a checagem da categoria dessas preposições e, também, propormos
uma mudança nas regras B e C da Hierarquia Temática apresentada em Cançado (2003,
2005), já que tais regras não prevêem este tipo de preposição.
O corpus, composto por duzentos e dois verbos, foi dividido em seis classes
distintas, levando-se em conta a rede temática de cada uma. A Classe 1 subdivide-se em
A, que apresenta desencadeador (controle), afetado/deslocado e locativo (afetado); e B,
que apresenta desencadeador (controle)/deslocado, afetado/deslocado e locativo
(afetado). A Classe 2, também, foi subdividida em A: desencadeador (controle),
afetado/deslocado e trajetória; e B que apresenta desencadeador (controle)/deslocado,
afetado/deslocado e trajetória. Na Classe 3, temos o desencadeador (controle)/deslocado
e um locativo/afetado. A Classe 4 é constituída por predicadores que acarretam o
desencadeador (controle)/deslocado e a trajetória. A Classe 5 apresenta afetado/
deslocado e locativo/afetado. Na Classe 6, o predicador verbal acarreta desencadeador
(controle)/deslocado, locativo/afetado, e a representação sintática da trajetória é
optativa. Para facilitar nossa descrição, utilizamos alguns testes sintáticos, como o
apagamento e o deslocamento, e testes semânticos, como a substituição de itens lexicais
e a análise do aspecto (aksionsart).
ABSTRACT
This work approaches issues related to the linguistic environment in which prepositions
and their respective classifications appear, observed from Cançado (2003, 2005). According to
the Correspondence Rules, proposed by the author, there are three kinds of prepositions: the
predicator, which is not brought about by the verb, but which attributes a thematic role and
presents semantic and syntactic functions; the functional, which introduces arguments brought
about by the verb and/or marks the argument that suffered syntactic alternation; and the
inherent, which, according to the author, composes the lexical item – the verb.
None of them is similar to the prepositions that accompany the movement verbs or
trajectory since such prepositions are not stuck to the verb (like the inherent ones), they do not
attribute thematic roles by themselves and do not mark alternation of diathesis. The prepositions
that introduce the trajectory come with arguments brought about by the verbal predicator and
the latter, as far as we have seen, belongs to the verbs of movement class. Therefore, we made a
more accurate description of this class of verbs in order to check up on the categories for these
prepositions and also to propose a change in the rules B and C of the Thematic Hierarchy
presented by Cançado (2003, 2005), since such rules do not cover this sort of preposition.
The corpus, composed by two hundred and two verbs, was divided in six different
classes, by taking into consideration the thematic net of each one of them. Class 1 was
subdivided in A, which presents trigger (control), affected/dislocated and locative (affected);
and B, which presents the trigger (control)/dislocated, affected/dislocated and locative
(affected). Class 2 was also subdivided in A: trigger (control), affected/dislocated and trajectory;
and B which presents trigger (control)/dislocated, affected/dislocated and trajectory. In class 3,
we have the trigger (control)/dislocated
and a locative/affected. Class 4 is composed by
predicators which bring about the trigger (control)/dislocated and trajectory. Class 5 presents
affected/ dislocated and locative/affected. In class 6, the verbal predicator brings about trigger
(control)/dislocated, locative/affected, and the syntactic representation of the trajectory is
optional. In order to facilitate our description, we used some syntactic tests, such as delition and
dislocation, and semantic tests, such as lexical item substitution and aspect analysis (aksionsart).
SUMÁRIO
Capítulo 1
1. Introdução .................................................................................................................... 1
1.1. Os Problemas a Serem Investigados ..................................................................... 1
1.2. Algumas Propostas da Literatura .......................................................................... 5
1.3. Apresentação da Dissertação ................................................................................ 8
Capítulo 2
2. Fundamentação Teórica ............................................................................................. 10
2.1. Os Papéis Temáticos ........................................................................................... 11
2.2. Definição de Papel Temático .............................................................................. 12
2.3. As Propriedades Semânticas ............................................................................... 16
2.3.1. O Controle ................................................................................................ 16
2.3.2. O Desencadeador ..................................................................................... 17
2.3.3. O Afetado ................................................................................................. 18
2.3.4. O Estativo ................................................................................................ 19
2.4. A Ligação da Estrutura Sintática e Semântica ..................................................... 20
2.5. As Regras de Correspondência ............................................................................ 24
2.5.1. Regra A .................................................................................................... 24
2.5.2. Regra B .................................................................................................... 24
2.5.3. Regra C .................................................................................................... 25
2.6. A Regra A e os Dados do Português Brasileiro ................................................... 25
2.7. A Regra B e os Dados do Português Brasileiro ................................................... 27
2.8. A Regra C e os Dados do Português Brasileiro ................................................... 28
Capítulo 3
3. Descrição e Análise dos Dados ................................................................................. 30
3.1. Procedimentos Utilizados na Classificação dos verbos ....................................... 30
3.1.1. A Rede Temática ..................................................................................... 31
3.1.2. Evidências da Natureza Argumental
das Redes Temáticas Apresentadas .......................................................... 34
3.1.2.1. As Propriedades Sintáticas ........................................................ 34
3.1.2.2. As Propriedades Semânticas ..................................................... 39
3.2. Descrição e Análise das Classes .......................................................................... 43
3.2.1. Classe 1: A {D (C),
A/Desl, Loc (A)}
B {D (C)/Desl, A/Desl, Loc (A)} ............................................. 43
3.2.2. Classe 2: A { D (C),
A/Desl, Traj}
B { D (C)/Desl, A/Desl, Traj} .................................................. 47
3.2.3. Classe 3: {D (C)/Desl, Loc/A} ................................................................ 50
3.2.4. Classe 4: {D (C)/Desl, Traj} .................................................................... 52
3.2.5. Classe 5: {A/Desl, Loc/A} ....................................................................... 55
3.2.6. Classe 6: {D (C)/Desl, Loc/A, (Traj)} ..................................................... 56
3.2.7. Verbos sem Trajetória Explícita .............................................................. 58
3.3. Quadro Geral das Classes .................................................................................... 59
Capítulo 4
4. Considerações Finais ................................................................................................. 63
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 68
Bibliografia Consultada .............................................................................................. 71
Anexos ........................................................................................................................... 73
1
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho refere-se à classe dos verbos de movimento que acarretam
trajetória, em particular, e aos ambientes lingüísticos em que aparecem as preposições
relacionadas a esses verbos e suas respectivas funções. Trata-se de uma pesquisa
descritiva da classe dos verbos de trajetória, entretanto, aparecerão, também, elementos
teóricos que provavelmente auxiliarão na distinção de algumas funções sintáticas e
semânticas, tais como a adjunção e a complementação.
1.1. Os Problemas a Serem Investigados:
Pretendemos, nesta pesquisa, tratar da questão das preposições em ambientes
lingüísticos, observados a partir de Cançado (2003, 2005) e, a partir da proposta
apresentada pela autora, relacionar o corpus composto por sentenças que apresentam
verbos de movimento, especialmente os que acarretam trajetória, com as Regras de
Correspondência entre a estrutura semântica e a estrutura sintática.
De acordo com Cançado (2003, 2005), há três tipos de preposições: as
predicadoras, que não são acarretadas pelo verbo e atribuem papel temático ao seu
argumento, apresentando funções semântica e sintática; as funcionais, que introduzem
um argumento acarretado pelo verbo e/ou marcam o argumento que sofreu alternância
sintática, mas não possuem função semântica; e as inerentes, que fazem parte do verbo.
Entretanto, nenhuma delas tem semelhança com as preposições que acompanham os
verbos de trajetória, pois tais preposições, apesar de serem adjacentes ao verbo, não
estão atreladas a ele (como as inerentes, mostradas adiante), não atribuem papel
temático ao seu argumento e não marcam alternância de diátese.
Detalhando a proposta da autora, existem preposições que
atribuem papel
temático e caso, tendo, portanto, funções semântica e sintática. Essas preposições,
como assumido pela literatura em geral, são projetadas na sintaxe em posição de
adjunção. Como os papéis temáticos de tais preposições não são diretamente acarretados
2
pelo verbo, elas podem ser mudadas, respeitando-se, é claro, a compatibilidade lexical.
São as chamadas preposições predicadoras:
(1) João quebrou o vaso com/contra/sobre um martelo.1
Há, entretanto, preposições que introduzem um terceiro e/ou quarto argumentos,
que são argumentos acarretados pelo verbo e não, por essas preposições. Esses
argumentos, que aparecerão ou não2, na estrutura sintática na posição de adjunção, são
argumentos que fazem parte da estrutura lógica do verbo, mas que não precisam,
necessariamente, ser realizados na sintaxe (Foltran e Wachowicz, 2000). A esse tipo de
preposição, chamamos de funcionais:
(2) João vendeu uma casa para Maria por U$ 100.000,00.3
Ou ainda, existem preposições, que marcam a alternância sintática como
ergativização, passivização, tópico, entre outras, e que também introduzem argumentos
que são acarretados pelos verbos. Segundo Cançado (2003, 2005), o argumento
introduzido por esse tipo de preposição aparece como adjunto na representação
sintática. Essas preposições também têm um comportamento puramente funcional:
(3) a. A guerra preocupa Maria.
b. Maria (se) preocupa com a guerra.
Em (3a), aparece uma ordem canônica, SVO. A proposta de Cançado é que, quando
ocorre algum processo sintático, como a alternância ergativa, por exemplo, o argumento
alterado de sua posição canônica deve ser projetado em posição de adjunção, marcado
por uma preposição. Processo semelhante pode ser observado, também, nas sentenças
em (4):
(4) a. João comprou uma casa.
b. A casa foi comprada por João.
1
Exemplo de Berg (2005).
O chamado argumento default , proposto por Pustejovsky (1996).
3
Os dados que seguem são de Cançado (2003).
2
3
A sentença em (4a), apresenta a ordem canônica SVO. Quando, em (4b), ocorre a
passivização, o termo João é projetado na estrutura sintática na posição de adjunção,
introduzido por uma preposição.
E, finalmente, há também as preposições inerentes ao verbo, chamadas de
“preposições idiomáticas” por Neeleman (1994). Essas preposições aparecem em
posição de argumento interno e não podem ser alteradas, parecendo fazer parte do
verbo:
(5) João concorda com/*de/*em/*para Maria.
Como vimos anteriormente, as preposições predicadoras que ocorrem em posição de
adjunção podem ser mudadas de acordo com o sentido desejado e, evidentemente, de
acordo com as compatibilidades lexicais. Diferentemente, em (5), a preposição não pode
ser trocada em hipótese alguma e, segundo Cançado (2003), está atrelada ao verbo na
representação lexical:
(6) CONCORDAR COM: V, {Experenciador, Tema}
Portanto, temos as preposições: a) predicadoras, que são aquelas que possuem
argumentos que não participam da estrutura lógica do verbo e atribuem papel temático,
apresentando funções semântica e sintática; b) funcionais, que são aquelas que
introduzem argumentos que fazem parte da estrutura lógica dos verbos; c) marcadoras
de alternância, que introduzem argumentos cuja posição canônica foi alterada; d)
inerentes, que são aquelas que parecem fazer parte do item lexical.
Porém, existem predicadores verbais que apresentam o segundo argumento
introduzido por preposição, e esta não tem as mesmas características das preposições
marcadoras de alternância, nem das inerentes:
(7) a. João veio de/para/a São Paulo.
b. João foi a São Paulo.
c. João chegou de/a São Paulo.
4
Tais exemplos que, a princípio, parecem ocorrer com verbos que denotam movimento
são problemáticos para a proposta de Cançado (2003, 2005). Portanto, esse será um
primeiro problema a ser investigado por este trabalho: como classificar essas
preposições?
Um segundo problema a ser investigado tem relação com as regras de
correspondência entre a sintaxe e a semântica, fundamentadas em uma hierarquia
temática, propostas pela autora. Baseada na classificação das preposições explicitadas
acima, Cançado estipula algumas regras de correspondência para a ligação entre
argumentos sintáticos e funções semânticas. Essas regras são as seguintes: a) quando
um verbo acarreta mais de dois argumentos, terá o terceiro argumento, segundo a
hierarquia temática proposta, introduzido por uma preposição, em posição de adjunção;
essa preposição é funcional e serve para tornar visível o papel temático desse
argumento; porém, essa preposição tem de ser compatível semanticamente com o papel
temático atribuído pelo verbo; b) quando o verbo acarreta dois argumentos, mas tem
atrelado a ele uma preposição, o argumento mais baixo na hierarquia será o
preposicionado e será tratado como complemento desse verbo; c) quando há alternância
da ordem canônica estipulada pela hierarquia temática, o argumento que é alterado por
esse processo é projetado na sintaxe como adjunto e marcado por uma preposição.
Entretanto, em verbos como:
(8) a. João veio de SP/ para BH/ aqui.
b. João foi de SP para BH/ para BH.
O segundo argumento é introduzido por preposição e esta não tem característica de
preposição inerente, portanto não se assemelha ao caso apresentado em (5). Os verbos
vir e ir acarretam que existe alguém que desencadeia o processo e tem controle sobre
ele, e acarreta também que há trajetória e deslocamento. Parece-nos que casos
semelhantes a esses (apresentados em (7) e (8)) não se encaixam em nenhuma das
regras propostas por Cançado (2003, 2005), sendo, portanto, problemáticos para as
Regras de Correspondência propostas.
Um terceiro ponto a ser abordado por este trabalho é uma decorrência dos dois
pontos apresentados acima. Para estudarmos esses problemas, resolvemos adotar uma
estratégia de pesquisa: como as ocorrências aqui apontadas parecem ser comuns em
5
verbos que acarretam trajetória e deslocamento, investigamos mais detalhadamente essa
classe de verbos, mesmo os que não apresentam argumentos preposicionados. Essa
classe é mais conhecida na literatura por verbos de movimento, e, então, analisamos o
comportamento sintático/semântico desses verbos em face aos problemas apresentados.
Com base no exposto acima, podemos estabelecer, pois, que o objetivo dessa
pesquisa, primeiramente, é investigar a classe de verbos de trajetória como um todo;
para tanto, fizemos uma ampla descrição sintático/semântica de um grande número de
verbos de trajetória do PB. Em segundo lugar, localizamos as diferentes ocorrências das
preposições nos dados, estabelecendo a que tipo de preposição essas ocorrências estão
relacionadas. E, finalmente, como nossos dados apresentam contra-exemplos, propomos
a reformulação das regras de correspondência entre a sintaxe e a semântica, proposta
por Cançado (2003, 2005).
1.2. Algumas Propostas da Literatura
Tanto as questões relativas às preposições quanto as questões que se referem aos
verbos de movimento são amplamente estudadas na literatura; porém, não se trata de um
estudo fácil nem tranqüilo, pois há várias abordagens distintas e, às vezes, controversas.
Dentro desse quadro, daremos enfoque às preposições e à classe dos verbos de
movimento, especialmente os que acarretam trajetória. A classe dos verbos de
movimento é uma das que coloca mais em evidência os problemas de seleção
argumental; portanto, muito nos interessa já que pretendemos explicitar melhor a
escolha dos argumentos e como eles se encaixam nas Regras de Correspondência.
Para tanto, fez-se necessário que se determinasse primeiramente o que vem a ser
movimento. Segundo Aulete (1964), “movimento é mudança de um corpo ou de
algumas de suas partes de um para outro lugar, de uma para outra posição;
deslocação”. Para Ferreira (1986), movimento é o “ato ou processo de mover-se;
deslocamento”. A partir dessas duas definições já percebemos que o verbo de
movimento pode ser visto tanto pelo ato de deslocar-se no espaço ou apenas mover-se,
pois, embora sutil, há uma diferença: todo deslocamento implica movimento, mas o
contrário não é verdadeiro; pode-se mover sem se deslocar. Enfatizaremos somente os
verbos que acarretam deslocamento ou trajetória.
6
Gurpilhares (2003) afirma que os verbos de movimento podem apresentar-se em
três domínios semânticos e discute como se daria a mudança de um domínio para outro.
A autora cita Benveniste (1976) que defende a mudança das relações abstratas para as
concretas; e Arrais que, em visão sincrônica, admite que as mudanças ocorrem das
relações concretas para as abstratas. Segundo a autora, o gramático Barbosa (1875)
apresenta posição semelhante a de Arrais quando trata da preposição “em”: (“estar na
cidade” / “estar no inverno” / “estar em seu juízo”). Ainda nessa linha de pensamento,
Faria (1958) afirma que as preposições seriam, a priori, relativas a lugares e,
conotativamente, expressariam relações mais abstratas, como de tempo, de causa, de
modo, etc..
Arrais (1974), segundo Gurpilhares (2003), classifica os verbos de movimento
em quatro tipos: 1) mudança de lugar (“Ele vinha da cidade.”); 2) mudança de posse
(“A herança vem do avô.”); 3) mudança de tempo (“Na verdade, chegou a hora do
almoço.”); 4) mudança de condição (“A vitória vai para a equipe visitante.”). De acordo
com o autor, as classes 2, 3 e 4 - mudanças de posse, tempo e condição, respectivamente
- apresentam movimento abstrato e a 1 - mudança de lugar - representa o movimento
concreto. Portanto, o objeto de estudo dessa pesquisa será o verbo da classe 1, definido
por Arrais.
Pottier (1962), citado por Gurpilhares (2003), trata dos relatores preposicionais
conforme o âmbito a que pertencem: a) universo dimensional cujo domínio pode ser
espacial ou temporal (“Vou a São Paulo.”, “Vou à tarde.”, respectivamente); b)
universo nocional, de domínio nocional (“Vou com ele.”). Sendo assim, de acordo com
Pottier,
trabalharemos
com
verbos
pertencentes
ao
universo
dimensional,
especificamente aqueles de domínio espacial.
De acordo com Gurpilhares (2003), D’Intromo (1975) diz que há verbos que
podem mostrar características pertinentes aos três domínios, isto é, é possível que um
verbo se encontre nos domínios espacial, temporal e nocional.
Gurpilhares (2003) apresenta um trabalho relevante para a pesquisa, pois aborda
de maneira bastante pertinente a questão da “(in)transitividade” dos verbos de
movimento, tema bastante polêmico na literatura. Partindo de uma abordagem sintáticosemântica, a autora propõe que os verbos de movimento são transitivos e as expressões
de lugar que os acompanham são complementos. Gurpilhares (2003) conclui que os
verbos de movimento, na sua base, são transitivos, apesar de, na superfície, poder não
7
atualizar seu complemento. É nesse ponto que nossa pesquisa corrobora as idéias da
autora, apesar de não entrarmos no mérito da transitividade. O que nos interessa é a
questão relativa ao acarretamento de argumentos pelo predicador verbal.
Rehfeldt (1980) trata da polissemia e do campo semântico aplicados aos verbos
de movimento. A autora tem como principal objetivo mostrar que as relações no léxico
não são suficientes para explicar a variação das palavras. Rehfeldt postula que a
estrutura semântica dos verbos de movimento torna possível o reconhecimento dos
“elementos exigidos pela situação comunicativa e as condições sob as quais é
apropriado ou não usar determinados lexemas”.
No âmbito dos estudos gerativistas, há o trabalho de Levin & Rappaport Hovav
(1992), cujo estudo sugere que as propriedades semânticas dos verbos de movimento
são determinadas pelos aspectos inerentes dos significados lexicais dos verbos. Elas
apresentam distinções semânticas e demonstram como tais distinções podem classificar
os verbos de movimento, predizendo a posição da estrutura profunda de sujeitos
superficiais. O que mais nos interessa é a possibilidade, por elas, aventada, de que o
comportamento sintático desses verbos pode ser determinado a partir do ponto de vista
aspectual, posição adotada por Hoekstra (1992). As propriedades aspectuais são muito
importantes para entender a “escolha” dos argumentos na estrutura sintática. Por
exemplo, um dos testes aplicados nesta pesquisa mostra que verbos de achievement não
admitem trajetória completa, isto é, pontos inicial e final simultaneamente representados
na estrutura sintática.
No funcionalismo, Talmy (1975, 1985) faz um estudo “trans-lingüístico” dos
verbos de movimento, entre os resultados destaca-se a verificação de que “maneira e
direção” ajudam a compor o significado dos verbos. Como estamos trabalhando com
verbos de trajetória, vimos que essa constatação de Talmy (1975, 1985) em relação à
direção para onde apontam os verbos é fundamental na análise da trajetória. De acordo
com a colocação de um dos pontos da trajetória, o verbo pode assumir significações
distintas. A classe 4, que apresenta alguns verbos de comportamento especial, é um
exemplo desse fato. Observe as sentenças em (9):
(9) a. Ele já voltou da Europa.
b. Ele já voltou para casa.
8
Em (9a), temos o item lexical ‘voltar’ como sendo ‘o ato de sair de um lugar’, mesmo
que, implicitamente, sabemos que ‘ele’ vai chegar a algum lugar; enquanto que, em
(9b), o mesmo item lexical assume a significação de ‘chegar a um lugar’ e,
semelhantemente ao que acontece em (9a), sabemos que ‘ele’ saiu de algum lugar.
Portanto, conforme a direção para a qual o verbo aponta, é que teremos seu significado
completo.
Esse rápido apanhado sobre os verbos de movimento e sua problemática
demonstra quão importante será o estudo mais aprofundado dessa classe verbal. Para
tanto, foram coletados, inicialmente, mais de 300 verbos. Após uma filtragem que
retirou os verbos menos prototípicos, restaram 202 verbos. Todos os verbos são
classificados pela literatura como verbos de movimento e possuem implícita ou
explicitamente uma trajetória, ou parte dela. As sentenças utilizadas nas análises foram
retiradas de dicionários e, também, formuladas intuitivamente com o endosso de
falantes da língua.
1.3. Apresentação da Dissertação
O trabalho está dividido em quatro partes. Como se pôde ver, neste capítulo,
colocamos a introdução, em que estão expostos os motivos pelos quais a pesquisa foi
desenvolvida, os problemas a serem investigados, um breve percurso de algumas
pesquisas existentes sobre verbos de movimento e as partes que compõem a dissertação.
O Capítulo 2 é constituído pelo quadro teórico que fundamenta os estudos
desenvolvidos. Os trabalhos de Cançado (2003, 2005) foram resenhados e discutidos ao
longo desse capítulo. As propostas de Cançado (2003, 2005) são a base fundamental
para esta pesquisa, pois servem de sustentação e ponto de partida para os problemas que
são analisados ao longo do Capítulo 3.
No Capítulo 3, são apresentados: a) os dados do corpus, cujo levantamento se
deu a partir de pesquisa em dicionários e de intuição compartilhada com outros falantes
da língua; b) a divisão dos dados em classe: foram encontradas seis classes cujos dados
se assemelham do ponto de vista semântico e sintático; c) a descrição das classes,
levando-se em conta o comportamento dos dados mediante à aplicação de testes de
9
apagamento, deslocamento, substituição de argumentos e testes de aspecto (aksionsart);
d) a análise e possíveis generalizações feitas a partir da aplicação dos testes.
No Capítulo 4, aparecem as considerações finais feitas a partir de retomada dos
objetivos, acompanhados dos resultados a que chegamos, com a devida exemplificação.
Fizemos a descrição resumida do comportamento semântico-sintático apresentado pelos
dados que compõem cada classe, apresentando algumas generalizações. E, finalmente, a
proposta de emenda nas Regras de Correspondência.
Foram colocados, em anexo, os dados do corpus e alguns testes aplicados, que
nos permitiram fazer algumas generalizações importantes para a pesquisa. Entretanto,
por serem muitos os testes aplicados a cada um dos duzentos e dois verbos, utilizamos
um tamanho menor de fonte (9), mas vale a pena verificar como o comportamento
específico de cada classe pode ser visualizado nesses anexos.
10
Capítulo 2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Adotamos, como base teórica, os trabalhos de Cançado (2003, 2005), que tentam
estabelecer uma proposta em que os papéis temáticos têm um estatuto teórico na
gramática das línguas. A autora faz seus estudos a partir da interface entre as estruturas
semântico-lexical e sintática e apresenta algumas evidências da relevância dos papéis
temáticos para uma teoria gramatical.
As noções de papéis temáticos são aceitas pela maioria das teorias lingüísticas;
no entanto, por serem utilizadas de maneira pouco rigorosa e dadas como uma grande
lista, sem haver uma convergência sobre as definições utilizadas, geralmente, não são
incluídas de modo sistemático numa teoria gramatical. A autora assume que, apesar de
também se valer de definições pouco convergentes na literatura, embora bastante
intuitivas, consegue, com a sua proposta, reduzir o número dessas noções apresentadas
até então pela literatura vigente. Partindo das idéias de Dowty (1989) sobre o uso de
acarretamentos lexicais e da idéia de composicionalidade de Franchi (1997), ela define
os papéis temáticos como sendo “um grupo de propriedades atribuídas a um
determinado argumento a partir dos acarretamentos estabelecidos por toda a
proposição em que esse argumento encontra-se”. É a partir desse caráter mais flexível
dos acarretamentos e da abordagem composicional nas relações temáticas que se parte
para a construção das Regras de Correspondência entre a sintaxe e a semântica, tendo os
papéis temáticos como parte integrante de uma teoria gramatical.
Cançado apresenta um sistema em que não são os papéis temáticos que
compõem as regras de correspondência entre a sintaxe e a semântica, como o usual na
literatura, mas sim algumas propriedades semânticas que compõem esses papéis.
Segundo a autora, é problemático o estabelecimento de uma ordem entre os papéis;
entretanto, se houver determinada propriedade mais proeminente, o papel temático que
a contiver será mais relevante, não importando, por exemplo, se é um experienciador ou
um beneficiário. Esse tipo de sistema mostra-se mais vantajoso para o estabelecimento
11
de uma hierarquia temática entre as funções semânticas, pelo menos em relação aos
dados do PB.
Vejamos, então, como a autora apresenta sua proposta.
2.1. Os Papéis Temáticos:
As primeiras noções de papéis temáticos foram introduzidas por Gruber (1965),
Fillmore (1968) e Jackendoff (1972) que alegaram que as relações gramaticais tais
como a de sujeito, objeto e outras não eram suficientes para representarem as relações
de dependência que existem em certas construções:
(1) a. João abriu a porta com a chave.
b. A porta abriu.
c. A chave abriu a porta.
Seguindo a argumentação de Ilari e Geraldi (1987), em (1), temos sentenças que, apesar
de apresentarem sujeitos distintos, não são distintas e sem relação, porque se referem a
um mesmo evento no mundo. Entretanto, pode-se perceber que a porta exerce a mesma
função semântica de ser paciente da ação verbal, embora tenha funções sintáticas
diferentes; e o mesmo ocorre com o termo chave cuja função semântica é de ser
instrumento e a função sintática é de adjunção em (1a) e sujeito em (1c). Vemos, pois,
que a sintaxe não consegue estabelecer essas relações de dependência que estão ligadas
ao sentido que relaciona o verbo e seus argumentos. Portanto, cabe à semântica
estabelecer essas relações de dependência. Temos, então, o início do estudo das relações
semânticas, chamadas de relações temáticas ou papéis temáticos.
Vejamos, pois, algumas definições de alguns papéis temáticos encontrados na
literatura. Por exemplo, o agente, para Filmore, é “a função desempenhada por um ente
animado que é responsável, voluntária ou involuntariamente, pela ação ou pelo
desencadeamento dos processos” (1968); para Halliday, é “o elemento controlador da
ação” (1967); para Chafe, é “algo que realiza a ação; incluindo aí animados, forças
naturais e inanimados” (1970). Já o instrumento, para Filmore, é “força inanimada ou
objeto casualmente envolvido na ação ou estado” (1968), e “causa imediata dos
eventos, o estímulo de eventos psicológicos; inclui forças naturais” (1971); para Chafe,
12
é “objeto usado pelo agente para realizar as ações; exclui força motivadora, causa,
instigador ativo” (1970). O paciente, para Filmore, é o “elemento que é modificado no
processo ou na ação” (1968); Chafe (1970) “incorpora sob essa função o elemento que
especifica aquilo que está em determinado estado ou recebe uma determinada
descrição”. Finalmente, o objetivo, para Filmore, é “caso semanticamente neutro,
restrito a indivíduos animados ou não afetados pela ação ou estado” (1968), e
“entidade movida, ou que passa por uma mudança de estado; o conteúdo de uma
experiência psicológica; caso neutro” (1971); para Chafe, é “também chamado de
paciente: o que está em determinado estado ou tem alterado esse estado ou condição”
(1970); e para Cook (1979), é “o mesmo que tema em Gruber: objeto em movimento ou
locado; absorve o paciente de Chafe e objetivo de Filmore”.
Pelas citações, é possível perceber quão divergentes, apesar de intuitivas, são as
definições de tais papéis. Essa inconsistência levou à desconsideração dos papéis
temáticos como parte de uma teoria gramatical, no entanto, as noções citadas acima e
outras mais exercem importante papel na descrição de uma língua. Citando Jackendoff
(1983, 1987, 1990) e Culicover (1988), Cançado (2003, 2005) assume a necessidade de
atribuição de um estatuto teórico aos papéis temáticos, fundamentando-se em evidências
empíricas do português brasileiro que atestam a relevância do conteúdo semântico dos
papéis temáticos para algumas propriedades sintáticas e até mesmo para a organização
sintática das sentenças. Com base, principalmente, nos estudos de Jackendoff (1983,
1987, 1990), Dowty (1989, 1991), Franchi (1997), entre outros, Cançado apresenta uma
proposta que trata os papéis temáticos como tendo um estatuto dentro de uma teoria
gramatical.
2.2. Definição de Papel Temático:
As relações temáticas, em geral, ocorrem entre um verbo e seus argumentos.
Exemplificando:
(2) João quebrou o vaso com um martelo.
Em (2), o verbo quebrar atribui papel temático a João (agente) e a vaso (paciente).
Contudo, há autores que estendem essa atribuição de papéis temáticos também aos
13
nomes, adjetivos e preposições. Franchi (1997) assume que tais relações ocorrem não só
entre todos os itens lexicais, mas também entre expressões complexas.
Ao definir a noção de papel temático, Franchi baseia-se na proposta de Dowty
(1989, 1991) que assume que o conteúdo semântico dos papéis temáticos provém “da
família de acarretamentos lexicais partilhados por argumentos da mesma posição
sintática aberta por um verbo”. Franchi amplia essa idéia para “expressões
predicadoras”, incluindo todos os itens lexicais que participam de relações predicativas
e a composicionalidade de expressões complexas. Podemos observar tal fato em (2), em
que, somente através da composicionalidade entre João e martelo, pode-se estabelecer a
agentividade da mesma; daí a utilização da terminologia expressões complexas.
Cançado (2003, 2005), para definir os papéis temáticos, baseia-se na idéia de
composicionalidade de Franchi e, em parte, na proposta de Dowty. A autora utiliza a
decomposição dos papéis temáticos em propriedades semânticas a partir dos
acarretamentos lexicais, porém focaliza a sua proposta mais nas propriedades que
compõem os papéis temáticos, vendo-as como noções discretas. Ao contrário, Dowty
utiliza os acarretamentos lexicais dos verbos de uma maneira "fuzzy" de se classificar
dois grandes proto-papéis temáticos4. Quanto à proposta de Franchi, Cançado distanciase um pouco do autor, porque não se preocupa em estabelecer um formalismo para a
predicação composicional. Assume, pois, uma maneira descritiva de tratar o conteúdo
semântico dos papéis temáticos cuja definição é dada por:
(3) “O papel temático de um argumento, ou seja, o papel semântico que
determinado argumento exerce em uma sentença, é definido como sendo o
grupo de propriedades atribuídas a esse argumento a partir dos
acarretamentos estabelecidos por toda a proposição em que esse argumento
encontra-se.”5
Antes de passarmos para a exemplificação dessa definição, vamos estabelecer o
4
Não será relevante aqui uma explicação mais detalhada da proposta de Dowty; ao leitor interessado, ver
Dowty (1989, 1991).
5
Cançado (2005) segue a proposta de Jackendoff (1997), segundo a qual os acarretamentos lógicos estão
localizados na estrutura conceitual semântica. Como a autora assume que certas informações da estrutura
conceitual semântica são anteriores e organizam a estruturação sintática, adota também que a noção de
acarretamento é anterior à formação das sentenças, ou seja, o acarretamento é estabelecido entre os
sentidos.
14
que Cançado chama de argumentos. Todos os termos acarretados lexicalmente pelo
predicador verbal são argumentos. A autora baseia-se na tradição da semântica lógica,
distanciando-se da noção mais usual da sintaxe, em que argumentos são relacionados
somente às posições de sujeito e complementos verbais. Nesse sentido, um verbo como
vender, por exemplo, terá quatro argumentos cujos papéis temáticos descritivamente
podem ser chamados de agente, tema, origem e valor.
Voltando à definição em (3), temos que o papel temático atribuído a João em (2)
é o conjunto de propriedades semânticas atribuídas a ele a partir dos acarretamentos
atribuídos a esse argumento por toda a proposição João quebrar o vaso com um
martelo. Se é verdade que João quebrou o vaso com um martelo, é necessariamente
verdade que João:
•
controla o desencadeamento do processo;
•
quebrou o vaso intencionalmente;
•
é animado;
•
usou um instrumento para efetuar a ação, etc..
A autora assume que o papel temático atribuído a João em (2) é o grupo de
propriedades descrito acima. No entanto, pode ser problemático esse modo de atribuição
de papel temático, devido ao grande número de propriedades que se pode depreender da
interseção de qualquer grupo de acarretamentos; portanto, é necessário determinar as
propriedades mais relevantes, do ponto de vista gramatical. Para este trabalho, o
relevante será estabelecer as propriedades que farão parte das regras de correspondência
entre a sintaxe e a semântica. Antes, porém, de passarmos para o estabelecimento de tais
propriedades, vejamos o que Cançado propõe como vantagens do seu sistema.
Segundo a autora, ao se tratar das propriedades semânticas na caracterização dos
papéis temáticos, utilizando-se da composicionalidade
e dos acarretamentos
estabelecidos pela proposição, escapa-se de dois problemas: a) assumir que há várias
entradas lexicais, com diferentes papéis temáticos, para um mesmo item (exemplos em
(4)); b) utilizar critérios para distinguir argumentos que não são inteiramente exclusivos
(exemplos em (5)). Vejamos os exemplos6:
6
Utilizaremos os papéis temáticos nos exemplos (4) e (5) ainda da maneira mais usual da literatura, pois
ainda não estabelecemos as propriedades utilizadas por Cançado (2003, 2005).
15
(4) a. Paulo quebrou o vaso com um martelo. {Ag, Pac}
b. Paulo quebrou o vaso com o empurrão que levou. {Cau Ind, Pac}
c. Paulo quebrou a cabeça no acidente. {Ben, Pac}
d. Paulo quebrou a cabeça com aquele problema. {Exp, Obj. Est.}
Em cada sentença de (4), quebrar atribui papéis diferentes e isso nos levaria à conclusão
de que há quatro itens lexicais quebrar, cada um com sua respectiva grade temática. No
entanto, atribuindo-se composicionalmente aos papéis temáticos, esse problema seria
evitado, pois teríamos quatro predicadores complexos distintos, compostos pelo item
lexical quebrar mais os seus argumentos e adjuntos da sentença em questão.
Vejamos agora a segunda vantagem do sistema. Observe as sentenças em (5):
(5) a. O professor correu o garoto atrevido para fora da sala.
b. A mãe casou a filha bem.
c. O pai estudou os filhos até a faculdade.
Utilizando-se as análises mais usuais, haveria dificuldades em atribuir papel temático ao
objeto das sentenças em (5), porque, ao mesmo tempo que garoto/filha/filhos
desencadeiam uma ação e, portanto, poderiam ser classificados como agentes, também
são afetados pela ação de professor/mãe/pai e, nesse caso, seriam pacientes. Tal
classificação feriria o critério theta7. Entretanto, a utilização de um conjunto de
propriedades atribuídas ao argumento a partir dos acarretamentos de toda a proposição
para o estabelecimento do papel temático desse argumento não apresentaria nenhum
tipo de problema, pois poderíamos chamar professor/mãe/pai de agentes prototípicos (a
partir de propriedades como ter controle sobre a ação, desencadear um processo, etc.) e
aluno/filha/filhos de agente/afetado ou paciente/agentivo (porque desencadeiam um
processo, são afetados por uma ação, etc.). O imprescindível, então, é que se defina o
grupo de propriedades relevantes gramaticalmente. É o que faremos a seguir.
7
O critério theta estabelece que “cada argumento numa representação sintática é suporte de uma e uma só
função-θ; cada função- θ numa estrutura argumental é atribuída a um e um só argumento numa
representação sintática”. (Raposo, 1992)
16
2.3. As Propriedades Semânticas:
Para definir as propriedades semânticas cujo papel é relevante na ligação entre as
estruturas sintática e semântica, Cançado (2003, 2005), num processo empírico,
analisou essa correlação em sentenças que contêm os papéis temáticos mais
investigados na literatura, chegando a quatro propriedades fundamentais para
estabelecer as Regras de Correspondência: ser desencadeador de um processo, ser
afetado por esse processo, ser um estativo e ter controle sobre o desencadeamento, o
processo ou o estado. A essas propriedades, dá-se o nome simplesmente de
desencadeador, afetado, estativo e controle.
Segundo a autora, as três primeiras propriedades estão relacionadas às três grandes
categorias semânticas: desencadeador refere-se a ações/causações; afetado relaciona-se
a processos; e estativo é relacionado a estados. A última propriedade, o controle, é
compatível com as outras três; porém, ao contrário destas, nunca ocorre isolada e
associa-se sempre à propriedade de animacidade, no PB.
2.3.1. O Controle:
O controle é uma propriedade que não ocorre separadamente; está sempre ligada
à outra propriedade e denota animacidade. Se a propriedade do controle está ligada à
propriedade do desencadeador, podemos assumir que o controle age no começo do
processo, ou seja, tem-se a capacidade de desencadear o processo ou nem começá-lo; se
está associado ao afetado, o controle pode ser visto como a capacidade de interrupção
do decorrer de um processo; se aparece ligado ao estativo, o controle pode ser pensado
como a capacidade de se interromper o estado em que alguém se encontra. (Exemplos
desse grupo de propriedades serão vistos à frente). Veja que o controle pode ser
percebido em sentenças construídas com a expressão ....decidiu não mais...; geralmente,
sentenças que aceitam essa expressão acarretam controle:
(6) a. João leu um livro.
b. João decidiu não mais ler um livro.
(7) a. João quebrou a perna.
17
b. *João decidiu não mais quebrar a perna.
2.3.2. O Desencadeador:
Desencadeador é a propriedade associada ao argumento, acarretado pela
proposição, que tem algum papel no desenrolar do processo:
(8) João quebrou a janela.
(9) A chegada de Paulo assustou Maria.
O desencadeador não se refere simplesmente ao papel temático de agente ou
causa, ou qualquer outro; pois, por exemplo, o agente normalmente tem intenção e
controle sobre o processo. Mesmo sendo compatíveis com o desencadeador, essas
propriedades não se aplicam aos exemplos (8) e (9). Vejamos um exemplo com as
sentenças (5) retomadas aqui como (10):
(10) a. O professor correu o garoto atrevido para fora da sala.
b. A mãe casou a filha bem.
c. O pai estudou os filhos até a faculdade.
Como vimos anteriormente, o papel temático de professor/mãe/pai é o de ser
desencadeador do processo e ter controle sobre o desencadear desse processo;
garoto/filha/filhos tem como papel temático ser desencadeador do processo, e também,
ser afetado por esse processo. Assim sendo, nota-se que desencadeador é apenas uma
propriedade que, associada a outras, forma um grupo chamado papel temático. Portanto,
o desencadeador pode ser parte de uma “causa”, como os sujeitos de (8) e (9), ou parte
de um “paciente”, como os complementos de (10)), ou mesmo parte de um
“experienciador” (como o sujeito do exemplo (6) e do exemplo (11) abaixo):
(11) João analisou o problema.
Pelos exemplos dados, pode-se, então, concluir que não podemos comparar as
propriedades propostas, como, por exemplo, a de desencadeador, com as noções
comuns de papéis temáticos utilizados pela literatura.
18
A propriedade de desencadeador é compatível com a propriedade de controle, ou
seja, dependendo do evento descrito, o desencadeador com controle corresponde à
capacidade de se começar ou não um processo, ou seja, o controle age no começo do
processo. Por exemplo:
(12) a. João quebrou o vaso com um martelo.
b. João decidiu não mais quebrar o vaso com um martelo.
(13) a. João quebrou o vaso com o empurrão que levou.
b. * João decidiu não mais quebrar o vaso com o empurrão que levou.
Dizemos que, em (12a), João é desencadeador com controle, porque, como podemos
verificar, em (12b), ele pode decidir não começar o processo. Já, em (13a), João não
pode ser chamado de desencadeador com controle, pois não tem controle sobre o
empurrão que levou (entretanto, continua a ser o desencadeador). Portanto, (13b) é
agramatical.
2.3.3. O Afetado:
O afetado é a propriedade que é definida pela mudança de estado, isto é, quando
uma proposição acarreta que um argumento tem como acarretamento uma mudança de
um estado A para um estado B, temos aí a propriedade de afetado:
(14) João matou seu colega. (O colega mudou de estado de vida.)
(15) Maria preocupa sua mãe. (A mãe mudou de estado psicológico.)
(16) Maria recebeu um prêmio. (Maria teve uma mudança em suas posses.)
(17) João bateu na bola. (A bola teve uma mudança de lugar.)
Há compatibilidade entre afetado e controle, dependendo do evento descrito. As
propriedades de controle mais afetação podem ser vistas como a capacidade de se
interromper o processo; não se tem controle sobre o início do processo, mas pode-se
impedir seu prosseguimento. Por exemplo:
(18) João recebeu uma herança.
19
João é afetado no processo de receber a herança, já que ele não a possuía e agora a tem,
porém ele pode interromper esse processo se quiser. Veja (19):
(19) João decidiu não mais receber a herança.
Já em (20), não é possível atribuir controle a João:
(20) a. João recebeu um tapa.
b. *João decidiu não mais receber um tapa.
2.3.4. O Estativo:
A quarta propriedade é o estativo. Essa propriedade é associada a argumentos,
acarretados por uma proposição, cujas propriedades não se alteram durante um intervalo
t, nesta sentença. Isso significa que e t1 = e t2 = e t3 = ... e tf.
(21) João leu um livro.
Em (21), podemos afirmar que se é verdade que João leu um livro, então é
necessariamente verdade que o livro não sofreu alteração durante o processo de leitura,
isto é, as propriedades permaneceram as mesmas em t1, t2 ... tf. No entanto, é possível
perceber que os papéis temáticos de argumentos estativos são compatíveis com outras
propriedades semânticas, excetuando-se o desencadeador e o afetado. Essas outras
propriedades não têm relevância gramatical, pois se encontram numa posição muito
baixa na hierarquia das propriedades semânticas; porém, para se ter uma descrição mais
fina da estrutura conceitual semântica, fez-se um levantamento delas:
(22) João tem uma casa. (possuidor)
(23) João adora festas. (experienciador)
(24) Maria leu o livro. (objeto)
(25) Esse livro custa 100 reais. (valor)
(26) Essa casa apresenta uma linda arquitetura. (qualidade)
(27) João mora em Belo Horizonte. (locativo)
20
Em (22), o estativo João é também possuidor de um objeto casa; portanto, ao
argumento João pode ser atribuído o papel temático de ser um estativo e de ser um
possuidor. Em (23), o argumento João recebe papel temático de ser um estativo e de ser
um experenciador. Em (24), livro é um argumento cujo papel temático é de ser um
estativo e de ser um objeto. A sentença em (25), mostra que 100 reais é um argumento
que recebe papel temático de ser um estativo e de ser um valor. Em (26), ao argumento
uma linda arquitetura pode-se atribuir o papel temático de ser um estativo e de ser uma
qualidade. Na sentença em (27), Belo Horizonte recebe papel temático de ser um
estativo e de ser um locativo.
Então, a definição de papéis temáticos como sendo um grupo de propriedades
nos leva a admitir que todos os papéis temáticos, citados nos exemplos acima (22 - 27),
têm em comum a propriedade de ser estativo, dentre outras mais específicas. Essa
propriedade é a mais importante para se estabelecer as Regras de Correspondência.
Ainda para Cançado, dependendo do evento descrito, há predicadores estativos
que são compatíveis com controle e a proposição a que esses predicadores pertencem
acarreta controle para o papel temático estativo. Isso significa que há alguns casos em
que se é possível interromper o estado atribuído a algum argumento, mesmo não
havendo controle sobre o início ou o desenrolar desse estado. Observe as sentenças
abaixo:
(28) a. João ama/odeia Maria.
b. João decidiu não mais amar/odiar Maria.
(29) a. João mora em B.H.
b. João decidiu não mais morar em B.H.
2.4 A Ligação da Estrutura Sintática e Semântica:
Seguindo com Cançado (2003, 2005), há muito tempo existe, dentro das teorias
lingüísticas, “uma intuição que a relação entre a sintaxe e os papéis temáticos é
altamente restringida por princípios universais”. Um desses princípios é o chamado
Princípio da Hierarquia Temática que estabelece “qual papel temático vai para qual
posição sintática”. Um dos motivos mais importantes para se estabelecer uma hierarquia
21
temática é poder “expressar as generalizações sobre a ordem dos argumentos em um
predicado: os argumentos mais baixos na hierarquia são compostos semanticamente
antes com o predicado do que os argumentos correspondentes a papéis mais altos”. A
autora, partindo desse pressuposto, assume as seguintes idéias para estabelecer uma
hierarquia temática, que denomina “Regras de Correspondência”:
•
as regras são estabelecidas a partir da correlação entre as propriedades
semânticas e as posições dos argumentos externo e interno;
•
as regras são construídas pelas propriedades semânticas que compõem os
papéis temáticos;
•
mesmo que o objetivo das regras de correspondência seja a organização dos
argumentos, a atribuição de papel temático às posições argumentais deve
levar em conta toda a proposição, inclusive adjuntos.
Conforme Cançado, a vantagem do sistema por ela proposto é que não são os
papéis temáticos que fazem parte da hierarquia, mas as propriedades semânticas que
compõem esse papel. As hierarquias propostas apresentam um grande problema porque
a ordem apresentada não é única, apesar de ser aceita universalmente:
(30) Agent>Location/Source/Goal>Theme (Jackendoff, 1972);
(31) Agent>Effector>Locative>Theme>Patient (Foley e Van Valin, 1984);
(32) Agent>Beneficiary>Experiencer>Instrument>Theme/Patient>Locative
(Bresnan e Kenerva, 1989).
Portanto, estabelecer a ordem dos argumentos a partir das propriedades que
compõem os papéis temáticos é muito mais simples porque elas são em menor número e
apresentam definições mais intuitivas e menos divergentes na literatura. Segundo a
autora, a proposta apresentada estabelece regras de correspondência que funcionam de
modo mais abrangente.
Antes de estabelecer as regras, a autora esclarece como se dá a passagem do
evento para a estrutura lingüística. Tal passagem não ocorre de maneira biunívoca (“os
eventos são estruturas pluridimensionais e as expressões lingüísticas são estruturas
lineares”) e depende do ponto de vista do falante para tratar dos eventos do mundo. Os
22
falantes devem escolher a forma de iniciar uma seqüência que representará o fato
ocorrido, o ponto de vista e os itens lexicais que serão empregados. O léxico é como um
filtro para as estruturas sintáticas e o papel temático depende da disponibilidade lexical.
Essa passagem depende da organização das Regras de Correspondência. Tal processo é
ilustrado no evento abaixo:
(33) <vaso>
<com>
<quebrar>
<martelo>
<João>
Se a escolha do falante for numa perspectiva agentiva, teremos:
(34) João quebrou o vaso com um martelo.
Numa perspectiva ergativa:
(35) O vaso quebrou.
O léxico, a morfologia e a sintaxe restringem a escolha do falante. Se a intenção
de representar o evento mostrado em (33) fosse focalizar o ato de quebrar, a morfologia
do português certamente barraria a seguinte construção:
(36) *A quebração do vaso por João.
Para focalizar o ato de quebrar, o falante tem de procurar alternativas e, como
exemplo, Cançado utiliza a estrutura clivada:
(37) Quebrar o vaso, foi o que João fez.
Então, para expressar os eventos, é necessário que se respeite as restrições
lexicais, morfológicas e sintáticas que filtram as diversas possibilidades de se estruturar
a passagem do evento para a expressão lingüística. Essa estruturação é a base da noção
23
lingüística de papel temático que é projetado na sintaxe pelas Regras de
Correspondência que determina a ordem dos argumentos na sentença.
A autora passa a seguir à representação das propriedades semânticas dos
predicadores no léxico. A definição de Dowty (1989) não pode ser seguida totalmente,
pois as propriedades deveriam ser representadas no léxico somente pelos acarretamentos
dos itens lexicais; porém, isso não é possível porque as propriedades de alguns papéis
temáticos são motivadas pela composição desses itens na proposição. Veja o exemplo:
(38) Maria matou a galinha com uma faca afiada.
O controle é atribuído a Maria através da composição de Maria matou a galinha com
uma faca afiada porque matar separadamente não acarreta controle para o seu
desencadeador, como em (39):
(39) A doença matou a galinha.
O resultado é um léxico menos restrito em que os acarretamentos lexicais do
predicador estão marcados juntamente com as propriedades compatíveis com ele.
Observe os exemplos abaixo:
(40) MATAR: V, {desencadeador (controle), afetado}
(41) RECEBER: V, {afetado (controle), estativo, estativo}
(42) AMAR: V, {estativo (controle), estativo}
Segundo a definição de Dowty, acarretamento lexical de um predicado é “as
coisas que podemos concluir sobre esse predicado somente por saber que a sentença x
predicador y é verdadeira”. Dito isso, diz-se que o predicador matar acarreta
necessariamente um desencadeador e um afetado no processo de matar e, além disso, o
léxico traz também a possibilidade de controle em relação ao desencadeador. Essa
análise se aplica aos outros exemplos acima. Então, nessas informações é que serão
aplicadas as Regras de Correspondência.
24
2.5. As Regras de Correspondência:
Apesar de as Regras de Correspondência entre a sintaxe e a semântica propostas
por Cançado (2003, 2005) terem surgido de uma análise empírica extensa, estas serão
ilustradas apenas com alguns exemplos; contudo, foram colhidos mais de 1000 verbos
para todas as classes. Ver Cançado (1995), Moreira (2000), Silva (2002) e Wenceslau
(2003).
2.5.1. Regra A:
A Regra A, representada no diagrama em (43), prevê as posições sintáticas dos
argumentos externo e interno. A interpretação do diagrama deve ser feita da seguinte
maneira: o argumento externo será aquele cujo argumento da proposição possuir a
propriedade mais proeminente do diagrama; o argumento interno será aquele que tiver a
segunda propriedade mais proeminente do diagrama. O diagrama em (43) é chamado de
Diagrama E e apresenta as propriedades: DC - desencadeador com controle; D desencadeador; AC - afetado com controle; A - afetado; EC - estativo com controle; E estativo. A leitura do diagrama é a seguinte: DC > D > AC > A > EC > E:
(43) Diagrama E
DC
D
AC
A
EC
E
Somente quatro propriedades são utilizadas na composição do diagrama, apesar
de ele se compor de seis elementos combinados. Tais propriedades conseguem abarcar a
maioria dos papéis temáticos listados na literatura.
2.5.2. Regra B:
Como vimos na Regra A, o diagrama hierárquico organiza apenas as posições de
sujeito e de um argumento interno. Assim sendo, se houver mais de um argumento
25
interno, estes serão projetados na sintaxe em posição de adjunção, marcados com uma
preposição, e já estarão fora do alcance das Regras de Correspondência. Com exceção
dos casos em que a preposição for inerente (preposição idiomática).
2.5.3. Regra C:
Algumas construções permitem a violação da hierarquia: alternância sintática do
tipo de passivização, construções ergativas, e outras. Nesses casos, o argumento que
viola a ordem hierárquica aparece na estrutura sintática como adjunção, marcado com
uma preposição.
2.6. A Regra A e os dados do português brasileiro:
As construções com verbos de ação/processo e atividade exemplificam a Regra
A, pois tais verbos acarretam para um de seus argumentos ser desencadeador do
processo e são compatíveis com controle. Quando o argumento acumula as
propriedades de desencadeador e controle, ele se localiza na posição de argumento
externo:
(44) A madrinha sempre viajava a afilhada. → desencadeador/controle >
desencadeador/afetado
(45) Paulo assassinou/ajudou Maria. → desencadeador/controle > afetado
Segundo a autora, o exemplo, em (44), a dupla causação, seria problemático para grande
parte das hierarquias existentes por não preverem esse tipo de ocorrência que aparecem
nos dados do PB de forma relevante (pelo menos 30 ocorrências foram catalogadas).
Na ausência do desencadeador/controle, a segunda posição mais proeminente é
para o argumento que tem a propriedade de desencadeador:
(46) As provas não vão mais preocupar Maria; (ela se decidiu). →
desencadeador > afetado/controle
(47) O vento quebrou a janela. → desencadeador > afetado
26
A terceira posição proeminente é do argumento que tem como acarretamento o
afetado com controle, é claro que na ausência de desencadeador com controle e de
desencadeador:
(48) Sam cortou seu cabelo (no barbeiro). → afetado/controle, afetado
A autora chama a atenção para o fato de (48) trazer problemas para uma hierarquia cuja
ocorrência simultânea de beneficiário e paciente não é prevista. Jackendoff (1990)
propõe uma hierarquia que também aceita uma certa composição de propriedades (o
paciente menos afetado ou o beneficiário mais afetado ocupa a posição de objeto). Mas
como ordenar argumentos que têm o mesmo papel numa proposição?
O afetado ocupa a quarta posição proeminente, na falta dos citados
anteriormente (desencadeador/controle, desencadeador, afetado/controle):
(49) João tornou-se um líder, por acaso. → afetado > estativo
A última posição proeminente é o estativo/controle quando as demais
propriedades não compõem o argumento:
(50) João não vai mais amar/temer/admirar Maria. → estativo/controle > estativo
Há construções em que aparecem apenas estados, sem controle:
(51) João tem uma casa. → estativo > estativo
O exemplo, em (51), e outros apresentados em Cançado (2003, 2005) não violam,
segundo a autora, o Critério-θ, pois, de acordo com a proposta apresentada, o papel
temático é um grupo de propriedades, o que não impede que dois papéis temáticos
tenham uma ou mais propriedades em comum. Moreira (2000) apresenta um
detalhamento das construções estativas.
27
2.7. A Regra B e os dados do português brasileiro:
A Regra B trata dos outros argumentos que não ocupam a posição de
complemento, segundo a hierarquia proposta pelo diagrama E, mas são argumentos
acarretados pelo verbo. Esses argumentos serão marcados com uma preposição
funcional e projetados na sintaxe como adjunções. A autora assume, como Baker
(2001), que qualquer argumento preposicionado aparece em posição de adjunção por
possuir a mesma estrutura sintática e as mesmas propriedades sintáticas de um adjunto
canônico.
Tomemos a representação do item lexical vender para exemplificar a Regra B:
(52) VENDER: V, {desencadeador/controle, afetado, valor, destinação}
O item lexical vender atribui a propriedade de desencadeador com controle, um objeto
afetado, um valor e uma destinação. As Regras de Correspondência estabelecem que o
desencadeador com controle é proeminente em relação ao afetado, que por sua vez é
proeminente em relação ao estativo, que inclui valor e destinação. Logo, o argumento
externo será preenchido pelo argumento que possui as propriedades de desencadeador
com controle; a posição de argumento interno será ocupada pelo argumento relacionado
à afetação; as outras propriedades, marcadas pela preposição, serão projetadas na
sintaxe como adjunções. Seguindo essa regra, temos o exemplo em (53):
(53) João vendeu uma casa para Maria por U$ 100,000.00.
Conforme as Regras de Correspondência, as posições argumentais são
organizadas pela Regra A; os demais argumentos, preposicionados e que aparecem na
estrutura sintática como adjuntos, fazem parte da Regra B. Contudo há casos em que a
preposição é vista como parte inerente do verbo (“seleção de preposições idiomáticas”,
de acordo com Neeleman (1994)). Veja que tais preposições não aceitam troca:
(54) João concorda com *de/em/para Maria.
28
Diferentemente de preposições que introduzem elementos em adjunção, que podem ser
alteradas, respeitando-se as compatibilidades lexicais. Veja os exemplos em (55):
(55) a. João leu o livro com/sem/sobre os óculos.
b. João comprou a casa de/para/com Maria.
c. João falou com/sobre/contra Maria.
Nos casos, então, de preposições inerentes, assume-se que esses PPs são
complementos e estarão sujeitos às regras de correspondência. A proposta da autora é
que as preposições componham o léxico juntamente com o item lexical:
(56) CONCORDAR COM: V, {estativo/controle, estativo}
2.8. A Regra C e os dados do português brasileiro:
A Regra C prevê que há casos em que é possível a violação na ordem da hierarquia.
Trata-se de casos em que a estrutura sintática sofre algum tipo de alternância
(passivização, ergativização, e outras). Nesses casos, o elemento responsável pela
mudança aparecerá marcado por preposição e em posição de adjunção. Tomemos como
exemplo o predicador preocupar:
(57) PREOCUPAR: V, {desencadeador, afetado (controle)}
A ordem prevista pela hierarquia é que apareça na posição de argumento externo
o item que apresenta a propriedade de desencadeador e na posição de argumento interno
o elemento afetado com controle. Sendo assim, temos:
(58) A guerra preocupa Maria. → desencadeador > afetado/controle
29
Na construção ergativa, o afetado passa à posição de argumento externo e, se
quisermos manter o desencadeador no nível sintático, ele deve ser marcado com
preposição e realizado na posição de adjunção:
(59) Maria (se) preocupa com a guerra.
Segundo a autora, as regras descritas acima podem ser aplicadas em boa parte
das ocorrências da língua, pelo menos para o português do Brasil. Entretanto, ainda
faltam ser tratados os casos dos verbos de movimento que incluem trajetória introduzida
por preposição, pois essas ocorrências não se encaixam em nenhuma das regras
explicitadas acima:
(60) a. João foi para SP.
b. João veio de Paris.
Em (60), temos dois argumentos, sendo um preposicionado. Nesse caso, não se trata de
preposição inerente, pois as preposições podem ser apagadas ou mudadas (Regra B).
Nem são os casos das preposições funcionais, pois não se trata de alternância verbal
(Regra C) e nem da presença de um terceiro argumento (Regra B). Como já explicitado
na introdução desta dissertação, esses casos não são tratados por Cançado (2003, 2005)
e serão aqui investigados.
Tendo descrito a base teórica para esta pesquisa, passaremos a seguir para o
Capítulo 3, em que fazemos a descrição e a análise do corpus, composto por verbos de
movimento que acarretam trajetória.
30
CAPÍTULO 3
3. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Neste capítulo, fazemos uma descrição e análise dos dados, aplicando os
pressupostos teóricos adotados e descritos no Capítulo 2. Primeiramente, tratamos do
corpus, relacionando as formas de coleta dos dados e a divisão dos mesmos em classes
distintas. Retomamos alguns conceitos que foram utilizados ao longo da descrição e
exemplificamos alguns testes que serviram de suporte para algumas generalizações. Em
seguida, fazemos a análise de cada classe, em particular.
3.1. Procedimentos Utilizados na Classificação dos Verbos
Em um primeiro momento da pesquisa, fez-se um levantamento amplo de todos
os tipos de verbos de movimento, resultando em mais de trezentos verbos coletados.
Após uma análise mais fina dos dados, filtramos somente aqueles que acarretam
trajetória explícita ou implícita sintaticamente, chegando a um corpus final de duzentos
e dois verbos. O corpus foi formado a partir de consulta a dicionários da língua,
conversa com falantes e dados de intuição. A pesquisa em dicionários privilegiou os
verbos mais prototípicos e, muitas vezes, houve uma certa adequação à linguagem
menos formal.
Após o levantamento dos dados, foi feita uma distribuição dos mesmos em
classes distintas. Cada classe foi constituída de predicadores cujas propriedades
apresentadas eram bastante semelhantes do ponto de vista sintático e semântico. Em
cada sentença do conjunto de dados, foi levantada primeiramente a rede temática
apresentada pelo predicador específico. Para corroborar o fato de que a rede temática
apresentada realmente era específica àquela classe, foram aplicadas várias outras
propriedades, sintáticas e semânticas, tentando evidenciar a natureza argumental dos
papéis temáticos do predicador analisado. Como propriedades sintáticas, usamos o
deslocamento e apagamento de argumentos; como propriedades semânticas, usamos
31
substituições de itens lexicais de campos semânticos diferentes e foi feita a análise do
aspecto (aksionsart) das sentenças. As conclusões e análises finais se deram a partir dos
comportamentos apresentados pelos verbos de cada classe descrita.
Vejamos, pois, primeiramente quais foram os critérios para se estabelecer a rede
temática das classes que serão apresentadas mais à frente.
3.1.1. A Rede Temática:
Segundo Cançado (2003, 2005), a rede temática de cada verbo é estabelecida a
partir das propriedades semânticas que compõem os papéis temáticos atribuídos aos
argumentos desse verbo. Relembrando a proposta da autora, já explicitada no capítulo 2,
os argumentos de um predicador verbal são todos os termos acarretados lexicalmente
por ele. Ou seja, um predicador verbal pode ter três ou mais argumentos, dependendo do
seu sentido. Essa proposta se diferencia do que se chama, geralmente, de argumentos na
literatura em sintaxe; nessa perspectiva, argumentos são somente o sujeito e os
complementos de um verbo (o que seria, no máximo, dois complementos). Para
aplicarmos a noção de acarretamento, adotamos a definição de Dowty (1989, 1991), que
diz o seguinte: acarretamento lexical é tudo que podemos concluir a respeito de um
predicador somente por saber que x predicador y é verdade. Para exemplificar esse
fato, tomemos como exemplo o item lexical colocar, na sentença expressa em (1):
(1) O professor colocou o livro na estante.
Temos, em (1), que o verbo colocar acarreta um desencadeador com controle: o
professor; um afetado deslocado: o livro; e um locativo afetado: na estante. Se é
verdade que o professor colocou o livro na estante, é verdadeiro afirmar que o ato de
colocar foi desencadeado pelo argumento o professor; a afirmação de que o argumento
o livro sofreu um deslocamento no espaço é verdadeira; e que, finalmente, afirmar que o
argumento na estante foi o ponto de chegada (ou alvo/ou destino) que é afetado pelo
movimento é verdade. Ainda, segundo Cançado, os argumentos não são
necessariamente explicitados na representação sintática. Para exemplificar esse fato,
vejamos as sentenças em (2):
32
(2) a. Pedro veio de São Paulo para Belo Horizonte.
b. Pedro veio de São Paulo.
c. Pedro veio para Belo Horizonte.
d. Pedro veio.
Em (2a), a sentença tem explicitados todos os argumentos do predicador vir, que
acarreta um desencadeador deslocado, Pedro; e a trajetória representada pela origem, de
São Paulo, e o destino, Belo Horizonte. O mesmo não ocorre nas sentenças em (2b-d),
nas quais há argumentos que não foram expressos sintaticamente. Em (2b), não aparece
expresso o destino do movimento; em (2c), foi omitida origem do movimento; em (2d),
a origem e o destino foram apagados. A sentença, em (2d), apesar de sintaticamente boa
e bastante produtiva na língua, é uma sentença que necessita de um contexto mais
amplo para não ter seu entendimento comprometido. Portanto, será essa noção de
argumento que será utilizada para estabelecer a rede temática de cada verbo.
A cada argumento será associado um papel temático, composto por uma ou mais
propriedades semânticas mais gerais. Retomemos, aqui, brevemente, as propriedades
semânticas com as quais trabalhamos ao longo da pesquisa e alguns dos dados
analisados.
a. O Desencadeador:
A propriedade semântica de desencadeador é aquela que se aplica ao argumento
que tem papel fundamental no ato de desenrolar a ação denotada pelo verbo. Se
compararmos as sentenças expressas em (3), veremos como se dá essa distinção:
(3) a. João atravessou o rio de uma margem a outra.
b. O copo caiu do armário.
Podemos observar, em (3a), que João é responsável pelo ato de atravessar o rio;
diferentemente do que se pode depreender do papel desempenhado pelo argumento
copo na sentença, em (3b). O copo não dá início no processo de cair, pelo contrário, ele
33
sofre o processo aí expresso. Então, temos que João é desencadeador, pois é ele que
inicia o movimento de atravessar.
b. O Afetado:
Na distinção feita acima, já podemos vislumbrar o que vem a ser o afetado. Ao
contrário do desencadeador, o afetado não exerce papel no desenrolar da ação verbal, ou
seja, o afetado não tem poder de iniciar o processo expresso pelo verbo. O afetado é,
como o próprio nome diz, aquele que sofre a ação verbal, ou melhor, o afetado muda de
um estado A para um estado B. Mostraremos esse fato em (4):
(4) O mensageiro entregou as cartas à governanta.
Vemos, em (4), que o argumento as cartas muda de um estado A para um estado B, ou
seja, num momento está com o mensageiro e, no outro, passa para a governanta.
c. O Estativo:
O estativo refere-se ao argumento que não tem suas propriedades alteradas num
determinado intervalo de tempo, ou seja, as propriedades do estativo continuam as
mesmas em t1 = t2 = t3. Observe a sentença, em (5):
(5) Maria centralizou o molde no tecido.
Em (5), temos que o argumento no tecido não tem suas propriedades alteradas no
intervalo t, visto que no tecido já era o local em que o molde estava e, depois, foi
deslocado para o centro. Ainda podemos acrescentar a propriedade locativo, pois no
tecido é o lugar em que se dá o processo. Entretanto, nem todo locativo será atrelado ao
estativo, pois um lugar também pode ser afetado, como por exemplo:
(6) Maria atingiu a seta no alvo.
34
Em que temos um locativo que é afetado pelo processo. Aqui neste trabalho, faremos,
então, essa divisão na tentativa de estabelecer uma rede temática mais fina para os
verbos estudados.
d. O Controle:
O controle é uma propriedade compatível com qualquer uma das outras três.
Esta propriedade refere-se ao fato de se poder interromper a ação, processo ou estado
expressos pelo verbo. Veja o exemplo em (7):
(7) a. O jardineiro não vai mais ajuntar a terra num canto.
b. O jardineiro não vai mais morar aqui.
Observe que, em (7), o jardineiro tem o controle sobre o ato de ajuntar ou o estado de
morar, ou seja, ele pode interromper a ação verbal ou o estado.
Portanto, baseada nos pressupostos explicitados acima, a coleta de dados se
efetivou, primeiramente com a apresentação de 202 verbos e respectivas redes
temáticas.
3.1.2. Evidências da Natureza Argumental das Redes Temáticas Apresentadas
Como a divisão das classes se deu a partir da rede temática apresentada pelos
verbos, fez-se necessário a comprovação de que os papéis temáticos apresentados em
cada classe tivessem realmente um status de argumento do predicador analisado. Para
isso, usamos vários testes, sintáticos e semânticos, o que também evidenciou mais a
organização das classes da maneira proposta pelo trabalho.
3.1.2.1. As Propriedades Sintáticas:
Os procedimentos sintáticos explorados neste trabalho são as propriedades de
apagamento e deslocamento de argumentos. Os testes utilizados nesta pesquisa, alguns
também muito utilizados na literatura, não são, evidentemente, infalíveis; porém,
35
proporciona-nos uma boa visão do comportamento desses dados, permitindo-nos
assumir uma generalização confiável em nossas análises.
O primeiro teste, o de apagamento de argumentos, consiste em se omitir um ou
mais argumentos de uma sentença e relacionar essas ocorrências à gramaticalidade e à
aceitabilidade das sentenças. Esse teste tem como objetivo evidenciar a natureza de
argumento dos termos em questão, assumindo-os ou não como participantes da rede
temática daquele verbo específico. Veja os exemplos em (8):
(8) a. O professor colocou o livro na estante.
b. * O professor colocou o livro.
Em (8a), temos o verbo colocar que acarreta um desencadeador com controle, João; um
afetado e deslocado, o livro; e um locativo e afetado, na estante. Do ponto de vista
semântico e sintático, a sentença, em (8a), é muito boa. Já a sentença, em (8b), não é
aceita nem semântica nem sintaticamente. Segundo a literatura, parece-nos mais
apropriada a aceitação de que o argumento apagado, que tem uma relação de sentido
mais periférica na sentença, é o que se pode chamar de adjunto. Já, o termo que não
aparece na representação sintática, deixando anômala a sentença, é um argumento que
tem uma relação de sentido mais nuclear com o verbo. Queremos deixar claro que este
teste não é infalível e gera muita controvérsia; entretanto, decidimos mantê-lo porque há
classes em que o apagamento possibilita a classificação do termo omitido como um
argumento.
Um segundo teste, também conhecido na literatura e que tem o mesmo objetivo
do primeiro, ou seja, mostrar que o item lexical deslocado é argumento do verbo, é o
teste de deslocamento de termos na sentença. Aplica-se o teste de deslocamento
movendo um termo para o início da sentença. Parece-nos que um termo não acarretado
pelo verbo, ou seja, o adjunto, pode ocupar essa posição mais livremente que um termo
acarretado pelo verbo, ou seja, o argumento desse verbo. Observe as sentenças em (9):
(9) a. Os meninos subiram na árvore.
b. ?? Na árvore, os meninos subiram.
c. As mulheres predominam em BH.
d. Em BH, as mulheres predominam
36
A sentença, em (9b), é menos aceita do que a sentença, em (9d). Para que haja uma boa
aceitação da sentença, em (9b), é necessária, no mínimo, uma entonação diferente.
Como qualquer outro teste, esse também não é infalível; contudo, a maioria dos falantes
prefere o deslocamento do locativo em (9d) ao deslocamento do locativo em (9b).
Como em todas as classes dos verbos aqui tratados aparecem argumentos locativos, fazse necessário uma melhor explicação para a distinção entre os locativos apresentados
em (9b) e (9d).
Partamos da observação de FRANCHI (apud CANÇADO 1995, p. 90):
“a expressão de lugar e tempo é irrestrita em qualquer oração, descreva
ela ações, processo, estados ou evento que seja, ou a expressão de modo (como
com capricho que foi utilizada em vários exemplos) é irrestrita em quaisquer
orações que expressam uma ação, pelo que geralmente não faz sentido incluir
etiquetas funcionais que expressem lugar, tempo, modo e outras similares, na
diátese dos verbos. Entretanto, há casos em que papéis temáticos de tempo ou
lugar devem ser inscritos como propriedades inerentes de verbos; é o caso de
durar e começar. Essa questão depende de como se entende o conteúdo
semântico desses papéis”.
Concordando com a idéia exposta acima, parece-nos que é possível afirmar que existem
dois tipos de locativos: um seria derivado do evento no mundo e o outro seria acarretado
pelo predicador. Chamaremos o primeiro caso de locativo do evento e o segundo de
locativo do predicador. O locativo do evento seria o lugar em que a ação ocorre, pois
qualquer ação ou acontecimento ocupa obrigatoriamente um espaço no mundo. Observe
as sentenças em (10):
(10) a. João cantou em BH.
b. João cantou num clube.
c. João cantou em cima da mesa.
d. João cantou em cima da mesa num clube em BH.
Em todas as sentenças em (10), há um locativo do evento, já que o item lexical cantar
não acarreta necessariamente um argumento que indique o local. O que permite que se
37
coloque um locativo é o ato de cantar, ou seja, quem canta pratica tal ação
necessariamente em algum lugar. Tanto que esse locativo pode ser mais ou menos
amplo; podemos comprovar isso com a gradação visível em (10a-d), em que o locativo
de (10a) é mais amplo do que o de (10b), que é mais amplo do que o de (10c), e em
(10d) os locativos expressos em (10a-c) coocorrem. Parece que, quanto mais amplo for
o locativo, mais se nota a preferência de colocá-lo num ponto mais abaixo do locativo
mais específico; apesar de que não seria tão mal dizer que João cantou em BH em cima
da mesa. Mas, de qualquer forma, cantar não seleciona nenhum locativo como parte
intrínseca de seu sentido, como podemos ver nas sentenças em (11):
(11) a. João cantou a noite toda.
b. João cantou muito bem.
c. João cantou.
Em (11a-c), pode-se confirmar que as sentenças são boas e não há nenhum locativo. É
óbvio que o evento só pode ter ocorrido em algum lugar, pois é impossível imaginar que
algo aconteça no mundo sem que haja um espaço físico destinado a tal fato. Portanto,
conclui-se que em BH, num clube e em cima da mesa são locativos do evento.
O segundo caso é locativo do predicador que é um argumento acarretado pelo
verbo, ou seja, faz parte do sentido lexical do verbo. Veja, em (12), que o locativo do
predicador é um argumento que tem um sentido mais específico e relacionado com o
seu predicador e com os outros argumentos desse predicador:
(12) a. Maria imergiu o saquinho de chá na xícara.
b. Pedro sentou o filho na cadeira.
c. Maria recolheu a roupa do varal.
Entretanto, provar essa divisão não é uma questão simples. Muito se tem falado
na literatura lingüística, e iremos propor algumas características que tentam evidenciar
essa divisão. Um primeiro ponto, já conhecido e nem sempre infalível, é sobre a questão
do apagamento de argumentos, descrito acima. O primeiro tipo de locativo, o locativo
do evento, é mais geral e passível de apagamento sem perda de sentido. O segundo, o
38
locativo do predicador, é mais específico e seu apagamento, em geral, traz problemas ao
entendimento. Comprove nas sentenças, em (13):
(13) a. Maria cantou em BH.
b. Maria cantou.
A sentença, em (13a), apresenta um locativo mais geral que estamos chamando de
locativo do evento, ou seja, trata-se do lugar onde ocorreu o fato de Maria cantar. A
sentença, em (13b), é amplamente aceita. O fato de se omitir o locativo em BH não traz
problemas em relação à compreensão da sentença, em (13b).
O apagamento do segundo tipo de locativo, o que chamamos de locativo do
predicador, provoca danos ao sentido da sentença. Retomemos a sentença, em (12a),
aqui, como (14a) e observemos o apagamento do seu locativo em (14b):
(14) a. Maria imergiu o saquinho de chá na xícara.
b. ? Maria imergiu o saquinho de chá.
Não nos parece muito gramatical a sentença, em (14b). Essa sentença só seria aceitável
se fizesse parte de um contexto mais específico. Portanto, isso seria um indício de que o
locativo em (14a) é realmente um argumento do verbo e seu apagamento na estrutura
sintática torna a sentença pouco aceitável.
Ao aplicarmos o teste do deslocamento dos argumentos, também vimos que o
locativo do evento é mais livre, ou melhor, seu deslocamento não prejudica o
entendimento da sentença. Comprove em (15):
(15) a. João leu um livro na biblioteca.
b. Na biblioteca, João leu um livro.
O mesmo não ocorre com o locativo do predicador, que é mais preso ao verbo.
Observe esse fato em (16):
(16) a. O professor expulsou os alunos da sala.
b. ?? Da sala, o professor expulsou os alunos.
39
A aceitabilidade da sentença expressa em (16b) é bem menor que a sentença, em (15b).
Para que (16b) seja aceita sem restrições, é necessário que se aplique uma entonação
diferente da que se usaria, por exemplo, no proferimento de (15b). Ainda, com uma
entonação diferenciada, a sentença, em (16b) apresenta uma ambigüidade, porque o
desencadeador, o professor, pode ter expulsado os alunos que estavam na sala, ou o
professor é que estava na sala e, de lá, expulsou os alunos que estavam no pátio, por
exemplo.
3.1.2.2. As Propriedades Semânticas
Ainda nos valemos de mais duas propriedades semânticas para comprovarmos a
classificação dos verbos analisados: a substituição de termos relacionados a campos
semânticos distintos e a análise do aspecto das sentenças (ou aksionsart, como também
é conhecido esse tipo de análise semântica).
Um dos testes para estabelecer a diferença entre locativo do evento e locativo do
predicador surgiu das nossas observações. Percebemos que uma das características que
pode estabelecer a diferença entre o locativo do predicador e o locativo do evento é que
o argumento locativo, acarretado pelo verbo, tem que pertencer ao mesmo campo
semântico do verbo e de seu argumento interno; diferentemente do comportamento do
locativo do evento. Quando usamos a expressão campo semântico, não pretendemos nos
aprofundar nas várias teorias que abordam esse tema de uma maneira mais detalhada
(ver Crystal, 1988). Estamos assumindo, simplesmente, que campo semântico é um
inventário de itens lexicais que estabelecem uma rede de relações de sentido. Um
exemplo trivial dessa conceituação seria: o verbo falar se relaciona através de seu
sentido com o nome língua, que por sua vez se relaciona com boca, que por sua vez se
relaciona com falar , e assim por diante. Por exemplo, um nome como cadeira não faria
parte do campo semântico acima estipulado, mas estaria em um outro campo semântico,
estabelecido pelas palavras sentar, móveis, etc.. Podemos, ainda, ilustrar essa definição
de campo semântico, citando Crystal (1988:41) que diz que "campo é um termo usado
em semântica, com referência ao vocabulário de uma língua, quando ele é visto como
um sistema de redes lexicais e não como um inventário de itens independentes”.
40
Para demonstrar essa seleção de termos que têm certa compatibilidade
semântica, foram aplicados testes de substituição do argumento locativo em vários
dados coletados e o resultado foi que a sentença é menos aceita quando o campo
semântico do argumento locativo não faz parte do campo semântico do verbo e do
sintagma nominal que está na posição de argumento interno. Voltemos ao exemplo
expresso em (12a), retomado, aqui, nas sentenças em (17):
(17) a. Maria imergiu o saquinho de chá na xícara.
b. ?? Maria imergiu o saquinho de chá na piscina.
c. ?? Maria imergiu o sapato na xícara.
d. ?? Maria imergiu o saquinho de chá em BH.
Todas as sentenças em (17) são gramaticais; porém, a aceitabilidade semântica das
sentenças em (17b-d) é mais restrita. Na sentença, (17b), o locativo na piscina torna a
sentença pouco aceitável, porque só podemos imaginar o evento como um acidente ou
acontecimento parecido. Mesmo que na piscina possa-se imergir alguma coisa, o campo
semântico de saquinho de chá restringe tal colocação, visto que não se bebe chá diluído
na água da piscina. Em (17c), o campo semântico de o sapato difere do de xícara, ainda
que se possa imergir um sapato na piscina, por exemplo. Entender a sentença, em (17c),
só é possível se partimos do pressuposto de que Maria esteja brincando ou fora de seu
juízo perfeito. Em (17d), a expressão em BH é um locativo que não pertence ao campo
semântico de imergiu nem de saquinho de chá, pois, para se imergir algo, é necessário
que se tenha um recipiente contendo líquido; e saquinho de chá seleciona
preferencialmente xícara ou vasilha semelhante. Por conseguinte, (17d) pode ser
considerada anômala do ponto de vista semântico. Parece-nos que a anomalia da
sentença se deve ao fato de que em BH não é um argumento pertencente ao campo
semântico de saquinho de chá e nem de imergir, e, portanto, já que o locativo
acarretado pelo predicador não apareceu na estrutura sintática, ela se mostra anômala. Já
a sentença descrita em (17a) não nos causa nenhuma estranheza, pois os itens lexicais
pertencem ao mesmo campo semântico e o predicador selecionou argumentos
compatíveis com ele próprio e com seus argumentos.
Portanto, assim faremos a distinção entre locativo do evento e locativo do
predicador. Além de observarmos o deslocamento e o apagamento dos locativos dos
41
predicadores, também examinaremos o critério de pertencer ao mesmo campo
semântico.
Outra propriedade apresentada pelos verbos de movimento está relacionada às
noções aspectuais das sentenças, conhecidas como aktionsart. Segundo Foltran (1999),
Vendler (1967) apresenta quatro categorias aspectuais: os estados, as atividades, as
sentenças que apresentam um accomplishment e as sentenças com achievements. Os
estados se referem a ações que ocorrem por um determinado espaço de tempo:
(18) João amou Maria por três anos.
As atividades são constituídas de fases sucessivas:
(19) João corre todas as manhãs.
Os accomplishments são verbos que se desenrolam em direção a uma
culminância, ou melhor, têm um início, um meio e um fim:
(20) João correu de casa até a escola.
Os achievements denotam eventos de um momento único, ou melhor, ocorrem
num momento definido:
(21) João entrou na sala.
Os verbos de movimento, aqui analisados, por acarretarem uma trajetória,
explícita ou não na sintaxe, podem ser caracterizados por dois tipos aspectuais: os
accomplishments e os achievements. Os do tipo accomplishment refletem a trajetória
com princípio, meio e fim; os do tipo achievement só caracterizam um ponto da
trajetória, geralmente o ponto final. Portanto, aplicaremos os testes propostos por
Vendler (1967), para caracterizar as sentenças analisadas e poder classificá-las segundo
as suas propriedades aspectuais.
42
Um dos testes consiste no acréscimo da expressão em x minutos. Tal acréscimo é
perfeitamente aceitável com os accomplishments e barrado pelos achievements
e
atividades. Observe em (22):
(22) a. João correu da casa até a escola em duas horas.
b. * João entrou na sala em duas horas.
c. * João andava em duas horas.
Em (22a), temos um accomplishment, pois a ação expressa pelo verbo se desenvolve
num período de tempo em que se tem o início, o meio e o fim do processo. Em (22b),
temos um achievement, e a agramaticabilidade dessa sentença se deve ao fato de os
achievements só ocorrerem num dado momento. E em (22c), temos uma atividade, que
ocorre em momentos sucessivos, daí a agramaticalidade se demarcarmos um único
momento.
Outro teste que distingue os accomplishments dos achievements é o uso da
palavra quase. Veja em (23):
(23) a. João quase correu da casa até a escola.
b. João quase entrou na sala.
Observe que a sentença, em (23a), é ambígua, pois podemos pensar que João nem
começou
a correr ou parou antes de atingir o ponto final. Essa ambigüidade é
característica dos verbos de accomplishment, porque os verbos de achievement não
permitem dupla leitura. É o que podemos observar na sentença, em (23b): João não
pode ter começado a entrar na sala, já que entrar é um verbo do tipo achievement, ou
melhor, a ação expressa por ele é pontual, ocorre num momento único. Então, em (23b),
a única leitura possível é a de que João não entrou na sala, ele apenas pensou em entrar
e desistiu. Portanto, os verbos do tipo accomplishment apresentam duplicidade de
sentido com o uso da palavra quase e os do tipo achievement só permitem uma leitura.
Esses testes e outros procedimentos similares serão exemplificados na análise
dos dados da próxima seção.
43
3.2. Descrição e Análise das Classes
Depois de listados, os dados do corpus foram separados em classes de acordo
com a rede temática apresentada, ou seja, conforme os argumentos acarretados pelo
verbo. Os dados foram distribuídos em seis classes distintas. Cada classe foi descrita e
analisada segundo as propriedades acima explicitadas. As classes 1 e 2 foram
subdivididas em A e B, devido a apresentarem apenas diferença quanto ao
deslocamento do argumento externo, sendo que os outros argumentos comportam-se de
maneira idêntica. As demais classes apresentam redes temáticas distintas e, por isso,
serão tratadas isoladamente.
3.2.1. Classe 1: A {D(C),
A/Desl, Loc (A)}
B {D(C)/Desl, A/Desl, Loc (A)}
(24) Eu entornei o açúcar na lata.
(25) O agricultor espalhou todas as sementes no terreno.
Como explicitado acima, a Classe 1 apresenta duas subclasses: A e B. A Classe
1-A contém verbos de movimento que acarretam um desencadeador (controle)8, um
afetado/deslocado e um locativo (afetado) (exemplo (24)). A Classe 1-B é formada por
verbos de movimento que acarretam um desencadeador/deslocado (controle), um
afetado/deslocado e um locativo (afetado) (exemplo (25)). Portanto, os verbos da Classe
1-B se distinguem minimamente dos verbos da Classe 1-A por apresentarem um
desencadeador/deslocado. Como essa diferença não terá influência em nenhuma das
propriedades analisadas, além do que, somente cinco exemplos aparecem nos dados da
Classe 1-B, iremos tratá-las em conjunto. Fica a observação com o objetivo de se fazer
uma análise mais fina dos papéis temáticos. Nessa classe, foram listados cento e três
8
Os parênteses indicam que o controle e o afetado são propriedades optativas, ou seja, existem exemplos
em que elas podem estar presentes, como no exemplo (24) e outros em que essas propriedades não estão
presentes, como por exemplo:
(i) A tempestade submergiu o barco nas águas do mar. (sem controle)
(ii) A costureira centralizou o molde no tecido. (locativo não afetado)
44
verbos mais prototípicos, sendo noventa e oito da Classe 1-A, e cinco da Classe 1-B; é a
classe que apresenta mais exemplos.
Na Classe 1, temos apenas um dos pontos da trajetória representado
sintaticamente. Como podemos observar na sentença, em (26):
(26) João afastou o filho do carro.
Em (26), temos que João é o desencadeador/controle; o filho é o afetado/deslocado; e o
carro é o locativo/afetado, que, no exemplo, é o ponto inicial da trajetória. A trajetória
descrita pelo predicador verbal está implícita, já que o ponto final do movimento não
aparece expresso na representação sintática, embora seja acarretado pelo sentido do
verbo, pois, ao ser deslocado, o afetado, o filho, irá ocupar um outro espaço físico
diferente do anterior, o carro. Assim sendo, apesar de acarretada pelo verbo, a trajetória
- deslocamento de um ponto A para um ponto B - não está totalmente explícita na
estrutura sintática. Tal fato ocorre com todos os dados da Classe 1.
Um tipo de comprovação dessa afirmação é que os verbos dessa classe são do
tipo achievement, ou seja, o processo expresso pelo verbo é representado em um ponto
único, ao contrário dos verbos do tipo accomplishment, que expressam o ponto inicial e
final da trajetória. Para confirmar esse fato, vejamos os testes de achievement usados na
literatura:
(27) a. O piloto aterrizou o avião no Galeão.
b. O piloto quase aterrizou o avião.
c. João quase atravessou o rio de uma margem a outra.
Na sentença expressa em (27a), temos o piloto no papel de desencadeador/controle; o
avião ocupa a posição de afetado/deslocado; e o Galeão representa o locativo/afetado.
Para mostrar que os verbos desta classe são do tipo achievement, utilizamos a palavra
quase que, nos accomplishments, possibilita uma dupla interpretação; e, nos
achievements, permite uma só leitura. Portanto, o uso da palavra quase, em (27b),
significa que o piloto não aterrizou o avião, pois não há como aterrizar pela metade; se,
por outro lado, ele começou os procedimentos para aterrizar e desistiu, ele não aterrizou
o avião. Para melhor explicitação deste fato, vejamos o que ocorre em (27c). Nesta
45
sentença, João é o desencadeador/controle, o rio é o locativo/afetado e uma margem a
outra é a trajetória. Quando acrescentamos o termo quase, estabelece-se uma
ambigüidade: pode-se pensar que João nem começou a ação de atravessar o rio ou que
ele parou em alguma parte da trajetória, sem contudo atingir o alvo. Como foi dito
acima, somente os verbos do tipo accomplishment permitem essa dupla leitura,
mostrando, portanto, que os verbos da classe 1 são do tipo achievement. A relevância
dessa conclusão é que podemos afirmar que esses verbos, apesar de acarretarem uma
trajetória, só expressam sintaticamente um ponto (final ou inicial) do processo e são,
portanto, verbos do tipo achievement.
A Classe 1 mostra, também, que há uma divisão entre os locativos no sentido de
serem ou não afetados. A literatura trata os locativos como sendo ligados aos estados,
isto é, os argumentos não têm suas propriedades alteradas no intervalo t; entretanto, há
locativos que são afetados pelo processo de movimento, quando há trajetória ou, ao
menos, parte dela. Tomemos como exemplo as sentenças em (28):
(28) a. A costureira centralizou o molde no tecido.
b. O professor colocou o livro na mesa.
Em (28a), o desencadeador/controle é representado pelo item a costureira; o
afetado/deslocado é o molde; e o locativo/estativo é tecido. Ainda em (28a), podemos
verificar que o afetado (objeto deslocado) apenas muda de posição, ou melhor, o molde
que, possivelmente, já está sobre o tecido é movido mais para o centro. Assim sendo, o
tecido não sofre alteração, permanece o mesmo em t1, t2..., característica dos estativos,
ou seja, o tecido já continha o molde que foi apenas levado para o centro. Em (28b),
temos que o desencadeador/controle é o professor; o afetado/deslocado é o livro; e o
locativo/afetado é a mesa. Estamos chamando o locativo, em (28b), de afetado, pois, em
dado momento, a mesa não continha o objeto deslocado e em outro momento sim.
Nesse sentido, o locativo afetado se parece com o alvo ou destino da ação.
Entretanto, apareceram, também, dados em que o locativo afetado é semelhante
à origem do movimento. Comprove na sentença, em (29):
(29) Maria recolheu a roupa do varal.
46
Observe que na sentença, em (29), Maria é o desencadeador/controle; a roupa é o
afetado/deslocado; e o varal é o locativo/afetado. Podemos notar que, em (29), o
locativo/afetado, o varal, é o ponto inicial do movimento, isto é, sua origem. É fácil
perceber a afetação nesse tipo de locativo, pois, em t1, o varal continha a roupa e, em t2,
não.
Pode-se concluir, então, que a Classe 1 é constituída por verbos que ora
selecionam locativos que denotam lugar, que não é afetado; ora selecionam locativos
que são o ponto de origem (ou fonte) e/ou destino (ou alvo), que são afetados. Contudo,
grande parte dos dados coletados apresenta o segundo tipo de locativo, ou melhor,
parece que os verbos que admitem trajetória, mesmo que seja explícito só um ponto do
movimento, acarretam locativos afetados. Essa análise não tem relevância para as
propriedades estudadas, mas para uma análise mais fina, do ponto de vista descritivo
semântico-lexical, vale a observação.
Outra característica observada em relação ao tipo de locativo refere-se ao fato de
o verbo acarretar um locativo do predicador (cf. 3.1.2.1.), ou seja, o locativo é
acarretado lexicalmente pelo predicador verbal, daí a rede temática proposta para a
classe. Observe a sentença, em (30):
(30) Eu entornei o açúcar na lata.
Temos, em (30), um desencadeador/controle, eu; um afetado/deslocado, o açúcar; e o
locativo/afetado, a lata. Para demonstrarmos que o locativo é acarretado pelo
predicador verbal e não, pela preposição em, sendo assim um argumento do verbo
entornar, tomemos como exemplos as sentenças em (31):
(31) a. ?? Na lata, eu entornei o açúcar.
b. ?? Eu entornei o açúcar em BH.
c. Em BH, eu entornei o açúcar na lata.
Quando alteramos a posição do locativo em (31a) para o início da sentença, notamos
que tem que haver uma entonação mais marcada, diferentemente do que ocorre em
(31c), onde o deslocamento do locativo BH parece mais natural, porque se trata de um
locativo do evento. Em (31b), o fato de se ter omitido o locativo do predicador torna a
47
sentença um pouco anômala, pois não é possível identificar, especificamente, o lugar no
qual aconteceu a ação; visto que em BH é o local em que se deu o evento. Se tomarmos
em BH como locativo do predicador, parece-nos que teremos uma interpretação em que
a cidade está toda cheia de açúcar.
Outro aspecto observado é o fato de haver uma escolha lexical de certos
argumentos pelo predicador e, também, entre os próprios argumentos. Conforme
assumimos anteriormente, parece que os argumentos acarretados pelo predicador
pertencem ao mesmo campo semântico deste. Veja em (32):
(32) O juiz expulsou o jogador do campo.
Em (32), o desencadeador/controle é o juiz; o afetado/deslocado é o jogador; e o
locativo/afetado é o campo. Podemos observar em (32) que há uma rede de relações de
sentido entre os argumentos acarretados pelo predicador verbal. Toda a proposição é
formada a partir de itens que pertencem ao mesmo campo semântico. Se falarmos que
“o juiz expulsou o aluno do campo” ou “o professor expulsou o jogador da sala”, parece
que o esperado pelo ouvinte é comprometido; não que as sentenças não sejam boas
semanticamente, mas parece haver uma quebra de expectativa na interpretação da
sentença por parte do ouvinte. Comprove em (33):
(33) ? O juiz expulsou o jogador do hospital.
Entre os cento e três verbos que compõem essa classe, podemos ainda citar os
seguintes: botar, centrar, amontoar, derrapar, esparramar, plantar, injetar, sentar,
mergulhar, rebater, aconchegar, tirar, tombar, acrescentar, trazer, apanhar, afundar,
etc..
3.2.2. Classe 2: A {D (C),
A/Desl, Traj}
B {D (C)/Desl, A/Desl, Traj}
(34) A mãe desceu o filho do carrinho para o chão.
(35) Maria leva as crianças da casa até a escola.
48
Nesta classe, ao todo, foram listados trinta e um verbos, mais prototípicos, sendo
quatorze da Classe 2-A (exemplo (34)), e dezessete da Classe 2-B (exemplo (35)). A
única diferença entre as classes A e B é a segunda apresentar um desencadeador
deslocado; assim como na Classe 1. Para efeitos da análise das outras propriedades, essa
diferença não será relevante. Portanto, fica somente registrada a descrição mais fina dos
constituintes da rede temática dos verbos dessa classe. O resto da análise se fará como
sendo uma classe única.
A Classe 2 é formada por verbos que acarretam um desencadeador (controle)
(deslocado), um afetado/deslocado e a trajetória que é o movimento expresso pelo
predicador. Relembrando, trajetória é o deslocamento do objeto de um ponto A (origem
ou fonte) para um ponto B (destino ou alvo)9. Nessa classe, a trajetória tem a
possibilidade de aparecer explícita na sintaxe, diferentemente da Classe 1:
(36) O artilheiro chutou a bola da lateral para o gol.
Podemos ver que a sentença, em (36), possui um predicado de quatro argumentos: o
argumento externo, o artilheiro, é o desencadeador/controle; o argumento interno, a
bola é o afetado/deslocado; a lateral, o ponto inicial da trajetória; o gol, o ponto final
da trajetória.
Para evidenciar que a trajetória pode ser toda explicitada na sintaxe, podemos
mostrar que esses verbos são do tipo accomplishment, ou seja, a ação expressa pelo
verbo se desenvolve durante um intervalo t, tendo um ponto inicial, um meio e um
ponto final. Podemos demonstrar esse fato, utilizando o teste de aspecto, explicitado
anteriormente. Observe as sentenças em (37):
(37) a. O artilheiro quase chutou a bola da lateral para o gol.
b. O cavaleiro quase apeou do cavalo.
Quando acrescentamos o item lexical quase, temos uma ambigüidade, pois o
desencadeador pode não ter conseguido atingir o gol ou ele pode nem ter iniciado a ação
9
Seguindo a idéia de Jackendoff (1990), vale realçar que trajetória (path) é diferente de percurso (route).
No percurso os pontos inicial e final não são explicitados:
(i) João perambulou pela floresta durante toda a noite.
49
de chutar. Diferentemente, em (37b), o desencadeador/controle, o cavaleiro, não apeou
do cavalo, porque quase apear não apresenta ambigüidade; já que apear é um verbo do
tipo achievement.
Também foram aplicados testes de apagamento e deslocamento dos argumentos
para comprovar a natureza argumental da rede temática proposta. O apagamento não se
mostrou um teste eficaz para tal comprovação, pois apesar de a classe permitir toda a
explicitação da trajetória, ou seja, os pontos inicial e final, também é permitido o
apagamento de um dos pontos da trajetória. Entretanto, esse teste revelou uma
interessante característica de verbos que têm a possibilidade de expressar toda a
trajetória na sintaxe: os dados mostram que o ponto de origem pode ser mais omitido
que o de destino. Observe as sentenças em (38) e (39):
(38) a. Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala.
b. Mariana arrastou o sofá para o meio da sala.
c. * Mariana arrastou o sofá do canto.
(39) a. Ela seguiu o namorado da porta da casa até a praça.
b. Ela seguiu o namorado até a praça.
c.* Ela seguiu o namorado da porta da casa.
A sentenças (a e b) são perfeitamente gramaticais. Entretanto, as sentenças (c) não são
aceitas se tiver uma leitura de trajetória (somente a leitura de adjunto adnominal é
possível, em alguns casos). Esse comportamento aparece na maioria dos verbos dessa
classe.
Em relação ao deslocamento dos argumentos, a mudança de pontos da trajetória
para o início da sentença não fica muito boa, o que é um indício de que a trajetória
também é um locativo do predicador, ou seja, é um acarretamento do predicador verbal.
Demonstraremos esse fato, fazendo os deslocamentos dos pontos da trajetória nas
sentenças em (40), e fazendo o deslocamento de um locativo do evento, acrescentado a
essa mesma sentença (41):
(40) a. Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala.
b. ?? Do canto, Mariana arrastou o sofá para o meio da sala.
c. ?? Para o meio da sala, Mariana arrastou o sofá do canto.
50
d. ?? Do canto para o meio da sala, Mariana arrastou o sofá.
(41) a. Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala, na sua casa.
b. Na sua casa, Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala.
Fica evidente, com os exemplos acima, que os pontos inicial e final são argumentos do
predicador verbal, segundo a proposta aqui assumida.
Outros verbos da Classe 2 são: arredar, baldear, abaixar, abrir, remover,
rebaixar, carregar, conduzir, mover, seguir, deslocar, etc..
3.2.3. Classe 3: {D (C)/Desl, Loc/A}
(42) João chegou à faculdade.
Na Classe 3, foram listados doze verbos, mais prototípicos. Os dados da Classe 3
são bastante interessantes para boa parte desse trabalho, pois é, também, nessa classe
que aparece o ‘argumento interno preposicionado’. Esse argumento difere daqueles
apresentados em Cançado (2003, 2005), em que se apresentam dados em que há
argumentos introduzidos por preposições inerentes e argumentos que marcam
alternâncias sintáticas. É importante observarmos que as preposições que introduzem
tais argumentos são diferentes daquelas citadas acima, porque não são inerentes ao
verbos já que podem ser cambiadas, veja em (43):
(43) João chegou de/a/em Paris.
Também não fazem parte de sentenças onde houve mudança da diátese verbal. O
verbo chegar acarreta um desencadeador/controle/deslocado na posição de argumento
externo e um locativo/afetado na posição de argumento interno, como mostrado no
exemplo (43). Os dados sugerem que verbos que denotam trajetória, em PB, têm que
explicitar o ponto inicial e/ou final dessa trajetória através de uma preposição. Nas
outras classes não temos problemas, pois existe um argumento interno que é o objeto
deslocado, e a trajetória é sempre expressa por preposições, em posição de adjunção.
Entretanto, a diferença básica dessa classe para as duas primeiras é que o objeto
51
deslocado no processo é o próprio desencadeador que vai para a posição de argumento
externo. O argumento interno refere-se a um ponto da trajetória, inicial ou final, o
locativo/afetado, e, por isso, vem marcado com a preposição, para que esses pontos
fiquem explícitos. Portanto, a nossa conclusão é que o ponto da trajetória expresso por
verbos desse tipo é um argumento interno, porém, é um argumento preposicionado. A
natureza dessa preposição também é funcional, como as preposições inerentes e
marcadoras de alternância de diátese, pois esses argumentos são acarretados pelo verbo
e não, pelas preposições que os encabeçam. Assim, propomos a mudança das Regras B
e C da proposta de Cançado (2003, 2005), incluindo entre as preposições abordadas pela
autora, esse tipo de preposição necessária para a explicitação da trajetória.
A Classe 3 também é composta de verbos que acarretam a trajetória, mas só
aceita a explicitação sintática de um dos pontos dessa trajetória. Se o ponto será inicial
ou final vai depender do sentido lexical do predicador verbal:
(44) a. Um homem desconhecido entrou na sala.
b. Ele saiu da escola.
Em (44a), o ponto da trajetória que aparece explícito é o destino; já, em (44b), é a
origem.
Em geral, os verbos dessa classe são verbos tratados como inacusativos na
literatura, que só expressam o final do processo. Podemos observar isso, aplicando
testes que mostram que essas sentenças são consideradas achievements, já que os
achievements denotam um evento de momento único. É possível observar isso usando a
palavra quase, que nos verbos do tipo achievement não admitem dupla interpretação.
Veja em (45) e (46):
(45) As tropas quase partiram para o norte.
(46) Os meninos quase subiram na árvore.
Em (45) e (46), notamos que a utilização da palavra quase significa que as tropas não
partiram para o norte e que os meninos não subiram na árvore.
Foram aplicados outros dois testes sintáticos, para evidenciar a natureza
argumental da rede temática proposta: o apagamento e o deslocamento dos argumentos.
52
Quanto ao teste de apagar argumentos, vimos que a sentença só aceita uma leitura que
tenha
um
argumento
implícito default
com o
apagamento
do
argumento
locativo/afetado. Por exemplo, se apagarmos o argumento locativo/afetado do verbo
chegar, teremos uma interpretação de que o ponto de chegada do movimento é o lugar
em que o falante está. Observe em (47):
(47) a. João chegou.
b. João entrou.
c. João saiu.
Para interpretarmos as sentenças, em (47), associamos o locativo implícito ao lugar
onde está o falante da sentença.
O deslocamento dos termos mostra-nos que o deslocamento do locativo do
predicador (argumento do verbo) faz com que a sentença fique pior que o deslocamento
do locativo do evento (cf. 3.1.2.1.). Veja em (48):
(48) a. ? Da escola, João saiu.
b. ? Em casa, João chegou.
c. Em casa, João lê um livro.
d. Na sala, Maria toca piano.
Portanto, podemos concluir que os verbos da Classe 3 são verbos que só
admitem a representação sintática de parte da trajetória; o locativo é acarretado pelo
predicador e é afetado; são verbos do tipo achievement, ou seja, verbos de um momento
único.
Outros exemplos dessa classe são: subir, ausentar, comparecer, penetrar,
trepar, etc..
3.2.4. Classe 4: {D (C)/Desl, Traj}
(49) O garoto correu da casa para a rua.
Na Classe 4, foram listados trinta e quatro verbos, mais prototípicos. A Classe 4
apresenta verbos que acarretam desencadeador/deslocado (controle) e trajetória.
53
Semelhantemente à Classe 3, os verbos da Classe 4 também apresentam argumento
interno preposicionado, pois ao acarretar os pontos inicial e final da trajetória, esses só
podem vir introduzidos por preposições, de natureza funcional, como concluído acima.
Entretanto, o que vai diferenciar a Classe 4 da Classe 3 é que aos verbos da Classe 4 é
permitida toda a explicitação da trajetória:
(50) João andou de uma loja até a outra.
Em (50), temos João como desencadeador/deslocado, e de uma loja até a outra como
pontos inicial e final da trajetória. Se é verdade que João andou é verdade que ele se
deslocou de um ponto A para um ponto B. Portanto, são verbos que podem explicitar
toda a trajetória na sintaxe e terão como característica aspectual (aksionsart) ser um
accomplishment. Com o exemplo abaixo, vemos que esses verbos apresentam
ambigüidade ao utilizarmos a palavra quase:
(51) As crianças quase retornaram da escola para casa.
Vemos que, em (51), o desencadeador/controle/deslocado, as crianças podem tanto ter
retornado para casa quanto nem terem iniciado o movimento. Devido à dupla
interpretação, podemos concluir, portanto, que o predicador retornar e os outros verbos
dessa classe são do tipo accomplishment.
Ainda em relação à natureza do aksionsart, o fato de apagarmos a trajetória de
alguns dos verbos dessa classe fará com que o predicador se transforme em uma
atividade:
(52) João andou sempre.
A atividade se caracteriza por constituir momentos sucessivos: ou seja, João andou em
um momento, depois em outro, e assim sucessivamente. Se colocarmos a expressão em
x minutos, que caracteriza um momento único, a sentença fica agramatical; ao contrário
da sentença em (50), em que temos um accomplishment:
(53) a. *João andou em duas horas.
b. João andou de uma loja até a outra em duas horas.
54
Também como na Classe 2, o apagamento do ponto inicial, ou seja, a origem do
movimento é preferível ao apagamento do ponto final, o alvo. Veja os dados abaixo:
(54) a. O carro descambou da rua para o rio.
b. * O carro descambou da rua.
c. O carro descambou para o rio.
(55) a. O exército marchou do quartel até a fronteira.
b. * O exército marchou do quartel.
c. O exército marchou até a fronteira.
Entretanto, existem alguns verbos dessa classe que apresentam um
comportamento um tanto específico em relação ao apagamento de um dos pontos:
apagam tanto a origem quanto o alvo:
(56) a. Os soldados retornaram da guerra para seus lares.
b. Os soldados retornaram da guerra.
c. Os soldados retornaram para seus lares.
(57) a. A estudante voltou de Paris para a sua casa.
b. A estudante voltou de Paris.
c. A estudante voltou para sua casa.
Verbos desse tipo são: voltar, retornar, regressar, tornar, volver, fugir, mudar e
recuar, e, possivelmente, outros de significação semelhante.
Para comprovarmos a natureza argumental da rede temática proposta, utilizamos
novamente o deslocamento dos pontos da trajetória:
(58) a. As aves voaram dali para o telhado.
b. ? Dali para o telhado, as aves voavam.
c. No céu, as aves voavam.
Em (58b), temos a trajetória acarretada pelo predicador e, por isso, o deslocamento
desses argumentos parece ser pior do que em (58c), em que temos o locativo acarretado
pelo evento no mundo e seu deslocamento parece mais aceitável.
55
Outros verbos que compõem a Classe 4:
saltar, mudar, ir, engatinhar,
caminhar, locomover, entre outros.
3.2.5. Classe 5: {A/Desl, Loc/A}
(59) O copo caiu do armário.
Na Classe 5, foram listados apenas nove verbos, mais prototípicos. A Classe 5 é
constituída por verbos de movimento que selecionam um ponto da trajetória apenas,
como ocorre também nas Classes 1 e 3; mas, diferentemente, do que acontece nestas
classes, os verbos da Classe 5 acarretam um argumento externo que não desencadeia o
movimento, mas somente é afetado por ele. Assim como a Classe 3, esses verbos são,
em geral, tratados pela literatura, como verbos inacusativos, ou seja, verbos que
explicitam sintaticamente somente a parte afetada pelo processo. Por isso, também,
nessa classe, teremos uma interpretação aspectual do tipo achievement. Aplicando o
teste, temos:
(60) O livro quase escapuliu da minha mão.
O exemplo acima somente pode ter a leitura do tipo achievement, ou seja, com o uso do
quase só se tem a leitura do evento, como se este nem tivesse se iniciado.
Também temos nessa classe o argumento interno preposicionado, apresentando
uma natureza funcional. Ou seja, o argumento interno tem que ser encabeçado por uma
preposição, mesmo sendo acarretado pelo predicador verbal, pois é necessário que se
marque um dos pontos da trajetória acarretada pelo predicador.
Uma comprovação de que o argumento interno realizado é um locativo do
predicador é a menor aceitação do deslocamento desse locativo, em relação a um
locativo do evento:
(61) a. O menino apareceu no quarto, naquela casa mal assombrada.
b. ?? No quarto, o menino apareceu naquela casa mal assombrada.
c. Naquela casa mal assombrada, o menino apareceu no quarto.
56
Ainda, como na Classe 3, se apagarmos o argumento interno, parece haver uma
leitura default de que o locativo do predicador só pode ser o lugar em que se encontra o
falante da sentença (parece melhor essa interpretação, se usarmos um adjunto
localizando o evento temporalmente):
(62) O copo caiu nesse minuto.
(63) O livro escapuliu da minha mão agora.
(64) O menino apareceu de repente.
Os outros verbos listados nesta classe são: escorregar, ruir, surgir, transbordar,
escapar, desaguar.
3.2.6. Classe 6: {D (C)/Desl, Loc/A, (Traj)}
(65) O alpinista transpôs os Andes do lado oeste para o lado leste.
A Classe 6 é composta por oito verbos, mais prototípicos, que acarretam um
desencadeador/controle/ deslocado, um locativo/afetado e, ainda, aceitam uma trajetória
como especificação do locativo/afetado, que pode ou não, aparecer na representação
sintática. Essa classe é diferente de todas as outras quanto à sua possibilidade de
especificar o locativo/afetado. As outras classes ou apresentam um locativo/afetado ou
apresentam uma trajetória. Essa é a única classe que permite que as duas possibilidades
ocorram juntas. É óbvio, entretanto, que a trajetória, como especificação do argumento
interno, tem que pertencer a um mesmo campo semântico:
(66) a. João atravessou o rio de uma margem até a outra.
b. * João atravessou o rio do andar de cima para baixo.
Também pode ocorrer o apagamento de toda a trajetória, já que esta é apenas uma
especificação do locativo/afetado, sem danos para a aceitação da sentença:
(67) O alpinista transpôs os Andes.
57
Quanto à sua natureza aspectual, esses verbos se comportam como um
accomplishment, pois podem expressar todos os pontos da trajetória: o início, o meio e o
fim. Ao aplicarmos o teste do quase, comprovamos essa afirmação, visto que se obtém
uma dupla leitura. Observe em (68):
(68) Maria quase subiu as escadas da Penha do primeiro até o último degrau.
Na sentença expressa em (68), temos um desencadeador/controle/deslocado, Maria,
um locativo/afetado, as escadas da Penha, e os pontos da trajetória, do primeiro até o
último degrau. Portanto, se é verdade que Maria quase subiu as escadas da Penha do
primeiro até o último degrau ou é verdade que ela nem começou o movimento, ou que
ela o fez até certo ponto, sem atingir o último degrau. Essa ambigüidade nos leva a crer
que os predicadores desta classe são verbos do tipo accomplishment, pois,
diferentemente, dos verbos do tipo achievement, desenvolvem-se num intervalo de
tempo que marca o início, o meio e o clímax do movimento.
Em relação à trajetória, os dados da Classe 6 também aceitam mais o
apagamento da fonte ou origem que do alvo ou destino, como vimos nas Classes 2 e 4.
Veja que não é possível apagar o ponto final da trajetória:
(69) a. João atravessou o rio de uma margem até a outra.
b. João atravessou o rio até a outra margem.
c. * João atravessou o rio de uma margem.
(70) a. O ciclista cruzou o país do norte até o sul.
b. O ciclista cruzou o país até o sul.
c. * O ciclista cruzou o país do norte.
Outros verbos desta classe são: pular, saltar, escalar, galgar.
58
3.2.7. Verbos sem trajetória explícita: {D/C, A/Desl}
(71) O menino envelopou suas figurinhas.
Foram listados alguns verbos, que nós não iremos tratar como uma classe
específica por exigir uma análise mais acurada, mas iremos apontá-los como exemplos
interessantes e objeto de um futuro estudo. Esses verbos acarretam um
desencadeador/controle e um afetado (objeto deslocado); entretanto, apesar de se tratar
de verbos de movimento, eles não admitem a explicitação da trajetória, nem mesmo de
um de seus pontos. Existe a denotação de que o afetado percorre o espaço entre um
ponto A e um ponto B; porém, essa trajetória não aparece explícita na estrutura
sintática.
A sentença, em (71), é formada por um desencadeador/controle, o menino, e um
afetado/deslocado, suas figurinhas. Veja que derivamos da sentença o acarretamento do
deslocamento do argumento interno, o afetado/deslocado: se é verdade que o menino
envelopou suas figurinhas, é verdade que o argumento suas figurinhas se desloca de um
ponto determinado A (as mãos do menino) para um ponto determinado B (o interior do
envelope); entretanto, esta trajetória não está descrita sintaticamente. A idéia do
movimento está contida no próprio sentido do item lexical, envelopar, e parece que o
argumento externo delimita o ponto inicial de uma trajetória e o próprio verbo delimita
o ponto final. Veja que se acrescentarmos o ponto final dessa trajetória a esse tipo de
sentença, ela fica redundante:
(72) ?? O menino envelopou suas figurinhas em envelopes.
Como nos casos de verbos com objetos cognatos, esse ponto só será aceito na sintaxe,
se for alguma informação mais específica do que a contida no verbo:
(73) O menino envelopou suas figurinhas em envelopes coloridos.
59
Vejamos alguns outros exemplos desse comportamento:
(74) a. ?? O médico hospitalizou o paciente no hospital.
b. O médico hospitalizou o paciente no melhor hospital da cidade.
(75) a. ??O governo repatriou o soldado para a pátria.
b. O governo repatriou o soldado para a pátria amada.
Outros verbos que têm comportamentos parecidos são: naufragar, semicerrar,
repatriar, reerguer, entre outros10.
3.3. Quadro Geral das Classes
Para concluir essa análise, faremos uma comparação geral entre as classes,
apontando: a rede temática de cada uma; um exemplo prototípico de cada classe; as
propriedades semânticas do aspecto e também da relação entre o campo semântico do
verbo e seus argumentos; e as propriedades sintáticas do apagamento de argumentos e
deslocamento de argumentos. Assim, o leitor pode ter uma visão comparativa do
comportamento sintático e semântico de cada classe, além de ficar mais evidente a
motivação que gerou a separação das classes, tal como aqui apresentada:
1. Classe 1: A {D(C),
A/Desl, Loc (A)}
B {D(C)/Desl, A/Desl, Loc (A)}
Exemplo: Eu entornei o açúcar na lata.
Propriedade Aspectual: achievement
Campo Semântico: pede relação entre os argumentos e o verbo
Apagamento: alguns exemplos possíveis, outros não
Deslocamento: leitura menos aceitável
10
Existem ainda alguns verbos parecidos com esses que nem mesmo aceitam a especialização do objeto:
(i) ?? Os garotos trocaram figurinhas de um para o outro.
60
2. Classe 2: A {D (C),
A/Desl, Traj.}
B {D (C)/Desl, A/Desl, Traj.}
Exemplo: O artilheiro chutou a bola da lateral para o gol.
Propriedade Aspectual: accomplishment
Campo Semântico: pede relação entre os argumentos e o verbo
Apagamento: preferência para a origem
Deslocamento: leitura menos aceitável
3. Classe 3: {D (C)/Desl, Loc/A}
Exemplo: João chegou à faculdade.
Propriedade Aspectual: achievement
Campo Semântico: não pede relação entre os argumentos e o verbo
Apagamento: leitura default do lugar do falante
Deslocamento: leitura menos aceitável
4. Classe 4: {D (C)/Desl, Traj}
Exemplo: O garoto correu da casa para a rua.
Propriedade Aspectual: accomplishment
Campo Semântico: pede relação entre os argumentos da trajetória
Apagamento: preferência da origem (embora existam exemplos que apagam os dois
pontos, o inicial ou o final)
Deslocamento: leitura menos aceitável
5. Classe 5: {A/Desl, Loc/A}
Exemplo: O copo caiu do armário.
Propriedade Aspectual: achievement
Campo Semântico: não pede relação entre os argumentos e o verbo
Apagamento: leitura default do lugar do falante
Deslocamento: leitura menos aceitável
61
6. Classe 6: {D (C)/Desl, Loc/A, (Traj)}
Exemplo: O alpinista transpôs os Andes do lado oeste para o lado leste.
Propriedade Aspectual: accomplishment
Campo Semântico: pede relação entre a especificação do argumento, a trajetória e o
argumento interno
Apagamento: possível de toda a trajetória; dentro da trajetória, preferência para a
origem
Deslocamento: leitura menos aceitável
As generalizações que podem ser feitas, a partir desse quadro são:
- o deslocamento dos argumentos locativos do predicador verbal parece ser menos
aceitável que o deslocamento de um locativo do evento, em todas as classes;
- quando só se tem um locativo/afetado, se tem um achievement (classes 1, 3 e 5);
- quando se tem a trajetória explícita, se tem um accomplishment (classes 2, 4 e 6);
- quando se tem uma trajetória, a preferência para o apagamento é do argumento que
tem o papel temático de origem (classes 2 ,4 e 6);
- quando se tem um argumento na posição de objeto que é o deslocado, é preferencial
que se tenha uma relação do campo semântico do verbo e seu argumento interno
(classes 1 e 2);
- quando se tem um argumento deslocado na posição de argumento externo, e a
sentença é um achievement, o apagamento do argumento interno faz gerar uma
interpretação default de ser o lugar de onde o falante da sentença está (classes 3 e 5);
- quando a trajetória é a especificação de um locativo/afetado, pode-se apagar toda a
trajetória (classe 6).
62
Como considerações finais, podemos salientar que a análise feita acima é uma
descrição bem abrangente das propriedades semânticas e sintáticas das classes
apresentadas e que parece cobrir uma grande parte dos verbos que denotam trajetória no
PB. Evidentemente, nas descrições das classes, pode-se encontrar um exemplo ou outro
que não tenha um comportamento totalmente igual ao exemplo prototípico apresentado,
o que não invalida o caráter descritivo desta pesquisa. De uma maneira geral, os dados
analisados seguiam um determinado padrão e conseguimos classificá-los como
pertencentes a uma determinada classe, pela maioria das propriedades apresentadas.
Com isso, esperamos ter conseguido apresentar um quadro bem claro de como esses
verbos se comportam sintática e semanticamente, além de terem surgido também, no
decorrer dessa análise, algumas soluções de natureza teórica, questionadas na
introdução desta dissertação.
63
CAPÍTULO 4
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa dissertação, a princípio, teve como motivação mais forte a investigação das
preposições que ocorrem com os verbos de movimento (João veio de São Paulo, João
entrou em casa, etc.), e como explicar a ocorrência de tais preposições e a natureza
dessas preposições em relação à proposta de Regras de Correspondência entre a sintaxe
e a semântica de Cançado (2003, 2005). Esses foram os dois objetivos iniciais do
trabalho. Entretanto, para investigarmos tais preposições, como um terceiro objetivo do
trabalho, fizemos um amplo estudo sintático e semântico dos verbos que acarretavam
trajetória em seu sentido. Porém, ao concluirmos essa dissertação, fica evidente que a
ampla e detalhada descrição sintático e semântica da classe de verbos de trajetória
tornou-se o resultado principal deste trabalho de pesquisa, ainda que as outras duas
questões também tenham sido respondidas, além de outros pontos que surgiram no
decorrer dessa análise. Por isso, começaremos a nossa conclusão com o terceiro objetivo
proposto na introdução do trabalho: a descrição dos verbos de trajetória.
Investigamos um corpus de duzentos e dois verbos que acarretam trajetória
explícita ou implícita sintaticamente. Separamos esses dados em seis classes, segundo a
rede temática apresentada por eles. A proposta usada para tal análise semântica foi a de
Cançado (2003, 2005), em que a autora estabelece definições um pouco mais formais
para os papéis temáticos. Separadas essas classes pelas redes temáticas, utilizamos
testes sintáticos do apagamento de argumentos e deslocamento de argumentos para
comprovar se realmente a rede temática proposta para cada classe apresentava uma
natureza argumental, ou seja, se realmente eram argumentos daqueles verbos
investigados. Também aí, utilizamos a proposta de Cançado para distinguir argumento
de adjunto. Dessa análise, propusemos um teste semântico que distingue locativo do
evento e locativo do predicador. Esse teste evidencia que existem locativos que fazem
parte do evento e outros que são parte do sentido lexical do próprio predicador verbal.
Quando existe um locativo do predicador, parece que os argumentos têm que fazer parte
64
do mesmo campo semântico do predicador verbal, para uma leitura mais aceitável da
sentença. Além dessas propriedades já citadas, ainda investigamos a natureza aspectual
(aksionsart) das sentenças analisadas, para mostrarmos que realmente esses verbos
acarretavam uma trajetória. Com isso, obtivemos a seguinte classificação dos verbos
analisados.
A Classe 1, representada pelo exemplo prototípico eu entornei o açúcar na lata,
apresenta como papel temático, na posição de sujeito, um desencadeador com ou sem
controle, podendo também ser deslocado; como argumentos, apresenta um afetado
deslocado e um locativo, podendo ser afetado ou não. Por apresentar somente um
locativo (afetado) e não, uma trajetória, trata-se de um achievement, segundo nossas
generalizações finais. Como essa classe apresenta um argumento interno que é afetado
deslocado, tem que haver uma relação do campo semântico dos argumentos e do verbo.
Quanto ao teste do apagamento, para comprovar a natureza argumental dessa classe,
nada se pode afirmar. E quanto ao deslocamento dos argumentos, assim como as outras
classes, parece pior o deslocamento dos argumentos apresentados como locativos do
predicador do que o deslocamento dos locativos do evento.
A Classe 2, cujo exemplo prototípico é o artilheiro chutou a bola da lateral para
o gol, apresenta, na posição de sujeito, um desencadeador com ou sem controle, que
pode ser deslocado; como argumentos, apresenta um afetado deslocado e uma trajetória
completa. Devido ao fato de apresentarem a trajetória completa, os verbos dessa classe
são do tipo accomplishment, generalização feita a partir dos testes de aspecto aplicados.
Há, também, nessa classe, como na Classe 1, o fato de os argumentos e o predicador
verbal terem de pertencer a um mesmo campo semântico. Em relação ao teste de
apagamento, para comprovação da natureza argumental dessa classe, vimos que a
origem pode ser apagada sem comprometimento semântico grave, ao contrário do
destino, que não é muito passível de apagamento. O deslocamento dos argumentos que
representam a trajetória parece pior do que o deslocamento de locativos mais amplos,
como os do evento. Quando deslocamos parte da trajetória, a aceitabilidade é, também,
muito restrita.
A Classe 3, com o exemplo prototípico João chegou à faculdade, apresenta
como papel temático para o argumento externo um desencadeador, com ou sem
controle, e deslocado, e como argumento interno um locativo afetado. Por apresentarem
apenas um ponto da trajetória, os verbos da Classe 3 são do tipo achievement, segundo
65
nossas generalizações finais. Em relação ao campo semântico, não ficou comprovada a
relação entre os argumentos e o verbo. Entretanto, quanto ao apagamento, podemos
sugerir que, após o apagamento do locativo do predicador, somente é possível a leitura
default a partir do lugar em que o falante está. Como nas classes citadas anteriormente,
o deslocamento do locativo do predicador é menos aceitável que o do locativo do
evento, conforme testes aplicados.
Na Classe 4, temos como exemplo prototípico o garoto correu da casa para a
rua. Os verbos da Classe 4 acarretam um argumento, na posição de sujeito, com o papel
temático de desencadeador, com ou sem controle, e deslocado; e como argumentos
internos os pontos da trajetória. Aplicando os testes de aspecto, vimos que os verbos
dessa classe se comportam como accomplishment, já que são verbos que apresentam um
início, um meio e um fim. Como são verbos que apresentam pontos de trajetória, tem de
haver uma relação do campo semântico dos argumentos e do verbo. Quanto ao
apagamento, há uma preferência em se apagar a origem do movimento; entretanto,
existem verbos em que se apagam os dois pontos, ou melhor, apaga-se ou o ponto
inicial ou o ponto final do movimento. Como aconteceu nas outras classes, o
deslocamento de itens lexicais que denotam a trajetória é menos aceitável que outros
que denotam locativos mais amplos.
A classe 5, cujo exemplo prototípico é o copo caiu do armário, apresenta verbos
que acarretam ao argumento externo o papel temático de afetado deslocado; e ao
argumento interno, o papel temático de locativo afetado. Devido ao fato de
apresentarem somente um ponto da trajetória, os verbos dessa classe são do tipo
achievement, conforme apareceu em nossas generalizações finais. Parece não haver
relação do campo semântico entre os argumentos e o verbo, embora sempre haja uma
certa compatibilidade semântica entre os itens que compõem as sentenças. Em relação
ao apagamento, como ocorre na Classe 3, a sentença cujo argumento interno é apagado
permite uma leitura default, ou melhor, o lugar em que o falante está é que comporá o
sentido do locativo apagado. O deslocamento do locativo afetado é de aceitação bem
mais restrita que o deslocamento de outro item não acarretado pelo verbo.
Na Classe 6, o alpinista transpôs os Andes do lado oeste para o lado leste é o
exemplo prototípico. Os verbos dessa classe apresentam como papel temático, na
posição de sujeito, um desencadeador com ou sem controle; como argumentos
apresentam um locativo afetado e a trajetória, sendo que esta pode ou não aparecer na
66
estrutura sintática. Como vimos nas classes 2 e 4, os verbos que apresentam trajetória
completa se comportam como verbos do tipo accomplishment. Assim sendo, os verbos
da Classe 6 também são do tipo accomplishment, pois, apesar de não ser
necessariamente expressa na sintaxe, a trajetória é acarretada por esses verbos. É preciso
que haja uma relação do campo semântico dos argumentos externo e interno e da
trajetória. Como já dissemos, a trajetória nem precisa ser explicitada sintaticamente;
portanto, é possível que se faça o apagamento dela toda. Contudo, se o apagamento for
parcial, ou seja, se for apagar apenas um dos pontos da trajetória, os dados mostram que
a origem é mais ‘apagável’ que o destino. Em relação ao deslocamento, como vimos nas
classes anteriores, é preferível o deslocamento de qualquer item não acarretado pelo
verbo ao deslocamento do locativo afetado ou dos pontos da trajetória.
O outro objetivo proposto por esta dissertação era como classificar as
preposições que aparecem com os verbos de trajetória, segundo a natureza funcional ou
predicadora, proposta por Cançado (2003, 2005). Só para relembrar, tal trabalho
explicita a ocorrência das preposições predicadoras (atribuem papel temático ao seu
argumento); das preposições funcionais (são introdutoras de argumentos que são
acarretados pelo verbo, mas aparecem em posição de adjunção, ou aparecem em posição
de argumento interno, mas são somente marcadoras de alternância sintática); e das
preposições inerentes (aparecem em posição de argumento interno e parecem fazer
parte do verbo). Mostramos que as preposições que introduzem a trajetória, ou parte
dela, não se assemelham a nenhuma das citadas anteriormente. Diferentemente das
preposições predicadoras, elas não atribuem papel temático aos argumentos, elas só
encabeçam argumentos que são acarretados pelo predicador verbal. Elas se diferem das
preposições inerentes, porque podem ser mudadas, conforme vimos em exemplos
mostrados anteriormente. E como as preposições funcionais, as preposições que
acompanham a trajetória introduzem argumentos acarretados pelo predicador verbal,
entretanto, aparecem em posição de argumento interno. E, finalmente, apesar de se
assemelharem com as preposições que marcam alternância, pela posição de argumento
interno, essas preposições não estão marcando nenhum tipo de alternância sintática.
Pelos dados analisados no trabalho, fica evidente que toda trajetória tem que ter
explicitada os pontos inicial e/ou final. Por isso, verbos que apresentam só a origem ou
alvo têm que especificar esse ponto. Ou verbos que apresentam toda a trajetória têm que
ter explicitados os pontos inicial e final. Em português, a maneira de se fazer isso é
67
usando as preposições que denotam o sentido da trajetória. Por exemplo, de indica
origem, para indica alvo; e assim por diante. Assim sendo, a nossa conclusão é que
essas preposições têm que aparecer encabeçando os argumentos locativos, origem e
alvo, para que essa explicitação da trajetória seja realizada; mesmo que esteja em
posição de argumento interno. Portanto, essa é a função dessas preposições, que
também podem ser analisadas como funcionais, pois elas não atribuem papel temático,
tendo só a função de marcar a direção da trajetória na sentença.
E um último objetivo a ser destacado relaciona-se com as regras de
correspondência entre a sintaxe e a semântica, proposta por Cançado (2003, 2005). A
autora destaca em seu trabalho que verbos que acarretam trajetória não se encaixam na
hierarquia temática proposta. Baseando-nos na solução acima apresentada para as
preposições desses verbos, fica simples resolver o problema. A nossa conclusão é que o
ponto da trajetória expresso por verbos desse tipo é um argumento interno, porém, é um
argumento preposicionado. A natureza dessa preposição também é funcional, como as
preposições marcadoras de alternância de diátese, ou como as preposições inerentes,
pois esses argumentos são acarretados pelo verbo e não, pelas preposições que os
encabeçam. Assim, propomos a mudança das Regras B e C da proposta de Cançado
(2003, 2005), incluindo entre as preposições abordadas pela autora, esse tipo de
preposição necessária para a explicitação da trajetória.
Para concluir esta dissertação, mostramos que, evidentemente, muitos problemas
ainda ficaram em aberto. Como os exemplos de verbos que acarretam trajetória, mas
não pode tê-la explicitada na sintaxe; verbos do tipo envelopar, hospitalizar, etc..
Ainda, os testes nem sempre funcionam de uma maneira total. Talvez haja discordância
de julgamentos de aceitabilidade de sentenças entre os falantes. Entretanto, acreditamos,
que de uma maneira descritiva, mostrando a tendência mais geral de comportamento
desses verbos, conseguimos contribuir com uma ampla análise das propriedades
sintáticas e semânticas dos verbos de trajetória do português brasileiro, ainda propondo
uma classificação semântica, baseada nos papéis temáticos apresentados por esses
verbos, bastante fina. E, também, demos uma contribuição teórica do ponto de vista da
natureza das preposições que aparecem com verbos de trajetória e uma contribuição
mais específica para a pesquisa de Cançado sobre papéis temáticos e hierarquia
temática.
68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AULETE, C. 1964 Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Delta.
BASÍLIO, M. 1989. Teoria Lexical. 2 ed. São Paulo: Ática.
BERG, M. B. 1996. A Natureza Categorial da Preposição. Belo Horizonte:
FALE/UFMG (Dissertação, Mestrado em Letras)
BERG, M. B. 2005. O comportamento semântico lexical das preposições do Português
do Brasil. Tese de Doutorado, UFMG, BH.
CÂMARA JR., J. M. 1981. Dicionário de Lingüística e Gramática. Petrópolis: Vozes.
CANÇADO, M. 1995. Verbos Psicológicos: A Relevância dos Papéis Temáticos Vistos
sob a Ótica de uma Semântica Representacional. Dissertação de Doutorado,
Unicamp, Campinas.
__________. 2002. Uma Aplicação da Teoria Generalizada dos Papéis Temáticos:
Verbos Psicológicos. Revista do GEL. Número Especial: Em Memória de Carlos
Franchi. Eds.Altman C., M. Hackerott e E. Viotti. São Paulo:
Humanitas/Contexto.
__________. 2003a. Um Estatuto Teórico para os Papéis Temáticos. IN: Semântica
Formal, orgs. Ana Lúcia Muller, Esmeralda Negrão e Maria Jose Foltran. São
Paulo: Editora Contexto, pgs. 95-124.
__________. 2003b. Hierarquia Temática: uma proposta para o PB. Revista Letras 61:
60-62.
69
CANÇADO, M. Org. 2003c. Predicação, Relações Semânticas e Papéis Temáticos:
Anotações de Carlos Franchi. Revista de Estudos da Linguagem. Vol. 11 - No. 2.
__________, 2005. Posições Argumentais e Propriedades Semânticas. DELTA. Vol. 21
- No. 1: 23-56.
CRYSTAL, D. 1988. Dicionário de Lingüística e de Fonética. Tradução de M. C.
Pádua Dias. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro.
CUNHA, C. F. 1986. Gramática da Língua Portuguesa. 11 ed. Rio de Janeiro: FAE.
_________, C. F. & CINTRA, L. F. L. 1985. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
FERREIRA, A. B. de H. 1986. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira.
FOLTRAN, M. J. 1999. As Construções de Predicação Secundária no Português do
Brasil: Aspectos Sintáticos e Semânticos. Tese de Doutorado. USP.
_________, M. J. & WACHOWICZ, T. C. 2000. “O Léxico Gerativo”. Caderno de
Estudos Lingüísticos. Nº 39: 151-162.
FRANCHI, C. 1997. Predicação. Manuscrito publicado em Cançado, M. Org. (2003c).
Predicação, Relações Semânticas e Papéis Temáticos: Anotações de Carlos
Franchi. Revista de Estudos da Linguagem. Vol. 11 - No. 2.
GURPILHARES, M.S.S. 2003. A (In)transitividade dos Verbos de Movimento.
Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária.
JACKENDOFF, R. 1990. Semantic Structures. Cambridge (MA): MIT Press.
LEVIN, B. 1989. Towards a Lexical Organization of English Verbs, catálogo de verbos.
Evanston: Northwestern University.
70
LEVIN, B. & RAPPAPORT HOVAV, M. 1992. “The lexical semantics of verbs of
Motion”. IN: Thematic Structure- Its Role in Grammar. Ed. I.M. Roca, Berlin; New
York: Foris Publication.
LUFT, C. P. 2002. Dicionário prático de Regência Verbal. São Paulo: Ática.
MOREIRA, C. 2000. Princípio de Ligação Sintaxe/Semântica: Construções Estativas.
Dissertação de Mestrado. UFMG.
PUSTEJOVSKY, J. 1996. The Generative Lexicon. Cambridge (MA): MIT Press.
RAPOSO, E. P. 1992. Teoria da gramática: a faculdade da linguagem. Lisboa:
Caminho.
REHFELDT, G. K. 1980. Polissemia e campo semântico: estudo aplicado aos verbos
de movimento. Porto Alegre.
SILVA, E. S. 2002. Predicadores Espaciais: Estrutura Argumental e Hierarquia
Temática. Dissertação de Mestrado. UFMG.
TALMY, L. 1975. Semantics and Syntax of Motion em J. P. Kimbal (ed.) Syntax and
Semantics 4, 181-238, New York: Academic Press.
_______, L. 1985. Lexicalization Patterns: Semantic Structure in Lexical Forms. IN: T.
Shopen Ed. Language Typology and Syntatic Description. Cambridge: Cambridge
University Press.
WENCESLAU, F. B. 2003. Verbos Beneficiários: Um Estudo na Interface entre a
Semântica e a Sintaxe. Dissertação de Mestrado. UFMG.
71
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BASTOS, L. R. 1995. Manual para a Elaboração de Projetos e Relatórios de Pesquisa,
Teses, Dissertações e Monografia. Rio de Janeiro: LTC.
BORBA, F. S. 1979. Teoria Sintática. São Paulo: T A Queiroz: EDUSP. Cap III.
_________, F. S. et al. 1990. Dicionário Gramatical de Verbos do Português
Contemporâneo do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista.
CEGALLA, D. P.1994. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 37 ed. São Paulo:
Nacional.
CHIERCHIA, G. 1989. "Structured Meanings", em CHIERCHIA, Hall-Partee e Turner
(eds), pgs. 131-166.
CHOMSKY, N. 1981. Lectures on Government and Binding. Dordrecht: Foris
Publications.
__________, N. 1986. Knowledge of Language: Its Nature, Origin and Use. New York:
Praeger Publishers.
__________, N. 1995. Minimalist Program. Cambrige, Mass, London: MIT Press.
ECO, H. 1977. Como se Faz uma Tese. São Paulo: Perspectiva.
FARACO, C. E. & MOURA, F. M.1988. Gramática. São Paulo: Ática.
72
FRANCHI, C. 1997. Linguagem - atividade constitutiva. In: Almanaque. São Paulo:
Brasiliense, v. 5, p. 9-27.
JACKENDOFF, R. 1983. Semantics and Cognition. Cambridge (MA): MIT Press.
LEMLE, M.1984. Análise Sintática. São Paulo: Ática.
LIMA, R. 1984. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Livraria
José Olympio.
LOBATO, L. M. P. 1989. Advérbios e Preposições, Sintagmas Adverbiais e Sintagmas
Preposicionais. DELTA, vol 5 (1): 101-120.
LUFT, C. P. 1989. Moderna Gramática Brasileira. Rio de Janeiro: Globo.
MARANTZ, A. 1984. On the nature of gramatical relations. Cambridge: MIT Press.
MARCONI, M. A.& LAKATOS, E. M. 2001. Metodologia do Trabalho Científico. SP:
Atlas.
OLIVEIRA, R. P. 2001. Semântica Formal: Breve introdução. Campinas: Mercado
Aberto.
PERINI, M. A. & FULGÊNCIO, L. 1987. Notas sobre a Transitividade Verbal.
In: CLEMENTE, E. & KIRST, M. H. B. (orgs). Lingüística aplicada ao ensino de
Português. Porto Alegre: Mercado Aberto, p. 63-82.
SEVERINO, A. J. 2000. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez Ltda.
73
ANEXOS
CLASSE 1: A {D (C),
SENTENÇAS:
1. João afastou o filho do carro.
?? Do carro, João afastou o filho.
?? Do carro, João afastou o filho em BH.
João afastou o filho do carro em BH.
?? João afastou o filho em BH do carro.
? João afastou o filho em BH.
? Em BH, João afastou o filho.
Em BH, João afastou o filho do carro.
João quase afastou o filho do carro.
2.
3.
4.
Em BH, eu entornei o açúcar na lata.
Eu quase entornei o açúcar na lata.
A/Desl, Loc(A)}
5.
A criança esparrama os brinquedos no chão.
?? No chão, a criança esparrama os brinquedos.
?? No chão, a criança esparrama os brinquedos em BH.
A criança esparrama os brinquedos no chão em BH.
?? A criança esparrama os brinquedos em BH no chão.
? A criança esparrama os brinquedos em BH.
? Em BH, a criança esparrama os brinquedos.
Em BH, a criança esparrama os brinquedos no chão.
6.
O professor expulsou os alunos da sala.
?? Da sala, o professor expulsou os alunos.
?? Da sala, o professor expulsou os alunos no Colégio Dom Cabral.
O professor expulsou os alunos da sala no Colégio Dom Cabral.
?? O professor expulsou os alunos no Colégio Dom Cabral da sala.
? O professor expulsou os alunos no Colégio Dom Cabral.
? No Colégio Dom Cabral, o professor expulsou os alunos.
No Colégio Dom Cabral, o professor expulsou os alunos da sala.
A costureira centralizou o molde no tecido.
?? No tecido, a costureira centralizou o molde.
?? No tecido, a costureira centralizou o molde em BH.
A costureira centralizou o molde no tecido em BH.
?? A costureira centralizou o molde em BH no tecido.
? A costureira centralizou o molde em BH.
? Em BH, a costureira centralizou o molde.
Em BH, a costureira centralizou o molde no tecido.
A costureira quase centralizou o molde no tecido.
Maria centrou a mesa na sala.
?? Na sala, Maria centrou a mesa.
?? Na sala, Maria centrou a mesa em BH.
Maria centrou a mesa na sala em BH.
?? Maria centrou a mesa em BH na sala.
? Maria centrou a mesa em BH.
? Em BH, Maria centrou a mesa.
Em BH, Maria centrou a mesa na sala.
Maria quase centrou a mesa na sala.
Eu entornei o açúcar na lata.
?? Na lata, eu entornei o açúcar.
?? Na lata, eu entornei o açúcar em BH.
Eu entornei o açúcar na lata em BH.
?? Eu entornei o açúcar em BH na lata.
? Eu entornei o açúcar em BH.
? Em BH, eu entornei o açúcar.
O juiz expulsou o jogador do campo.
O pai expulsou o filho de casa.
Cristo expulsou os vendilhões do templo.
7.
Os marinheiros içaram a âncora do fundo do mar.
?? Do fundo do mar, os marinheiros içaram a âncora.
?? Do fundo do mar, os marinheiros içaram a âncora no RJ.
Os marinheiros içaram a âncora do fundo do mar no RJ.
?? Os marinheiros içaram a âncora no RJ do fundo do mar.
? Os marinheiros içaram a âncora no RJ.
? No RJ, os marinheiros içaram a âncora.
No RJ, os marinheiros içaram a âncora do fundo do mar.
8.
Maria imergiu o saquinho de chá na xícara.
?? Na xícara, Maria imergiu o saquinho de chá.
?? Na xícara, Maria imergiu o saquinho de chá em BH.
Maria imergiu o saquinho de chá na xícara em BH.
?? Maria imergiu o saquinho de chá em BH na xícara.
74
? Maria imergiu o saquinho de chá em BH.
? Em BH, Maria imergiu o saquinho de chá.
Em BH, Maria imergiu o saquinho de chá na xícara.
9.
O médico injetou sangue nas veias do paciente.
?? Nas veias do paciente, o médico injetou sangue.
?? Nas veias do paciente, o médico injetou sangue no CTI do hospital.
O médico injetou sangue nas veias do paciente no CTI do hospital.
?? O médico injetou sangue no CTI do hospital nas veias do paciente.
* O médico injetou sangue no CTI do hospital.
* No CTI do hospital, o médico injetou sangue.
No CTI do hospital, o médico injetou sangue nas veias do paciente.
10. O assassino mergulhou o corpo na água do lago.
?? Na água do lago, o assassino mergulhou o corpo.
?? Na água do lago, o assassino mergulhou o corpo em BH.
O assassino mergulhou o corpo na água do lago em BH.
?? O assassino mergulhou o corpo em BH na água do lago.
?? O assassino mergulhou o corpo em BH.
?? Em BH, o assassino mergulhou o corpo.
Em BH, o assassino mergulhou o corpo na água do lago.
11. O pai montou o pequeno na égua.
?? Na égua, o pai montou o pequeno.
?? Na égua, o pai montou o pequeno em BH.
O pai montou o pequeno na égua em BH.
?? O pai montou o pequeno em BH na égua.
?? O pai montou o pequeno em BH.
?? Em BH, o pai montou o pequeno.
Em BH, o pai montou o pequeno na égua.
12. O roceiro plantou milho no quintal.
? No quintal, o roceiro plantou milho.
?? No quintal, o roceiro plantou milho em Divinópolis.
O roceiro plantou milho no quintal em Divinópolis.
?? O roceiro plantou milho em Divinópolis no quintal.
? O roceiro plantou milho em Divinópolis.
? Em Divinópolis, o roceiro plantou milho.
Em Divinópolis, o roceiro plantou milho no quintal.
13. Maria recolheu a roupa do varal.
?? Do varal, Maria recolheu a roupa.
?? Do varal, Maria recolheu a roupa em BH.
Maria recolheu a roupa do varal em BH.
?? Maria recolheu a roupa em BH do varal.
? Maria recolheu a roupa em BH.
? Em BH, Maria recolheu a roupa.
Em BH, Maria recolheu a roupa do varal.
14. Pedro sentou o filho na cadeira.
? Na cadeira, Pedro sentou o filho.
?? Na cadeira, Pedro sentou o filho no aeroporto.
Pedro sentou o filho na cadeira no aeroporto.
?? Pedro sentou o filho no aeroporto na cadeira.
?? Pedro sentou o filho no aeroporto.
?? No aeroporto, Pedro sentou o filho.
No aeroporto, Pedro sentou o filho na cadeira.
15. A tempestade submergiu o barco nas águas do mar.
?? Nas águas do mar, a tempestade submergiu o barco.
?? Nas águas do mar, a tempestade submergiu o barco em Marrocos.
A tempestade submergiu o barco nas águas do mar em Marrocos.
?? A tempestade submergiu o barco em Marrocos nas águas do mar.
? A tempestade submergiu o barco em Marrocos.
? Em Marrocos, a tempestade submergiu o barco.
Em Marrocos, a tempestade submergiu o barco nas águas do mar.
16. O menino reuniu os lápis no estojo.
?? No estojo, o menino reuniu os lápis.
?? No estojo, o menino reuniu os lápis em BH.
O menino reuniu os lápis no estojo em BH.
?? O menino reuniu os lápis em BH no estojo.
? O menino reuniu os lápis em BH.
? Em BH, O menino reuniu os lápis.
Em BH, O menino reuniu os lápis no estojo.
17. Maria separou o feijão do arroz.
?? Do feijão, Maria separou o arroz.
?? Do feijão, Maria separou o arroz em BH.
75
Maria separou o arroz do feijão em BH.
* Maria separou o arroz em BH do feijão.
? Maria separou o arroz em BH.
? Em BH, Maria separou o arroz.
Em BH, Maria separou o arroz do feijão.
18. O jogador rebateu a bola para o céu.
?? Para o céu, o jogador rebateu a bola.
?? Para o céu, o jogador rebateu a bola em SP.
O jogador rebateu a bola para o céu em SP.
?? O jogador rebateu a bola em SP para o céu.
? O jogador rebateu a bola em SP.
? Em SP, o jogador rebateu a bola.
Em SP, o jogador rebateu a bola para o céu.
19. A enfermeira soergueu o paciente da maca.
?? Da maca, a enfermeira soergueu o paciente.
?? Da maca, a enfermeira soergueu o paciente no Rio.
A enfermeira soergueu o paciente da maca no Rio.
?? A enfermeira soergueu o paciente no Rio da maca.
? A enfermeira soergueu o paciente no Rio.
? No Rio, a enfermeira soergueu o paciente.
No Rio, a enfermeira soergueu o paciente da maca.
20. A tropa afugentou os inimigos para o leste.
?? Para o leste, a tropa afugentou os inimigos.
?? Para o leste, a tropa afugentou os inimigos em Roma.
A tropa afugentou os inimigos para o leste em Roma.
?? A tropa afugentou os inimigos em Roma para o leste.
? A tropa afugentou os inimigos em Roma.
? Em Roma, a tropa afugentou os inimigos.
Em Roma, a tropa afugentou os inimigos para o leste.
21. A mãe achegou a criança ao (ou do) peito.
?? Do peito, a mãe achegou a criança.
?? Do peito, a mãe achegou a criança na rodoviária.
A mãe achegou a criança ao (ou do) peito na rodoviária.
?? A mãe achegou a criança na rodoviária ao (ou do) peito.
?? A mãe achegou a criança na rodoviária.
? Na rodoviária, a mãe achegou a criança.
Na rodoviária, a mãe achegou a criança ao (ou do) peito.
22. A mãe aconchegou o filho a si/ ao seio.
?? Ao seio, a mãe aconchegou o filho.
?? Ao seio, a mãe aconchegou o filho no trem.
A mãe aconchegou o filho a si/ ao seio no trem.
?? A mãe aconchegou o filho no trem a si/ ao seio.
?? A mãe aconchegou o filho no trem.
?? No trem, a mãe aconchegou o filho.
No trem, a mãe aconchegou o filho a si/ ao seio.
23. Os produtores acondicionam o vinho em barricas.
?? Em barricas, os produtores acondicionam o vinho.
?? Em barricas, os produtores acondicionam o vinho em Portugal.
Os produtores acondicionam o vinho em barricas em Portugal.
?? Os produtores acondicionam o vinho em Portugal em barricas.
? Os produtores acondicionam o vinho em Portugal.
? Em Portugal, os produtores acondicionam o vinho.
Em Portugal, os produtores acondicionam o vinho em barricas.
24. A sonda acoplou os módulos à nave.
?? À nave, a sonda acoplou os módulos.
?? À nave, a sonda acoplou os módulos em Júpiter.
A sonda acoplou os módulos à nave em Júpiter.
?? A sonda acoplou os módulos em Júpiter à nave.
?? A sonda acoplou os módulos em Júpiter.
? Em Júpiter, a sonda acoplou os módulos.
Em Júpiter, a sonda acoplou os módulos à nave.
25. Os jangadeiros afundam suas redes no mar.
?? No mar, os jangadeiros afundam suas redes.
?? No mar, os jangadeiros afundam suas redes na Bahia.
Os jangadeiros afundam suas redes no mar na Bahia.
?? Os jangadeiros afundam suas redes na Bahia no mar.
? Os jangadeiros afundam suas redes na Bahia.
? Na Bahia, os jangadeiros afundam suas redes.
Na Bahia, os jangadeiros afundam suas redes no mar.
76
26. O jardineiro ajuntou a terra num canto.
?? Num canto, o jardineiro ajuntou a terra.
?? Num canto, o jardineiro ajuntou a terra em Recife.
O jardineiro ajuntou a terra num canto em Recife.
?? O jardineiro ajuntou a terra em Recife num canto.
? O jardineiro ajuntou a terra em Recife.
? Em Recife, o jardineiro ajuntou a terra.
Em Recife, o jardineiro ajuntou a terra num canto.
27. O gato amontoa terra sobre a calçada.
?? Sobre a calçada, o gato amontoa terra.
?? Sobre a calçada, o gato amontoa terra em Tiradentes.
O gato amontoa terra sobre a calçada em Tiradentes.
?? O gato amontoa terra em Tiradentes sobre a calçada.
? O gato amontoa terra em Tiradentes.
? Em Tiradentes, o gato amontoa terra.
? Em Tiradentes, o gato amontoa terra sobre a calçada.
28. Maria apanha as frutas do chão.
?? Do chão, Maria apanha as frutas.
?? Do chão, Maria apanha as frutas na chácara.
Maria apanha as frutas do chão na chácara.
?? Maria apanha as frutas na chácara do chão.
? Maria apanha as frutas na chácara.
? Na chácara, Maria apanha as frutas.
Na chácara, Maria apanha as frutas do chão.
29. João aproxima o livro da luz.
?? Da luz, João aproxima o livro.
?? Da luz, João aproxima o livro na escola.
João aproxima o livro da luz na escola.
?? João aproxima o livro na escola da luz.
?? João aproxima o livro na escola.
?? Na escola, João aproxima o livro.
Na escola, João aproxima o livro da luz.
30. O agricultor armazena trigo no celeiro.
?? No celeiro, o agricultor armazena trigo.
?? No celeiro, o agricultor armazena trigo na China.
O agricultor armazena trigo no celeiro na China.
?? O agricultor armazena trigo na China no celeiro.
? O agricultor armazena trigo na China.
? Na China, o agricultor armazena trigo.
Na China, o agricultor armazena trigo no celeiro.
31. Maria arranca a planta da terra.
?? Da terra, Maria arranca a planta.
?? Da terra, Maria arranca a planta em seu sítio.
Maria arranca a planta da terra em seu sítio.
?? Maria arranca a planta em seu sítio da terra.
? Maria arranca a planta em seu sítio.
? Em seu sítio, Maria arranca a planta.
Em seu sítio, Maria arranca a planta da terra.
32. O forte vendaval arrebatou os livros das mãos do aluno.
?? Das mãos do aluno, o forte vendaval arrebatou os livros.
?? Das mãos do aluno, o forte vendaval arrebatou os livros em BH.
O forte vendaval arrebatou os livros das mãos do aluno em BH.
?? O forte vendaval arrebatou os livros em BH das mãos do aluno.
?? O forte vendaval arrebatou os livros em BH.
?? Em BH, o forte vendaval arrebatou os livros.
Em BH, o forte vendaval arrebatou os livros das mãos do aluno.
33. João arremessou a taça no (ou ao) rio.
?? No rio, João arremessou a taça.
?? No rio, João arremessou a taça em Londres.
João arremessou a taça no (ou ao) rio em Londres.
?? João arremessou a taça em Londres no (ou ao) rio.
? João arremessou a taça em Londres.
? Em Londres, João arremessou.
Em Londres, João arremessou a taça no (ou ao) rio.
34. O carregador arriou o fardo sobre a mesa.
?? Sobre a mesa, o carregador arriou o fardo.
?? Sobre a mesa, o carregador arriou o fardo no armazém.
O carregador arriou o fardo sobre a mesa no armazém.
77
?? O carregador arriou o fardo no armazém sobre a mesa.
? O carregador arriou o fardo no armazém.
? No armazém, o carregador arriou o fardo.
No armazém, o carregador arriou o fardo sobre a mesa.
35. O sacerdote asperge água benta sobre a multidão.
?? Sobre a multidão, o sacerdote asperge água benta.
?? Sobre a multidão, o sacerdote asperge água benta na igreja.
O sacerdote asperge água benta sobre a multidão na igreja.
?? O sacerdote asperge água benta na igreja sobre a multidão.
?? O sacerdote asperge água benta na igreja.
?? Na igreja, o sacerdote asperge água benta.
Na igreja, o sacerdote asperge água benta sobre a multidão.
36. O piloto aterrizou o avião no Galeão.
?? No Galeão, o piloto aterrizou o avião.
?? No Galeão, o piloto aterrizou o avião no Rio de Janeiro.
O piloto aterrizou o avião no Galeão no Rio de Janeiro.
?? O piloto aterrizou o avião no Rio de Janeiro no Galeão.
? O piloto aterrizou o avião no Rio de Janeiro.
? No Rio de Janeiro, o piloto aterrizou o avião.
No Rio de Janeiro, o piloto aterrizou o avião no Galeão.
37. Maria baixou as persianas até o chão.
?? Até o chão, Maria baixou as persianas.
?? Até o chão, Maria baixou as persianas em seu apartamento.
Maria baixou as persianas até o chão em seu apartamento.
?? Maria baixou as persianas em seu apartamento até o chão.
? Maria baixou as persianas em seu apartamento.
? Em seu apartamento, Maria baixou as persianas.
Em seu apartamento, Maria baixou as persianas até o chão.
38. O governo baniu elementos subversivos do país.
?? Do país, o governo baniu elementos subversivos.
?? Do país, o governo baniu elementos subversivos em Brasília.
O governo baniu elementos subversivos do país em Brasília.
O governo baniu elementos subversivos em Brasília do país.
?? O governo baniu elementos subversivos em Brasília.
?? Em Brasília, o governo baniu elementos subversivos.
Em Brasília, o governo baniu elementos subversivos do país.
39. Joana bateu a bola na parede.
?? Na parede, Joana bateu a bola.
?? Na parede, Joana bateu a bola em sua casa.
Joana bateu a bola na parede em sua casa.
?? Joana bateu a bola em sua casa na parede.
?? Joana bateu a bola em sua casa.
?? Em sua casa, Joana bateu a bola.
Em sua casa, Joana bateu a bola na parede.
40. O aluno botou o livro na estante.
?? Na estante, o aluno botou o livro.
?? Na estante, o aluno botou o livro na biblioteca.
O aluno botou o livro na estante na biblioteca.
?? O aluno botou o livro na biblioteca na estante.
? O aluno botou o livro na biblioteca.
? Na biblioteca, o aluno botou o livro.
Na biblioteca, o aluno botou o livro na estante.
41. A mãe buscou o menino na casa do coleguinha.
?? Na casa do coleguinha, a mãe buscou o menino.
?? Na casa do coleguinha, a mãe buscou o menino no bairro Santo Antônio.
A mãe buscou o menino na casa do coleguinha no bairro Santo Antônio.
?? A mãe buscou o menino no bairro Santo Antônio na casa do coleguinha.
? A mãe buscou o menino no bairro Santo Antônio.
? No bairro Santo Antônio, a mãe buscou o menino.
No bairro Santo Antônio, a mãe buscou o menino na casa do coleguinha.
42. Maria colheu um punhado de frutas da árvore.
?? Da árvore, Maria colheu um punhado de frutas.
?? Da árvore, Maria colheu um punhado de frutas em Betim.
Maria colheu um punhado de frutas da árvore em Betim.
?? Maria colheu um punhado de frutas em Betim da árvore.
? Maria colheu um punhado de frutas em Betim.
? Em Betim, Maria colheu um punhado de frutas.
Em Betim, Maria colheu um punhado de frutas da árvore.
78
43. O motorista colidiu o carro no poste.
?? No poste, o motorista colidiu o carro.
?? No poste, o motorista colidiu o carro em SP.
O motorista colidiu o carro no poste em SP.
?? O motorista colidiu o carro em SP no poste.
?? O motorista colidiu o carro em SP.
?? Em SP, o motorista colidiu o carro.
Em SP, o motorista colidiu o carro no poste.
44. O professor colocou os livros sobre a (ou na) mesa.
?? Sobre a mesa, o professor colocou os livros.
?? Sobre a mesa, o professor colocou os livros em seu escritório.
O professor colocou os livros sobre a (ou na) mesa em seu escritório.
?? O professor colocou os livros em seu escritório sobre a (ou na) mesa.
? O professor colocou os livros em seu escritório.
? Em seu escritório, o professor colocou os livros.
Em seu escritório, o professor colocou os livros sobre a (ou na) mesa.
45. O comandante decolou o avião da pista principal.
?? Da pista principal, o comandante decolou o avião.
?? Da pista principal, o comandante decolou em Guarulhos.
O comandante decolou o avião da pista principal em Guarulhos.
?? O comandante decolou o avião em Guarulhos da pista principal.
? O comandante decolou o avião em Guarulhos.
? Em Guarulhos, o comandante decolou o avião.
Em Guarulhos, o comandante decolou o avião da pista principal.
46. A mãe deita o filho no berço.
?? No berço, a mãe deita o filho no berço.
?? No berço, a mãe deita o filho.
A mãe deita o filho no berço em BH.
?? A mãe deita o filho em BH no berço.
?? A mãe deita o filho em BH.
?? Em BH, a mãe deita o filho.
Em BH, a mãe deita o filho no berço.
47. O motorista deixou os passageiros no parque.
?? No parque, o motorista deixou os passageiros.
?? No parque, o motorista deixou os passageiros em NY.
O motorista deixou os passageiros no parque em NY.
?? O motorista deixou os passageiros em NY no parque.
? O motorista deixou os passageiros em NY.
? Em NY, o motorista deixou os passageiros.
Em NY, o motorista deixou os passageiros no parque.
48. O governo deportou os conspiradores para a Angola.
?? Para a Angola, o governo deportou os conspiradores.
?? Para a Angola, o governo deportou os conspiradores na África.
O governo deportou os conspiradores para a Angola na África.
?? O governo deportou os conspiradores na África para a Angola.
?? O governo deportou os conspiradores na África.
?? Na África, o governo deportou os conspiradores.
? Na África, o governo deportou os conspiradores para a Angola.
49. O caminhão depositou o lixo no aterro.
?? No aterro, o caminhão depositou o lixo.
?? No aterro, o caminhão depositou o lixo em BH.
O caminhão depositou o lixo no aterro em BH.
?? O caminhão depositou o lixo em BH no aterro.
?? O caminhão depositou o lixo em BH.
?? Em BH, o caminhão depositou o lixo.
Em BH, o caminhão depositou o lixo no aterro.
50. João derramou vinho na toalha.
?? Na toalha, João derramou vinho.
?? Na toalha, João derramou vinho.
João derramou vinho na toalha em Paris.
?? João derramou vinho em Paris na toalha.
? João derramou vinho em Paris.
? Em Paris, João derramou vinho.
Em Paris, João derramou vinho na toalha.
51. O motorista derrapou o carro na pista.
?? Na pista, o motorista derrapou o carro.
?? Na pista, o motorista derrapou o carro na pista.
O motorista derrapou o carro na pista em Interlagos.
?? O motorista derrapou o carro em Interlagos na pista.
? O motorista derrapou o carro em Interlagos.
? Em Interlagos, o motorista derrapou o carro.
79
Em Interlagos, o motorista derrapou o carro na pista.
52. Maria derrubou suco na toalha.
?? Na toalha, Maria derrubou suco.
?? Na toalha, Maria derrubou suco em BH.
Maria derrubou suco na toalha em BH.
?? Maria derrubou suco em BH na toalha.
?? Maria derrubou suco em BH.
?? Em BH, Maria derrubou suco.
Maria derrubou suco na toalha em BH.
53. O vento desabou as casas da encosta.
?? Da encosta, o vento desabou as casas.
?? Da encosta, o vento desabou as casas.
O vento desabou as casas da encosta no Rio.
?? O vento desabou as casas no Rio da encosta.
? O vento desabou as casas no Rio.
? No Rio, o vento desabou as casas.
O vento desabou as casas da encosta no Rio.
54. O inimigo desalojou as tropas da fortaleza.
?? Da fortaleza, o inimigo desalojou as tropas.
?? Da fortaleza, o inimigo desalojou as tropas em Atenas.
O inimigo desalojou as tropas da fortaleza em Atenas.
?? O inimigo desalojou as tropas em Atenas da fortaleza.
? O inimigo desalojou as tropas em Atenas.
? Em Atenas, o inimigo desalojou as tropas.
Em Atenas, o inimigo desalojou as tropas da fortaleza.
55. O mecânico desatolou o carro de um lodaçal.
?? De um lodaçal, o mecânico desatolou o carro.
?? De um lodaçal, o mecânico desatolou o carro no Mato Grosso.
O mecânico desatolou o carro de um lodaçal no Mato Grosso.
?? O mecânico desatolou o carro no Mato Grosso de um lodaçal.
? O mecânico desatolou o carro no Mato Grosso.
? No Mato Grosso, o mecânico desatolou o carro.
No Mato Grosso, o mecânico desatolou o carro de um lodaçal.
56. O almirante desatracou o navio do porto.
?? Do porto, o almirante desatracou o navio.
?? Do porto, o almirante desatracou o navio em Santos.
O almirante desatracou o navio do porto em Santos.
?? O almirante desatracou o navio em Santos do porto.
? O almirante desatracou o navio em Santos.
? Em Santos, o almirante desatracou o navio.
Em Santos, o almirante desatracou o navio do porto.
57. O condutor desembarcou os passageiros do trem.
?? Do trem, o condutor desembarcou os passageiros.
?? Do trem, o condutor desembarcou os passageiros em SP.
O condutor desembarcou os passageiros do trem em SP.
?? O condutor desembarcou os passageiros em SP do trem.
?? O condutor desembarcou os passageiros em SP.
?? Em SP, o condutor desembarcou os passageiros.
Em SP, o condutor desembarcou os passageiros do trem.
58. O motorista desviou seu conversível do buraco.
?? Do buraco, o motorista desviou seu conversível.
?? Do buraco, o motorista desviou seu conversível em Las Vegas.
O motorista desviou seu conversível do buraco em Las Vegas.
?? O motorista desviou seu conversível em Las Vegas do buraco.
?? O motorista desviou seu conversível em Las Vegas.
?? Em Las Vegas, o motorista desviou seu conversível.
O motorista desviou seu conversível do buraco em Las Vegas.
59. O vento elevou as folhas da estrada.
?? Da estrada, o vento elevou as folhas.
?? Da estrada, o vento elevou as folhas em BH.
O vento elevou as folhas da estrada em BH.
?? O vento elevou as folhas em BH da estrada.
? O vento elevou as folhas em BH.
? Em BH, o vento elevou as folhas.
Em BH, o vento elevou as folhas da estrada.
60. O corpo elimina substâncias tóxicas do organismo.
?? Do organismo, o corpo elimina substâncias tóxicas.
?? Do organismo, o corpo elimina substâncias tóxicas no hospital.
O corpo elimina substâncias tóxicas do organismo no hospital.
80
?? O corpo elimina substâncias tóxicas no hospital do organismo.
?? O corpo elimina substâncias tóxicas no hospital.
?? No hospital, o corpo elimina substâncias tóxicas.
No hospital, o corpo elimina substâncias tóxicas do organismo.
61. O pedreiro embutiu um aquário na parede.
?? Na parede, o pedreiro embutiu um aquário.
?? Na parede, o pedreiro embutiu um aquário em minha casa.
O pedreiro embutiu um aquário na parede em minha casa.
?? O pedreiro embutiu um aquário em minha casa na parede.
? O pedreiro embutiu um aquário em minha casa.
? Em minha casa, o pedreiro embutiu um aquário.
Em minha casa, o pedreiro embutiu um aquário na parede.
62. O governo emitiu notas de cinqüenta cruzados nos bancos.
?? Nos bancos, o governo emitiu notas de cinqüenta cruzados.
?? Nos bancos, o governo emitiu notas de cinqüenta cruzados em todo o país.
O governo emitiu notas de cinqüenta cruzados nos bancos em todo o país.
?? O governo emitiu notas de cinqüenta cruzados em todo o país nos bancos.
? O governo emitiu notas de cinqüenta cruzados em todo o país.
? Em todo o país, o governo emitiu notas de cinqüenta cruzados.
Em todo o país, o governo emitiu notas de cinqüenta cruzados nos bancos.
63. A empregada empilha os pratos no armário.
?? No armário, a empregada empilha os pratos.
?? No armário, a empregada empilha os pratos na cozinha.
A empregada empilha os pratos no armário na cozinha.
?? A empregada empilha os pratos na cozinha no armário.
? A empregada empilha os pratos na cozinha.
? Na cozinha, a empregada empilha os pratos.
Na cozinha, a empregada empilha os pratos no armário.
64. O menino empinou a pandorga a uma grande altura.
?? A uma grande altura, o menino empinou a pandorga.
?? A uma grande altura, o menino empinou a pandorga no Rio.
O menino empinou a pandorga a uma grande altura no Rio.
?? O menino empinou a pandorga no Rio a uma grande altura.
? O menino empinou a pandorga no Rio.
? No Rio, o menino empinou a pandorga.
No Rio, o menino empinou a pandorga a uma grande altura.
65. O criador empoleirou o passarinho num galho da laranjeira.
?? Num galho da laranjeira, o criador empoleirou o passarinho.
?? Num galho da laranjeira, o criador empoleirou o passarinho no sítio.
O criador empoleirou o passarinho num galho da laranjeira no sítio.
?? O criador empoleirou o passarinho no sítio num galho da laranjeira.
?? O criador empoleirou o passarinho no sítio.
?? No sítio, o criador empoleirou o passarinho.
No sítio, o criador empoleirou o passarinho num galho da laranjeira.
66. Maria encostou a escada na parede.
?? Na parede, Maria encostou a escada.
?? Na parede, Maria encostou a escada em sua casa.
Maria encostou a escada na parede em sua casa.
?? Maria encostou a escada em sua casa na parede.
?? Maria encostou a escada em sua casa.
?? Em sua casa, Maria encostou a escada.
Em sua casa, Maria encostou a escada na parede.
67. A costureira enfiou a linha na agulha.
?? Na agulha, a costureira enfiou a linha.
?? Na agulha, a costureira enfiou a linha em seu ateliê.
A costureira enfiou a linha na agulha em seu ateliê.
?? A costureira enfiou a linha em seu ateliê na agulha.
?? A costureira enfiou a linha em seu ateliê.
?? Em seu ateliê, a costureira enfiou a linha.
Em seu ateliê, a costureira enfiou a linha na agulha.
68. Maria já enviou os pacotes para o correio.
?? Para o correio, Maria já enviou os pacotes.
?? Para o correio, Maria já enviou os pacotes em BH.
Maria já enviou os pacotes para o correio em BH.
?? Maria já enviou os pacotes em BH para o correio.
?? Maria já enviou os pacotes em BH.
?? Em BH, Maria já enviou os pacotes.
Em BH, Maria já enviou os pacotes ao correio.
69. A freira enxotava as galinhas do pátio.
?? Do pátio, a freira enxotava as galinhas.
?? Do pátio, a freira enxotava as galinhas no convento.
A freira enxotava as galinhas do pátio no convento.
81
?? A freira enxotava as galinhas no convento do pátio.
? A freira enxotava as galinhas no convento.
? No convento, a freira enxotava as galinhas.
No convento, a freira enxotava as galinhas do pátio.
70. A mãe excluiu os brinquedos da mala.
?? Da mala, a mãe excluiu os brinquedos.
?? Da mala, a mãe excluiu os brinquedos da mala.
A mãe excluiu os brinquedos da mala no quarto do filho.
?? A mãe excluiu os brinquedos no quarto do filho da mala.
?? A mãe excluiu os brinquedos no quarto do filho.
?? No quarto do filho, a mãe excluiu os brinquedos.
No quarto do filho, a mãe excluiu os brinquedos da mala.
71. O governo exilou alguns políticos para ilhas distantes.
?? Para ilhas distantes, o governo exilou alguns políticos.
?? Para ilhas distantes, o governo exilou alguns políticos no Caribe.
O governo exilou alguns políticos para ilhas distantes no Caribe.
?? O governo exilou alguns políticos no Caribe para ilhas distantes.
? O governo exilou alguns políticos no Caribe.
? No Caribe, o governo exilou alguns políticos.
No Caribe, o governo exilou alguns políticos para ilhas distantes.
72. O empresário exporta matérias-primas para uma indústria.
?? Para uma indústria, o empresário exporta matérias-primas.
?? Para uma indústria, o empresário exporta matérias-primas na Europa.
O empresário exporta matérias-primas para uma indústria na Europa.
?? O empresário exporta matérias-primas na Europa para uma indústria.
?? O empresário exporta matérias-primas na Europa.
?? Na Europa, o empresário exporta matérias-primas.
Na Europa, o empresário exporta matérias-primas para uma indústria.
73. Ana guardou o dinheiro no cofre.
?? No cofre, Ana guardou o dinheiro.
?? No cofre, Ana guardou o dinheiro em BH.
Ana guardou o dinheiro no cofre em BH.
?? Ana guardou o dinheiro em BH no cofre.
?? Ana guardou o dinheiro em BH.
?? Em BH, Ana guardou o dinheiro.
Em BH, Ana guardou o dinheiro no cofre.
74. Nós importamos maçãs da Argentina.
?? Da Argentina, nós importamos maçãs.
?? Nós importamos maçãs para o Brasil.
?? Da Argentina, nós importamos maçãs para o Brasil.
? Para o Brasil, nós importamos maçãs da Argentina.
? Para o Brasil, nós importamos maçãs.
75. Maria jogou a bola na cesta.
?? Na cesta, Maria jogou a bola.
?? Na cesta, Maria jogou a bola em BH.
Maria jogou a bola na cesta em BH.
?? Maria jogou a bola em BH na cesta.
?? Maria jogou a bola na cesta em BH.
?? Em BH, Maria jogou a bola.
Em BH, Maria jogou a bola na cesta.
76. João lançou uma pedra na água.
?? Na água, João lançou uma pedra.
?? Na água, João lançou uma pedra em BH.
João lançou uma pedra na água em BH.
?? João lançou uma pedra em BH na água.
?? João lançou uma pedra em BH.
?? Em BH, João lançou uma pedra.
Em BH, João lançou uma pedra na água.
77. João levantou o filho até o esgorregador.
?? Até o esgorregador, João levantou o filho.
?? Até o esgorregador, João levantou o filho no parque.
João levantou o filho até o esgorregador no parque.
?? João levantou o filho no parque até o esgorregador.
?? João levantou o filho no parque.
?? No parque, João levantou o filho.
No parque, João levantou o filho até o esgorregador.
78. Maria meteu o filho num internato.
?? Num internato, Maria meteu o filho.
?? Num internato, Maria meteu o filho na Suíça.
Maria meteu o filho num internato na Suíça.
?? Maria meteu o filho na Suíça num internato.
82
?? Maria meteu o filho na Suíça.
?? Na Suíça, Maria meteu o filho.
Na Suíça, Maria meteu o filho num internato.
79. O artilheiro passou a bola para o jogador mais bem colocado.
?? Para o jogador mais bem colocado, o artilheiro passou a bola.
?? Para o jogador mais bem colocado, o artilheiro passou a bola no Mineirão.
O artilheiro passou a bola para o jogador mais bem colocado no Mineirão.
?? O artilheiro passou a bola no Mineirão para o jogador mais bem colocado.
?? O artilheiro passou a bola no Mineirão.
?? No Mineirão, o artilheiro passou a bola.
No Mineirão, o artilheiro passou a bola para o jogador mais bem colocado.
80. Maria pegou meu terno na tinturaria.
?? Na tinturaria, Maria pegou meu terno.
?? Na tinturaria, Maria pegou meu terno em Osasco.
Maria pegou meu terno na tinturaria em Osasco.
?? Maria pegou meu terno em Osasco na tinturaria.
? Maria pegou meu terno em Osasco.
? Em Osasco, Maria pegou meu terno.
Em Osasco, Maria pegou meu terno na tinturaria.
81. O professor pôs o material na escrivaninha.
?? Na escrivaninha, o professor pôs o material.
?? Na escrivaninha, o professor pôs o material em seu gabinete.
O professor pôs o material na escrivaninha em seu gabinete.
?? O professor pôs o material em seu gabinete na escrivaninha.
? O professor pôs o material em seu gabinete.
? Em seu gabinete, o professor pôs o material.
Em seu gabinete, o professor pôs o material na escrivaninha.
82. A pequena dama pousou a xícara sobre a mesa.
?? Sobre a mesa, a pequena dama pousou a xícara.
?? Sobre a mesa, a pequena dama pousou a xícara no restaurante.
A pequena dama pousou a xícara sobre a mesa no restaurante.
?? A pequena dama pousou a xícara no restaurante sobre a mesa.
?? A pequena dama pousou a xícara no restaurante.
?? No restaurante, a pequena dama pousou a xícara.
No restaurante, a pequena dama pousou a xícara sobre a mesa.
83. Pedro recolocou o livro na estante.
?? Na estante, Pedro recolocou o livro.
?? Na estante, Pedro recolocou o livro em SP.
Pedro recolocou o livro na estante em SP.
?? Pedro recolocou o livro em SP na estante.
?? Pedro recolocou o livro em SP.
?? Em SP, Pedro recolocou o livro.
Em SP, Pedro recolocou o livro na estante.
84. Os padres reenviaram o menino a seus pais.
?? A seus pais, os padres reenviaram o menino.
?? A seus pais, os padres reenviaram o menino em Betim.
Os padres reenviaram o menino a seus pais em Betim.
?? Os padres reenviaram o menino em Betim a seus pais.
?? Os padres reenviaram o menino em Betim.
?? Em Betim, os padres reenviaram o menino.
Em Betim, os padres reenviaram o menino a seus pais.
85. Nós repusemos os talheres na gaveta.
?? Na gaveta, nós repusemos os talheres.
?? Na gaveta, nós repusemos os talheres em Maceió.
Nós repusemos os talheres na gaveta em Maceió.
?? Nós repusemos os talheres em Maceió na gaveta.
?? Nós repusemos os talheres em Maceió.
?? Em Maceió, nós repusemos os talheres.
Em Maceió, nós repusemos os talheres na gaveta.
86. Joãozinho soltou o pássaro da gaiola.
?? Da gaiola, Joãozinho soltou o pássaro.
?? Da gaiola, Joãozinho soltou o pássaro em BH.
Joãozinho soltou o pássaro da gaiola em BH.
?? Joãozinho soltou o pássaro em BH da gaiola.
?? Joãozinho soltou o pássaro em BH.
?? Em BH, Joãozinho soltou o pássaro.
Em BH, Joãozinho soltou o pássaro da gaiola.
87. O pai suspendeu a criança no ar.
?? No ar, o pai suspendeu a criança.
?? No ar, o pai suspendeu a criança no Rio.
O pai suspendeu a criança no ar no Rio.
83
?? O pai suspendeu a criança no Rio no ar.
? O pai suspendeu a criança no Rio.
? No Rio, o pai suspendeu a criança.
No Rio, o pai suspendeu a criança no ar.
88. O policial tirou o revólver da cintura.
?? Da cintura, o policial tirou o revólver.
?? Da cintura, o policial tirou o revólver em SP.
O policial tirou o revólver da cintura em SP.
?? O policial tirou o revólver em SP da cintura.
?? O policial tirou o revólver em SP.
?? Em SP, o policial tirou o revólver.
Em SP, o policial tirou o revólver da cintura.
89. Os bombeiros tombaram uma árvore na calçada.
?? Na calçada, os bombeiros tombaram uma árvore.
?? Na calçada, os bombeiros tombaram uma árvore em BH.
Os bombeiros tombaram uma árvore na calçada em BH.
?? Os bombeiros tombaram uma árvore em BH na calçada.
?? Os bombeiros tombaram uma árvore em BH.
?? Em BH, os bombeiros tombaram uma árvore.
Em BH, os bombeiros tombaram uma árvore na calçada.
90. O pai embarcou o filho no trem.
?? No trem, o pai embarcou o filho.
?? No trem, o pai embarcou o filho em SP.
O pai embarcou o filho no trem em SP.
?? O pai embarcou o filho em SP no trem.
?? O pai embarcou o filho em SP.
?? Em SP, o pai embarcou o filho.
Em SP, o pai embarcou o filho no trem.
91. A diretora enfileirou os alunos no pátio.
?? No pátio, a diretora enfileirou os alunos.
?? No pátio, a diretora enfileirou os alunos no Colégio Dom Bosco.
A diretora enfileirou os alunos no pátio no Colégio Dom Bosco.
?? A diretora enfileirou os alunos no Colégio Dom Bosco no pátio.
?? A diretora enfileirou os alunos no Colégio Dom Bosco.
?? No Colégio Dom Bosco, a diretora enfileirou os alunos.
No Colégio Dom Bosco, a diretora enfileirou os alunos no pátio.
92. Maria acrescentou lenha ao fogo.
?? Ao fogo, Maria acrescentou lenha.
?? Ao fogo, Maria acrescentou lenha em Ouro Preto.
Maria acrescentou lenha ao fogo em Ouro Preto.
?? Maria acrescentou lenha em Ouro Preto o fogo.
?? Maria acrescentou lenha em Ouro Preto.
?? Em Ouro Preto, Maria acrescentou lenha.
Em Ouro Preto, Maria acrescentou lenha ao fogo.
93. Maria adicionou açúcar ao café.
?? Ao café, Maria adicionou açúcar.
?? Ao café, Maria adicionou açúcar em BH.
Maria adicionou açúcar ao café em BH.
?? Maria adicionou açúcar em BH ao café.
?? Maria adicionou açúcar em BH.
?? Em BH, Maria adicionou açúcar.
Em BH, Maria adicionou açúcar ao café.
94. O mensageiro entregou as cartas à governanta.
?? À governanta, o mensageiro entregou as cartas.
?? À governanta, o mensageiro entregou as cartas em BH.
O mensageiro entregou as cartas à governanta em BH.
?? O mensageiro entregou as cartas em BH à governanta.
?? O mensageiro entregou as cartas em BH.
?? Em BH, o mensageiro entregou as cartas.
Em BH, o mensageiro entregou as cartas à governanta.
95. Os marinheiros comutam suas mercadorias com o povo da região.
?? Com o povo da região, os marinheiros comutam suas mercadorias.
?? Com o povo da região, os marinheiros comutam suas mercadorias em MG.
Os marinheiros comutam suas mercadorias com o povo da região em MG.
?? Os marinheiros comutam suas mercadorias em MG com o povo da região.
?? Os marinheiros comutam suas mercadorias em MG.
?? Em MG, os marinheiros comutam suas mercadorias.
Em MG, os marinheiros comutam suas mercadorias com o povo da região.
96. O peão descarregou o pesado fardo do animal.
?? Do animal, o peão descarregou o pesado fardo.
?? Do animal, o peão descarregou o pesado fardo em Campinas.
O peão descarregou o pesado fardo do animal em Campinas.
?? O peão descarregou o pesado fardo em Campinas do animal.
84
?? O peão descarregou o pesado fardo em Campinas.
?? Em Campinas, o peão descarregou o pesado fardo.
?? Em Campinas, o peão descarregou o pesado fardo do animal.
?? Em Maceió, os bombeiros emergiram um corpo.
Em Maceió, os bombeiros emergiram um corpo da água.
3.
O motorista ultrapassou a ambulância na faixa amarela.
?? Na faixa amarela, o motorista ultrapassou a ambulância.
?? Na faixa amarela, o motorista ultrapassou a ambulância em SP.
O motorista ultrapassou a ambulância na faixa amarela.
O motorista ultrapassou a ambulância na faixa amarela.
O motorista ultrapassou a ambulância na faixa amarela.
O motorista ultrapassou a ambulância na faixa amarela.
O motorista ultrapassou a ambulância na faixa amarela.
4.
O agricultor espalhou todas as sementes no Terreno.
?? No terreno, o agricultor espalhou todas as sementes.
?? No terreno, o agricultor espalhou todas as sementes em seu sítio.
O agricultor espalhou todas as sementes no Terreno em seu sítio.
?? O agricultor espalhou todas as sementes em seu sítio no terreno.
?? O agricultor espalhou todas as sementes em seu sítio.
?? Em seu sítio, o agricultor espalhou todas as sementes.
Em seu sítio, o agricultor espalhou todas as sementes no terreno.
5.
O incendiário alastrava o fogo pela plantação.
?? Pela plantação, o incendiário alastrava o fogo.
?? Pela plantação, o incendiário alastrava o fogo em Maringá.
O incendiário alastrava o fogo pela plantação em Maringá.
?? O incendiário alastrava o fogo em Maringá pela plantação.
?? O incendiário alastrava o fogo em Maringá.
?? Em Maringá, o incendiário alastrava o fogo.
Em Maringá, o incendiário alastrava o fogo pela plantação.
97. O namorado trouxe flores para sua amada.
?? Para sua amada, o namorado trouxe flores.
?? Para sua amada, o namorado trouxe flores em BH.
O namorado trouxe flores para sua amada em BH.
?? O namorado trouxe flores em BH para sua amada.
?? O namorado trouxe flores em BH.
?? Em BH, o namorado trouxe flores.
Em BH, o namorado trouxe flores para sua amada.
98. Maria escondeu o livro na gaveta.
?? Na gaveta, Maria escondeu o livro.
?? Na gaveta, Maria escondeu o livro no escritório.
Maria escondeu o livro na gaveta no escritório.
?? Maria escondeu o livro no escritório na gaveta.
? Maria escondeu o livro no escritório.
? No escritório, Maria escondeu o livro.
No escritório, Maria escondeu o livro na gaveta.
B {D (C)/Desl, A/Desl, Loc (A)
SENTENÇAS:
1. O almirante embocou o navio para o canal.
?? Para o canal, o almirante embocou o navio.
?? Para o canal, o almirante embocou o navio em Belém.
O almirante embocou o navio para o canal em Belém.
?? O almirante embocou o navio em Belém para o canal.
?? O almirante embocou o navio em Belém.
?? Em Belém, o almirante embocou o navio.
Em Belém, o almirante embocou o navio para o canal.
2.
Os bombeiros emergiram um corpo da água.
?? Da água, os bombeiros emergiram um corpo.
?? Da água, os bombeiros emergiram um corpo em Maceió.
Os bombeiros emergiram um corpo da água em Maceió.
?? Os bombeiros emergiram um corpo em Maceió da água.
?? Os bombeiros emergiram um corpo em Maceió.
Observação: O teste de aspecto, com o uso da palavra quase, apresentou
apenas uma leitura; o que nos leva a concluir que os verbos desta classe são
do tipo achievement.
CLASSE 2: A {D (C),
A/Desl, Traj}
SENTENÇAS:
1. Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala.
?? Do canto para o meio da sala, Mariana arrastou o sofá.
?? Do canto, Mariana arrastou o sofá para o meio da sala.
85
?? Para o meio da sala, Mariana arrastou o sofá do canto.
Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala em Valadares.
? Mariana arrastou o sofá para o meio da sala em Valadares.
? Mariana arrastou o sofá do canto em Valadares.
Em Valadares, Mariana arrastou o sofá do canto para o meio da sala.
Mariana quase arrastou o sofá do canto para o meio da sala.
2.
Joana arredou o guarda-roupa da parede para o meio do quarto.
?? Da parede para o meio do quarto, Joana arredou o guarda-roupa.
?? Da parede, Joana arredou o guarda-roupa para o meio do quarto.
?? Para o meio do quarto, Joana arredou o guarda-roupa da parede.
Joana arredou o guarda-roupa da parede para o meio do quarto em Juiz de Fora.
? Joana arredou o guarda-roupa para o meio do quarto em Juiz de Fora.
?? Joana arredou o guarda-roupa da parede em Juiz de Fora.
Em Juiz de Fora, Joana arredou o guarda-roupa da parede para o meio do quarto.
Joana quase arredou o guarda-roupa da parede para o meio.
3.
O maquinista baldeava os passageiros de um trem para outro.
?? De um trem para o outro, o maquinista baldeava os passageiros.
?? De um trem, o maquinista baldeava os passageiros para outro.
?? Para o outro trem, o maquinista baldeava os passageiros de um trem.
O maquinista baldeava os passageiros de um trem para outro em SP.
? O maquinista baldeava os passageiros para outro trem em SP.
?? O maquinista baldeava os passageiros de um trem em SP.
Em SP, o maquinista baldeava os passageiros de um trem para outro.
O maquinista quase baldeava os passageiros de um trem para outro.
4.
O artilheiro chutou a bola da lateral para o gol.
?? Da lateral para o gol, o artilheiro chutou a bola.
?? Da lateral, o artilheiro chutou a bola para o gol.
?? Para o gol, o artilheiro chutou a bola da lateral.
O artilheiro chutou a bola da lateral para o gol no Maracanã.
?? O artilheiro chutou a bola da lateral no Maracanã.
? O artilheiro chutou a bola para o gol no Maracanã.
No Maracanã, o artilheiro chutou a bola da lateral para o gol.
O artilheiro quase chutou a bola da lateral para o gol.
5.
A mãe desceu o filho do carrinho para o chão.
?? Do carrinho para o chão, a mãe desceu o filho.
?? Do carrinho, a mãe desceu o filho para o chão.
?? Para o chão, a mãe desceu o filho do carrinho.
A mãe desceu o filho do carrinho para o chão na praça.
? A mãe desceu o filho do carrinho na praça.
? A mãe desceu o filho para o chão na praça.
Na praça, a mãe desceu o filho do carrinho para o chão.
A mãe quase desceu o filho do carrinho para o chão.
6.
Popó ergueu um peso do chão até uma altura considerável.
?? Do chão até uma altura considerável, Popó ergueu um peso.
?? Do chão, Popó ergueu um peso até uma altura considerável.
?? Até uma altura considerável, Popó ergueu um peso do chão
Popó ergueu um peso do chão até uma altura considerável na academia.
? Popó ergueu um peso do chão na academia.
? Popó ergueu um peso até uma altura considerável na academia.
Na academia, Popó ergueu um peso do chão até uma altura considerável.
Popó quase ergueu um peso do chão até uma altura considerável.
7.
A catapulta projetava pedras da fortaleza sobre o inimigo.
?? Da fortaleza sobre o inimigo, a catapulta projetava pedras.
?? Da fortaleza, a catapulta projetava pedras sobre o inimigo.
?? Sobre o inimigo, a catapulta projetava pedras da fortaleza.
A catapulta projetava pedras da fortaleza sobre o inimigo na Grécia.
?? A catapulta projetava pedras da fortaleza na Grécia.
? A catapulta projetava pedras sobre o inimigo na Grécia.
Na Grécia, a catapulta projetava pedras da fortaleza sobre o inimigo.
A catapulta quase projetava pedras da fortaleza sobre o inimigo.
8.
O novo presidente remanejou os móveis do seu gabinete para outro andar.
?? Do seu gabinete para outro andar, o novo presidente remanejou os móveis.
?? Do seu gabinete, o novo presidente remanejou os móveis para outro andar.
?? Para outro andar, o novo presidente remanejou os móveis do seu gabinete.
O novo presidente remanejou os móveis do seu gabinete para outro andar no edifício.
? O novo presidente remanejou os móveis do seu gabinete no edifício.
? O novo presidente remanejou os móveis para outro andar no edifício.
No edifício, o novo presidente remanejou os móveis do seu gabinete para outro andar.
O novo presidente quase remanejou os móveis do seu gabinete para outro andar.
9.
A empregada removeu a poltrona da biblioteca para a sala.
?? Da biblioteca para a sala, a empregada removeu a poltrona.
?? Da biblioteca, a empregada removeu a poltrona para a sala.
?? Para a sala, a empregada removeu a poltrona da biblioteca.
A empregada removeu a poltrona da biblioteca para a sala na casa de Maria.
86
? A empregada removeu a poltrona da biblioteca na casa de Maria.
? A empregada removeu a poltrona para a sala na casa de Maria.
Na casa de Maria, a empregada removeu a poltrona da biblioteca para a sala.
10. A diretora transferiu o aluno de uma sala para outra.
?? De uma sala para outra, a diretora transferiu o aluno.
?? De uma sala, a diretora transferiu o aluno para outra.
?? Para outra sala, a diretora transferiu o aluno de uma sala.
A diretora transferiu o aluno de uma sala para outra no Dom Cabral.
?? A diretora transferiu o aluno de uma sala no Dom Cabral.
? A diretora transferiu o aluno para outra sala no Dom Cabral.
No Dom Cabral, a diretora transferiu o aluno de uma sala para outra.
14. Eles rebaixaram a rede de vôlei da altura máxima para a mínima.
?? Da altura máxima para a mínima, eles rebaixaram a rede de vôlei.
?? Da altura máxima, eles rebaixaram a rede de vôlei para a altura mínima.
?? Para a altura mínima, eles rebaixaram a rede de vôlei da altura máxima.
Eles rebaixaram a rede de vôlei da altura máxima para a mínima na quadra.
?? Eles rebaixaram a rede de vôlei da altura máxima na quadra.
? Eles rebaixaram a rede de vôlei para a altura mínima na quadra.
Na quadra, eles rebaixaram a rede de vôlei da altura máxima para a mínima.
B {D (C)/Desl, A/Desl, TRAJ
11. O governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas da Itália para o Rio.
SENTENÇAS:
?? Da Itália para o Rio, o governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas.
?? Da Itália, o governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas para o Rio.
1. O médico acompanhou o paciente do quarto até sala de cirurgia.
?? Para o Rio, o governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas da Itália.
?? Do quarto até sala de cirurgia, o médico acompanhou o paciente.
O governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas da Itália para o Rio no avião da FAB. ?? Do quarto, o médico acompanhou o paciente até sala de cirurgia.
?? O governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas da Itália no avião da FAB.
?? Até sala de cirurgia, o médico acompanhou o paciente do quarto.
? O governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas para o Rio no avião da FAB.
O médico acompanhou o paciente do quarto até sala de cirurgia na Santa Casa.
No avião da FAB, o governo trasladou os restos mortais dos nossos pracinhas da Itália para o Rio. ?? O médico acompanhou o paciente do quarto na Santa Casa.
? O médico acompanhou o paciente até sala de cirurgia na Santa Casa.
12. João abaixou a cesta de basquete de dois metros e vinte para dois metros.
Na Santa Casa, o médico acompanhou o paciente do quarto até sala de cirurgia.
?? De dois metros e vinte para dois metros, João abaixou a cesta de basquete.
?? De dois metros e vinte, João abaixou a cesta de basquete para dois metros.
2. O tropeiro campeava o gado desde o pasto até o curral.
?? Para dois metros, João abaixou a cesta de basquete de dois metros e vinte.
?? Desde o pasto até o curral, o tropeiro campeava o gado.
João abaixou a cesta de basquete de dois metros e vinte para dois metros no Mineirinho.
?? Desde o pasto, o tropeiro campeava o gado até o curral.
?? João abaixou a cesta de basquete de dois metros e vinte no Mineirinho.
?? Até o curral, o tropeiro campeava o gado desde o pasto.
? João abaixou a cesta de basquete para dois metros no Mineirinho.
O tropeiro campeava o gado desde o pasto até o curral em Araxá.
No Mineirinho, João abaixou a cesta de basquete de dois metros e vinte para dois metros.
?? O tropeiro campeava o gado desde o pasto em Araxá.
? O tropeiro campeava o gado até o curral em Araxá.
13. A moça abriu as cortinas de um lado até o outro.
Em Araxá, o tropeiro campeava o gado desde o pasto até o curral.
?? De um lado até o outro, a moça abriu as cortinas.
?? De um lado, a moça abriu as cortinas até o outro.
3. Eu carreguei a mala desde o trem até o automóvel.
?? Até o outro lado, a moça abriu as cortinas de um lado.
?? Desde o trem até o automóvel, eu carreguei a mala.
A moça abriu as cortinas de um lado até o outro na sala.
?? Desde o trem, eu carreguei a mala até o automóvel.
?? A moça abriu as cortinas de um lado na sala.
?? Até o automóvel, eu carreguei a mala desde o trem.
?? A moça abriu as cortinas até o outro na sala.
Eu carreguei a mala desde o trem até o automóvel em Brasília.
Na sala, a moça abriu as cortinas de um lado até o outro.
?? Eu carreguei a mala desde o trem em Brasília.
? Eu carreguei a mala até o automóvel em Brasília.
87
Em Brasília, eu carreguei a mala desde o trem até o automóvel.
4.
5.
6.
7.
8.
O secretário conduziu o cliente do saguão até a sala do diretor.
?? Do saguão até a sala do diretor, o secretário conduziu o cliente.
?? Do saguão, o secretário conduziu o cliente até a sala do diretor.
?? Até a sala do diretor, o secretário conduziu o cliente do saguão.
O secretário conduziu o cliente do saguão até a sala do diretor na C&A.
?? O secretário conduziu o cliente do saguão na C&A.
? O secretário conduziu o cliente até a sala do diretor na C&A.
Na C&A, o secretário conduziu o cliente do saguão até a sala do diretor.
O jogador deslocou a bola de um lado do campo até o outro.
?? De um lado do campo até o outro, o jogador deslocou a bola.
?? De um lado do campo, o jogador deslocou a bola até o outro lado.
?? Até o outro lado, o jogador deslocou a bola de um lado do campo.
O jogador deslocou a bola de um lado do campo até o outro no Morumbi.
?? O jogador deslocou a bola de um lado do campo no Morumbi.
? O jogador deslocou a bola até o outro lado do campo no Morumbi.
No Morumbi, o jogador deslocou a bola de um lado do campo até o outro.
Eu dirigi o carro da garagem até o portão.
?? Da garagem até o portão, eu dirigi o carro.
?? Da garagem, eu dirigi o carro até o portão.
?? Até o portão, eu dirigi o carro da garagem.
Eu dirigi o carro da garagem até o portão em minha casa.
?? Eu dirigi o carro da garagem em minha casa.
? Eu dirigi o carro até o portão em minha casa.
Em minha casa, eu dirigi o carro da garagem até o portão.
O gari empurrou o carrinho de uma esquina até a outra.
?? De uma esquina até a outra, o gari empurrou o carrinho.
?? De uma esquina, o gari empurrou o carrinho até a outra.
?? Até a outra esquina, o gari empurrou o carrinho de uma esquina.
O gari empurrou o carrinho de uma esquina até a outra em BH.
?? O gari empurrou o carrinho de uma esquina em BH.
?? O gari empurrou o carrinho até a outra esquina em BH.
Em BH, o gari empurrou o carrinho de uma esquina até a outra.
O policial guiou os meninos do clube até suas casas.
?? Do clube até suas casas, o policial guiou os meninos.
?? Do clube, o policial guiou os meninos até suas casas.
?? Até suas casas, o policial guiou os meninos do clube.
O policial guiou os meninos do clube até suas casas em SP.
?? O policial guiou os meninos do clube em SP.
? O policial guiou os meninos até suas casas em SP.
Em SP, o policial guiou os meninos do clube até suas casas.
9.
Maria leva as crianças da casa até a escola.
?? Da casa até a escola, Maria leva as crianças.
?? Da casa, Maria leva as crianças até a escola.
?? Até a escola, Maria leva as crianças da casa.
Maria leva as crianças da casa até a escola em Diamantina.
?? Maria leva as crianças da casa em Diamantina.
? Maria leva as crianças até a escola em Diamantina.
Em Diamantina, Maria leva as crianças da casa até a escola.
10. Eles moveram o armário do centro da sala para o canto.
?? Do centro da sala para o canto, eles moveram o armário.
?? Do centro da sala, eles moveram o armário para o canto.
?? Para o canto, eles moveram o armário do centro da sala.
Eles moveram o armário do centro da sala para o canto na biblioteca.
? Eles moveram o armário do centro da sala na biblioteca.
? Eles moveram o armário para o canto na biblioteca.
Na biblioteca, eles moveram o armário do centro da sala para o canto.
11. Os mecânicos movimentam o carro de uma vala até a outra.
?? De uma vala até a outra, os mecânicos movimentam o carro.
?? De uma vala, os mecânicos movimentam o carro até a outra.
?? Até a outra, os mecânicos movimentam o carro de uma vala.
Os mecânicos movimentam o carro de uma vala até a outra na oficina.
?? Os mecânicos movimentam o carro de uma vala na oficina.
? Os mecânicos movimentam o carro até a outra vala na oficina.
Na oficina, os mecânicos movimentam o carro de uma vala até a outra.
12. O capataz reconduziu o gado do pasto para o curral.
?? Do pasto para o curral, o capataz reconduziu o gado.
?? Do pasto, o capataz reconduziu o gado para o curral.
?? Para o curral, o capataz reconduziu o gado do pasto.
O capataz reconduziu o gado do pasto para o curral na fazenda.
88
?? O capataz reconduziu o gado do pasto na fazenda.
? O capataz reconduziu o gado para o curral na fazenda.
Na fazenda, o capataz reconduziu o gado do pasto para o curral.
13. O piloto rumou o barco do porto para alto-mar.
?? Do porto para alto-mar, o piloto rumou o barco.
?? Do porto, o piloto rumou o barco para alto-mar.
?? Para alto-mar, o piloto rumou o barco do porto.
O piloto rumou o barco do porto para alto-mar em Atenas.
?? O piloto rumou o barco do porto em Atenas.
? O piloto rumou o barco para alto-mar em Atenas.
Em Atenas, o piloto rumou o barco do porto para alto-mar.
14. Ela seguiu o namorado da porta da casa até a praça.
?? Da porta da casa até a praça, ela seguiu o namorado.
?? Da porta da casa, ela seguiu o namorado até a praça.
?? Até a praça, ela seguiu o namorado da porta da casa.
Ela seguiu o namorado da porta da casa até a praça em Maringá.
?? Ela Seguiu o namorado da porta da casa em Maringá.
? Ela seguiu o namorado até a praça em Maringá.
Em Maringá, ela seguiu o namorado da porta da casa até a praça.
15. O motorista virou o carro da direita para a esquerda.
?? Da direita para a esquerda, o motorista virou o carro.
?? Da direita, o motorista virou o carro para a esquerda.
?? Para a esquerda, o motorista virou o carro da direita.
O motorista virou o carro da direita para a esquerda no estacionamento.
?? O motorista virou o carro da direita no estacionamento.
? O motorista virou o carro para a esquerda no estacionamento.
No estacionamento, o motorista virou o carro da direita para a esquerda.
16. Um funcionário transportou a mala desde o carro até o saguão do hotel.
?? Desde o carro até o saguão do hotel, um funcionário transportou a mala.
?? Desde o carro, um funcionário transportou a mala até o saguão do hotel.
?? Até o saguão do hotel, um funcionário transportou a mala desde o carro.
Um funcionário transportou a mala desde o carro até o saguão do hotel em Copacabana.
?? Um funcionário transportou a mala desde o carro em Copacabana.
? Um funcionário transportou a mala até o saguão do hotel em Copacabana.
Em Copacabana, um funcionário transportou a mala desde o carro até o saguão do hotel.
17. José cavalgou um potro bravo desde a fazenda até o córrego.
?? Desde a fazenda até o córrego, José cavalgou um potro bravo.
?? Desde a fazenda, José cavalgou um potro bravo até o córrego.
?? Até o córrego, José cavalgou um potro bravo desde a fazenda.
José cavalgou um potro bravo desde a fazenda até o córrego em Bonito.
?? José cavalgou um potro bravo desde a fazenda em Bonito.
? José cavalgou um potro bravo até o córrego em Bonito.
Em Bonito, José cavalgou um potro bravo desde a fazenda até o córrego.
CLASSE 3: {D (C)/Desl, Loc(A)}
SENTENÇAS:
1.
O cavaleiro apeou do cavalo.
?? Do cavalo, o cavaleiro apeou.
?? Do cavalo, o cavaleiro apeou em Caxias.
O cavaleiro apeou do cavalo em Caxias.
Em Caxias, o cavaleiro apeou do cavalo.
O cavaleiro quase apeou do cavalo.
* O cavaleiro apeou do cavalo ao chão.
* O cavaleiro apeou.
2.
João ausentou-se de casa.
?? De casa, João ausentou-se.
?? De casa, João ausentou-se no Rio.
João ausentou-se de casa no Rio.
No Rio, João ausentou-se de casa.
João quase ausentou-se de casa.
* João ausentou-se de casa para a rua.
3.
João compareceu ao casamento da prima.
?? Ao casamento da prima, João compareceu.
?? Ao casamento da prima, João compareceu em Campo Grande.
João compareceu ao casamento da prima em Campo Grande.
Em Campo Grande, João compareceu ao casamento da prima.
João quase compareceu ao casamento da prima.
* João compareceu.
89
4.
5.
6.
7.
Um homem desconhecido entrou na sala.
?? Na sala, um homem desconhecido entrou.
?? Na sala, um homem desconhecido entrou na UFMG.
Um homem desconhecido entrou na sala na UFMG.
Na UFMG, um homem desconhecido entrou na sala.
Um homem desconhecido quase entrou na sala.
* Um homem desconhecido entrou.
Os meninos subiram na árvore.
?? Na árvore, os meninos subiram.
?? Na árvore, os meninos subiram no bosque.
Os meninos subiram na árvore no bosque.
No bosque, os meninos subiram na árvore.
?? Os meninos subiram no bosque.
Os meninos quase subiram na árvore.
?? Os meninos subiram em S.P.
* Os meninos subiram.
Muitos curiosos acorreram ao lugar.
?? Ao lugar, muitos curiosos acorreram.
?? Ao lugar, muitos curiosos acorreram no Rio.
No Rio, muitos curiosos acorreram ao lugar.
?? Muitos curiosos acorreram no Rio.
* Muitos curiosos acorreram.
Muitos curiosos quase acorreram ao lugar.
João penetrou num recinto.
?? Num recinto, João penetrou.
?? Num recinto, João penetrou em Goiânia.
João penetrou num recinto em Goiânia.
Em Goiânia, João penetrou num recinto.
?? Em Goiânia, João penetrou.
João Quase penetrou num recinto.
* João penetrou.
?? O moleque trepou no sítio do avô.
* O moleque trepou.
9.
10. João chegou à faculdade.
? À faculdade, João chegou.
? À faculdade, João chegou em Caraças.
João chegou à faculdade em Caraças.
Em Caraças, João chegou à faculdade.
? Em Caraças, João chegou.
João quase chegou à faculdade.
* João chegou.
11. O andaime abateu sobre um transeunte.
?? Sobre um transeunte, o andaime abateu.
?? Sobre um transeunte, o andaime abateu em Osasco.
O andaime abateu sobre um transeunte em Osasco.
Em Osasco, o andaime abateu sobre um transeunte.
?? O andaime abateu em Osasco.
O andaime quase abateu sobre um transeunte.
?? O andaime abateu.
CLASSE 4: {D (C)/Desl, Traj}
SENTENÇAS:
1.
8.
O moleque trepou nas árvores.
?? Nas árvores, o moleque trepou.
?? Nas árvores, o moleque trepou no sítio do avô.
O moleque trepou nas árvores no sítio do avô.
No sítio do avô, o moleque trepou nas árvores.
O veleiro singrou para o mar afora.
?? Para o mar afora, o veleiro singrou.
?? Para o mar afora, o veleiro singrou no Atlântico.
O veleiro singrou para o mar afora no Atlântico.
No Atlântico, o veleiro singrou para o mar afora.
O veleiro Quase singrou para o mar afora.
* O veleiro singrou.
As tropas partiram do Sul para o Norte.
?? Para o Norte, as tropas partiram do Sul.
?? Do Sul para o Norte, as tropas partiram.
?? Do Sul, as tropas partiram para o Norte.
As tropas partiram do Sul para o Norte no Chile.
No Chile, as tropas partiram do Sul para o Norte.
90
? As tropas partiram do Sul no Chile.
? As tropas partiram para o Norte no Chile.
* As tropas partiram.
? Inúmeros curiosos convergiam de todos os lados em Maceió.
? Inúmeros curiosos convergiam para aquele lugar em Maceió.
* Inúmeros curiosos convergiam.
2.
João andava de uma loja até a outra.
?? Até outra, João andava de uma loja.
?? De uma loja até a outra, João andava.
?? De uma loja, João andava até a outra.
João andava de uma loja até a outra no centro da cidade.
No centro da cidade, João andava de uma loja até a outra.
* João andava de uma loja no centro da cidade.
? João andava até a outra loja no centro da cidade.
? João andava.
6.
O garoto correu da casa para a rua.
?? Da casa, o garoto correu para a rua.
?? Para a rua, o garoto correu da casa.
?? Da casa para a rua, o garoto correu.
O garoto correu da casa para a rua em BH.
Em BH, o garoto correu da casa para a rua.
?? O garoto correu da casa em BH.
? O garoto correu para a rua em BH.
? O garoto correu.
3.
O exército avançava do campo para a cidade.
?? Para a cidade, o exército avançava do campo.
?? Do campo, o exército avançava para a cidade.
?? Do campo para a cidade, o exército avançava.
O exército avançava do campo para a cidade na Espanha.
Na Espanha, o exército avançava do campo para a cidade.
* O exército avançava do campo na Espanha.
? O exército avançava para a cidade na Espanha.
? O exército avançava.
7.
O carro descambou da rua para o rio.
?? Da rua, o carro descambou.
?? Para o rio, o carro descambou da rua.
?? Da rua para o rio, o carro descambou.
O carro descambou da rua para o rio em Petrópolis.
Em Petrópolis, o carro descambou da rua para o rio.
?? O carro descambou da rua em Petrópolis.
? O carro descambou para o rio em Petrópolis.
? O carro descambou.
4.
João caminhou de casa até o trabalho.
?? De casa, João caminhou até o trabalho.
?? Até o trabalho, João caminhou de casa.
?? De casa até o trabalho, João caminhou.
João caminhou de casa até o trabalho em SP.
Em SP, João caminhou de casa até o trabalho.
?? João caminhou de casa em SP.
? João caminhou até o trabalho em SP.
? João caminhou.
8.
Os ciganos emigram de uma terra para outra.
?? De uma terra, os ciganos emigram para outra.
?? Para outra, os ciganos emigram de uma terra.
?? De uma terra para outra, os ciganos emigram.
Os ciganos emigram de uma terra para outra na Arábia.
Na Arábia, os ciganos emigram de uma terra para outra.
?? Os ciganos emigram de uma terra na Arábia.
? Os ciganos emigram para outra terra na Arábia.
? Os ciganos emigram.
5.
Inúmeros curiosos convergiam de todos os lados para aquele lugar.
?? De todos os lados, inúmeros curiosos convergiam para aquele lugar.
?? Para aquele lugar, inúmeros curiosos convergiam de todos os lados.
?? De todos os lados para aquele lugar, inúmeros curiosos convergiam
Inúmeros curiosos convergiam de todos os lados para aquele lugar em Maceió.
Em Maceió, inúmeros curiosos convergiam de todos os lados para aquele lugar.
9.
O ladrão esgueirou-se da sala para a cozinha.
?? Da sala, o ladrão esgueirou-se para a cozinha.
?? Para a cozinha, o ladrão esgueirou-se da sala.
?? Da sala para a cozinha, o ladrão esgueirou-se.
O ladrão esgueirou-se da sala para a cozinha na minha casa.
Na minha casa, o ladrão esgueirou-se da sala para a cozinha.
91
?? O ladrão esgueirou-se da sala na minha casa.
? O ladrão esgueirou-se para a cozinha na minha casa.
? O ladrão esgueirou-se.
10. A água flui da fonte para as plantas.
?? Da fonte, a água flui para as plantas.
?? Para as plantas, a água flui da fonte.
?? Da fonte para as plantas, a água flui.
A água flui da fonte para as plantas no jardim do palácio.
No jardim do palácio, a água flui da fonte para as plantas.
? A água flui da fonte no jardim do palácio.
? A água flui para as plantas no jardim do palácio.
? A água flui.
11. O escravo fugiu do cativeiro para o mato.
?? Do cativeiro, o escravo fugiu para o mato.
?? Para o mato, o escravo fugiu do cativeiro.
?? Do cativeiro para o mato, o escravo fugiu.
O escravo fugiu do cativeiro para o mato em Ouro Preto.
Em Ouro Preto, o escravo fugiu do cativeiro para o mato.
? O escravo fugiu do cativeiro em Ouro Preto.
? O escravo fugiu para o mato em Ouro Preto.
? O escravo fugiu.
12. Os forasteiros imigraram do sul para as terras das minas.
?? Do sul, os forasteiros imigraram para as terras das minas.
?? Para as terras das minas, os forasteiros imigraram do sul.
?? Do sul para as terras das minas, os forasteiros imigraram.
Os forasteiros imigraram do sul para as terras das minas em Goiás.
Em Goiás, os forasteiros imigraram do sul para as terras das minas.
?? Os forasteiros imigraram do sul em Goiás.
? Os forasteiros imigraram para as terras das minas em Goiás.
? Os forasteiros imigraram.
13. O doente mal se locomoveu do quarto para a sala.
?? Do Quarto, o doente mal se locomoveu para a sala.
?? Para a sala, o doente mal se locomoveu do quarto.
?? Do Quarto para a sala, o doente mal se locomoveu.
O doente mal se locomoveu do quarto para a sala em sua residência.
Em sua residência, o doente mal se locomoveu do quarto para a sala.
? O doente mal se locomoveu do quarto em sua residência.
? O doente mal se locomoveu para a sala em sua residência.
? O doente mal se locomoveu.
14. O exército marchou desde o quartel até a fronteira.
?? Desde o quartel, o exército marchou até a fronteira.
?? Até a fronteira, o exército marchou desde o quartel.
?? Desde o quartel até a fronteira, o exército marchou.
O exército marchou desde o quartel até a fronteira no Líbano.
No Líbano, o exército marchou desde o quartel até a fronteira.
* O exército marchou desde o quartel no Líbano.
? O exército marchou até a fronteira no Líbano.
? O exército marchou.
15. Ele se mudou da cidade para o campo.
?? Da cidade, ele se mudou para o campo.
?? Para o campo, ele se mudou da cidade.
?? Da cidade para o campo, ele se mudou.
Ele se mudou da cidade para o campo em Minas.
Em Minas, ele se mudou da cidade para o campo.
* Ele se mudou da cidade em Minas.
?? Ele se mudou para o campo em Minas.
Ele se mudou.
16. Eu nadava da ponta do Boi até perto da Lagoa.
?? Da ponta do Boi, eu nadava até perto da Lagoa.
?? Até a Lagoa, eu nadava da ponta do Boi.
?? Da ponta do Boi até perto da Lagoa, eu nadava.
Na fazenda, eu nadava da ponta do Boi até perto da Lagoa.
Eu nadava da ponta do Boi até perto da Lagoa na fazenda.
* Eu nadava da ponta do Boi na fazenda.
? Eu nadava até perto da Lagoa na fazenda.
? Eu nadava.
17. Os piratas navegaram do sul para o norte.
?? Do sul, os piratas navegaram para o norte.
?? Para o norte, os piratas navegaram do sul.
?? Do sul para o norte, os piratas navegaram.
Os piratas navegaram do sul para o norte no Pacífico.
No Pacífico, os piratas navegaram do sul para o norte.
* Os piratas navegaram do sul no Pacífico.
92
? Os piratas navegaram para o norte no Pacífico.
Os piratas navegaram.
? Paulo saiu para a escola em Betim.
? Paulo saiu.
18. Ela recuou da porta para a escada.
?? Da porta, ela recuou para a escada.
?? Para a escada, ela recuou da porta.
?? Da porta para a escada, ela recuou.
Ela recuou da porta para a escada no hotel.
No hotel, ela recuou da porta para a escada.
?? Ela recuou da porta no hotel.
?? Ela recuou para a escada no hotel.
? Ela recuou.
22. Aquele ninja saltou de um telhado para o outro.
?? De um telhado, aquele ninja saltou para o outro.
?? Para o outro, aquele ninja saltou de um telhado.
?? De um telhado para o outro, aquele ninja saltou.
Aquele ninja saltou de um telhado para o outro em Hong Kong.
Em Hong Kong, aquele ninja saltou de um telhado para o outro.
?? Aquele ninja saltou de um telhado em Hong Kong.
? Aquele ninja saltou para o outro telhado em Hong Kong.
?? Aquele ninja saltou.
19. Os soldados retornaram da guerra a seus lares.
?? Da guerra, os soldados retornaram a seus lares.
?? A seus lares, os soldados retornaram da guerra.
?? Da guerra a seus lares, os soldados retornaram.
Os soldados retornaram da guerra a seus lares na Irlanda.
Na Irlanda, os soldados retornaram da guerra a seus lares.
? Os soldados retornaram da guerra na Irlanda.
? Os soldados retornaram a seus lares na Irlanda.
? Os soldados retornaram.
23. Centenas de pessoas transitaram de um lado para o outro.
?? De um lado, centenas de pessoas transitaram para o outro.
?? Para o outro, centenas de pessoas transitaram de um lado.
?? De um lado para o outro, centenas de pessoas transitaram.
Centenas de pessoas transitaram de um lado para o outro no centro da cidade.
No centro da cidade, centenas de pessoas transitaram de um lado para o outro.
* Centenas de pessoas transitaram de um lado no centro da cidade.
?? Centenas de pessoas transitaram para o outro lado no centro da cidade.
* Centenas de pessoas transitaram.
20. As crianças regressaram da escola para casa.
?? Da escola, as crianças regressaram para casa.
?? Para casa, as crianças regressaram da escola.
?? Da escola para casa, as crianças regressaram.
As crianças regressaram da escola para casa em Maringá.
Em Maringá, as crianças regressaram da escola para casa.
? As crianças regressaram da escola em Maringá.
? As crianças regressaram para casa em Maringá.
? As crianças regressaram.
24. Paulo velejava da costa até a ilha.
?? Da costa, Paulo velejava até a ilha.
?? Até a ilha, Paulo velejava da costa.
?? Da costa até a ilha, Paulo velejava.
Paulo velejava da costa até a ilha no Atlântico.
No Atlântico, Paulo velejava da costa até a ilha.
* Paulo velejava da costa no Atlântico.
? Paulo velejava até a ilha no Atlântico.
? Paulo velejava.
21. Paulo saiu de sua casa para a escola.
?? De sua casa, Paulo saiu para a escola.
?? Para a escola, Paulo saiu de sua casa.
?? De sua casa para a escola, Paulo saiu.
Paulo saiu de sua casa para a escola em Betim.
Em Betim, Paulo saiu de sua casa para a escola.
?? Paulo saiu de sua casa em Betim.
25. Pedro viajou de São Paulo para o Rio de Janeiro.
?? De São Paulo, Pedro viajou para o Rio de Janeiro.
?? Para o Rio de Janeiro, Pedro viajou de São Paulo.
? Pedro viajou.
26. Pedro veio de São Paulo para o Rio de Janeiro.
?? De São Paulo, Pedro veio para o Rio de Janeiro.
93
?? Para o Rio de Janeiro, Pedro veio de São Paulo.
? Pedro veio.
? O bebê engatinhou até a sala na casa de Paula.
?? O bebê engatinhou.
27. As aves voaram dali para o telhado.
?? Dali, as aves voaram para o telhado.
?? Para o telhado, as aves voaram dali.
?? Dali para o telhado, as aves voaram.
As aves voaram dali para o telhado na praça.
Na praça, as aves voaram dali para o telhado.
?? As aves voaram dali na praça.
?? As aves voaram para o telhado na praça.
? As aves voaram.
31. Os soldados rastejaram do quartel até o forte.
?? Do quartel, os soldados rastejaram até o forte.
?? Até o forte, os soldados rastejaram do quartel.
?? Do quartel até o forte, os soldados rastejaram.
Os soldados rastejaram do quartel até o forte em Bogotá.
Em Bogotá, os soldados rastejaram do quartel até o forte.
* Os soldados rastejaram do quartel em Bogotá.
? Os soldados rastejaram até o forte em Bogotá.
? Os soldados rastejaram.
28. Muitas famílias migraram do Nordeste para o Sul.
?? Do Nordeste, muitas famílias migraram para o Sul.
?? Para o Sul, muitas famílias migraram do Nordeste.
?? Do Nordeste para o Sul, muitas famílias migraram.
Muitas famílias migraram do Nordeste para o Sul no Brasil.
No Brasil, muitas famílias migraram do Nordeste para o Sul.
? Muitas famílias migraram do Nordeste no Brasil.
? Muitas famílias migraram para o Sul no Brasil.
? Muitas famílias migraram.
32. O rapaz trotou do campo até a fazenda.
?? Do campo, o rapaz trotou até a fazenda.
?? Até a fazenda, o rapaz trotou do campo.
?? Do campo até a fazenda, o rapaz trotou.
O rapaz trotou do campo até a fazenda em Araguari.
Em Araguari, o rapaz trotou do campo até a fazenda.
* O rapaz trotou do campo em Araguari.
?? O rapaz trotou até a fazenda em Araguari.
? O rapaz trotou.
29. João vai do centro para casa.
?? Do centro, João vai para casa.
?? Para a casa, João vai do centro.
?? Do centro para casa, João vai.
João vai do centro para casa em BH.
Em BH, João vai do centro para casa.
* João vai do centro em BH.
? João vai para casa em BH.
? João vai.
33. O novo ônibus trafegou de um bairro até o outro.
?? De um bairro, o novo ônibus trafegou até o outro.
?? Até o outro, o novo ônibus trafegou de um bairro.
?? De um bairro até o outro, o novo ônibus trafegou.
O novo ônibus trafegou de um bairro até o outro em SP.
Em SP, o novo ônibus trafegou de um bairro até o outro.
* O novo ônibus trafegou de um bairro em SP.
?? O novo ônibus trafegou até o outro bairro em SP.
? O novo ônibus trafegou.
30. O bebê engatinhou desde o quarto até a sala.
?? Desde o quarto, o bebê engatinhou até a sala.
?? Até a sala, o bebê engatinhou desde o quarto.
?? Desde o quarto até a sala, o bebê engatinhou.
O bebê engatinhou desde o quarto até a sala na casa de Paula.
Na casa de Paula, o bebê engatinhou desde o quarto até a sala.
* O bebê engatinhou desde o quarto na casa de Paula.
34. O animal galopou do pasto até o curral.
?? Do pasto, o animal galopou até o curral.
?? Até o curral, o animal galopou do pasto.
?? Do pasto até o curral, o animal galopou.
O animal galopou do pasto até o curral na fazenda.
Na fazenda, o animal galopou do pasto até o curral.
* O animal galopou do pasto na fazenda.
? O animal galopou até o curral na fazenda.
94
? O animal galopou.
4.
O livro escapuliu da minha.
?? Da minha mão, o livro escapuliu.
?? Da minha mão, o livro escapuliu na escola.
O livro escapuliu da minha mão na escola.
?? O livro escapuliu na escola da minha mão.
?? O livro escapuliu na escola.
?? Na escola, o livro escapuliu.
Na escola, o livro escapuliu da minha mão.
5.
O vaso escorregou-lhe das mãos.
?? Das mãos, o vaso escorregou-lhe.
?? Das mãos, o vaso escorregou-lhe na cozinha.
O vaso escorregou-lhe das mãos na cozinha.
?? O vaso escorregou-lhe na cozinha das mãos.
?? O vaso escorregou-lhe na cozinha.
?? Na cozinha, o vaso escorregou-lhe.
Na cozinha, o vaso escorregou-lhe das mãos.
6.
Uma grande pedra ruiu sobre a casa.
?? Sobre a casa, uma grande pedra ruiu.
?? Sobre a casa, uma grande pedra ruiu em BH.
Uma grande pedra ruiu sobre a casa em BH.
?? Uma grande pedra ruiu em BH sobre a casa.
?? Uma grande pedra ruiu em BH.
?? Em BH, uma grande pedra ruiu.
Em BH, uma grande pedra ruiu sobre a casa.
7.
A Lua surgiu no horizonte.
?? No horizonte, a Lua surgiu.
?? No horizonte, a Lua surgiu em SP.
A Lua surgiu no horizonte em SP.
?? A Lua surgiu em SP no horizonte.
?? A Lua surgiu em SP.
?? Em SP, a Lua surgiu.
Em SP, a Lua surgiu no horizonte.
8.
O vinho transborda do cálice.
?? Do cálice, o vinho transborda.
?? Do cálice, o vinho transborda em Paris.
O vinho transborda do cálice em Paris.
35. A estudante voltou de Paris para a sua casa.
?? De Paris, a estudante voltou para a sua casa.
?? Para a sua casa, a estudante voltou de Paris.
?? De Paris para a sua casa, a estudante voltou.
A estudante voltou de/em/a/para Paris.
? A estudante voltou.
CLASSE 5: {A/Desl, Loc/A}
SENTENÇAS:
1.
2.
3.
O copo caiu do armário.
?? Do armário, o copo caiu.
?? Do armário, o copo caiu em BH.
O copo caiu do armário em BH.
?? O copo caiu em BH do armário.
?? O copo caiu em BH.
?? Em BH, o copo caiu.
Em BH, o copo caiu do armário.
O Amazonas deságua no Oceano Atlântico.
?? No Oceano Atlântico, o Amazonas deságua.
?? No Oceano Atlântico, o Amazonas deságua na costa brasileira.
O Amazonas deságua no Oceano Atlântico na costa brasileira.
?? O Amazonas deságua na costa brasileira no Oceano Atlântico.
?? O Amazonas deságua na costa brasileira.
?? Na costa brasileira, o Amazonas deságua.
Na costa brasileira, o Amazonas deságua no Oceano Atlântico.
O vaso escapou-lhe das mãos.
?? Das mãos, o vaso escapou-lhe.
?? Das mãos, o vaso escapou-lhe na sala de estar.
O vaso escapou-lhe das mãos na sala de estar.
?? O vaso escapou-lhe na sala de estar das mãos.
?? O vaso escapou-lhe na sala de estar.
?? Na sala de estar, o vaso escapou-lhe.
Na sala de estar, o vaso escapou-lhe das mãos.
95
?? O vinho transborda em Paris do cálice.
?? O vinho transborda em Paris.
?? Em Paris, o vinho transborda.
Em Paris, o vinho transborda do cálice.
9.
O menino apareceu no quarto.
?? No quarto, o menino apareceu.
?? No quarto, o menino apareceu na casa mal assombrada.
O menino apareceu no quarto na casa mal assombrada.
? O menino apareceu na casa mal assombrada.
? O menino apareceu na casa mal assombrada no quarto.
? Na casa mal assombrada, o menino apareceu.
Na casa mal assombrada, o menino apareceu no quarto.
3.
João atravessou o rio de uma margem até a outra.
* João atravessou o rio de uma margem.
João atravessou o rio até a outra margem.
* João atravessou de uma margem até a outra.
* João atravessou de uma margem.
?? De uma margem, João atravessou o rio até a outra.
?? Até a outra, João atravessou o rio de uma margem.
?? De uma margem até a outra, João atravessou o rio.
?? João atravessou até a outra margem.
* João atravessou.
4.
João pulou o muro do seu quintal para o quintal do vizinho.
?? Do seu quintal, João pulou o muro do seu quintal.
?? Para o quintal do vizinho, João pulou o muro do seu quintal.
?? Do seu quintal para o quintal do vizinho, João pulou o muro.
? João pulou do seu quintal para o quintal do vizinho.
* João pulou do seu quintal.
* Do seu quintal, João pulou.
?? Para o quintal do vizinho, João pulou.
? João pulou o muro para o quintal do vizinho.
?? João pulou.
5.
O atleta saltou o obstáculo de um lado para o outro.
?? De um lado, o atleta saltou o obstáculo para o outro.
?? Para o outro, o atleta saltou o obstáculo de um lado.
?? De um lado para o outro, o atleta saltou o obstáculo.
O atleta saltou o obstáculo de um lado para o outro na quadra.
Na quadra, o atleta saltou o obstáculo de um lado para o outro.
?? O atleta saltou de um lado para o outro.
* O atleta saltou o obstáculo de um lado.
O atleta saltou o obstáculo para o outro lado.
?? O atleta saltou.
6.
João cruzou o país de norte a sul.
?? De norte, João cruzou o país a sul.
?? A sul, João cruzou o país de norte.
?? De norte a sul, João cruzou o país.
* João cruzou de norte a sul.
* João cruzou o país de norte.
* João cruzou o país a sul.
* João cruzou de norte.
CLASSE 6: {D (C)/Desl, Loc/A, (Traj)}
Sentenças:
1.
2.
O alpinista transpôs os Andes do lado oeste para o lado leste.
* O alpinista transpôs os Andes para o lado leste.
O alpinista transpôs os Andes para o lado leste.
*O alpinista transpôs do lado oeste para o lado leste.
?? Do lado oeste, o alpinista transpôs os Andes para o lado leste.
?? Para o lado leste, o alpinista transpôs os Andes do lado oeste.
?? Do lado oeste para o lado leste, o alpinista transpôs os Andes.
O alpinista transpôs os Andes.
?? Os Andes, o alpinista transpôs.
* O alpinista transpôs.
João escalava as montanhas da Gávea do sopé até o meio.
* João escalava do sopé até o meio.
*João escalava as montanhas da Gávea do sopé.
?? João escalava as montanhas da Gávea até o meio.
?? Do sopé, João escalava as montanhas da Gávea até o meio.
?? Até o meio, João escalava as montanhas da Gávea do sopé.
?? Do sopé até o meio, João escalava as montanhas da Gávea.
João escalava as montanhas da Gávea.
?? As montanhas da Gávea, João escalava.
? João escalava.
96
* João cruzou a sul.
* João cruzou.
7.
8.
O fugitivo galgou os muros da prisão desde o chão até o meio.
?? Desde o chão, o fugitivo galgou os muros da prisão até o meio.
?? Até o meio, o fugitivo galgou os muros da prisão desde o chão.
?? Desde o chão até o meio, o fugitivo galgou os muros da prisão.
?? O fugitivo galgou os muros da prisão desde o chão.
O fugitivo galgou os muros da prisão até o meio.
* O fugitivo galgou desde o chão até o meio.
* O fugitivo galgou desde o chão.
* O fugitivo galgou até o meio.
* O fugitivo galgou.
3.
O menino reergueu o boneco de cera.
* O menino reergueu o boneco de cera debaixo até em cima.
* O menino reergueu o boneco de cera debaixo.
* O menino reergueu o boneco de cera até em cima.
4.
O governo repatriou os exilados.
* O governo repatriou os exilados do exílio para a pátria.
* O governo repatriou os exilados do exílio.
* O governo repatriou os exilados para a pátria.
5.
Ele semicerrou a porta.
* Ele semicerrou a porta da parede até o marco.
* Ele semicerrou a porta da parede.
* Ele semicerrou a porta até o marco.
Maria subiu as escadas da Penha do primeiro até o último degrau.
?? Do primeiro, Maria subiu as escadas da Penha até o último degrau.
?? Até o último degrau, Maria subiu as escadas da Penha do primeiro.
?? Do primeiro até o último degrau, Maria subiu as escadas da Penha.
Maria subiu as escadas da Penha do primeiro até o último degrau em SP.
Em SP, Maria subiu as escadas da Penha do primeiro até o último degrau.
* Maria subiu as escadas da Penha do primeiro degrau em SP.
?? Maria subiu as escadas da Penha até o último degrau em SP.
* Maria subiu as escadas da Penha do primeiro degrau.
Maria subiu as escadas da Penha até o último degrau.
VERBOS SEM TRAJETÓRIA EXPLÍCITA:
Sentenças:
1.
O menino envelopava suas figurinhas.
* O menino envelopava suas figurinhas da sua mão para o envelope.
* O menino envelopava suas figurinhas para o envelope.
* O menino envelopava suas figurinhas da sua mão. (leitura de ponto inicial)
2.
O médico hospitalizou o paciente.
* O médico hospitalizou o paciente no hospital.
* O médico hospitalizou o paciente da casa para o hospital.
* O médico hospitalizou o paciente para o hospital.
97
Download