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Área do conhecimento: D- 8.1 – Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Avaliação de força muscular respiratória e capacidade funcional na obesidade
Cassio D. A. da Silva¹, Fernanda F. S. Franco²
1. Acadêmico de Fisioterapia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM*[email protected]
2. Docente/Pesquisadora da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia – FEFF/UFAM
Palavras Chave: Obesidade, força muscular, pneumologia.
Introdução
Considerada uma epidemia mundial e grave problema de
saúde pública no Brasil, a obesidade está relacionada à
distúrbios metabólicos e respiratórios, além de representar
importante fator de risco cardiovascular. O acúmulo de
tecido adiposo abdominal ou visceral, seja na forma
android ou ginóide comprime a dimensão do tórax e causa
aumento da pressão mecânica contra o músculo
diafragma, comprometendo a expansibilidade pulmonar,
em efeito de cascata sobre a mecânica da respiração.
Decorrente desse processo, a capacidade físico-funcional
se apresenta severamente prejudicada. Objetivo geral:
Avaliar a Função e Força Muscular Respiratória de
Indivíduos Obesos. Objetivos específicos: Relacionar a
força muscular respiratória aos valores preditos na
literatura; Avaliar a força de preensão palmar dos
indivíduos em virtude da força muscular respiratória;
Analisar o estado físico-funcional dos pacientes nos
diferentes graus de obesidade.
Resultados e Discussão
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Amazonas sob o nº CAAE:
34416314.4.0000.5020.
Métodos: A avaliação foi constituída do Teste de Força
Muscular Respiratória (FMR), através da Pressão
inspiratória máxima (PIMAX) e Pressão Expiratória
máxima (PEMAX); Teste de Força de Preensão Palmar
(FPP), e Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6`).
Trata-se de estudo transversal com 47 pacientes do
Programa de Cirurgia Bariátrica do Hospital Adriano Jorge
(Manaus, AM). Resultados e Discussão: Do total de 47
pacientes, 37 são do sexo feminino e 10 do sexo
masculino, sendo a idade média de 36,2±9 anos.
Ademais, o Índice de Massa Corpórea entre os
participantes foi de 51,6±6,0kg/m², correspondendo à
obesidade grau III.
O Teste de Força de Preensão Palmar não apresentou
resultados significativos na correlação com a força
muscular respiratória. A distância percorrida em metros,
no TC6’, foi de 391,3±132 em média, significativamente
menor que o previsto de 727,0±36,1 (p<0,001). A PIMAX
(167,8±88,4) e PEMAX (131,0±43,0 cmH20) foram
significativamente maiores (p<0,001) quando comparadas
aos valores preditos por NEDER et al(2010), para
população, respectivamente 100±14,1 e 103±18,1.
Corroborando com nossos achados no TC6’, GONTIJO et
al (2011) afirma que o sobrepeso, principalmente em
graus mais avançados, compromete o aparelho
respiratório pelo acúmulo de gordura peritorácica e
abdominal, diminuindo o Volume de Reserva Expiratório
(VRE) e a Capacidade Residual Funcional (CRF),
provavelmente devido ao fechamento de pequenas vias
aéreas, promovendo consequente diminuição da
capacidade funcional nos exercícios de vida diária das
pessoas afetadas. Tal déficit funcional ficou evidenciado
na comparação da distância caminhada pelos indivíduos
obesos em relação ao previsto para eutróficos, onde
podemos estabelecer uma relação direta entre os maiores
graus de IMC e a piora do desempenho físico-funcional.
Já em pesquisa com a aplicação do TC6’ e avaliação
espirométrica em obesos foi observado que os pacientes
não apresentaram obstrução das vias respiratórias quando
comparados aos os padrões aceitos na literatura, o que
indica que a função pulmonar nestes indivíduos ainda não
é totalmente entendida (SOARES et al., 2011).
Na avaliação da força muscular respiratória, notamos
evidente aumento em comparação ao modelo proposto
por NEDER et al (2010), o que conflita com alguns
estudos e evidencia a discordância entre as pesquisas.
JUNIOR et al (2011) confirmou os achados na literatura
que sugerem a redução significativa da FMR em
indivíduos obesos comparados à eutróficos, bem como
QUEIROZ et al (2006) em estudo anterior. Por outro lado,
pesquisa realizada na Universidade Católica de Brasília,
avaliando a correlação entre FPP e FMR entre obesos e
eutróficos encontrou resultado positivo no aumento da
Força Muscular Respiratória em obesos, assim como em
estudo comparativo da FMR de obesos mórbidos por
diferentes equações preditivas, os resultados confirmam o
estudo supracitado, onde a FMR se encontra maior em
obesas do que eutróficas (FORTI et al., 2012).
Conclusões
Os resultados puderam elucidar as alterações funcionais
do paciente obeso mórbido, evidenciando déficit
significativo na capacidade físico-funcional destes
indivíduos, bem como surpreendente aumento da Força
Muscular Respiratória, o que indica a necessidade de
grandes estudos multicêntricos com esta população, e a
revisão/atualização das fórmulas preditivas para a atual
população brasileira obesa.
Agradecimentos
À equipe multidisciplinar do programa de cirurgia
bariátrica da Fundação Hospital Adriano Jorge/FHAJ, bem
como à Universidade Federal do Amazonas/UFAM e à
Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas/FAPEAM,
pelo apoio ao projeto.
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67ª Reunião Anual da SBPC
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