Resistência As cargas ao se deslocarem em um meio, devido à presença de uma tensão (campo elétrico), sofrem choques com outras cargas e com átomos do meio. Esse choque, por não ser perfeitamente elástico, converte parte da energia cinética das cargas em energia térmica. Esse fenômeno é chamado de efeito Joule. Essas colisões, portanto, oferecem uma oposição ao deslocamento das cargas. Na física, essa oposição é chamada de resistência elétrica. Assim como as fontes de tensão, a resistência possui um símbolo: Por ser uma grandeza física, pode ser quantificada, sendo determinada pela composição do meio, seu comprimento, área da seção transversal e temperatura. A unidade de medida da resistência elétrica é Ohm [Ω]. A determinação da relação da resistência com os quatro fatores que a determinam foi definida empiricamente por Georg Simon Ohm: R=ρ l A onde l é o comprimento do meio, A a área de sua seção transversal e ρ é a resistividade do material, medida em Ω m, e que depende da estrutura atômica/molecular do material e sua temperatura. A tabela abaixo mostra o valor de resistividade para os metais mais populares: Temperatura A temperatura tem um efeito significativo sobre a resistividade, e consequentemente, sobre a resistência elétrica dos materiais. Condutores Nos condutores o principal efeito do aumento da temperatura é aumentar a frequência e amplitude das vibrações dos átomos do material, aumentando assim a resistência. O impacto no número total de elétrons livres, no entanto, é pequeno. Existe uma relação matemática empírica entre a temperatura e a resistência de condutores, definindo a grandeza coeficiente de temperatura da resistência. Ela é definida como: 1 α20 = |T|+20 o C onde T é a temperatura absoluta do material em graus Celsius (obtidas em laboratório e fornecidas em tabelas) e α20 é o coeficiente de temperatura a 20ºC. A partir dessa relação, conhecendo o valor de uma resistência a uma certa temperatura, e a temperatura absoluta do material, é possível determinar o valor da resistência para qualquer temperatura a partir da relação: o R=R 20[1+α 20(t−20 C)] Combinando as equações acima com a expressão da resistência a partir de sua resistividade, temos: R=ρ l [1+ α20 Δ T ] A Alguns valores típicos de coeficiente de temperatura a 20 ºC: Semicondutores Nesses materiais o aumento da temperatura produz um aumento no número de portadores livres, causando, portanto, em uma diminuição na resistência. O termistor e as células foto-condutoras são exemplos desse tipo de fenômeno, e são frequentemente usados como sensores de temperatura ou luminosidade. Isolantes Nos isolantes o efeito é semelhante aos semicondutores, mostrando uma diminuição na resistência elétrica com o aumento da temperatura. Esse aumento, entretanto, não chega a causar, em geral, uma transformação de um meio isolante em condutor. Supercondutor São condutores de eletricidade que, para efeitos práticos, possuem resistência zero (ou muito próxima de zero). A vibração dos átomos, devido a uma relativamente alta temperatura (por exemplo a ambiente), causam a trajetória dos elétrons difusa. Com a diminuição da temperatura, alcançando a chamada temperatura crítica, os elétrons se emparelham e percorrem o condutor em uma velocidade muito maior. Esse fenômeno é chamado de Efeito Cooper. A teoria sobre o assunto foi desenvolvida em 1911, mas somente em 1986 que a supercondutividade foi alcançada, a uma temperatura de 23K (-250ºC). Recentemente foi usado compostos cerâmicos para alcançar a supercondutividade a uma temperatura de 77K, mas as aplicações práticas ainda são limitadas. Resistores Fixos O mais comum dos resistores fixos de baixa potência é o resistor de carbono moldado. As dimensões dos resistores varia de acordo com a potência elétrica que eles suportam. Esses resistores não variam seus valores para uma mesma temperatura, o que os torna essenciais em aplicações de eletrônica. Resistores Variáveis Como o nome sugere, esses resistores tem seu valor de resistência variável, podendo esse valor variar por uma variação na conexão entre seus terminais ou pela variação de temperatura e luminosidade. O modelo mais comum é o de três terminais, onde a variação ocorre na conexão dos terminais. Quando um dispositivo funciona como resistor variável, ele é chamado de reostato. Quando ele é usado para controlar a potência dissipada, ele é chamado potenciômetro. Apesar da diferença de nomenclatura, os resistores variáveis de três terminais são comumente chamados de potenciômetros. Esse tipo de resistor pode ter dois tipos básicos de simbologia, dependendo do nível de detalhe que se deseja com os três terminais que ele possui. Termistor Um dos tipos de resistor variável é o termistor, que como seu nome sugere, tem sua resistência dependente da temperatura. Seu símbolo em circuitos elétricos geralmente é: A relação entre a temperatura e a resistividade é, geralmente, inversamente proporcional, como mostra a figura abaixo: É importante lembrar que qualquer fonte de calor, interna ou externa, pode afetar sua resistividade. A passagem de corrente elétrica, devido ao efeito Joule, aumenta a temperatura do material. Assim como a variação da temperatura externa. Célula Fotocondutora São dispositivos semicondutores de dois terminais cuja resistência é determinada pela intensidade luminosa incidente em sua superfície. Com o aumento da incidência de iluminação, aumenta o número de portadores livres no material, diminuindo assim sua resistência. Varistor São resistores não-lineares cuja resistência depende da tensão aplicada. A curva V-I típica de um varistor é: São usados para suprimir transientes de alta tensão, ou seja, fazem com que limitem a tensão que pode aparecer entre os terminais de um dispositivo ou sistema elétrico.