Estudos genéticos auxiliando no manejo e na conservação de

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS
LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas
Departamento de Genética
Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - SP
http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php
Estudos genéticos auxiliando no manejo e na conservação de
espécies arbóreas na Amazônia
Pós-graduanda: Andréa Raposo
Orientadora: Profª Drª Elizabeth Ann Veasey
As florestas tropicais úmidas estão desaparecendo rapidamente no mundo inteiro. A última
grande extensão remanescente é a Floresta Amazônica, onde o Brasil abriga grande parte de sua
área. O uso sustentável dos recursos florestais tem sido sugerido como uma alternativa viável para
reconciliar a conservação das florestas com as necessidades de desenvolvimento que freqüentemente
causam o desmatamento.
A exploração das espécies arbóreas na Amazônia pode ocorrer de três formas: extrativista,
que envolve a retirada de produtos da floresta para uso pessoal; convencional que ocorre com
maquinaria pesada, onde se tem a remoção de aproximadamente 10 indivíduos/hectare causando
grandes danos ecológicos; e a de impacto reduzido onde se tem a exploração seletiva da madeira,
sendo retirados de 2 a 3 indivíduos/hectare, principalmente os de grande porte e de fuste reto. Esta
última é a que menos prejuízos traz para a floresta (VERÍSSIMO et al., 1992, MAUÉS, 2006).
Para o manejo sustentável de qualquer espécie florestal, é necessário um amplo
conhecimento de suas características ecológicas (padrão de distribuição geográfica, biologia da
reprodução, taxa de crescimento, sucessão florestal) e genéticas (conhecimento da variabilidade
genética dentro de populações, tamanho efetivo populacional, sistema reprodutivo e fluxo gênico). A
falta destes conhecimentos é preocupante devido ao risco de exploração irracional, sem previsão de
conseqüências tanto para a espécie alvo como para o ecossistema como um todo.
Para ecossistemas de alta diversidade de espécies, tais como na Amazônia, onde é praticamente
impossível estudar todas do ponto de vista genético e ecológico, a escolha da espécie que será
estudada é de grande importância, principalmente para interpretar a comunidade e extrapolar os
resultados para espécies com características semelhantes. E, desta forma, pode-se ter espécies
modelos. Acredita-se que espécies arbóreas de diferentes grupos sucessionais apresentem padrões
característicos de estrutura genética e ecológica (KAGEGYAMA et al., 2003).
Vários estudos utilizando marcadores moleculares têm sido realizados com a finalidade de
desenvolver meios para avaliar os impactos da exploração florestal sobre a biodiversidade tendo em
vista a sustentabilidade em longo prazo (LOWE et al., 2005).
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Como exemplo pode-se citar o projeto Dendrogene (Conservação Genética em Florestas
Manejadas na Amazônia), que teve como objetivo desenvolver mecanismos para usar o
conhecimento cientifico (botânica, ecologia reprodutiva, e genética), para promover o manejo
florestal sustentável e a conservação das espécies. Foram realizados estudos individuais de ecologia
reprodutiva, genética e ecologia. Então foram utilizados mecanismos que possibilitaram a aplicação
integrada dessas informações para orientar as atividades operacionais do manejo florestal.
O modelo de simulação, Eco-gene, que foi desenvolvido para analisar os impactos antrópicos ao
sistema genético de espécies arbóreas de florestas temperadas, foi adaptado à floresta tropical. A
dinâmica de estruturas genéticas pode ser simulada em espaço e tempo a partir de dados iniciais da
estrutura genética da população e parâmetros relacionados aos processos genéticos chave e de
crescimento florestal.
Como resultado deste projeto obteve-se a geração de informações sobre conservação de espécies
arbóreas manejadas na Floresta Amazônica brasileira, as quais servirão para subsidiar programas de
manejo geneticamente florestal sustentado e para a conservação das espécies.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOWE, A.J.; BOSHIER, D.; WARD, M.; BACLES, C.F.E.; NAVARRO, C. Genetic resource
impacts of habitat loss and degradation; reconciling empirical evidence and predicted theory for
neotropical trees. Heredity, London, v. 95, n. 4, p. 255-273, Aug. 2005.
KAGEGYAMA, P.Y.; SEBBENN, A.M.;RIBAS, L.A.; GANDARA, F.B.; CASTELLEN, M.;
PERECIN,M.B.; VENCOVSKY, R. Diversidade genética em espécies arbóreas tropicais de
diferentes estágios sucessionais por marcadores genéticos.. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 64, p.
93-107, Dez. 2003.
MAUÉS, M.M. Estratégias reprodutivas de espécies arbóreas e sua importância para o manejo e
conservação florestal: Floresta Nacional de Tapajós (Belterra-PA). 206p. Tese (Doutorado em
Ecologia) – Instituto de Ciências Biológicas. Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
VERISSIMO, A.; PAULO BARRETO, P.; MATTOS, M.; TARIFA, R.; UHL, C. Logging impacts
and prospects for sustainable forest management in an old Amazonian frontier: The case of
Paragominas. Forest Ecology and Management, Amsterdam v. 55, n. 1-4, p. 169-199, Dec. 1992.)
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