Utilização de Ferramentas Georreferenciadas para auxiliar na

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Utilização de Ferramentas Georreferenciadas para auxiliar na tomada de
decisão
Using Georeferenced Tools to assist in decision-making
Claudiano Gonçalves Soares1
Rodrigo Vitorino Morávia2
Resumo: Este artigo tem como objetivo mostrar a utilização de Ferramentas Georreferenciadas para
auxiliar na tomada de decisão em processos de Business Inteligence (B.I.). Realiza-se uma pesquisa
do tipo bibliográfica. Foi apresentada uma visão geral dos diversos conceitos relacionados a Sistemas
de Informação Geográfica (SIG), as principais áreas de aplicação e as principais Ferramentas
Geográficas existentes no mercado. O estudo permitiu demonstrar os benefícios da utilização destas
ferramentas no auxílio à tomada de decisão.
Palavras-chave: Sistemas de Informação Geográfica (SIG), Ferramentas Geográficas, Tomada de
decisão.
Abstract: This article aims to show the use of using Georeferenced tools in decision making
processes in the Business Intelligence (BI). Conducted a survey of bibliographic type. Presented an
overview of the various concepts related to Geographic Information Systems (GIS), the main areas of
application and principal on the market Geographic Tools. The study has demonstrated the benefits of
using these tools to aid decision making.
Keywords: Geographic Information Systems (GIS), Geographical Tools, Decision Making.
1 INTRODUÇÃO
Com base na necessidade de melhoria dos processos de análise de dados de
diversas fontes e tipos para obter informações estratégicas constitui-se tema deste
artigo a utilização de ferramentas georreferenciadas para auxiliar na tomada de
decisão.
Tendo como base para geração de valor em ambientes corporativos a
informação, está se torna o foco em quaisquer pesquisas baseadas em análise de
dados. A complexidade existente em análise de dados cresce de forma exponencial,
uma vez que é proporcional à evolução tecnológica que possibilita cada vez mais a
integração entre pessoas e sistemas computacionais.
Atualmente, em termos mundiais, o volume de dados armazenados é
gigantesco e continua crescendo rapidamente. Infelizmente, devido à
1
Graduando do curso Bacharelado em Sistemas de Informação pela Faculdade Infórium de
Tecnologia. [email protected]
2
Especialista em Gestão da Informação pelo Instituto de Educação Continuada da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Professor da Faculdade Infórium de Tecnologia.
[email protected]
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incapacidade do ser humano de interpretar tamanha quantidade de
dados, muita informação e conhecimento, possivelmente uteis,
podem estar sendo desperdiçados, ficando ocultos dentro das Bases
de Dados espalhadas pelo mundo. Em consequência disso, a
necessidade de se desenvolver novas ferramentas e técnicas de
extração de conhecimento a partir de dados armazenados também
vem crescendo e se mostrando cada vez mais indispensável
(REZENDE, 2003, P.397).
Além do fato do crescimento expressivo de bases de dados, outro fator
complexante é o tipo de dados a serem analisados, dados oriundos de fontes em
que a melhor opção da obtenção de informações ocorre pela análise dados
geográficos é o foco em questão para norteamento desse artigo. Dados geográficos
são organizados em bancos de dados geográficos e expostos aos usuários através
de ferramentas de georreferenciamento em sistemas computacionais possibilitando
a análise dos mesmos para gerar informações geográficas que serão utilizadas de
forma estratégica.
Recentemente, com o desenvolvimento da tecnologia de
armazenamento, a quantidade de dados disponível nas Bases de
Dados das organizações tem crescido demasiadamente. Este
crescimento inviabilizou a utilização de técnicas manuais para
análise desses dados. Ao mesmo tempo, as organizações têm visto
a possibilidade de utilizar seus dados a fim de obter conhecimento
sobre seus clientes, produtos e parceiros, e assim adquirir vantagem
competitiva perante seus concorrentes (REZENDE, 2003, p. 427).
Assim, delimitou-se o tema deste artigo a importância da utilização de
ferramentas georreferenciadas para auxiliar os processos de tomada de decisão, em
cenários de analise de dados geográficos nas corporações.
O
objetivo
geral
é
demonstrar
como
a
utilização
de
ferramentas
georreferenciadas pode auxiliar na tomada de decisão em processos de B.I. Os
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objetivos específicos são: conceituar Sistemas de Informação Geográfica (SIG),
relacionar as suas principais utilizações bem como apresentar as principais
ferramentas de georreferenciamento.
Acrescenta-se que o termo Business Intelligence, surgiu na década de 80 no
Gartner Group3 e faz referência ao processo inteligente de coleta, organização,
análise, compartilhamento e monitoração de dados contidos em Data Warehouse/Data
Mart4, gerando informações para suporte a tomada de decisões no ambiente de
Negócios (PRIMARK, 2008, p.2).
Assim, a pergunta norteadora deste estudo é verificar se a utilização de
ferramentas georreferenciadas pode otimizar processos de tomada de decisão em
cenários de análise de dados geográficos.
Justifica-se esta pesquisa pela necessidade de melhoria dos processos de
obtenção de dados; a utilização de ferramentas computacionais deve possibilitar
análises mais precisas e próximas da realidade vivenciada em cenários em que a
tomada de decisão se baseia em análise de dados geográficos. Nestes cenários,
definir o georreferenciamento como ferramenta de gestão será essencial para o
alinhamento das tecnologias disponíveis com os objetivos sociais e de negócio.
Quanto à metodologia da pesquisa, trata-se de uma pesquisa do tipo
exploratória para a qual utilizou-se como técnica de pesquisa a pesquisa
bibliográfica de fontes secundárias.
Para compreensão deste tema dividiu-se este artigo em cinco seções. A
seção 1, esta introdução, é indicativa do estudo; a seção 2 apresenta uma abordagem
teórica sobre informações geográficas; a seção 3 relaciona as principais ferramentas
georreferenciadas existentes e componentes; a seção 4 explicita os benefícios da
utilização de ferramentas georreferenciadas para auxílio à tomada de
decisão; a seção 5 tece as conclusões do estudo.
3
Empresa de consultoria fundada em 1979 por Gideon Gartner, a empresa mantém sua sede em
Stamford, Connecticut, Estados Unidos
4
Repositório de dados, é sub-conjunto de dados de um Data warehouse que é o armazém de dados
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2 INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS: UMA ABORDAGEM TEÓRICA
Considera-se inicialmente as informações que são mensagens recebidas sob
forma de dados. Uma mensagem dessas torna-se informação se o seu receptor
consegue compreender o seu conteúdo, isto é, associar a ela, mentalmente, um
significado (SETZER, 2004). Com base na definição apresentada conclui-se que
Informações Geográficas são Informações obtidas através da análise de dados
geográficos.
Dados geográficos ou georreferenciados são dados espaciais em que a
dimensão espacial está associada à sua localização na superfície da terra, num
determinado instante ou período de tempo (BORGES, 2002). Sendo assim um dado
geográfico pode ser exemplificado pelas coordenadas geográficas de um determinado
objeto em um meio espacial.
a) Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) tem uma origem que se
confunde com a da cartografia e com a análise espacial. Na vertente digital
remontam aos anos 60, na América e na Europa. O primeiro SIG foi o Canadian
Geographic Information System5, iniciado em 1971 e ainda em funcionamento
(GRANCHO, 2005, p.4).
Os
SIG’s
surgiram
devido
à
necessidade
de
automatizar
parte
do
processamento de dados com características espaciais, com o objetivo principal de
reduzir os custos de produção e manutenção de mapas. O quadro 1 apresenta
algumas definições.
5
Sistema desenvolvido para ajudar na regulação de procedimentos de uso da terra gestão e
monitoramento de recursos
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
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Quadro 1 - Definições de Sistemas de Informação Geográficas (SIG).
Autor:
Definição:
Queiroz e Ferreira, (2006,
p.6)
"O termo sistemas de informação geográfica (SIG) é aplicado para
sistemas que realizam o tratamento computacional de dados
geográficos. A principal diferença de um SIG para um sistema de
informação convencional é sua capacidade de armazenar tanto os
atributos descritivos como as geometrias dos diferentes tipos de dados
geográficos."
Worboys e Duckham,
(2004, p.2)
"Os SIG são sistemas computacionais capazes de capturar, modelar,
armazenar, recuperar, manipular, analisar e apresentar dados
geográficos."
Fitz (2008)
“[...] sistema constituído por um conjunto de programas computacionais,
o qual integra dados, equipamentos e pessoas com objetivo de coletar,
armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados
espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas conhecido."
Fonte: Elaboração do autor
Conforme definição de Queiroz e Ferreira (2006, p.6), para cada lote num
cadastro urbano, um SIG guarda, além de informação descritiva como proprietário e
valor do IPTU, a informação geométrica com as coordenadas dos limites do lote.
No desenvolvimento de uma aplicação voltada para auxiliar nos processos de
tomada de decisão Persegona e Gama (2004, p.1), definiu o seu trabalho:
O Sistema de Apoio a Decisão com Informações Georreferenciadas
é uma ferramenta que auxilia aos tomadores de decisão de órgãos
públicos
ou
empresas
na
elaboração,
implantação
e
acompanhamento de projetos e/ou programas governamentais pela
criação de mapas que podem utilizar múltiplas camadas de
informações de distintas origens, tais como shapes elaborados em
Sistemas de Informações Georreferenciadas e fotografias de
satélites. Para esta finalidade o georreferenciamento vem se
mostrando extremamente útil para realizar avaliações espaciais do
território, no estudo de fenômenos em diversas áreas, principalmente
para suporte à tomada de decisão [...].
b) Principais áreas de aplicação de SIG
O universo de problemas onde os SIG podem atuar com contribuições
substanciais é muito vasto. Atualmente, estes sistemas têm sido utilizados
principalmente em órgãos públicos nos níveis federal, estadual e municipal, em
institutos de pesquisa, empresas de prestação de serviço de utilidade pública (ex.
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companhias de água, luz, telefone, etc), na área de segurança militar e em diversos
tipos de empresas privadas (FILHO, 1995).
Quadro 2 - Principais Áreas de Aplicação de SIG.
ÁREAS DE APLICAÇÃO
Planejamento e Gerenciamento Urbano
Ocupação Humana
Saúde e Educação
Transporte
Segurança
Planejamento agropecuário
Estocagem e escoamento da produção agrícola
Uso da Terra
Classificação de solos e vegetação
Gerenciamento de bacias hidrográficas
Cadastramento de propriedades rurais
Levantamento topográfico e planimétricos
Controle do extrativismo vegetal e mineral
Classificação de poços petrolíferos
Uso de Recursos Naturais
Planejamento de gasodutos e oleodutos
Distribuição de energia elétrica
Gerenciamento costeiro e marítimo
Controle de queimadas
Meio Ambiente
Estudos de modificações climáticas
Acompanhamento de emissão e ação de poluentes
Gerenciamento florestal de desmatamento e
reflorestamento.
Planejamento de marketing
Atividades Econômicas
Fonte: Elaboração do autor.
Pesquisas sócio-econômicas
Distribuição de produtos e serviços;
Transporte de matéria-prima e insumos.
Um exemplo da utilização de SIG na área de transporte é apresentado pela
figura 1; através da utilização de ferramentas geográficas é possível encontrar
caminhos ou, eventualmente, determinar a “melhor” (mais curta ou mais rápida) rota
para entrega de produtos e serviços.
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Figura 1 - Melhor caminho: roteiro de inspeção.
Fonte: LabGeo / EPUSP.
c) Necessidade de ferramentas computacionais
Com relação à análise de grandes volumes de dados Resende (2002, p.1)
expõe seu ponto de vista: “[...] informações não estão disponíveis devido à falta de
ferramentas apropriadas para a sua extração; está além da capacidade do ser
humano analisar tamanha quantidade de dados e extrair relações significativas entre
eles”.
A tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) provê ferramentas
de software bastante poderosas para realizar o tratamento de dados geográficos
(GAZOLA e FURTADO, 2007).
O georreferenciamento e suas ferramentas vêm se mostrando extremamente
úteis nas avaliações espaciais do território, no estudo de fenômenos em diversas
áreas, principalmente em tomadas de decisões (PERSEGONA E GAMA, 2004).
3 COMPONENTES DAS FERRAMENTAS GEORREFERENCIADAS
Nos últimos anos, além das tecnologias comerciais, vem surgindo um grande
número de tecnologias baseadas em software livre para trabalhar com dados
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geográficos (QUEIROZ e FERREIRA, 2006). Nesta seção serão apresentados os
principais Sistemas Gerenciadores de bancos de dados (SGBD’s) utilizados em
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cenários de tratamento de dados geográficos, os principais bancos de dados,
aplicativos e tecnologias existentes.
a) Bancos de Dados Geográficos
Conforme descrito por Câmara (2000, p.9), os componentes de bancos de
dados geográficos são: bancos de dados, camada de acesso e interface. Na
camada de bancos de dados se encontram serviços de armazenamento e
gerenciamento de dados espaciais, na camada de acesso se encontram as
bibliotecas de funções como TerraLib e ArcSDE e na camada de interface estão as
aplicações com interface gráfica integrada com a camada de acesso, ex: TerraView.
A figura 2 exemplifica a definição anterior referente às três camadas de bancos de
dados geográficos.
Figura 2 - Componentes de bancos de dados geográficos,
distribuição em camadas: acesso, interface e
banco de dados – Aplicação TerraView
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Fonte: Elaboração do autor.
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- Postgis para Postgresql
O PostgreSQL é um sistema gerenciador de banco de dados objetorelacional, gratuito e de código fonte aberto, desenvolvido a partir do projeto
Postgres, iniciado em 1986, na Universidade da Califórnia em Berkeley, sob a
liderança do professor Michael Stonebraker (STONEBRAKER E ROWE, 1986).
Segundo Ramsey (2002), um dos pontos fortes desse SGBD é seu potencial
de extensibilidade, o que possibilitou o desenvolvimento de uma extensão
geográfica mais completa, chamada PostGIS.
Figura 3 - Tipos de dados espaciais do PostGIS
Fonte: QUEIROZ, Gilberto Ribeiro; FERREIRA, Karine
Reis. Tutorial sobre
Bancos de Dados
Geográficos. Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, 2006.
-Oracle Spatial
O Oracle Spatial é uma extensão espacial desenvolvida sobre o modelo
objeto-relacional do SGDB Oracle (MURRAY, 2003). Este modelo permite definir
novos tipos de dados, através da linguagem de definição de dados SQL DDL 6, e
implementar operações sobre esses novos tipos através da linguagem PL/SQL
(URMAN, 2002), que é uma extensão da SQL. Esta extensão é baseada nas
especificações do OpenGIS7 e contém um conjunto de funcionalidades e
procedimentos que permite armazenar, acessar, modificar e consultar dados
espaciais.
6
7
Linguagem de definição de dados
Organização voluntária internacional de padrões de consenso
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
O modelo de dados do Oracle Spatial consiste em uma estrutura hierárquica
de elementos, geometrias e planos de informação (layers)8. Cada plano é formado
por um conjunto de geometrias, que por sua vez são formadas por um conjunto de
elementos. Cada elemento é associado a um tipo espacial primitivo, como ponto,
linha ou polígono (com ou sem ilhas), os quais são mostrados na Figura 4
(QUEIROZ e FERREIRA, 2006).
Figura 4 - Tipos espaciais primitivos do Oracle Spatial
Fonte: QUEIROZ, Gilberto Ribeiro; FERREIRA, Karine
Reis. Tutorial sobre
Bancos de
Dados
Geográficos. Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, 2006.
b) Bibliotecas para desenvolvimento de aplicativos geográficos
TerraLib é uma biblioteca de código aberto, com classes e funções escritas
em C++ para a construção de aplicações de SIG (CÂMARA, 2000).
A Geospatrial Data Abstraction Library (GDAL) é uma biblioteca que fornece
uma API única de acesso a diversos formatos de dados espaciais, tanto matriciais
quanto vetoriais. Seu código fonte é aberto, escrito em linguagem C++. Ela
encontra-se presente na camada de acesso a dados de vários sistemas livres, como
o MapServer (QUEIROZ e FERREIRA, 2006).
8
Camadas
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Figura 5 - Biblioteca geográfica TerraLib
Fonte: FUNCATE.
c) Aplicativos Geográficos
-Spring
O SPRING é um Sistema de Informação Geográfica, desenvolvido pela
Divisão de Processamento de Imagens (DPI) do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), possui funções para processamento de imagens, análise espacial,
modelagem numérica de terreno, edição, importação, exportação e consultas a um
banco de dados geográficos. É distribuído como software livre para os sistemas
operacionais Linux e Windows (QUEIROZ e FERREIRA, 2006).
O SPRING possui versões para plataforma desktop e web sendo a versão
web escrita em Java, este permite a visualização de dados geográficos
armazenados em um servidor remoto, a sua visualização é feita por um navegador
(browser), sem a necessidade de programas específicos.
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Figura 6- Aplicação Software SPRING Web
Fonte: DPI-INPE.
Meireles (2009, p.8) apresenta conforme figura 7, a distribuição das unidades
do Instituo de educação continuada (IEC) de uma instituição de ensino superior na
regional de Belo Horizonte, e na figura 8 apresenta um mapa temático, contendo a
distribuição das residências dos alunos de cursos de pós-graduação lato sensu
desta instituição utilizando desta ferramenta com o intuito de otimizar os processos
acadêmicos e estruturais para tomada de decisão.
Figura 7 - Distribuição das unidades do IEC nas regionais de Belo Horizonte
Fonte: MEIRELES, Magali Rezende Gouvêa et al. Recuperação de informação no
ambiente acadêmico: georreferenciamento dos dados dos estudantes do
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instituto de educação continuada da PUC Minas. Perspectivas em Ciência
da informação, v. 14, n. 3, p. 61-74, 2009.
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
Figura 8 - Distribuição das residências dos alunos na regional de Belo Horizonte
Fonte: MEIRELES, Magali Rezende Gouvêa et al. Recuperação de informação no
ambiente acadêmico: georreferenciamento dos dados dos estudantes do
instituto de educação continuada da PUC Minas. Perspectivas em Ciência
da informação, v. 14, n. 3, p. 61-74, 2009.
- Mapserver
A principal funcionalidade deste sistema é a renderização 9 de mapas a serem
exibidos na Web. Permite tanto a criação de aplicativos Web customizados quanto
de servidores de mapas. Originalmente desenvolvido pela Universidade de
Minnesota, seu código fonte é aberto, escrito em linguagem C e multiplataforma10.
Uma de suas características é a diversidade de formatos de entrada suportados,
tanto vetorial quanto matricial. (QUEIROZ e FERREIRA, 2006).
9
Processo pelo qual pode-se obter o produto final de um processamento digital qualquer
Programa ou sistema que pode ser executado em mais de uma plataforma, como W indows e Linux
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
10
O MapServer apenas apresenta dados, não tem a capacidade de alterá-los.
Para isto, ele precisa dos softwares de geoprocessamento como ArcGIS e Erdas
(PERSEGONA e GAMA, 2004).
Figura 9 - Chamada à aplicação MapServer através do navegador W eb
Fonte: QUEIROZ, Gilberto Ribeiro; FERREIRA, Karine
Reis. Tutorial sobre
Bancos de
Dados
Geográficos. Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, 2006.
- Terraview
O TerraView é um aplicativo geográfico construído sobre a biblioteca TerraLib
pela DPI do INPE. Assim como a biblioteca, esse aplicativo é distribuído como
software livre e com o código fonte aberto, seguindo a licença LGPL11. Está
disponível para os sistemas operacionais Windows e Linux (QUEIROZ e FERREIRA,
2006).
O TerraView é composto basicamente por um conjunto de interfaces gráficas
que são manipuladas por usuários de SIG e que, internamente, utilizam as
funcionalidades da TerraLib. Portanto, o TerraView funciona como uma interface
gráfica entre os usuários de SIG e a biblioteca de funções.
11
Licença de software livre
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Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
Figura 10 - Software TerraView
Fonte: TERRAPLAN.
-ArcGIS/ArcSDE
ArcGIS é uma coleção de softwares geográficos integrados desenvolvidos
pelo
Environmental
Systems
Research
Institute
(ESRI)12.
Esses
softwares
manipulam dados geográficos armazenados tanto em arquivos quanto em SGBDs
comerciais, com ou sem extensão espacial. Os SGBDs suportados pelo ArcGIS são:
IBM DB2 com extensão espacial, IBM Informix com extensão espacial, Microsoft
SQL Server, Oracle, Oracle com extensão espacial ou Locator13 e Microsoft Access.
Esse suporte a diferentes SGBDs é implementado pela ferramenta ArcSDE.
12
Empresa americana especializada na produção de soluções para a área de informações geográficas
Ferramenta que permite realizar buscas no banco de dados do servidor SQL sem escrever
consultas
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13
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
Figura 11 - Como um dado matricial é armazenado em um SGBD pelo ArcSDE
Fonte: QUEIROZ, Gilberto Ribeiro; FERREIRA, Karine
Reis. Tutorial sobre
Bancos de Dados
Geográficos. Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, 2006.
4 BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS GEORREFERENCIADAS
PARA AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO
A utilização de ferramentas georreferenciadas nos processos de tomada de
decisão podem possibilitar economia de recursos ou até mesmo aumento de receita.
Alguns usos podem não ter retorno financeiro, mas podem proporcionar outros tipos
de benefícios, tais como melhores decisões, melhores serviços à população, e
melhor imagem à organização.
As atividades de uma organização podem ser classificadas em três níveis:
nível operacional, nível gerencial, e nível estratégico. Cada nível tem características
próprias. As atividades do nível operacional são de natureza distinta das atividades
dos níveis gerencial e estratégico, que por sua vez são diferentes entre si
(FERRARI, 1997).
Conforme definição de Ferrari (1997, p.3), os sistemas de informação
geográfica podem ser utilizados nesses três níveis organizacionais. O quadro 3
apresenta os benefícios ao se utilizar ferramentas de SIG em cada um dos níveis.
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
Quadro 3 – Benefícios da utilização de ferramentas de SIG.
Nível organizacional
Operacional
Gerencial
Estratégico




Benefícios
ganho de produtividade 
redução ou eliminação de custos ou riscos 
qualidade na execução de tarefas
melhores (ou novas) informações
 melhores decisões de caráter tático: planejamento,
gerenciamento, alocação de recursos
 melhor imagem junto a clientes e parceiros
 compartilhamento de custos 
 novas fontes de receita, aumento de receita
Fonte: Elaboração do autor.
Um dos ganhos em relação à forma tradicional de analisar o ambiente é o
aumento da objetividade, possibilitando a tomada de decisões sobre uma base mais
técnica e menos subjetiva. Como consequência, obtém-se uma menor repetição de
processos e procedimentos na rotina das instituições e uma maior racionalização no
uso de recursos financeiros.
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho apresentou uma visão geral dos diversos conceitos
relacionados a Sistemas de Informação Geográfica (SIG), as principais áreas de
aplicação e as principais ferramentas de SIG para execução de recuperação de
informações visando à otimização de processos de tomada de decisão.
Buscou-se neste estudo uma base teórica e exemplificação prática da
utilização das ferramentas de SIG, e apresentação dos benefícios que estas podem
oferecer na tomada de decisão e definição de estratégias de negócio.
A visualização de informações através de mapas temáticos e ou interfaces de
aplicações Geográficas é claramente vantajosa em relação aos sistemas de
recuperação de informação tradicional, pois a análise se torna mais precisa e otimiza
tempo na definição de estratégias de gestão pelas organizações, desta forma auxilia
processos logísticos e gerenciais.
Atualmente existem várias ferramentas de SIG no mercado, neste trabalho
foram apresentadas as principais e as suas características; a escolha da ferramenta
geográfica pelos responsáveis da área de extração de dados geográficos para
obtenção de informações deve ser bem analisada, pois nem sempre a ferramenta
utilizada em uma empresa pode ser a melhor opção para outra empresa, dependerá
diretamente da finalidade da utilização.
Diante do exposto pode-se afirmar que a pergunta de pesquisa do estudo foi
respondida e os objetivos foram alcançados, pois foi apresentado de forma clara os
conceitos de SIG e suas principais áreas de aplicação, as principais ferramentas de
georreferenciamento existentes no mercado, bem como demonstrado através de
exemplos da utilização destas a viabilidade sobre a utilização para auxiliar na
tomada de decisão.
Como trabalhos futuros, sugere-se a realização de um estudo de casos sobre
a utilização de alguma das ferramentas apresentadas, com objetivo de comprovar
com experiências vivenciadas, os benefícios obtidos e dificuldades enfrentadas na
implantação desta no ambiente corporativo.
Revista Pensar Tecnologia, v.4, n.2, jul. 2015
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