UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Curso: Filosofia Módulo: Fundamentos da Ética e da Filosofia Política Tema: Ética filosófica: conceito e origem Data: 05/05/2009 Prof: Daniel Pansarelli Aula-Atividade O objetivo dessa aula-atividade é compreender a concepção aristotélica de ser humano, permeada pela ética e pela política. Abaixo estão transcritos breves trechos do livro livro Antropologia Filosófica I, de Henrique C. De Lima Vaz. Para o desenvolvimento desta aula-atividade: 1. Leia os trechos abaixo, compreendendo-os bem. Se tiver dúvidas, peça ao monitor que as encaminhe ao professor ou ao professor-tutor pelo Chat. 2. A partir dos trechos lidos, discuta em grupos de aproximadamente 5 pessoas: • Por que Aristóteles define o ser humano como um animal racional? • Por que Aristóteles define o ser humano como um animal político? • É possível definir se o ser humano, para Aristóteles, é essencialmente mais racional ou mais político? Explique e justifique. 3. Opcionalmente, antes de responder as questões acima, leia o texto Aristóteles – Filosofia do homem: ética e política, sugerido como leitura opcional no último item do planejamento semanal. 4. Manifeste no Fórum “Aula-atividade: Antropologia Filosófica” a síntese da discussão de seu grupo. Leia e comente as postagens dos outros grupos. Esta discussão no fórum deve ser realizada durante a própria aula-atividade. Extratos de: LIMA VAZ, H. C. Antropologia filosófica I. 6.ed. São Paulo: Loyola, 2001. O homem como zôon logikón. Sendo, em razão de sua psiché um ser que pertence, por sua essência, ao âmbito da physis, o homem se distingue de todos os outros seres da natureza em virtude do predicado da racionalidade: ele é um “animal racional”, um zôon logikón. A racionalidade é, pois, a diferença específica do homem, e, ao acentuar esse aspecto, Aristóteles prolonga a linha de reflexão antropológica que tem origem na Sofística e que fora continuada, mesmo sofrendo profunda inflexão, pela antropologia socrático-platônica. Enquanto ser dotado do logos (da fala e do discurso), o homem transcende de alguma maneira a natureza e não pode ser considerado simplesmente um ser “natural”. O estudo da atividade racional do homem ocupa uma parte considerável da obra de Aristóteles. O homem como ser ético-político. Ao fazer do domínio da praxis um domínio específico e autônomo de racionalidade, Aristóteles pode ser considerado, se não o criador, certamente o sistematizador da Ética e da Política como dimensões fundamentais do saber do homem sobre si mesmo, vem a ser, da Antropologia. A unidade dos domínios ético e político se manifesta no fato de que, segundo Aristóteles, o homem tal como ele o considerava em sua expressão acabada, isto é, o homem helênico, é essencialmente destinado à vida comum na polis e somente ai se realiza como ser racional. Ele é um zôon politikón por ser exatamente um zôn logikón, sendo a vida ética e a vida política artes de viver segundo a razão. Por sua vez, as virtudes que a Ética estuda, seja as recebidas dos costumes da cidade, seja as adquiridas pelo ensinamento, só na vida política encontram o campo de seu pleno exercício. Ética e Política são assim, para Aristóteles, como tinham sido para Sócrates e Platão – e nisso eles se fazem intérpretes de uma das características mais profundas do homem grego –, o campo por excelência onde se manifesta a finalidade do homem coroada pelo exercício da razão ou definida pela primazia do logos.