Visualização do documento Micro e macroeconomia.doc (31 KB) Baixar 3 Micro e macroeconomia A linha divisória entre a abordagem global da economia e o tratamento das unidades produtivas não é nítida nem permanente. Na prática, é freqüente que o estudo do todo recorra ao instrumental de análise das partes e, inversamente, que certas variáveis aplicáveis ao conjunto da economia possibilitem o entendimento de comportamentos microeconômicos. A micro e a macroeconomia correspondem aos dois principais enfoques da teoria econômica. A microeconomia estuda as unidades específicas -- indivíduos, famílias, empresas, indústrias, tipos de mercado, mecanismos de formação de preços, fatores de produção etc. -- e suas inter-relações, sem buscar sua ligação com a totalidade da economia. A macroeconomia aborda os aspectos globais da economia, como o nível geral de preços e empregos; produto, renda e despesas nacionais; taxas de poupança e de inflação; crescimento da economia; e os ciclos de depressão e prosperidade, sem buscar explicações para as variáveis internas do comportamento dos setores econômicos. A divisão da economia em análises micro e macroeconômica é, em grande medida, artificial. A abordagem microeconômica utiliza variáveis agregadas, embora sem fazer correlação com o global da economia; é o caso, por exemplo, do conceito de indústria, conjunto de todas as empresas de um setor específico. A análise macroeconômica não prescinde de instrumentais microeconômicos quando busca explicar o comportamento de subdivisões das variáveis, que foram "desagregadas" para efeito de melhor compreensão do fenômeno econômico. Microeconomia. A visão microeconômica dos fenômenos da economia remonta a um passado distante que pode ter em Platão, com suas obras A república e As leis, e Aristóteles, no livro Política, seu ponto arbitrário de início. Ao longo dos séculos, inúmeros autores estudaram os fatos econômicos do ponto de vista microeconômico até o advento do mercantilismo, conjunto de idéias e sistemas econômicos que se sucederam na Europa entre 1450 e 1750. A microeconomia, como entendida modernamente, procura explicar as leis que regem o comportamento econômico individual de consumidores e produtores e suas inter-relações. Para isso, seleciona os fatores mais importantes, entre os inúmeros capazes de influenciar um fenômeno, e passa a considerar constantes as variáveis secundárias. Por exemplo, no estudo da fixação de preços de determinado produto de uma empresa, avalia-se apenas o choque entre oferta e demanda. Variáveis como renda, custos de insumos, de distribuição e de mão-de-obra são descartadas. Por isso, uma das questões fundamentais da microeconomia é a escolha das variáveis que serão utilizadas no estudo de determinado fenômeno. Quanto menor o número dessas variáveis, mais simples e inexata tenderá a ser a explicação do fenômeno estudado. Ao contrário, quanto mais variantes forem incluídas no modelo, mais complexa será a explicação e mais difícil será prever o fenômeno em questão. Para selecionar variáveis e elaborar um modelo, a análise microeconômica estabelece hipóteses sobre comportamento econômico. Convenciona, por exemplo, o que seria um comportamento "racional" dos agentes econômicos: os consumidores buscarão a maior satisfação possível no uso dos bens adquiridos com suas rendas e os produtores tentarão obter o máximo de lucro em seus produtos, o que nem sempre acontece na vida econômica real. A abordagem microeconômica distingue-se pelas seguintes características: (1) parte de variáveis que muitas vezes não podem ser observadas ou medidas, para fazer deduções, descartando aspectos considerados secundários; (2) visa a comparar duas ou mais situações de equilíbrio, sem preocupação com o período situado entre as situações inicial e final; (3) ao adotar uma hipótese, admite que permanecerão estáveis todas as condições que influem no relacionamento de duas variáveis funcionalmente dependentes. Macroeconomia. A abordagem macroeconômica tem origem na França do século XVIII, na escola fisiocrática, que empregou pela primeira vez o método científico para descrever os fenômenos econômicos. A partir de então, diversos autores realizaram estudos de ciclos econômicos e teoria monetária, em que é nítida a abordagem macroeconômica. Seu grande teórico, porém, foi o economista britânico John Maynard Keynes, que revolucionou o pensamento econômico com o livro General Theory of Employment, Interest and Money (1936; Teoria geral do emprego, do juro e da moeda). Suas idéias colaboraram para a sistematização de uma visão global da economia e o surgimento de instrumentos para análise e previsão do fato econômico com os chamados "macromodelos", empregados para obter uma visão ampla e simplificada do conjunto da realidade econômica em termos matemáticos e estatísticos, de forma a aprimorar a previsão de fatos econômicos e a análise das políticas públicas. A importância da obra de Keynes é tão grande que os especialistas a situam no nível dos clássicos como The Wealth of Nations (1776; A riqueza das nações), de Adam Smith, e Das Kapital (1867-1894; O capital), de Karl Marx. Os economistas clássicos e Marx já abordavam a economia como um todo, mas foi Keynes quem forneceu o modelo, a sistematização teórica e as receitas que influenciariam os economistas das nações capitalistas nas décadas que se seguiram. As teorias de Keynes, principalmente a intervenção do estado na economia, foram contestadas pelo americano Milton Friedman, líder da Escola de Chicago e principal teórico do monetarismo, que enfatiza a importância da demanda de moeda e crédito na estabilidade de uma economia. O monetarismo foi adotado no Brasil depois de 1964, especialmente no período em que Delfim Neto foi ministro da Fazenda. A macroeconomia estuda as inter-relações entre as grandes variáveis (somas ou médias) agregadas, como renda nacional, emprego total e taxa de inflação, para compreender o comportamento do sistema econômico de forma global. Parte do princípio segundo o qual é possível explicar a realidade econômica sem necessidade de analisar o comportamento individual de fatores econômicos e tenta conhecer as mudanças verificadas na economia global à medida que fatores como evolução da tecnologia, demanda mais sofisticada e crescimento da produtividade afetam a vida econômica. A análise macroeconômica utiliza um número restrito de variáveis fundamentais e trabalha sobre relações estatísticas estáveis, eliminando muitos fatores que afetam o comportamento individual, o que permite o estudo e a previsão do comportamento geral da economia capitalista. Precisa, porém, estabelecer quantas subdivisões, ou "desagregações", é necessário fazer para esclarecer o comportamento dessas variáveis. O produto nacional, por exemplo, é a agregação ou soma de todos os bens e serviços produzidos por uma economia num período determinado. Será mais fácil compreendê-lo se for subdividido nas partes que o compõem, como o produto dos setores primário, secundário e terciário. O valor empírico dessa análise, no entanto, ficará comprometido se houver um número grande de subdivisões, que tornaria menor a possibilidade de estabelecer relações gerais entre as variáveis. Arquivo da conta: mjcb Outros arquivos desta pasta: A América Latina e o Modelo Neoliberal.doc (27 KB) A economia do Brasil.doc (33 KB) A evolução da Ciência Econômica e seus pensadores.doc (47 KB) A Evolução da Economia como Ciência.doc (28 KB) A história da humanidade.doc (90 KB) Outros arquivos desta conta: AULAS Economia Economia Economia - Samuelson & Nordhaus Economia II Economia Monetaria Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br