UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Ariele Tiemy Itokazu Karla Fernanda Aparecida Iezzo Ferreira Luci Neida Pires Rabitto ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES DO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA LINS – SP 2016 ARIELE TIEMY ITOKAZU KARLA FERNANDA APARECIDA IEZZO FERREIRA LUCI NEIDA PIRES RABITTO ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES DO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação da Ma Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana e orientação técnica da Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS-SP 2016 Itokazu, Ariele Tiemy; Ferreira, Karla Fernanda Aparecida Iezzo; I87e Rabitto, Luci Neida Pires Estratégia Saúde da Família: ações dos profissionais de saúde para o enfrentamento do câncer de mama / Ariele Tiemy Itokazu; Karla Fernanda Aparecida Iezzo Ferreira; Luci Neida Pires Rabitto. – – Lins, 2016. 72p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2016. Orientadores: Ma. Tais Fernanda Maimoni Contieri Santana; Jovira Maria Sarraceni. 1. Estratégia Saúde da Família. 2. Câncer de mama. 3. Atuação Profissional. I Título CDU 616-083 Ariele Tiemy Itokazu Karla Fernanda Aparecida Iezzo Ferreira Luci Neida Pires Rabitto ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES DO PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de Graduação de Enfermagem. Aprovada em: ___/___/___ Banca Examinadora: Professora Mestre Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana Enfermeira, Especialista em Saúde Mental, Licenciada em Enfermagem, Mestre em Enfermagem, Especializanda em Informática em Saúde pela UNIFESP e Doutoranda em Enfermagem pela UNESP de Botucatu Assinatura:________________________________________________ 1ª Prof. (a):______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ Assinatura: ________________________________ 2ª Prof. (a):______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ Assinatura:_________________________________ DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho aos nossos pais e familiares, que tanto nos auxiliaram e nos incentivaram a nunca desistir dos nossos sonhos, não mediram esforços, para que tivéssemos uma formação. Foi por vocês que corremos os riscos e ousamos diante das dúvidas e incertezas encontradas no decorrer do caminho. As nossas tias, que foram a nossa inspiração para a realização desta pesquisa, que nos impulsionaram á dar o melhor de nós, para que o trabalho fosse concluído. E é o que nos dá força para fazer a diferença na prestação de cuidados a essas mulheres guerreiras, que lutam pela vida. Epígrafe fazer “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistas do que parecia impossível.” (Charles Chaplin) Agradecimento À DEUS Primeiramente gostaria de agradecer à Deus, porque com toda certeza, sem ELE não sou nada, sem ELE não teria conseguido chegar até onde cheguei. Foi ELE que me deu forças, coragem e determinação para que eu pudesse concluir esse sonho. A luta foi grande, mas a vitória foi certa. Aos meus pais Não tenho palavras para expressar a gratidão que devemos à vocês. A luta foi minha, mas a vitória e o mérito são todos de vocês; que não mediram esforços para que eu pudesse cursar uma faculdade e ser alguém na vida, que jamais me deixaram desistir e fracassar, que sempre me apoiaram e me mostraram o quanto era importante correr atrás do que se sonha, porque tudo que se sonha junto, torna-se realidade. Hoje realizo o sonho da minha vida, mas não teria chego até aqui, sem vocês. Muito obrigada! Espero poder retribuir à vocês todo amor e carinho incondicional que me ofereceram todos esses 25 anos. Amo muito vocês! Aos meus irmãos A vocês meus irmãos, agradeço pelo companheirismo, pelo apoio, pela paciência, pela compreensão nos afazeres de casa, por acreditarem no meu potencial e por estarem sempre ao meu lado. Vocês são essenciais em minha vida. A alguém especial Ao meu namorado, que sempre esteve ao meu lado, dando aqueles puxões de orelha, quando foi preciso, que contribui muito para minha formação, que me incentivou à nunca desistir nas horas do desespero, que aguentou minhas chatices na hora do nervoso. À minha sogra que sempre vibrou a cada conquista e etapas concluídas. As Parceiras de monografia À vocês minhas amigas, meu muito obrigada, pela paciência, dedicação e companheirismo. Superamos a fase de que diziam que até o final do TCC nossa amizade estaria destruída, pelo contrário nos mantivemos sempre unidas, enfrentando os desafios e superando asadversidade. Só tenho a agradecer à Deus por ter posto em minha vida pessoas maravilhosas e abençoadas como vocês. Enfim acabou minhas amigas, finalizamos mais uma etapa de nossas vidas. Agora cada uma segue um rumo diferente, mas com a certeza de que deixamos um pouquinho de nós e levamos um pouquinho de cada uma de vocês. Muito obrigada! A orientadora A nossa orientadora, não tenho palavras para expressar a minha gratidão, aquela que com o seu jeito meigo, sempre soube nos acalmar na hora do desespero, que sempre nos pediu calma e dizia que daria tudo certo. Taís, muito obrigada, pela sua dedicação e comprometimento. Você foi essencial para nossa formação, contribui no início da graduação com o seu conhecimento e experiências teóricas e pra fechar com chave de ouro, nos orientou brilhantemente no TCC. Que você possa passar essa sabedoria imensa à muitos alunos, espero poder me tornar uma profissional, assim como você é. Aos amigos As amizades que Deus me proporcionou esse ano, que foram fundamentais para tornar os momentos de desesperos menos agonizantes. Todos os módulos passados foram fantásticos, cada um a seu modo, mas as Berilas me surpreenderam,grupo animado, unido, com corações imensos que estavam sempre prontos a ajudar; foram fundamentais para que eu conseguisse superar o módulo de Cuidados Críticos, acreditaram na minha capacidade e fizeram eu sempre seguir em frente. Muitíssimo obrigada Berilas e Berilo Pai. Ao nosso amigo Léo que nos auxiliou nessa ultima etapa, ele foi primordial para finalização deste trabalho. Ariele Tiemy Itokazu AGRADECIMENTO A DEUS Por todas as benções recebidas, por ter me capacitado e dado forças necessárias para vencer os obstáculos que encontrei durante essa caminhada. Mãe Sou eternamente grata a você minha guerreira, por todo cuidado, apoio, incentivo, por ter acreditado sempre no meu potencial, só nos sabemos o quanto essa caminhada foi difícil, você estava sempre ao meu lado, me dando forças para nunca desistir, essa vitória é nossa. Obrigada por tudo que você fez, e continua fazendo por mim. Amo você pra todo o sempre. Pai Obrigada por ter me dado à oportunidade de concluir mais essa etapa, você foi muito importante para a minha formação. Amo você. Vó Cleusa Obrigada por sempre cuidar de mim. Sou eternamente grata à senhora por todo amor e carinho. Amo você. A alguém especial Meu noivo e futuro esposo, obrigada por todo apoio nesses anos, por sempre acreditar em mim e mostrar que sou capaz de alcançar os meus objetivos, sou grata a Deus por ter colocado uma pessoa tão especial, em minha vida. Te amo muito. Vô José Iezzo e Tio Eduardo José Iezzo (in memoria) Gostaria muito que vocês estivessem aqui comigo, para presenciar essa conquista mais sei que de alguma maneira onde vocês estiverem, acredito que estão cuidando sempre de mim, como sempre fizeram. Saudades eternas. Amo Vocês As Parceiras de monografia Tiemy e Luci obrigada pelo companheirismo, respeito que tivemos umas com as outras, e pelo compromisso e total dedicação neste trabalho, a nossa caminhada foi longa, mais somos vencedoras por termos chegado até aqui. A orientadora Obrigada por toda a ajuda e carinho que você teve conosco, sempre nos demonstrando calma, e sabedoria, e nos dando a certeza que seriamos capazes de concluir este trabalho, obrigada por tudo. Aos amigos A todos os amigos que fiz durante esta jornada, obrigada pelo acolhimento, ajuda e parceria, em especial ao grupo THE BEST, e BERILAS cada um de vocês tem um lugarno meu coração que vou carregar para sempre comigo.A Mari e Carlinha era para termos concluído essa etapa juntas, mais os planos de Deus são melhores que os nossos, obrigada pela ajuda, apoio, e amizade, e a todos que rezaram e torceram por mim durante essa caminhada. Karla Iezzo AGRADECIMENTO A Deus Que em todos os meus dias esteve presente me abençoando, protegendo e que me concedeu o dom da vida. Pais AntonioRabitto (in memoria), principalmente a minha mãe Neide Pires Rabitto, que dedicou cada minuto da sua vida pelos filhos, nunca mediu esforços e ensinou me a ser honesta, responsável e ter um estudo superior, pois o saber ninguém pode nos tirar, sem seu apoio sua dedicação e todo seu amor nada teria se realizado. Familiares Vô Rosa (in memoria), Tios, Tias, Primos em especial ao Bruno Pires e Maria Fernandes que sempre me incentivaram e acreditaram que eu realizaria o meu grande sonho. Amiga Cassia que sempre me ajudou a superar os obstáculos e me incentivou a voltar aos meus estudos. Alguém Especial D. Odete (in memoria) que foi minha segunda mãe e confiava em minha inteligência, no meu potencial, na minha capacidade, sua fala sempre estará comigo“ Estude filha, porque você irá cuidar de nós”. Orientadora Mestre Taís não caberia palavras para agradecer tudo que me ensinou, sua tranquilidade, aconchego, simplicidade, postura e ética nos cativa sempre. Nunca mediu esforços não só neste projeto,seu comprometimento vai muito além.Obrigada por me ensinar a superar meus medos e minhas inseguranças,sempre guardarei comigo: “Sim você sabe, você pode, você consegue. .Professora A minha amiga iluminada Daniela Garcia, me ensinou não só os estudos mas também a conhecer o que temos de melhor em nosso interior, sempre com palavras certas no momento certo. Seu um olhar carinhoso já falava tantas coisas que acalentava meu coração e me dava forças para continuar a caminhada. Deixo minha eterna gratidão. A minhas amigas de tcc Agradeço por ter amigas comoAriele e Karla, um grupo que graças a Deus sempre unido em prol do mesmo objetivo. Mesmo com tantos obstáculos, juntas enfrentamos e superamos todas as dificuldades. Agradeço pelo carinho, paciência, acima de tudo pelo respeito e união de todas. Juntas conseguimos realizar este projeto. A Professores Em especial a Profª Jovira que orientou com carinho e sempre esteve a disposição quando precisamos. Não posso deixar de agradecer a Profª Viviane Armede , pelo carinho e respeito que sempre me dedicou no primeiro dia de aula me acolhendo, estando do meu lado. Amigos Agradeço ao apoio de todos meus amigos que me ajudaram nesta minha jornada, de varias cidades, Bauru, Perdeneiras, Piripiri, Suzano, em especial a Lucinéia, TatianaAntevere, TatianePretti, Andrea, enfim todos que diretamente ou indiretamente não estavam presente comigo,mas me mandavam mensagens, ligavam, rezaram e nunca deixaram de acreditar em nossa amizade, agradeço a Deus por todos existirem. Luci Neida Pires Rabitto RESUMO A elevada incidência do câncer é um evidente problema de Saúde Pública, sendo destaque entre as mulheres o câncer de mama. Pesquisas demonstram a falta de conhecimento da doença, dificuldade de acesso aos serviços de diagnóstico favorecendo a detecção tardia desta neoplasia. Cabe então reflexões de como a mulher percebe e lida com a doença, como isso afeta a sua existência. Por melhores condições de vida para o sujeito oncológico é necessário o comprometimento de profissionais, sujeito, família, amigos e redes de apoio, há necessidade emergencial de linhas de cuidado à mulher em especial ao câncer de mama, um dispositivo de saúde possível de contemplar este cuidado integral seria a ESF, uma vez que o atendimento oferecido às estas mulheres, não deve permanecer centrado nos serviços de alta complexidade, precisa existir em todos os níveis de assistência à saúde. Este estudo objetivou desvelar as ações desenvolvidas, pelas equipes de saúde das ESF, do rastreamento ao tratamento do câncer de mama. Pesquisa exploratória, descritiva, quantitativa e qualitativa, com investigação dos sentimentos de mulheres com câncer de mama descritas nas ESF de Lins e a aplicação de questionário semi-estruturado aos profissionais. Os resultados quantitativos foram tratados estatisticamente e os qualitativos com ênfase na análise de conteúdo proposta por Bardin. Como resultados apreendeu-se a necessidade de ações para a detecção precoce, reduzindo o tempo para o início do tratamento oncológico ao garantir intervenções que priorizem os aspectos preventivos como meio de proporcionar um atendimento seguro e humanizado para a população, as equipes de Saúde Pública desenvolvem ações frente ao câncer de mama, mas desarticuladas de uma linha de cuidado, sendo necessário um repensar das práticas. Palavras chave: Estratégia Saúde da Família. Câncer de Mama. Atuação Profissional. ABSTRACT The high rate of cancer is an evident matter of public health in the world, being the breast cancer the most common one among women. Researches have shown that the lack of knowledge and the difficulty in having access to a proper diagnosis make patients take more time to detect this neoplasia. In this context one should wonder how women can notice and deal with this disease, moreover how it affects their existences. In order to provide better living conditions for the patients it is necessary to have commitment from the professionals, the patient, their families, friends and support networks. There is an urgent need of healthcareto women, especially when it comes to breast cancer. The FSE (Family Health Strategy) is an important tool that is able to cover this complete healthcare service, which must not remain focused only onhigh-complex services, but on all levels of health assistance. The purpose of this study was to uncover the work performed by the medical staff of the FSE, from the tracking until the treatment of breast cancer, as much as to develop along with the teams the care focused on this type of cancer. It has been done anexploratory, descriptive, quantitative and qualitative research, investigating how women with breast cancer described in the FSE in Lins felt like. There has also been developed a semi-structured survey for the professionals involved. The quantitative results have been statistically analyzed, whereas the qualitative ones have been examined with focus on the qualitative content analysis according to Bardin’s perspective. It has been learned from the results that the early diagnosis is of extreme importance, which reduces the time to start the oncologic treatment by making sure that interventions are able to prioritize the preventive measures, as a way to provide a safe and humanized medical care for the population. The public health teams develop actions towards breast cancer, yet they are disordered and lacking a health care line. Therefore, it is necessary to rethink the practices involved in the treatment of this illness. Keywords: Family Health Strategy. Breast Cancer. Professional Performance. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Anatomia e fisiologia da mama ......................................................23 Figura 2 – Sinais e Alterações da mama relacionada ao câncer de mama ....29 LISTAS DE TABELAS Tabela 1 – Idade dos profissionais .................................................................44 Tabela 2 – Estado civil ....................................................................................45 Tabela 3 – Função profissional desempenhada pelos entrevistados..............45 Tabela 4 – Vinculo empregatício dos profissionais entrevistados ...................46 Tabela 5 – Programas e ações desenvolvidas nas ESF’s ..............................47 Tabela 6 – Ações realizadas especificamente para o rastreamento do câncer de mama .........................................................................................................48 Tabela 7 – Características das mulheres atendidas na unidade ....................49 Tabela 8 – Característica da equipe de trabalho ............................................50 Tabela 9 – Necessidade de protocolos de cuidados relacionados ao Câncer de Mama ..............................................................................................................51 Tabela 10 – A importância de uma linha de cuidado voltada ao câncer de mama ..............................................................................................................51 LISTA DE QUADRO Quadro 1 - Análise de conteúdo proposta por Bardin .................................... 53 Lista de Abreviaturas e Siglas ACS – Agentes Comunitários BRCA1 – BreastCancer1 BRCA2 – BreastCancer2 CONASS – Conselho Nacional de Secretários da Saúde CONASEMS – Conselho Nacional de Secretárias Municipais de Saúde DCNT – Doenças Crônicas não transmissíveis ESF – Estratégia Saúde da Família FSH – Hormônio Folículo Estimulante HCBARRETOS – Hospital do Câncer de Barretos IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico INCA – Instituto Nacional de Câncer LH – Hormônio Luteinizante PACS – Programa Agentes Comunitários de Saúde PSF – Programa Saúde da Família PROESF – Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia de Saúde da Família SDM – Serviços de Referência para Diagnostico do Câncer de Mama SISCAN – Sistema de Informação de Câncer SISCOLO – Sistema de Informação do Câncer do colo de útero SISMAMA – Sistema de Informação do Câncer de Mama SUS – Sistema Único de Saúde Sumário Introdução ................................................................................................................. 21 Capítulo I - Câncer de Mama .................................................................................... 23 1 Anatomia e fisiologia da mama ............................................................................. 23 2 Câncer de mama: antecedentes históricos ........................................................... 24 3 Definição ............................................................................................................... 26 4 Causas ................................................................................................................. 26 5 Fatores de Risco................................................................................................... 27 6 Manifestações clínicas .......................................................................................... 28 7 Diagnóstico ........................................................................................................... 29 8 Tipos de cirurgias ................................................................................................. 30 9 Tratamento ........................................................................................................... 31 9.1 Radioterapia ................................................................................................. 31 9.2 Quimioterapia ............................................................................................... 32 9.3 Hormonioterapia ........................................................................................... 33 9.4 Reconstrução Mamária ................................................................................ 33 CAPÍTULO II ............................................................................................................. 34 Programa Estratégia Saúde da Família .................................................................... 35 1 Estratégias Saúde Da Família .............................................................................. 35 1.1 Histórico ....................................................................................................... 35 1.2 Objetivos do Programa................................................................................. 38 1.3 Composição da equipe mínima e Atribuições .............................................. 38 1.4 Ações desenvolvidas no território ................................................................ 40 1.5 Linhas de cuidado à saúde da mulher.......................................................... 40 Capitulo III ................................................................................................................. 41 Pesquisa ................................................................................................................... 42 1 Método.................................................................................................................. 42 2 Local e sujeitos de pesquisa ................................................................................. 43 3 Apresentações dos dados quantitativos ............................................................... 44 4 Análise de conteúdo proposta por Bardin ............................................................. 52 Proposta de Intervenção ........................................................................................... 56 Conclusão ................................................................................................................. 57 Referências ............................................................................................................... 58 Apêndices ................................................................................................................. 63 21 INTRODUÇÃO Em virtude da elevada taxa de incidência, o câncer configura-se como um evidente problema de saúde pública mundial, merecendo destaque entre as mulheres o câncer de mama. Nesse contexto, a neoplasia mamária apresentase como a principal causa de morte por câncer no Brasil, cujas estimativas segundo INCA para o ano de 2016 apontam a ocorrência de aproximadamente 57.960 mil novos casos da doença. Existem, entretanto, fatores como condições relacionadas à vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer de mama e a presença da alta densidade no tecido mamário que também predispõem para o crescimento celular desordenado na região. Inúmeras pesquisas têm demonstrado que a falta de conhecimento acerca da doença, associada à dificuldade de acesso aos serviços de diagnóstico favorecem para a detecção tardia desta neoplasia. Para tanto, é necessário que as ações de prevenção ao câncer que contribuem para a promoção da saúde, diagnóstico precoce, recuperação e reabilitação mereçam enfoque prioritário, principalmente para mulheres com informação limitada sobre o tema e com condições socioeconômicas desfavoráveis. Cabe então reflexões acerca de como a mulher percebe e lida com essa nova imagem, como isso afeta a sua existência. O sucesso da busca por melhores condições de vida para o sujeito oncológico depende do comprometimento de todos os envolvidos - profissionais, sujeito, família, amigos e redes de apoio, diante ao exposto observar-se que há necessidade emergencial de linhas de cuidado à mulher em especial ao que tange o câncer de mama, e que um dispositivo de saúde possível de contemplar este cuidado integral seria a Estratégia Saúde da Família, uma vez que o atendimento oferecido às mulheres em relação ao câncer de mama, não deve permanecer centrado apenas nos serviços de alta complexidade, ele precisa existir em todos os níveis de assistência à saúde. Este estudo objetiva desvelar as ações desenvolvidas, pelas equipes de saúde das ESF, com mulheres acima de 30 anos, do rastreamento ao tratamento do câncer de mama e compreender como articula-se o cuidado dirigido a este público. 22 Questiona-se, se é efetivo o trabalho do profissional de saúde na ESF, no que tange a assistência integral, do rastreamento ao tratamento do câncer de mama em mulheres a partir de 30 anos? Emerge como suposições o fato dos profissionais de saúde não estar exercendo seu papel no rastreamento e tratamento do câncer de mama de forma contundente na atenção primária a saúde, visto que a formação profissional ainda está voltada para a agudização da doença e na assistência intra-hospitalar. Para melhor organização e leitura este trabalho foi elaborado em três capítulos, sendo que o capítulo I aborda o câncer de mama, fatores de risco, rastreamento e tratamento; no capítulo II é apresentado a Estratégia Saúde da Família, objetivos do programa e linhas de cuidado à saúde da mulher; e no capítulo III apresenta-se os dados da pesquisa. 23 CAPÍTULO I CÂNCER DE MAMA 1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA Figura 1 – Anatomia da Mama Google Imagens (Fonte:http://images.slideplayer.com.br/25/7963443/slides/slide_2.jpg) A mama também conceituada por seio é um órgão par e simétrico. Cituado na parte anterior ao tórax, em frente aos músculos peitorais e ao serrátil anterior à direita e esquerda do esterno. (GRAYS, 2008) Está presente em ambos os sexos, mas apenas se desenvolve na mulher, durante a adolescência, sob o estímulo de hormônios femininos no período puberal, atingindo sua plenitude caso a mulher engravide e amamente, ou seja, o período de amamentação é de extrema importância no crescimento e na diferenciação das mamas, enquanto no homem permanece atrofiado. (HOYCO et al, 2005) A sua forma e tamanho dependem de características genéticas hereditárias como: raciais, dietéticos, idade, paridade e menopausa. (GRAYS, 2008) Na mulher desempenha um papel muito importante, secretar leite, um 24 leite próprio para a amamentação do recém-nascido. A sua estrutura histológica varia de acordo com o sexo, idade e estado fisiológico. (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2008) A mama adulta é composta de 15 a 20 lobos, unidades funcionalmente independentes entre si, que subdividem em lóbulos em números variáveis ( de 20 à 40 subunidades). Os lóbulos, por sua vez, são compostos por 10a 100 alvéolos, estruturas acianosas secretoras e saculiformes, cuja células são responsáveis pela produção láctea. Os alvéolos desembocam em reproduzidas estruturas ductais – os ductos, que se reúnem em ductos maiores relacionados a uma das subunidades funcionais -, os lóbulos. Os ductos maiores, por sua vez, fundiram-se para formar ductos principais que drenam as unidades maiores, os lóbulos. Os ductos principais apresentam dilatação na projeção da aureola, denominada seio galactóforo, cuja importância reside na participação do mecanismo de sucção das mamas pelo neonato. Exteriorizam-se na pele da papila mamaria em pequenos orifícios. (ZUGAIB, 2012) Na puberdade e adolescência, a hipófise determina a liberação dos hormônios FSH e LH para estimular a maturação dos folículos de Graaf ovarianos. Estes, por sua vez, liberam estrógeno, que estimula o desenvolvimento dos ductos mamários, sendo o hormônio responsável pelo desenvolvimento da glândula até 2 a 3 anos após o início da puberdade. O volume e a elasticidade do tecido conectivo ao redor dos ductos aumentam, assim como a vascularização e a deposição de gorduras. A ação combinada de estrógeno e progesterona determina o desenvolvimento completo da glândula e a pigmentação da aréola. (ZUGAIB, 2012) 2 Câncer de mama: antecedentes históricos O controle do câncer de mama no Brasil teve um marco histórico, em meados dos anos 80 ao ser contemplado no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, que postulava o cuidado mais amplo para além da atenção ao ciclo gravídico-puerperal. (BRASIL, 1984. p 27) Em 1986, o Programa de Oncologia (Pro-Onco), do Instituto Nacional de Câncer/Ministério da Saúde, foi criado como estrutura técnico-administrativa da 25 extinta Campanha Nacional de Combate Câncer. Em 1990, o programa tornouse Coordenação de Programas de Controle de Câncer e suas linhas básicas de trabalho eram a informação e a educação sobre os cânceres mais incidentes, dentre os quais o câncer de mama.(ABREU,1997) No final dos anos 90, com a implantação do Programa Viva Mulher, foram iniciadas ações voltadas à formulação de diretrizes e à estrutura da rede assistencial para a detecção precoce do câncer de mama. O Documento de Consenso, em 2004, propôs as diretrizes técnicas para o controle do câncer de mama no Brasil. (INCA, 2004) Em 2005, com o lançamento da Política Nacional de Atenção Oncológica, o controle dos cânceres de colo de útero e de mama foi destacado como componente fundamental dos planos estaduais e municipais de saúde. Neste mesmo ano foi elaborado o Plano de Ação para o Controle dos Cânceres de Colo de Útero e de Mama 2005-2007, que propôs seis diretrizes estratégicas: aumento de cobertura da população-alvo, garantia da qualidade, fortalecimento do sistema de informação, desenvolvimento de capacitações, estratégia de mobilização social e desenvolvimento de pesquisas. (INCA, 2005) A importância da detecção precoce dessas neoplasias foi reafirmada no Pacto pela Saúde, em 2006, com a inclusão de indicadores na pactuação de metas com estados e municípios para a melhoria do desempenho das ações prioritárias da agenda sanitária nacional. (BRASIL, 2006 p.76) Em abril de 2009, o INCA promoveu o Encontro Internacional sobre Rastreamento do Câncer de Mama, no Rio de Janeiro, que reuniu representantes do Ministério e das secretarias estaduais de saúde, do movimento organizado de mulheres e de instituições ligadas ao controle do câncer, com o objetivo de conhecer a experiência de programas bemsucedidos da Europa, Canadá e Chile. O Encontro resultou no resumo executivo com recomendações para implantação de programa organizado de rastreamento do câncer de mama. (INCA, 2008) A implantação do Sistema de informação do Câncer de Mama (SISMAMA), em junho de 2009, o aumento da oferta de mamografias pelo Ministério da Saúde (Mais Saúde 2008-2011) e a publicação de documentos, dentre os quais os Parâmetros técnicos para o rastreamento do câncer de 26 mama e o folder recomendações para a redução da mortalidade do câncer de mama no Brasil (2010-2011), vêm impulsionando a organização das ações de controle. (INCA, 2009) Em maio de 2013, a política de atenção oncológica foi atualizada pela Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse mesmo ano, foi instituído o Sistema de Informação de Câncer (SISCAN), uma versão em plataforma web que integra os Sistemas de Informação do Câncer do Cólo de Útero (SISCOLO) e do Câncer de Mama (SISMAMA). Para dinamizar a organização da atenção secundária, em 2014 foi publicada a Portaria nº 189, que estabeleceu incentivos financeiros de custeio e de investimento para a implantação de Serviços de Referência para Diagnóstico do Câncer de Mama (SDM). Esta Portaria definiu critérios para habilitação das unidades, além do rol mínimo de exames necessários para o diagnóstico. (INCA, 2011) 3 DEFINIÇÃO O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clinicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas. O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductalinfiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos. (INCA, 2012) 4 CAUSAS As causas de câncer são variadas, segundo Ministério da Saúde e INCA (1996), podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas interrelacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos 27 hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Outros vinda permanecer em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células. (INCA, 2010) O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Ainda, segundo a fonte supracitada, alguns tipos de câncer como o de mama, parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. 5 FATORES DE RISCO O câncer de mama não apresenta uma causa exclusiva, vários fatores estão incluídos ao avanço de se desenvolver a doença como: sexo, idade, fatores hormonais, histórico familiar, fatores externos como o sedentarismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, menarca precoce e menopausa tardia. (INCA, 2015) Alguns fatores que aumentam o risco de desenvolver câncer de mama, como obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação ionizante em altas doses, exposição a pesticidas/organoclorados e tabagismo são passíveis de intervenção clínica, porém outros fatores como sexo feminino, avanço da idade, menarca precoce, menopausa tardia, primeira gestação tardia, história de 28 câncer de ovário ou de mama ou história de doença mamária benigna, alta densidade mamária, história familiar de câncer de mama e principalmente mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2, não podem ser modificados. A maioria destes fatores encontra-se associada com um moderado aumento no risco (cerca de 2 ou 3 vezes), o que sugere que múltiplos fatores contribuem para a gênese da doença e que podem existir fatores ainda desconhecidos.(THULER, 2003) Segundo o Oncoguia (2010): a) a maior prevalência do câncer de mama é no sexo feminino; b) o risco aumenta em mulheres com idade acima de 55 anos; c) a mutação genética herdada BRCA1 e BRCA2 pode aumentar o risco de adquirir a neoplasia mamária; d) mulheres com histórico de câncer na família, geralmente mãe e irmã, apresentam maior incidência; e) os fatores externos que podem ser modificados são consumo excessivo de álcool, obesidade e o sedentarismo; f) anuliparidade ou seja mulheres que não tiveram filhos tem maior probabilidade de ser acometida pelo CA de mama; e g) mulheres com menarca precoce antes dos 12 anos e menopausa tardia após os 55 anos. Na atualidade, o câncer de mama é considerado como o segundo tipo de câncer mais comum no mundo, sendo o mais freqüente entre as mulheres. Ao contrário do câncer de colo de útero, esta doença encontra-se relacionada ao processo de industrialização, com risco de adoecimento associado a elevado status sócioeconômico, além de outros fatores de risco clássicos descritos, tais como baixa paridade, idade precoce da menarca e tardia da menopausa, obesidade, altura e consumo de álcool (GUERRA et al., 2005,p.230). 6 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Segundo INCA (2015), o câncer de mama pode ser entendido em seu início por apresentar alguns sinais e sintomas característicos da doença, o nódulo mamário é um dos primeiros sinais a ser manifestado, sendo observado pela própria mulher na maioria das vezes apresentando-se duro, indolor e 29 irregular podendo manifestar outros sinais como, hiperemia, pele com aspecto casca de laranja, retração cutânea, descamação ou ulceração do mamilo e secreção papilar. A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e geralmente indolor. O nódulo está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sinais e sintomas são: pele da mama avermelhada, retraída, pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas. Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas das mamas. Figura 2 – Sinais e alterações da mama relacionada ao câncer de mama Fonte: Google imagens, 2016 7 DIAGNÓSTICO O rastreamento do câncer de mama é uma estratégia dirigida às mulheres na faixa etária em que o balanço entre benefícios e riscos dessa prática é mais favorável, com maior impacto na redução da mortalidade. Os 30 benefícios são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada. Os riscos ou malefícios incluem os resultados falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; os resultados falso-negativos, que resultam em falsa tranquilidade para a mulher; sobre diagnóstico e tratamento, relacionados à identificação de tumores de comportamento indolente (diagnosticados e tratados sem que representem uma ameaça à vida); e, em menor grau, o risco da exposição à radiação ionizante, se frequente ou sem controle de qualidade. (BRASIL, 2010) No Brasil, conforme revisão das Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, publicada em 2015, a mamografia é o método preconizado para rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher. A mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade do câncer de mama. A mamografia de rotina é recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. A mamografia nessa faixa etária e a periodicidade bienal são rotinas adotadas na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseiam-se na evidência científica do benefício dessa estratégia na redução da mortalidade nesse grupo e no balanço favorável entre riscos e benefícios. Em outras faixas etárias e periodicidades, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento com mamografia é desfavorável. (INCA, 2015) Além do exame de diagnóstico de mamografia outros exames como U.Sdas mamas e ressonância magnética, que podem ser solicitados pelo médico caso haja necessidade. (HCBARRETOS, 2016) 8 TIPOS DE CIRURGIAS A cirurgia depende do tamanho da mama e do tumor, sendo considerada uma forma de tratamento, podendo ocorrer mastectomia que é a retirada por completo da mama ou a quadrandectomia sendo a ressecção de apenas um quadrante da mama. (ONCOGUIA, 2016) 31 A Cirurgia é uma das formas de tratamento mais comum no cancro da mama, sendo de acordo com Ribeiro (2014, p.19) tendo várias abordagens de acordo com a classificação do tumor: a) Cirurgia conservadora (Tumorectomia): Excisão do tumor e de algum tecido circundante; b) Mastectomia poupadora de pele: Remove-se a glândula mamária, poupando a pele que a reveste, de modo a facilitar a reconstrução mamária; c) Mastectomia simples e total: Remoção de toda a mama, pele e mamilo com preservação dos músculos peitorais. d) Mastectomia radical modificada ou Mastectomia de Patey: Remoção total da mama, pele e os gânglios axilares, preservando os músculos peitorais; e e) Mastectomia radical ou mastectomia radical de Halsted: Remoção total da mama, bem como os músculos peitorais, pele e os gânglios axilares. Apesar do sucesso terapêutico, este tipo de cirurgia era muito extenso, associada a um elevado risco de linfedema e deformação do peito e ombros. Por estes efeitos secundários este tipo de cirurgia não é utilizado atualmente (era utilizado essencialmente para tumores de estagio III) 9 TRATAMENTO O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.(ONCOGUIA,2014) 9.1. Radioterapia É um tratamento que utiliza aparelhos que emitem radiações ionizantes (Raios X de alta energia) chamados de aceleradores lineares. Essas radiações são direcionadas para os locais de risco de recaída e são como banho de luz. 32 A radioterapia vem sendo utilizada para eliminar as células do tumor através da radiação ao mesmo tempo em que procura evitar a destruição de células vizinhas saudáveis.(ONCOGUIA,2014) Segundo INCA (2010) a radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia ou outros recursos usados no tratamento dos tumores. Os pacientes com câncer de mama que são submetidos ao tratamento com radioterapias é cada vez maior. Para muitos pacientes, é um meio bastante eficaz, fazendo com que o tumor desapareça e a doença fique controlada, ou até mesmo curada. Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da qualidadede vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes. Os possíveis efeitos da radioterapia geralmente aparecem na 3ª semana de aplicação e desaparecem poucas semanas depois de terminado o tratamento, podendo durar mais tempo. Os efeitos indesejáveis mais frequentes são: cansaço e perda de apetite. A pele que recebe radiação poderá coçar, ficar vermelha, irritada, queimada ou bronzeada, tornando-se seca e escamosa.(ONCOGUIA,2014) 9.2. Quimioterapia A quimioterapia adjuvante vem sendo a opção de escolha no tratamento em alguns casos de câncer de mama, diminuindo a chance de recidiva e aumentando a sobrevida dos pacientes. Uma vez retirado o tumor, cirurgicamente, a recidiva da doença pode ocorrer através de possível micro metástases ocultas. Portanto, a finalidade do tratamento através da quimioterapia adjuvante é justamente erradicar as micro metástases, diminuindo a chance de recidiva e aumentando a sobrevida. Várias combinações de drogas que compõem os protocolos para tratamento do câncer de mama. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo também administrado por via oral : o paciente ingere pela boca o medicamento na forma de comprimidos, cápsulas e líquidos. Pode ser feito em domicilio. 33 Intramuscular: a medicação é aplicada por meio de injeções no músculo. Subcutânea: a medicação é aplicada por injeções, por baixo da pele. Intracraneal: menos frequente, podendo ser aplicada no líquor, pelo próprio médico ou no centro cirúrgico. Tópico (sobre a pele ou mucosa): o medicamento (líquido ou pomada) é aplicado na região afetada. Os medicamentos se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo. (INCA, 2011) 9.3. Hormonioterapia Estas substâncias atuam principalmente impedindo as células do câncer de usar o hormônio que elas precisam para crescer através da competição no processo de ligação dos hormônios naturais aos receptores dos órgãos- alvo (órgão sobre o qual atua) ou por inibir o corpo de sintetizar os hormônios. É o tratamento indicado antes da cirurgia no caso de tumores avançados localmente. Desde que a apresentação da doença metastática não seja grave a ponto de ameaçar a vida a curto prazo, deve ser proposta como tratamento inicial. (ONCOGUIA,2014) 9.4. Reconstrução Mamária Na reconstrução da mamaé fundamental não apenas a qualidade estética, mas também a minimização da morbidade na área doadora dos retalhos empregados. Quando comparados aos tecidos alopáticos, os tecidos autógenos apresentam as vantagens de serem uma reconstrução definitiva, a qualidade superior da reparação e o custo menor. Porém, há as limitações inerentes à ressecção muscular e, portanto, à maior morbidade. Nos últimos anos, tem-se observado o aprimoramento das técnicas que visam a menor ressecção muscular e, por conseguinte, a menor incidência de alterações 34 funcionais. Entre estas, merece destaque a aplicação da microcirurgia no processo de transferência do retalho. Em pacientes submetidas a mastectomia, o objetivo maior da cirurgia reconstrutora é a reabilitação estética, retirando-se da paciente o estigma do câncer e da mutilação. O retorno à condição física pré-câncer é fundamental neste processo e a morbidade da retirada da musculatura não é desprezível. A microcirurgia e os retalhos perfurantes constituem mais uma opção para as mulheres mastectomizadas pela menor agressão à parede abdominal e pelo retorno mais precoce às atividades habituais pré-operatórias. A ponderação entre estas vantagens e os riscos inerentes à complexidade do procedimento deve ser aventada, colocando-se assim a melhor opção de tratamento e reabilitação. As cirurgias reparadoras servem para reverter grandes mutilações causadas pela retirada de tumores. Com essas intervenções de alta complexidade, reconstroem-se partes do corpo como as mamas, os médicos utilizam técnicas de implante de enxertos de pele retirados de outras partes do corpo dos próprios pacientes. Em alguns casos, como nas mamas, também se usam próteses para preencher a área afetada. A operação permite que a região fique parecida com o que era antes da sequela. (ONCOGUIA,2014) Segundo Lei nº 12.802, de 24 de abril de 2013, alterada pela Lei o n 9.797, de 6 de maio de 1999, que “dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de unidades integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer”, para dispor sobre o momento da reconstrução mamária. 35 CAPÍTULO II PROGRAMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA 1 ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA A Estratégia Saúde da Família (ESF) trabalha dentro de uma nova lógica, com maior capacidade de ação para atender às necessidades de saúde da população de sua área de abrangência. A função da ESF é prestar assistência contínua à comunidade, acompanhando integralmente a saúde da criança, do adulto, da mulher, dos idosos, enfim, de todas as pessoas que vivem no território sob sua responsabilidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2001) A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS), e é tida pelo Ministério da saúde e gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos daatenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. (PNAB, 2012, p. 56) 1.1. Histórico O Programa Saúde da Família nasce, em dezembro de 1993, fundamentando em algumas experiências municipais que já estavam em andamento no País. Surge como uma proposta ousada para a reestruturação do sistema de saúde, organizando a atenção primária e substituindo os modelos tradicionais existentes. Dezessete anos depois, a história nos mostra que a decisão do Ministério da Saúde de investir nesse caminho foi acertada. O programa no início foi financiado por transferência conveniada de recursos, atualmente há uma estratégia de abrangência nacional em todos os estados da federação em quase 100% dos municípios. A Estratégia Saúde da 36 Família tornou-se uma política de Estado e um dos pilares de sustentação doSUS. Os desafios até hoje não foram fácil e os obstáculos ainda são inúmeros, porém o trabalho desenvolvido pelos 238 mil agentes comunitários de saúde, 31 mil equipes de Saúde daFamília e 19 mil equipes de Saúde Bucal, em todo território nacional. Com a ajuda dos gestores locais, estaduais e federal, alcançou conquistas como ampliação de acesso a população brasileira aos serviços de saúde. (BRASIL,2016) Alguns dados históricos: Portal Educação a) 1994 - Criação do Programa Saúde da Família (PSF). Primeiro documento oficial “Programa Saúde da Família: dentro de casa”. Criação de procedimentos vinculados ao PSF e ao PACS na Tabela do SIA/SUS; b) 1996 - NOB 01/96 – Definição de novo modelo de financiamento para a atenção básica à saúde com vistas à sustentabilidade financeira desse nível de atenção. PAB fixo per capita e PAB variável; c) 1997 - Implantação dos Polos de Capacitação, Formação e Educação Permanente de Recursos Humanos para Saúde da Família. Segundo documento oficial “PSF: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial”, dirigido aos gestores e trabalhadores do SUS e instituições de ensino. O PACS e PSF são incluídos na agenda de prioridades da política de saúde. d) Publicação da Portaria MS/GM n. º 1.882, criando o Piso de Atenção Básica (PAB). e) Publicação da Portaria MS/GM n. º 1.886, com as normas de funcionamento do PSF e do PACS; f) 1998 - O PSF passa a ser considerado estratégia estruturante da organização do sistema de saúde. Início da transferência dos incentivos financeiros ao PSF e ao PACS, do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Municipais de Saúde. Definição, pela primeira vez, de orçamento próprio para o PSF, estabelecido no Plano Plurianual; g) 1999 - Realização do 1.º Pacto da Atenção Básica. Edição da Portaria n. º 1.329 que estabelece as faixas de incentivo ao PSF por cobertura populacional. 2000 - Criação do Departamento de Atenção Básica para consolidar a Estratégia de Saúde da Família; 37 h) 2001 - Edição da “Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS/01”, ênfase na qualificação da atenção básica. Incorporação das ações de saúde bucal no PSF; i) 2003 - Transferência do DAB para a SAS/MS – integração ; início da execução do Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia de Saúde da Família (Proesf); j) 2006 – Política Nacional de Atenção Básica. As equipes atuam nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco, os quais a comunidade está exposta; por isso prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde. A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS condicionado pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994, apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos. A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios e pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida. A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas pelas equipes de saúde da família. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012) 38 1.2. Objetivos do Programa Os objetivos da implantação do modelo de saúde da família são: a) Humanizar as práticas de saúde por meio da conquista do vínculo entre os profissionais de saúde e a população; b) Identificar e intervir sobre fatores de risco em que a população esteja exposta; c) Prestar assistência integral, contínua, com resolutividade e boa qualidade às necessidades de saúde da população descrita; d) Desenvolver ações intersetoriais visando o estabelecimento de parcerias; e) Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde; f) Estimular o reconhecimento da saúde como um direito de cidadania e expressão da qualidade de vida; g) Estimular a organização da comunidade para que exerçam de maneira efetiva seu papel nas ações de controle social. 1.3. Composição da equipe mínima e Atribuições ESF é constituída por equipe multiprofissional que dispõe, no mínimo, enfermeiro generalista ou especializado em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem, médico generalista ou especialista em saúde da família e agentes comunitários de saúde (Portal da Saúde, 2011) As atribuições designadas aos profissionais que fazem parte da ESF são: a) participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades; b) manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de informação indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde 39 considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local; c) realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local; d) garantir da atenção à saúde buscando a integralidade por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos; e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância à saúde; e) participar do acolhimento dos usuários realizando a escuta qualificada das necessidades de saúde, procedendo à primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta de informações e sinais clínicos) e identificação das necessidades de intervenções de cuidado, proporcionando atendimento humanizado, se responsabilizando pela continuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento do vínculo; f) realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória e de outros agravos e situações de importância local; g) praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa propor intervenções que influenciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das famílias, coletividades e da própria comunidade; h) realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis; i) participar das atividades de educação permanente. 40 1.4. Ações desenvolvidas no território A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta por equipe multiprofissional, e o agente comunitário é de suma importância para rastrear e cadastrar as mulheres com Câncer de mama. Prestação de serviços na Rede de Urgência e Emergência do município, ou para atividades de apoio matricial ,qualificação e/ou educação permanente, como a especialização em saúde da família, residência multiprofissional e/ou de medicina de família e de comunidade. Esta equipe terá corresponsabilidade na saúde destas estas mulheres. (PORTAL DA SAÚDE,2011) 1.5. Linhas de cuidado à saúde da mulher Com esta proposta e atendimentos humanizado, respeitando a historia e o contesto tanto da mulher e da família: O governo federal lançou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011–2022 que aborda quatro principais doenças, quais sejam: doenças do aparelho circulatório, respiratórias crônicas, diabetes e câncer; e os fatores de risco: tabagismo, consumo nocivo de álcool, inatividade física, alimentação inadequada e obesidade. (BRASIL, Ministério da Saúde, 2013,p.24) Com as seguintes metas nacionais propostas: a) Aumentar a cobertura de mamografia em mulheres entre 50 e 69 anos. b) Ampliar a cobertura de exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos. c) Tratar 100% das mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer. E as principais ações para o enfrentamento dos cânceres do colo do útero e da mama são: d) Aperfeiçoamento do rastreamento dos cânceres do colo do útero e da mama. e) Universalização desses exames a todas as mulheres, independentemente de renda, raça, cor, reduzindo desigualdades, e 41 garantia de 100% de acesso ao tratamento de lesões precursoras de câncer. (BRASIL, 2013 e INCA 2011) É de extrema importância localizar estas mulheres com diagnostico ou suspeita, assim serão direcionadas a sua prevenção ou tratamento. A Linha de Cuidado do Câncer da Mama tem a finalidade de assegurar à mulher o acesso humanizado e integral às ações e serviços qualificados para promover a prevenção do câncer de mama, acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado, qualificado e em tempo oportuno. (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013, p. 27) 42 CAPITULO III PESQUISA 1 MÉTODO Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualiquantitativa, utilizando-se para tal a análise estatística e a Análise de Conteúdo proposta por Bardin. A pesquisa qualitativa também envolve a imersão do pesquisador no campo de pesquisa, considerando este como o cenário social em que tem lugar o fenômeno estudado em todo o conjunto de elementos que constitui, e que, por sua vez, está constituído por ele. O pesquisador vai construindo, de forma progressiva e sem seguir nenhum outro critério que não seja o de sua própria reflexão teórica, os distintos elementos relevantes que irão se configurar no modelo do problema estudado. (GONZÁLEZ, 2002) A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente. (FONSECA, 2002 p. 20) Segundo Bardin (2011) a análise de conteúdo se constitui de várias técnicas onde se busca descrever o conteúdo emitido no processo de comunicação, seja ele por meio de falas ou de textos. Enfatiza que (p.15), a análise do conteúdo é um conjunto de instrumentos de cunho metodológico em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a discursos (conteúdos e continentes) extremamente diversificados. O termo análise de conteúdo designa: um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens. (BARDIN, 2011, p. 47) 43 O presente estudo atendeu a Resolução 466/12, foi submetido na Plataforma Brasil do Ministério da Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do UNISALESIANO, sob número1.626.030 em 12 de abril de 2016 (APÊNDICE A), realizado em unidades de saúde primária do município de Lins, autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde, segundo Termo de Autorização da Pesquisa (APÊNDICE B). Os lócus do estudo foram as Estratégias Saúde da Família Bom Viver, Pasetto, São João, Santa Terezinha e Tangará, utilizando-se como instrumento de coleta de dados um questionário fechado para os profissionais de saúde e outro com perguntas abertas a mulheres que desenvolveram câncer de mama (APÊNDICE C). 2 LOCAL E SUJEITOS DE PESQUISA Este estudo foi realizado no município de Lins localizado no centrooeste paulista. Segundo IBEG (2016), o município possui uma população estimada de 76.562 habitantes. Descreve, atualmente, com cinco ESFEstratégia de Saúde da Família, localizado em cinco bairros da Cidade onde foram encontrados os participantes da pesquisa. Como participantes da pesquisa, foram selecionadas mulheres que pertenciam a uma das cinco ESF no município citado, com idade acima de 30 anos e que apresentaram o diagnóstico de câncer de mama. Também foram abordados os profissionais de saúde pertencentes às ESF do município, estes sendo levantado o perfil sócio demográfico e o que pensavam sobre a necessidade de uma linha de cuidados de saúde da mulher relacionada ao câncer de mama. 44 1 APRESENTAÇÕES DOS DADOS QUANTITATIVOS Tabela 1 – Idade dos profissionais entrevistados IDADES DOS N % 18 A 23 ANOS 4 14 24 A 29 ANOS 3 10 30 A 35 ANOS 3 10 36 A 41 ANOS 4 14 42 A 47 ANOS 6 21 48 A 54 ANOS 4 14 NÃO INFORMADOS 7 17 TOTAL 31 100 PROFISSIONAIS Fonte: Autoras, 2016 Os dados revelaram uma heterogeneidade de faixa etária dos profissionais de saúde o que reforça a necessidade de educação permanente para uniformizar as ações a serem desenvolvidas, uma vez, quanto mais jovem o profissional, maior a necessidade de orientações junto aos supervisores, este pensamento reforça-se na fala abaixo: O processo de aprendizagem deve partir da reflexão sobre o que acontece no serviço e sobre o que precisa ser transformado. Para isso, é preciso problematizar as situações e trabalhar a partir da aprendizagem significativa (que promove e produz sentidos). Trata-se de um processo de educação no trabalho, que tem como finalidade garantir a qualidade da atenção à saúde, adequada às necessidades da população usuária dos serviços e da equipe, e não somente das carências profissionais de qualificação e atualização. (PAGANI, ANDRADE, 2012, p.96) Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que além da pouca vivência prática, háa carência de profissionais de saúde habilitados para as ações de prevenção. A falta de preparo desses profissionais leva à 45 deficiência na orientação em relação ao autoexame e exame clínico das mamas, bem como a idade recomendável para solicitação de mamografias, segundo Ohl et al (2016). Tabela 2 – Estada civil dos profissionais entrevistados ESTADO CIVIL N % CASADO 19 61 NÃO INFORMADO 01 03 SOLTEIRO 06 20 VIUVO 05 16 TOTAL 31 100 Fonte: Autoras, 2016 Tabela 3 – Função profissional desempenhada pelos entrevistados FUNÇÃO PROFISSIONAL N % AGENTE COMUNITÁRIO 21 75 ENFERMEIROS 03 11 MÉDICOS 01 03 NÃO INFORMADOS 06 11 TOTAL 31 100 Fonte: Autoras, 2016 Dentre os profissionais da equipe de saúde, o agente comunitário é o profissional que desenvolve um elo com a comunidade em que atua, pois o mesmo pertence a ela e a representa dentro do seu trabalho. Ao ser adentrado na Estratégia Saúde da Família (ESF), os ACS (agentes comunitários), participam de instruções, tendo como objetivo a superação de dificuldades, e 46 assim melhorar a qualificação profissional com direção ao modelo proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também coadunam desta ideia, Barbosa, Ferreira e Barbosa (2012) e contribuem dizendo que: Uma das atribuições do enfermeiro é a de ter a responsabilidade de supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem, com o objetivo de qualificar o trabalho desses profissionais e propiciar as ferramentas que os auxiliem na reflexão e na construção de uma prática pautada na gestão compartilhada e na busca de mudanças no cotidiano de trabalho. (p. 57) Tabela 4 – Vinculo empregaticio dos profissionais entrevistados VINCULO EMPREGATICIO N % CONCURSADO 09 29 CONTRATADO 17 55 NÃO INFORMARAM 05 16 TOTAL 31 100 Fonte: Autoras, 2016 O regime trabalho por contrato torna-se um complicador para o vínculo dos profissionais com as famílias atendidas, uma vez que, a rotatividade se constitui em um percalço. Contribuem Viegas e Penna, (2012)reforçando que o vínculo com cada profissional é importante e tem um valor diferenciado na vivência dos sujeitos, cada um desempenha uma função no processo de trabalho. Assim, é necessário que a produção de vínculo seja um projeto de toda a equipe, a fim de que se concretize no trabalho vivo em ato. Porém, a rotatividade tem implicações sobre o trabalho individual e sobre o processo de trabalho em equipe. A rotatividade é um obstáculo para muitos pilares que estruturam a integralidade na ESF: o laço, o respeito, a confiança, o compromisso, o trabalho acompanhamento da família. em equipe e a corresponsabilização no 47 Tabela 5 – Programas e ações desenvolvidas nas ESF’s PROGRAMAS DESENVOLVIDOS N % ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL 07 11 AUTO EXAME DAS MAMAS 01 1 CAMPANHA E PALESTRAS 06 9 DISTRIBUIÇÃO DE PRESERVATIVO MASCULINO E LUBRIFICANTES 01 1 MAMOGRAFIA 03 5 ORIENTAÇÃO SOBRE AUTO EXAME 01 2 OUTROS 03 5 OUTUBRO ROSA 15 23 PAPANICOLAOU 18 28 PLANEJAMENTO FAMILIAR 05 8 PREVENÇÃO E CAMPANHA DE DST 03 5 ULTRASSOM 01 2 TOTAL 65 100 Fonte: Autoras, 2016 Dentre as informações coletadas observa-se que várias atividades foram descritas pelos profissionais como pertencentes a saúde da mulher, dentre estas destacaram-se, palestras e campanhas, papanicolaou e “Outubro Rosa” (campanha nacional de prevenção ao câncer de mama). Forlin,et al (2010) contribuem dizendo que para alcançar o objetivo do programa de atenção a saúde da mulher, estipularam-se cinco estratégias: desenvolver ações para maior adesão ao programa (palestras, oficinas); fornecer acesso à assistência; avaliar e controlar o programa; educar e capacitar os profissionais (educação continuada) e acompanhar alterações do perfil profissional e do paciente. 48 Tabela 6 – Ações realizadas especificamente para o rastreamento do câncer de mama AÇÕES REALIZADAS PARA O RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA ENCAMINHAMENTOS PARA MAMOGRAFIA EXAME FISICO N % 15 36 01 2 ORIENTAÇÃO DA EQUIPE 01 2 ORIENTAÇÃO PARA PREVENÇÃO DA DOENÇA , CONSULTAS E ENCAMINHAMENTO PARA ESPECIALISTAS 07 17 02 5 07 17 01 2 01 2 04 03 10 7 42 100 ORIENTAÇÕES PARA O AUTOEXAME PALESTRAS SEGMENTO DE TRATAMENTO SEGMENTOS DAS MAMOGRAFIAS ULTRASSOM VISITAS DOMICILIARES TOTAL Fonte: Autoras, 2016 Neste gráfico apresentam-se várias atividades descritas como ações específicas a atenção oncológica. As principais estratégias para o controle do câncer da mama são: prevenção primária (identificação e correção dos fatores de risco evitáveis), prevenção secundária (detecção precoce e tratamento) e prevenção terciária (reabilitação e cuidados paliativos). As estratégias de prevenção secundária são únicas que promovem reduções nas taxas de mortalidade e, por esse motivo, são as que vêm recebendo maior atenção dos sistemas nacionais de saúde . A mamografia é o método de eleição para o rastreamento da 49 população de risco padrão, não havendo, até o momento, qualquer exame clínico ou tecnologia que lhe seja superior, reforça-se nos estudos de Porto, Teixeira e Ferreira (2013). Tabela 7 – Características das mulheres atendidas na unidade CULTURA, EDUCAÇÃO, CONCIÊNCIA DE AUTO CUIDADO. N % BAIXA RENDA BAIXO NÍVEL DE ESCOLARIEDADE GRANDE INDÍCE DE GRAVIDEZ NA ADLOESCÊNCIA GRANDE NUMEROS DE FILHOS MULHERES DE BAIXA RENDA , COM POUCO INTERESSE E PREVENÇÃO, PROCURAM MAIS A UNIDADE PARA FINS CURATIVOS MULHERES ORIENTADAS NÃO TEM VÍNCULO COM A UNIDADE POPULAÇÕES DESCUIDADA QUANTO AO AUTOCUIDADO, MAIS COM VINCULO A UNIDADE SÃO RESISTENTES A INFORMAÇÕES E EXAMES SEM RESPOSTA SÓ PROCURA A UNIDADE QUANDO ESTÁ DOENTE 10 17 16 28 04 07 04 07 02 04 01 02 02 03 14 24 02 03 02 03 01 02 TOTAL 58 100 Fonte: Autoras, 2016 50 No gráfico acima é preocupante a constatar a aumento da população com baixo nível de escolaridade, baixa renda e população descuidada, portanto o nível de escolaridade mais elevado é fator determinante na busca de melhores condições de qualidade de vida. Sobre este aspecto, Souza, Simão e Lima, (2012) diz que pode haver uma relação entre baixa escolaridade e os fatores que dificultam o acesso às informações acerca de prevenção e tratamento, estes associados a piores padrões de cuidados à saúde. Tabela 8 - Características da equipe de trabalho Característica da equipe de trabalho Desunida Pouco envolvida Informada Voltadas aos programas ministeriais N % 01 05 20 01 04 15 09 07 Aberta à treinamentos e mudanças 27 21 Comprometida Crítica 20 05 16 04 Outros 04 03 Integrada 18 14 Participativa 19 15 TOTAL 128 100 Fonte: Autoras, 2016 Quando questionados sobre as características da equipe, houve maior incidência dos adjetivos: integrada, informada eparticipativa, sendo estes de extrema relevância para o desenvolvimento de um trabalho em equipe. Em 2006, o Ministério da Saúde consolida o Programa Saúde da Família como Estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Primária no Brasil 51 (APS), em conformidade com os preceitos do Sistema Único de Saúde. A APS tem como um dos seus fundamentos efetivar o princípio da integralidade em seus vários aspectos, destacando aqui o trabalho em equipe interdisciplinar. Desta forma, o trabalho interdisciplinar torna-se imprescindível, pois possibilita a comunicação e a integração dos profissionais, favorecendo uma assistência integral, fugindo da ótica da individualidade e, consequentemente, da fragmentação do cuidado. (CUTOLO e MADEIRA, 2010) Tabela 9– Necessidade de protocolos de cuidados relacionados ao Câncer de mama. DESENVOLVIMENTO DE PROTOCOLO PARA SAÚDE DA MULHER, RELACIONADO AO CÂNCER DE MAMA N % NÃO 1 3 SIM 30 97 31 100 TOTAL Fonte: Autoras, 2016 Tabela 10 - A importância de uma linha de cuidado voltada ao câncer de mama. A IMPORTÂNCIA DE UMA LINHA DE CUIDADO ASSISTENCIA PRESTADA À MULHER DIAGNÓSTICO PRECOCE N % 01 03 12 27 INFORMAÇÃO E OBSERVAÇÃO 02 03 OUTROS 02 10 PREVENÇÃO 14 54 TRATAMENTO ADEQUADO 01 03 31 100 TOTAL Fonte: Autoras, 2016 52 Destaca-se de extrema importância a busca ativa. Atividades educativas a população, relacionadas a fatores de risco da doença, alimentação saudável, atividades físicas, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas e fatores correlacionados. Informando a importância do auto exame e exames de rotinas. Segundo o INCA (2016), estima-se que atividades educativas e de orientação reduzem em28% o risco da mulher desenvolver o câncer de mama. 1 ANÁLISE DE CONTEÚDO PROPOSTA POR BARDIN Entende-se por análise de conteúdo "um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/resseção (variáveis inferidas) destas mensagens”. (Bardin, 2009, p. 44) Esta técnica propõe analisar o que é explícito no texto para obtenção de indicadores que permitam fazer inferências. Para o tipo de entrevista em questão, é indicada a modalidade de análise qualitativa (procura-se analisar a presença ou a ausência de uma ou de várias características do texto). Após uma primeira leitura da entrevista a analisar, pretendeu-se codificar (salientar e categorizar) trechos da entrevista transcrita, que passamos a apresentar abaixo em forma de tabela. Para Bardin (2011), uma unidade de registro significa uma unidade a codificar-se, podendo esta ser um tema, uma palavra ou uma frase. Bardin (2011) apresenta os critérios de categorização, ou seja, escolha de categorias (classificação e agregação). Categoria, em geral, é uma forma de pensamento e reflete a realidade, de forma resumida, em determinados momentos, neste trabalho foram apresentadas em três temas: 1. Identificação da doença (câncer de mama) 2. Período de tratamento/acompanhamento 3. Sentimentos ligados ao quadro oncológico Na unidade de subcategoria encontra-se idéias de categoria divididas em pensamentos, sentimentos e emoções, estas por sua vez, desmembradas de cada momento. Já na coluna Unidade de Registro conta-se os fragmentos de texto que se tomam por indicativo de uma característica. Por fim, na coluna 53 Unidade de Contexto encontram-se os fragmentos da entrevista que coadunam com o contexto geral Quadro 1 - Análise de conteúdo proposta por Bardin Categoria 1Identificação da doença Subcategoria Unidade de registro Unidade de contexto Medo relacionado a morte A doença se apresenta como algo incurável que leva a morte “...um sentimento de horror, medo de morrer, revolta. Vontade até mesmo de bater no médico. “Quando chega em Jaú é pior, vê pessoas debilitadas. Se precisasse fazer tratamento de quimioterapia não iria ser fácil” “Nervosa, preocupada não dormia com medo da morte” Medo relacionado a dependência Sentimentos negativos de dependência de outrem “O duro não é descobrir é tratar. Tive medo de ficar na cama dependendo dos outros” Aceitação/enfrentamentoda doença com auxílio da família ou profissional Auxílio da família para identificação de sinais e sintomas “ Quem alertou foi o meu marido, mostrando que a mama era diferente uma da outra” Conformação e aceitação com auxílio de profissionais “Foi difícil no início, mas depois eu me conformei com ajuda de psicólogas, enfermeiras e médicos” Independência ou condição para os cuidados com o corpo “Fiz todos os cuidados sozinha... curativo com o dreno... tive inflamação” Auxílio de profissionais da saúde “Em tudo que passei com o problema da mama fui bem atendida no posto. O trabalho deles é importante.” Autocuidado relacionado tratamento ao 2- Período de tratamentoacompanhamento Valorização das ações exercidas pelos dos profissionais da saúde Apoio da unidade de saúde Falta de acolhimento e “A unidade de saúde deve continuar promovendo palestras, projetos relacionados a temas voltadas para a saúde da mulher, pois estes atraem para o bem estar físico e familiar... continuem”. 54 empatia exercido algum profissional saúde Importância prevenção 3Sentimentos ligados ao quadro oncológico por de da Ações de prevenção da doença Esperança frente a doença Sentimento de esperança para continuar vivendo Cuidados relacionados corpo prevenção Importância de uma boa alimentação, exercícios físicos e controle medicamentoso ao para “Deveriam tratar as pessoas com humanidade, as pessoas que chegam para fazer tratamento para doença grave está triste e não podem levar patadas” e afirma que não são todas” “O atendimento foi mais ou menos, quem me atendeué estupido para tratar a gente” “Importante é a prevenção contra qualquer tipo de doença exatamente como é desenvolvida pela equipe do posto de saúde” “O importante é continuar a vida a vida” “Todo ser humano deve se cuidar, a saúde está em 1°lugar, toda mulher deve se exercitar, deve cuidar da alimentação, docorpo, fazer caminhadas e não exagerar nos medicamentos” Fonte: Autoras, 2016 Tendo em vista que o investigador numa análise de dados qualitativa quer apreender algo a partir do que os sujeitos da investigação lhe confiaram, o quadro sinóptico acima apresentado, construído a partir dos objetivos traçados, das perguntas lançadas e de recortes do discurso da entrevistada, leva-nos à seguinte análise dos dados: Na primeira categoria: Identificação da doença,estão imbricados muitos sentimentos relacionados a perdas e morte. Cardoso, et al (2010) num estudo que abordou os aspectos psicológicos do doente oncológico afirmam que estes se confrontam com a incerteza acerca do diagnóstico e a possibilidade de morte prematura, nesta fase a idéia da sua própria morte torna-se tangível e quaisquer sintomas físicos podem ser interpretados como um possível agravamento clínico, com repercussões ao nível da ansiedade. Referem que quando as pessoas são confrontadas com alguma adversidade lidam melhor com ela se encontram uma explicação aceitável para a mesma, a busca de um significado. Na adaptação à doença é mais fácil se existir a possibilidade de fazer algo que tenha algum impacto 55 benéfico na evolução da mesma, como por exemplo cumprir um plano de dieta alimentar, realizar exercício físico, pois nesta fase há a perda de controlo sobre a situação. A sensação de perda de controle pode aumentar no paciente oncológico , devido ao agravamento da doença e à apresentação de sintomas que apesar do tratamento ainda persistem. Surge então a necessidade de diálogo por parte do doente oncológico, pois este diálogo permite ao doente receber o apoio emocional necessário. Na segunda categoria, Período de tratamento/acompanhamento, demonstra-se a importância das ações e do acolhimento dos profissionais de saúde frente as mulheres com câncer de mama. As intervenções em saúde focadas na prevenção e na educação em saúde permitem um trabalho mais efetivo e coerente às recomendações descritas nos protocolos, manuais e programas do Ministério da Saúde. Diante dessa questão, é possível perceber o importante papel que a equipe de saúde da Atenção Primária à Saúde precisa desempenhar acerca dessa grave doença que tanto impacta os principais indicadores de saúde relacionados à mortalidade da população adulta feminina. Segundo Melo (2012), as Unidades de Atenção Primária à Saúde são porta de entrada do usuário no sistema de saúde e o enfermeiro é um importante integrante da equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da Família, pois tem o desafio de estimular o trabalho integrado e a responsabilidade pelas pessoas ali residentes. Para finalizar, na terceira categoria Sentimentos ligados ao quadro oncológico, desvela-se que é sabido que a alimentação saudável e o exercício físico contribuem na promoção do bem-estar. Além disso, esses hábitos promovem uma relação com o processo saúde-doença bastante evidenciado, visto que são realizadas com o intuito de se obter implicações positivas no cuidado com a saúde. (CARDOSO e FERREIRA, 2010) Para tanto, a realidade exige, então, reflexões e atitudes frente aos profissionais da ESF para que a partir de mudanças paradigmáticas incluam o ser humano em sua totalidade, embasada em princípios (PINHEIRO, et al 2011) científicos. 56 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Faz-se necessário a implantação de protocolos de assistência a cuidados com mulheres com câncer de mama, educação continuada aos profissionais de saúde, para melhor capacitá-los no atendimento a essas mulheres; organizar campanhas que promovam a conscientização da importância do diagnóstico precoce. Todas essas atividades mencionadas podem fazer parte de uma linha de cuidados, que promova o rastreamento da doença em qualquer mulher que procure o serviço de saúde com queixas aparentes. 57 CONCLUSÃO A presente pesquisa procurou analisar as condutas dos profissionais da saúde frente às ações desenvolvidas as mulheres com Câncer de Mama, e os sentimentos de mulheres diagnosticadas com a doença, observou-se de acordo com a literatura, a importância do enfoque da atenção primária nas ESF, à respeito dos exames periódicos que permitam o diagnóstico precoce para minimizar a gravidade da câncer de mama. Conforme dados coletados com a equipe, foi possível detectar incongruências quanto ás ações de prevenção e rastreamento, bem como no âmbito de métodos de intervenções relacionado ao cuidado das mulheres com câncer de mama. Observou-se que a equipe desenvolve ações voltadas as campanhas pré-determinadas, como Outubro Rosa, por exemplo, porém não há uma linha de cuidado voltada ao câncer de mama. A ESF deve realizar tanto prevenção, quanto acompanhamento durante e após o CA de Mama, oferecer suporte a essas mulheres. Diante do exposto, as ações educativas configuram-se como estratégia bem sucedida, pois permitem a disseminação do conhecimento através da discussão de um tema proposto. Além disso, ela favorece a criação de um espaço de reflexão e de trocas efetivas para que os participantes possam esclarecer suas dúvidas, compartilhar aprendizados e adotar novas medidas de saúde frente aos assuntos abordados. Torna-se evidente a importância de capacitar profissionais de saúde, e trabalhar com uma equipe multidisciplinar como forma de enfrentar os desafios decorrentes da saúde pública, além de humanizar e melhorar o atendimento à mulher. A Enfermagem por sua vez, principalmente, é capaz de, durante suas consultas, transmitir informações adequadas para estímulo de uma alimentação saudável, da prática de atividade física, do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, do autoexame para conhecimento do corpo, do exame clínico com periodicidade e dos exames de ultrassonografia e mamografia, quando estes se fizerem necessários. 58 REFERÊNCIAS ABREU, Evaldo de. Pró-Onco 10 anos. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro, v.43 n. 4, out./dez. 1997. BARBOSA, V.B. A.; FERREIRA, M. L. S.; BARBOSA, P. M. K. . Educação permanente em saúde: uma estratégia para a formação dos agentes comunitários de saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem: 56-63. 2012. Disponível em: <http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/12075/S198314472012000 100008.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em 14/10/2016. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 229p. 2011. BRASIL, Ministério Da Saúde. 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