estratégia saúde da família: ações do profissional

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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Ariele Tiemy Itokazu
Karla Fernanda Aparecida Iezzo Ferreira
Luci Neida Pires Rabitto
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES DO
PROFISSIONAL DE SAÚDE PARA O
ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
LINS – SP
2016
ARIELE TIEMY ITOKAZU
KARLA FERNANDA APARECIDA IEZZO FERREIRA
LUCI NEIDA PIRES RABITTO
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
PARA O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Enfermagem, sob a
orientação da Ma Taís Fernanda
Maimoni Contieri Santana e orientação
técnica da Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS-SP
2016
Itokazu, Ariele Tiemy; Ferreira, Karla Fernanda Aparecida Iezzo;
I87e
Rabitto, Luci Neida Pires
Estratégia Saúde da Família: ações dos profissionais de saúde
para o enfrentamento do câncer de mama / Ariele Tiemy Itokazu;
Karla Fernanda Aparecida Iezzo Ferreira; Luci Neida Pires Rabitto. –
– Lins, 2016.
72p. il. 31cm.
Monografia
apresentada
ao
Centro
Universitário
Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Enfermagem, 2016.
Orientadores: Ma. Tais Fernanda Maimoni Contieri Santana;
Jovira Maria Sarraceni.
1. Estratégia Saúde da Família. 2. Câncer de mama. 3. Atuação
Profissional. I Título
CDU 616-083
Ariele Tiemy Itokazu
Karla Fernanda Aparecida Iezzo Ferreira
Luci Neida Pires Rabitto
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: AÇÕES DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
PARA O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
para obtenção do título de Graduação de Enfermagem.
Aprovada em: ___/___/___
Banca Examinadora:
Professora
Mestre
Taís
Fernanda
Maimoni
Contieri
Santana
Enfermeira, Especialista em Saúde Mental, Licenciada em Enfermagem,
Mestre em Enfermagem, Especializanda em Informática em Saúde pela
UNIFESP e Doutoranda em Enfermagem pela UNESP de Botucatu
Assinatura:________________________________________________
1ª Prof. (a):______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2ª Prof. (a):______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
Assinatura:_________________________________
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos pais e familiares, que tanto nos
auxiliaram e nos incentivaram a nunca desistir dos nossos sonhos, não
mediram esforços, para que tivéssemos uma formação. Foi por vocês que
corremos os riscos e ousamos diante das dúvidas e incertezas encontradas no
decorrer do caminho.
As nossas tias, que foram a nossa inspiração para a realização desta
pesquisa, que nos impulsionaram á dar o melhor de nós, para que o trabalho
fosse concluído. E é o que nos dá força para fazer a diferença na prestação de
cuidados a essas mulheres guerreiras, que lutam pela vida.
Epígrafe
fazer
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos
de que as grandes coisas do homem foram conquistas do que
parecia impossível.”
(Charles Chaplin)
Agradecimento
À DEUS
Primeiramente gostaria de agradecer à Deus, porque com
toda certeza, sem ELE não sou nada, sem ELE não teria
conseguido chegar até onde cheguei. Foi ELE que me deu forças,
coragem e determinação para que eu pudesse concluir esse sonho.
A luta foi grande, mas a vitória foi certa.
Aos meus pais
Não tenho palavras para expressar a gratidão que devemos à
vocês. A luta foi minha, mas a vitória e o mérito são todos de
vocês; que não mediram esforços para que eu pudesse cursar uma
faculdade e ser alguém na vida, que jamais me deixaram desistir
e fracassar, que sempre me apoiaram e me mostraram o quanto
era importante correr atrás do que se sonha, porque tudo que se
sonha junto, torna-se realidade. Hoje realizo o sonho da minha
vida, mas não teria chego até aqui, sem vocês. Muito obrigada!
Espero poder retribuir à vocês todo amor e carinho incondicional
que me ofereceram todos esses 25 anos. Amo muito vocês!
Aos meus irmãos
A vocês meus irmãos, agradeço pelo companheirismo, pelo apoio,
pela paciência, pela compreensão nos afazeres de casa, por
acreditarem no meu potencial e por estarem sempre ao meu lado.
Vocês são essenciais em minha vida.
A alguém especial
Ao meu namorado, que sempre esteve ao meu lado, dando
aqueles puxões de orelha, quando foi preciso, que contribui muito
para minha formação, que me incentivou à nunca desistir nas
horas do desespero, que aguentou minhas chatices na hora do
nervoso.
À minha sogra que sempre vibrou a cada conquista e etapas
concluídas.
As Parceiras de monografia
À vocês minhas amigas, meu muito obrigada, pela paciência,
dedicação e companheirismo. Superamos a fase de que diziam que
até o final do TCC nossa amizade estaria destruída, pelo contrário
nos mantivemos sempre unidas, enfrentando os desafios e
superando asadversidade. Só tenho a agradecer à Deus por ter
posto em minha vida pessoas maravilhosas e abençoadas como
vocês. Enfim acabou minhas amigas, finalizamos mais uma etapa
de nossas vidas. Agora cada uma segue um rumo diferente, mas
com a certeza de que deixamos um pouquinho de nós e levamos
um pouquinho de cada uma de vocês. Muito obrigada!
A orientadora
A nossa orientadora, não tenho palavras para expressar a minha
gratidão, aquela que com o seu jeito meigo, sempre soube nos
acalmar na hora do desespero, que sempre nos pediu calma e dizia
que daria tudo certo.
Taís, muito obrigada, pela sua dedicação e comprometimento.
Você foi essencial para nossa formação, contribui no início da
graduação com o seu conhecimento e experiências teóricas e pra
fechar com chave de ouro, nos orientou brilhantemente no TCC.
Que você possa passar essa sabedoria imensa à muitos alunos,
espero poder me tornar uma profissional, assim como você é.
Aos amigos
As amizades que Deus me proporcionou esse ano, que foram
fundamentais para tornar os momentos de desesperos menos
agonizantes. Todos os módulos passados foram fantásticos, cada
um a seu modo, mas as Berilas me surpreenderam,grupo animado,
unido, com corações imensos que estavam sempre prontos a
ajudar; foram fundamentais para que eu conseguisse superar o
módulo de Cuidados Críticos, acreditaram na minha capacidade e
fizeram eu sempre seguir em frente. Muitíssimo obrigada Berilas
e Berilo Pai.
Ao nosso amigo Léo que nos auxiliou nessa ultima etapa, ele
foi primordial para finalização deste trabalho.
Ariele Tiemy Itokazu
AGRADECIMENTO
A DEUS
Por todas as benções recebidas, por ter me capacitado e dado
forças necessárias para vencer os obstáculos que encontrei
durante essa caminhada.
Mãe
Sou eternamente grata a você minha guerreira, por todo cuidado,
apoio, incentivo, por ter acreditado sempre no meu potencial, só
nos sabemos o quanto essa caminhada foi difícil, você estava
sempre ao meu lado, me dando forças para nunca desistir, essa
vitória é nossa. Obrigada por tudo que você fez, e continua
fazendo por mim. Amo você pra todo o sempre.
Pai
Obrigada por ter me dado à oportunidade de concluir mais essa
etapa, você foi muito importante para a minha formação. Amo
você.
Vó Cleusa
Obrigada por sempre cuidar de mim. Sou eternamente grata à
senhora por todo amor e carinho. Amo você.
A alguém especial
Meu noivo e futuro esposo, obrigada por todo apoio nesses anos,
por sempre acreditar em mim e mostrar que sou capaz de
alcançar os meus objetivos, sou grata a Deus por ter colocado uma
pessoa tão especial, em minha vida. Te amo muito.
Vô José Iezzo e Tio Eduardo José Iezzo (in memoria)
Gostaria muito que vocês estivessem aqui comigo, para presenciar
essa conquista mais sei que de alguma maneira onde vocês
estiverem, acredito que estão cuidando sempre de mim, como
sempre fizeram. Saudades eternas. Amo Vocês
As Parceiras de monografia
Tiemy e Luci obrigada pelo companheirismo, respeito que tivemos
umas com as outras, e pelo compromisso e total dedicação neste
trabalho, a nossa caminhada foi longa, mais somos vencedoras por
termos chegado até aqui.
A orientadora
Obrigada por toda a ajuda e carinho que você teve conosco,
sempre nos demonstrando calma, e sabedoria, e nos dando a
certeza que seriamos capazes de concluir este trabalho, obrigada
por tudo.
Aos amigos
A todos os amigos que fiz durante esta jornada, obrigada pelo
acolhimento, ajuda e parceria, em especial ao grupo THE BEST, e
BERILAS cada um de vocês tem um lugarno meu coração que vou
carregar para sempre comigo.A Mari e Carlinha era para termos
concluído essa etapa juntas, mais os planos de Deus são melhores
que os nossos, obrigada pela ajuda, apoio, e amizade, e a todos que
rezaram e torceram por mim durante essa caminhada.
Karla Iezzo
AGRADECIMENTO
A Deus
Que em todos os meus dias esteve presente me abençoando, protegendo e
que me concedeu o dom da vida.
Pais
AntonioRabitto (in memoria), principalmente a minha mãe Neide Pires
Rabitto, que dedicou cada minuto da sua vida pelos filhos, nunca mediu
esforços e ensinou me a ser honesta, responsável e ter um estudo
superior, pois o saber ninguém pode nos tirar, sem seu apoio sua
dedicação e todo seu amor nada teria se realizado.
Familiares
Vô Rosa (in memoria), Tios, Tias, Primos em especial ao Bruno Pires e
Maria Fernandes que sempre me incentivaram e acreditaram que eu
realizaria o meu grande sonho.
Amiga
Cassia que sempre me ajudou a superar os obstáculos e me incentivou a
voltar aos meus estudos.
Alguém Especial
D. Odete (in memoria) que foi minha segunda mãe e confiava em minha
inteligência, no meu potencial, na minha capacidade, sua fala sempre
estará comigo“ Estude filha, porque você irá cuidar de nós”.
Orientadora
Mestre Taís não caberia palavras para agradecer tudo que me ensinou,
sua tranquilidade, aconchego, simplicidade, postura e ética nos cativa
sempre.
Nunca
mediu
esforços
não
só
neste
projeto,seu
comprometimento vai muito além.Obrigada por me ensinar a superar
meus medos e minhas inseguranças,sempre guardarei comigo: “Sim você
sabe, você pode, você consegue.
.Professora
A minha amiga iluminada Daniela Garcia, me ensinou não só os estudos
mas também a
conhecer o que temos de melhor em nosso interior,
sempre com palavras certas no momento certo. Seu um olhar carinhoso
já falava tantas coisas que acalentava meu coração e me dava forças
para continuar a caminhada. Deixo minha eterna gratidão.
A minhas amigas de tcc
Agradeço por ter amigas comoAriele e Karla, um grupo que graças a
Deus sempre unido em prol do mesmo objetivo. Mesmo com tantos
obstáculos, juntas enfrentamos e superamos todas as dificuldades.
Agradeço pelo carinho, paciência, acima de tudo pelo respeito e união
de todas. Juntas conseguimos realizar este projeto.
A Professores
Em especial a Profª Jovira que orientou com carinho e sempre esteve a
disposição quando precisamos. Não posso deixar de agradecer a Profª
Viviane Armede , pelo carinho e respeito que sempre me dedicou no
primeiro dia de aula me acolhendo, estando do meu lado.
Amigos
Agradeço ao apoio de todos meus amigos que me ajudaram nesta minha
jornada, de varias cidades, Bauru, Perdeneiras, Piripiri, Suzano, em
especial a Lucinéia, TatianaAntevere, TatianePretti, Andrea, enfim
todos
que
diretamente
ou
indiretamente
não
estavam
presente
comigo,mas me mandavam mensagens, ligavam, rezaram e nunca
deixaram de acreditar em nossa amizade, agradeço a Deus por todos
existirem.
Luci Neida Pires Rabitto
RESUMO
A elevada incidência do câncer é um evidente problema de Saúde Pública,
sendo destaque entre as mulheres o câncer de mama. Pesquisas demonstram
a falta de conhecimento da doença, dificuldade de acesso aos serviços de
diagnóstico favorecendo a detecção tardia desta neoplasia. Cabe então
reflexões de como a mulher percebe e lida com a doença, como isso afeta a
sua existência. Por melhores condições de vida para o sujeito oncológico é
necessário o comprometimento de profissionais, sujeito, família, amigos e
redes de apoio, há necessidade emergencial de linhas de cuidado à mulher em
especial ao câncer de mama, um dispositivo de saúde possível de contemplar
este cuidado integral seria a ESF, uma vez que o atendimento oferecido às
estas mulheres, não deve permanecer centrado nos serviços de alta
complexidade, precisa existir em todos os níveis de assistência à saúde. Este
estudo objetivou desvelar as ações desenvolvidas, pelas equipes de saúde das
ESF, do rastreamento ao tratamento do câncer de mama. Pesquisa
exploratória, descritiva, quantitativa e qualitativa, com investigação dos
sentimentos de mulheres com câncer de mama descritas nas ESF de Lins e a
aplicação de questionário semi-estruturado aos profissionais. Os resultados
quantitativos foram tratados estatisticamente e os qualitativos com ênfase na
análise de conteúdo proposta por Bardin. Como resultados apreendeu-se a
necessidade de ações para a detecção precoce, reduzindo o tempo para o
início do tratamento oncológico ao garantir intervenções que priorizem os
aspectos preventivos como meio de proporcionar um atendimento seguro e
humanizado para a população, as equipes de Saúde Pública desenvolvem
ações frente ao câncer de mama, mas desarticuladas de uma linha de cuidado,
sendo necessário um repensar das práticas.
Palavras chave: Estratégia Saúde da Família. Câncer de Mama. Atuação
Profissional.
ABSTRACT
The high rate of cancer is an evident matter of public health in the world, being
the breast cancer the most common one among women. Researches have
shown that the lack of knowledge and the difficulty in having access to a proper
diagnosis make patients take more time to detect this neoplasia. In this context
one should wonder how women can notice and deal with this disease, moreover
how it affects their existences. In order to provide better living conditions for the
patients it is necessary to have commitment from the professionals, the patient,
their families, friends and support networks. There is an urgent need of
healthcareto women, especially when it comes to breast cancer. The FSE
(Family Health Strategy) is an important tool that is able to cover this complete
healthcare service, which must not remain focused only onhigh-complex
services, but on all levels of health assistance. The purpose of this study was to
uncover the work performed by the medical staff of the FSE, from the tracking
until the treatment of breast cancer, as much as to develop along with the
teams the care focused on this type of cancer. It has been done anexploratory,
descriptive, quantitative and qualitative research, investigating how women with
breast cancer described in the FSE in Lins felt like. There has also been
developed a semi-structured survey for the professionals involved. The
quantitative results have been statistically analyzed, whereas the qualitative
ones have been examined with focus on the qualitative content analysis
according to Bardin’s perspective. It has been learned from the results that the
early diagnosis is of extreme importance, which reduces the time to start the
oncologic treatment by making sure that interventions are able to prioritize the
preventive measures, as a way to provide a safe and humanized medical care
for the population. The public health teams develop actions towards breast
cancer, yet they are disordered and lacking a health care line. Therefore, it is
necessary to rethink the practices involved in the treatment of this illness.
Keywords: Family Health Strategy. Breast Cancer. Professional Performance.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Anatomia e fisiologia da mama ......................................................23
Figura 2 – Sinais e Alterações da mama relacionada ao câncer de mama ....29
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 – Idade dos profissionais .................................................................44
Tabela 2 – Estado civil ....................................................................................45
Tabela 3 – Função profissional desempenhada pelos entrevistados..............45
Tabela 4 – Vinculo empregatício dos profissionais entrevistados ...................46
Tabela 5 – Programas e ações desenvolvidas nas ESF’s ..............................47
Tabela 6 – Ações realizadas especificamente para o rastreamento do câncer
de mama .........................................................................................................48
Tabela 7 – Características das mulheres atendidas na unidade ....................49
Tabela 8 – Característica da equipe de trabalho ............................................50
Tabela 9 – Necessidade de protocolos de cuidados relacionados ao Câncer de
Mama ..............................................................................................................51
Tabela 10 – A importância de uma linha de cuidado voltada ao câncer de
mama ..............................................................................................................51
LISTA DE QUADRO
Quadro 1 - Análise de conteúdo proposta por Bardin .................................... 53
Lista de Abreviaturas e Siglas
ACS – Agentes Comunitários
BRCA1 – BreastCancer1
BRCA2 – BreastCancer2
CONASS – Conselho Nacional de Secretários da Saúde
CONASEMS – Conselho Nacional de Secretárias Municipais de Saúde
DCNT – Doenças Crônicas não transmissíveis
ESF – Estratégia Saúde da Família
FSH – Hormônio Folículo Estimulante
HCBARRETOS – Hospital do Câncer de Barretos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico
INCA – Instituto Nacional de Câncer
LH – Hormônio Luteinizante
PACS – Programa Agentes Comunitários de Saúde
PSF – Programa Saúde da Família
PROESF – Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia de Saúde da
Família
SDM – Serviços de Referência para Diagnostico do Câncer de Mama
SISCAN – Sistema de Informação de Câncer
SISCOLO – Sistema de Informação do Câncer do colo de útero
SISMAMA – Sistema de Informação do Câncer de Mama
SUS – Sistema Único de Saúde
Sumário
Introdução ................................................................................................................. 21
Capítulo I - Câncer de Mama .................................................................................... 23
1 Anatomia e fisiologia da mama ............................................................................. 23
2 Câncer de mama: antecedentes históricos ........................................................... 24
3 Definição ............................................................................................................... 26
4 Causas ................................................................................................................. 26
5 Fatores de Risco................................................................................................... 27
6 Manifestações clínicas .......................................................................................... 28
7 Diagnóstico ........................................................................................................... 29
8 Tipos de cirurgias ................................................................................................. 30
9 Tratamento ........................................................................................................... 31
9.1
Radioterapia ................................................................................................. 31
9.2
Quimioterapia ............................................................................................... 32
9.3
Hormonioterapia ........................................................................................... 33
9.4
Reconstrução Mamária ................................................................................ 33
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 34
Programa Estratégia Saúde da Família .................................................................... 35
1 Estratégias Saúde Da Família .............................................................................. 35
1.1
Histórico ....................................................................................................... 35
1.2
Objetivos do Programa................................................................................. 38
1.3
Composição da equipe mínima e Atribuições .............................................. 38
1.4
Ações desenvolvidas no território ................................................................ 40
1.5
Linhas de cuidado à saúde da mulher.......................................................... 40
Capitulo III ................................................................................................................. 41
Pesquisa ................................................................................................................... 42
1 Método.................................................................................................................. 42
2 Local e sujeitos de pesquisa ................................................................................. 43
3 Apresentações dos dados quantitativos ............................................................... 44
4 Análise de conteúdo proposta por Bardin ............................................................. 52
Proposta de Intervenção ........................................................................................... 56
Conclusão ................................................................................................................. 57
Referências ............................................................................................................... 58
Apêndices ................................................................................................................. 63
21
INTRODUÇÃO
Em virtude da elevada taxa de incidência, o câncer configura-se como
um evidente problema de saúde pública mundial, merecendo destaque entre as
mulheres o câncer de mama. Nesse contexto, a neoplasia mamária apresentase como a principal causa de morte por câncer no Brasil, cujas estimativas
segundo INCA para o ano de 2016 apontam a ocorrência de aproximadamente
57.960 mil novos casos da doença. Existem, entretanto, fatores como
condições relacionadas à vida reprodutiva da mulher, história familiar de câncer
de mama e a presença da alta densidade no tecido mamário que também
predispõem para o crescimento celular desordenado na região. Inúmeras
pesquisas têm demonstrado que a falta de conhecimento acerca da doença,
associada à dificuldade de acesso aos serviços de diagnóstico favorecem para
a detecção tardia desta neoplasia. Para tanto, é necessário que as ações de
prevenção ao câncer que contribuem para a promoção da saúde, diagnóstico
precoce,
recuperação
e
reabilitação
mereçam
enfoque
prioritário,
principalmente para mulheres com informação limitada sobre o tema e com
condições socioeconômicas desfavoráveis. Cabe então reflexões acerca de
como a mulher percebe e lida com essa nova imagem, como isso afeta a sua
existência.
O sucesso da busca por melhores condições de vida para o sujeito
oncológico depende do
comprometimento de todos os envolvidos
-
profissionais, sujeito, família, amigos e redes de apoio, diante ao exposto
observar-se que há necessidade emergencial de linhas de cuidado à mulher
em especial ao que tange o câncer de mama, e que um dispositivo de saúde
possível de contemplar este cuidado integral seria a Estratégia Saúde da
Família, uma vez que o atendimento oferecido às mulheres em relação ao
câncer de mama, não deve permanecer centrado apenas nos serviços de alta
complexidade, ele precisa existir em todos os níveis de assistência à saúde.
Este estudo objetiva desvelar as ações desenvolvidas, pelas equipes de saúde
das ESF, com mulheres acima de 30 anos, do rastreamento ao tratamento do
câncer de mama e compreender como articula-se o cuidado dirigido a este
público.
22
Questiona-se, se é efetivo o trabalho do profissional de saúde na ESF,
no que tange a assistência integral, do rastreamento ao tratamento do câncer
de mama em mulheres a partir de 30 anos?
Emerge como suposições o fato dos profissionais de saúde não estar
exercendo seu papel no rastreamento e tratamento do câncer de mama de
forma contundente na atenção primária a saúde, visto que a formação
profissional ainda está voltada para a agudização da doença e na assistência
intra-hospitalar.
Para melhor organização e leitura este trabalho foi elaborado em três
capítulos, sendo que o capítulo I aborda o câncer de mama, fatores de risco,
rastreamento e tratamento; no capítulo II é apresentado a Estratégia Saúde da
Família, objetivos do programa e linhas de cuidado à saúde da mulher; e no
capítulo III apresenta-se os dados da pesquisa.
23
CAPÍTULO I
CÂNCER DE MAMA
1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MAMA
Figura 1 – Anatomia da Mama
Google Imagens (Fonte:http://images.slideplayer.com.br/25/7963443/slides/slide_2.jpg)
A mama também conceituada por seio é um órgão par e simétrico.
Cituado na parte anterior ao tórax, em frente aos músculos peitorais e ao
serrátil anterior à direita e esquerda do esterno. (GRAYS, 2008)
Está presente em ambos os sexos, mas apenas se desenvolve na
mulher, durante a adolescência, sob o estímulo de hormônios femininos no
período puberal, atingindo sua plenitude caso a mulher engravide e amamente,
ou seja, o período de amamentação é de extrema importância no crescimento
e na diferenciação das mamas, enquanto no homem permanece atrofiado.
(HOYCO et al, 2005)
A sua forma e tamanho dependem de características genéticas
hereditárias como: raciais, dietéticos, idade, paridade e menopausa. (GRAYS,
2008) Na mulher desempenha um papel muito importante, secretar leite, um
24
leite próprio para a amamentação do recém-nascido. A sua estrutura
histológica varia de acordo com o sexo, idade e estado fisiológico.
(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2008)
A mama adulta é composta de 15 a 20 lobos, unidades funcionalmente
independentes entre si, que subdividem em lóbulos em números variáveis ( de
20 à 40 subunidades). Os lóbulos, por sua vez, são compostos por 10a 100
alvéolos, estruturas acianosas secretoras e saculiformes, cuja células são
responsáveis pela produção láctea. Os alvéolos desembocam em reproduzidas
estruturas ductais – os ductos, que se reúnem em ductos maiores relacionados
a uma das subunidades funcionais -, os lóbulos. Os ductos maiores, por sua
vez, fundiram-se para formar ductos principais que drenam as unidades
maiores, os lóbulos. Os ductos principais apresentam dilatação na projeção da
aureola, denominada seio galactóforo, cuja importância reside na participação
do mecanismo de sucção das mamas pelo neonato. Exteriorizam-se na pele da
papila mamaria em pequenos orifícios. (ZUGAIB, 2012)
Na puberdade e adolescência, a hipófise determina a liberação dos
hormônios FSH e LH para estimular a maturação dos folículos de Graaf
ovarianos.
Estes,
por
sua
vez,
liberam
estrógeno,
que
estimula
o
desenvolvimento dos ductos mamários, sendo o hormônio responsável pelo
desenvolvimento da glândula até 2 a 3 anos após o início da puberdade. O
volume e a elasticidade do tecido conectivo ao redor dos ductos aumentam,
assim como a vascularização e a deposição de gorduras. A ação combinada de
estrógeno e progesterona determina o desenvolvimento completo da glândula e
a pigmentação da aréola. (ZUGAIB, 2012)
2 Câncer de mama: antecedentes históricos
O controle do câncer de mama no Brasil teve um marco
histórico, em meados dos anos 80 ao ser contemplado no
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, que
postulava o cuidado mais amplo para além da atenção ao ciclo
gravídico-puerperal. (BRASIL, 1984. p 27)
Em 1986, o Programa de Oncologia (Pro-Onco), do Instituto Nacional de
Câncer/Ministério da Saúde, foi criado como estrutura técnico-administrativa da
25
extinta Campanha Nacional de Combate Câncer. Em 1990, o programa tornouse Coordenação de Programas de Controle de Câncer e suas linhas básicas de
trabalho eram a informação e a educação sobre os cânceres mais incidentes,
dentre os quais o câncer de mama.(ABREU,1997)
No final dos anos 90, com a implantação do Programa Viva Mulher,
foram iniciadas ações voltadas à formulação de diretrizes e à estrutura da rede
assistencial para a detecção precoce do câncer de mama. O Documento de
Consenso, em 2004, propôs as diretrizes técnicas para o controle do câncer de
mama no Brasil. (INCA, 2004)
Em 2005, com o lançamento da Política Nacional de Atenção
Oncológica, o controle dos cânceres de colo de útero e de mama foi destacado
como componente fundamental dos planos estaduais e municipais de saúde.
Neste mesmo ano foi elaborado o Plano de Ação para o Controle dos Cânceres
de Colo de Útero e de Mama 2005-2007, que propôs seis diretrizes
estratégicas: aumento de cobertura da população-alvo, garantia da qualidade,
fortalecimento do sistema de informação, desenvolvimento de capacitações,
estratégia de mobilização social e desenvolvimento de pesquisas. (INCA, 2005)
A importância da detecção precoce dessas neoplasias foi
reafirmada no Pacto pela Saúde, em 2006, com a inclusão de
indicadores na pactuação de metas com estados e municípios
para a melhoria do desempenho das ações prioritárias da
agenda sanitária nacional. (BRASIL, 2006 p.76)
Em abril de 2009, o INCA promoveu o Encontro Internacional sobre
Rastreamento do Câncer de Mama, no Rio de Janeiro, que reuniu
representantes do Ministério e das secretarias estaduais de saúde, do
movimento organizado de mulheres e de instituições ligadas ao controle do
câncer, com o objetivo de conhecer a experiência de programas bemsucedidos da Europa, Canadá e Chile. O Encontro resultou no resumo
executivo com recomendações para implantação de programa organizado de
rastreamento do câncer de mama. (INCA, 2008)
A implantação do Sistema de informação do Câncer de Mama
(SISMAMA), em junho de 2009, o aumento da oferta de mamografias pelo
Ministério da Saúde (Mais Saúde 2008-2011) e a publicação de documentos,
dentre os quais os Parâmetros técnicos para o rastreamento do câncer de
26
mama e o folder recomendações para a redução da mortalidade do câncer de
mama no Brasil (2010-2011), vêm impulsionando a organização das ações de
controle. (INCA, 2009)
Em maio de 2013, a política de atenção oncológica foi atualizada pela
Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção
à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Nesse mesmo ano, foi instituído o Sistema de Informação de
Câncer (SISCAN), uma versão em plataforma web que integra os Sistemas de
Informação do Câncer do Cólo de Útero (SISCOLO) e do Câncer de Mama
(SISMAMA).
Para dinamizar a organização da atenção secundária, em 2014 foi
publicada a Portaria nº 189, que estabeleceu incentivos financeiros de custeio
e de investimento para a implantação de Serviços de Referência para
Diagnóstico do Câncer de Mama (SDM). Esta Portaria definiu critérios para
habilitação das unidades, além do rol mínimo de exames necessários para o
diagnóstico. (INCA, 2011)
3
DEFINIÇÃO
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com
comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser
observada pelas variadas manifestações clinicas e morfológicas, diferentes
assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da
mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma
invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductalinfiltrante é o tipo histológico
mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos. (INCA, 2012)
4
CAUSAS
As causas de câncer são variadas, segundo Ministério da Saúde e INCA
(1996), podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas interrelacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos
27
hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas
internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão
ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas.
Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a
probabilidade de transformações malignas nas células normais.
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores
ambientais. Outros
vinda
permanecer em estudo, tais como alguns
componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente
desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a
sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as
células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes
fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais
frequente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de câncer são
denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a
estrutura genética (DNA) das células. (INCA, 2010)
O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da
exposição das células aos agentes causadores de câncer. Ainda, segundo a
fonte supracitada, alguns tipos de câncer como o de mama, parecem ter um
forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de
exposição dos membros da família a uma causa comum.
5
FATORES DE RISCO
O câncer de mama não apresenta uma causa exclusiva, vários fatores
estão incluídos ao avanço de se desenvolver a doença como: sexo, idade,
fatores hormonais, histórico familiar, fatores externos como o sedentarismo,
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, menarca precoce e menopausa
tardia. (INCA, 2015)
Alguns fatores que aumentam o risco de desenvolver câncer de mama,
como obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação ionizante em altas
doses, exposição a pesticidas/organoclorados e tabagismo são passíveis de
intervenção clínica, porém outros fatores como sexo feminino, avanço da idade,
menarca precoce, menopausa tardia, primeira gestação tardia, história de
28
câncer de ovário ou de mama ou história de doença mamária benigna, alta
densidade mamária, história familiar de câncer de mama e principalmente
mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2, não podem ser modificados.
A maioria destes fatores encontra-se associada com um moderado aumento no
risco (cerca de 2 ou 3 vezes), o que sugere que múltiplos fatores contribuem
para
a
gênese
da
doença
e
que
podem
existir
fatores
ainda
desconhecidos.(THULER, 2003)
Segundo o Oncoguia (2010):
a)
a maior prevalência do câncer de mama é no sexo feminino;
b)
o risco aumenta em mulheres com idade acima de 55 anos;
c)
a mutação genética herdada BRCA1 e BRCA2 pode aumentar o
risco de adquirir a neoplasia mamária;
d)
mulheres com histórico de câncer na família, geralmente mãe e
irmã, apresentam maior incidência;
e)
os fatores externos que podem ser modificados são consumo
excessivo de álcool, obesidade e o sedentarismo;
f)
anuliparidade ou seja mulheres que não tiveram filhos tem maior
probabilidade de ser acometida pelo CA de mama; e
g)
mulheres com menarca precoce antes dos 12 anos e menopausa
tardia após os 55 anos.
Na atualidade, o câncer de mama é considerado como o
segundo tipo de câncer mais comum no mundo, sendo o mais
freqüente entre as mulheres. Ao contrário do câncer de colo de
útero, esta doença encontra-se relacionada ao processo de
industrialização, com risco de adoecimento associado a
elevado status sócioeconômico, além de outros fatores de risco
clássicos descritos, tais como baixa paridade, idade precoce da
menarca e tardia da menopausa, obesidade, altura e consumo
de álcool (GUERRA et al., 2005,p.230).
6
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Segundo INCA (2015), o câncer de mama pode ser entendido em seu
início por apresentar alguns sinais e sintomas característicos da doença, o
nódulo mamário é um dos primeiros sinais a ser manifestado, sendo observado
pela própria mulher na maioria das vezes apresentando-se duro, indolor e
29
irregular podendo manifestar outros sinais como, hiperemia, pele com aspecto
casca de laranja, retração cutânea, descamação ou ulceração do mamilo e
secreção papilar. A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e
geralmente indolor. O nódulo está presente em cerca de 90% dos casos
quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sinais e sintomas
são: pele da mama avermelhada, retraída, pequenos nódulos nas axilas ou no
pescoço; e saída de líquido anormal das mamas.
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados, porém podem
estar relacionados a doenças benignas das mamas.
Figura 2 – Sinais e alterações da mama relacionada ao câncer de mama
Fonte: Google imagens, 2016
7
DIAGNÓSTICO
O rastreamento do câncer de mama é uma estratégia dirigida às
mulheres na faixa etária em que o balanço entre benefícios e riscos dessa
prática é mais favorável, com maior impacto na redução da mortalidade. Os
30
benefícios são o melhor prognóstico da doença, com tratamento mais efetivo e
menor morbidade associada. Os riscos ou malefícios incluem os resultados
falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; os resultados
falso-negativos, que resultam em falsa tranquilidade para a mulher; sobre
diagnóstico e tratamento, relacionados à identificação de tumores de
comportamento indolente (diagnosticados e tratados sem que representem
uma ameaça à vida); e, em menor grau, o risco da exposição à radiação
ionizante, se frequente ou sem controle de qualidade. (BRASIL, 2010)
No Brasil, conforme revisão das Diretrizes para a Detecção Precoce do
Câncer de Mama, publicada em 2015, a mamografia é o método preconizado
para rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher. A
mamografia é o único exame cuja aplicação em programas de rastreamento
apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade do câncer de
mama.
A mamografia de rotina é recomendada para as mulheres de 50 a 69
anos a cada dois anos. A mamografia nessa faixa etária e a periodicidade
bienal são rotinas adotadas na maioria dos países que implantaram o
rastreamento organizado do câncer de mama e baseiam-se na evidência
científica do benefício dessa estratégia na redução da mortalidade nesse grupo
e no balanço favorável entre riscos e benefícios. Em outras faixas etárias e
periodicidades, o balanço entre riscos e benefícios do rastreamento com
mamografia é desfavorável. (INCA, 2015)
Além do exame de diagnóstico de mamografia outros exames como
U.Sdas mamas e ressonância magnética, que podem ser solicitados pelo
médico caso haja necessidade. (HCBARRETOS, 2016)
8
TIPOS DE CIRURGIAS
A cirurgia depende do tamanho da mama e do tumor, sendo considerada
uma forma de tratamento, podendo ocorrer mastectomia que é a retirada por
completo da mama ou a quadrandectomia sendo a ressecção de apenas um
quadrante da mama. (ONCOGUIA, 2016)
31
A Cirurgia é uma das formas de tratamento mais comum no cancro da
mama, sendo de acordo com Ribeiro (2014, p.19) tendo várias abordagens de
acordo com a classificação do tumor:
a)
Cirurgia conservadora (Tumorectomia): Excisão do tumor e de
algum tecido circundante;
b)
Mastectomia poupadora de pele: Remove-se a glândula mamária,
poupando a pele que a reveste, de modo a facilitar a reconstrução
mamária;
c)
Mastectomia simples e total: Remoção de toda a mama, pele e
mamilo com preservação dos músculos peitorais.
d)
Mastectomia radical modificada ou Mastectomia de Patey:
Remoção total da mama, pele e os gânglios axilares, preservando os
músculos peitorais; e
e)
Mastectomia radical ou mastectomia radical de Halsted: Remoção
total da mama, bem como os músculos peitorais, pele e os gânglios
axilares. Apesar do sucesso terapêutico, este tipo de cirurgia era muito
extenso, associada a um elevado risco de linfedema e deformação do
peito e ombros. Por estes efeitos secundários este tipo de cirurgia não é
utilizado atualmente (era utilizado essencialmente para tumores de
estagio III)
9
TRATAMENTO
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia,
quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário
combinar mais de uma modalidade.(ONCOGUIA,2014)
9.1.
Radioterapia
É um tratamento que utiliza aparelhos que emitem radiações ionizantes
(Raios X de alta energia) chamados de aceleradores lineares. Essas radiações
são direcionadas para os locais de risco de recaída e são como banho de luz.
32
A radioterapia vem sendo utilizada para eliminar as células do tumor
através da radiação ao mesmo tempo em que procura evitar a destruição de
células vizinhas saudáveis.(ONCOGUIA,2014)
Segundo INCA (2010) a radioterapia pode ser usada em combinação
com a quimioterapia ou outros recursos usados no tratamento dos tumores.
Os pacientes com câncer de mama que são submetidos ao tratamento
com radioterapias é cada vez maior. Para muitos pacientes, é um meio
bastante eficaz, fazendo com que o tumor desapareça e a doença fique
controlada, ou até mesmo curada.
Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para
a melhoria da qualidadede vida. Isso porque as aplicações diminuem o
tamanho do tumor, o que alivia a pressão, reduz hemorragias, dores e outros
sintomas, proporcionando alívio aos pacientes.
Os possíveis efeitos da radioterapia geralmente aparecem na 3ª semana
de aplicação e desaparecem poucas semanas depois de terminado o
tratamento, podendo durar mais tempo. Os efeitos indesejáveis mais
frequentes são: cansaço e perda de apetite. A pele que recebe radiação poderá
coçar, ficar vermelha, irritada, queimada ou bronzeada, tornando-se seca e
escamosa.(ONCOGUIA,2014)
9.2.
Quimioterapia
A quimioterapia adjuvante vem sendo a opção de escolha no tratamento
em alguns casos de câncer de mama, diminuindo a chance de recidiva e
aumentando a sobrevida dos pacientes. Uma vez retirado o tumor,
cirurgicamente, a recidiva da doença pode ocorrer através de possível micro
metástases ocultas. Portanto, a finalidade do tratamento através da
quimioterapia adjuvante é justamente erradicar as micro metástases,
diminuindo a chance de recidiva e aumentando a sobrevida. Várias
combinações de drogas que compõem os protocolos para tratamento do
câncer de mama. Eles são aplicados, em sua maioria, na veia, podendo
também administrado por via oral : o paciente ingere pela boca o medicamento
na forma de comprimidos, cápsulas e líquidos. Pode ser feito em domicilio.
33
Intramuscular: a medicação é aplicada por meio de injeções no músculo.
Subcutânea: a medicação é aplicada por injeções, por baixo da pele.
Intracraneal: menos frequente, podendo ser aplicada no líquor, pelo próprio
médico ou no centro cirúrgico.
Tópico (sobre a pele ou mucosa): o medicamento (líquido ou pomada) é
aplicado na região afetada. Os medicamentos se misturam com o sangue e são
levados a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão
formando o tumor e impedindo, também, que elas se espalhem pelo corpo.
(INCA, 2011)
9.3.
Hormonioterapia
Estas substâncias atuam principalmente impedindo as células do câncer
de usar o hormônio que elas precisam para crescer através da competição no
processo de ligação dos hormônios naturais aos receptores dos órgãos- alvo
(órgão sobre o qual atua) ou por inibir o corpo de sintetizar os hormônios.
É o tratamento indicado antes da cirurgia no caso de tumores avançados
localmente.
Desde que a apresentação da doença metastática não seja grave a
ponto de ameaçar a vida a curto prazo, deve ser proposta como tratamento
inicial. (ONCOGUIA,2014)
9.4.
Reconstrução Mamária
Na reconstrução da mamaé fundamental não apenas a qualidade
estética, mas também a minimização da morbidade na área doadora dos
retalhos empregados. Quando comparados aos tecidos alopáticos, os tecidos
autógenos apresentam as vantagens de serem uma reconstrução definitiva, a
qualidade superior da reparação e o custo menor. Porém, há as limitações
inerentes à ressecção muscular e, portanto, à maior morbidade. Nos últimos
anos, tem-se observado o aprimoramento das técnicas que visam a menor
ressecção muscular e, por conseguinte, a menor incidência de alterações
34
funcionais. Entre estas, merece destaque a aplicação da microcirurgia no
processo de transferência do retalho.
Em pacientes submetidas a mastectomia, o objetivo maior da cirurgia
reconstrutora é a reabilitação estética, retirando-se da paciente o estigma do
câncer e da mutilação. O retorno à condição física pré-câncer é fundamental
neste processo e a morbidade da retirada da musculatura não é desprezível. A
microcirurgia e os retalhos perfurantes constituem mais uma opção para as
mulheres mastectomizadas pela menor agressão à parede abdominal e pelo
retorno mais precoce às atividades habituais pré-operatórias. A ponderação
entre estas vantagens e os riscos inerentes à complexidade do procedimento
deve ser aventada, colocando-se assim a melhor opção de tratamento e
reabilitação.
As cirurgias reparadoras servem para reverter grandes mutilações
causadas pela retirada de tumores. Com essas intervenções de alta
complexidade, reconstroem-se partes do corpo como as mamas, os médicos
utilizam técnicas de implante de enxertos de pele retirados de outras partes do
corpo dos próprios pacientes. Em alguns casos, como nas mamas, também se
usam próteses para preencher a área afetada. A operação permite que a
região fique parecida com o que era antes da sequela. (ONCOGUIA,2014)
Segundo Lei nº 12.802, de 24 de abril de 2013, alterada pela
Lei
o
n 9.797, de 6 de maio de 1999, que “dispõe sobre a obrigatoriedade da
cirurgia plástica reparadora da mama pela rede de unidades integrantes do
Sistema Único de Saúde - SUS nos casos de mutilação decorrentes de
tratamento de câncer”, para dispor sobre o momento da reconstrução mamária.
35
CAPÍTULO II
PROGRAMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
1
ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA
A Estratégia Saúde da Família (ESF) trabalha dentro de uma nova
lógica, com maior capacidade de ação para atender às necessidades de saúde
da população de sua área de abrangência. A função da ESF é prestar
assistência contínua à comunidade, acompanhando integralmente a saúde da
criança, do adulto, da mulher, dos idosos, enfim, de todas as pessoas que
vivem no território sob sua responsabilidade. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2001)
A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção
básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único
de Saúde (SUS), e é tida pelo Ministério da saúde e gestores
estaduais e municipais, representados respectivamente pelo
Conselho Nacional de Secretários da Saúde (CONASS) e
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(CONASEMS), como estratégia de expansão, qualificação e
consolidação da atenção básica por favorecer uma
reorientação do processo de trabalho com maior potencial de
aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos daatenção
básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de
saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma
importante relação custo-efetividade. (PNAB, 2012, p. 56)
1.1.
Histórico
O Programa Saúde da Família nasce, em dezembro de 1993,
fundamentando em algumas experiências municipais que já estavam em
andamento no País. Surge como uma proposta ousada para a reestruturação
do sistema de saúde, organizando a atenção primária e substituindo os
modelos tradicionais existentes. Dezessete anos depois, a história nos mostra
que a decisão do Ministério da Saúde de investir nesse caminho foi acertada.
O programa no início foi financiado por transferência conveniada de
recursos, atualmente há uma estratégia de abrangência nacional em todos os
estados da federação em quase 100% dos municípios. A Estratégia Saúde da
36
Família tornou-se uma política de Estado e um dos pilares de sustentação
doSUS. Os desafios até hoje não foram fácil e os obstáculos ainda são
inúmeros, porém o trabalho desenvolvido pelos 238 mil agentes comunitários
de saúde, 31 mil equipes de Saúde daFamília e 19 mil equipes de Saúde
Bucal, em todo território nacional. Com a ajuda dos gestores locais, estaduais e
federal, alcançou conquistas como ampliação de acesso a população brasileira
aos serviços de saúde. (BRASIL,2016)
Alguns dados históricos: Portal Educação
a)
1994 - Criação do Programa Saúde da Família (PSF). Primeiro
documento oficial “Programa Saúde da Família: dentro de casa”. Criação
de procedimentos vinculados ao PSF e ao PACS na Tabela do SIA/SUS;
b)
1996 - NOB 01/96 – Definição de novo modelo de financiamento
para a atenção básica à saúde com vistas à sustentabilidade financeira
desse nível de atenção. PAB fixo per capita e PAB variável;
c)
1997 - Implantação dos Polos de Capacitação, Formação e
Educação Permanente de Recursos Humanos para Saúde da Família.
Segundo documento oficial “PSF: uma estratégia para a reorientação do
modelo assistencial”, dirigido aos gestores e trabalhadores do SUS e
instituições de ensino. O PACS e PSF são incluídos na agenda de
prioridades da política de saúde.
d)
Publicação da Portaria MS/GM n. º 1.882, criando o Piso de
Atenção Básica (PAB).
e)
Publicação da Portaria MS/GM n. º 1.886, com as normas de
funcionamento do PSF e do PACS;
f)
1998 - O PSF passa a ser considerado estratégia estruturante da
organização do sistema de saúde. Início da transferência dos incentivos
financeiros ao PSF e ao PACS, do Fundo Nacional de Saúde para os
Fundos Municipais de Saúde. Definição, pela primeira vez, de orçamento
próprio para o PSF, estabelecido no Plano Plurianual;
g)
1999 - Realização do 1.º Pacto da Atenção Básica. Edição da
Portaria n. º 1.329 que estabelece as faixas de incentivo ao PSF por
cobertura
populacional.
2000 - Criação do Departamento de Atenção Básica para consolidar a
Estratégia de Saúde da Família;
37
h)
2001 - Edição da “Norma Operacional da Assistência à Saúde –
NOAS/01”, ênfase na qualificação da atenção básica. Incorporação das
ações de saúde bucal no PSF;
i)
2003 - Transferência do DAB para a SAS/MS – integração ; início
da execução do Programa de Expansão e Consolidação da Estratégia
de Saúde da Família (Proesf);
j)
2006 – Política Nacional de Atenção Básica.
As equipes atuam nas unidades básicas de saúde, nas residências e na
mobilização da comunidade, caracterizando-se como porta de entrada de um
sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com
uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os
fatores de risco, os quais a comunidade está exposta; por isso prestar
assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de
educação e promoção da saúde.
A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS
condicionado pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no
Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de
gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994,
apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos. A consolidação
dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que
permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito
dos municípios e pela capacidade de produção de resultados positivos nos
indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida.
A Saúde da Família como estratégia estruturante dos sistemas
municipais de saúde tem provocado um importante movimento com o intuito de
reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na
utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos
nos principais indicadores de saúde das populações assistidas pelas equipes
de saúde da família. (PORTAL EDUCAÇÃO, 2012)
38
1.2.
Objetivos do Programa
Os objetivos da implantação do modelo de saúde da família são:
a)
Humanizar as práticas de saúde por meio da conquista do vínculo
entre os profissionais de saúde e a população;
b)
Identificar e intervir sobre fatores de risco em que a população
esteja exposta;
c)
Prestar assistência integral, contínua, com resolutividade e boa
qualidade às necessidades de saúde da população descrita;
d)
Desenvolver ações intersetoriais visando o estabelecimento de
parcerias;
e)
Contribuir para a democratização do conhecimento do processo
saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da
saúde;
f)
Estimular o reconhecimento da saúde como um direito de
cidadania e expressão da qualidade de vida;
g)
Estimular a organização da comunidade para que exerçam de
maneira efetiva seu papel nas ações de controle social.
1.3.
Composição da equipe mínima e Atribuições
ESF é constituída por equipe multiprofissional que dispõe, no mínimo,
enfermeiro generalista ou especializado em saúde da família, auxiliar ou
técnico de enfermagem, médico generalista ou especialista em saúde da
família e agentes comunitários de saúde (Portal da Saúde, 2011)
As atribuições designadas aos profissionais que fazem parte da ESF
são:
a)
participar do processo de territorialização e mapeamento da área
de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos
expostos a riscos e vulnerabilidades;
b)
manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos
no sistema de informação indicado pelo gestor municipal e utilizar, de
forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde
39
considerando
as
características
sociais,
econômicas,
culturais,
demográficas e epidemiológicas do território, priorizando as situações a
serem acompanhadas no planejamento local;
c)
realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de
saúde da população local, bem como as previstas nas prioridades e
protocolos da gestão local;
d)
garantir da atenção à saúde buscando a integralidade por meio da
realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e
prevenção de agravos; e da garantia de atendimento da demanda
espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de
vigilância à saúde;
e)
participar do acolhimento dos usuários realizando a escuta
qualificada das necessidades de saúde, procedendo à primeira
avaliação (classificação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta de
informações e sinais clínicos) e identificação das necessidades de
intervenções de cuidado, proporcionando atendimento humanizado, se
responsabilizando pela continuidade da atenção e viabilizando o
estabelecimento do vínculo;
f)
realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação
compulsória e de outros agravos e situações de importância local;
g)
praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais
que visa propor intervenções que influenciem os processos de saúde
doença dos indivíduos, das famílias, coletividades e da própria
comunidade;
h)
realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o
planejamento e avaliação das ações da equipe, a partir da utilização dos
dados disponíveis;
i)
participar das atividades de educação permanente.
40
1.4.
Ações desenvolvidas no território
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é composta por equipe
multiprofissional, e o agente comunitário é de suma importância para rastrear e
cadastrar as mulheres com Câncer de mama.
Prestação de serviços na Rede de Urgência e Emergência do
município, ou para atividades de apoio matricial ,qualificação
e/ou educação permanente, como a especialização em saúde da
família, residência multiprofissional e/ou de medicina de família e
de comunidade. Esta equipe terá corresponsabilidade na saúde
destas estas mulheres. (PORTAL DA SAÚDE,2011)
1.5.
Linhas de cuidado à saúde da mulher
Com esta proposta e atendimentos humanizado, respeitando a historia e
o contesto tanto da mulher e da família:
O governo federal lançou o Plano de Ações Estratégicas para o
Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis
(DCNT) no Brasil, 2011–2022 que aborda quatro principais
doenças, quais sejam: doenças do aparelho circulatório,
respiratórias crônicas, diabetes e câncer; e os fatores de risco:
tabagismo, consumo nocivo de álcool, inatividade física,
alimentação inadequada e obesidade. (BRASIL, Ministério da
Saúde, 2013,p.24)
Com as seguintes metas nacionais propostas:
a)
Aumentar a cobertura de mamografia em mulheres entre 50 e 69
anos.
b)
Ampliar a cobertura de exame citopatológico em mulheres de 25 a
64 anos.
c)
Tratar 100% das mulheres com diagnóstico de lesões precursoras
de câncer. E as principais ações para o enfrentamento dos cânceres do
colo do útero e da mama são:
d)
Aperfeiçoamento do rastreamento dos cânceres do colo do útero
e da mama.
e)
Universalização
desses
exames
a
todas
as
mulheres,
independentemente de renda, raça, cor, reduzindo desigualdades, e
41
garantia de 100% de acesso ao tratamento de lesões precursoras de
câncer. (BRASIL, 2013 e INCA 2011)
É de extrema importância localizar estas mulheres com diagnostico ou
suspeita, assim serão direcionadas a sua prevenção ou tratamento.
A Linha de Cuidado do Câncer da Mama tem a finalidade de
assegurar à mulher o acesso humanizado e integral às ações e
serviços qualificados para promover a prevenção do câncer de
mama, acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento
adequado, qualificado e em tempo oportuno. (BRASIL,
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013, p. 27)
42
CAPITULO III
PESQUISA
1
MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualiquantitativa, utilizando-se
para tal a análise estatística e a Análise de Conteúdo proposta por Bardin. A
pesquisa qualitativa também envolve a imersão do pesquisador no campo de
pesquisa, considerando este como o cenário social em que tem lugar o
fenômeno estudado em todo o conjunto de elementos que constitui, e que, por
sua vez, está constituído por ele. O pesquisador vai construindo, de forma
progressiva e sem seguir nenhum outro critério que não seja o de sua própria
reflexão teórica, os distintos elementos relevantes que irão se configurar no
modelo do problema estudado. (GONZÁLEZ, 2002)
A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para
descrever as causas de um fenômeno, as relações entre
variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e
quantitativa permite recolher mais informações do que se
poderia conseguir isoladamente. (FONSECA, 2002 p. 20)
Segundo Bardin (2011) a análise de conteúdo se constitui de várias
técnicas onde se busca descrever o conteúdo emitido no processo de
comunicação, seja ele por meio de falas ou de textos. Enfatiza que (p.15), a
análise do conteúdo é um conjunto de instrumentos de cunho metodológico em
constante aperfeiçoamento, que se aplicam a discursos (conteúdos e
continentes) extremamente diversificados.
O termo análise de conteúdo designa: um conjunto de técnicas
de análise das comunicações visando a obter, por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que
permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições
de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
(BARDIN, 2011, p. 47)
43
O presente estudo atendeu a Resolução 466/12, foi submetido na
Plataforma Brasil do Ministério da Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa (CEP) do UNISALESIANO, sob número1.626.030 em 12 de abril de
2016 (APÊNDICE A), realizado em unidades de saúde primária do município
de Lins, autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde, segundo Termo de
Autorização da Pesquisa (APÊNDICE B). Os lócus do estudo foram as
Estratégias Saúde da Família Bom Viver, Pasetto, São João, Santa Terezinha
e Tangará, utilizando-se como instrumento de coleta de dados um questionário
fechado para os profissionais de saúde e outro com perguntas abertas a
mulheres que desenvolveram câncer de mama (APÊNDICE C).
2
LOCAL E SUJEITOS DE PESQUISA
Este estudo foi realizado no município de Lins localizado no centrooeste paulista. Segundo IBEG (2016), o município possui uma população
estimada de 76.562 habitantes. Descreve, atualmente, com cinco ESFEstratégia de Saúde da Família, localizado em cinco bairros da Cidade onde
foram encontrados os participantes da pesquisa.
Como participantes da pesquisa, foram selecionadas mulheres que
pertenciam a uma das cinco ESF no município citado, com idade acima de 30
anos e que apresentaram o diagnóstico de câncer de mama. Também foram
abordados os profissionais de saúde pertencentes às ESF do município, estes
sendo levantado o perfil sócio demográfico e o que pensavam sobre a
necessidade de uma linha de cuidados de saúde da mulher relacionada ao
câncer de mama.
44
1 APRESENTAÇÕES DOS DADOS QUANTITATIVOS
Tabela 1 – Idade dos profissionais entrevistados
IDADES DOS
N
%
18 A 23 ANOS
4
14
24 A 29 ANOS
3
10
30 A 35 ANOS
3
10
36 A 41 ANOS
4
14
42 A 47 ANOS
6
21
48 A 54 ANOS
4
14
NÃO INFORMADOS
7
17
TOTAL
31
100
PROFISSIONAIS
Fonte: Autoras, 2016
Os dados revelaram uma heterogeneidade de faixa etária dos
profissionais de saúde o que reforça a necessidade de educação permanente
para uniformizar as ações a serem desenvolvidas, uma vez, quanto mais jovem
o profissional, maior a necessidade de orientações junto aos supervisores, este
pensamento reforça-se na fala abaixo:
O processo de aprendizagem deve partir da reflexão sobre o
que acontece no serviço e sobre o que precisa ser
transformado. Para isso, é preciso problematizar as situações e
trabalhar a partir da aprendizagem significativa (que promove e
produz sentidos). Trata-se de um processo de educação no
trabalho, que tem como finalidade garantir a qualidade da
atenção à saúde, adequada às necessidades da população
usuária dos serviços e da equipe, e não somente das carências
profissionais de qualificação e atualização. (PAGANI,
ANDRADE, 2012, p.96)
Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que além da
pouca vivência prática, háa carência de profissionais de saúde habilitados para
as ações de prevenção. A falta de preparo desses profissionais leva à
45
deficiência na orientação em relação ao autoexame e exame clínico das
mamas, bem como a idade recomendável para solicitação de mamografias,
segundo Ohl et al (2016).
Tabela 2 – Estada civil dos profissionais entrevistados
ESTADO CIVIL
N
%
CASADO
19
61
NÃO INFORMADO
01
03
SOLTEIRO
06
20
VIUVO
05
16
TOTAL
31
100
Fonte: Autoras, 2016
Tabela 3 – Função profissional desempenhada pelos entrevistados
FUNÇÃO PROFISSIONAL
N
%
AGENTE COMUNITÁRIO
21
75
ENFERMEIROS
03
11
MÉDICOS
01
03
NÃO INFORMADOS
06
11
TOTAL
31
100
Fonte: Autoras, 2016
Dentre os profissionais da equipe de saúde, o agente comunitário é o
profissional que desenvolve um elo com a comunidade em que atua, pois o
mesmo pertence a ela e a representa dentro do seu trabalho. Ao ser adentrado
na Estratégia Saúde da Família (ESF), os ACS (agentes comunitários),
participam de instruções, tendo como objetivo a superação de dificuldades, e
46
assim melhorar a qualificação profissional com direção ao modelo proposto
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), também coadunam desta ideia, Barbosa,
Ferreira e Barbosa (2012) e contribuem dizendo que:
Uma das atribuições do enfermeiro é a de ter a
responsabilidade de supervisionar, coordenar e realizar
atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de
enfermagem, com o objetivo de qualificar o trabalho desses
profissionais e propiciar as ferramentas que os auxiliem na
reflexão e na construção de uma prática pautada na gestão
compartilhada e na busca de mudanças no cotidiano de
trabalho. (p. 57)
Tabela 4 – Vinculo empregaticio dos profissionais entrevistados
VINCULO EMPREGATICIO
N
%
CONCURSADO
09
29
CONTRATADO
17
55
NÃO INFORMARAM
05
16
TOTAL
31
100
Fonte: Autoras, 2016
O regime trabalho por contrato torna-se um complicador para o vínculo dos
profissionais com as famílias atendidas, uma vez que, a rotatividade se
constitui em um percalço. Contribuem Viegas e Penna, (2012)reforçando que o
vínculo com cada profissional é importante e tem um valor diferenciado na
vivência dos sujeitos, cada um desempenha uma função no processo de
trabalho. Assim, é necessário que a produção de vínculo seja um projeto de
toda a equipe, a fim de que se concretize no trabalho vivo em ato. Porém, a
rotatividade tem implicações sobre o trabalho individual e sobre o processo de
trabalho em equipe. A rotatividade é um obstáculo para muitos pilares que
estruturam a integralidade na ESF: o laço, o respeito, a confiança, o
compromisso,
o
trabalho
acompanhamento da família.
em
equipe
e
a
corresponsabilização
no
47
Tabela 5 – Programas e ações desenvolvidas nas ESF’s
PROGRAMAS DESENVOLVIDOS
N
%
ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL
07
11
AUTO EXAME DAS MAMAS
01
1
CAMPANHA E PALESTRAS
06
9
DISTRIBUIÇÃO DE PRESERVATIVO MASCULINO E LUBRIFICANTES
01
1
MAMOGRAFIA
03
5
ORIENTAÇÃO SOBRE AUTO EXAME
01
2
OUTROS
03
5
OUTUBRO ROSA
15
23
PAPANICOLAOU
18
28
PLANEJAMENTO FAMILIAR
05
8
PREVENÇÃO E CAMPANHA DE DST
03
5
ULTRASSOM
01
2
TOTAL
65
100
Fonte: Autoras, 2016
Dentre as informações coletadas observa-se que várias atividades foram
descritas pelos profissionais como pertencentes a saúde da mulher, dentre
estas destacaram-se, palestras e campanhas, papanicolaou e “Outubro Rosa”
(campanha nacional de prevenção ao câncer de mama).
Forlin,et al (2010) contribuem dizendo que para alcançar o objetivo do
programa de atenção a saúde da mulher, estipularam-se cinco estratégias:
desenvolver ações para maior adesão ao programa (palestras, oficinas);
fornecer acesso à assistência; avaliar e controlar o programa; educar e
capacitar os profissionais (educação continuada) e acompanhar alterações do
perfil profissional e do paciente.
48
Tabela 6 – Ações realizadas especificamente para o rastreamento do
câncer de mama
AÇÕES REALIZADAS
PARA O
RASTREAMENTO DO
CÂNCER DE MAMA
ENCAMINHAMENTOS
PARA MAMOGRAFIA
EXAME FISICO
N
%
15
36
01
2
ORIENTAÇÃO DA EQUIPE
01
2
ORIENTAÇÃO PARA
PREVENÇÃO DA
DOENÇA , CONSULTAS
E ENCAMINHAMENTO
PARA ESPECIALISTAS
07
17
02
5
07
17
01
2
01
2
04
03
10
7
42
100
ORIENTAÇÕES PARA O
AUTOEXAME
PALESTRAS
SEGMENTO DE
TRATAMENTO
SEGMENTOS DAS
MAMOGRAFIAS
ULTRASSOM
VISITAS DOMICILIARES
TOTAL
Fonte: Autoras, 2016
Neste gráfico apresentam-se várias atividades descritas como ações
específicas a atenção oncológica.
As principais estratégias para o controle do câncer da mama são:
prevenção primária (identificação e correção dos fatores de risco evitáveis),
prevenção secundária (detecção precoce e tratamento) e prevenção terciária
(reabilitação e cuidados paliativos). As estratégias de prevenção secundária
são únicas que promovem reduções nas taxas de mortalidade e, por esse
motivo, são as que vêm recebendo maior atenção dos sistemas nacionais de
saúde . A mamografia é o método de eleição para o rastreamento da
49
população de risco padrão, não havendo, até o momento, qualquer exame
clínico ou tecnologia que lhe seja superior, reforça-se nos estudos de Porto,
Teixeira e Ferreira (2013).
Tabela 7 – Características das mulheres atendidas na unidade
CULTURA, EDUCAÇÃO,
CONCIÊNCIA DE AUTO
CUIDADO.
N
%
BAIXA RENDA
BAIXO NÍVEL DE
ESCOLARIEDADE
GRANDE INDÍCE DE
GRAVIDEZ NA
ADLOESCÊNCIA
GRANDE NUMEROS
DE FILHOS
MULHERES DE BAIXA
RENDA , COM POUCO
INTERESSE E
PREVENÇÃO,
PROCURAM MAIS A
UNIDADE PARA FINS
CURATIVOS
MULHERES
ORIENTADAS
NÃO TEM VÍNCULO
COM A UNIDADE
POPULAÇÕES
DESCUIDADA
QUANTO AO
AUTOCUIDADO, MAIS
COM VINCULO A
UNIDADE
SÃO RESISTENTES A
INFORMAÇÕES E
EXAMES
SEM RESPOSTA
SÓ PROCURA A
UNIDADE QUANDO
ESTÁ DOENTE
10
17
16
28
04
07
04
07
02
04
01
02
02
03
14
24
02
03
02
03
01
02
TOTAL
58
100
Fonte: Autoras, 2016
50
No gráfico acima é preocupante a constatar a aumento da população
com baixo nível de escolaridade, baixa renda e população descuidada, portanto
o nível de escolaridade mais elevado é fator determinante na busca de
melhores condições de qualidade de vida. Sobre este aspecto, Souza, Simão e
Lima, (2012) diz que pode haver uma relação entre baixa escolaridade e os
fatores que dificultam o acesso às informações acerca de prevenção e
tratamento, estes associados a piores padrões de cuidados à saúde.
Tabela 8 - Características da equipe de trabalho
Característica da
equipe de trabalho
Desunida
Pouco envolvida
Informada
Voltadas aos
programas ministeriais
N
%
01
05
20
01
04
15
09
07
Aberta à treinamentos
e mudanças
27
21
Comprometida
Crítica
20
05
16
04
Outros
04
03
Integrada
18
14
Participativa
19
15
TOTAL
128
100
Fonte: Autoras, 2016
Quando questionados sobre as características da equipe, houve maior
incidência dos adjetivos: integrada, informada eparticipativa, sendo estes de
extrema relevância para o desenvolvimento de um trabalho em equipe.
Em 2006, o Ministério da Saúde consolida o Programa Saúde da Família
como Estratégia prioritária para a reorganização da Atenção Primária no Brasil
51
(APS), em conformidade com os preceitos do Sistema Único de Saúde. A APS
tem como um dos seus fundamentos efetivar o princípio da integralidade em
seus vários aspectos, destacando aqui o trabalho em equipe interdisciplinar.
Desta forma, o trabalho interdisciplinar torna-se imprescindível, pois possibilita
a comunicação e a integração dos profissionais, favorecendo uma assistência
integral, fugindo da ótica da individualidade e, consequentemente, da
fragmentação do cuidado. (CUTOLO e MADEIRA, 2010)
Tabela 9– Necessidade de protocolos de cuidados relacionados ao
Câncer de mama.
DESENVOLVIMENTO DE
PROTOCOLO PARA SAÚDE DA
MULHER, RELACIONADO AO
CÂNCER DE MAMA
N
%
NÃO
1
3
SIM
30
97
31
100
TOTAL
Fonte: Autoras, 2016
Tabela 10 - A importância de uma linha de cuidado voltada ao câncer de
mama.
A IMPORTÂNCIA DE UMA
LINHA DE CUIDADO
ASSISTENCIA PRESTADA À
MULHER
DIAGNÓSTICO PRECOCE
N
%
01
03
12
27
INFORMAÇÃO E
OBSERVAÇÃO
02
03
OUTROS
02
10
PREVENÇÃO
14
54
TRATAMENTO ADEQUADO
01
03
31
100
TOTAL
Fonte: Autoras, 2016
52
Destaca-se de extrema importância a busca ativa. Atividades educativas
a população, relacionadas a fatores de risco da doença, alimentação saudável,
atividades físicas, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas e fatores
correlacionados. Informando a importância do auto exame e exames de rotinas.
Segundo o INCA (2016), estima-se que atividades educativas e de orientação
reduzem em28% o risco da mulher desenvolver o câncer de mama.
1
ANÁLISE DE CONTEÚDO PROPOSTA POR BARDIN
Entende-se por análise de conteúdo "um conjunto de técnicas de
análise das comunicações visando obter por procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de
produção/resseção (variáveis inferidas) destas mensagens”.
(Bardin, 2009, p. 44)
Esta técnica propõe analisar o que é explícito no texto para obtenção de
indicadores que permitam fazer inferências. Para o tipo de entrevista em
questão, é indicada a modalidade de análise qualitativa (procura-se analisar a
presença ou a ausência de uma ou de várias características do texto). Após
uma primeira leitura da entrevista a analisar, pretendeu-se codificar (salientar e
categorizar) trechos da entrevista transcrita, que passamos a apresentar abaixo
em forma de tabela. Para Bardin (2011), uma unidade de registro significa uma
unidade a codificar-se, podendo esta ser um tema, uma palavra ou uma frase.
Bardin (2011) apresenta os critérios de categorização, ou seja, escolha
de categorias (classificação e agregação). Categoria, em geral, é uma forma de
pensamento e reflete a realidade, de forma resumida, em determinados
momentos, neste trabalho foram apresentadas em três temas:
1. Identificação da doença (câncer de mama)
2. Período de tratamento/acompanhamento
3. Sentimentos ligados ao quadro oncológico
Na unidade de subcategoria encontra-se idéias de categoria divididas
em pensamentos, sentimentos e emoções, estas por sua vez, desmembradas
de cada momento. Já na coluna Unidade de Registro conta-se os fragmentos
de texto que se tomam por indicativo de uma característica. Por fim, na coluna
53
Unidade de Contexto encontram-se os fragmentos da entrevista que coadunam
com o contexto geral
Quadro 1 - Análise de conteúdo proposta por Bardin
Categoria
1Identificação
da doença
Subcategoria
Unidade de registro
Unidade de contexto
Medo relacionado a
morte
A doença se apresenta
como algo incurável que
leva a morte
“...um
sentimento
de
horror, medo de morrer,
revolta.
Vontade
até
mesmo de bater no
médico. “Quando chega
em Jaú é pior, vê pessoas
debilitadas. Se precisasse
fazer
tratamento
de
quimioterapia não iria ser
fácil”
“Nervosa, preocupada não
dormia com medo da
morte”
Medo relacionado a
dependência
Sentimentos negativos de
dependência de outrem
“O duro não é descobrir é
tratar. Tive medo de ficar
na cama dependendo dos
outros”
Aceitação/enfrentamentoda
doença com auxílio
da
família
ou
profissional
Auxílio da família para
identificação de sinais e
sintomas
“ Quem alertou foi o meu
marido, mostrando que a
mama era diferente uma
da outra”
Conformação e aceitação
com
auxílio
de
profissionais
“Foi difícil no início, mas
depois eu me conformei
com ajuda de psicólogas,
enfermeiras e médicos”
Independência
ou
condição
para
os
cuidados com o corpo
“Fiz todos os cuidados
sozinha... curativo com o
dreno... tive inflamação”
Auxílio de profissionais da
saúde
“Em tudo que passei com o
problema da mama fui bem
atendida no posto. O
trabalho
deles
é
importante.”
Autocuidado
relacionado
tratamento
ao
2- Período de
tratamentoacompanhamento
Valorização das ações
exercidas
pelos
dos
profissionais da saúde
Apoio da unidade
de saúde
Falta de acolhimento e
“A unidade de saúde deve
continuar
promovendo
palestras,
projetos
relacionados
a
temas
voltadas para a saúde da
mulher, pois estes atraem
para o bem estar físico e
familiar... continuem”.
54
empatia exercido
algum profissional
saúde
Importância
prevenção
3Sentimentos
ligados
ao
quadro
oncológico
por
de
da
Ações de prevenção da
doença
Esperança frente a
doença
Sentimento de esperança
para continuar vivendo
Cuidados
relacionados
corpo
prevenção
Importância de uma boa
alimentação,
exercícios
físicos
e
controle
medicamentoso
ao
para
“Deveriam
tratar
as
pessoas com humanidade,
as pessoas que chegam
para fazer tratamento para
doença grave está triste e
não podem levar patadas”
e afirma que não são
todas”
“O atendimento foi mais ou
menos, quem me atendeué
estupido para tratar a
gente”
“Importante é a prevenção
contra qualquer tipo de
doença exatamente como
é desenvolvida pela equipe
do posto de saúde”
“O importante é continuar a
vida a vida”
“Todo ser humano deve se
cuidar, a saúde está em
1°lugar, toda mulher deve
se exercitar, deve cuidar
da alimentação, docorpo,
fazer caminhadas e não
exagerar
nos
medicamentos”
Fonte: Autoras, 2016
Tendo em vista que o investigador numa análise de dados qualitativa
quer apreender algo a partir do que os sujeitos da investigação lhe confiaram, o
quadro sinóptico acima apresentado, construído a partir dos objetivos traçados,
das perguntas lançadas e de recortes do discurso da entrevistada, leva-nos à
seguinte análise dos dados:
Na primeira categoria: Identificação da doença,estão imbricados muitos
sentimentos relacionados a perdas e morte.
Cardoso, et al (2010) num estudo que abordou os aspectos psicológicos
do doente oncológico afirmam que estes se confrontam com a incerteza acerca
do diagnóstico e a possibilidade de morte prematura, nesta fase a idéia da sua
própria morte torna-se tangível e quaisquer sintomas físicos podem ser
interpretados como um possível agravamento clínico, com repercussões ao
nível da ansiedade. Referem que quando as pessoas são confrontadas com
alguma adversidade lidam melhor com ela se encontram uma explicação
aceitável para a mesma, a busca de um significado. Na adaptação à doença é
mais fácil se existir a possibilidade de fazer algo que tenha algum impacto
55
benéfico na evolução da mesma, como por exemplo cumprir um plano de dieta
alimentar, realizar exercício físico, pois nesta fase há a perda de controlo sobre
a situação. A sensação de perda de controle pode aumentar no paciente
oncológico , devido ao agravamento da doença e à apresentação de sintomas
que apesar do tratamento ainda persistem. Surge então a necessidade de
diálogo por parte do doente oncológico, pois este diálogo permite ao doente
receber o apoio emocional necessário.
Na
segunda
categoria,
Período
de
tratamento/acompanhamento,
demonstra-se a importância das ações e do acolhimento dos profissionais de
saúde frente as mulheres com câncer de mama. As intervenções em saúde
focadas na prevenção e na educação em saúde permitem um trabalho mais
efetivo e coerente às recomendações descritas nos protocolos, manuais e
programas do Ministério da Saúde. Diante dessa questão, é possível perceber
o importante papel que a equipe de saúde da Atenção Primária à Saúde
precisa desempenhar acerca dessa grave doença que tanto impacta os
principais indicadores de saúde relacionados à mortalidade da população
adulta feminina. Segundo Melo (2012), as Unidades de Atenção Primária à
Saúde são porta de entrada do usuário no sistema de saúde e o enfermeiro é
um importante integrante da equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da
Família, pois tem o desafio de estimular o trabalho integrado e a
responsabilidade pelas pessoas ali residentes.
Para finalizar, na terceira categoria Sentimentos ligados ao quadro
oncológico, desvela-se que é sabido que a alimentação saudável e o exercício
físico contribuem na promoção do bem-estar. Além disso, esses hábitos
promovem uma relação com o processo saúde-doença bastante evidenciado,
visto que são realizadas com o intuito de se obter implicações positivas no
cuidado com a saúde. (CARDOSO e FERREIRA, 2010)
Para tanto, a realidade exige, então, reflexões e atitudes frente aos
profissionais da ESF para que a partir de mudanças paradigmáticas incluam o
ser humano em sua totalidade, embasada em princípios
(PINHEIRO, et al 2011)
científicos.
56
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Faz-se necessário a implantação de protocolos de assistência a
cuidados com mulheres com câncer de mama, educação continuada aos
profissionais de saúde, para melhor capacitá-los no atendimento a essas
mulheres; organizar campanhas que promovam a conscientização da
importância do diagnóstico precoce. Todas essas atividades mencionadas
podem fazer parte de uma linha de cuidados, que promova o rastreamento da
doença em qualquer mulher que procure o serviço de saúde com queixas
aparentes.
57
CONCLUSÃO
A presente pesquisa procurou analisar as condutas dos profissionais da
saúde frente às ações desenvolvidas as mulheres com Câncer de Mama, e os
sentimentos de mulheres diagnosticadas com a doença, observou-se de
acordo com a literatura, a importância do enfoque da atenção primária nas
ESF, à respeito dos exames periódicos que permitam o diagnóstico precoce
para
minimizar
a
gravidade
da
câncer
de
mama.
Conforme dados coletados com a equipe, foi possível detectar
incongruências quanto ás ações de prevenção e rastreamento, bem como no
âmbito de métodos de intervenções relacionado ao cuidado das mulheres com
câncer de mama. Observou-se que a equipe desenvolve ações voltadas as
campanhas pré-determinadas, como Outubro Rosa, por exemplo, porém não
há uma linha de cuidado voltada ao câncer de mama.
A ESF deve realizar tanto prevenção, quanto acompanhamento durante
e após o CA de Mama, oferecer suporte a essas mulheres.
Diante do exposto, as ações educativas configuram-se como estratégia
bem sucedida, pois permitem a disseminação do conhecimento através da
discussão de um tema proposto. Além disso, ela favorece a criação de um
espaço de reflexão e de trocas efetivas para que os participantes possam
esclarecer suas dúvidas, compartilhar aprendizados e adotar novas medidas de
saúde frente aos assuntos abordados.
Torna-se evidente a importância de capacitar profissionais de saúde, e
trabalhar com uma equipe multidisciplinar como forma de enfrentar os desafios
decorrentes da saúde pública, além de humanizar e melhorar o atendimento à
mulher.
A Enfermagem por sua vez, principalmente, é capaz de, durante suas
consultas,
transmitir
informações
adequadas
para
estímulo
de
uma
alimentação saudável, da prática de atividade física, do aleitamento materno
exclusivo até os 6 meses, do autoexame para conhecimento do corpo, do
exame clínico com periodicidade e dos exames de ultrassonografia e
mamografia,
quando
estes
se
fizerem
necessários.
58
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63
APÊNDICES
64
Apêndice A -Parecer Consubstanciado do CEP
65
66
67
Apêndice B–Termo de Compromisso da Instituição Local de Coleta e Termo de
Responsabilidade da Instituição Infraestrutura Proponente
68
69
Apêndice C –Questionário das Mulheres e Questionário dos Profissionais de
Saúde
70
71
l
72
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