898 A ÓTICA DO OLHO HUMANO David Kelvin Santos Bittencourt¹; Juliane Adriano Rios1, Karollyne de Lima Santana 1, Laise da Cruz Macena 1, Antônio Vieira de Andrade Neto3 1 2 -Bolsista IC Jr. CNPq, Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães, e-mail: [email protected] Orientador, Departamento de Física, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail: [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Olho Humano, Óptica Geométrica, Luz. . INTRODUÇÃO De que é feita a luz? Qual sua natureza? Essas questões sempre fascinaram filósofos e cientistas em todas as épocas. A propagação retilínea da luz já era bem conhecida na Grécia antiga, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma teoria geométrica para a sua propagação. Posteriormente, foi desenvolvida uma teoria ondulatória que afirma que a luz estar associada a um movimento oscilatório que se propaga a grande velocidade Uma forte evidência a favor da natureza ondulatória da luz foi dada por Thomas Young em 1801, quando ele demonstrou que a luz, em circunstâncias apropriadas, apresenta interferência, que é um fenômeno tipicamente ondulatório. A partir de experimentos desse tipo, é possível determinar com precisão um parâmetro que caracteriza o fenômeno ondulatório: o comprimento de onda (λ). O comprimento de onda da luz visível está situado na faixa entre 390 nm e 780 nm (1 nanômetro (nm) corresponde a um bilionésimo do metro i.e, 1 nm = 1,0x10-9 m), esse é o intervalo em que o olho é sensível a essa radiação. Quando as dimensões dos objetos envolvidos são muito maiores que o comprimento de onda da luz, a abordagem ondulatória pode ser substituída por outra na qual podemos imaginar que a luz se propaga como raios e, em meios homogêneos, estes raios percorrem uma linha reta. Esta abordagem é conhecida como ótica geométrica e será a utilizada neste trabalho. O olho humano, foco dessa pesquisa, é um sistema complexo de detecção de raios luminosos e transmissão das mesmas para o cérebro onde serão transformadas em imagens. Para exercer essas funções o globo ocular tem o auxilio da lei da refração. METODOLOGIA Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foram criados com o objetivo de implementar as mudanças no ensino médio propostas na Lei de Diretrizes e Bases da Educacão Nacional (LDB). Os PCNs, de modo geral, têm como meta “dar significado ao conhecimento escolar, mediante a contextualização; evitar a compartimentalização, mediante a interdisciplinaridade; e incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender." [PCN, Bases Legais, página 4]. Desse modo, o estudo do olho humano é um tema bastante adequado, pois possibilita uma ligação com temas de disciplinas diferentes como biologia e física. Para obter o resultado satisfatório e o desenvolvimento esperado do projeto de pesquisa, foi necessário realizar pesquisas envolvendo conhecimentos teóricos da óptica e do funcionamento do globo ocular. Algumas leis, como a lei da reflexão e a lei de Snell Descartes, bem como os conceitos trigonométricos presentes na matemática, foram de grande ajuda no entendimento dos conceitos de óptica. 899 Quando olhamos para um objeto, raios de luz são refletidos do objeto na direção do olho. O conjunto de unidades que participam da formação da visão humana é chamado globo ocular. Os raios luminosos que penetram no sistema ótico do globo ocular sofrem um desvio e produzem uma imagem invertida do objeto na retina. Dessa região, a imagem é transportada na forma de impulsos elétricos ao cérebro, onde é interpretada na posição correta. O olho humano e suas partes foram analisados seguindo o caminho que a luz percorre até a retina (figura 1). A luz que penetra no olho percorre o meio ótico composto pela córnea, humor aquoso, a íris, o cristalino e o humor vítreo, antes de chegar à retina, onde é criada a imagem invertida do objeto observado. Esses diverso meios foram analisados do ponto de vista de suas propriedades óticas. Figura 1 Diagrama esquemático do olho humano. Fonte: http://oticaleonel.com.br/index.php?ir=olho_humano RESULTADOS E DISCUSSÃO Através de experimentos realizados em laboratórios com a colaboração do professor, foi possível verificar de forma prática os fenômenos envolvidos nas definições de reflexão e refração. O contato com esse e outros experimentos tornaram mais didáticos e compreensivos os conceitos necessários para a fundamentação do projeto de pesquisa, i.e., o comportamento ótico do olho humano CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste trabalho realizamos um estudo introdutório do sistema visual humano, o qual atua como um instrumento ótico complexo que possui a capacidade de controlar a quantidade de luz que atinge a retina e transformar a energia luminosa em impulsos nervosos transmitidos ao cérebro que serão convertidos na imagem do objeto observado. Apesar da sua complexidade, esse sistema pode ser compreendido, em suas linhas gerais, no contexto da ótica geométrica. Um resultado interessante do presente trabalho é a contribuição que o 900 mesmo pode oferecer no sentido de que os estudantes adquiram uma atitude mais observadora da natureza e percebam a estreita ligação das diferentes disciplinas no estudo de sistemas reais como o olho humano. REFERÊNCIAS PASSOS, E. C., ANDRADE-NETO, A.V.; LEMAIRE, T. . 2008. Comportamento Ótico do Olho Humano e suas Ametropias. In: Caderno de Física da UEFS, Feira de Santana, vol.6, p.07-18. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 2002. Ciências da Natureza Matemática e suas Tecnologias – Física, Brasília. BARTHEM, R., 2005. A Luz – Coleção Temas Atuais da Física, Sociedade Brasileira de Física, São Paulo.