RESUMO As bacias hidrográficas sempre exerceram grande fascínio sobre o homem, que atraído por sua beleza cênica ou por sua riqueza em recursos naturais, vem atuando de forma a modificar esses importantes ecossistemas, sem, no entanto, levar em consideração as possíveis conseqüências dessas alterações. A importância atribuída aos ecossistemas costeiros, em destaque a bacia hidrográfica do rio Punaú e área litorânea adjacente, é constatada quando se verifica a diversidade de ecossistemas que a contempla. A bacia hidrográfica em evidência, no Estado do Rio Grande do Norte, ocupa uma área de aproximadamente 652,71 km², estando esta situada na micro-região homogênea Litoral Nordeste, com uma população regional estimada em aproximadamente 75.188 habitantes,segundo o Anuário Estatístico do Rio Grande do Norte – 2004. A região da bacia pesquisada é formada por sete municípios a seguir relacionados: Maxaranguape, Pedra Grande, Pureza, Rio do Fogo, São Miguel de Touros, Taipu e Touros, sendo que Maxaranguape, Rio do Fogo, Touros e Pureza, tem participação direta na bacia. A bacia em estudo teve suas terras avaliadas quanto à aptidão agrícola pela metodologia convencionalmente praticada no país, objetivando, assim, uma análise comparativa entre as unidades ambientais, litorânea eólica e tabuleiro costeiro, identificadas na área pesquisada. A partir da caracterização do meio físico da área em estudo e de posse dos dados armazenados, procedeu-se a análise integrada dos elementos estruturais da paisagem os quais evidenciaram que as áreas fragilizadas estão associadas à áreas de cultivo agrícola, bem como as de ocupação irregulares. Em se tratando de degradação, o diagnóstico ambiental da bacia indicou que a área equivalente a Unidade Ambiental Litorânea Eólica, corresponde ao maior comprometimento da qualidade ambiental, ou seja, alta fragilidade ambiental, sendo este resultado decorrente do uso e ocupação do solo, propiciando dessa forma, vulnerabilidade na cobertura vegetal da área, apesar desta dispor de baixo percentual de cultivo agrícola. Já na Unidade Ambiental Tabuleiro Costeiro, diagnosticou-se média fragilidade ambiental, em razão do elevado índice de área cultivada. De modo geral, a bacia hidrográfica do rio Punaú e área litorânea adjacente, apresentou no final da pesquisa, impactos ambientais acima do esperado, indicando a necessidade da revisão das práticas de uso e manejo do solo, reflorestamento as margens dos cursos d’água, controle da erosão e contaminação dos aqüíferos, na perspectiva de reduzir os efeitos dos impactos decorrentes do uso e ocupação do solo. A presente pesquisa analisou os impactos ambientais diagnosticados na bacia hidrográfica do rio Punaú e área litorânea adjacente, apontando as causas e as prováveis conseqüências dos danos causados por estes impactos ao meio ambiente da bacia. A partir da análise dos dados, foi possível explicitar o quanto estes são fundamentais como elementos chave no processo de tomada de decisão nas questões ambientais. Palavras-chaves: Fragilidade ambiental; Bacia hidrográfica; Uso e ocupação do solo; Impacto ambiental; Geografia ambiental; Ecossistemas.