O PERFIL DO PROFESSOR DE ENSINO RELIGIOSO EM

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O PERFIL DO PROFESSOR DE ENSINO RELIGIOSO
EM ESCOLAS CONFESSIONAIS DE CURITIBA
Santos, Silvana Fortaleza1.
e-mail: [email protected]
Resumo
Entre as áreas do conhecimento que compõe a base nacional da educação encontra-se
o Ensino Religioso que é uma área do conhecimento a ser ministrado no Ensino Fundamental,
valorizando a diversidade do país.
A aprovação da Deliberação 01/06 no Estado do Paraná, representa um grande
avanço nas discussões acerca do Ensino Religioso que entrará em vigor a partir de 2007.Os
alunos matriculados em escolas confessionais estão de acordo em participar das atividades
religiosas propostas pela instituição.A escola é livre para a definição dos conteúdos do ER.
Segundo levantamento feito, cerca de 82% dos professores que atuam da Educação
Infantil a 4ª série com Ensino Religioso são formados no curso de Pedagogia.
Ao refletir sobre a qualificação do professor, Valente destaca que “a implantação de
políticas públicas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação é uma condição
e um meio para o desenvolvimento do País, uma vez que a produção do conhecimento e a
criação de novas tecnologias dependem do nível e da qualidade da formação das pessoas”.
(VALENTE, 2001, p.141).
A finalidade do ER apontada com mais freqüência pelos professores seria a relação
do homem com o transcendente, o resgate dos valores e o respeito à diversidade
religiosa.Algumas dificuldades citadas pelos docentes no trabalho com o ER foram:
desconhecimento do projeto da disciplina, pouco domínio de conteúdo e falta de valorização da
disciplina. A grande maioria dos professores pesquisados privilegia sua importância para o
resgate da cidadania, dos valores e da relação do homem com o transcendente.As respostas
poderiam estar revelando a superficialidade do conhecimento na área.
Palavras-chave: Ensino Religioso- Formação do Professor - Deliberação
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Mestranda em Educação PUCPR
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Esta pesquisa visa identificar, na atualidade, o perfil do professor de Ensino
Religioso nas séries iniciais de algumas escolas confessionais da região de Curitiba de 3
confissões religiosas, a saber: Católica, Evangélica e Judaica.Justifica-se esta escolha pela
diversidade religiosa presente em nossa sociedade.
A sociedade brasileira e em particular a de Curitiba é caracterizada por diferentes
raças, culturas e religiões. Só no estado do Paraná temos aproximadamente 17 tradições
religiosas.A religião e a cultura estão intrinsecamente ligadas permitindo ao homem estabelecer
sua relação com o Transcendente. (...) “a religião acontece dentro de um universo cultural, ora
influenciado, ora sendo influenciada pela cultura, por isso é impossível entendermos a religião
sem nos remeter à cultura”.(FONAPER, 2001, p.10).
A educação no Brasil é compreendida como um direito de todos e dever do Estado e
da família em colaboração com a sociedade, caracterizada pela igualdade de condições e o
respeito à pluralidade de idéias, valorizando o patrimônio cultural. A educação nacional está
organizada em Básica e Superior. A educação básica, área em estudo, está organizada em
educação infantil e ensino fundamental. Tem por objetivo favorecer o desenvolvimento da
capacidade de aprendizagem, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e
cálculo; bem como a compreensão do ambiente cultural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade brasileira; a aquisição de
conhecimentos e habilidades.(Art. 32, Lei 9394/96).
A proposta educacional vigente em nosso país reconhece a diversidade de
identidades, valorizando o respeito e o direito a especificidade de cada um. Por isso os currículos
do Ensino Fundamental e Médio estão organizados por uma base nacional comum e uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela (Art. 26, Lei 9394/96). Entre as áreas do conhecimento que compõe a
base nacional encontra-se o Ensino Religioso que é uma área do conhecimento a ser ministrado
no Ensino Fundamental, valorizando a diversidade do país.
Neste contexto, a escola é compreendida como um dos espaços para colaborar na
superação das formas de discriminação e racismo. As propostas pedagógicas e os regimentos
escolares acolhem com autonomia e senso de justiça o princípio da identidade pessoal e coletiva
da comunidade escolar.
Saber quem é o professor que atua nesta área nas séries iniciais, sua formação inicial
e contínua e as dificuldades encontradas no exercício de sua profissão poderá ajudar a reordenar
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a formação deste profissional, bem como, revelar o que impede o Ensino Religioso (ER) ser
compreendido e encaminhado pedagogicamente como área de conhecimento e favorecer no
processo de construção de um novo cidadão.A valorização da disciplina de ER nas escolas está
atrelada ao encaminhamento pedagógico que é dado por este professor em sala-de-aula.A prática
pedagógica é “uma prática social envolvendo uma inter-relação adultos-aprendizes que visa as
modificações profundas nos sujeitos envolvidos a partir de aprendizagem de saberes existentes
na cultura, conduzidas de tal forma a preencher necessidades e exigências de transformação da
sociedade”.(LIBÂNEO, apud Gatti, 1997, p.41).
Pesquisas como a do setor de ER da Conferência Nacional dos Bispos, com o apoio
da Revista AEC (Associação das Escolas Católicas) realizada no ano de 2004 por meio de um
questionário dirigido às escolas católicas brasileiras, dentre outros levantamentos desta natureza,
têm revelado que a disciplina de ER ainda tem sido considerada pouco relevante pela
comunidade escolar.Responderam a estes questionários 10 escolas da região Norte, 43 escolas da
região Nordeste, 0 da região Centro-Oeste,98 da região Sudeste e 132 da região Sul,perfazendo
um total de 283 escolas de âmbito nacional.Esta leitura nos dá uma idéia dos avanços e
retrocessos em cada região no que se refere à situação do ER nestas escolas.É importante
ressaltar que o estado do Paraná é referência em nosso país, porque com a colaboração de vários
pesquisadores da área de ER, significativos avanços têm-se obtido na estruturação deste
componente curricular.No entanto, percebe-se que no meio escolar falta entendimento dos
conceitos entre ER, Catequese e Pastoral, a clareza para muitos professores quanto ao objeto de
estudo da disciplina e a não relação do ER com a concepção pedagógica da escola.
Aliado a isso, nos últimos anos a questão da formação do professor tem sido um
tema candente entre os debates sobre educação, tanto no que se refere aos aspectos políticos
como aos pedagógicos. Essa preocupação é decorrente dos grandes desafios que são impostos à
educação por conta dos avanços tecnológicos e científicos ocorridos em nossa sociedade e que
tem provocado mudanças no desenvolvimento intelectual, social e cultural afetando diretamente
os envolvidos no processo educativo. O homem, neste contexto, está cada vez mais distante de
sua espiritualidade que deixa em xeque os valores pessoais e sociais. As pessoas parecem estar
mais voltadas para o aqui/agora, passando por um processo de desumanização. Como lembra
Sampaio (2004 p. 30): "(...) Estamos vivendo uma crise global profunda, onde o vazio
existencial e afetivo favorece a miséria, a violência, a corrupção, o medo, resultado de
fragilidade das relações e dos valores humanos”.
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O momento requer uma formação integral das pessoas reorientando no seu modo de
pensar e agir para que se adaptem a estas mudanças. E o professor exerce um papel decisivo
neste processo, pois o como fazer está ligado a sua formação como educador e no que acredita.
MACHADO (2001) lembra que: “Educar para a cidadania significa prover os indivíduos de
instrumentos para a plena realização desta participação, motivada e competente, desta simbiose
entre interesses pessoais e sociais, desta disposição para sentir em si às dores do mundo”
(MACHADO, 2001, p.21).
Falar em formação de professores é lembrar que este é um dos grandes desafios para
o Sistema de Ensino em nosso país. E que para a escola atender as atuais exigências da
sociedade, depende em grande parte da qualificação dos profissionais que atuam.
De acordo com NÓVOA (1992) “não há ensino de qualidade, nem reforma
educativa, nem inovação pedagógica, sem uma adequada formação de professores”.(NÓVOA,
1992, p.09) Toda e qualquer inovação pedagógica, obrigatoriamente passa pela qualificação,
formação e valorização dos profissionais da educação. E essa preocupação com a devida
formação do professor está presente na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de
1996, que traz algumas significativas mudanças como pode ser visto no artigo 62 que determina
a formação de professores para a educação básica em cursos de licenciatura de graduação plena,
em universidades e institutos superiores de educação.
No entanto, alguns pesquisadores fazem considerações relevantes para a necessidade
de superação de alguns dilemas que perduram desde a sua criação e que ainda estão presentes
nos cursos de licenciatura ofertados. A falta de articulação entre as disciplinas de conteúdo com
as disciplinas pedagógicas, ocasionando uma fragmentação no ensino; maior valorização dos
cursos de bacharelado pela relação com a formação de pesquisador e falta de articulação
acadêmica com a realidade prática. Estas seriam apenas algumas das causas que afetam a
formação do profissional da educação e que somada a falta de experiência no magistério, faz
com que esse despreparo gere um quadro de insegurança e desvalorização do trabalho do
professor.
Se por um lado, se constata pelas pesquisas um não-comprometimento do alunado com
o curso, por outro lado, a ausência de significado daquilo que é aprendido nas
disciplinas como parte de sua formação parece alimentar este descomprometimento e
favorece um certo alheamento por parte dos alunos, bem como parece gerar sua visão
desarticulada e frágil sobre a prática que o espera. Ou seja, a forma como estes cursos
são ministrados determina em boa parte o desinteresse, a desinformação e a visão
fragmentária”(...) Não há, na maioria destes cursos, um gerenciamento pedagógico
integrado em função de um perfil profissional consensualmente definido”.(GATTI,
1997, p.45-46).
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Ao refletir sobre a qualificação do professor, Valente destaca que “a implantação de
políticas públicas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação é uma condição
e um meio para o desenvolvimento do País, uma vez que a produção do conhecimento e a
criação de novas tecnologias dependem do nível e da qualidade da formação das
pessoas”.(VALENTE, 2001, p.141).Por essa razão, não basta apenas pensar em reformas
educacionais se não houver uma adequada política pública de formação inicial e contínua. Boneti
entende políticas públicas como “o resultado da dinâmica do jogo de forças que se estabelece no
âmbito das relações de poder, relações essas constituídas pelos grupos econômicos e políticos,
classes sociais e demais organizações da sociedade civil”.(BONETI, 2003, p.15).É oportuno
lembrar que as políticas públicas hoje estão atreladas às políticas financeiras.
Resultados parciais da pesquisa realizada
O instrumento utilizado para a realização desta pesquisa foi um questionário com
perguntas que foi respondido por professores da Educação Infantil a 4ª série que ministram aulas
de Ensino Religioso em escolas de diferentes confissões religiosas no município de Curitiba.Do
total dos professores entrevistados, 100% são mulheres.A maioria dos docentes está entre 20 e
40 anos. Os professores jovens somam 60% dos entrevistados.Com relação ao estado civil, os
professores se declararam, em sua maioria, casados (65%). Sendo que 21% são solteiros.Os
dados da pesquisa revelam que 21% dos professores possuem renda familiar entre dois a cinco
salários mínimos e que 73% possuem entre cinco a dez.
Todos os professores que participaram da pesquisa possuem curso superior.A grande
maioria (82%) com formação em Pedagogia. 40% dos docentes declaram ter entre 0 a 5 anos de
serviço na mesma escola, enquanto 17% tem mais de 20 anos de serviços prestados a mesma
instituição.Mais da metade (52%) dos professores cumprem 20 horas semanais no magistério.A
maioria dos docentes (92%) declara trabalhar com todas as disciplinas da primeira fase do
Ensino Fundamental.Apenas 8% trabalham com o Ensino Religioso. 43% dos docentes atuam na
educação infantil, 30% na 1ª série, 26% na 2ª série, 21% na 3ª série, 17% na 4ª série.São poucos
os professores que participaram de algum curso de capacitação relacionado ao Ensino Religioso
nos últimos 5 anos. Os que fizeram são 44% e os que afirmam nunca terem participado chega a
56%.
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Uma pequena parcela dos professores costuma freqüentar eventos culturais como
museus e teatros.Já o cinema tem melhor aceitação.No entanto, as atividades no âmbito
doméstico sobrepõem-se às demais, como assistir a fitas de vídeo/dvd.Muitos docentes afirmam
que assistem à tv e ouvem rádio.Quanto às atividades relativas às preferências culturais, os
docentes destacam aquelas ligadas a profissão: a maioria declara que costuma fazer leitura de
livros, revistas e jornais relacionadas à área de atuação.A minoria dos professores declara usar o
correio eletrônico (39%).A internet é utilizada por 91% dos docentes. Os recursos tecnológicos
utilizados como entretenimento e elaboração dos trabalhos acadêmicos corresponde a 56% e para
a elaboração de trabalhos, provas e planejamentos 78%.
40% dos professores identificaram o ER como área de conhecimento,
21confessional, 21% não souberam identificar e 18% como ecumênico.A metodologia utilizada
que foi citada pela maioria dos professores (60%) refere-se ao uso de dinâmicas, textos e
reflexão. As finalidades do ER apontadas com mais freqüência pelos professores apontaram
seria a relação do homem com o transcendente, o resgate dos valores e o respeito à diversidade
religiosa.Algumas dificuldades citadas pelos docentes no trabalho com o ER foram:
desconhecimento do projeto da disciplina, pouco domínio de conteúdo e falta de valorização da
disciplina.
Recentemente foi aprovada a Deliberação nº01/06-CEE/PR que fixa as normas do
ER no Sistema Estadual de Ensino do Paraná que entrará em vigor para o ano letivo de 2007.Ele
é compreendido como parte integrante da formação básica do cidadão, donde está assegurado o
respeito à diversidade cultural e religiosa, sendo vedadas quaisquer formas de proselitismo.É
importante esclarecer que o ER será ofertado nas escolas de ensino fundamental do Sistema
Estadual de Ensino do Paraná, sendo facultativo para as escolas privadas. Porém, as escolas da
rede privada que optarem pela inclusão dessa disciplina deverão se adequar às normas desta nova
Deliberação.Três questões fundamentais são abordadas neste novo encaminhamento: a) a
presença dos alunos ou não nas aulas de Ensino Religioso; b)os conteúdos; c) a formação dos
docentes para o Ensino Religioso.
Segundo a Deliberação 01/06 diz que os alunos matriculados em escolas
confessionais no ato da matrícula concordam por meio de seus responsáveis ou por si participar
das atividades religiosas propostas pela instituição.
A escola é livre para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso que deverão
estar definidos na proposta pedagógica dos estabelecimentos. Os conteúdos não possuem em si
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mesmo a razão de existir sendo simplesmente transferidos, mas a organização das informações é
na realidade definidas por opções, já que a intenção é educar para a formação de cidadãos
informados e motivados a pensar criticamente e de analisar os problemas sociais buscando
soluções e aceitando as responsabilidades decorrentes desta perspectiva.Para tanto, a Deliberação
01/06 apresenta os seguintes princípios norteadores: a)concepção interdisciplinar do
conhecimento; b)necessidade de contextualização do conhecimento; c)convivência solidária, do
respeito às diferenças e do compromisso moral e ético; d)reconhecimento de que o fenômeno
religioso é um dado da cultura e da identidade de um grupo social; e)de que o ensino religioso
deve ser enfocado como área do conhecimento em articulação com os demais aspectos da
cidadania.
Para o exercício da docência no Ensino Religioso nas séries iniciais exigem-se a
graduação em curso de Pedagogia, com habilitação para o magistério dos anos iniciais; ou
graduação em curso Normal Superior; ou ainda habilitação em curso de nível médio-modalidade
Normal, ou equivalente.
Dentre outras alterações feitas destaca-se o art. 7º que cabe as mantenedoras a
desenvolverem programas de formação de docentes para o ER.Isto é de primordial importância
uma vez que os professores que atuam nesta disciplina são provenientes de outras áreas do
conhecimento, como foi constatado pela pesquisa que está em andamento.
A aprovação desta Deliberação 01/06 no Estado do Paraná, representa um grande
avanço nas discussões acerca do Ensino Religioso. Certamente em consonância com as demais
disciplinas pode estar contribuindo no processo de ação transformadora sendo "(...) capaz de
despertar e estimular os alunos a viver plenamente sua vida humana, a liberdade na
solidariedade, em vista da comunhão”.(CATÃO, 1993, p. 99).Para tanto, é decisiva a adoção de
estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, garantindo o direito Constitucional de
liberdade de crença e sua expressão (art.5º, inciso VI, da Constituição Brasileira).Desse modo
estará contribuindo na valorização desta área do conhecimento, uma vez que incita à
profissionalização dos professores que atuam na área.
Considerações Finais
Analisar o perfil do professor de Ensino Religioso exige uma reflexão sobre a
formação deste profissional no contexto em que está inserido.
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Segundo levantamento feito, cerca de 82% dos professores que atuam da Educação
Infantil a 4ª série com Ensino Religioso são formados no curso de Pedagogia. 56% dos docentes
afirmam nunca terem participado de algum curso de capacitação relacionado ao ER.
A habilitação destes profissionais nesta área não acontece com a mesma regularidade
das demais disciplinas do currículo. Seria o caso de buscar mecanismos que contribuam para
uma maior adesão dos professores aos cursos de formação continuada.Porém o ER reconhecido
como área de conhecimento requer um profissional habilitado para ministrá-lo.(...) “um
estudioso/pesquisador do fenômeno religioso em suas constantes e em sua diversidade de
manifestações culturais, além de um mediador deste saber no conjunto de saberes/ciências de
que se compõe o currículo escolar”.(MENEGUETTI, 2002, p.52).
Um outro dado interessante que apareceu na pesquisa revela que 8% dos professores
trabalham somente com a disciplina de ER da Ed. Infantil a 4ª série.É um número pouco
representativo, mas pode significar a possibilidade de superação.
Outro fator relevante diz respeito à importância das aulas de ER. A grande maioria
dos professores pesquisados privilegia sua importância para o resgate da cidadania, dos valores e
da relação do homem com o transcendente.As respostas poderiam estar revelando a
superficialidade do conhecimento na área.
O nível de participação dos docentes em teatros, museus e exposições são
considerados baixo.Todavia houve uma tendência pela maioria dos professores apontar como
freqüência habitual à leitura de livros.Estas respostas podem estar relacionadas com a
preocupação em atender os padrões valorizados na área profissional e não necessariamente
corresponder à realidade.Foram poucos os professores que fizeram referência a alguma revista na
área de ER e que costumam ler ou consultar.
Saber quem são os professores de ER, onde trabalham, sua formação, tempo de
magistério entre outros aspectos abordados, buscou-se mostrar a necessidade de um maior
investimento em cursos de formação continuada para os docentes neste nível de ensino onde a
sua formação inicial não tem atendido as necessidades do cotidiano escolar.
É oportuno lembrar que Morin indica sete condições necessárias ao professor para a
construção da educação do futuro, que são: analisar as condições psíquicas e culturais que
conduzem ao erro e à ilusão; situar informações em um contexto em conjunto, estabelecer
relações entre as partes e o todo; colocar a condição humana como centro de todo ensino;
compreender que todos os seres humanos compartilham de um destino comum, diante dos
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problemas planetários; construir educação para a compreensão; estabelecer relação de controle
entre indivíduo e sociedade pela democracia e pela concepção de humanidade como comunidade
planetária; enfrentar imprevistos e incertezas.
Contemplar estes saberes na formação do professor é condição essencial para o
processo de mudança, em direção à qualidade almejada.
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