Espiritualidade do Apostolado da Oração

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ESPIRITUALIDADE DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO
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Os quatro pilares principais
O Apostolado da Oração é um serviço à Igreja e à Humanidade, procurando que todos rezem por
todos, fazendo, assim, uma grande «Família de Orantes». Milhões de pessoas, no mundo,
espalhadas por quase todos os países, oferecem suas vidas, cada dia, para colaborar na salvação
e na obra da redenção. São quatro os pilares principais da espiritualidade desta Obra.
1. Vida oferecida com Cristo em Eucaristia
Todos procuram oferecer, cada dia, sua vida, através da Oração do Oferecimento, com Jesus
Cristo, no ato supremo da sua entrega e do seu amor que é a Eucaristia. São como que «hóstias
vivas», como afirma S. Paulo (Rom 12, 1), oferecidas com Cristo: trabalho, oração, sofrimentos,
alegria, a vida toda inteira, oferecida no altar com Jesus, para que o mundo tenha vida e a tenha
em abundância (Jo 10, 10). Inseridos na Eucaristia, todos se tornam membros ativos do projeto da
salvação e suas vidas são dom e graça para o mundo e para a Igreja. Verdadeiros e ativos
colaboradores, fazendo de suas vidas uma oferta eucarística, com Jesus Cristo.
2. A arte de orar
Rezar pelos outros já é um apostolado. E desta oração nascem obras de misericórdia, obras
apostólicas, obras missionárias. O Apostolado da Oração empenha-se em ajudar as pessoas, as
famílias, as comunidades paroquiais a rezarem mais e melhor. Intensificar a oração, pessoal e
comunitária, oração eucarística ou mariana, oração de louvor ou de meditação da Palavra, oração
de súplica ou de ação de graças, etc. Cursos de Oração, encontros de oração, métodos e modos
de rezar, de levar as pessoas a rezar. O Apostolado da Oração deve tornar-se, cada vez mais, um
promotor da oração, e seus zeladores e associados, homens e mulheres, apóstolos da oração e
pela oração.
3. Em Igreja, em comunhão com o Papa
Outra dimensão importante do Apostolado da Oração é estar centrado no coração da Igreja em
comunhão com o Papa, rezando, cada mês, pelas Intenções que o Papa escolhe e propõe. Deste
modo, os membros do Apostolado da Oração situam-se no coração do Papa, num profundo
«sentir com a Igreja», para rezar unidos a ele. São milhões de pessoas em todo o mundo que
cada mês tomam essa intenção do Papa e rezam com ele. Daí a força da oração, a graça da
oração no coração da Igreja, onde milhões de pessoas juntam suas preces, como verdadeira
Família Orante, em comunhão de Igreja.
4. Centrados no Coração de Cristo
O Apostolado da Oração foi encarregado pelos Papas de levar por diante o culto e a devoção ao
Coração de Cristo. Coração que simboliza toda a sua Pessoa, com todo o seu amor humano e
divino, pois Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
O próprio Jesus nos mandou aprender do seu Coração, pois nesse Coração estão todos os
tesouros da ciência e da sabedoria, é o Coração manso e humilde, é o oceano infinito de todas as
graças, é fornalha ardente de amor, é abismo insondável de toda a virtude.
Promover o culto do Coração de Jesus é centrar as pessoas no mistério de Deus que é Amor, que
tem Coração, que é Coração. Ajudar a perceber o valor da Consagração ao Coração de Cristo, da
reparação a esse mesmo Coração, centrando todos no mistério do Amor louco e apaixonado de
Deus Pai, revelado no Coração de seu Filho.
Os Papas e o Apostolado da Oração
Ao longo dos tempos, diversos Papas pronunciaram-se sobre o Apostolado da Oração, chamando
a atenção para a sua importância.
Dirigindo-se, no final de uma audiência geral, aos participantes do Congresso Nacional Italiano do
Apostolado da Oração, em 28 de Junho de 2006, Bento XVI disse que «o segredo de um
apostolado fecundo está na união com o Coração de Jesus» e desejou «que a união com o
Coração de Jesus seja, para todos, fonte de santidade e de eficaz ação apostólica».
Na sua Encíclica «Spe Salvi», Bento XVI faz uma referência ao oferecimento das obras do dia,
uma das dimensões fundamentais da espiritualidade do Apostolado da Oração. A este respeito,
diz, no nº 40: «Fazia parte duma forma de devoção – talvez menos praticada hoje, mas bastante
difundida ainda há não muito tempo – a idéia de poder «oferecer» as pequenas canseiras da vida
quotidiana, que nos ferem com freqüência como alfinetadas mais ou menos incômodas, dandolhes assim um sentido. [...] O que significa «oferecer»? Estas pessoas estavam convencidas de
poderem inserir no grande compadecer de Cristo as suas pequenas canseiras, que entravam
assim, de algum modo, a fazer parte do tesouro de compaixão de que o gênero humano
necessita. Deste modo, também as mesmas pequenas moléstias do dia-a-dia poderiam adquirir
um sentido e contribuir para a economia do bem, do amor entre os seres humanos. Deveríamos
talvez interrogar-nos se verdadeiramente isto não poderia voltar a ser uma perspectiva sensata
também para nós».
Dirigindo-se, em 22 de Junho de 1982, a um grupo de peregrinos do Apostolado da Oração, João
Paulo II exortou-os «a colaborar nesta seleta forma de apostolado que se realiza na entrega diária
de si mesmo e da vida quotidiana de cada um, em união com o sacrifício eucarístico pelas
necessidades da Igreja e a salvação de todos os homens, segundo as intenções do Papa.
Continue a ser o Coração de Jesus o centro de inspiração de toda a vossa atividade apostólica.
Abençôo-vos e agradeço-vos, pois a difusão do espírito do Apostolado da Oração e o vosso afã
de fazer conhecer e amar o Coração de Jesus são hoje mais do que nunca preciosos para a
Igreja. E são de particular agrado do Papa».
Falando, em 13 de Abril de 1985, aos Secretários Nacionais do Apostolado da Oração, disse:
«coloco esta Pia Associação universal nas vossas mãos, como um tesouro precioso do Coração
do Papa e do Coração de Cristo».
Segundo Paulo VI, o Apostolado da Oração é «forma excelente e genuína da verdadeira piedade
centrada em Cristo, tal como exige o Vaticano II».
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