GUERRA ESPIRITUAL

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GUERRA
ESPIRITUAL
combatendo a boa batalha da fé
Brian Brodersen
Guerra Espiritual
Combatendo a Boa Batalha da Fé
Copyright © 2007 por Brian Brodersen
(Nota: Este livro foi previamente publicado como parte de “Calvary Basics Series”, sob
o título “Spiritual Warfare”, originalmente publicado por “The Word for Today”, em
1995)
Publicado por Calvary Chapel Publishing (CCP), um ministério da igreja Calvary Chapel
de Costa Mesa
3800 South Fairview Rd.
Santa Ana, Ca 92704, USA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida,
armazenada em sistema, ou transmitida em qualquer formato ou por qualquer meio
(eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação, ou outros) sem a permissão prévia do
publicador, exceto pelo o que estabelece a lei norte-americana de direitos autorais.
Primeira impressão em português, 2007
Todas as referências bíblicas deste livro, salvo algumas exceções, foram tomadas da
Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional
Impresso nos Estados Unidos da América
Conteúdo
Capítulo
Página
Prefácio
i
1. A Batalha
1
2. O Deus Desta Era
12
3. As Ciladas do Diabo
21
4. A Tentação
40
5. A Armadura de Deus
48
6. Prepare-se para a Batalha
62
Conclusão
69
Prefácio
À medida que a noite escura da história humana se aproxima
cada vez mais de seu fim, a grande batalha cósmica entre o bem e o
mal fica mais evidente. Não apenas uma batalha entre o bem e o mal
no sentido filosófico, contudo, mais especificamente, uma luta entre
Deus e o diabo. Uma guerra essencialmente espiritual entre os
servos de Jesus Cristo e as forças invisíveis de satanás. Um
confronto que um cristão, por manter um relacionamento sincero com
Cristo, é inevitavelmente convocado a participar. Esses entraves não
podem ser vistos por olhos humanos nem guerreados com armas
feitas por homens, mas, sim, travados no Espírito por meio de
recursos espirituais como oração, proclamação da verdade e uma
vida em santidade.
Guerra Espiritual foi escrito para aumentar o conhecimento dos
cristãos sobre essa batalha e sua realidade em nosso dia-a-dia,
também com a esperança de trazer equilíbrio bíblico para esse
assunto de extrema importância, porém, freqüentemente malentendido.
Minha oração é que Deus use as verdades contidas neste livro
para iluminar e fortalecer o Seu povo na batalha da fé.
Brian Brodersen
Costa Mesa, Califórnia, Estados Unidos da América
i
1. A BATALHA
Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar
firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta
não é contra seres humanos, mas contra os poderes
e autoridades, contra os dominadores deste mundo
de trevas, contra as forças espirituais do mal nas
regiões celestiais.
Efésios 6:11-12
Não seria bom se a vida cristã fosse simplesmente acreditar em
Jesus e viver feliz para sempre? Contudo, todo aquele que tem
buscado servir ao Senhor seriamente descobre que as coisas não
são bem assim. Jesus prometeu a Seus seguidores que tribulação e
oposição marcariam suas vidas nesse mundo. A fonte primária dessa
oposição são o diabo e a multidão de espíritos maus, que formam
uma frente unida contra o reino de Deus.
A oposição do inimigo é evidente em milhares de diferentes
situações, porém, elas estão todas interligadas. Vemos isso em
diversos exemplos: igrejas bombardeadas no Paquistão e Indonésia;
assassinatos de missionários seqüestrados nas Filipinas; prisões de
líderes de igrejas na China; a oposição do sistema judiciário norteamericano aos Dez Mandamentos ou à colocação de cruzes em
propriedades públicas; o ataque constante da mídia contra a Igreja e
padrões bíblicos de conduta moral; o ódio irracional da comunidade
1
científica contra a idéia da criação divina como explicação para a
origem da vida; perseguições no ambiente de trabalho ou entre
membros da própria família; confusão e dúvidas que às vezes
passam em nossas cabeças quando tentamos estudar a Bíblia;
distrações que nos assolam enquanto estamos orando; o medo que
nos persegue quando aparecem oportunidades para compartilhar a
nossa fé; a luta que surge quando tentamos nos reunir para desfrutar
de comunhão.
Agora, tenho certeza que todo cristão tem enfrentado essa
oposição, alguns mais intensamente que outros. Também estou
certo de que muitos não se deram conta de que tais dificuldades são
parte de uma batalha cruel.
Uma das estratégias mais efetivas de satanás é nos manter
ignorantes da existência dessa guerra espiritual. Ele se disfarça tão
bem, que não reconhecemos o que realmente está acontecendo. De
acordo com C.S. Lewis, os demônios saúdam com alegria o
materialista que não crê em sua existência (1). Embora a afirmação
de Lewis possa não se aplicar diretamente a nenhum de nós porque
somos cristãos, não materialistas, freqüentemente vivemos alheios
ao mundo espiritual que nos cerca.
Nenhum de nós quer ser derrotado por essa oposição, por isso
uma introdução à realidade da guerra espiritual nos ajudará em
nosso caminho para a vitória que o Senhor nos prometeu nessa
batalha.
2
A Oposição
Primeiro, consideremos a inspiração por trás do conflito: o diabo
e seus anjos. Quem é o diabo? Ele é uma entidade real ou apenas
uma figura mitológica?
A Bíblia ensina que o diabo é algo real, um espírito que,
originalmente, foi a mais gloriosa criatura de Deus, mas em um ato
de rebelião tornou-se o Seu arquiinimigo (Isaías 14). A Bíblia nos diz
que ele é incrivelmente poderoso, excessivamente inteligente e
imensuravelmente mal. As Escrituras também revelam que ele está
perpetuamente em guerra com Deus e Seu povo. Ele é o
comandante-chefe de uma multidão de criaturas similares a ele.
Paulo se refere a este exército de criaturas malignas como “poderes
e autoridades, dominadores deste mundo de trevas, forças
espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6:12). Tudo isso
indica uma oposição organizada.
Somente como uma analogia, considere o exemplo do Império
Romano. César assentava-se em Roma e fazia política baseando-se
no conselho do senado. Os senadores passavam as decisões do
conselho aos governadores e administradores, para que fossem
implementadas. Semelhantemente, no reino de satanás há altos
oficiais legislando e também aqueles de baixa patente que apenas
implementam suas decisões.
Uma das profecias de Daniel dá-nos uma idéia do reino de
satanás.
3
No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, Daniel,
chamado Beltessazar, recebeu uma revelação. A
mensagem era verdadeira e falava de uma grande
guerra. Na visão que teve, ele entendeu a mensagem.
Naquela ocasião eu, Daniel, passei três semanas
chorando. Não comi nada saboroso; carne e vinho
nem provei; e não usei nenhuma essência aromática,
até se passarem as três semanas.
No vigésimo quarto dia do primeiro mês, estava eu
em pé junto à margem de um grande rio, o Tigre.
Olhei para cima, e diante de mim estava um homem
vestido de linho, com um cinto de ouro puríssimo na
cintura. Seu corpo era como berilo,
o rosto como relâmpago, os olhos como tochas
acesas, os braços e pernas como o reflexo do bronze
polido, e a sua voz era como o som de uma multidão.
Somente eu, Daniel, tive a visão; os que me
acompanhavam nada viram, mas foram tomados de
tanto pavor que fugiram e se esconderam. Assim
fiquei sozinho, olhando para aquela grande visão;
fiquei sem forças, muito pálido, e quase desfaleci.
Então eu o ouvi falando e, ao ouvi-lo, caí prostrado,
rosto em terra, e perdi os sentidos.
Em seguida, a mão de alguém tocou em mim e me
pôs sobre as minhas mãos e os meus joelhos
4
vacilantes. E ele disse: “Daniel, você é muito amado.
Preste bem atenção ao que vou lhe falar; levante-se,
pois eu fui enviado a você”. Quando ele me disse
isso, pus-me em pé, tremendo.
E ele prosseguiu: “Não tenha medo, Daniel. Desde o
primeiro
dia
em
que
você
decidiu
buscar
entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas
palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas.
Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante
vinte e um dias. Então Miguel, um dos príncipes
supremos, veio em minha ajuda, pois eu fui impedido
de continuar ali com os reis da Pérsia. Agora vim
explicar-lhe o que acontecerá ao seu povo no futuro,
pois a visão se refere a uma época futura”.
Daniel 10:1-14 NVI, o itálico foi adicionado
Perceba que o anjo disse: “Mas o príncipe do reino da Pérsia me
resistiu durante vinte e um dias”. Ciro era o rei da Pérsia naquela
época, mas, provavelmente, não era ele quem estava resistindo ao
mensageiro angelical. A referência é ao poder espiritual por trás do
Império Persa. Fatos semelhantes ocorreram em Isaías 14 e
Ezequiel 28, em que os profetas estavam profetizando contra os reis
da Babilônia e Tiro. Enquanto falavam, de repente e sem explicação,
5
começaram a referir-se ao poder espiritual por trás desses
governantes.
Estas passagens, dentre muitas outras, devem, sem sombra
de dúvida, levar-nos à conclusão de que o mundo em que vivemos
não é somente o mundo material que aparenta ser. Há também a
dimensão espiritual e, na verdade, o mundo é governado por
“espíritos
maus
nas
regiões
celestiais”.
É
imperativo
que
reconheçamos esta verdade bíblica.
Vejamos outro exemplo no Novo Testamento desse reino
invisível. Você se lembra quando o Senhor foi tentado? Satanás
mostrou a Ele todos os reinos do mundo em sua glória e disse: “Eu
lhe darei toda a autoridade sobre eles e todo o seu esplendor,
porque me foram dados e posso dá-los a quem eu quiser” (Lucas
4:6). Jesus não se opôs à declaração de autoridade de satanás
sobre os reinos do mundo nem sua habilidade de oferecê-los a quem
quiser. De fato, Jesus confirma a declaração de satanás, quando,
mais tarde, se refere a ele como “o príncipe desse mundo” (João
14:30).
Compreender estes fatos bíblicos é vital para o nosso bem-estar
espiritual. Tragicamente, muitos cristãos têm sido seduzidos a
pensar como pessoas comuns, acham que tudo é mero resultado de
processos naturais. Entretanto, Paulo diz: “Nossa luta não é contra
carne e sangue”. Nós, como cristãos, precisamos nos lembrar disso.
6
O Conflito
A próxima coisa que precisamos considerar é a íntima natureza
do conflito indicado no termo combate. Realmente, existem dois
aspectos para guerra espiritual: o senso comum, no qual as forças
coletivas de Deus estão batalhando contra as forças coletivas de
satanás; e o aspecto pessoal, no qual você e eu estamos engajados
no combate aos espíritos demoníacos. É uma luta livre. É algo íntimo
e pessoal. É mortal. Como cristão, você tem sido estudado, seguido
e atacado regularmente. Não se dar conta disso pode levá-lo a ferirse no conflito.
Talvez, neste momento, você esteja pensando: “Espere aí, você
não está exagerando demais? O que você quer dizer com ‘eu estou
sendo estudado, seguido e atacado por demônios’? Você parece um
fanático!”.
Eu posso assegurar-lhe de que não estou sendo fanático, mas
estou baseado nas Escrituras. Genericamente, afirmo apenas o que
a Bíblia ensina e como ela se refere especificamente no caso de Jó,
dentre outros.
Certo dia os anjos vieram apresentar-se ao SENHOR,
e Satanás também veio com eles. O SENHOR disse a
Satanás: “De onde você veio?” Satanás respondeu
ao SENHOR: “De perambular pela terra e andar por
ela”.
7
Disse então o SENHOR a Satanás: “Reparou em meu
servo Jó? Não há ninguém na terra como ele,
irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e
evita o mal”.
“Será que Jó não tem razões para temer a Deus?”,
respondeu Satanás. “Acaso não puseste uma cerca
em volta dele, da família dele e de tudo o que ele
possui?”.
Jó 1:6-10 NVI
Como você pode ver, satanás estudou Jó. Ele o seguiu. Em
pouco tempo, ele também o atacaria. Suas táticas não mudaram ao
longo dos séculos. Você e eu estamos sujeitos aos mesmos tipos de
ataques que Jó sofreu. Minha intenção não é inspirar paranóia, mas
ajudá-lo a enxergar o mundo e suas experiências pessoais através
de lentes bíblicas. Cristãos, hoje mais do que nunca, precisam de
uma visão bíblica do mundo, que inclua a crença e o entendimento
do campo espiritual.
A Batalha é do Senhor!
Uma vez estabelecida a autenticidade da guerra espiritual,
precisamos aprender como sobreviver nessa batalha invisível. A
8
primeira coisa que devemos lembrar é que “a batalha é do Senhor”
(1 Samuel 17:47); por isso, devemos ser “fortes no Senhor e no
poder da Sua força” (Efésios 6:10). Nós mesmos não temos o poder
para derrotar as forças das trevas. Se eu quero ser vitorioso, devo
extrair minha força do Senhor. Foi essa verdade que permitiu
homens como Davi e Josafá serem vitoriosos.
Quando Davi enfrentou Golias, ele deixou claro que se apoiava
na força de seu Deus.
Davi, porém, disse ao filisteu: “Você vem contra mim
com espada, com lança e com dardos, mas eu vou
contra você em nome do SENHOR dos Exércitos, o
Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou.
Hoje mesmo o SENHOR o entregará nas minhas
mãos, eu o matarei e cortarei a sua cabeça. Hoje
mesmo darei os cadáveres do exército filisteu às
aves do céu e aos animais selvagens, e toda a terra
saberá que há Deus em Israel. Todos os que estão
aqui saberão que não é por espada ou por lança que
o SENHOR concede vitória; pois a batalha é do
SENHOR, e ele entregará todos vocês em nossas
mãos”.
1 Samuel 17:45-47
9
Da mesma maneira, quando Josafá clamou ao Senhor por
livramento, o profeta Jaaziel respondeu:
“Escutem, todos os que vivem em Judá e em
Jerusalém e o rei Josafá! Assim lhes diz o SENHOR:
‘Não tenham medo nem fiquem desanimados por
causa desse exército enorme. Pois a batalha não é de
vocês, mas de Deus’ ”.
2 Crônicas 20:15
É extremamente crucial que lembremos disso, para que não
sejamos derrotados pelo o medo e o desânimo.
As Armas da Nossa Guerra
Outra importante verdade que não podemos esquecer é que “as
armas da nossa guerra não são carnais, mas poderosas em Deus” (2
Coríntios 10:4). A palavra carnal é a antítese de espiritual e refere-se
ao que é meramente humano. Longe do poder de Deus, todas as
nossas forças combinadas não seriam eficazes contra o poder das
trevas. Se estamos em uma batalha espiritual, logo, precisamos de
armas espirituais. E é exatamente isso o que o Senhor tem nos dado
– “armas... poderosas em Deus para derrubar fortalezas, acabar com
discussões e qualquer outra coisa que se oponha ao conhecimento
10
do Senhor”. Armas poderosas em Deus! A palavra poderosa pode
ser traduzida como “intensamente cheio de poder”. Deus tem nos
dado mais do que precisamos para vencer. Temos apenas que
acessar os recursos que Ele mesmo nos disponibilizou.
Quais são as “armas” que o Senhor tem nos dado? Elas são
simplesmente a oração, a Palavra de Deus e a adoração. Devemos
estar completamente imersos nelas se quisermos ter sucesso no
combate “da boa batalha da fé”. Mais à frente, veremos a fundo
essas armas que são “poderosas em Deus”, mas, por enquanto,
prossigamos a uma consideração profunda sobre o inimigo.
11
2. O DEUS DESTA ERA
Certo dia os anjos vieram apresentar-se ao SENHOR,
e Satanás também veio com eles. O SENHOR disse a
Satanás: “De onde você veio?” Satanás respondeu
ao SENHOR: “De perambular pela terra e andar por
ela”.
Jó 1:6-7
Nesta passagem, vemos que nosso inimigo, satanás, está
realmente vivo e bem no planeta Terra. Então, a pergunta é: o que
ele tem feito? A resposta: muito mais do que muitas pessoas têm o
culpado. Vejamos algumas das atividades praticadas pelo diabo no
mundo.
Sobre a Natureza
Primeiro, consideraremos a atividade do diabo sobre a natureza.
A Bíblia ensina que o diabo tem certo grau de poder sobre a
natureza. Conseqüentemente, muitos daqueles acontecimentos que,
ingenuamente, chamamos de “desastres naturais” ou “ações de
Deus” são, na verdade, manifestações da obra de satanás. Eu não
estou dizendo que toda catástrofe é resultado de atividade satânica,
12
mas, quando consideramos as mortes e a destruição que resultam
destas calamidades e a subseqüente culpa que é geralmente
atribuída a Deus, é válido supor que muitos destes eventos são
satanicamente orquestrados. No mínimo, ele tenta manipular
“desastres naturais” para destruir, desanimar e derrotar o trabalho de
Deus pelo mundo.
A base bíblica para esta opinião vem, mais uma vez, do livro de
Jó.
Disse então o SENHOR a Satanás: “Reparou em meu
servo Jó? Não há ninguém na terra como ele,
irrepreensível, íntegro, homem que teme a Deus e
evita o mal”.
“Será que Jó não tem razões para temer a Deus?”,
respondeu Satanás. “Acaso não puseste uma cerca
em volta dele, da família dele e de tudo o que ele
possui? Tu mesmo tens abençoado tudo o que ele
faz, de modo que os seus rebanhos estão
espalhados por toda a terra. Mas estende a tua mão e
fere tudo o que ele tem, e com certeza ele te
amaldiçoará na tua face.”
O SENHOR disse a Satanás: “Pois bem, tudo o que
ele possui está nas suas mãos; apenas não toque
nele”. Então Satanás saiu da presença do SENHOR.
Certo dia, quando os filhos e as filhas de Jó estavam
num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do
13
irmão mais velho, um mensageiro veio dizer a Jó:
“Os bois estavam arando e os jumentos estavam
pastando por perto, quando os
sabeus os atacaram e os levaram embora. Mataram à
espada os empregados, e eu fui o único que escapou
para lhe contar!”
Enquanto ele ainda estava falando, chegou outro
mensageiro e disse: “Fogo de Deus caiu do céu e
queimou totalmente as ovelhas e os empregados, e
eu fui o único que escapou para lhe contar!”
Enquanto ele ainda estava falando, chegou outro
mensageiro e disse: “Vieram caldeus em três bandos,
atacaram os camelos e os levaram embora. Mataram
à espada os empregados, e eu fui o único que
escapou para lhe contar!”
Enquanto ele ainda estava falando, chegou ainda
outro mensageiro e disse: “Seus filhos e suas filhas
estavam num banquete, comendo e bebendo vinho
na casa do irmão mais velho, quando, de repente, um
vento muito forte veio do
deserto e atingiu os quatro cantos da casa, que
desabou. Eles morreram, e eu fui o único que
escapou para lhe contar!”
Jó 1:8-19
14
Aqui está um clássico exemplo de satanás manipulando a
natureza em sua guerra contra Deus. O fogo que caiu do céu e
destruiu as ovelhas e os empregados e o vento que causou o
desabamento da casa sobre os filhos de Jó, matando-os, foram um
resultado direto da atividade do diabo. Ainda sim, o mensageiro se
referiu ao fogo como “o fogo de Deus”. Satanás destrói vidas e busca
colocar a culpa em Deus. E ele ainda continua fazendo isso nos dias
de hoje.
Vítimas de terremotos, incêndios, enchentes, ou tempestades
freqüentemente dirão que Deus, de alguma maneira, é o responsável
por suas misérias. Matérias em jornais e televisão geralmente ecoam
o sentimento de que Deus, de certo modo, é o culpado. Embora
esteja fora do campo dos “desastres naturais”, esse tipo de acusação
foi ouvida constantemente logo após os atentados terroristas a Nova
Iorque e Washington DC. Assim como no caso de Jó, acredito que o
real culpado por aqueles ataques foi o diabo.
O nome diabo significa “caluniador ou acusador”. Satanás
agitará as forças da natureza, trará morte e destruição e, então,
acusará Deus de ser o responsável por toda a bagunça. A maior
tragédia é que a maioria das pessoas acredita nele. Eu estou
dizendo que terremotos, enchentes e furacões são obras de
satanás?
Minha
resposta:
nem
sempre,
mas
talvez
mais
freqüentemente do que pensamos. Quando você considera os
objetivos de satanás – matar e destruir –, “desastres naturais” dão a
ele muitas oportunidades para se trabalhar.
15
Sobre a Humanidade
Todavia, satanás não pára por aí! Ele também está ocupado
com os assuntos dos homens. Seja na política internacional, mídia,
meio acadêmico, indústria do entretenimento, ou manias e modas do
mundo, sua influência é inegável. Paulo referiu-se a satanás como “o
príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que
vivem na desobediência” (Efésios 2:2).
Da teoria evolucionista à filosofia marxista, do preconceito racial
ao multiculturalismo, da revolução sexual ao casamento gay, de lares
destruídos à epidemia de crimes violentos, do alcoolismo às drogas,
o trabalho de satanás é evidente. O ódio e a violência, a morte e a
destruição, a dor e a miséria, desde o início da história até os dias de
hoje, podem todos, de maneira bem ampla, serem atribuídos às
atividades do diabo.
A personalidade, o propósito e o poder do diabo foram
claramente
revelados
na
pessoa
de
Adolf
Hitler
e
nos
acontecimentos que cercaram sua tentativa de governar o mundo.
Se você quer um olhar mais íntimo de como é o diabo, considere as
ações do Terceiro Reich de Hitler e as atrocidades da Segunda
Guerra Mundial, especialmente a tentativa de exterminar os judeus.
Os comunistas oferecem outro exemplo da verdadeira natureza
de satanás. Pense nos milhões de pessoas assassinadas sob o
radical espírito do anticristo, que é tão predominante entre os
partidários do marxismo. O falecido Richard Wurmbrand, que sofreu
16
imensa perseguição pelo regime comunista da Romênia, escreveu
um livro chamado Marx e Satanás, no qual documentou o antigo
envolvimento de Marx com o satanismo.
Satanás não deve ser visto como algo corriqueiro; pelo
contrário, ele é uma besta terrível, que está determinado a destruir o
maior número de pessoas possível.
Mais recentemente, satanás tem se expressado por meio de
extremistas mulçumanos e suas incursões assassinas contra todos
aqueles que discordam de seus pontos de vista fanáticos. Sua
influência é especialmente óbvia na militância retórica anti-semita e
anticristã, que surge em certos segmentos da comunidade islâmica.
Verdadeiramente, como o apóstolo João disse: “O mundo todo
está sob o poder do maligno” (1 João 5:19).
Sobre as Falsas Religiões
Outra manifestação das atividades do diabo são as falsas
religiões. Elas são as obras-primas de satanás e, talvez, seu grande
meio de influência. São também sua arma mais letal, porque atinge
diretamente a alma dos homens. O objetivo final do diabo é manter a
alma humana longe da salvação em Cristo Jesus, e ele fará tudo em
seu poder – até mesmo encorajar a devoção religiosa – para obter os
resultados desejados.
17
O apóstolo Paulo disse: “Pois o próprio satanás se disfarça de
anjo de luz” (2 Coríntios 11:14). Ele tem mantido multidões às cegas
e longe da verdade, por meio de falsas religiões. Como Paulo disse:
Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os
que estão perecendo é que está encoberto. O deus
desta era cegou o entendimento dos descrentes, para
que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo,
que é a imagem de Deus.
2 Coríntios 4:3-4
Na realidade, as chamadas grandes religiões do mundo não são
nada mais do que falsificações satânicas, com o intuito de destruir as
almas dos homens eternamente. Eu sei que pode soar extremista
para alguns, mas, se você levar a Bíblia a sério, esta é a única
conclusão que podemos chegar. Alguns insistem em dizer que todas
as religiões ensinam essencialmente a mesma coisa e que todas são
igualmente válidas. Entretanto, uma simples comparação entre o
hinduísmo e o cristianismo, por exemplo, mostra o engano deste
posicionamento.
O hinduísmo ensina que existem milhões de deuses e o
cristianismo afirma que existe apenas um Deus. Uma comparação
entre o budismo e o cristianismo mostra a mesma coisa. O budismo
não envolve a crença em Deus de maneira nenhuma; ele é de
natureza ateísta. O islã nega o centro da fé cristã, de que Jesus
18
Cristo é o único filho de Deus. As seitas pseudo-cristãs, como os
mórmons e as testemunhas de Jeová, também seriam exemplos de
falsificações satânicas.
Mas as atividades do diabo não estão apenas limitadas a essas
religiões. Também as vemos na igreja. Muitas das principais
denominações protestantes abandonaram a fé. Elas não acreditam
mais que Jesus Cristo é o Deus encarnado ou que Ele nasceu de
uma virgem. Não acreditam mais que Ele morreu na cruz ou que
realmente ressuscitou dentre os mortos. Não acreditam que a Bíblia
é a Palavra de Deus. Pergunto-me por que eles se dizem “cristãos”.
Eles rejeitam abertamente a maioria dos ensinamentos bíblicos.
Finalmente, muitos dos ensinamentos do catolicismo romano
teriam de ser incluídos nesta mesma categoria por suas crenças e
práticas aberrantes. Tudo, incluindo a missa, o papa, o sacerdócio, a
suposta mediação de Maria e dos santos, é contrário à simples
mensagem da salvação apresentada nas Escrituras. A afirmação da
Igreja Católica Romana de que é a “única e verdadeira igreja” é
indefensável tanto bíblica como historicamente (2).
Satanás está realmente ativo! Ele está manipulando as forças
da natureza e trazendo tragédias sobre os homens. Ele está
trabalhando na sociedade, oprimindo as pessoas por meio de várias
filosofias que induzem à tirania e à guerra. Além disso, também se
ocupa espalhando as falsas religiões, para roubar as almas dos
homens e privá-las da vida eterna.
Espero que o conhecimento adquirido sobre as atividades de
satanás em nosso mundo possa provocar em nós o uso das
19
poderosas armas da oração e da proclamação do evangelho. É por
meio da oração, que catástrofes podem se tornar uma oportunidade
para o trabalho de Deus. É por meio da oração e proclamação, que
Deus intervém nos assuntos dos homens, derramando Seu Espírito e
trazendo mudanças radicais. A Reforma e os grandes avivamentos
são bons exemplos de Deus usando condições adversas para
realizar a Sua obra. É por meio da proclamação do evangelho que os
homens são libertos da cegueira das falsas religiões e trazidos ao
conhecimento da salvação de Cristo.
Qualquer bom estrategista sabe a importância de conhecer a
estratégia de seu inimigo. Quanto mais familiarizados com os planos
do diabo, mais efetivos seremos em derrotá-lo e ajudar aos outros a
agirem da mesma maneira. Prossigamos, agora, a outro aspecto das
atividades demoníacas: “as ciladas do diabo”.
20
3. AS CILADAS DO DIABO
Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar
firmes contra as ciladas do Diabo (...) Além disso,
usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão
apagar todas as setas inflamadas do Maligno.
Efésios 6:11, 16
As “ciladas do diabo” e as “setas inflamadas do maligno”
compreendem uma grande parte da atividade satânica, que, sem
dúvida, também incluem seus ataques à nossa mente e emoções.
Experiências como condenação, dúvida, medo, pensamentos
malignos e depressão vêm desses ataques. Eu não estou afirmando
que sei como satanás consegue acessar nossa consciência e
sentimentos, mas está claro que ele consegue, tanto biblicamente,
como pelos testemunhos de muitos servos do Deus ao longo da
história da igreja. Consideremos dois exemplos das “ciladas do
diabo”, um das Escrituras e outro da história da igreja.
O primeiro envolve o apóstolo Pedro e está registrado em
Mateus 16. Jesus pergunta aos discípulos: “Quem vocês dizem que
eu sou?”, Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo”. Jesus o elogia por sua resposta: “Feliz é você, Simão, filho de
Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas
por meu Pai que está nos céus”.
21
Jesus, então, continuou a contar-lhes sobre a iminente rejeição
que enfrentaria por parte dos líderes religiosos em Jerusalém e sobre
a Sua morte na cruz. Pedro, bem-intencionado, mas enganado,
chamou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Nunca,
Senhor! Isso nunca lhe acontecerá!”.
Jesus virou-se e disse a Pedro: “Para trás de mim, Satanás!
Você é uma ofensa para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas
nas dos homens”. A resposta de Jesus para Pedro ilustra o meu
ponto. Na primeira vez, a mente de Pedro foi influenciada pelo
Senhor. Alguns minutos depois, Pedro estava sobre a influência de
satanás e seus pensamentos foram demoniacamente inspirados.
O segundo exemplo de como o inimigo ataca a mente de um
crente está na vida do britânico John Bunyan (1628-1688), autor do
livro O Pelegrino. Ao descrever sua experiência no livro Grace
Abounding (Graça Abundante, em tradução livre), John escreveu:
Por aproximadamente um mês, uma grande tempestade
abateu-se sobre mim, atingindo-me vinte vezes mais forte
do que qualquer outra que já havia enfrentado. Ela
assaltou-me aos poucos, parte por parte; primeiro, todo o
meu conforto me foi tirado, depois as trevas se
apoderaram de mim, então, rios de blasfêmias contra
Deus, Cristo e as Escrituras fluíam no meu espírito, para
a minha completa perplexidade e confusão. Esses
pensamentos blasfemos despertaram questionamentos
em mim contra a própria existência de Deus e de seu
22
único amado Filho. Questionava-me se existia realmente
um Deus ou um Cristo e se as Escrituras Sagradas não
eram apenas fábulas ou histórias da carochinha, em vez
de ser a santa e pura Palavra de Deus.
O tentador também me atacava por meio de outros
pensamentos: “Como posso afirmar que Jesus é o
Salvador através das Escrituras se os mulçumanos
podem fazer o mesmo em relação a Maomé? Como é
possível que milhares de pessoas pelo mundo vivam sem
conhecer o caminho para o céu? E se realmente existe
um céu, somente nós, de uma parte da Terra, devemos
ser abençoados por ele? Todos pensam que sua própria
religião é a mais correta, tanto judeus e mouros, como os
pagãos, e se Cristo, as Escrituras e a nossa fé também
forem simplesmente um achismo?”.
Por vezes, esforcei-me a debater essas influências e citar
algumas das frases do abençoado Paulo contra elas.
Mas, aí de mim, por que logo caía quando assim o fazia,
pois tais argumentos voltavam-se rapidamente contra
mim. Embora tenhamos dado grande importância a Paulo
e a suas palavras, ainda sim poderia dizer que, na
verdade, ele foi muito sutil e astuto, enganando por meio
de ilusões com a intenção de eliminar e destruir seus
companheiros.
Essas influências, junto a muitas outras, as quais não
posso e não ouso expressar nem com palavras nem à
23
caneta, dominaram de tal maneira o meu espírito e
sobrecarregaram o meu coração, igualmente em número,
duração e força, que senti como se não houvesse mais
nada
dentro
de
mim
além
disso,
dia
e
noite.
Definitivamente, não havia espaço para mais nada.
Também concluí que Deus, em grande ira para com a
minha alma, me entregou a essas influências, para que
fosse carregado por elas, como em um redemoinho.
Foi
somente
por
meio
do
desgosto
que
esses
questionamentos trouxeram ao meu espírito, que senti
que havia algo em mim que se recusava a aceitá-los.
Mas eu apenas pude considerar isso, quando Deus me
permitiu engolir minha própria saliva, se não o barulho, a
força e o poder dessas tentações já teriam me afogado.
Enquanto passava por essas tentações, constantemente
minha mente colocava-se a amaldiçoar e xingar, e dizer
graves coisas contra Deus, ou Cristo, seu Filho, e as
Escrituras.
Então eu pensei: “claro que estou possuído pelo diabo”.
E
em
outros
momentos
pensei
novamente:
“provavelmente fui privado do meu bom senso”. Em vez
de enaltecer e magnificar o Senhor como os outros. Se
eu apenas tivesse ouvido Ele falar, alguns dos mais
horríveis e blasfemos pensamentos teriam sido postos
para fora do meu coração. Não importava se eu
pensasse que Deus existia ou se, no momento seguinte,
24
achasse que não existia nada disso, porque nem amor,
nem paz, nem graça eu conseguia sentir dentro de mim.
Essas coisas me afundaram em um profundo desespero,
pois concluí que elas não poderiam, de maneira
nenhuma, ser encontradas entre aqueles que amam a
Deus. Freqüentemente, quando essas tentações se
abatiam sobre mim, eu me comparava a uma criança que
fora levada à força por um cigano, para longe de seus
amigos e de seu país. Às vezes, eu chutava e também
gritava e chorava, mas ainda estava amarrado às asas
da tentação e o vento carregava-me para mais longe.
Também pensei em Saul e o espírito demoníaco que o
possuiu. Tive o imenso temor de que a minha condição
fosse a mesma que a dele (1 Samuel 16:14).
Naqueles dias, quando ouvia outras pessoas falando
sobre o que era pecar contra o Espírito Santo, o tentador
despertava em mim o forte desejo de cometer tal pecado.
Eu não conseguia e nem podia ficar calado até que eu o
cometi. Depois disso, nenhum outro pecado me servia
mais, a não ser esse. Se para ser cometido fosse
necessário colocá-lo em palavra, então, foi como se a
minha boca o pronunciasse contra a minha própria
vontade. Essa tentação era tão forte, que, por muitas
vezes, eu ficava preparado para lançar a minha mão
debaixo do meu queixo, para impedir que a minha boca
se abrisse. Nesse ponto, cheguei a pensar algumas
25
vezes em me atirar de cabeça em uma poça de lama
para não deixar a minha boca falar. (3)
Que descrição mais expressiva do brutal tipo de guerra que, às
vezes, experimentamos como servos de Deus! Mais do que um
simples “dardo inflamado”, Bunyan foi atacado por uma tempestade
contínua deles. Mas ele não é o único a passar por essa experiência,
embora não gostamos de admitir, muitos de nós têm sofrido ataques
semelhantes.
Tendo estabelecido que o inimigo ataca freqüentemente a nossa
mente e emoções, observaremos, mais de perto, algumas das
“ciladas do diabo”, para que possamos evitar sermos enlaçados por
elas.
A Condenação
Uma tática comum do diabo é fazer você se sentir isolado do
amor e do perdão de Deus. Isso ocorre mais freqüentemente depois
que você comete algum erro. Talvez você tenha feito algo que sabia
que era errado, ou não fez algo que deveria ter feito. É quando
geralmente a condenação ataca. Entretanto, é importante saber
distinguir entre convencimento e condenação. Convencimento é o
legítimo trabalho do Espírito Santo, que produz arrependimento
sobre os nossos pecados, levando-nos à cruz para recebermos
26
perdão. Condenação produz culpa e deixa suas vítimas com a
sensação de impotência.
O diabo pode sugerir que Deus já está farto de você, dizendo:
“Você foi longe demais desta vez”. Ele dá a entender que perdão não
está mais disponível. Você pode até sentir que Deus lhe abandonou
e que Ele não lhe ama mais. Tudo isso é típico dos “dardos
inflamados do maligno”, que só podem ser defendidos com o escudo
da fé – que é a Palavra de Deus. O poder da condenação está na
habilidade de satanás de nos enganar, fazendo-nos pensar que
Deus é quem está nos condenando. Afinal, se Deus está contra nós,
quem será por nós? Que distorção odiosa da verdade!
Em Romanos 8:1, Paulo diz: “Portanto, agora já não há
condenação para os que estão em Cristo Jesus (...)”. E no verso 31,
ele diz: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Nos versos 33
e 34 ele pergunta:
Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de
Deus?
É
Deus
quem
os
justifica.
Quem
os
condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que
ressuscitou e está à direita de Deus, e também
intercede por nós.
Esses
pensamentos
de
acusação
e
as
sensações
de
condenação vêm do “acusador dos nossos irmãos” (Apocalipse
27
12:10). Nós somente podemos vencer a condenação satânica pela
confiança no sangue do Cordeiro.
Se você pecou, não deixe o diabo desviá-lo do Senhor por meio
da condenação! Pelo contrário, confesse seu pecado e lembre-se de
que “Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar
de toda injustiça” (1 João 1:9).
A Dúvida
O diabo, às vezes, atira dardos inflamados de dúvida em nossas
mentes. Ele tentará fazer com que você duvide de tudo, desde a
existência de Deus até a sua salvação. Mas seu objetivo
fundamental é lançar dúvida sobre a Palavra de Deus. Algo
importante para se lembrar, é que há uma diferença entre tentação e
dúvida e o pecado da incredulidade. É possível ser atormentado pela
dúvida e, mesmo assim, não cometer o pecado da incredulidade.
O grande pregador inglês Charles Spurgeon tinha uma grande
familiaridade com este tipo particular de tentação. Ele disse:
“Constante incredulidade tem sido minha tentação em especial. Eu
sei que a promessa de Deus é verdadeira. (...) Mas essa tentação
me ataca incessantemente – ‘Duvide d’Ele. Não confie n’Ele. Ele
ainda vai lhe abandonar.’” (4) Spurgeon, é claro, resistiu à tentação,
mas sua afirmação indica que ele lutou constantemente nesta área.
Mais uma vez, eu quero lembrá-lo de que você não está
pecando quando você é tentado a duvidar. Dúvida apenas se torna
28
pecado quando a colocamos em prática e permitimos que ela nos
controle. Satanás tentou Eva a duvidar da Palavra de Deus.
Entretanto, foi apenas quando ela se submeteu às suas sugestões
que cometeu o pecado. Somente porque você é tentado a duvidar
não significa que você pecou. Você pode recusar-se a se entregar a
essas sugestões.
Quando eu era um jovem cristão, ouvi que certos acadêmicos e
teólogos questionavam a autenticidade de alguns livros da Bíblia.
Naquele momento, satanás tentou plantar dúvida em minha mente
em relação à Palavra de Deus. Os pensamentos foram mais ou
menos assim: “Estes homens são teólogos, que estudaram a Bíblia
por anos. Eles conhecem a língua hebraica e grega e eu não sei
nada. Como eu posso pensar que estou certou e eles errados?”. Isso
lhe parece familiar? Ou talvez você teve a experiência de estar lendo
a sua Bíblia e, de repente, sua mente é inundada por perguntas
como: “Você tem certeza de que Jesus Cristo realmente existiu?
Aqueles milagres realmente aconteceram? Como alguém pode
ressuscitar dentre os mortos? E todas as outras religiões? Não é um
pouco arrogante pensar que Jesus é o único caminho para chegar a
Deus?”, entre muitos outro.
Satanás irá sugerir esses pensamentos a você. Ele sempre está
tentando minar a Palavra de Deus. Ele usou esta tática com Eva no
Jardim do Éden: “Foi isto mesmo que Deus disse (...) ?” (Gênesis
3:1). Ele também aplicou o mesmo artifício com Jesus no deserto:
“Se és o Filho de Deus (...)” (Lucas 4:3). Você pode ter certeza de
que ele tentará isso com você. A Palavra de Deus é a nossa bússola
29
e o nosso leme para guiar-nos pela tempestuosa vida cristã. Se o
diabo conseguir nos fazer duvidar, mesmo que de uma pequena
verdade, ele pode conseguir nos tirar do rumo certo. Se ele
conseguir nos fazer duvidar de grandes verdades, podemos acabar
naufragando. Reconheça isso como uma das táticas do diabo e fique
firme na Palavra de Deus.
Uma última consideração: não confunda perguntas sinceras com
dúvidas. Considere a diferença entre a resposta de Zacarias e a
resposta de Maria, ambas ao anjo Gabriel (Lucas 1:18, 34). As duas
perguntas parecem ser as mesmas: “Como pode ser?”. Porém, não
foi o questionamento de “como”, mas a atitude com a qual cada
pergunta foi feita que as diferenciaram. Zacarias perguntou com
incredulidade, como se dissesse: “Você deve estar brincando? De
jeito nenhum!”. Maria, por sua vez, estava perguntando de que forma
Deus faria tal maravilha. Sua humilde fé está evidenciada em sua
última afirmação a Gabriel: “Sou serva do Senhor, que aconteça
comigo conforme a tua palavra” (Lucas 1:38). Maria não duvidou da
Palavra de Deus; ela estava submetendo-se a Seu plano!
Não há nada de errado em fazer perguntas. É assim que
aprendemos. Perguntas sinceras podem transformar suas tentações
a duvidar em oportunidades para aumentar sua compreensão do
Senhor, da Sua Palavra e de Seus caminhos. Ao final de cada
pergunta sincera, você descobrirá que Deus é real, assim como
Paulo afirmou em Romanos 3:4: “Seja Deus verdadeiro e todo
homem mentiroso”.
30
O Medo
Outra cilada do diabo é o uso da tática do medo. Ele ameaça
com conseqüências malignas aqueles que confiam e obedecem a
Deus. Quando o avivalista do século XVIII George Whitefield
convidou seu amigo John Wesley a assumir seu ministério de
pregação ao ar livre, Wesley, de repente, foi tomado pelo sentimento
de que, se assim o fizesse, ele morreria. Buscando por direção
divina, ao abrir aleatoriamente sua Bíblia em quatro diferentes
ocasiões, as Escrituras pareceram confirmar sua iminente morte.
Mas esses medos provaram ser nada mais do que investidas do
diabo para tentar impedi-lo de fazer o trabalho para o qual Deus o
havia chamado. Na verdade, foi aceitando esse convite que John
Wesley iniciou sua carreira evangelística, que resultou na conversão
de milhares de pessoas e na formação da Igreja Metodista, durando
por mais de 50 anos.
A tática do medo do inimigo é também vista na história do rabino
Leopold Cohn, um judeu húngaro que, por meio de várias
circunstâncias, veio a acreditar que Jesus é o Messias de Israel.
Quando ele aceitou a Cristo, percebeu que precisava escolher um
dia para fazer a confissão pública de sua fé, que era o ato de ser
batizado. Os acontecimentos do dia de seu batismo ilustram
amplamente as tentativas do diabo para impedir o trabalho de Deus
através do medo. O rabino contou:
31
Bem cedo, naquela manhã, acordei com um calafrio e
parecia como se alguém estivesse falando comigo: “O
que você vai fazer hoje?”. Pulei da cama e andei de um
lado para o outro, igual a uma pessoa com febre alta, que
quase não sabe o que está fazendo. Eu estava
esperando ansiosamente para ser batizado, antecipando
a alegria de quando poderia confessar publicamente
minha fé no Senhor Jesus Cristo. Mas, agora, uma
mudança repentina veio sobre mim. A voz que falava
comigo era a do grande inimigo da humanidade, porém,
ele foi tão astuto que, à época, não pude perceber que
era a sua voz que ouvia.
Rapidamente, muitas perguntas me foram feitas, uma
após a outra, deixando-me tão perplexo que me senti
mental e fisicamente doente. Ele questionava-me assim:
“Você vai ser batizado, não vai? Você sabe que, assim
que der esse passo, você será afastado da sua esposa, a
quem você tanto ama? Ela jamais vai viver com você de
novo. Você tem idéia de que seus quatro filhos, os quais
você tanto adora, nunca mais lhe chamarão de pai ou
olharão para você? Seus irmãos, irmãs e todos seus
parentes vão lhe considerar como morto e seus corações
ficarão despedaçados para sempre”.
“Como você pode ser tão cruel com o seu próprio sangue
e carne? O seu povo lhe desprezará e odiará mais do
32
que nunca. Você está se desligando do seu próprio povo.
Você não tem amigos neste mundo. Você acabará
sozinho, como um pedaço de madeira à deriva no
oceano. O que será do seu nome, sua reputação e sua
posição?”
Esses pensamentos foram postos em mim por satanás,
da maneira mais audível possível, com o qual tive o meu
primeiro e real encontro, que me deixou totalmente
agoniado e quase mentalmente desequilibrado. Eu não
conseguia dormir, nem comer. Meu amigo que estava
comigo, percebendo a situação, tentou encorajar-me e
fortalecer-me de todas as maneiras possíveis, mas de
nada
adiantou.
Ajoelhei-me
em
oração
a
Deus,
entretanto, as ilusões satânicas eram tão fortes quanto
antes.
Ele continua sua história contando o que aconteceu quando
ele cedeu ao inimigo. Sentindo-se mental e fisicamente doente, ele
foi avisar o pastor que não poderia mais se batizar. Ao mesmo
tempo, outro pastor, chamado Dr. Andrew Bonar, com o apoio da sua
congregação, sentiu-se impelido a orar por esse homem, pois sabia
que se batizaria naquele dia. Quando eles começaram a orar, a
opressão sumiu imediatamente e, em vez de cancelar seu
compromisso, ele foi batizado e fez sua confissão pública sobre
Cristo, exatamente da maneira como ele desejava fazer.
33
O rabino Cohn tornou-se uma testemunha poderosa do Senhor,
formando o que se tornou conhecida como American Board of
Missions to the Jews (Comissão Americana de Missões para os
Judeus). Ele conduziu muitos de seus companheiros israelitas à fé
no Messias Jesus.
Você percebeu como o diabo fez ameaças com terríveis
conseqüências caso o rabino obedecesse ao Senhor? Mas elas não
passavam de ameaças vazias, assim como foi com John Wesley.
Satanás lhe ameaçará da mesma forma que Saul ameaçou Davi, ou
Tobias e Sambalate ameaçaram Neemias. Isso é tudo o que ele
pode fazer porque “aquele que está em você é maior do que aquele
que está no mundo” (1 João 4:4). Mais uma vez, “se Deus é por nós,
quem será contra nós?” (Romanos 8:31).
Não permita que o inimigo mantenha-o afastado da vontade de
Deus por causa do medo. Lembre-se, “Deus não nos deu espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2 Timóteo 1:7).
Nosso Pai celestial tem o melhor para nós. Por isso, se entregue a
Ele sem medo e veja o que Ele fará. O Pai sempre sabe o que é
melhor.
Imaginações e Pensamentos Malignos
Outra manifestação das “ciladas do diabo” é a de pensamentos
malignos. Você já teve a sua mente invadida por blasfêmias bem no
meio de uma oração? Alguma vez, enquanto você estava louvando,
34
imagens pornográficas simplesmente apareceram em sua mente?
Você já passou por alguns momentos em que sua mente foi
consumida por pensamentos deploráveis, que lhe aborreceram e
oprimiram, pensamentos de imoralidade sexual, assassinato, ou
suicídio? Se sim, você não está sozinho. Você já conhece em
primeira mão o que o apóstolo Paulo se referia quando falou sobre
os “dardos inflamados” do maligno.
Uma pergunta importante a ser feita sobre isso é: como saber a
diferença entre os dardos inflamados do maligno e o pecado dos
maus pensamentos? Os maus pensamentos vêm de dentro, assim
como Jesus disse: “Pois do coração saem os maus pensamentos
(...)” (Mateus 15:19). Os maus pensamentos estão dentro de seu
poder de controle e têm um elemento de prazer neles. Por outro
lado, os dardos inflamados do maligno vêm de fora de você e estão,
até certo ponto, fora de seu controle. Eles também são ofensivos. Vai
além de não querer, você os rejeita conscientemente.
Em outra experiência tirada da vida de Charles Spurgeon, ele
conta que, após um período prolongado de ataques de blasfêmia à
sua mente, chegando perto do desespero, começou a questionar até
mesmo a sua salvação (afinal, como um verdadeiro cristão poderia
possuir tais pensamentos?). Ele finalmente confidenciou a um
homem de Deus mais velho que lhe fez uma única e simples
pergunta: “Você odeia esses pensamentos?”. O jovem Spurgeon
respondeu: “Sim, odeio”. O homem respondeu: “Então, eles não são
seus. Lamente-se por eles, arrependa-se deles e mande-os de volta
35
ao diabo, que é o pai deles, a quem eles pertencem – pois eles não
são seus.” (5)
O diabo é astuto. Ele planta um pensamento na sua mente e
quer que pense que ele é seu. Não aceite isso, ao contrário, rejeite-o
e perceba quem é que está por trás dele. Você pode até voltar as
armas do inimigo contra ele mesmo, ao usar esses momentos como
uma oportunidade para orar e adorar. Você pode ser como Benaia,
que arrancou a lança da mão do inimigo e o matou com sua própria
arma (2 Samuel 23:21).
Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o
que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for
puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa
fama, se houver algo de excelente ou digno de
louvor, pensem nessas coisas.
Filipenses 4:8
Assim como a natureza abomina o vácuo, nossas mentes não
podem desejar permanecer vazias. Bons pensamentos não deixam
espaço para maus pensamentos.
A Depressão
Depressão é, talvez, a mais devastadora das “ciladas do diabo”,
considerando que ele junta todos os assuntos que já discutimos
36
(condenação, dúvida, medo, pensamentos malignos e imaginações),
embrulha-os em desespero e deixa-nos com a impressionante
sensação de estarmos sem esperança alguma.
Muitos homens e mulheres de Deus, ao longo dos séculos, já
conheceram o que é estar depressivo. Você pode se surpreender ao
descobrir que um dos salmistas e o apóstolo Paulo também sofreram
de depressão. Veja suas palavras:
Quando estou angustiado, busco o Senhor; de noite
estendo as mãos sem cessar; a minha alma está
inconsolável! Lembro-me de ti, ó Deus, e suspiro;
começo a meditar, e o meu espírito desfalece. Não
me permites fechar os olhos; tão inquieto estou que
não consigo falar.
Salmos 77:2-4
Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as
tribulações que sofremos na província da Ásia, as
quais foram muito além da nossa capacidade de
suportar, ao ponto de perdermos a esperança da
própria vida.
2 Coríntios 1:8
37
A história da Igreja também oferece muitos exemplos daqueles
que sofreram de depressão. William Cowper, um grande poeta e
compositor inglês, lutou contra uma depressão do tipo maníacodepressiva a vida inteira.
Charles Spurgeon disse: “Eu sou vítima de depressões terríveis
e espero que nenhum de vocês passe por tamanha desgraça”. (6)
Então vemos que homens e mulheres de Deus não estão
imunes à depressão. Todos sofrem dela de tempos em tempos,
porém alguns mais freqüente e severamente que outros. A questão
é: como lidamos com a depressão?
Primeiro, precisamos saber sua causa. Basicamente, há quatro
tipos de depressão. Existe a orgânica, que resulta de uma disfunção
corporal, por exemplo, desequilíbrio químico ou hormonal. A
depressão circunstancial, quando os problemas da vida lhe
entristecerem. Algumas estão diretamente ligadas ao pecado. E,
finalmente, há a depressão que é o resultado direto da atividade
satânica.
Determinar qual o tipo de depressão que alguém está
enfrentando não é fácil. Entretanto, Deus prometeu sabedoria para
aqueles que pedirem (Tiago 1:5).
Assim que descobrirmos a causa, podemos seguir com o
tratamento. Se o motivo for orgânico, primeiramente, o tratamento
será médico. Se for circunstancial, será preciso analisar biblicamente
os acontecimentos e confiar em Deus. Se o problema for pecado,
arrependimento faz-se necessário. Se a causa for satânica, as armas
38
espirituais da oração e da Palavra de Deus são as únicas que
prevalecerão.
Voltando
no
tempo,
antes
da
existência
de
antidepressivos, William Cowper foi liberto de uma depressão
profunda, escura e suicida por meio da oração de seu fiel pastor e
amigo John Newton. Embora o tratamento com medicamentos possa
ser benéfico, eles nunca devem ser usados como substitutos da
Palavra
de
Deus
e
da
oração.
Em
minha
opinião,
independentemente da causa da depressão, ainda existe algo
satânico ligado a ela. Por isso, acredito que todo o tipo de
depressão, independente de sua causa, deve ser tratada com
aconselhamento bíblico e intensa oração.
Se você tem sido atormentado pela depressão, lembre-se que
“Deus é fiel e Ele não permitirá que sejam tentados além do que
podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes
providenciará um escape, para que o possam suportar” (1 Coríntios
10:13). Não acredite na mentira do diabo de que sua situação não
tem solução e de que você deve acabar com tudo isso agora mesmo.
Olhe para o Senhor! Clame pelo o Seu nome! Permaneça em Sua
Palavra! Ore e peça oração a outros. Busque os conselhos de um
pastor ou de um amigo que seja um cristão maduro. Finalmente,
saiba que “o Deus da paz esmagará satanás debaixo de seus pés
em breve” (Romanos 16:20).
A seguir, consideraremos o aspecto final da guerra do diabo
contra nós: A Tentação.
39
4. A TENTAÇÃO
Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de
vocês,
anda
ao
redor
como
leão,
rugindo
e
procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe,
permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos
que vocês têm em todo o mundo estão passando
pelos mesmos sofrimentos.
1 Pedro 5:8-9
A atividade mais notória de satanás é a de tentar a humanidade.
A tentação é um pedido para se fazer o mal e é uma experiência
comum a todas as pessoas, sejam elas cristãs ou não. Porém,
satanás faz um esforço extra para tentar os cristãos. Ele sabe que se
ele derrubar um cristão, ele pode, em certo ponto, trazer descrédito à
Igreja e vergonha ao nome do Senhor. Assim, como o pecado de
Davi com Bate-Seba deu “grande ocasião aos inimigos do Senhor
para que blasfemassem” (2 Samuel 12:14), da mesma forma é com
os cristãos pecadores. Esta é uma das razões pela qual satanás
tenta os crentes.
Outra razão pela qual satanás tentará você é simplesmente
porque ele lhe odeia e quer destruí-lo. Ele sabe que “o pecado, após
ter se consumado, gera a morte” (Tiago 1:15).
40
Quando Pedro se referiu a satanás como “um leão, rugindo e
procurando a quem possa devorar”, ele estava pensando, sem
dúvida, na atividade de satanás de tentar o homem.
O autor John Phillips nos dá uma idéia de como é isso:
Satanás tem estudado a natureza humana desde a
criação do homem. Ele ajudou a produzir a queda da
natureza humana. Ele é mestre em psicologia. Alguns
são atacados pelos desejos da carne – ele tem um
arsenal completo de dardos que podem inflamar nossos
sentidos. Outros são atacados pela cobiça, orgulho,
apetite, aplausos e ambição, que estão entre os muitos
dardos que satanás usa para instigar a paixão em nossas
almas.
Ele conhece os nossos pontos fracos e fortes. Ele envia
suas legiões de espíritos demoníacos para atiçar nossos
sentidos, inflamar nossos desejos, corromper nossas
almas, enfraquecer nossas vontades, enganar nossas
mentes, matar nossa consciência e distorcer a verdade
de Deus.
Satanás tem milhares de ciladas e nunca desiste. (7)
41
Reconhecendo a Tentação
A primeira coisa que precisamos fazer em relação à tentação é
aprender a reconhecer quando estamos sendo atacados.
Um dos atributos de satanás é a sutileza. Ele se disfarça tão
bem que, freqüentemente, a pessoa que está sendo tentada nem se
dá conta de seu envolvimento. Em outras palavras, satanás não se
manifesta para você em todo o seu horror, dizendo: “Eu sou o diabo.
Eu estou aqui para lhe atrair a uma armadilha para que eu possa
destruí-lo. Agora, me veja trabalhar”. Pelo contrário, ele se esconde
nas sombras. Nós nem percebemos que ele está lá nos bastidores,
puxando as cordas e manipulando as situações.
Às vezes, ele age como se desejasse o nosso bem. Lembre-se
de Eva, no Jardim do Éden: satanás sugeriu a ela que Deus era
egoísta e que estava guardando algo que seria bom para ela.
Ele usou a mesma tática quando tentou a Jesus. Satanás foi a
Ele e disse: “Se Você é o Filho de Deus, Você não deveria estar
aqui, morrendo de fome. É justo que o Filho de Deus passe por isso?
Por que Você não pega estas pedras e as torna em pão? Satisfaça
sua fome. Você merece isso. Afinal, Você é o Filho de Deus”.
Como um pescador experiente, que sabe exatamente qual isca
usar, satanás conhece suas áreas de fraqueza e, assim, as usa. Ele
pode aparecer como um anjo de luz, uma donzela em apuros, a
solução para os seus problemas financeiros, ou a resposta para a
insatisfação com a sua própria aparência – e a lista vai seguindo.
42
Paulo referiu-se a essa característica de satanás ao escrever aos
coríntios:
O que receio, e quero evitar, é que assim como a
serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês
seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura
devoção a Cristo.
2 Coríntios 11:3
Embora, às vezes, seja difícil reconhecer a tentação, você
pode ter certeza de que está sendo tentado sempre que passa por
uma situação que possa levá-lo a racionalizar, ceder, ou de alguma
forma desobedecer a Palavra de Deus.
Evitando a Tentação
Um outro importante passo ao lidar com a tentação é fazer o
máximo esforço para ficar longe dela. Você pode evitar a tentação,
em primeiro lugar, por meio da oração. Jesus disse: “vigiem e orem
para que não caiam em tentação” (Mateus 26:41).
Em segundo lugar, você pode evitar a tentação ao ter uma visão
real de si mesmo. Isso significa reconhecer suas fraquezas e afastarse das coisas que lhe oferecem perigo. Se você tem tido problemas
com o pecado sexual, você deve fazer todo o possível para evitar
43
situações que possam lhe fazer tropeçar. Isso pode significar ficar
afastado de certa pessoa ou grupo de pessoas; também pode
significar evitar certos tipos de entretenimento como Internet, filmes,
ou TV, especialmente a cabo; ou manter-se longe das prateleiras de
revistas das lojas de conveniência.
Se os seus últimos pecados foram relacionados ao álcool e às
drogas, você precisa evitar pessoas, lugares, ou situações que
possam levá-lo a ceder. Esse mesmo princípio aplica-se a toda área
de fraqueza. Se, depois de tudo isso, você ainda se achar tentado,
como José, quando a esposa de Potifar jogou-se sobre ele, seu
único
recurso
é
fugir
assim
como
ele.
Conhecer
a
sua
vulnerabilidade é, na verdade, um passo rumo à vitória sobre a
tentação.
Lembre-se: “aquele que julga estar firme, cuide-se para que não
caia!” (1 Coríntios 10:12). Não se coloque em uma situação que
possa ser tentado, mas “fuja de tudo isso e busque a justiça, a
piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom
combate da fé e tome posse da vida eterna” (1 Timóteo 6:11-12).
Superando a Tentação
A única boa notícia sobre ser tentado é que temos vitória
garantida sobre a tentação. É crucial sabermos isso. Alguns cristãos
deixam a impressão de que obter vitória é impossível e que deslizar
moralmente é apenas o outro lado da experiência cristã. Porém, isso
44
está muito longe de ser verdade! A Bíblia mostra-nos que a vitória é
possível. O apóstolo João disse: “meus filhinhos, escrevo-lhes estas
coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos
um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1).
Tiago, em sua epístola, ensina-nos como obter a vitória:
Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e
ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e ele se
aproximará de vocês!
Tiago 4:7-8
A vitória começa com total submissão a Deus. Se Jesus não é o
Senhor de nossas vidas, será difícil, quiçá impossível, ser vitorioso
sobre a tentação. Tendo sido submetidos a Deus, nós, então,
resistimos ao diabo. Resistir ao diabo significa ficarmos com as
armas que Deus tem nos dado contra ele. Nossa principal arma é a
Palavra de Deus. Ao resistirmos, no devido tempo, satanás fugirá.
Isso é lindamente ilustrado pela vida de Cristo em Mateus 4.
Após jejuar por 40 dias e 40 noites, Jesus é visitado por satanás, que
diz a Ele: “Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se
transformem em pães” (verso 3). Aqui, nosso Senhor age como
fomos instruídos a fazer: Ele resiste ao diabo com a Palavra de
Deus. “Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra que procede da boca de Deus’” (verso 4).
45
Toda vez que satanás veio com uma tentação, Jesus a
contestou com a Palavra. Nós devemos fazer o mesmo. Quando
satanás tenta você a retomar os velhos hábitos, resista-o citando 2
Coríntios 5:17: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação.
As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!”. E
também Romanos 6:11-12: “Da mesma forma, considerem-se mortos
para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Portanto, não
permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais,
fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos”.
Quando satanás o tenta com imoralidade ou substâncias
proibidas por Deus, resista-o citando 1 Coríntios 6:19-20: “Acaso não
sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que
habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são
de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto,
glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo”.
Podemos ver a sabedoria divina de Davi ao referir-se à
tentação: “Guardei a Tua palavra no coração para não pecar contra
Ti” (Salmo 119:11). Ter as Escrituras memorizadas é uma ferramenta
importante para enfrentar a tentação.
Finalmente, lembre-se:
Pois sabemos que o nosso velho homem foi
crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não mais sejamos escravos do pecado
46
(...) Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se
escravos da justiça.
Romanos 6:6, 18
Não sobreveio a vocês tentação que não fosse
comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá
que vocês sejam tentados além do que podem
suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo
lhes providenciará um escape, para que o possam
suportar.
1 Coríntios 10:13
Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote
que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus,
apeguemo-nos
com
toda
a
firmeza
à
fé
que
professamos, pois não temos um sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas,
mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo
de
tentação,
porém,
sem
pecado.
Assim,
aproximemo-nos do trono da graça com toda a
confiança, a fim de recebermos misericórdia e
encontrarmos graça que nos ajude no momento da
necessidade.
Hebreus 4:14-16
47
5. A ARMADURA DE DEUS
Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que
possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis,
depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se
firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo
a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a
prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o
escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar
todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o
capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus.
Efésios 6:13-17
Todo soldado envolvido em combate deve possuir conhecimento
geral das armas de sua guerra. Na passagem acima, Paulo
apresenta-nos a imagem de um soldado romano, inteiramente
vestido para a batalha, e ele usa essa imagem para explicar as
muitas partes que compõem a completa armadura de Deus. Em vez
de se preocupar com o tipo de armadura usada pelos antigos
romanos, queremos nos concentrar na mensagem por trás da
analogia. O que é exatamente a armadura de Deus?
A armadura de Deus é a verdade eterna de Deus, encontrada
nas Escrituras. Vesti-la é aplicar a verdade bíblica nas nossas vidas.
Cada parte da armadura representa um aspecto distinto da verdade.
48
A armadura é necessária para proteger-nos dos ataques do inimigo,
já que buscamos viver para a glória de Deus e Seu reino. O cinto da
verdade, a couraça da justiça, os calçados da paz, o escudo da fé e
o capacete da salvação são todos, em sua grande parte, para a
defesa, o que nos permite resistir e não perder terreno. A espada do
Espírito e da oração são nossas armas para o ataque. Olharemos,
primeiro, o aspecto defensivo da armadura e, depois, no próximo
capítulo, consideraremos as características ofensivas da armadura.
O Cinto da Verdade
O cinto é mencionado primeiro, porque é parte essencial da
armadura. Ele dá mobilidade e apoio ao soldado. Para nós, é o cinto
da verdade. As verdades da Palavra de Deus são a base na qual
nossa guerra é travada. Estar equipado com a verdade significa
acreditar e conhecê-la. O inimigo não pode ser resistido por razões
humanas, tradições, carisma, ou qualquer outro meio carnal.
Somente a verdade de Deus deve moldar o nosso viver e pensar.
Tenho certeza de que você tem notado que vivemos em um
mundo cheio de mentiras. É difícil chegar à verdade hoje em dia.
Você acredita em tudo que lê nos jornais? Eu espero que não.
Infelizmente, para muitas pessoas, a verdade não é uma prioridade.
Nos Estados Unidos, temos testemunhado uma grande crise de
integridade, tanto no mundo corporativo, como entre alguns líderes
políticos, sem mencionar as enganações cotidianas, as quais,
49
tristemente, devemos ficar atentos. Estamos vivendo em um período
em que o conceito da verdade tem sido desafiado e, em alguns
casos, abertamente negado. Isso torna o nosso papel de homens e
mulheres da verdade ainda mais importante.
Vestir o cinto da verdade significa conhecer A VERDADE e
também sermos cheios de integridade. Não deve haver enganações
e trapaças em nós, de maneira alguma.
A Couraça da Justiça
A couraça protege os órgãos vitais – coração, pulmões,
pâncreas e fígado. Os antigos acreditavam que o coração era a parte
do corpo que abrigava as emoções, por isso nos referimos também
ao sofrimento como “coração despedaçado”. Portanto, a couraça é
para proteger-nos no campo das emoções. Observe que ela é a
couraça da justiça. Satanás freqüentemente ataca nossas emoções,
relacionando-as à justiça.
Nós já falamos sobre condenação – o sentimento de que Deus
está contra nós. Quando a condenação nos sobrecarrega, o
entendimento da doutrina da justiça imputada de Cristo serve como
nossa primeira linha de defesa. Este conhecimento é obtido por meio
das Escrituras.
50
Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha
pecado, para que nele nos tornássemos justiça de
Deus.
2 Coríntios 5:21
Ele tornou-nos aceitáveis no Amado.
Efésios 1:6
[Que eu possa] ser encontrado nele, não tendo a
minha própria justiça (...), mas a que vem mediante a
fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se
baseia na fé.
Filipenses 3:9
Paulo estava se referindo, primeiramente, à justiça imputada por
Cristo, quando falou sobre se cobrir com a couraça da justiça.
Em outro sentido, vestir a couraça da justiça significa praticar a
justiça. Um viver santo torna a tarefa do diabo de fazer-nos tropeçar
muito mais difícil. Viver corretamente, praticando o bem e
obedecendo a Deus serão, com certeza, uma proteção contra os
ataques do inimigo.
51
Os Calçados da Paz
Nós devemos ter os nossos pés calçados na preparação do
evangelho da paz. Os soldados romanos usavam um tipo de
sandália fechada durante a batalha para dar-lhes segurança e ajudálos a permanecer firmes e imóveis em meio ao conflito. Aqueles
calçados ofereciam confiança, assim como a paz de Deus nos dá
segurança na batalha. É a paz de Deus que nos protege do
desânimo e do desespero.
Mas ter os nossos pés calçados na preparação do evangelho da
paz também requer estarmos prontos para compartilhá-lo a qualquer
momento. Conforme seguimos com a nossa vida cotidiana – seja no
trabalho, com a comunidade, nas férias, onde quer que estejamos
como povo de Deus –, precisamos estar preparados para
compartilhar o evangelho! Você conhece o evangelho? Está apto a
comunicá-lo? Entende a importância de aprender a Palavra de Deus
não apenas para o seu próprio benefício, mas para o dos outros
também? O apóstolo Pedro disse algo parecido com o que Paulo
falou aqui:
Santifiquem Cristo como Senhor em seu coração.
Estejam
sempre
preparados
para
responder
a
qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança
que há em vocês.
1 Pedro 3:15
52
O Escudo da Fé
Após termos considerado o cinto da verdade, a couraça da
justiça e os calçados da paz, chegamos ao escudo da fé. O escudo
específico que estou mencionando aqui era tão grande que um
soldado podia se esconder completamente atrás dele. Esse escudo o
protegia de todas as flechas do inimigo e o que esse escudo fazia
por um soldado romano, o da fé faz pelo cristão que está sendo
bombardeado pelas flechas inflamadas do maligno. O escudo da fé
implica em uma confiança ativa na natureza, no caráter, no amor e
nas promessas de Deus, os quais conhecemos por meio de Sua
Palavra.
Nós nunca estaremos longe do alcance dos dardos inflamados
de satanás, mas eles podem ser parados pelo escudo da fé. Não
importa quão esperto, mau, ou cruel ele seja, ainda podemos ser
vitoriosos por meio da fé e confiança em Deus.
O Capacete da Salvação
A peça final do equipamento defensivo é o capacete da
salvação. Ele protege nossas mentes dos ataques contra a garantia
da nossa salvação. Satanás nos acusará de não ter feito o suficiente
para Deus e, portanto, questionará a autenticidade de nossa
salvação. Compreender e aplicar a doutrina da salvação pela graça
53
é, certamente, um elemento que indica o uso do capacete da
salvação.
Lembre-se:
Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e
isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por
obras, para que ninguém se glorie.
Efésios 2:8-9
Não por causa de atos de justiça por nós praticados,
mas devido à sua misericórdia, Ele nos salvou.
Tito 3:5a
Eu acredito que existe outro aspecto sobre o capacete da
salvação. Ao escrever aos tessalonicenses, Paulo exortou-os a usar
o capacete da esperança da salvação (1 Tessalonicenses 5:8). Eu
creio que seja a mesma idéia em Efésios. Isso significa para os
cristãos, que o tempo está chegando em que seremos gloriosamente
libertos deste mundo terríveis e levados ao Céu! A nossa esperança
futura é algo que Paulo queria que mantivéssemos viva em nossas
mentes. Não importa o quão difícil a realidade se torne, há um fim à
vista. Um dia a batalha cessará e estaremos para sempre junto ao
nosso grande Rei e Salvador em Seu indescritível e glorioso reino.
54
Lembre-se disso e permita que esse pensamento lhe inspire a
continuar.
A Espada do Espírito
Chegamos a nossa única arma para o ataque e nossa última
peça da armadura mencionada em Efésios 6 – a espada do espírito,
que é a Palavra de Deus.
É pela Palavra de Deus, a Bíblia, que Ele tem falado. Ela
é mais afiada do que uma espada de dois gumes. Ela é a
sabedoria e o poder de Deus. Ela é recomendada à
razão e à consciência e não tem somente o poder da
verdade, mas o da verdade divina. Em oposição a todos
os erros, a falsas filosofias, aos falsos princípios de
moralidade, aos enganos do vício, às sugestões do
diabo, a única, simples e suficiente resposta é a Palavra
de Deus. Ela põe para correr todas as potestades das
trevas.
O
poder
da
Palavra
individualmente
a
de
cada
Deus
cristão
está
acessível
como
também
coletivamente à igreja. Todas as nossas conquistas sobre
o pecado e os erros são possíveis pela Palavra de Deus.
Com
tanto
que
usemos
a
Palavra
de
Deus
e
dependamos dela, continuaremos a vencer, mas quando
55
outro fator como razão, ciência, tradições, ou preceitos
humanos são postos no lugar da Palavra, a Igreja ou o
cristão fica à mercê do adversário. (8)
A Bíblia é a espada do Espírito. E qual é a função de uma
espada? Ela permite proteger-se ou mover-se ofensivamente contra
um adversário. A Palavra de Deus é a arma que o Espírito Santo usa
para proteger a Igreja, derrotar Seus inimigos e avançar em direção
ao Seu reino.
Por isso, satanás, sendo um sábio estrategista, direciona seu
ataque à Palavra de Deus. Satanás tem derrotado com sucesso
muitas igrejas ao derrubar suas espadas. Ele tem atacado a própria
Bíblia! E, como conseqüência, muitos cristãos perderam a confiança
nela e tornaram-se soldados sem armas. O que um soldado sem
armas faz? Ele corre!
Esta é a trágica história de muitas igrejas da atualidade. Elas
estão fugindo. Em vez de avançar, elas estão recuando. Em vez de
proclamar a eterna Palavra do Deus vivo com ousadia, estão se
acovardando por medo e incerteza. Em vez de ficarem firmes sobre
as verdades bíblicas, estão depositando sua fé na sabedoria humana
e buscando serem aceitas pelos inimigos de Cristo. Paulo diz que
devemos empunhar e segurar rapidamente a espada do Espírito, que
é a Palavra de Deus. Somente, então, teremos nossa vitória
garantida.
56
Quando Paulo mencionou “palavra” de Deus, ele usou o termo
grego rhema, não o mais comum logos. Rhema é uma palavra
interessante que se refere a “um ditado”, ou, em nosso contexto, a
um determinado versículo ou a um número deles. Ao aplicar essa
palavra grega, Paulo enfatizou a necessidade de conhecermos
detalhadamente a Palavra de Deus, para que a usemos contra o
diabo.
Ele transmite a mesma idéia a Timóteo, instruindo-o a “manejar
corretamente a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15). O intuito é
estar preparado a trazer a palavra certa de Deus durante uma
determinada situação. Uma breve consideração sobre o ministério
terreno de nosso Senhor nos permitirá enxergar exatamente o que
Paulo quis dizer. Nós já mencionamos o confronto entre Cristo e
satanás no deserto e vimos como Jesus o colocou para correr
utilizando a Palavra de Deus. Por todo o ministério de nosso Senhor,
Ele repetiu o mesmo princípio ao lidar com os escribas e os fariseus.
Em todas as ocasiões, o sábio uso da espada do espírito silenciou
Seus inimigos. Veja, por exemplo, o que ocorreu em Mateus 21:1516. Os líderes religiosos ficaram bravos com Cristo por permitir que
as crianças se referissem a ele como o “Messias”. Você se lembra de
Sua resposta? “Vocês nunca leram, ‘dos lábios das crianças e dos
recém-nascidos é que sai o perfeito louvor’?”.
E a vez em que os saduceus lançaram uma pergunta hipotética
a Jesus, a qual eles pensavam ser um argumento contra a
ressurreição? Ele respondeu: “vocês estão enganados porque não
57
conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!”, e disse novamente:
“vocês não leram o que Deus lhes disse?” (Mateus 22:29, 31).
Um último exemplo é encontrado na resposta do Senhor à
afirmação dos fariseus de que Cristo era meramente o filho de Davi;
em outras palavras, apenas mais um judeu da tribo de Judá:
Como dizem que o Cristo é Filho de Davi? O próprio
Davi afirmou no Livro de Salmos: “O Senhor disse ao
meu senhor (...)”. Portanto Davi o chama ‘Senhor’.
Então, como é que ele pode ser seu filho?
Lucas 20:41-44
Em cada um desses exemplos, o Capitão da nossa salvação
está nos ensinando, indiretamente, como usar, com destreza, a
espada do Espírito. Deste modo, devemos estudar para nos mostrar
aprovados e capazes de, corretamente, compartilhar e aplicar a
palavra da verdade.
Nossa habilidade de usar efetivamente a espada do Espírito
depende do nosso conhecimento das Escrituras. O conhecimento
sobre as Escrituras aumentará à medida que passarmos mais tempo
lendo, meditando, estudando e memorizando. Segue uma visão geral
de cada um das ações mencionadas anteriormente.
58
Leitura
Ler é a nossa primeira e mais simples forma de aproximar-nos
das Escrituras. Talvez comecemos a ler o livro de Gênesis e
seguiremos direto até o de Apocalipse. Nesse percurso, o Espírito
Santo age lentamente, nos reprogramando e criando em nós uma
visão de mundo com base em Cristo. Ao ler as Escrituras, estamos
sendo treinados pelo Espírito Santo a pensar espiritualmente. O
Senhor está nos dando a mente de Cristo.
Eu gosto de ler a minha Bíblia à noite, antes de dormir. É um
jeito maravilhoso de terminar o dia. Podemos acabar com toda a
Bíblia, em menos de um ano, se a lermos em uma velocidade média
e com uma duração entre 45 minutos e uma hora. Assim que
terminarmos, estamos prontos a voltar para Gênesis e começar
novamente. Quanto mais conhecermos a Palavra escrita, mais
conheceremos a Palavra viva – o Senhor Jesus Cristo!
Meditação
Meditação é outra maneira de aproximar-nos das Escrituras. É
claro que ela inclui leitura, mas é de forma mais analítica. A palavra
meditar significa “refletir”, falar consigo mesmo. E é isso o que temos
de fazer com a Palavra – pensar e refletir sobre ela.
59
Meditar é diferente de uma leitura casual, porque requer mais
tempo e concentração. Enquanto estou meditando nas Escrituras,
estou orando sobre o conteúdo e, ao mesmo tempo, fazendo
perguntas a mim mesmo. Para quem isso foi escrito? O que quer
dizer? Como se aplica a mim? Quais são as outras passagens que
se relacionam com essa?
Geralmente, quando estou meditando, tenho sempre papel e
caneta para anotar rapidamente o que o Senhor enfatiza no meu
coração e na minha mente. Para mim, meditação é melhor cedo,
pela manhã, e prefiro meditar sobre o Novo Testamento. Entretanto,
cada um deve achar a sua própria maneira. Procure um horário que
funcione melhor para você. A promessa de bênçãos é para aqueles
que “se deleitam na lei do Senhor e nela meditam dia e noite”
(Salmos 1:2). Tente passar o máximo de tempo que puder meditando
na Palavra. Faça disso sua prioridade!
Estudo
Estudar a Bíblia é algo que todo cristão precisa aprender a
fazer. A diferença entre ler, meditar ou estudar a Palavra está no uso
de ferramentas ou outros tipos de ajuda. Quando menciono
ferramentas, refiro-me às concordâncias, aos dicionários e guias
bíblicos, ao estudo das palavras gregas e hebraicas, comentários
etc. Todos eles podem ser muito benéficos ao nosso entendimento
60
das Escrituras. Se, porventura, esses recursos não estiverem
disponíveis para você, uma boa Bíblia de estudo lhe ajudará muito.
Outra maneira de suprir a necessidade de um estudo bíblico é
sentar-se com talentosos professores que ensinam as Escrituras
sistematicamente. Se você, de certa forma, tem sido abençoado por
esta oportunidade rara, eu lhe encorajo a agradecer a Deus e a
aproveitá-la ao máximo. Da maneira que seja melhor para você, faça
com que o estudo bíblico seja parte da sua vida. Tenha certeza de
que ao fazê-lo você estará equipando-se com a armadura de Deus.
Memorização
Meu conselho final é memorizar a Bíblia. Ter a Palavra de Deus
em sua memória é uma parte vital para completar a armadura de
Deus. Na primeira epístola de João, capítulo 2, verso 14, ele afirma
que a força dos jovens, que são vitoriosos sobre o diabo, vem da
Palavra de Deus. Não existe jeito melhor te se certificar de que a
Palavra de Deus habita em você do que memorizá-la.
Comece lendo várias vezes aquelas passagens que falam mais
poderosamente com você. Se for preciso, escreva-as em um pedaço
de papel e leia-as diversas vezes, todos os dias, até que se tornem
parte de você. Desta forma, perceberá que Deus trará esses
versículos a sua mente como ferramentas poderosas para compor o
seu arsenal de armas espirituais.
61
6. PRONTOS PARA O COMBATE
Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda
oração e súplica; tendo isso em mente, estejam
atentos e perseverem na oração por todos os santos.
Efésios 6:18
O soldado cristão está completamente vestido para a batalha.
Porém, ele ainda não está preparado para lutar. Faltam dois
componentes essenciais para a vitória – habilidade e força. Embora
um soldado possa estar equipado com as melhores armas, mas lhe
faltar habilidade e força, a vitória é incerta. O mesmo que preparação
física e mental representa para aqueles que lutam em guerras de
sangue, oração representa para o soldado cristão. Oração é a última
parte da armadura. Ela é a garantia de que o soldado está pronto
para o combate.
As Escrituras estão cheias de exortações à oração: “perseverem
na oração” (Romanos 12:12); “dediquem-se à oração, estejam alerta
e sejam agradecidos” (Colossenses 4:2); “orem sem cessar” (1
Tessalonicenses 5:17).
Oração é vital e essencial para vencermos nossa batalha
espiritual. Entretanto, ela é constantemente esquecida. Negligenciar
a oração é uma das principais razões do enfraquecimento de muitos
cristãos como também da igreja moderna como um todo. A maioria
62
dos cristãos e das igrejas faz tudo, mas não oram! Obviamente,
falhamos ao entender a importância da oração.
John Bunyan, que foi mencionado anteriormente, passou 13
anos na prisão por pregar o evangelho. Ele disse: “você pode fazer
mais do que orar depois que você já orou, mas você não pode fazer
nada além de orar, até que você tenha orado”. Spurgeon disse: “não
há convicção mais profunda em meu coração de que oração é o
meio espiritual mais eficiente em todo o universo, depois do Espírito
Santo (...) Eu poderia pensar em viver sem comer ou respirar, a viver
sem oração”. Que Deus possa nos dar a mesma convicção que
esses homens tiveram em relação à oração.
Efésios 6:18 ensina-nos cinco aspectos sobre oração ligados à
guerra espiritual.
Ore Sempre
Primeiro, somos aconselhados a orar sempre. “Orar sempre”
significa que, ao longo do dia, por várias vezes, devemos elevar
nossos corações a Deus, trazendo diante d’Ele as dificuldades que
enfrentamos. John Wesley descreveu o homem que cumpre a ordem
de “orar sem cessar”:
Seu coração está sempre elevado a Deus, a toda hora e
em todos os lugares. Ele nunca será atrapalhado ou,
muito menos, interrompido por qualquer pessoa ou
63
situação. Em descanso ou na empresa, em lazer,
negócios, ou conversas, seu coração estará sempre com
o Senhor. Seja ao deitar ou ao levantar, Deus está em
todos os seus pensamentos. Ele anda continuamente
com o Senhor, tendo seus olhos fixos n’Ele e em todos
os lugares o vê, Ele que é invisível.
Isto é o que Paulo quis dizer quando falou sobre orar sempre.
Ore em Espírito
Em seguida, devemos orar em Espírito. O que significa ser
guiado por Ele durante a oração. Uma maneira de ter certeza de que
estamos orando em Espírito é pedir Sua assistência quando vamos
orar. Não há nada mais maravilhoso ou emocionante do que sermos
cheios de poder pelo Espírito Santo durante a oração. O coração fica
extremamente emocionado. A mente fica livre. Todo pensamento é
ordenado. Louvor, pedidos e intercessão fluem livremente, podendose orar por horas e sentir-se como se apenas alguns momentos se
passaram. Busque orar no Espírito. Passe um tempo pedindo ao
Senhor para liderá-lo antes de realmente começar seu período de
oração. Você descobrirá que esse tipo de oração é uma grande
aventura e um fortalecedor para a fé.
Oswald Sanders, antigo diretor da China Inland Mission (Missão
para o Interior da China), comentou a respeito da oração direcionada
64
pelo Espírito: “o próprio fato de Deus colocar em nossos corações o
desejo de orar e manter-nos em oração é uma evidência de que Seu
propósito é o de dar a vitória”.
Quando perguntado se realmente acreditava que os dois
homens pelos quais vinha orando por mais de 50 anos tinham se
convertido, George Müeller respondeu: “você acha que Deus teria
me mantido em oração por todos esses anos se Ele não tivesse a
intenção de salvá-los?”. Isto se chama oração direcionada pelo
Espírito.
Vigilante em Oração
Após orar em Espírito, a próxima exortação é para ser vigilante
em oração. Fique atento, em guarda. Preste atenção e esteja sempre
preparado para batalhar em oração. O Senhor está se movendo?
Ore! O inimigo está atacando? Ore! Um soldado amigo caiu? Ore!
Estabeleça um vigia! Consiga um parceiro para oração! Ore! Ore!
Ore!
Perseverança na Oração
De cautela, mudamos para perseverança em oração. Você já
orou por algo e sentiu como se ninguém o estivesse ouvindo? Por
muitas vezes, você leva seu pedido ao Senhor e, mesmo assim,
65
nada muda. O que você faz? Se for como a maioria das pessoas,
você será tentado a simplesmente desistir. Mas não faça isso! Jesus
ensinou uma parábola sobre uma mulher que ficou incomodando um
juiz até que ele prestasse atenção nela, com o propósito de exortarnos a sempre orar e não desanimar (Lucas 18:1-8).
Quando não vemos respostas imediatas às nossas orações, nós
tendemos a desistir. Mas é aí que precisamos perseverar. Orar
efetivamente é como correr uma maratona. Resistência é o segredo.
Você se lembra da promessa maravilhosa que Jesus fez sobre
oração? “Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam,
e a porta lhes será aberta” (Mateus 7:7).
Muitas pessoas falham ao não perceber que essa promessa é
condicional. Infelizmente, a condição não está evidente na maioria
das traduções, a qual é perseverança. Na tradução literal do grego, o
texto diz: “Continuem pedindo, continuem buscando e continuem
batendo”. Quantas vezes deixamos de receber a resposta para as
nossas orações porque falhamos em perseverar?
Um dos maiores obstáculos à perseverança na oração ficou
evidente nos próprios apóstolos. Jesus disse a eles: “O espírito está
pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:41). Perseverar em oração
necessita compromisso, disciplina e sacrifício próprio.
Você pode imaginar quantas vezes George Müller chegou a
ponto de desistir durante aqueles 50 anos de oração pela salvação
de seus dois amigos? Mas ele estava comprometido e nós também
devemos estar se quisermos ver o inimigo vencido, a obra de Deus
prosperando e almas se rendendo a Cristo. Perseverem em oração.
66
“Vocês que clamam pelo Senhor, não se entreguem ao repouso, e
não lhe concedam descanso até que ele estabeleça Jerusalém e
faça dela o louvor da terra” (Isaías 62:6-7).
Súplica por Todos os Santos
A palavra final sobre oração em Efésios 6:18 é a súplica por
todos os santos. Orar pelo povo de Deus é um privilégio que cada
um de nós tem. Você está procurando por um ministério? Você
deseja servir ao Senhor, mas ainda não descobriu o seu chamado?
Faça este trabalho para o reino de Deus: ore pela Igreja.
Ore pelo seu e por todos os pastores que buscam genuinamente
servir ao Senhor. Ore pelo evangelho de Cristo. Ore por aqueles que
servem ao Senhor como missionários. Ore por todos os servos de
Deus que, de alguma maneira, estão servindo o corpo de Cristo.
Ore também pelo povo de Deus, o qual está diariamente no
mundo secular, para que seja cheio do Espírito. Ore para que eles
sejam o sal da terra e a luz do mundo. Ore pelos enfermos e os que
sofrem dentre o povo de Deus. Ao fazer súplicas por todos os
santos, você pode ter um ministério internacional sem precisar deixar
a sua própria cidade.
Muitas pessoas subestimam o poder da oração. Deus usa as
orações de gente comum, em suas próprias casas, para afetar e
abençoar Seus ministérios. Um exemplo maravilhoso do poder da
oração está no testemunho de Hudson Taylor, um missionário para a
67
China e fundador da China Inland Mission (Missão para o Interior da
China).
Alguns anos atrás, o registro de um maravilhoso trabalho
realizado em um dos postos da China Inland Mission atraiu muita
atenção. Tanto o número, como a característica espiritual dos novos
convertidos foram muito superiores a de outros postos com
missionários igualmente consagrados. Esta rica colheita de almas
permaneceu em mistério até que Hudson Taylor, em visita à
Inglaterra, descobriu o segredo.
Ao final de sua palestra, um cavalheiro veio à frente e
apresentou-se. No desenrolar da conversa, Hudson ficou surpreso
com o conhecimento íntimo que aquele homem falava sobre aquela
estação missionária em particular. “Como assim?!”, o missionário
perguntou, “como você está tão a par das condições daquela
estação?”. “Oh!”, ele respondeu, “o missionário de lá e eu somos
velhos amigos de faculdade; por anos, temos nos correspondido
regularmente e ele tem me enviado nomes de pessoas não crentes e
de novos convertidos, pelos quais tenho orado a Deus todos os
dias”. Finalmente, o segredo foi revelado – um homem de oração,
orando definitivamente todos os dias.
Oração é um grande exercício espiritual que nos deixa “prontos
para o combate”.
68
CONCLUSÃO
Paulo, ao escrever aos coríntios, disse que não era ignorante
sobre as intenções de satanás (2 Coríntios 2:11) e nós também não
podemos ser. O meu objetivo neste livro não tem sido apenas revelar
o caráter e as intenções do inimigo, mas também lhe ajudar a
apropriar-se da vitória que Deus já nos deu sobre ele.
Nós já aprendemos sobre o reino de satanás, suas atividades no
mundo e seus ataques contra o povo de Deus. Embora seja astuto,
inteligente e bem armado, ele não tem poder contra o cristão que
está revestido com a armadura de Deus e espiritualmente preparado
na oração. Somente entender estas verdades não serve para nada, a
menos que as apliquemos à nossa jornada de fé. Os princípios
espirituais da Palavra de Deus apenas podem ser usados por meio
do poder do Espírito Santo.
Peça a Deus para enchê-lo com seu Espírito Santo e guiá-lo à
vitória. Pode ter certeza de que Ele, assim, o fará.
Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte
poder.
Efésios 6:10
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NOTAS
1. Lewis, C.S. Cartas de um Diabo a seu Aprendiz (São Paulo, SP:
Martins Fontes, 2005), página IX.
2. Para mais informações sobre crenças religiosas, acesse, em
inglês, The Barna Group (www.barna.org).
3. Bunyan, John. Grace Abounding to the Chief of Sinners. URL (em
inglês): www.mountzion.org/johnbunyan/text/bun-abounding.htm
4. Spurgeon, C.H. (17 de novembro de 1861). “The Roaring Lion”.
URL (em inglês): www.spurgeongems.org/vols7-9/chs419.pdf
5. Spurgeon, C.H. (8 de janeiro de 1860). “The King’s Highway
Opened
and
Cleared”.
URL
(em
inglês):
www.spurgeon.org/sermons/0293.htm
6. Spurgeon, C.H. (20 de maio de 1866). “Joy and Peace in
Believing”. URL (em inglês): www.spurgeongems.org/vols1012/chs692.pdf
7.
Phillips, John. Exploring Ephesians & Philippians (Grand Rapids,
MI: Kregel Publications, 1993), páginas 196 e 197.
8. Hodge, Charles. Ephesians (Carlisle, PA: Banner of Truth, 1998),
página 287.
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SOBRE O AUTOR
Brian Brodersen está envolvido no ministério pastoral desde
1981. Ele serviu como primeiro pastor na igreja Calvary Chapel da
cidade de Vista, no estado da Califórnia (Estados Unidos), e também
como primeiro pastor na igreja Calvary Chapel da cidade de
Westminster, em Londres (Inglaterra).
Brian tem constantemente participado no trabalho missionário
por toda a Europa. Atualmente, ele serve como pastor associado
junto a Chuck Smith, pastor presidente das igrejas Calvary Chapel
em todo o mundo, na igreja de Costa Mesa, Califórnia.
O programa de rádio do pastor Brian, “Back to Basics” (De volta
aos fundamentos), é transmitido por várias estações nos Estados
Unidos, Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália e Samoa, e também
para todo o mundo via Internet. Ele é muito conhecido por sua clara
e desafiadora exposição das Escrituras.
Brian e sua esposa Cheryl têm quatro filhos e um neto e moram
no sul da Califórnia.
Para mais informações ou obter outros materiais do pastor Brian
Brodersen, visite o site do programa, em inglês, “Back to Basics”:
www.backtobasicsradio.com
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Muitos anos atrás, A.W. Tozer fez a seguinte pergunta:
“O MUNDO É UM PARQUE DE DIVERSÕES OU
UM CAMPO DE BATALHA?”.
As Escrituras Sagradas afirmam que a segunda alternativa é a
correta. A nossa volta, uma batalha se levanta, mas, muitas vezes,
não nos damos conta disso. É extremamente importante que cada
cristão entenda a realidade dessa guerra espiritual e saiba como
lutar a boa batalha da fé.
Neste livro, o pastor Brian Brodersen faz um balanço bíblico e traz
uma visão prática sobre guerra espiritual.
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Brian Brodersen
tem pastoreado igrejas nos Estados Unidos e na
Inglaterra. Atualmente, serve como serve pastor associado junto a Chuck Smith,
pastor presidente das igrejas Calvary Chapel em todo o mundo, na igreja de
Costa Mesa, Califórnia (EUA). O programa de rádio do pastor Brian, “Back to
Basics” (De volta aos fundamentos), é transmitido por várias estações nos EUA,
Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália e Samoa, e também para todo o mundo via
Internet. Ele e sua esposa Cheryl têm quatro filhos e dois netos e moram no sul
da Califórnia.
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