1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Programa Institucional de Iniciação Científica Roteiro para elaboração do Relatório Final de Atividades (Máximo de 20 páginas de papel A4, letra corpo 12 e espaço simples) CADA BOLSISTA DEVERÁ APRESENTAR UM RELATÓRIO INDIVIDUAL E ANEXÁ-LO EM FORMATO PDF EM SEU SISTEMA DE FOMENTO PARA A POSTERIOR APROVAÇÃO DO ORIENTADOR, ALÉM DE PREENCHER OS DEMAIS CAMPOS SOLICITADOS. A ser elaborada pelo bolsista, com supervisão do orientador 1.1. Programa: Programa de Iniciação Científica Voluntária da UFMG Nº do Edital: PRPq - 2014 1.2. Modalidade de relatório: FINAL Deve ser apresentado 30 dias após o último dia de vigência do Programa (até 30 de agosto para PIBIC/CNPq e 31 de março para PROBIC/FAPEMIG), ou quando houver substituição do aluno bolsista durante a vigência do Programa (até 30 dias após efetivada a substituição). . 1.3. Identificação: Nome do bolsista: Gabriella Pedrosa Santos Cunha Número de Matrícula: 2015024357 Nome do curso: Letras Nome do orientador: Luana Lopes Amaral Unidade/Departamento do Orientador: FALE Título do projeto de pesquisa do orientador: Alternâncias de Objeto no Português Brasileiro 1.4. Período do relatório: Data de início e de término da atividade do bolsista: Junho/2016 – Fevereiro/2017 1.5. Relatório técnico-científico (usar linguagem científica, mostrando clareza, objetividade e concisão): 2 Introdução e fundamentação “Alternância verbal” ou “alternância argumental” (Levin, 1993; Levin; Rappaport Hovav, 2005; Cançado et al., 2013) é um fenômeno referente às diferentes formas que os verbos podem se apresentar, considerando a distribuição e a posição sintática de seus argumentos. Na Linguística, a área de pesquisa que aborda esse conteúdo é a da Semântica Lexical, já que entre os verbos que realizam a mesma alternância é possível encontrar certas propriedades semânticas em comum. O verbo quebrar, por exemplo, pode aparecer em duas sentenças diferentes e com distintas estruturas, como pode ser observado a seguir: (1) a. O menino quebrou a janela. b. A janela (se) quebrou. Esse é um fenômeno típico da alternância verbal, em que o verbo quebrar alterna entre duas estruturas: causativa em (1a) e incoativa em (1b). Uma das possíveis maneiras de encontrar e determinar tais propriedades é através da análise dos papéis temáticos atribuídos aos argumentos do verbo. Segundo Cançado e Amaral (2016), o verbo, estabelecendo uma relação de sentido com seu sujeito e seus complementos, atribui-lhes funções, um papel para cada argumento. São essas funções que chamamos de papéis temáticos. Pode-se evidenciar, então, que os papéis temáticos são noções semânticas que apresentam relações diretas com estruturas sintáticas. A hipótese é que haja propriedades comuns em relação ao papel temático atribuído aos argumentos dos verbos, nos quais ocorre a mesma alternância. No caso do exemplo (1) acima, pode-se perceber que há uma alteração na estrutura argumental das sentenças. Em (1a), o menino é causa, e a janela é paciente. Já em (1b) há apenas um argumento: a janela, que recebe o papel temático de paciente. Outra possível análise é através da decomposição de predicados. De acordo com Cançado e Amaral (2016), a decomposição de predicados é não apenas uma metalinguagem utilizada para representar o sentido dos verbos, mas também uma forma de analisar a composicionalidade semântica desses itens lexicais. Portanto, em relação à alternância, pode-se encontrar nos verbos analisados, componentes de sentido em comum. Ainda em relação ao exemplo em (1), em termos de decomposição de predicados, tem-se a generalização de que todos os verbos que apresentarem a estrutura abaixo poderão participar da alternância: (2) [[X ACT] CAUSE [BECOME [Y <STATE>]]] Tendo como base essas duas formas de análise, foi desenvolvida neste projeto uma pesquisa sobre a alternância locatum-sujeito nos verbos do português brasileiro (PB). O termo locatum-sujeito foi proposto por Levin (1993). Nessa alternância, verbos que permitem uma configuração sintática do tipo SN1 V SN2 P SN3 também permitem uma configuração sintática do tipo SN3 V SN2. Em síntese, o SN2 que aparece como objeto indireto passa para a posição de sujeito. Um exemplo desse tipo de fenômeno é dado abaixo: (3) a. O homem encheu o balde de água. b. A água encheu o balde. A hipótese levantada é que, assim como no caso do exemplo apresentado anteriormente, a alternância locatum-sujeito também pode ser explicada através de 3 propriedades semântico-lexicais dos verbos alternantes. Para explicitar propriedades, serão utilizadas estruturas de decomposição de predicados. essas Objetivos Pode-se estabelecer como objetivo geral desta pesquisa a contribuição para descrição do Léxico verbal do PB. Este projeto se insere no projeto maior intitulado "Descrição e representação semântica do léxico verbal do português brasileiro", desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Semântica Lexical (NUPES) da FALE/UFMG. 1 Além disso, tem-se como objetivos específicos da pesquisa os seguintes pontos: - Fazer um levantamento extensivo dos verbos do PB que aceitam a alternância locatum-sujeito; - Fazer uma leitura do referencial teórico numa abordagem da SemânticaLexical; - Fazer uma análise dos dados coletados, descrevendo a alternância e a classe dos verbos que a realizam; - Propor para uma análise teórica para os dados encontrados. Metodologia Para a realização desta pesquisa, o primeiro processo executado foi a coleta de dados, através do Dicionário Gramatical de Verbos do Português Contemporâneo do Brasil (Borba, 1990). Com essa coleta, foi possível encontrar alguns verbos do PB que realizam a alternância locatum-sujeito (Apêndice A). Após a listagem dos verbos foram construídas sentenças gramaticais e agramaticais, com base na intuição de falantes do PB, atentando-se, principalmente, à gramaticalidade das sentenças com o sintagma preposicionado na posição de sujeito e à ocorrência de uma estrutura com um argumento SP nucleado pela preposição de ou pela preposição com, como pode ser observado no exemplo a seguir: (4) Abastecer a. O frentista abasteceu o carro de/com gasolina. b. O carro ficou abastecido de/com gasolina. c. *O carro (se) abasteceu de gasolina. d. A gasolina abasteceu o carro. e. O carro foi abastecido de/com gasolina. f. ? O carro foi abastecido pelo frentista. g. O carro já abasteceu. O procedimento seguinte para a realização da pesquisa foi a revisão bibliográfica do tema, partindo para leitura de textos da área da Interface SintaxeSemântica Lexical. Foram lidos textos em que se abordava o conteúdo de papéis temáticos e de decomposição de predicados, ressaltado sua relevância para a sintaxe (Cançado; Amaral, 2016), e, também, a definição da alternância e de verbos que a realizam no inglês (Levin, 1993). Por fim, foi feita uma análise teórica da alternância locatum-sujeito. Nessa etapa, foram realizadas análises semânticas e sintáticas com os verbos coletados, como a atribuição de papéis temáticos aos seus argumentos e a decomposição de predicados, para que fossem evidenciadas as informações presentes na entrada lexical desses verbos. A partir das informações obtidas com as análises, foi possível compreender a 1 http://www.letras.ufmg.br/nucleos/nupes/ 4 classe que comporta os verbos que realiza essa alternância, evidenciando as propriedades semânticas que são relevantes para a gramática. Resultados alcançados e discussão A partir de uma análise dos verbos coletados, pôde-se perceber que apenas alguns deles permitem a alternância locatum-sujeito (Apêndice A). Como ocorre, por exemplo, nos verbos decorar, encharcar, preencher, sobrecarregar, melar: (5) a. João decorou a sala de móveis. b. Os móveis decoraram a sala. (6) a. Maria encharcou o pano de água. b. A água encharcou o pano. (7) a. O homem preencheu os espaços vazios de quadros. b. Quadros preencheram os espaços vazios. (8) a. O chefe sobrecarregou o empregado de tarefas. b. Tarefas sobrecarregaram o empregado. (9) a. O menino melou a mão de açúcar. b. A açúcar melou a mão. Nesses exemplos, as sentenças em (a) possuem a configuração sintática SN1 V SN2 P SN3, já em (b) há uma alteração: SN3 V SN2. Ou seja, o SN que aparece como objeto indireto em (a) passa para a posição de sujeito em (b). Em (5), móveis é o SN3, em (5a) ele é objeto indireto do verbo decorar, em (5b) ele passa a ser o sujeito. Com isso, pode-se definir que os verbos que permitem a alternância locatumsujeito correspondem à classe dos verbos de mudança de estado de posse. Considerando a decomposição de predicados (Cançado, Amaral, 2016) esses verbos apresentam a seguinte estrutura: (10) [[X ACT (VOLITION)] CAUSE [BECOME [[Y <STATE>] POSS Z]]] A raiz da decomposição acima pertence à categoria ontológica STATE, que significa estado. O predicado STATE é saturado pela variável Y, formando o constituinte [Y <STATE>], já que os verbos analisados acarretam a preposição y ficar estado – em que o estado é denotado por um adjetivo morfologicamente relacionado ao verbo. O constituinte [Y <STATE>], por sua vez, satura o predicado POSS, que é biargumental, tendo como outro argumento a variável Z, formando: [[Y <STATE>] POSS Z]], o que indica que y passa a possuir z. Esse constituinte semântico satura o predicado BECOME, que indica a mudança de estado denotada pelo acarretamento y ficar estado. Já a estrutura de BECOME satura o predicado CAUSE, já que este pede um argumento eventivo. Por ser um predicado biargumental, CAUSE coloca outra posição na estrutura, saturada pelo constituinte [X ACT], o que indica que é algo ou alguém que desencadeia a ação, com ou sem intenção. (VOLITION) está associado à noção de volição e, consequentemente, à noção de agentividade ou causa. Essa ocorrência pode ser observada nos exemplos a seguir: (11) a. O jardineiro encheu o balde de terra. b. O balde ficou cheio (de terra). 5 (12) a. A ventania atulhou o quarto de folhas. b. O quarto ficou atulhado (de folhas). Em (11a), por exemplo, o jardineiro corresponde a X; Y é representado por o balde e Z está associado a terra. O jardineiro realizou uma ação (X ACT): encher o balde de terra; essa ação causou (CAUSE) um resultado: o balde ficou cheio de terra (BECOME [Y <STATE> POSS Z]). É possível perceber que o STATE (estado) de Y (o balde) após a ação de X (o jardineiro) é o de ficar cheio; cheio está morfologicamente relacionado ao verbo encher. Portanto, a decomposição de predicados do verbo encher seria: (13) [[X ACT (VOLITION)] CAUSE [BECOME [[Y <CHEIO>] POSS Z]]] Pelo mesmo raciocínio, o STATE em (12a) seria atulhado. Após analisar a decomposição de predicados dos verbos de mudança de estado de posse, pode-se estabelecer uma relação com os papéis temáticos atribuídos aos seus argumentos e também com a estrutura sintática das sentenças. Observe o exemplo a seguir, referente à alternância locatum-sujeito: (14) a. A menina lambuzou o menino de mel. b. O mel lambuzou o menino. Na sentença (14a), a menina recebe o papel temático de agente, uma vez que ela é desencadeadora de uma ação, que é lambuzar; na análise sintática, esse termo representa o sujeito da oração. Por sua vez, o menino pode ser considerado como locativo, já que ele é o lugar para onde algo se desloca; e sintaticamente, o menino é objeto direto. Já ao termo mel, é atribuído o papel temático de tema, uma vez que ele é uma entidade transferida por uma ação; na sintaxe da sentença, de mel é objeto indireto. Entretanto, em (14b), ocorre uma alteração. O mel, apesar de permanecer com o papel temático de tema, passa a ser sujeito da oração. Por essa capacidade de se mover em oposição ao locativo o menino é que o termo o mel é considerado um argumento locatum, de acordo com Levin (1993). Dessa forma, a alteração que ocorreu de (14a) para (14b) é considerada uma alternância locatum-sujeito do PB. Portanto, quando o objeto indireto de uma sentença pode aparecer na posição de sujeito em outra configuração sintática, ocorre a alternância locatum-sujeito. Observe outros exemplos: (15) a. O João abasteceu o carro de gasolina. b. A gasolina abasteceu o carro. (16) a. O motorista lotou a van de alunos. b. Os alunos lotaram a van. Através disso, podemos estabelecer uma relação com a decomposição de predicados. [[X ACT (VOLITION)] está associado ao papel temático de agente, em que X age, desencadeando uma ação. O predicado primitivo POSS indica que Y passa a ficar com algo, assim, Y refere-se ao papel temático de locativo (para onde algo se desloca) e Z é tema, entidade transferida a Y. Em (15a), por exemplo, o locativo é o carro e o tema é gasolina. Gasolina é uma entidade que é transferida para o carro. Com isso, o carro passa a ficar com gasolina. E o desencadeador dessa ação (o agente) é o João. Após essa análise, é possível fazer uma comparação entre os verbos de mudança de estado de posse (os quais permitem a alternância locatum-sujeito) e os verbos de mudança de posse. 6 Os verbos de mudança de posse denotam uma mudança de lugar, mas nesse caso, o objeto que sofre a mudança de lugar é definido pelo nome contido no verbo e o locativo é dado por um de seus argumentos. Portanto, os verbos dessa classe apresentam a seguinte estrutura de decomposição de predicados: (17) [[X ACT] CAUSE [[BECOME [Y POSS <THING>]] Nos verbos de mudança de estado de posse, a categoria ontológica da raiz não pode ser THING (como no caso dos verbos de mudança de posse), pois o objeto locatum não é um nome contido no verbo, mas sim um argumento da estrutura verbal. Portanto, os verbos da classe de mudança de posse não participam da alternância locatum-sujeito. Para concretizar essa ocorrência, observe o exemplo que se segue: (18) a. Maria amanteigou o pão de manteiga. b. *A manteiga amanteigou o pão. Em (18a), Maria recebe o papel temático de agente, desencadeando uma ação. O pão é o locativo e manteiga é tema. Portanto, após a ação o pão passa a ficar com manteiga. Entretanto, apesar dessa ideia de mudança de estado de posse, como ocorre nos exemplos anteriores, o termo manteiga, na decomposição de predicados está na própria raiz, o que não ocorre com o argumento locatum. Observe a comparação: (19) (20) a. Maria encheu o vaso de água. b. [[X ACT (VOLITION)] CAUSE [BECOME [[Y <CHEIO>] POSS Z]]] a. Maria amanteigou o pão de manteiga. b. [[X ACT] CAUSE [[BECOME [Y POSS <MANTEIGA>]] Em (19a), água, que é representado por Z, está fora da raiz na decomposição de predicados. O que fica na raiz é um termo morfologicamente associado ao verbo: encher – cheio. Com isso, percebemos que Z é um argumento do verbo. Isso é o que ocorre com todos os outros verbos que realizam a alternância locatum-sujeito. Já na sentença (20a), manteiga está dentro da raiz, uma vez que o verbo amanteigar já contém em seu significado o ato de colocar manteiga e não aceita outro argumento. Além disso, pode-se perceber que os verbos que realizam a alternância locatum-sujeito (21b), permitem uma estrutura da forma passiva sintática com posse (21c) e com agente (21d). (21) a. A guia lotou o ônibus de turistas. b. Os turistas lotaram o ônibus. c. O ônibus foi lotado de turistas. d. O ônibus foi lotado pela guia. Finalmente, deve-se ressaltar que há verbos dessa classe que apresentam um comportamento sintático além daqueles apresentados até aqui. Em suma, trata-se de verbos que aceitam a alternância causativo-incoativo, como mostram os exemplos abaixo. (22) (23) a. A tempestade entulhou a praia de lixo. b. O lixo entulhou a praia. c. A praia (se) entulhou de lixo. d. ? A praia (se) entulhou. a. A chuva encharcou o tapete de água. b. A água encharcou o tapete. 7 c. O tapete (se) encharcou de água. d. ?O tapete (se) encharcou. A partir desses exemplos, é possível perceber que há sempre a possibilidade de uma causa na posição de sujeito, revelando a relevância desse aspecto semântico para a ocorrência dessa alternância. Além disso, é importante atentar-se ao fato de que a construção da forma incoativa sem a presença do argumento locatum apresenta certo estranhamento, como mostram os exemplos (22d) e (23d). Conclusões Com a análise dos verbos que permitem a alternância locatum-sujeito foi possível concluir que há uma nova classe para esses verbos: a classe dos verbos de mudança de estado de posse, que se difere da classe dos verbos de mudança de posse. Com isso, pôde-se concluir que esses verbos têm uma estrutura de decomposição de predicados específica: [[X ACT (VOLITION)] CAUSE [BECOME [[Y <STATE>] POSS Z]]], em que Y passa a possuir Z através de uma ação de X. Já em relação à atribuição de papéis temáticos, os resultados desta pesquisa apontam que X pode ser agente ou causa, Y é o locativo e Z é tema. Assim, em uma análise sintática, a alternância locatum-sujeito se evidencia: (24) a. A menina lambuzou o menino de mel. b. O mel lambuzou o menino. O termo mel em (24a) que ocupava a posição de objeto indireto - representado por Z na decomposição de predicados e tema na atribuição de papéis temáticos – passa a ser o sujeito da oração em (24b). Além disso, com a realização desta pesquisa, evidenciou-se um comportamento distinto de certos verbos dessa classe: a realização da alternância causativo-incoativo. Por fim, a análise da alternância locatum-sujeito fez com que se apresentassem traços semânticos dos verbos que são relevantes gramaticalmente. Referências bibliográficas BORBA, F. (Coord.) Dicionário gramatical de verbos do português contemporâneo do Brasil. 2. ed. São Paulo: Editora da Unesp, 1990. CANÇADO, M.; GODOY, L.; AMARAL, L. Catálogo de verbos do português brasileiro: classificação verbal segundo a decomposição de predicados. Vol 1 - Verbos de mudança. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013. CANÇADO, Márcia; AMARAL, Luana. Introdução à Semântica Lexical: papéis temáticos, aspecto lexical e decomposição de predicados. Petrópolis: Editora Vozes, 2016. LEVIN, B. English verb classes and alternations: a preliminary investigation. Chicago: The University of Chicago Press, 1993. LEVIN, B.; RAPPAPORT HOVAV, M. Argument realization. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. APÊNDICE A 8 - Abastecer: João abasteceu o carro de gasolina. / A gasolina abasteceu o carro. - Abarrotar: Maria abarrotou o armário de roupas. / Roupas abarrotaram o armário. - Adereçar: A menina adereçou a blusa de brilho. / O brilho adereçou a blusa. - Adornar: Maria adornou um vestido de pingentes. / Pingentes adornaram o vestido. - Apinhar: Maria apinhou a confeitaria de doces. / Doces apinharam a confeitaria. - Atulhar: André atulhou o armário de roupas sujas. / Roupas sujas atulharam o armário. - Banhar: Carlos banhou a escultura de ouro. / O ouro banhou a escultura. - Besuntar: O homem besuntou os troncos de cal. / A cal besuntou os troncos. - Circundar: O pai circundava o filho de livros. / Os livros circundavam o filho. - Cobrir: Marcos cobriu o chão de pisos. / Pisos cobriram o chão. - Complementar: João complementou o vinho de água. / A água complementou o vinho. - Completar: João completou o pote de açúcar. / A açúcar completou o pote. - Contagiar: A menina contagiou a festa de alegria. / A alegria contagiou a festa. - Contaminar: O cientista contaminou a água de vírus. / O vírus contaminou a água. - Decorar: O arquiteto decorou a sala de novos móveis. / Novos móveis decoraram a sala. - Desabastecer: O homem desabasteceu o carro de gasolina. / A gasolina desabasteceu o carro. - Descobrir: O homem descobriu o jardim de flores. / Flores descobriram o jardim. - Descontaminar: O cientista descontaminou a água de vírus. / Vírus descontaminaram a água. - Desembrulhar: O homem desembrulhou o presente de papel. / O papel desembrulhou o presente. - Desenfeitar: A mulher desenfeitou a blusa de brilhos. / Brilhos desenfeitaram a blusa. - Desentulhar: O homem desentulhou a área de bagunça. / A bagunça desentulhou a área. - Desinfestar: João desinfetou o objeto com água. / A água desinfetou o objeto. - Despovoar: O prefeito despovoou o bairro de novos moradores. / Novos moradores despovoaram o bairro. - Destampar: O homem destampou o buraco de terra. / A terra destampou o buraco. - Embrulhar: João embrulhou o presente com papel. / O papel embrulhou o presente. - Embuchar: Maria embuchou a almofada de pano. / O pano embuchou a almofada. - Empanturrar: João empanturrou o cachorro de ração. / A ração empanturrou o cachorro. - Empanzinar: João empanzinou o gato de ração. / A ração empanzinou o gato. - Empapar: O calor empapou o cabelo de suor. / O suor empapou o cabelo. - Empastar: Maria empastou o rosto de creme. / O creme empastou o rosto. - Emplastar/emplastrar: João emplastou a mão de creme. / O creme emplastou a mão. - Encharcar: Maria encharcou o pano de água. / A água encharcou o pano. - Encher: O homem encheu o balde de água. / A água encheu o balde. - Enfeitar: Maria enfeitou a roupa de brilho. / Brilho enfeitou a roupa. - Ensopar: João ensopou o sapato de água. / A água ensopou o sapato. - Entulhar: João entulhou a sala de lixo. / O lixo entulhou a sala. - Entupir: Maria entupiu a caixa de terra. / A terra entupiu a caixa. - Estampar: Felipe estampou a blusa de estrelas. / Estrelas estamparam a blusa. - Fornir: João forniu a casa de alimentos. / Alimentos forniram a casa. - Guarnecer: Maria guarneceu a casa de comida. / Comida guarneceu a casa. - Infestar: Maria - Lambuzar: A menina lambuzou o menino de mel. / O mel lambuzou o menino. - Lotar: Maria lotou o armário de roupas. / Roupas lotaram o armário. - Melar: O menino melou a mão de açúcar. / A açúcar melou a mão. - Pintar: O homem pintou o quarto de tinta. / A tinta pintou o quarto. - Povoar: O prefeito povoou o bairro de novos moradores. / Novos moradores povoaram o bairro. 9 - Preencher: O homem preencheu espaços vazios de móveis. / Móveis preencheram espaços vazios - Pulverizar: João pulverizou o muro com tinta. / A tinta pulverizou o muro. - Reabastecer: Maria reabasteceu a caixa de água. / A água reabasteceu a caixa. - Recobrir: João recobriu o jardim de árvores. / Árvores recobriram o jardim. - Repovoar: O prefeito repovoou a creche de crianças. / Crianças repovoaram a creche. - Sobrecarregar: O chefe sobrecarregou João de tarefas. / Tarefas sobrecarregaram João. - Tampar: O homem tampou o buraco de terra. / A terra tampou o buraco. 1.6. Principais fatores negativos e positivos que interferiram na execução do projeto técnico-científico: Com relação aos fatores positivos, pode-se citar a grande solicitude da minha orientadora Luana Amaral. Esse apoio foi essencial para a realização da pesquisa, uma vez que através dela tive grande suporte em material teórico e dúvidas esclarecidas rotineiramente. Além disso, também posso ressaltar a presença e ajuda constante da professora Márcia Cançado, a qual também é pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Semântica Lexical. A disciplina ministrada por ela de Introdução à Semântica Lexical foi muito importante para apreensão do conhecimento relativo ao tema pesquisado. Outro fator positivo para execução do projeto foram as reuniões e os encontros do NUPES, em que muitos assuntos relacionados foram abordados, fato que engrandeceu minha pesquisa. Quanto aos fatores negativos, posso citar alguns pequenos contratempos que tivemos durante a execução do projeto. Como o período de greve na Faculdade de Letras, e também a escassa bibliografia sobre o assunto pesquisado em português. Contudo, todos eles foram superados e pude viver uma ótima experiência em minha graduação com a realização dessa pesquisa.