II PROGRAMA DE PORTUGUÊS: CONHECIMENTO EXPLÍCITO DA LÍNGUA* de acordo com o Dicionário Terminológico (DT) 1.º CICLO _ 1.º e 2.º anos > Plano fonológico (DT. B1) Sons e fonemas Vogais: Oral Nasal > Plano das classes de palavras (DT. B3) Classe aberta de palavras Consoantes Nome: Próprio Comum (coletivo) Ditongos Adjetivo Sílaba: Monossílabo Dissílabo Trissílabo Polissílabo Verbo > Plano sintático (DT. B4) Frase e constituintes da frase > Plano morfológico (DT. B2) Frase, não frase Morfologia flexional Sujeito e predicado [concordância] Flexão nominal e adjetival: Grupo nominal e grupo verbal Número (singular, plural) Expansão do grupo verbal e nominal Género (masculino, feminino) Flexão pronominal: Número (singular, plural) > Plano lexical e semântico (DT. B5-B6) Género (masculino, feminino) Léxico, vocabulário e relações Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª) semânticas entre palavras Flexão verbal: Tempos verbais: presente, futuro, pretérito (perfeito) Vocabulário Família de palavras Sinónimos, antónimos LETPP©LISBOA EDITORA Alguns verbos irregulares * Em negrito encontra-se a terminologia que os alunos deverão conhecer e utilizar. Os sublinhados são do estrito interesse do professor, ao estabelecerem os títulos e subtítulos das áreas e hierarquias da gramática, que organizam os tópicos a tratar, não constituindo, por isso, terminologia a reter pelos alunos. As etiquetas que aparecem em cinzento albergam tanto títulos e subtítulos estruturantes de interesse para o professor, como tópicos da terminologia que apenas serão explicitados aos alunos nos ciclos de ensino seguintes. 31 Da teoria à prática Ensino Português do 1.º CICLO _ 1.º e 2.º anos > Plano discursivo e textual (DT. C) 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano fonológico (DT. B1) Análise do discurso e princípios Sons e fonemas reguladores da interação discursiva Vogais: Orais Princípio de cortesia Consoantes Formas de tratamento Ditongos: Texto oral e texto escrito Nasais Orais Nasais > Plano da representação gráfica e ortográfica (DT. E) Sílaba: Monossílabo Dissílabo Letra: Maiúscula Minúscula Trissílabo Manuscrita Polissílabo Imprensa Sílaba tónica e sílaba átona Dígrafos Palavras: Ordem alfabética (alfabeto) Agudas Acento gráfico: Agudo Graves Grave Circunflexo Sinais diacríticos: Til Cedilha Sinais de pontuação: Ponto (final) Esdrúxulas Entoação: Declarativa Interrogativa Exclamativa Imperativa Ponto de interrogação Ponto de exclamação Reticências Dois pontos Travessão Vírgula: Utilização da vírgula em situação de enumeração Configuração gráfica: Espaço Período Parágrafo 32 LETPP©LISBOA EDITORA Margem 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano morfológico (DT. B2) Morfologia flexional > Plano das classes de palavras (DT. B3) Palavras variáveis e invariáveis Classe aberta e classe fechada Flexão nominal: de palavras Número (singular, plural) Determinante: Género (masculino, feminino) Artigo (definido, indefinido) Grau (aumentativo, diminutivo) Possessivo Flexão adjetival: Número (singular, plural) Género (masculino, feminino) Demonstrativo Quantificador numeral Nome: Grau (normal, comparativo, superlativo) Flexão pronominal: Número (singular, plural) Género (masculino, feminino) Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª) Flexão verbal: Conjugação (1.ª, 2.ª, 3.ª) Pessoa (1.ª, 2.ª, 3.ª) singular, plural Pronome: Pessoal (forma tónica e átona) Possessivo Demonstrativo Interrogativo Quantificador numeral Adjetivo: Numeral Vogal temática Qualificativo Verbo: Presente Principal Futuro Copulativo Pretérito (perfeito, imperfeito) Modos verbais: Auxiliar Advérbio: Negação Indicativo Afirmação Imperativo Quantidade Condicional Grau Infinitivo Palavra: Simples Complexa Radical Preposição Conjunção: Coordenativa copulativa Subordinativa: Temporal Sufixo LETPP©LISBOA EDITORA Comum (coletivo) Número (singular, plural) Tempos verbais: LETPP_F03 Próprio Prefixo Causal Final Derivação – prefixação, sufixação Composição 33 Da teoria à prática Ensino Português do > Plano sintático (DT. B4) 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano discursivo e textual (DT. C) Frase, constituintes de frase e tipos Comunicação e interação discursivas de frase Registo: Processos de concordância Formal Frase simples, frase complexa Informal Tipos de frase: Declarativa Interrogativa Diálogo Discurso: Exclamativa Direto (verbos introdutores do relato do discurso) Imperativa Indireto Funções sintáticas: Texto oral e texto escrito Simples Princípios reguladores da interação discursiva Composto Princípio de cortesia Sujeito: Predicado Formas de tratamento Complemento direto Língua padrão Modificador Variedade: Predicativo do sujeito Frase e constituintes da frase: Grupo nominal (GN) Geográfica Social Situacional Grupo verbal (GV) Grupo adverbial (GAdv) > Plano lexical e semântico (DT. B5-B6) Léxico, vocabulário e relações semânticas entre palavras Léxico e vocabulário Família de palavras Significação; relações semânticas entre palavras Sinónimos, antónimos Polissemia Valores semânticos da frase: Afirmativa Tempo: Anterior Simultâneo Posterior 34 LETPP©LISBOA EDITORA Negativa 1.º CICLO _ 3.º e 4.º anos > Plano da representação gráfica e ortográfica (DT. E) 2.º CICLO _ 5.º e 6.º anos > Plano da língua, variação e mudança (DT. A) Configuração gráfica, relações entre Mudança linguística palavras, ortografia, acentuação e pontuação Fatores internos e externos e tipos de mudança Acento gráfico: Variedades do português: Agudo Africanas Grave Brasileira Circunflexo Diacríticos: Variação e normalização linguística: Língua padrão Hífen Sinais auxiliares de escrita: Parênteses curvos Aspas Sinais de pontuação: Ponto (final) Ponto de interrogação Ponto de exclamação Reticências Vírgula (não utilização entre o sujeito e o predicado) Dois pontos Travessão Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia: > Plano fonológico (DT. B1) Sons, fonemas e sílabas Fonema Sequências de sons Semivogal Ditongo: Crescente Decrescente Hiato Estrutura silábica Sílaba métrica e sílaba gramatical (segmentação) Homonímia Paronímia Homofonia Homografia Configuração gráfica: Espaço Margem Período Parágrafo Formas de destaque: LETPP©LISBOA EDITORA Itálico Negrito Sublinhado 35 Da teoria à prática Ensino Português do Subordinação: Oração subordinada substantiva (completiva) Oração subordinada adjetiva (relativa restritiva e relativa explicativa) Oração subordinada adverbial: (concessiva e consecutiva) > Plano lexical e semântico (DT. B5-B6) Léxico, vocabulário e semântica lexical Vocabulário Neologismo Arcaísmo Acrónimo Sigla Extensão semântica Empréstimo Amálgama Truncação Estrutura lexical Campo semântico Significação lexical Monossemia e polissemia Hiperonímia, hiponímia Valor temporal Valor aspetual / Classes aspetuais: Evento Situação estativa Aspeto lexical / Aspeto gramatical Valor modal Modalidade LETPP©LISBOA EDITORA > Plano sintático (DT. B4) Frase e constituintes da frase: funções sintáticas, tipos de frase, coordenação e subordinação Grupo nominal Grupo verbal Grupo adjetival Grupo preposicional Grupo adverbial Concordância Elipse Funções sintáticas ao nível da frase Sujeito frásico Sujeito composto Funções sintáticas: Sujeito Predicado Modificador Vocativo Funções sintáticas internas ao grupo verbal Complemento Predicativo Modificador Funções sintáticas internas ao grupo nominal Complemento do nome Modificador Complemento do adjetivo Funções sintáticas internas ao grupo adjetival Complemento do adjetivo Frase passiva Coordenação assindética Coordenação: Oração coordenada: Conclusiva Explicativa 3.º CICLO _ 7.º, 8.º e 9.º anos 42 LETPP©LISBOA EDITORA 3.º CICLO _ 7.º, 8.º e 9.º anos > Plano discursivo (DT. C) Análise do discurso e áreas disciplinares correlatas Prefácio Posfácio Epígrafe Bibliografia Enunciação Enunciado Enunciador / Destinatário Intenção comunicativa Contexto: Extraverbal Paraverbal Verbal Universo do discurso Ato de fala: Direto Indireto Monólogo Discurso indireto livre Princípio de pertinência Princípio da cooperação Máximas conversacionais: De quantidade De qualidade De modo Pressuposição Implicação Implicatura conversacional Macroestruturas textuais / Microestruturas textuais Progressão temática Dêixis: Pessoal Temporal Espacial Conectores discursivos: Aditivos ou sumativos Conclusivos ou explicativos Contrastivos ou contra-argumentativos Intertexto Hipertexto Modo narrativo Modo lírico Modo dramático Tipologia textual Plurissignificação Aliteração Pleonasmo Anáfora Hipálage Prosopopeia Imagem Antítese Perífrase Hipérbole Eufemismo Ironia Metáfora Alegoria Símbolo Sinédoque > Lexicografia (DT. D) Obras lexicográficas Dicionário de aprendizagem Dicionário etimológico Terminologia Informação lexicográfica Entrada, artigo, termo > Plano da representação gráfica e ortográfica (DT. E) Configuração gráfica Sinais de pontuação Sinais auxiliares da escrita Aspas Formas de destaque Sobrescrito Subscrito Nota de rodapé Conhecimento gramatical e lexical Homonímia 43 Da teoria à prática Ensino Português do III DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO atualizado pela nova ortografia (retirado de http://dt.dgidc.min-edu.pt/) A. Língua, comunidade linguística, variação e mudança Conhecimento da língua e do seu uso pelos falantes, variação (geográfica, social…),normalização. A.1 Língua e comunidade linguística A.1.1 Comunidade e falante Comunidade linguística Conjunto de falantes que utilizam uma mesma língua (que não é obrigatoriamente a língua materna de todos) ou um mesmo dialeto para comunicarem entre si. Falante Sujeito considerado enquanto utilizador de uma língua, possuidor de um conhecimento linguístico ou elemento de uma comunidade linguística. O termo é sinónimo de falante-ouvinte. Competência linguística Capacidade intuitiva que o falante tem de usar a sua língua materna, decorrente do processo natural de aquisição da linguagem. Competência metalinguística Capacidade que um falante tem de manipular e refletir sobre unidades, processos e regras da gramática da sua língua. O desenvolvimento pleno da competência metalinguística depende, em grande parte, de instrução explícita e formal. Língua oficial Língua usada no contacto de um cidadão com a administração do seu país. Em países com uma situação próxima do monolinguismo, a língua oficial coincide com a língua nacional. 44 LETPP©LISBOA EDITORA A.1.2 Estatuto das línguas Língua materna Língua com a qual um falante entra em contacto na infância, e que adquire em ambiente natural. Língua segunda, L2 Língua materna de uma comunidade que, sobretudo por razões de imigração ou de multilinguismo, é aprendida por outros falantes da mesma comunidade a um nível secundário em relação à sua primeira língua. É frequente o uso do termo “língua não materna” como equivalente de língua segunda, sobretudo quando refere uma língua que é aprendida em contexto escolar por falantes que não a têm como língua materna. Língua estrangeira Língua que, tomado determinado país, não é língua materna de nenhuma comunidade antiga, nem tem, nesse país, um reconhecimento oficial. Por vezes, este termo é usado como sinónimo de língua segunda ou L2. A.2 Variação e normalização linguística A.2.1 Variação Propriedade que as línguas têm de se diferenciarem em função da geografia, da sociedade e do tempo, dando origem a variantes e a variedades linguísticas. Variedades geográficas Diferentes formas que uma mesma língua assume ao longo da sua extensão territorial. A estas variedades chama-se também “dialetos regionais” ou, simplesmente, “dialetos”. Variedades do português Variedade europeia Variedade brasileira Variedades africanas LETPP©LISBOA EDITORA Variedades sociais Também chamadas “socioletos” ou “dialetos sociais”, são variedades de uma língua usadas por falantes que pertencem à mesma classe social. Entre estes falantes há uma partilha de ambiente socioeconómico ou educacional. A disciplina que estuda as variedades sociais da língua (“sociolinguística”) considera uma série de fatores sociais de variação (chamados “variáveis extralinguísticas”): classe social, nível de instrução, tipo de educação, idade, sexo, origem étnica, etc. 45 Da teoria à prática Ensino Português do IV O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO Até ao início do século XX, a língua portuguesa não obedecia a nenhuma ortografia oficial. Reinava, pois, a arbitrariedade ortográfica, com a adoção de vários critérios, uns mais afins à fonética, outros mais simpáticos à etimologia, sem deixar de haver também casos em que o critério adotado era pura e simplesmente estético. Só com a implantação da República, em 1910, parece ter chegado uma intenção de ordem e de renovação, concretizada no contributo de prestigiados filólogos de então, os quais se empenharam decididamente na reforma ortográfica da língua. Assim, em 1911, Gonçalves Viana tinha já preparada uma importante reforma ortográfica para promulgação oficial em Portugal, à revelia do Brasil, que, apesar do número imensamente superior de falantes da língua, não foi consultado para tal reforma. Naturalmente, o Brasil não aceitou nem adotou os preceitos ortográficos portugueses de 1911. A partir de então, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras levaram a cabo várias iniciativas tendentes a encontrar critérios verdadeiramente linguísticos para a unificação das duas ortografias vigentes. Assim, foram várias as iniciativas levadas a cabo, ao longo do tempo, visando a referida unificação, mas nenhuma acabou por vingar. Podemos dizer que só em 1971 ocorre algo de importante na perspetiva da unificação ortográfica entre Portugal e o Brasil. Com efeito, nesta data, é promulgada no Brasil uma lei que suprime o acento circunflexo usado na distinção das palavras homógrafas. A mesma lei brasileira determina a supressão dos acentos circunflexos e dos acentos graves prevalecentes nos vocábulos derivados com o sufixo -mente (publicamente, unicamente, somente) e com os sufixos iniciados por -z- (avozinha, pezinho, sozinho), que eram igualmente responsáveis por uma quantidade razoável de desencontros ortográficos entre o português de Portugal e o do Brasil. Neste contexto de reformulação da acentuação gráfica da língua, Portugal promulga também, em 1973, um decreto-lei que ratifica estas mesmas regras de acentuação, dando lugar a um primeiro passo concreto no sentido da unificação ortográfica. Com esta simples medida resolveram-se cerca de 70% das divergências ortográficas existentes entre Portugal e o Brasil. Mas só em 1986 viria a ter lugar, no Rio de Janeiro, uma ampla reunião de representantes de todos os países de língua oficial portuguesa, incluindo observadores galegos que manifestavam o desejo de ver o galego assumido no marco 168 LETPP©LISBOA EDITORA O que é o Acordo Ortográfico de 1990? da lusofonia. Esta reunião consagrou um acordo ortográfico extremamente polémico. De facto, o dito acordo optava por soluções radicais que nenhum país de língua portuguesa foi capaz de assumir. É, pois, na onda desta polémica e com o espírito de moderar os excessos e favorecer um diálogo consentâneo e conclusivo que, posteriormente, já em 1990, se chega ao Acordo hoje designado por novo Acordo Ortográfico. Trata-se de um Acordo Ortográfico que, sem dúvida alguma, privilegia a fonética, aproximando, assim, aquilo que se escreve daquilo que se fala. Este Acordo é o que agora somos chamados a adotar. O que muda e o que não muda, para Portugal, com o Acordo Ortográfico? 1. Alfabeto São introduzidas as letras k, w e y, que passam a integrar oficialmente o alfabeto da língua portuguesa. Sendo assim, o alfabeto passa a ser constituído por 26 letras, a saber: a A á, b B bê, c C cê, d D dê, e E é, f F efe, g G gê ou guê, h H agá, i I i, j J jota, k K capa ou cá, l L ele, m M eme, n N ene, o O ó, p P pê, q Q quê, r R erre, s S esse, t T tê, u U u, v V vê, w W dáblio, x X xis, y Y ípsilon, z Z zê As letras k, w e y usam-se: a) Nos antropónimos de origem estrangeira e nas palavras que deles derivam. Exemplos: Darwin – darwinismo Kant – kantiano b) Nos topónimos de origem estrangeira e nas palavras que deles derivam. Exemplos: Kosovo – kosovar Washington – washingtoniano c) Nas siglas, símbolos e unidades de medida internacionais. Exemplos: kg (quilograma), km (quilómetro) WC (Water Closet), WWW (World Wide Web) LETPP©LISBOA EDITORA d) Nas palavras de origem estrangeira de uso corrente. Exemplos: kart, windsurfista, yoga 2. Maiúsculas e minúsculas Introduzem-se algumas alterações e estabelecem-se novas sistematizações no uso de maiúsculas e minúsculas. 169