Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira

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Myriam Coeli de Araújo Dantas da Silveira
(Madrinha de Biblioteca em Natal)
Nasceu em Macapá-AP, a 01.11.1926, filha de José Silvino de Araújo e d. Maria
Esther de Araújo. Com apenas dois meses de idade veio residir em São José de
Mipibu, onde mais tarde cursaria o primário no Grupo Escolar Barão de Mipibu. Fez o
secundário no Colégio Estadual do Atheneu Norte-rio-grandense (1943-1946), em
Natal, e o Superior na Faculdade de Filosofia do Recife, ali recebendo o título de
Bacharel em Letras Neolatinas (1949), e na Escuela Oficial de Periodismo de Madrid,
Espanha (onde foi bolsista do Instituto de Cultura Hispânica), titulando-se em
Jornalismo (1954). Naquele país, aliás, teve oportunidade de ampliar seus
conhecimentos sobre a história da arte, da língua e da literatura espanholas, estudando
tais disciplinas na Faculdade de Filosofia y Letras de Madrid. Retornando ao Estado,
lecionou Francês no Ginásio Municipal (1959), Português na Escola Técnica Federal (1964-1971) e
Literatura Portuguesa no Colégio Estadual do Atheneu Norte-rio-grandense (1971); foi Profª. Assistente na
Cadeira de História da Língua Portuguesa – cujo titular era o Prof. Arnaldo Arsênio de Azevedo – na
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Natal (1966) e Profª. na Cadeira de História da Imprensa da
Faculdade de Jornalismo “Eloy de Souza” (1966), além de integrar bancas examinadoras de concursos de
habilitação (inclusive em vestibulares) em várias instituições. Manteve coluna literária na Tribuna do Norte
(1952), no Diário de Natal (1953) e n’A República (1956-1961). Numa época em que a participação feminina
no emprego era, ainda, muito incipiente, mormente na redação dos jornais, consta que terá sido pioneira,
em Natal, neste particular (eventuais ocorrências anteriores, como nos casos de Isabel Gondim, Clarice
Palma ou, mais recentemente, “Chicuta” Nolasco, deram-se, apenas, a título de colaboração, sem contrato
formalizado ou compromisso com as técnicas jornalísticas então vigentes). Publicou Imagem Virtual (1961),
uma coletânea de poemas escritos em parceria com seu marido, o também Jornalista Celso da Silveira,
Vivência Sobre Vivência (1980), Cantigas de Amigo (prêmio “Otoniel Menezes”, 1980), Inventário (prêmio
Fundação José Augusto, 1981) e Catarse (prêmio “Otoniel Menezes”, 1981). Myriam Coeli recebeu vários
títulos, dentre os quais o que mais a identificava era o de “Dama Laço Azul Celeste”, da milenária
Irmandade Santa Helena, fundada pelo Imperador Constantino, recebido em Madrid (1954). Faleceu em
Natal a 21 de fevereiro de 1982.
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Fontes: SILVEIRA, Celso da. Ave, Myriam, Coletânea de depoimentos e homenagens (Co-edição Editora Universitária/Edições Clima,
Natal, 1984); MYRIAM COELI de Araújo D. da Silveira (1926-1982). Documentos curriculares; Jornal A República, edição de
25.02.1982; Jornal Diário de Natal, edição de 25.02.1982; Jornal Tribuna do Norte, edição de 26.02.1982.
Nota complementar
Poema extraído do livro Inventário:
MEUS BRINQUEDOS DE CARTÃO
Para meus filhos Cristiana Coeli e Eli Celso
Meus brinquedos de cartão
todos trocados estão:
Meu El-Rei cavaleiro,
por homem verdadeiro.
A bela dama antiga,
por uma nova amiga.
Todos cavalos pintados
por outros ajaezados.
Meus brinquedos de cartão
desfeitos todos estão:
meu El-Rei cavaleiro
fugiu-me bem ligeiro;
A bela dama antiga
já morreu de coriza.
Todos cavalos pintados
já foram esquartejados.
Meus brinquedos de cartão
perdidos na infância estão.
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