TONS DA TERRA: INOVANDO O ENSINO DE QUIMICA ATRAVÉS

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TONS DA TERRA: INOVANDO O ENSINO DE QUIMICA ATRAVÉS
DO COTIDIANO NA SALA DE AULA
Kesiane Oliveira Biase Adegas1 - IFAM
Everlin Pereira Fernandes2 - IFAM
Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas.
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
O presente trabalho denominado Tons da Terra - Inovando o Ensino de Química através do
Cotidiano na Sala de Aula é um relato de experiência do projeto “Tons da Terra”
desenvolvido, inicialmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Amazonas, IFAM, e posteriormente aplicado em uma Escola Pública de Manaus, no qual teve
como objetivo apresentar alternativas metodológicas para professores do Ensino Médio, para
o ensino de química a partir da utilização de materiais do cotidiano do aluno. para
fundamentação teórica do mesmo utilizamos diferentes autores que abordam a referida
temática, tais como: Souza e Oliveira (2005); Silva ( 2007); Trevisan e Martins, (2006);
Lobato (2007); Bizzo (2002), dentre outros. Este trabalho ressalta a importância do Ensino da
Química no ensino regular, correlacionando assim à ciência e o cotidiano na vida dos alunos
de forma simples e lúdica, mostrando sua importância na sociedade a partir de fatores
existentes no contexto educacional, e o que pode influenciar no processo de ensino
aprendizagem. Desperta o interesse no processo de construção do conhecimento, faz com que
o mesmo tenha uma busca investigativa no processo de compreensão dos conteúdos químicos.
Isso pode ser conseguido por meio de experimentos simples do dia-a-dia. O projeto seguiu as
seguintes etapas: aprofundamento teórico da temática; apresentação dos solos como fonte
principal, o passo a passo da produção da tinta e por fim a aplicação das tintas em sala de
aula. Foi feita também o uso das tintas em telas e tecidos utilizados em pinturas de bolsas de
tecidos, posteriormente posto para revenda a fim de obter retorno financeiro para o projeto. A
partir da aplicabilidade do projeto observamos que, além do grande interesse pelo projeto, os
alunos foram receptivos, houve uma interação entre outros mostrando os bons resultados
alcançados.
Palavras-chave: Ensino de Química. Tons da terra. Aprendizagem.
1
Discentes do Curso de Licenciatura em Química: Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Amazonas (IFAM). Email: [email protected]
2
Discentes do Curso de Licenciatura em Química: Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Amazonas (IFAM). Email: [email protected].
ISSN 2176-1396
20067
Introdução
O presente trabalho teve inicio, a partir de um projeto de extensão realizado no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, IFAM, em que tem como
objetivo ensinar aos alunos do Curso de Química uma fórmula divertida e lúdica para
aprender a disciplina, levando os mesmos produzir tinta ecológica com tecnologia social
simples e de baixo custo.
Após a realização do mesmo em sala de aula, decidiu-se socializar o conhecimento
com alunos da educação básica levando assim o projeto para uma Escola Pública de Manaus,
no qual teve como objetivo apresentar alternativas metodológicas para professores do Ensino
Médio na disciplina de Química.
A proposta de Educação dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs procura
valorizar a realidade social e a vivência prática do estudante com a finalidade de utilizar
conhecimentos do dia-a-dia em conhecimentos sistematicamente elaborados.
Assim sendo o conhecimento se refaz na medida em que é transmitido, assimilado e
transformado na interação entre os sujeitos que dele fazem parte. (SOUZA e OLIVEIRA;
2005).
Nesse sentido o ensino de química não poderia ser diferente, pois muitas vezes fica-se
exposto aos conteúdos teóricos que pouco tem a ver com a realidade do aluno, apesar de
termos à nossa disposição meios que poderiam facilitar a compreensão e contribuir nas
atividades cotidianas.
Como se sabe, a escola é lugar que tem como função social a transmissão do saber
historicamente acumulado e, dessa forma, deve ser o lugar onde os alunos possam sanar suas
dúvidas e assimilar aquilo que não sabem, pois é para isso que vão até ela.
Dessa forma, a educação escolar, ocorrida nesse espaço, também chamada de
educação formal, deve subsidiar o aluno em seu pleno desenvolvimento, conforme
estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, - LDB 9394/96 em seu artigo
Art. 2º. “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1996. p.25).
Entende-se que a Escola sofre alterações quando são incluídas ações que envolvem o
cotidiano do aluno que resulta de procedimentos e condições dos envolvidos, uma vez que a
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“escola prepara, instrumentaliza e proporciona condições para construção da cidadania para a
formação do cidadão crítico, sujeito de sua própria história”. (SILVA, 2007, p.13).
A partir do contexto acima apresentado, verifica-se a necessidade de falar em
educação química, priorizando o processo ensino-aprendizagem de forma contextualizada,
ligando o ensino formal aos acontecimentos do cotidiano do aluno, para que estes possam
perceber a importância socioeconômica da química, numa sociedade avançada em sentido
tecnológico. (TREVISAN e MARTINS, 2006).
Porém, entendemos nem sempre o professor está preparado para atuar de forma
interdisciplinar, relacionando o conteúdo com a realidade dos alunos. Os livros
didáticos podem ser, e são na maioria das vezes, utilizados como único instrumento
educacional que auxiliam os educadores a organizarem suas ideias, assimilar os
conteúdos e proceder à exposição aos alunos tornando dessa forma, as aulas que são
um processo único de troca de experiência e aprendizagem mútua de professor e
aluno, em momentos estafantes e desmotivadores. (LOBATO, 2007.pg 05).
Partindo-se de uma concepção de que a química é um conhecimento dinâmico e tem
uma intensa relação com o cotidiano, o ensino da disciplina química no ambiente escolar
reflete a necessidade de propostas para o Ensino Médio que dimensionem a renovação pela
qual passa essa área do conhecimento.
Nesse sentido, Silva (2007. p.32) afirma que:
É preciso transformar a vida de sala de aula e da escola, de modo que possam
vivenciar-se práticas sociais e intercâmbios acadêmicos que induzam à
solidariedade, à colaboração, à experimentação compartilhada, assim como o outro
tipo de relações com o conhecimento e a cultura que estimulem a busca, o contraste,
a crítica, a iniciativa e a criação.
A química no processo de ensino e aprendizagem deve ser apresentada sempre
valorizando seu caráter experimental, aonde através de suas aulas práticas representaram suas
teorias e leis, trazendo assim significado para o aprendizado dos alunos.
Quando não há a articulação dessas atividades, os mesmos se tornam irrelevantes e
pouco contribuirão para o desenvolvimento cientifico dos educandos.
O domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se
possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da
mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem
prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos. (BIZZO,
2002, p.4).
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A química está presente em todas as atividades que exercemos no dia a dia, desde a
hora em que acordamos até a hora em que vamos voltar para o sono.
Para Lefebvre (2000, p. 112): “os espaços sociais consistem em pensar nos espaços
vivido, percebido e concebido, pois é neles que praticamente acontece a vida cotidiana. O
espaço vivido caracteriza-se por momentos do dia a dia do indivíduo, sendo esse também
marcado pela prática social”.
O ensino de química por muito tempo vem sendo repassado somente como
transmissão de conceitos, no entanto, muitas teorias vêm sendo construídas subsidiando
profissionais da educação com novos métodos e metodologias a fim de proporcionar aos
estudantes um ensino mais dinâmico, por meio de diferentes recursos didáticos como, jogos,
textos geradores contextualizados e também objetos do dia-a-dia que o meio nos oferece.
Quando o estudo da Química faculta aos alunos o desenvolvimento paulatino de
uma visão crítica do mundo que os cerca, seu interesse pelo assunto aumenta, pois
lhes são dadas condições de perceber e discutir situações relacionadas a problemas
sociais e ambientais do meio em que estão inseridos, contribuindo para a possível
intervenção e resolução dos mesmos. (SILVA, 2007, p.23).
Com base na afirmação de Silva, o ensino de química dialogado a partir de objetos do
cotidiano do estudante, proporciona um novo conhecimento mais critico e contextualizado da
realidade do mesmo, contribuindo para seu desenvolvimento integral, pois dessa forma se faz
necessário uma proposta que possa contribuir para uma mudança no Ensino Tradicional, e um
bom exemplo, é usar atividades lúdicas de acordo com o que o cotidiano oferece, de
preferência com materiais de baixo custo.
O presente trabalho está dividido em três partes sendo na primeira uma breve fundação
teórica sobre a temática apresentando a importância da produção de tintas a partir de
diferentes tipos e cores de solos.
Em seguida, apresentamos como ocorreu a metodologia do projeto e, posteriormente
apresentamos os resultados do projeto.
Entendendo os Tons da Terra
A história nos mostra que nossos ancestrais utilizavam plantas, sangue, argila, entre
outros pigmentos naturais para representar seu dia-a-dia através das pinturas.
Em mesmo com a evolução da humanidade e das tecnologias, a sociedade ainda utiliza
algumas dessas técnicas para pinturas no corpo, em telas, vasos e outros objetos. Como
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exemplos: os índios, que utilizam até hoje urucum, argilas e carvão para pinturas em seus
utensílios e corpos.
Para Carvalho (2009, p.03):
Tinta é uma mistura de pigmentos, líquidos e adesivos ou colas. Os pigmentos dão
cor, enquanto os líquidos e adesivos servem para dar fluidez e a viscosidade
necessárias para transportar e fixar os pigmentos nas superfícies. Há vários tipos de
pigmentos, líquidos e adesivos que podem ser utilizados na produção de tintas. Os
pigmentos e adesivos podem ser de origem mineral, animal, vegetal ou sintética,
enquanto os líquidos podem ser água, óleos ou solventes.
A terra, como pigmento natural, vem sendo utilizada para a fabricação de tintas desde
os primórdios. A diversidade de cores que encontramos no solo é o resultado de um complexo
e demorado processo, a pedogênese, ou seja, os fatores de formação e os processos de adição,
perda, transporte e transformação do solo.
Segundo Lima (2007, p. 18)
As cores formadas a partir dos solos podem ser consideradas como uma propriedade
muito importante. Podem apresentar várias cores, tais como: preto, vermelho,
amarelo, acinzentado, etc. Dependem não só da origem, mas também da paisagem
em que se está o solo no momento, do conteúdo de matéria orgânica e outros fatores.
Segundo Cruz (s/d. p 03), diante a gama de cores encontradas em diferentes tipos de
solo, as tintas feitas com esses pigmentos naturais são obtidas, principalmente, através da terra
verde e dos ocres. Segundo Cruz (s/d):
A terra verde é a designação aplicada a um conjunto de pigmentos que devem a sua
cor a minerais argilosos de cor verde como a celadonite, a glauconite e a clorite. [...]
Provavelmente teve na época Romana a sua maior utilização, pois é um pigmento
especialmente adequado a pintura mural, devido a sua grande estabilidade química e
tonalidade.
Partindo desse princípio, foi pensando na elaboração das tintas de solo, que teve início
com um projeto de extensão universitário do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amazonas, IFAM, apresentado em uma Escola Pública de Manaus, na qual
utilizava o solo como fonte de fabricação de tintas.
O Projeto teve como título “Tons da Terra” e foi desenvolvido com o objetivo a
produção de tintas a partir de diferentes solos, retirados de pontos diferentes de Manaus, com
a participação de vários alunos.
Várias foram às etapas seguidas para a realização do projeto como: a pesquisa
bibliográfica, a busca dos solos específicos, a produção e aplicação na Escola.
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Metodologia
Tendo em vista os resultados adquiridos com a realização do Projeto realizado no
IFAM, decidiu-se aplicar o referido projeto em uma Escola Estadual da Cidade de Manaus,
atendendo alunos e professores da referida instituição escolar, onde de forma lúdica, foi
possível informar aos estudantes e professor uma nova maneira de aprender Química,
levando-os a produzir tinta ecológica com tecnologia social simples e de baixo custo, com
diferentes tipos de solos, e outros materiais de fácil acesso, e que posteriormente foi ensinado
onde e como aplicar.
De acordo com Lutfi (1988, p. 25):
Uma prática pedagógica baseada na utilização de fatos do dia-a-dia para ensinar
conteúdos científicos pode caracterizar o cotidiano em um papel secundário, ou seja,
o cotidiano serve como exemplificação ou ilustração para ensinar conhecimentos
químicos.
Para a realização deste trabalho, partimos de uma pesquisa bibliográfica, baseada em
autores com Lutfi (1988), Bizzo (2002), dentre outros.
Posteriormente realizamos a aplicação do projeto na Escola e em seguida a análise dos
resultados do projeto exposto.
As tintas produzidas surgiram de amostras de solos com diferentes cores, oriundas de
diferentes camadas; utilizam-se potes plásticos com tampa (que podem ser reaproveitados,
como potes de requeijão, maionese, entre outros, ou copos medidores); cola branca (PVC);
peneiras de uso caseiro; colher e água.
A mistura é feita a olho nu, porém, é preciso dosar aos poucos para garantir uma boa
consistência.
A aplicação do Projeto na escola foi dividida em etapas, sendo assim:
Explanação do conteúdo falando da importância do solo, suas substâncias e seu uso;
Exposição dos materiais usados, a apresentação dos solos como fonte principal;
Instruções para a aplicação das diferentes tintas apresentadas em telas, tecidos, papel e
madeira entre outros, deixando claro como as cores são visíveis nos solos apresentados;
E por final, a culminância do projeto que se deu a partir da customização de pinturas
em bolsas pelos alunos da escola, utilizando as tintas produzidas e posteriormente colocadas à
venda fomentando dessa forma a continuidade do projeto.
Etapa 1:
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Figura 1: Explanação de como era produzido as tintas.
Fonte: Os autores.
Etapa 2:
Figura 2: Produção das tintas pelos alunos.
Fonte: Os autores.
Etapa 3:
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Figura 3: Realização de pinturas.
Fonte:Os autores.
Etapa final:
Figura 4: Bolsas produzidas com as tintas e pinturas realizadas pelos alunos.
Fonte: Os autores.
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Resultados e Discussões
A partir da realização do projeto percebemos, por meio da observação em sala de aula
na atividade da professora e em conversa com os alunos, que o projeto Tons da Terra
despertou um grande interesse por parte de toda parte docente e discente que participaram do
projeto. Os mesmos foram participativos e entenderam a química do solo por meio do método
lúdico aplicado durante o projeto. Entenderam que, além do baixo custo, os produtos
adquiridos através dos solos não são tóxicos, tem uma alta durabilidade, boa fixação e pode
ser aplicadas em superfícies lisas, madeiras, bem como em tecidos e, dessa forma, podem
produzir a tinta em casa e utilizar em suas casas.
De acordo com Cruz (s/d. p 12), atualmente são oito as cores básicas de solo que
quando misturada podem gerar várias outras cores. Há ainda uma diferença entre pigmentos
naturais e pigmentos artificiais. Para o autor:
Os pigmentos utilizados em pintura podem ser classificados de várias formas uma
das quais corresponde à sua divisão entre pigmentos naturais e pigmentos artificiais.
Um pigmento é natural se é obtido diretamente da natureza, sendo apenas sujeito a
processos de purificação de natureza física que permitem separar o material de que
se aproveita a cor dos outros materiais a que surge associado. Atendendo à
composição inorgânica dos pigmentos, é um material com origem mineral.
Evidentemente, um pigmento artificial é obtido através de reações químicas, quer a
partir de materiais mais simples (pigmento sintético) quer por decomposição de
materiais mais complexos.
A partir da afirmação do autor, entendemos a importância dos pigmentos naturais para
produção de tinta, tornando dessa forma, a produção de tinta mais acessível às comunidades
sociais de baixo poder aquisitivo.
Segundo Carvalho (2009, p.05):
A atividade relacionada com os solos, desde a elaboração até sua aplicação na arte,
desenvolvem o papel de um recurso didático excelente para apreensão dos
conteúdos e permitem estabelecer conexões entre o uso do solo, como podemos
conservá-lo ou então, como podemos fazer uso desse recurso natural, entendendo
suas fragilidades e potencialidades.
Das pinturas prontas em tecidos, foi possível trabalhar na obtenção de bolsas
artesanais, a fim de haver retorno financeiro para o projeto, para compras de mais materiais
para futuras aplicações do projeto.
Durante as aulas, foi possível observar que é de fundamental importância que a teoria
esteja correlacionada com a prática, para que os alunos tenham maior rendimento. A partir
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desta pesquisa, a química passou a ser vista de forma diferente, principalmente pelos
professores que ali já ministravam e não observam o lado dificultoso de entender o conteúdo
dos alunos, tornando assim as aulas, mas contextualizada com a realidade do aluno.
O presente projeto despertou a visão de que o Ensino de Química pode ser estimulado
à criatividade, a autonomia e o gosto pela Ciência. A partir da entrevista realizada com os
alunos, muitos foram os depoimentos apontando para o resultado positivo do projeto que
mostram a importância e utilização dos conhecimentos adquiridos durante a realização do
mesmo, tais como:
“iremos transmitir o conhecimento adquirido” (ALUNO 1)
“vamos pintar por conta própria nossas residências” (ALUNO 2)
“ é um material como fonte de renda” (ALUNO 3)
“vamos sugerir ideias para pintores afim de evitar mortes por excesso do contato
com o produto químico”. (ALUNO 4)
Os depoimentos acima comprovam os resultados positivos do projeto tanto em relação
ao processo de aprendizagem de química, como também como no aspecto social, e relevância
do conhecimento formal adquirido no interior da escola, uma vez que o estudante leva para
sua vida esses conhecimentos adquiridos na escola.
Considerações Finais
O projeto Tons da Terra foi de grande relevância social e acadêmica para os
participantes do mesmo. Em sentido acadêmico, nos proporcionou um grande conhecimento
sobre novos métodos e recursos para o ensino de Química quando da nossa atuação na prática
pedagógica, uma vez que, como futuros docentes, entendemos que os diferentes recursos
didáticos são ferramentas fundamentais para o melhor desenvolvimento do processo de
ensino.
Em sentido social, subsidiou a comunidade escolar um novo jeito de trabalhar e
entender os conhecimentos químicos a partir de recursos do dia-a-dia, pois a Química tem se
tornado um papel essencial na sociedade, uma vez que se constitui em uma ciência que apoia
sua teoria em experimentações científicas, tendo em vista que a maioria das aulas hoje se
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constitui de práticas experimentais, mesmo que nem sempre utilizadas com recursos do dia-adia do estudante.
A contextualização no ensino de química deve, além de aumentar o interesse do
educando pela temática, fazer com que observem como a química está presente em sua vida,
sendo, assim, capaz de formar pessoas que participem ativamente de uma sociedade em
constante evolução que saiba utilizar desses recursos em busca de novos conhecimentos, uma
vez que com o agravamento dos problemas ambientais ora existentes na sociedade
contemporânea é cada vez mais urgente a formação de uma sociedade que se preocupe e atue
para a manutenção da espécie humana por meio da conservação e preservação do meio
ambiente.
Contudo, todo conhecimento ao ser construído, precisa inicialmente ser entendido e ter
significado na vida do aprendiz, por isso se torna importante que os professores apresentem
de forma significativa à importância que a Química representa para os seres vivos, e como
estes estão inseridos no nosso cotidiano das mais diversas maneiras.
Uma maneira de promover esta contextualização entre a disciplina e o cotidiano dos
alunos é associar o conteúdo destes com o que é visto em sala de aula, pois as mesmas se
tornarão mais atrativas, com possibilidade de absorção dos conteúdos com facilidade.
Vale ressaltar a investigação como forma básica de ensino, onde é visualizado o
processo de ensino-aprendizagem do aluno, visando verificar a evolução do mesmo
identificando as dificuldades e procurando solucionar sempre em busca de inovação no ensino
e contextualizando com o cotidiano do mesmo.
O projeto Tons da Terra facilitou maior esclarecimento quanto ao conhecimento de
Química para os que ali participavam. Foi possível aproximar a Química do cotidiano dos
educandos, que passaram a entender que o aprendizado de química vai além do conhecimento
dos elementos químicos, mas identificar os elementos químicos que compõe o solo.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
CARVALHO, A. F. et al. Cores da terra: fazendo tinta com terra! Viçosa: DPS, 2009.
20077
CRUZ, A. J. Os pigmentos naturais utilizados em pintura. Departamento de Arte,
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– Portugal. Disponível em:< http://ciarte.no.sapo.pt/textos/html/pnaturais.html>. Acesso em:
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LEFEBVRE, H. La produción de l’espace. 4. ed. Paris: Anthropos, 2000.
LIMA, M. R. Noções de morfologia do solo. In: O solo no meio ambiente: abordagem para
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LOBATO, A., C., A abordagem do efeito estufa nos livros de química: uma análise crítica.
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LUTFI, M. Cotidiano e educação em química: os aditivos em alimentos como proposta para
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SILVA, E.L.da. Contextualização no Ensino De Química: Ideias e Proposições De um
Grupo de Professores. São Paulo: 2007.
SOUZA C. M.; OLIVERA, H. Interdisciplinaridade para além da filosofia do sujeito. São
Paulo: Vozes, 2005.
TREVISAN, T. S. e MARTINS, P. L. O. A prática pedagógica do professor de química:
possibilidades e limites. UNIrevista. Vol. 1, n° 2 : abril, 2006.
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