O TEMPO Belo Horizonte INTERESSA| SÁBADO, 19 DE MARÇO DE 2016 23 Avanços. Método facilita estabelecer a relação da doença com a microcefalia USP desenvolve teste para diagnosticar zika após fim de sintomas CECÍLIA BASTOS/USP Cientistasquerem ofereceranova técnicaparaarede públicadesaúde ¬ SÃO PAULO. Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram um teste de diagnóstico do vírus zika que vai facilitar os estudos da doença e de sua possível relação com a microcefalia. Caso a eficácia do método seja validada por outras instituições, os cientistas pretendem oferecer a técnica para a rede pública de saúde. O teste, do tipo sorológico, usa método que acusa se o paciente teve a doença mesmo após a fase aguda dos sintomas, por meio da busca dos anticorpos específicos para o vírus. O exame foi desenvolvido por cientistas da Rede Zika, força-tarefa de especialistas criada no fim de 2015 com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Atualmente, a maior parte dos laboratórios públicos tem feito o diagnóstico da doença por meio do exame PCR, que tem a limitação de detectar o zika somente no período de sintomas. Isso impossibilita, por exemplo, que a mãe de um bebê com microcefalia saiba se foi infectada pelo vírus no primeiro trimestre da gestação. “Esse teste vai ajudar a esclarecer a relação entre a infecção pelo vírus e a microcefalia, indicando quantas dessas mães tiveram a doença e se há anticorpos contra o vírus nos bebês microcefálicos. Além disso, Nova descoberta Neurônios do apetite Uma descoberta feita por acaso por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, pode se tornar uma poderosa arma na luta contra a obesidade. Enquanto estudavam o sistema de aprendizado e memória do cérebro, os pesquisadores encontraram uma nova população de neurônios em uma região específica do órgão que parece controlar o apetite de camundongos a partir da ação de uma enzima envolvida em diversas funções corporais, incluindo o uso da insulina e a química de açúcares. “Quando esse tipo de célula cerebral que descobrimos dispara e envia sinais, nossos camundongos de laboratório param de comer logo depois”, conta Richard Huganir, diretor do Departamento de Neurociência da universidade e líder da equipe responsável pela descoberta. MOHAMED EL-SHAHED/AFP Egito Força-tarefa. Pesquisadores estão produzindo os reagentes para distribuírem aos laboratórios científicos do país vai nos dar uma noção do verdadeiro tamanho da epidemia e de como o vírus está se espalhando pelo país”, disse à agência Fapesp Edison Luiz Durigon, um dos três pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do teste. Também participaram da descoberta Luís Carlos de Souza Ferreira e o coordenador da Rede Zika, Paolo Zanotto. REAGENTES. Segundo comuni- cado do ICB-USP, os reagentes necessários para a realização do teste “estão em produção emergencial e serão distribuídos gratuitamente para centros de pesquisa da Rede Zika e demais laboratórios científicos do país”. O ICB informou ainda que está em negociação com o Instituto Butantã para que ele produza o kit diagnóstico em larga escala e o distribua para hospitais e bancos de sangue. O Butantã confirmou a parceria, mas disse Microcefalia Casos. De outubro pra cá, do total de registros de malformação cerebral investigados no país, 863 foram confirmados com o problema. Em 97 deles, o zika foi apontado como causador. Outros 4.268 continuam em investigação, segundo o Ministério da Saúde. que os detalhes do processo de produção ainda estão sendo definidos. Atualmente, pacientes interessados em se submeter a um teste de anticorpos para o vírus zika só encontram o exame na rede privada, a um custo médio de R$ 1.000, e a análise é feita fora do país. No mês passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro a dois testes sorológicos – o da empresa Euroimmun, que detecta zika, chikungunya e dengue no mesmo exame, e o teste rápido para zika, da Biocan Diagnostics. Os dois estão em processo de aquisição pelos laboratórios brasileiros. CUSTO. Incidência Estados. Os 863 casos demicrocefaliaconfirmadosocorreram em19 Estados. ONordeste concentra 79,5% das notificações, sendoque Pernambucoregistra o maiornúmerodeinvestigações (1.226),seguidoda Bahia(622). AGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO ‘Perfumedepitanga’contra Aedeséapresentadoemfeira ¬ SÃO PAULO. As gêmeas de Campo Grande (MS) Danielle e Isabelle Matos, 17, encontraram dentro de casa a inspiraçãoparaumprojetode combate ao Aedes aegypti, apresentado ontem na 14ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Em 2014, três dos quatro membros da família das irmãs contraíram a dengue. A mãe de Danielle e Isabelle, etc única a não ser contaminada, usava um perfume comercial à base de pitanga, o que as levou a pensar na ação da fruta. Na pesquisa, criaram um óleo essencial com a pitanga e o expuseram a 30 fêmeas do mosquito. As irmãs descobriram que os mosquitos eram repelidos pela substância e que as fêmeas que depositaram ovos no óleo tiveram até 62% das larvas eliminadas. Danielle e Isabelle criaram um óleo essencial que repele o mosquito e mata as larvas Tumba de Nefertiti O Egito descobriu novos indícios de que uma câmara secreta, que alguns acreditam ser o local de repouso da rainha Nefertiti, pode estar localizada atrás da tumba do rei Tutancâmon, disse ontem o ministro de Antiguidades egípcio. Em todo o mundo existe um imenso interesse por Nefertiti, que morreu no século 14 a.C. e que se acredita ser a madrasta de Tutancâmon, e uma confirmação sobre o local de seu descanso final seria a mais notável descoberta arqueológica no Egito neste século. Uma análise feita através de escaneamento com radares no local em novembro passado revelou a presença de dois espaços vazios atrás de duas paredes na câmara do rei Tutancâmon, disse Mamdouh al-Damaty. Combate à depressão Meditação antes de correr Meditação e exercícios aeróbicos são formas conhecidas de melhorar o estado de espírito das pessoas, mas um novo estudo mostra que a combinação das duas atividades pode ser uma forma excepcional de combater a depressão. A pesquisa mostra que meditar antes de correr pode reduzir em até 40% os sintomas da doença. Durante o estudo, realizado pela Universidade de Rutgers, em Nova Jersey (EUA), cientistas recrutaram 52 jovens adultos, sendo que 22 deles tinham diagnóstico de depressão. Duas vezes por semana, ao longo de oito semanas, eles meditavam por 30 minutos. Em seguida, corriam numa esteira por mais 30 minutos. Após cada sessão de “treino”, a equipe avaliava o estado emocional das pessoas. Ao final da pesquisa, todos os participantes apresentaram melhoras nas condições de humor e ansiedade.