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O TEMPO Belo Horizonte
INTERESSA|
SÁBADO, 19 DE MARÇO DE 2016
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Avanços. Método facilita estabelecer a relação da doença com a microcefalia
USP desenvolve teste
para diagnosticar zika
após fim de sintomas
CECÍLIA BASTOS/USP
Cientistasquerem
ofereceranova
técnicaparaarede
públicadesaúde
¬ SÃO PAULO. Pesquisadores
do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade
de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram um teste de
diagnóstico do vírus zika
que vai facilitar os estudos
da doença e de sua possível
relação com a microcefalia. Caso a eficácia do método seja validada por outras
instituições, os cientistas
pretendem oferecer a técnica para a rede pública de
saúde. O teste, do tipo sorológico, usa método que acusa se o paciente teve a doença mesmo após a fase aguda dos sintomas, por meio
da busca dos anticorpos específicos para o vírus.
O exame foi desenvolvido por cientistas da Rede
Zika, força-tarefa de especialistas criada no fim de
2015 com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp). Atualmente, a
maior parte dos laboratórios públicos tem feito o
diagnóstico da doença por
meio do exame PCR, que
tem a limitação de detectar o zika somente no período de sintomas. Isso impossibilita, por exemplo, que a
mãe de um bebê com microcefalia saiba se foi infectada pelo vírus no primeiro trimestre da gestação.
“Esse teste vai ajudar a
esclarecer a relação entre a
infecção pelo vírus e a microcefalia, indicando quantas dessas mães tiveram a
doença e se há anticorpos
contra o vírus nos bebês microcefálicos. Além disso,
Nova descoberta
Neurônios do apetite
Uma descoberta feita por acaso por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, pode se
tornar uma poderosa arma na luta contra
a obesidade. Enquanto estudavam o sistema de aprendizado e memória do cérebro, os pesquisadores encontraram uma
nova população de neurônios em uma região específica do órgão que parece controlar o apetite de camundongos a partir
da ação de uma enzima envolvida em diversas funções corporais, incluindo o uso
da insulina e a química de açúcares.
“Quando esse tipo de célula cerebral que
descobrimos dispara e envia sinais, nossos camundongos de laboratório param
de comer logo depois”, conta Richard Huganir, diretor do Departamento de Neurociência da universidade e líder da equipe
responsável pela descoberta.
MOHAMED EL-SHAHED/AFP
Egito
Força-tarefa. Pesquisadores estão produzindo os reagentes para distribuírem aos laboratórios científicos do país
vai nos dar uma noção do verdadeiro tamanho da epidemia e de como o vírus está se
espalhando pelo país”, disse
à agência Fapesp Edison Luiz
Durigon, um dos três pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do teste.
Também participaram
da descoberta Luís Carlos
de Souza Ferreira e o coordenador da Rede Zika, Paolo Zanotto.
REAGENTES. Segundo comuni-
cado do ICB-USP, os reagentes necessários para a realização do teste “estão em produção emergencial e serão
distribuídos gratuitamente
para centros de pesquisa da
Rede Zika e demais laboratórios científicos do país”.
O ICB informou ainda
que está em negociação
com o Instituto Butantã
para que ele produza o
kit diagnóstico em larga
escala e o distribua para
hospitais e bancos de sangue. O Butantã confirmou a parceria, mas disse
Microcefalia
Casos. De outubro pra
cá, do total de registros
de malformação cerebral
investigados no país, 863
foram confirmados com o
problema. Em 97 deles, o
zika foi apontado como
causador. Outros 4.268
continuam em investigação, segundo o Ministério
da Saúde.
que os detalhes do processo de produção ainda estão sendo definidos.
Atualmente, pacientes interessados em se submeter a um teste de anticorpos para o vírus zika só encontram o exame na rede
privada, a um custo médio
de R$ 1.000, e a análise é feita fora do país.
No mês passado, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) concedeu registro a dois testes sorológicos – o da empresa Euroimmun, que detecta zika,
chikungunya e dengue no
mesmo exame, e o teste rápido para zika, da Biocan
Diagnostics. Os dois estão
em processo de aquisição pelos laboratórios brasileiros.
CUSTO.
Incidência
Estados. Os
863 casos
demicrocefaliaconfirmadosocorreram em19
Estados.
ONordeste
concentra
79,5% das
notificações,
sendoque
Pernambucoregistra o
maiornúmerodeinvestigações
(1.226),seguidoda
Bahia(622).
AGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO
‘Perfumedepitanga’contra
Aedeséapresentadoemfeira
¬ SÃO PAULO. As gêmeas de
Campo Grande (MS) Danielle
e Isabelle Matos, 17, encontraram dentro de casa a inspiraçãoparaumprojetode combate ao Aedes aegypti, apresentado ontem na 14ª edição
da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
Em 2014, três dos quatro
membros da família das irmãs contraíram a dengue. A
mãe de Danielle e Isabelle,
etc
única a não ser contaminada,
usava um perfume comercial à
base de pitanga, o que as levou a pensar na ação da fruta.
Na pesquisa, criaram um
óleo essencial com a pitanga
e o expuseram a 30 fêmeas do
mosquito. As irmãs descobriram que os mosquitos eram repelidos pela substância e que
as fêmeas que depositaram
ovos no óleo tiveram até 62%
das larvas eliminadas.
Danielle e Isabelle criaram um óleo essencial que repele o mosquito e mata as larvas
Tumba de Nefertiti
O Egito descobriu novos indícios de
que uma câmara secreta, que alguns
acreditam ser o local de repouso da rainha Nefertiti, pode estar localizada
atrás da tumba do rei Tutancâmon,
disse ontem o ministro de Antiguidades egípcio. Em todo o mundo existe
um imenso interesse por Nefertiti, que
morreu no século 14 a.C. e que se acredita ser a madrasta de Tutancâmon, e
uma confirmação sobre o local de seu
descanso final seria a mais notável descoberta arqueológica no Egito neste século. Uma análise feita através de escaneamento com radares no local em novembro passado revelou a presença
de dois espaços vazios atrás de duas
paredes na câmara do rei Tutancâmon, disse Mamdouh al-Damaty.
Combate à depressão
Meditação antes de correr
Meditação e exercícios aeróbicos são formas conhecidas de melhorar o estado de
espírito das pessoas, mas um novo estudo
mostra que a combinação das duas atividades pode ser uma forma excepcional de
combater a depressão. A pesquisa mostra
que meditar antes de correr pode reduzir
em até 40% os sintomas da doença. Durante o estudo, realizado pela Universidade
de Rutgers, em Nova Jersey (EUA), cientistas recrutaram 52 jovens adultos, sendo
que 22 deles tinham diagnóstico de depressão. Duas vezes por semana, ao longo de
oito semanas, eles meditavam por 30 minutos. Em seguida, corriam numa esteira
por mais 30 minutos. Após cada sessão de
“treino”, a equipe avaliava o estado emocional das pessoas. Ao final da pesquisa, todos os participantes apresentaram melhoras nas condições de humor e ansiedade.
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