Os benefícios do método halliwick em crianças com síndrome de down Katellen Cristina da Silva Lima1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia² Pós-graduação em Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia- Faculdade Sul-Americana/FASAM RESUMO A Síndrome de Down (SD) trata-se de uma anomalia cromossômica na qual há excesso de um cromossomo 21. A identificação ocorre por meio do teste cariótipo. Dentre as principais características estão face redonda e achatada, mãos curtas e largas, orelhas anormais, tônus muscular diminuído. O método de Halliwick é indicado, pois proporciona momentos de independência no ambiente aquático onde enfatiza suas habilidades e não suas limitações. Foi realizada uma revisão literária analítica e descritiva, onde foi feito um levantamento e análise de materiais bibliográficos como monografia e artigos científicos, por meio da base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), entre os anos de 2004 a 2015. Foi encontrado um total de 70 artigos, na qual 51 foram exclusos por não se enquadrarem no enfoque do estudo, sendo selecionados 18 artigos, além de 1 monografia para o presente estudo. O método de Halliwick é enfatizado por alguns autores por propiciar ganho de força muscular, dando maior mobilidade, melhorando a autoestima e autoconfiança em diversas patologias, em especial na SD, onde pode se constatar os seguintes benefícios: controle do equilíbrio; adequação do tônus muscular; melhora no desenvolvimento motor e melhora na qualidade de vida. O método de Halliwck é importante para o desenvolvimento do indivíduo com SD, em especial a respeito da melhora na adequação do tônus. Palavras-Chave: Hidroterapia; Halliwick; Síndrome de Down. 1. Introdução A Síndrome de Down (SD) foi inicialmente descrita em 1866 pelo médico inglês Jonh Langdon Down, que relacionou as características clínicas de crianças portadoras da doença da Europa. Entretanto somente em 1959, após análise de material genético feito pelo geneticista francês Jérôme Lejeune, foi descoberto que se tratava de uma anomalia cromossômica do cromossomo 21, na qual havia excesso. Lejeune então a batizou de SD em homenagem ao seu antecessor Dr. Down (GARCIA et al, 2009; CARVALHO et al, 2010). Segundo Hoepers (2009), esta síndrome foi à primeira anormalidade cromossômica descrita no homem e constituía a aberração de cromossomo autossômica frequentemente achada. A SD ocorre em todas as raças e em ambos os gêneros. De acordo com Pazin e Martins (2007), sua incidência é de um a cada 600 nascimentos e é mais frequente quando nas mães com idade mais avançada, havendo uma relação importante entre a concepção de crianças Down e a idade materna acima de 35 anos. Aos vinte anos o risco é de 1 para 1600, enquanto que aos 35 anos é de 1 para 370. As estatísticas em torno do número preciso de quantas pessoas têm a síndrome no Brasil são nebulosas e cerca de 8 mil bebês nascem com SD por ano no Brasil. Em relação ao processo de desenvolvimento, em geral, as pessoas com SD apresentam evolução comportamental em acordo aos padrões e sequências de desenvolvimento que caracterizam a população normal. No entanto, a duração de suas sinapses é diminuída, tendo em vista apresentarem uma imaturidade nervosa e a não mielinização das fibras nervosas e, ainda, uma densidade neuronal menor em 80% dos casos (BRITO et al, 2009). 1 Graduada em Fisioterapia. Pós Graduanda em fisioterapia em Pediatria e neonatologia. Graduada em Fisioterapia. Esp. Mest. do Ensino Superior. Mest. em Bioética. Doutoranda em Saúde Pública. 2 2 As crianças com SD possuem incapacidades motoras na qual possuem aumento da probabilidade de desenvolver deficiências decorrentes da sua habilidade limitada em explorar o ambiente, consequentemente a criança apresentará atraso no desenvolvimento neuropsicomotor devido à imaturação nervosa e a não mielinização das fibras o que acaba dificultando as funções cognitivas. O atraso motor consiste na diminuição da força dos músculos que potencializa a incapacidade musculoesquelética, assim ocasionando limitações nos marcos iniciais da motricidade e por seguinte no funcionamento motor (RIBEIRO et al, 2011). Figura 1: Hipotonia na SD Fonte: http://amadurecendocomsaude.blogspot.com.br/2012/11/fraqueza-muscular-em-criancas-distrofia.html Garcia et al, (2009), acrescenta características como face redonda e achatada, fendas palpebrais inclinadas, mãos curtas e largas, occipício achatado, orelhas anormais, tônus muscular diminuído e falta de crescimento. Associada a essas características estão também doenças cardíacas congênitas, colón aumentado, bloqueio intestinal e doenças respiratórias. Figura 2: Características na SD Fonte: https://enfermagemdiferenciada.wordpress.com/2013/07/07/sindrome-de-down/ 3 Segundo Ferreira (2006), o termo Hidroterapia significa toda a aplicação externa de água com finalidade terapêutica. Deste modo, a hidroterapia explora as propriedades físicas da água, conforme a necessidade individual de cada paciente. Busca através de métodos e exercícios específicos, somente a recuperação funcional do paciente. Esses exercícios são utilizados como forma alternativa de condicionamento físico, baseados no aproveitamento da resistência da água como sobrecarga, facilitando "a priori" o movimento, o condicionamento físico e o treinamento de força muscular sem o impacto articular. ( ANDRADE e FILHO, 2007). Dentro do tratamento da hidroterapia, há o método de Halliwick, que foi desenvolvido em 1949, na Halliwick School for Girls, em Southgate, Londres. McMillian, o criador da técnica, desenvolveu inicialmente uma atividade recreativa que visava dá independência individual na água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar. Com o passar dos anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas adicionais que foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios: adaptação ambiental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação (BIASOLI e MACHADO, 2006). Diante do exposto acima, o presente estudo tem o objetivo de descrever os benefícios da hidroterapia, especificamente o método de Halliwick na SD, mais para isso é relevante entendermos e conhecermos um pouco da história e da utilização da água como meio de cura. 2. Fundamentação Teórica 2.1 Síndrome de Down A SD ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Na célula normal do homem existem 46 cromossomos divididos em 23 pares e as pessoas com SD possuem 47, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21 (SABIÁ et al, 2010). Figura 3: Síndrome de Down Fonte: http://amadurecendocomsaude.blogspot.com.br/2012/11/fraqueza-muscular-em-criancas-distrofia.html A identificação da SD ocorre através de testes de cariótipo realizado no feto ainda nos primeiros meses de gravidez, podendo se manifestar de três modos: 95% possuem não disjunção simples: Ocorre quando a pessoa possui 47 cromossomos em todas as células, 4% translocação: Ocorre quando um cromossomo extra do par 21 fica grudado em outro cromossomo e 1% Mosaicismo: A alteração genética compromete apenas parte das células, ou seja algumas células tem 47 e outras 46 cromossomos(GORLA et al, 2011). 4 Figura 4: Cromossomos 21 na SD Fonte: http://amadurecendocomsaude.blogspot.com.br/2012/11/fraqueza-muscular-em-criancas-distrofia.html 2.2 Propriedades físicas da água e efeitos terapêuticos De acordo com Biasoli e Machado (2006), muitos efeitos terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água aquecida (como o relaxamento, a analgesia, a redução do impacto e da agressão sobre as articulações) são associados aos efeitos possíveis de se obter com os exercícios realizados quando se exploram as diferentes propriedades físicas da água, como: - Densidade relativa - determina a capacidade de flutuar de um objeto ou corpo. A densidade da água é igual a 1, já a de um corpo humano é de 0,93, por isso ele flutua. - Força de empuxo ou de flutuação – é a força de sentido oposto ao da gravidade. Ou seja, ao inspirar, o indivíduo bóia e ao expirar ele afunda, pois com 5% da estrutura corporal acima da água, o corpo humano flutua. Essa propriedade é utilizada como resistência ao movimento, sobrecarga natural, estímulo à circulação periférica, fortalecimento da musculatura respiratória, facilitação do retorno venoso e participante do efeito massageador da água. - Tensão superficial - atua como resistência ao movimento. Possui valor apenas quando o músculo é pequeno ou fraco. - Pressão hidrostática – a água, como qualquer líquido, exerce pressão no objeto nela imerso. Se o objeto estiver em repouso (relaxamento), a pressão exercida em todos os planos será igual. Se o objeto estiver em movimento e a água também, ver-se-á a pressão reduzida bem como o empuxo provocando certo afundamento que, se controlado, é parcial. Segundo a lei de Pascal, cada tipo de massa (corpo, líquido, gasoso ou sólido) recebe e transmite uma pressão determinada, dependendo da profundidade de imersão. Quanto maior a profundidade em que o corpo se encontra, maior será a pressão exercida sobre ele. Isto significa que um indivíduo em pé na água sofrerá maior pressão nos pés. A pressão hidrostática possui efeitos terapêuticos, promovendo aumento do débito cardíaco, da pressão pleural e da diurese. - Impacto - ao contrário dos exercícios no solo, os aquáticos são executados em baixa velocidade, diminuindo o impacto, o que faz diminuir também os problemas advindos de tal formação, quando em solo. 5 Figura 5: Hidroterapia Fonte: http://amadurecendocomsaude.blogspot.com.br/2012/11/fraqueza-muscular-em-criancas-distrofia.html 2.3 Método Halliwick Segundo Romão e Caetano (2009), a hidroterapia por meio do método de Halliwick se mostra eficaz no trabalho de adequação do tônus muscular, ganho de equilíbrio e auxílio no sistema sensorial. Assim controlando e “normalizando” todo o esquema corporal. Segundo Andrade e Filho (2007), o método Halliwick foi desenvolvido, em 1949, na Halliwick School for Girls, em Southgate, Londres. MCMillian, que foi o criador da técnica, desenvolveu inicialmente uma atividade recreativa que visava dar independência individual na água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar. Com o passar dos anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas adicionais que foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios: -Adaptação ambiental: envolve o reconhecimento de duas forças, gravidade e empuxo que, combinados, levam ao movimento rotacional; -Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de movimento, principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes posturas e ao mesmo tempo, manter o equilíbrio; -Inibição: é a capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada, através da inibição de padrões posturais patológicos; -Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e, controlálo fisicamente, por outros meios sem utilizar a flutuação. Tal aprendizado é graduado através de um “programa de dez pontos”, que utiliza a sequência do desenvolvimento do movimento físico pelo córtex cerebral. Essas técnicas têm sido utilizadas para tratar terapeuticamente pacientes pediátricos ou adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas, na Europa e nos Estados Unidos da América do Norte. O Halliwick é constituído pelo programa de dez pontos, que envolve a aprendizagem psicomotora, ajuste mental, restauração do equilíbrio, inibição e facilitação. Atualmente, o programa é constituído de onze pontos, pois na década de 90 foi incluída a rotação sagital, mas continua sendo conhecido pela denominação original (FONSÊCA et al, 2010). Segundo Beck et al (2009), o método de Halliwick utiliza o progama de dez pontos para o tratamento os quais são: - Ajustamento mental: adaptação ao meio líquido de forma que a confiança na água possa ser estabelecida. 6 - Desprendimento: é o meio pelo qual o nadador se torna mental e físicamente independente. - Rotação vertical: é o movimento em torno do eixo transversal do corpo (da posição deitada, para posição em pé) - Rotação Lateral: é o movimento em volta do eixo da coluna vertebral (Rolar: decúbito ventral para decúbito dorsal). - Rotação combinada: combinação das duas anteriores sendo executada em um único movimento. Figura 6: Rotação Fonte: http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=468 6 - Empuxo: compreensão da força de flutuação da água. Figura 7: Empuxo Fonte: http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=468 7 - Equilíbrio: O nadador capaz de manter a posição do corpo enquanto flutua com descanso, fazendo pequenos ajustes quando há turbulência. 8 - Deslize turbulento: o nadador flutua, sendo levado através da água pela turbulência criada pelo instrutor. Figura 8: Empuxo Fonte: http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=468 7 9 - Progressão simples: nadador realiza movimentos das mãos junto ao corpo “Sculling” (remadas curtas). Figura 9: Progressão simples Fonte: http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=468 10 - Braçada básica: com o nadador em decúbito dorsal, os braços são movimentados lenta e amplamente sobre a água. Figura 10: Braçada básica Fonte: http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=468 3. METODOLOGIA Foi realizada uma revisão literária analítica e descritiva, onde foi feito um levantamento e análise de materiais bibliográficos como teses de mestrados, artigos científicos, por meio da base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). Os artigos foram selecionados por meio da leitura de resumos de artigos em inglês e português utilizando para a pesquisa palavras-chave como: “Hidroterapia”, “Benefícios”, “Síndrome de Down” e “Halliwick”. Foram utilizados como critério de inclusão artigos publicados entre os anos de 2004 a 2015, referentes aos benefícios da técnica de Halliwick na SD sem limites de amostra, população e tipo de pesquisa ou que contribuísse para o objetivo do presente estudo. Foram excluídos artigos publicados antes de 2004 ou por não se enquadrarem no enfoque do estudo Foi encontrado um total de 70 artigos, na qual 51 foram exclusos por não se enquadrarem no enfoque do estudo, sendo selecionados 18 artigos para o presente estudo. Além de 1 monografia, totalizando 19 referências para o presente estudo. 8 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ortiz et al, (2009), afirmam que o trabalho muscular em crianças com SD pode ser eficaz por meio da hidroterapia utilizando a resistência, flutuação e a viscosidade da água alterando também a velocidade em realizar o exercício. Segundo Bragança e Antunes (2010), esse tipo de atividade pode associar exercícios de equilíbrio, força e propriocepção. Um melhor equilíbrio pode ser conseguido com treinamento muscular e isso pode auxiliar na melhora da hipotonia. Ao ser inserido no meio aquático, o organismo é submetido a diferentes forças físicas e, em consequência, realiza uma série de adaptações fisiológicas, além de possuir vantagens para esse grupo populacional, com aproveitamento das suas propriedades, possibilitando um melhor rendimento ao paciente com SD. Diversos métodos são utilizados na hidroterapia e podemos observar que o método de Halliwick vem sendo muito utilizada ultimamente, que segundo Fonsêca et al, (2010), o principal objetivo desse método é proporcionar momentos de inteira independência no ambiente aquático. Pode ser utilizado em qualquer pessoa que apresente dificuldades físicas ou de aprendizado. A terapia deve enfatizar as habilidades do paciente e não suas limitações. Diante disto, pode-se constatar os benefícios do método de Halliwick em estudos nas pessoas com SD na tabela 1. Autor Benefícios Filho, (2004) Controle do equilíbrio Filho et al, (2009) Facilita as funções motoras Romão e Caetano, (2009) Adequação do tônus muscular Garcia et al, (2010a) Melhora no desenvolvimento motor Garcia et al (2010b) Melhora na qualidade de vida Filho (2004) realizou um estudo de caso, onde a dinâmica da sessão de psicomotricidade relacional em meio aquático, variou de 45 a 60 minutos. Os resultados demonstraram que uma menina com SD, se adaptou ao meio aquático, explorando suas diversas possibilidades de movimentação corporal na água, caminhou, saltitou, flutuou decúbito ventral e dorsal, fez deslizamentos, imersão parcial e total, chegando a nadar. O método de Halliwick possui duas finalidades principais: a primeira seria ensinar aos pacientes a respeito deles mesmos e seu controle de equilíbrio na água; a segunda ensiná-los a nadar. Assim o objetivo desta técnica é 9 promover o mais alto nível de independência, especialmente com relação às habilidades funcionais em terra, como consequência do trabalho na água. Filho et al (2009), realizaram um estudo de revisão bibliográfica com 10 referências e constatou o método de Halliwick como a melhor proposta de tratamento para pacientes com SD, tendo como ênfase de desenvolver as habilidades do paciente na água, utilizando o meio aquático como uma forma de proporcionar a felicidade, o prazer, colocando as atividades em formas de jogos, facilitando através do meio líquido as funções motoras nas pessoas com SD. No estudo de revisão bibliográfica com 24 referências de Romão e Caetano (2009), pode-se observar que os benefícios do método de Halliwick nas pessoas com SD são os de fortalecimento e equilíbrio muscular e podem ser realizados com turbulência da água provocados em diferentes velocidades, permitindo assim o equilíbrio para diversos déficits motores. A normalização do tônus muscular pode ser realizada por meio de exercícios resistidos contra a flutuação e viscosidade da água, durante algumas atividades lúdicas. Pode-se constatar ainda os benefícios do método de Halliwick no estudo de caso de Garcia (2010a), com uma criança com SD de 1 ano e 8 meses no setor de hidroterapia, baseados na hidrocinesioterapia e o método de Halliwick. O protocolo de exercícios foi realizado de 30 a 40 minutos com objetivos de fortalecimentos muscular global, controle postural e equilíbrio. As principais atividades realizadas foram retirar e colocar a criança na água, rotação vertical e longitudinal, turbulência, batidas de pernas dorsal e ventral, saltos e treinos de marcha. Concluindo que os exercícios realizados foram positivos para o desenvolvimento motor de uma criança com SD. Em outro estudo de caso com uma criança com SD, Garcia (2010b) realiza vinte sessões de fisioterapia aquática, sendo realizadas 2 vezes na semana com 30 a 40 minutos cada atendimento. O desenvolvimento motor foi avaliado por meio de um questionário aplicado ao responsável pela criança no início e a cada dez sessões. O método adotado foi a de Halliwick onde a criança apresentou-se mais ativa, atingindo passos independentes após 20 sessões. A fisioterapia aquática colaborou através do método Halliwick na qual foi utilizada para o desenvolvimento motor ao intervir na criança com SD proporcionando assim uma melhora na qualidade de vida. 5. CONCLUSÃO De acordo com os artigos pesquisados, os indivíduos com SD apresentam algumas características físicas principais em comum, tais como: hipotonia, lentidão e atraso no desenvolvimento motor. Na Hidroterapia existem propriedades físicas da água como temperatura de 30 a 32, viscosidade, pressão hidrostática, empuxo e fluxo turbulento que ajudam a tratar tais características físicas. Pode-se notar que o método de Halliwick é enfatizado por alguns autores por propiciar ganho de força muscular, dando maior mobilidade, melhorando a autoestima e autoconfiança em diversas patologias. Em especial na SD podem-se constatar os benefícios de: controle do equilíbrio; adequação do tônus muscular; melhora no desenvolvimento motor e na qualidade de vida, pois tais benefícios são obtidos por meio das propriedades físicas da água e atividades como colocar a criança na água, rotação vertical e longitudinal, turbulência, batidas de pernas dorsal e ventral, saltos e treinos de marcha. Desta forma, conclui-se que o método de Halliwck é de importância para o desenvolvimento do indivíduo com SD, em especial a respeito da hipotonia, uma de suas características principais. Sugere-se que outros estudos similares sejam realizados, visando à melhora da qualidade de vida do indivíduo com SD. 10 6. REFERÊNCIAS BIASOLI, Maria Cristina; MACHADO, Christiane Márcia Cassiano. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. REV. BRAS. MED., v. 63, n. 5, p. 225-37, mai. 2006. BRAGANÇA, Ana Paula Fernandes. ANTUNES, Mara Rubia. Síndrome de Down e a importância da hidroterapia: caminhos para um melhor equilíbrio. Revista Digital - Buenos Aires, v. 14, n. 142, mar. 2010. BRITO, Ariella. et al. Avaliação do perfil cinestésico-corporal de crianças com Síndrome de Down: um parâmetro para se atender à proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação especial. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., v. 17, n. 63, p. 341-54, abr./jun 2009. CARVALHO, Ana Clara Alves. et al. Síndrome de Down: aspectos relacionados ao sistema estomatognático. R. Ci. méd. biol., v. 9, n. 1, p. 49-52, 2010. FILHO, João Paulo. et al. Fisioterapia aplicada a portadores com Síndrome de Down. 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