Sílvia Pelham

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23‐09‐2011
JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO – “PATRIMÓNIO E PAISAGEM URBANA”
23 SETEMBRO 2011
Faculdade de Arquitectura – Universidade Técnica de Lisboa Silvia Paula Pelham, PhD (FAUTL), R.I.B.A.
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QUE TERÁ ACONTECIDO ÀS ESTRUTURAS DE ESTILO POMBALINO À MEDIDA QUE LISBOA FOI CRESCENDO NOS 200 ANOS APÓS O TERRAMOTO DE 1755?
MODELO RETIRADO DA MALHA ORTOGONAL DA BAIXA E IMPLANTADO NAS COLINAS TENDO ESTES EDIFÍCIOS SOBREVIVIDO ATÉ AO SÉX. XXI COMO PODEM SER ADAPTADOS A PADRÕES ACTUAIS DE CONFORTO MANTENDO A ESSÊNCIA DE UM ESPÓLIO INAGUALÁVEL CONSTRUÍDO?
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Área de Estudo
o edifício
localizado
ao longo de um
percurso dinâmico
a rua como geratriz
força motriz do desenvolvimento
do projecto
a rua reflectiu os factos históricos ligados à construção, demolição ou reconstrução dos edifícios que permaneceram sobre este eixo
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Percurso com espaços fechados e abertos ‐ Fulcros e Segmentos de Via formando Itinerários
meio milhar de edifícios
7 km de rua ‐ 17 km de fachadas
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Determinação das Freguesias do Percurso
os edifícios por vezes não estão inseridos dentro dos limites de uma só freguesia implantação difícil de definir quando
atravessados t
d
pelos limites de duas ou mais freguesias
1650
1785
1833
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distância máxima entre fulcros foi 350 metros com 60% das distâncias balizadas entre 100 e 250 metros percorridas entre 3 a 5 minutos aos espaços abertos está aliado o prazer da vista e a maioria dos fulcros tem imóveis ou estatuária de interesse cultural e artístico
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devido ao reduzido número de edifícios que formam os troços intermédios dos segmentos de via entre fulcros principais verificou‐se a existência de ambientes de bairro com características distintas conforme a sua localização
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ESPAÇOS ABERTOS CONSTRUÍDOS E ÁREAS VERDES
ESPAÇOS ABERTOS CONSTRUÍDOS E ÁREAS VERDES
ESPAÇOS ABERTOS CONSTRUÍDOS E ÁREAS VERDES
PRAÇA
IT
B
IT
2009 = 350º aniversário
AB
Igreja original totalmente
destruida em 1755 seminário e igreja
reconstruidas em 1770
por Dominicanos
Irlandeses, dedicada a
Nossa Senhora do
Rosário.
LARGO
LARGO
IT
BC
IT
ESTATUÁRIA
Figura do escritor com
Monumento a Eça de
figura feminina com
Queirós (1903)
palavras do escritor na
Escultor Teixeira
lápide:
Lopes
C
Desenho original de 18335
ESTATUÁRIA
Monumento ao
poeta Chiado
inaugurada em 1925
escultor Costa Mota
Estátua em bronze em memória do
poeta
António Ribeiro Chiado
que viveu entre
1520 e 1591 que
costumava vir a este lugar declamar
sua poesia para muito agrado do povo
Fonte: Imagen s e Estampa do Arquivo Foto gráfico da Câmara Mun icipal de Lisboa
"sobre a nudez da Verdade o
manto diáfano da Fantasia"
1
2
3
Fonte: Imagens do Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa
Luís de Camões
e ilustra o esforço físico do
marinheiro vencendo a força
Ermida de Santo António às antigas
Portas de Santa Catarina passa
a Igreja em 1573.
Em 1651 foi quase destruída pelo
fogo e o terramoto acabou por a por
em ruínas.
Antiga Igreja da
Ameixoeira por se
encontrar no términus
da estrada da
Ameixoeira dedicada a
Nª Srª da Encarnação
sobre um pedestal de pedra
das águas.
IGREJA
A Igreja do Corpo Santo
representa 14 nacionalidades
diferentes entre os seus
paroquianos que também incluem
Católicos estrangeiros de língua
inglesa que residem no país.
leme visível do rio está
Estátua em bronze com quatro metros
de altura sobre um pedestal de sete
metros e meio.
A seus pés acompanham-no quase
com dois metros e meio de altura
outros sábios:
3 poetas1
2 historiadores2
2 cronistas3 e
1 cosmógrafo 4
IGREJAS
A Igreja do Loreto
reconstruida após o
terramoto em 1785
pelo desenho do
arquitecto
José da Costa e Silva
C
A figura retorcida sobre o
Estátua Ao Leme
(1915)
Escultor Francisco
dos Santos
ESTATUÁRIA
LARGO
IT
ESTATUÁRIA
Antigo Loreto
JARDIM
Chiado
Substitui o desaparecido no
terramoto.
O General Junot na sequência do
decreto de 1 de Fevereiro de 1808
que lhe dava a governação do país
mandou banir de todos os locais
públicos as insígnias e as armas
reais mas não chegou a retirar o
pelourinho.
Santos
C
Estátua
do Duque da Terceira
(1877)
Escultor Simões de
Almeida
Esboço da Estátua na
Biblioteca Nacional
Arquitecto José
António Gaspar
Roque Gameiro
Município
B
Monumento a
Luís de Camões
Escultor Victor Bastos
aprovado por
D. Pedro V em 1860
inaugurado em 1867
por seu irmão D. Luís
estando presente
a corte incluindo o
Duque de Saldanha
ESTATUÁRIA
IT
IT
Voltado para o arco está um baixo
relevo que representa a
generosidade do Rei na
reconstrução da cidade e para a
frente as armas reais e a esfinge
do marquês.
ESTATUÁRIA
Pelourinho (1758)
Arquitecto Eugénio dos
Corpo Santo
O rei montando Gentil o cavalo
do Marquês de Marialva sobre um
pedestal com dois grupos
alegóricos: o Triunfo e a Fama.
Barão de Quintela
Comércio
PRAÇA
IT
AB
LARGO
PRAÇA
ESTATUÁRIA
Monumento a D. José I
de (1771-1772)
Escultor Machado de
Castro
Fundida sob a direcção
de Bartolomeu da Costa
(1774)
Inaugurada em 1775 nos
anos do Rei a 6 de Junho
A
Duque Terceira
PRAÇA
IT
Fonte: Imagens do Arquivo Fotográfico da CML e Estampa da Biblioteca Nacional
4
5
Vasco Mouzinho de Quevedo, Jerónimo Côrte-Real e Francisco de Sá de Meneses.
João de Caros e Fernão Lopes de Castanheda.
Fernão Lopes e Gomes Eanes de Azurara.
Pedro Nunes.
SEQUEIRA, Gustavo de Matos - O Carmo e a Trindade : subsídios para a história de Lisboa, Lisboa :
Câmara Municipal, 1939-1967, v. 3.
50% dos segmentos do percurso tem cobertura vegetal permitindo ao peão o abrigo da insolação de 10 em 10 minutos
Culturais da
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a rua transforma‐se em travessa, largo, calçada, praça, escadinha e beco até campo aberto
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Data de Construção dos Edifícios apenas 20% dos edifícios do percurso tem percurso tem
projecto de raiz no livro de obra
• 80% dos registos da Décima são pelo menos 100 anos anteriores aos do Livro de Obra • 19% dos edifícios do percurso 19% dos edifícios do percurso
tem diferenças entre 130‐140 anos
• 21% entre 140‐150 anos
• 12% entre os 150‐200 anos
construção nova: • 10% anterior a 1755
• 22% entre 1755 e 1800
• 14% entre 1800 e 1850
14% t 1800 1850
• 20% até 1900
• 34% no quinquénio seguinte (até 1950)
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Pisos
Definição dos Lotes e Nº de Pisos
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Os edifícios foram classificados em 16 categorias:
Edifício demolido
Edifí i de
Edifício
d alvenaria
l
i
Edifício de alvenaria e betão
Edifício novo
Edifício vazado
Edifício devoluto
Edifício sem projecto
Edifício ampliado
Edifício de alvenaria ampliado
Edifício alterado (betão)
Edifício com ascensor
Edifício alterado e ampliado
Edifício alterado – ascensor
Edifício ampliado – ascensor
Edifício alvenaria e betão com ascensor
Edifício sem consulta
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Elementos Construtivos
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Conservação
C
Censos 2001 ‐
2001 Edifícios
Edifí i
necessidade de reparação 67% (pré‐1919)
66% (1919‐1945) sem necessidade de reparação
27%
Edifícios do Percurso ‐ 2010
necessidade de reparação 66%
sem necessidade de reparação
30%
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Licenças de Obra e caracterização da evolução construtiva dos edifícios Faculdade de Arquitectura – Universidade Técnica de Lisboa Silvia Paula Pelham, PhD (FAUTL), R.I.B.A.
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Revestimento de Paredes
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Vãos
V1
Ed10
V2
Ed45
V3
Ed194
V4
Ed50
V5
Ed13
V6
Ed24
V7
Ed16
V8
Ed28
V9
Ed14
V10
Ed30
V11
Ed110
V12
Ed219
V13
Ed52
V14
Ed32
V15
Ed22
V16
Ed67
V17
Ed68
V18
Ed112
V19
Ed70
V20
Ed137
V21
Ed092
V22
Ed135
V23
Ed95
V24
Ed96
V25
Ed119
V26
Ed\57
S1
Ed76
S2
Ed19
S3
Ed87
S4
Ed91
S5
Ed114
S6
Ed1
S7
Ed79
S8
Ed88
P1
Ed10
P2
Ed137
P4
Ed7
P5
Ed7
P3
Ed135
P6
Ed7
P7
Ed7
P8
Ed379
P9
Ed381
V27
Ed158
V28
Ed187
V29
Ed258
V30
Ed268
V31
Ed270
32
Ed264
V33
Ed7
V34
Ed7
V35
Ed7
V37
Ed7
V38
Ed7
V36
Ed7
V39
Ed7
V40
Ed157
V41
Ed5
V42
Ed22
V43
Ed22
V43
Ed357
V44
Ed379
V45
Ed1379
V46
Ed379
O1
Ed26
O2
Ed10
O3
Ed137
O4
Ed1
O5
Ed7
O6
Ed375
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Vãos
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Ventilação de Vãos
Varandas
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Grades e Azulejos
G01
Ed304
A1 – azul e branco
(29 varidades)
Ed170
A2 – castanho verde e branco
(23 variedades)
Ed10
A3 – verde e branco
(10 varidades)
Ed137
A4 – cinza e branco
(4 variedades)
Ed53
A5 – azul castanho e branco
(8 variedades)
Ed114
A6 – azul castanho e verde
(1 variedade)
Ed529
A7 – rosa
(1 varidades)
Ed138
A8 – castanho
(4 variedades)
Ed63
A9 – castanho e branco
(14 varidades)
Ed341
A10 – azul verde e salmão
(3 variedade)
Ed158
A11 – verde claro
(1 variedades)
Ed166
A12 – verde escuro
(3 variedades)
Ed529
A13 – azul e verde
(2 varidades)
Ed94
A14 – bege
(1 variedades)
Ed360
A15 – azul claro
(3 varidades)
Ed524
G02
Ed331
G03
Ed22
G04
Ed30
G05
Ed288
G06
Ed289
G07
Ed520
G08
Ed521
Levantamento de grades em
ferro
forjado
decorativo
desenhadas em 1945 pelo Arq.
B. Coelho e J. Nogueira para a
Câmara Municipal de Lisboa
(Dias, J.L. Ed., 1967)
A16 – azul amarelo e branco
(3 variedade)
Ed532
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Páteos – Saguões – Vãos de Cobertura
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reconstruído
cantaria
sem ingresso
o
original
ampliações
nº de polícia
3 b
beirados
interrompido
cobertura
escada
descontinuado
2 beirados
Detecção da Evolução Construtiva
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Orientação e Ventilação Natural
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Cores dos Edifícios
R01
Ed437
R2
Ed538
R03
Ed001
R04
Ed261
R05
Ed479
R06
Ed063
R07
Ed099
R08
Ed031
R09
Ed039
R10
Ed093
R11
Ed072
R12
Ed056
R13
Ed034
R14
Ed035
R15
Ed051
R16
Ed195
R17
Ed057
R18
Ed071
R19
Ed045
R20
Ed193
R21
Ed162
R22
Ed415
R23
Ed198
R24
Ed355
R25
Ed514
R26
Ed042
R27
Ed544
R28
Ed215
R29
Ed080
R30
Ed450
R31
Ed067
R32
Ed144
R33
Ed048
R34
Ed156
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Incidência solar em contexto urbano
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Principais conclusões:
pombalinos, pombalinos e pós
pombalinos;
• o percurso apresenta edifícios pré
pré‐pombalinos,
pós‐pombalinos;
• 80% dos edifícios do percurso são centenários;
• 66% necessitam de conservação;
• os edifícios de alvenaria merecem ser inventariados e mantidos em bom estado de
conservação, pois são parte integrante da paisagem urbana lisboeta e da sua
identidade local ;
• viver a cidade é conviver com eles diariamente e a sua profusão é prova que se
mantêm uma mais‐valia social e um elemento singular urbano a preservar e
enriquecedor do colectivo cultural da cidade.
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