UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL IMUNOLÓGICO EM MULHERES PORTADORAS DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO Daliana Caldas Pessoa da Silva Natal 2011 . 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL IMUNOLÓGICO EM MULHERES PORTADORAS DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO Dissertação de mestrado apresentada ao programa de pós graduação em ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Para obtenção do título de grau mestre. Orientador: Prof. Dr. Geraldo Barroso Cavalcanti Junior (UFRN) Co-orientadora: Profa. Dra. Ane Katerine Gonçalves (UFRN) Natal 2011 . 2 II UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Coordenadora: Profa. Dra. Tércia Maria de Oliveira Maranhão Natal 2011 . 2 III UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL IMUNOLÓGICO EM MULHERES PORTADORAS DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO Banca Examinadora: Presidente da Banca: Geraldo Barroso Cavalcanti Junior Membros da Banca Examinadora: Prof. Dr. Geraldo Barroso Cavalcanti Junior – UFRN Prof. Dr. Carlos Eduardo de Queiroz Lima – UFPE Profa. Dra. Valéria Soraya de Farias Sales - UFRN Natal 2011 . 2 IV “ Se pensar é o destino o ser humano, continuar sonhando lógico, é o implica seu em grande desafio. trajetórias vitórias, com muitas obstáculos pelo caminho. lutas, Apesar com e de E isto, riscos, não é em poucos tudo, seja ousado. Liberte sua criatividade. E NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS, pois eles transformarão sua vida em uma grande aventura” Augusto Cury V DEDICATÓRIA Aos meus pais e avó, Dailor Bezerra Pessoa, Maria de Fátima Caldas Pessoa e Izabel Fernandes Caldas, grandiosos mestres, conselheiros e educadores, pelos fiéis exemplos de vida, amor, dedicação e perseverança. Agradeço de coração o carinho, incentivo e apoio constantes, que nunca mediram esforços para me fazer seguir em frente na busca de meus sonhos. A minha filha, Isabelle Caldas Pessoa da Silva, que através de seu amor e carinho em todas as horas, me incentivou a prosseguir. A meu namorado, Jakson Rogério Ferreira de Lima, que através de sua dedicação e compreensão fazem dele um verdadeiro companheiro em todos os momentos. VI AGRADECIMENTO À Deus, pelo dom da vida e por sempre me iluminar e guiar meus caminhos. Ao Prof. Geraldo Barroso Cavalcanti Junior, que através de sua amizade, confiança e orientação foi fundamental tanto no meu conhecimento científico profissional como pessoal. Obrigada eternamente, professor Geraldo!!!! Sempre levarei comigo seu exemplo de vida, ética, humildade e solidariedade. À Prof. Janaina Crispim Freitas, pela amizade, atenção e assessoria científica constante. A sua presença foi extremamente importante ao meu amadurecimento científico. Gratidão eterna, querida professora, ao seu incentivo e apoio que nunca me faltaram desde o início do nosso encontro. À Prof. Ana Katherine da Silveira Gonçalves, pela atenção, colaboração e auxílio científico. Àos amigos Rosana Lucena de Sá Leitão, Roberto Chaves de Vasconcelos pela atenção e colaboração. Ainda por disponibilizar o laboratório de citometria de fluxo do Hemonort, para realização da imunofenotipagem das pacientes. Ao colega José Queiroz Filho, não apenas pela colaboração científica, mas principalmente pelo valor da eterna amizade, companheirismo e apoio nas dificuldades e alegrias. A amigo graduando Diego, pela amizade e excelente auxilio técnico. As funcionárias do laboratório Potengi, pela amizade, colaboração e extrema atenção em todos os momentos. VII LISTA DE ABREVIATURAS APCs: Células Apresentadoras de Antígenos DCs: Células Dendríticas HMC: Complexo de Histocompatibilidade HPV: Papiloma vírus Humano ISTs: Infecção Sexualmente Transmissíveis LGG: Linfócitos Grandes Granulados LIE: Linfócitos intra epiteliais LSIL: Lesão Intraepitelial Cervical de Baixo Grau NK: Natural Killer NKT: RPM: Rotação Por Minuto TH: T. Helper ZN: Zona de Transformação VIII LISTA DE FIGURAS Representação esquemática do genoma do HPV: E FIGURA 01 (Early do inglês) são genes precoces, L (Late do inglês) são genes tardios e URR (upstream Region Regulation) 03 é a região reguladora da replicação viral. Replicação do HPV relacionada à diferenciação das FIGURA 02 células do epitélio escamoso estratificado da cérvice uterina mostrando um epitélio cervical normal e um 08 infectado pelo vírus HPV FIGURA 03 FIGURA 04 FIGURA 05 FIGURA 06 FIGURA 07 FIGURA 08 FIGURA 09 FIGURA 10 FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13 Células escamosas com características coilocíticas Representação esquemática do perfil imunológico por cintometria de fluxo de uma paciente com lesão induzida por HPV. Representação esquemática do perfil imunológico por cintometria de fluxo de uma paciente do grupo controle. Distribuição da leucometria em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição da contagem de linfócitos em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição da contagem de monócitos em mulheres HPV+ e HPVDistribuição da contagem de granulócitos em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição dos valores de linfócitos TCD3+ em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição dos valores de linfócitos BCD19+ em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição dos valores de linfócitos TCD4+ em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição dos valores de linfócitos TCD8+ em mulheres HPV+ e HPV-. 13 17 18 31 32 33 34 35 36 37 38 IX FIGURA 14 FIGURA 15 FIGURA 16 Distribuição da relação CD4/CD8 em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição dos valores de células NK (CD16-56+) em mulheres HPV+ e HPV-. Distribuição dos valores de células NKT (CD3+/CD1656+) em mulheres HPV+ e HPV. 39 40 41 X LISTA DE TABELAS TABELA 01 Valores de referência da sub-população linfocitária. 16 TABELA 02 Características gerais e parâmetros hematológicos das mulheres pertencentes ao grupo controle. 23 TABELA 03 Características gerais e parâmetros hematológicos das mulheres infectadas pelo HPV 24 TABELA 04 Porcentagem de pacientes portadoras de HPV de alto risco e de baixo risco oncongênico. 25 TABELA 05 Parâmetros clínicos e epidemiológicos de 30 pacientes com LSIL estratificada por idade, tipo de lesão, presença oncogênico de baixo grau (destaque em verde) e alto risco (destaque em vermelho) do HPV e perfil imunológico. 26 TABELA 06 Perfil imunológico das mulheres pertencentes ao grupo controle 29 TABELA 07 Perfil imunológico das mulheres infectadas pelo HPV 30 XI LISTA DE ANEXOS Anexo 01 ................................................................................... 55 XII SUMÁRIO 1 LISTA DE ABREVIATURAS VIII LISTA DE FIGURAS IX LISTA DE TABELAS XI LISTA DE ANEXOS XII SUMÁRIO XIII RESUMO XV INTRODUÇÃO 1.1 2 4 CÂNCER DE COLO UTERINO 1 REVISÃO DA LITERATURA 3 2.1 BIOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DO HPV 3 2.2 TÉCNICAS DE DETECÇÃO DO HPV 4 2.3 3 1 O HPV E A INTERFERÊNCIA NO SISTEMA IMUNOLÓGICO DO HOSPEDEIRO 5 9 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL 9 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 9 10 CASUÍSTICA E METODOLOGIA 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 10 4.2 PARTICIPANTES 10 4.3 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO 10 4.4 MATERIAL 11 XIII 4.4.1 4.5 AMOSTRAS BIOLÓGICAS PROCEDIMENTOS 4.5.1 4.5.2 5 12 UTILIZANDO A COLORAÇÃO DE PAPANICOLAOU METODOLOGIA DA CITOMETRIA DE FLUXO NO 14 ESTUDO DO PERFIL IMUNOLÓGICO 4.5.2.2 4.5.3 11 METODOLOGIA DA CITOLOGIA ONCÓTICA 4.5.2.1 4.6 11 ANÁLISE HEMATOLÓGICA DE PACIENTES E GRUPO CONTROLE ANÁLISE DE CITOMETRIA DE FLUXO DE 14 PERFIL IMUNOLÓGICO METODOLOGIA DA CAPTURA HÍBRIDA 19 ANÁLISE ESTATÍSTICA 19 21 RESULTADOS 5.1 5.2 5.3 14 CARACTERÍSTICAS GERAIS E PARÂMETROS 21 HEMATOLÓGICOS DA POPULAÇÃO INVESTIGADA. DETECÇÃO DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM AMOSTRAS DE CITOLOGIA CERVICAL INVESTIGAÇÃO DOS PARÂMETROS IMUNOLÓGICOS DA 25 27 POPULAÇÃO ANALISADA 6 DISCUSSÃO 42 7 CONCLUSÃO 46 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 47 9 ABSTRACT 54 10 ANEXO 55 XIV Resumo O câncer de colo uterino consiste em um problema de grande relevância social, visto que se trata da segunda malignidade ginecológica mais freqüente no mundo. O principal precursor do câncer da cérvice uterina consiste na infecção pelo Papiloma vírus humano (HPV). O HPV tem despertado grande interesse na comunidade científica, devido à relação estabelecida entre a sua epidemiologia e o câncer de cérvice uterina. Apesar do grande avanço na biologia do HPV, pouco se sabe acerca da resposta imunológica a este vírus. O Papilomavírus humano (HPV) é um DNA vírus epiteliotrófico, que está vinculado à carcinogênese do colo uterino por meio de evidências epidemiológicas e laboratoriais. As infecções pelo HPV ocorrem em mulheres em todo o mundo. Existe consenso na literatura quanto à associação do DNA – HPV com as neoplasias intra – epiteliais cervicais e o câncer cervical. Por este motivo é de grande importância a detecção precoce deste tipo de infecção para que seja efetuado um tratamento específico. Esse trabalho está caracterizando o perfil imunológico de pacientes portadoras de HPV através da quantificação linfocitária (TCD4, TCD8, células NKT e células NK), e correlacionou esse material à técnica de captura híbrida, para poder comprovar a infecção pelo HPV, esperando assim contribuir precocemente para o diagnóstico do câncer de colo uterino. Descritores: Papilomavírus humano, Perfil imunológico captura hibida XV 1.INTRODUÇÃO 1.1– CÂNCER DE COLO UTERINO O câncer cervical é a segunda neoplasia mais prevalente entre mulheres no Brasil e no mundo(KODON K., 2009). Dados estimam que 231.000 mortes anualmente desta doença e cerca de 80% delas são oriundas dos países em desenvolvimento (BOSCH, FXAN, et al., 2008;BRASIL mds, 2008). A infecção persistente pelo Papiloma vírus Humano (HPV), do tipo oncogênico desempenha papel preponderante no desenvolvimento do câncer do colo uterino, sendo esse vírus detectado em quase todas as lesões pré – malignas e neoplásicas cervicais. (REIMERS et al., 2009; WOLSCHICK et al, 2011). Além da infecção pelo HPV, existem também outros fatores de risco envolvidos na carcinogênese cervical tais como: baixo nível sócio-econômico, início precoce da atividade sexual, multiplicidade de parceiros sexuais, tabagismo, higiene íntima inadequada, uso prolongado de contraceptivos orais, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e imunossupressão (AU, 2004; BOARDMAN, COOPER et al., 2004; FRANCESCHI, 2005; TRIMBLE, GENKINGER et al, 2005; WANG et al.,2009). A carcinogênese cervical é um processo que se desenvolve em múltiplas etapas (MUNOZ et al, 2003; MOSCICKI et al, 2006). A infecção persistente por um ou mais tipos de Papillomavírus humano (HPV) oncogênico e a transformação do epitélio infectado em neoplásico constituem em uma das etapas mais importantes desse processo (MOSCICKI et al, 2006). Embora estas etapas já estejam bem estabelecidas, diversos estudos relacionam os fatores imunológicos como determinantes destas transições (MUNOZ et al, 2003; AGUILAR et al, 2006; CASTLE et al, 2006). XVI A capacidade do indivíduo de eliminar a infecção pelo HPV seria determinada por fatores genéticos, possivelmente, atuando através de mecanismos imunológicos (GHADERI et al., 2002). A resposta imune do hospedeiro é considerada hoje um fator determinante da carcinogênese cervical, portanto a elucidação do perfil imunológico desencadeada no organismo pelo HPV e relacionada ao tipo de resposta imune provocada pela células T e sub-populações T helper (CD3+⁄ CD4+), supressor citotóxico (CD3+⁄ CD8+) e células natural Killer (NK), pode contribuir para o monitoramento das pacientes com lesão intra epitelial cervical O surgimento de novos parâmetros de avaliação para infecção por HPV é de grande relevância científica, visto a grande incidência deste vírus e a morbidade ocasionada por este em mulheres no mundo inteiro. Dada à importância deste estudo, podemos ressaltar que a sua aplicabilidade irá culminar com um novo consenso para o diagnóstico das lesões intra-epiteliais cervicais na profilaxia do câncer de colo uterino. XVII 1.1.1.1.1.1 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 – BIOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DO HPV O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus de dupla fita circular de DNA (figura 01) com comprimento de 7900 Kilobases de forma icosaédrica, não envelopado, com 72 caspsômeros e pertence à família Papillomaviridae. O HPV é classificado conforme a espécie de hospedeiro natural e subclassificado em tipos de acordo com as seqüências de nucleotídeos de DNA (ICTV, 2003; BURT, 2003). Após a integração dos HPVs de alto risco no genoma celular, esses passam a codificar as oncoproteínas E6 e E7 que promovem o processo maligno. A célula hospedeira possui genes supressores de tumores pRb e p53. O gene Rb é o principal regulador do ciclo celular e o gene (p53) é chamado de “guardião do genoma”, pois tem finalidade de supervisionar se todos os genes estão íntegros. Figura 1 - Representação esquemática do genoma do HPV: E (Early do inglês) são genes precoces, L (Late do inglês) são genes tardios e URR (upstream Region Regulation) é a região reguladora da replicação viral (adaptado de Munoz et al.,2006) XVIII Os HPVs dos tipos 6 e 11 induzem a condilomas que afetam a pele anogenital e parte inferior da vagina, sendo detectado nas lesões intraepiteliais escamosa de baixo grau (LSIL) e são considerados de baixo risco porque estão envolvidas em lesões benignas. Os HPVs dos tipos 16, 18, 30, 31, 33, 34, 35, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68 e 70 são fortemente associados com câncer intra – epitelial cervical, sendo considerados de alto risco e prevalecem em cânceres anogenitais (GOMPEL, 1997; PINHO et al.,2003; VARGAS et al.,2004). 2.2 – TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DO HPV Para determinação do câncer de colo de útero, o uso das técnicas atuais, como teste citopalógico, apesar de serem confiáveis, apresentam baixos índices de reprodutibilidade. Os testes moleculares, quando apresentam resultados positivos para tipos virais altamente oncogênicos, não determinam necessariamente o desenvolvimento de uma displasia, sendo necessários vários outros fatores concomitantes. Portanto, novas técnicas citológicas de análises prediletivas, confiáveis e reprodutíveis devem ser admitidas(MADKAN et al., 2007). A utilização da técnica de captura híbrida como metodologia no diagnóstico molecular do Papilomavírus Humano (HPV) tem se mostrado como uma das mais sensíveis na identificação do DNA viral existente nos mais diversos materiais clínicos (MANOS et al.,1989; BAUER et al.,1991; ADAMS et al., 1996, IWASAWA et al.,1997; GRAVITT et al.,1998; CHOW et al., 2000; NELSON et al., 2000; RÒLON et al., 2000), bem como na resolução de dúvidas originadas durante o diagnóstico citopalógico, não apenas nas infecções pré maligna , mas também nas infecções latentes ou subclínicas associadas a esse agente viral (MANOS et al.,1989; ADAMS et al.,1996; HIETANEN et al.,1997; COX, 1999; TENTI et al.,1999; CUZICK, 2000; VILLA, 2000; WRIGHT et al., 2000). XIX A Detecção do DNA do HPV pela técnica de captura hibrida é importante, mas se torna imperativo discriminar o tipo de HPV presente em materiais clínicos provenientes das mucosas genitais, a fim de verificar se os tipos presentes são de alto ou baixo potencial para desenvolvimento de neoplasias cervicais (BERNARD et al., 1994; VILLA, 2000). A determinação do tipo de HPV pode auxiliar também na condução de um tratamento mais apropriado para pacientes acometidas por essa infecção viral. 2.3 – O HPV E A INTERFERÊNCIA NO SISTEMA IMUNOLÓGICO DO HOSPEDEIRO O sistema imunológico da mucosa vaginal é formado pelos tecidos linfóides que estão associados à superfícies da mucosa vaginal. Agregados de tecidos linfóides não encapsulados são encontrados particularmente na lâmina própria tecidual, e na lâmina submersa do trato geniturinário (ROITT, 2003). A mucosa geniturinária contém células dendríticas para a internalização, processamento e transporte de antígenos para os linfonodos drenantes (ROITT, 2003). A resposta imune da vagina, tanto celular quanto humoral, parece depender da ação hormonal. Como o epitélio endometrial, a vagina também se modifica nas diferentes fases do ciclo menstrual, no entanto, mais acentuadamente à ação de estrógenos e progesterona. Os hormônios parecem que atuam de forma contrária aos mecanismos de defesa local. Estudos demonstram claramente que tanto o estrógeno e a progesterona influenciam na resposta imune inata e adaptativa. Evidências destes efeitos são encontradas em estudos experimental realizados entre fêmeas e machos (FIDLER, 2003; BETTINI et al., 2003). XX Existem vários tipos de linfócitos, porém não se consegue fazer diferenciação entre eles pela microscopia óptica convencional. Sendo somente a sua diferenciação por métodos imunológicos tais como: imunohistoquímica e⁄ ou imunofluorescência, detectado por meio de anticorpos monoclonais os antígenos são capazes de caracterizar estas células A maioria dos linfócitos circulantes são do tipo T, e uma menor quantidade do tipo B e “Natural Killer (NK)”. Os linfócitos T possuem receptores especializados em reconhecer antígenos ligados a MHC na superfície de outras células, que pode ser do tipo alfa/beta (TCR α ⁄ β) ou gama/delta (TCR γ ⁄ ∆). Na circulação sangüínea, ocorre o predomínio de células T com TCR α ⁄ β e na mucosa vaginal com TCR γ ⁄ ∆. Existe a hipótese de que os linfócitos T TCR γ ⁄ ∆ desempenhem função primordial na proteção das superfícies das mucosas (FIDLER, 2003; ROITT, 2003). Funcionalmente os linfócitos T são classificados em: linfócitos T auxiliares, T supressores citotóxicos. Os linfócitos T auxiliares também chamados T helper (Th), possuem receptor CD4 que reconhece a molécula do complexo principal de histocompatibilidade classe II, atuam no reconhecimento de macrófagos ativados e são importantes “sinalizadores” através da produção de interleucinas, que interagem com outros tipos celulares. De acordo com as citocinas produzidas desenvolve-se uma resposta predominantemente celular (tipo Th1). Com o direcionamento de mais células da resposta imune inata e linfócitos T para o local da infecção, ou uma resposta predominantemente humoral (tipo Th2), induzindo o recrutamento de linfócitos B e produção de imunoglobulinas (ROITT, 2003; ABBAS 2008). Os linfócitos T citotóxicos possuem receptores CD8 e são capazes de reconhecer e tolerar as moléculas de MHC de classe I autologa presente na superfície de outras células nucleadas e conseqüentemente exercer a ação de citotoxidade contra moléculas quando associadas a partículas virais ou se as mesmas forem geneticamente de outra origem (ABBAS, 2008). Outra população de linfócitos são os linfócitos denominados de linfócitos grandes granulares ou LGL, do termo em inglês “Large Grand XXI Lymphocyte”. Estes linfócitos se caracterizam por apresentarem em seu citoplasma um abundante conteúdo de grandes grânulos de tonalidade violeta (grânulos azurófilos), quando corados por corantes hematológicos ( ABBAS 2008). Esses linfócitos são classicamente denominados de “células assassinas naturais” ou Natural Killer (NK) sendo do ponto de vista imunofenotípico idenficados por técnicas de imunofenotipagem pela expressão do antígeno CD 56, expressando também altos níveis de controle (FC) receptor para fração das imunoglobulinas (CD 16) ou ainda as enzimas granzimas e perfurinas que estão presentes nos grânulos acima citados (ROITT, 2003). Cerca de 60 a 65% dos linfócitos circulantes nos adultos sadios correspondem a linfócitos T total. Destes, cerca de 35 a 50% correspondem as células TCD4+ e 25 a 30% as células TCD8+. As células NK correspondem a uma contagem em torno de 10 a 15% e os linfócitos B em torno de 10 a 20%. (LANIER, 1997). As células NK usualmente lisam células alvo que não expressam moléculas MHC de classe I, tais como, células tumorais ou aquelas infectadas por vírus. Dessa forma, moléculas MHC clássicas de classe I, quando expressas na superfície das células nucleadas podem exercer um mecanismo protetor da lise mediada por células NK nas células saudáveis (BONTROP, 2000). A região MHC de classe II possui genes que codificam as moléculas clássicas de histocompatibilidade de classe II, expressas normalmente nas células apresentadoras de antígenos (APCs), ou seja, nos monócitos, macrófagos, células dendríticas, células de Langerhans e linfócitos B (SULLIVAN et al., 2006). Do ponto de vista funcional, essas moléculas estão envolvidas na apresentação de peptídeos de origem extracelular, tais como bactérias, para células TCD4+ (TABAYOYONG et al., 2007). A ativação dessas células libera citocinas que atuam em diversas reações imunes (KELLY et al., 1991; SLOAN CAMERON et al., 1995). Uma vez que a infecção pelo HPV apresenta natureza não-lítica, limita a produção de antígenos virais que são processados e apresentados ao sistema imune adaptativo. As proteínas codificadas pelo vírus, em sua maioria, não são secretadas através das células infectadas. Portanto, as proteínas E XXII (precoces) são expressas em níveis baixos e, sobretudo, no núcleo celular e a produção de proteínas do capsídeo viral, altamente imunogênicas, é limitada a camada mais diferenciada e liberada ao epitélio, onde os sinais próinflamatórios são diminuídos. O HPV apresenta um perfil insuficiente para ativar a resposta imune do hospedeiro, uma vez que não há fase do ciclo de vida do HPV na corrente sanguínea, e apenas quantidades mínimas de replicação do vírus são expostas ao sistema imune, o vírus se torna praticamente imperceptível para o sistema imune do hospedeiro (KANODIA et al., 2007; STANLEY, 2008). Embora a resposta imune a infecção ao HPV seja pouco entendida, postula-se que a resposta imune celular (Th1) é prioritária em relação à resposta imune humoral (Th2). Ainda, a resposta imune do tipo Th1 pode gerar resposta específica dos linfócitos T citotóxicos, contribuindo para eliminação da infecção e regressão das lesões infectadas pelos tipos de HPV de baixo risco (GONÇALVES, 2004). Figura 2 - Replicação do HPV relacionada à diferenciação das células do epitélio escamoso estratificado da cérvice uterina mostrando um epitélio cervical normal e um infectado pelo vírus HPV (Adaptado de MUÑOZ et al., 2006). XXIII 3.0 – OBJETIVOS 3.1 - Geral: Avaliar o perfil imunológico de mulheres portadoras do Papiloma Vírus Humano (HPV) por meio do perfil leucocitário, contagem de monócitos, granulócitos além de linfócitos total e subpopulações: i) Linfócitos B (LB), ii) Linfócitos T (LT) e subpopulações LT Helper e LT Supressor Citotóxico e, iv) células natural killer (NK). 3.2 - Específicos: • Avaliar o efeito citopatologico compatível com HPV nas mulheres em estudo através da citologia oncótica. • Tipificar os HPVs (em alto ou baixo grau) pela técnica de captura híbrida em mulheres cuja citologia cervico-vaginal apresentaram alterações citopatológicas compatíveis com HPV. • Comparar o perfil leucocitário e imunológico das mulheres com lesão cervical Intraepitelial cervical de baixo risco e com HPV de alto risco oncológico e com mulheres com HPV de baixo risco oncológico, associando também pacientes não portadoras de HPV. XXIV 4 – DELINEAMENTO DO ESTUDO 4.1 – Caracterização da pesquisa: O presente estudo foi conduzido mediante a aprovação do comitê de ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Este trabalho foi realizado por um estudo prospectivo, realizando inicialmente teste de captura híbrida nas mulheres com histórico de lesão cérvico-vaginal recorrente e estudo de perfil imunológico neste grupo de pacientes e em mulheres sadias que serviram como grupo controle. 4.2 – Participantes: Esse estudo foi realizado com um grupo de 30 pacientes na faixa etária dos 18 aos 59 anos, cuja citologia oncótica cérvico vaginal apresentou efeito citopático para HPV e foram não reagentes para o teste de HIV, HVC e HbsAg, provenientes do serviço de citologia do laboratório Potengi. O grupo controle foi composto de 30 pacientes saudáveis não portadoras de lesão cervico vaginal e sem HPV. 4.3 – Critérios de exclusão: - Tabagistas - Pacientes fora do grupo etário escolhido; - Pacientes gestantes; - Pacientes submetidos a qualquer tipo de tratamento ginecológico; XXV - pacientes com qualquer tipo de doenças do sistema imunológico: imunodeficiências, doenças inflamatórias e auto-imunes. 4.4 – Material: 4.4.1- Amostras biológicas a- Sangue periférico: Amostras de sangue periférico (10 mL) foram obtidas através de punção de venosa, foram, coletadas por sistema a vácuo vacutainer (BECTON – DICKINSON – VACUTAINER SST BD). Tubos contendo anticoagulante, para a realização dos seguintes exames; hemograma e quantificação da subpopulação linfocitária por citometria de fluxo. Paralelamente a esses exames, todas as pacientes foram submetidas à testes sorológicos para Fator Reumatóide, HIV, HTLV, HVC e HbsAg, sendo todas soronegativas. b- Raspado cérvico-vaginal: Raspado das paredes vaginais, ecto e endocervice foram colocados em lâminas de vidro previamente identificadas, fixadas em álcool 96% para posterior coloração e leitura, com a finalidade de identificar a presença de coilócitos e discariose que são efeitos citopático para o vírus HPV. Parte das células escamosas foram acondicionadas em frasco contendo 1,5 mL de solução tampão t.E (Tris-HCL 10 mM pH 8,0; EDTA 1 mM) e estocadas a – 20º para ser utilizada a técnica de captura híbrida, onde foi identificado se o HPV era de alto ou de baixo risco oncogênico. Realizado no laboratório Alvaro. 4.5 – Procedimentos: XXVI 4.5.1 – Metodologia da citologia oncótica utilizando a coloração de Papanicolaou: As Pacientes foram encaminhadas para o setor de anamnese, onde foi preenchida sua ficha, em seguida foi coletado material cervico vaginal das mesmas utilizando espátulas de Ayre e escova vaginal e confeccionado os esfregaços em duas lâminas sendo estas fixadas em álcool absoluto e em seguida foram coradas pela técnica de Papanicolaou, onde se analisou estas lâminas e observou a presença de coilócitos ou não, que caracteriza o efeito citopático compatível com HPV. Fig. 03. XXVII A B C D E F Figura 03 - Células escamosas com características coilocíticas. (Fonte: Própria) A- Grupamentos de células escamosas maturas tipo superficiais e intermediárias apresentando binucleação, hipertrofia e hipercromasia nuclear com halos perinucleares que caracteriza a coilocitose. B- Células metaplásicas maturas com núcleos periféricos e espessa periferia citoplasmática, acentuado infiltrado leucocitário. C- Células metaplásicas maturas com núcleo central pouco dilatado caracterizando um coilócito típico, infiltração leucocitária e hemácias. D- Células intermediarias e metaplásicas com núcleos pouco volumosos e espessa periferia citoplasmática, infiltrado leucocitário. E- Célula metaplásica com periferia citoplasmática espessa com núcleo excêntrico, leucócitos XXVIII F- Células maturas típicas e células apresentando coilócito típico com núcleos picnóticos, binucleados e periféricos. 4.5.2 – Metodologia da citometria de fluxo no estudo do perfil imunológico: 4.5.2.1 - Análise hematológica de pacientes e grupo controle Dez mililitros (10 mL) de sangue venoso periférico foi coletado em tubos vacutainer contendo EDTA e foram homogeneizados imediatamente. A contagem de glóbulos brancos (WBC), dosagem de hemoglobina, e contagem de plaquetas foram realizadas no analisador hematológico (Cell Dyn-3.000). A análise citomorfológica foi realizado em esfregaços de sangue corados pelo Leishmann. Um total de 100 leucócitos foram contados e o resultado marcado em porcentagem. Para conversão em valores absolutos, os valores percentuais foram multiplicados pela contagem de leucócitos absolutos e divididos por 100. 4.5.2.2 - Análise de citometria de fluxo de perfil imunológico: A imunofenotipagem foi realizado em amostras de sangue periférico por citometria de fluxo. Marcadores de superfície celular foram identificados usando anticorpos monoclonais (MoAb) específico para: i) Linfócitos B e T (CD3FITC/CD19PE/CD45PerCP), ii) T helper e supressor de linfócitos citotóxicos (CD4FITC/CD8PE/CD3PerCP), iii) NK e células NKT (CD3FITC/CD16-56PE/CD45PerCP). Todos os AcMo foram adquiridos sistema Imunocitoquímica Becton-Dickinson,San Jose, CA. Cem microlitros (100 µL) de sangue periférico previamente homogeneizado foram incubadas com 20 µL (vinte microlitros) de AcMo por 30 minutos a temperatura ambiente ao abrigo da luz. Após este período, a suspensão foi homogeneizada acrescentando a mesma um mililitro (1mL) de uma solução de lise de eritrocitos previamente diluída a 10% (FACs-lyse XXIX Solution / Becton Dickinson). Em seguida, suspensão celular foi submetida a uma nova incubação por mais 10 minutos em temperatura ambiente ao abrigo da luz. Ao fim deste tempo, a suspensão celular foi centrifugada por 5 minutos a 1.500 RPM, o sobrenadante foi descartado e o sedimento celular ressuspendido em solução salina tamponada de fosfato (PBS, pH 7,2) e centrifugado novamente a 1.500 RPM; sendo esta última etapa foi repetida mais uma vez. Finalmente, o pellet celular foi ressuspenso em 1 mL solução de formol a 1% em PBS . A leitura (aquisição das amostras) foi realizada em um total de 20 mil eventos (células) por tubo em um analisador de fluorescência celular ativado (FACScan, San Jose, CA, EUA), com software Cell Quest (Software Cell Quest-TM, Becton Dickinson Immunocytometry Systems, San Jose, CA, EUA) . Após a aquisição, as células foram analisadas pelos parâmentros determinado pelo espalhamento luminoso do laser sobre as células sanguíneas: Forward Scatter (FSC) em escala linear que avalia o tamanho celular e Side Scatter (SSC), também em escala linear, determinante da complexidade celular. Por meio destes parâmetros foi feito o procedimento de isolamento da população linfocitária (gate) e procedida a análise das fluorescências relativas FL1, FL2 e FL3 em escala logaritimica que detecta verde, laranja, vermelho e fluorescência, respectivamente, representativo da reação antígeno-anticorpo conjugado ao Isohtiocyanate fluorescein (FICT ), Phicoeritrin (PE), e Peridin Protein clorophyl (PerCP), respectivamente. Os resultados foram expressos em porcentagem de células em marcadores dupla tais como: linfócitos Pan T (CD3+/CD19-), células B (CD3/CD19+), linfócitos T helper (CD3+/CD4+), T supressor de linfócitos citotóxicos (CD3+/CD8+), as células NK (CD3-/CD16-56+), e as células NKT (CD3+/CD1656+). Para conversão em valores absolutos, os valores percentuais foram multiplicados pela contagem absoluta de linfócitos e dividido por 100 (Figuras 4 e 5). Os valores de referências para adultos sadios empregados nesse estudo encontra-se resumido na Tabela 1. XXX Tabela 01 – Valores de referência da sub-população linfocitária. Subpopulação Linfocitária Valores de Referência (%) / µL Linfócitos T ou CD3 (60 – 87) / 605 - 2.460 Linfócito T Helper ou CD3+/CD4+ (32 - 61) / 600 - 1.666 Linfócito T Supressor Citotóxico ou CD3+/CD8+ (14 - 43) / 224 - 1.112 Células Natural killer ou CD16-56+ (04 - 28) / 73 - 654 Linfócitos B ou CD19 (05 - 20) / 72 - 520 Relação CD4/CD8 (1,5) / 1 - 2,5 Referência: Adaptado de SANTAGOSTINO et al, 1999. XXXI A C E B D F Figura 4 – Representação esquemática do perfil imunológico por cintometria de fluxo de uma paciente com lesão induzida por HPV. XXXII A B C D E F Figura 5 – Representação esquemática do perfil imunológico por cintometria de fluxo de uma paciente do grupo controle.. XXXIII 4.5.3 – Metodologia da Captura Híbrida: A detecção do DNA- HPV foi obtida através do exame de captura hibrida (Digene Diagnostic Inc®). O material para análise consistia de rapado endocervical, coletado com escova fornecida pelo laboratório. Após a coleta, a escova contendo o material biológico era condicionada em tubo com meio liquido especialmente desenvolvido para conservação das células com seu respectivo DNA. O processamento desse material biológico foi realizado no laboratório Álvaro, conforme protocolos técnicos do fabricante. A carga viral mensurada em URL/CP, por quimioluminômetro, com intensidade de luz proporcional a carga de DNA-HPV. Com o propósito de classificar os exames em positivos ou negativos, estabelecia-se, a cada processamento, um valor de corte para a intensidade de luz. Quando esta intensidade superava o valor de corte, considerava-se o exame como positivo; do contrário, era classificado como negativo. A proporção de URL/CP para considerar o exame como positivo era de 1, que corresponde a 1 pg/ml de DNA-HPV, ou 0,1 cópia e vírus/ célula. Nas mulheres com exame positivo, dada a concentração de valores de carga viral desviada para a direita, optou-se por usar uma escala logarítmica de distribuição e agrupá-las graficamente em 1 a < 10, 10 a < 100, 100 a <1000 e > 1000 URL/CP. As sondas incluídas neste estudo eram dirigidas apenas aos tipos 16,18,31.33, 35, 39, 45, 51,52, 56, 58, 59 e 60, considerados de alto risco oncogênicos. 4.6 - Análise Estatística Os dados obtidos nos ensaios foram analisados por diferentes XXXIV testes estatísticos e gráficos e considerados estatisticamente significativos quando p < 0,05. Para melhor compreensão da correlação entre mulheres infectadas ou não pelo HPV e parâmetros hematológicos e imunológicos, foram confeccionados gráficos e calculadas médias, medianas, desvios, empregando o software Microsoft ® Excel 2000 versão 9.0. A comparação da contagem da subpopulação linfocitária entre os grupos foram realizadas utilizando o teste de Mann-Whitney. Os parâmetros clínicos foram avaliados por média do teste exato de Fischer por tabela de contingências 2x2 com ajuda do software estatístico Statistic Pack for Social Sciences (SPSS for Windows versão 9.0; Copyright ® SPSS, INC). XXXV 5. RESULTADOS 5.1. Características gerais e parâmetros hematológicos da população investigada. Nas 30 mulheres pertencentes ao grupo controle, 14 eram de cor branca, quatro pretas e 12 mulatas. Com relação à faixa etária, observou-se variação de 21 a 49 anos com media de 30 anos (Tabela 2). Ainda neste grupo, a leucometria variou de 4.000 a 11.900/mm3 com media de 5.900/mm3. A contagem de linfócitos variou de 1.200/mm3 a 2.600/mm3, com mediana de 1.760/mm3. Com relação à contagem de monócitos observaram-se os seguintes resultados: i) mínimo de 140/mm3, ii) máximo de 476/mm3, iii) mediana de 252/mm3. A contagem mínima de granulócitos foi de 2.183/mm3, máxima de 9.282/mm3 e mediana de 3.789/mm3 (Tabela 2). No grupo pertencente a mulheres infectadas pelo HPV, 20 eram de cor branca, uma preta e nove mulatas. Com relação à faixa etária, observou-se variação de 18 a 49 anos com media de 30 anos (Tabela 3). Neste, grupo, a leucometria variou de 4.100 a 13.000/mm3 com média de 2.490/mm3. A contagem de linfócitos variou de 1.000/mm3 a 5.000/mm3, com mediana de 2.493/mm3. Com relação à contagem de monócitos, observaram-se os seguintes resultados: i) mínimo de 164/mm3, ii) máximo de 1.300/mm3, iii) mediana de 580/mm3. A contagem de granulócitos mínima foi de 2.625/mm3, máxima de 8.300/mm3 e mediana de 4.960/mm3 (Tabela 3). A correlação estatística entre os dois grupos de mulheres e parâmetros hematológicos determinados pela leucometria total, contagem absoluta de linfócitos, monócitos e granulócitos estão relacionados nas figuras 6 a 9 respectivamente. XXXVI Observou-se correlação estatisticamente significativa entre os dois grupos para os seguintes parâmetros: leucometria com p< 0,0002 (Figura 6), contagem com de linfócitos com p< 0,0003 (Figura 7) e contagem de monócitos, com p< 0,0001 (Figura 8), porém não na contagem de granulócitos p= 0,01 (Figura 9). XXXVII Tabela 2. Características gerais e parâmetros hematológicos das mulheres pertencentes ao grupo controle. N° IDADE COR LEUC (mm3) LINF (mm3) MON (mm3) GRAN (mm3) 1 31 B 6.200 2.000 248 3.906 2 32 B 5.100 1.500 204 3.366 3 27 B 5.200 1.500 208 3.432 4 26 M 5.500 2.000 220 3.245 5 42 B 5.400 1.500 162 3.672 6 49 M 7.100 2.300 284 4.544 7 35 B 5.200 1.700 156 3.672 8 25 M 4.900 2.100 245 2.499 9 44 P 4.700 1.300 141 3.196 10 31 M 6.600 1.600 264 4.686 11 20 B 8.100 1.800 567 5.670 12 55 M 4.800 1.300 288 3.168 13 32 M 5.400 1.400 324 3.672 14 40 M 7.200 2.100 288 4.752 15 38 M 5.000 1.500 150 3.350 16 48 M 7.100 2.600 284 2.183 17 38 B 4.200 1.200 168 2.814 18 41 P 5.100 1.600 204 3.213 19 21 B 6.900 1.300 207 5.313 20 41 B 5.900 2.200 354 3.304 21 28 M 7.500 2.500 300 4.650 22 31 B 4.600 1.600 230 2.668 23 31 P 6.000 2.300 180 3.480 24 22 M 11.900 2.100 476 9.282 25 24 M 5.400 1.600 162 3.564 26 35 B 6.500 1.500 390 4.550 27 31 B 4.600 1.600 230 2.668 28 31 P 6.000 2.300 180 3.480 29 32 B 4.000 1.500 160 2.560 30 21 B 4.800 1.500 288 3.120 Min 21 xxx 4.000 1.200 141 2.183 Max 49 xxx 11.900 2.600 567 9.282 MD 33,4 xxx 5.400 1.900 230 3.480 M 30 xxxx 6.021 1774 255 3.907 OBS: B (cor branca), M (mulata); P (preto ou negro); Leuc. (Leucometria); Linf. (Linfócitos); Mon. (Monócitos); Gran. (Granulócitos); Min. (mínimo); Máx. (Máximo); MD. (Mediana); M (Media). XXXVIII Tabela 3. Características gerais e parâmetros hematológicos das mulheres infectadas pelo HPV N° IDADE COR LEUC (mm3) LINF (mm3) MON (mm3) GRAN (mm3) 01 39 B 7.100 1.400 710 5.396 02 42 B 5.700 1.800 570 3.306 03 24 B 8.600 3.000 774 4.730 04 30 B 8.400 1.700 840 5.796 05 34 B 5.000 1.000 700 3.300 06 29 M 9.500 2.600 1.235 5.605 07 31 B 5.000 1.700 400 2.900 08 44 M 5.000 1.900 450 2.650 09 38 B 6.500 2.400 650 3.380 10 38 B 8.000 1.600 560 4.560 11 29 B 7.000 2.100 270 4.340 12 48 M 7.500 3.300 247 2.625 13 35 M 9.000 3.500 540 4.950 14 35 M 11.000 4.100 660 6.160 15 32 B 8.700 3.000 435 5.220 16 34 B 5.000 1.200 250 3.500 17 30 B 9.000 2.700 540 5.760 18 34 M 10.000 3.000 500 6.500 19 18 M 10.000 3.900 500 5.600 20 39 B 6.000 2.300 300 3.300 21 35 B 13.000 3.300 1.300 8.300 22 27 M 11.300 3.300 452 7.400 23 34 M 4.100 1.200 164 2.700 24 36 B 7.000 2.500 280 4.200 25 43 P 9.800 3.100 784 5.800 26 40 B 12.000 3.000 840 7.400 27 35 B 11.800 5.000 826 8.300 28 35 B 7.000 2.200 490 4.270 29 42 B 8.500 1.700 765 6.035 30 35 B 6.500 1.300 390 4.810 Min 18 xxx 4.100 1.000 164 2.625 Max 49 xxx 13.000 5.000 1.300 8.300 Med 34,8 xxx 8.200 2.450 540 4.880 M 30 xxx 8.129 2.525 590 4.991 OBS: B (cor branca), M (mulata); P (preto ou negro); Leuc. (Leucometria); Linf. (Linfócitos); Mon. (Monócitos); Gran. (Granulócitos); Min. (mínimo); Máx. (Máximo); MD. (Mediana); M (Media). XXXIX 5.2. Detecção do papilomavírus humano em amostras de citologia cervical De acordo com análises citológicas, 30 (50%) pacientes apresentaram lesão intraepitelial cervical de baixo grau ou LSIL do termo em inglês low grade squamous intraepithelial lesion, associadas ao HPV, diagnosticada pela citologia cervical e 30 (50%) não apresentaram alterações associadas ao HPV (mulheres saudáveis). Para a confirmação da etiopatogenia das lesões e tipificação do HPV foi utilizada a técnica de captura híbrida nas pacientes com o vírus HPV e LSIL, apresentado o seguinte resultado: oito 08 (27%) apresentaram HPV de alto risco, 16 (53%) e 6 das 30 (20%) estavam infectadas com os dois tipos de HPV (Tabela 4 e 5). Tabela 4. Porcentagem de pacientes portadoras de HPV de alto risco e de baixo risco oncongênico. Tipo de HPV Número de pacientes (%) HPV – A 08 27,0% HPV – B 16 53,0% HPV AB 06 20% OBS: HPV-A (HPV de baixo risco); HPV-B (HPV de alto risco). XL Tabela 5. Parâmetros clínicos e epidemiológicos de 30 pacientes com LSIL estratificada por idade, tipo de lesão, presença oncogênico de baixo grau ( destaque em verde) e alto risco (destaque em vermelho) do HPV e perfil imunológico. Tipo de HPV HPV lesão AR BR 39 LSIL NEG 02 42 LSIL 03 24 04 Nº ID CD3/mm³ CD4/mm³ CD8/mm³ CD19/mm³ NK/mm³ NKT/mm³ CD4/CD8 01 POS 1079 742 280 266 42 0 2,65 NEG POS 1386 900 594 180 54 0 1,51 LSIL POS NEG 2260 1200 1170 300 60 5,4 1,02 30 LSIL NEG POS 1234 748 340 170 51 3,0 2,2 05 34 LSIL POS POS 700 430 250 100 20 9 1,72 06 29 LSIL NEG POS 1835 1248 832 494 130 1,9 1,52 07 31 LSIL NEG POS 1122 697 425 153 187 5,1 1,64 08 44 LSIL POS POS 1292 798 494 152 152 3,8 1,61 09 38 LSIL POS NEG 1630 672 912 271 72 1,2 0,73 10 38 LSIL NEG POS 1216 738 432 160 48 3,2 1,7 11 29 LSIL POS NEG 1302 630 651 84 84 0,2 0,96 12 48 LSIL POS NEG 2730 1287 924 330 462 9,9 1,39 13 35 LSIL NEG POS 1106 1439 805 429 105 3,7 1,78 14 35 LSIL POS POS 2549 1517 1185 574 164 0 1,27 15 32 LSIL NEG POS 1857 1350 750 270 30 0 1,8 16 34 LSIL NEG POS 875 600 348 120 12 0 2,5 17 30 LSIL NEG POS 2160 1242 702 405 81 2,1 1,76 18 34 LSIL NEG POS 1770 750 870 600 90 1,5 0,86 19 18 LSIL POS NEG 2613 874 1053 663 174 1,2 1,4 20 39 LSIL NEG POS 1544 1058 782 230 69 2 1,35 21 35 LSIL NEG POS 2264 1320 990 231 99 1 1,33 22 27 LSIL POS NEG 2678 1419 1056 396 165 3 1,34 23 34 LSIL NEG POS 898 552 240 144 60 6 2,3 24 36 LSIL POS NEG 2016 1275 650 250 50 1 1,96 25 43 LSIL POS POS 2289 1023 1147 310 93 6,2 0,89 26 40 LSIL POS NEG 2040 1290 750 120 510 9 1,72 27 35 LSIL NEG POS 4100 2100 1700 650 100 5 1,25 28 35 LSIL POS POS 1518 902 616 220 374 6,6 1,46 29 42 LSIL NEG POS 1241 782 510 102 85 3,4 1,5 30 35 LSIL POS POS 923 650 429 91 52 9,1 1,51 OBS: HPV-AR (HPV de alto risco em destaque vermelho), HPV-BR (HPV de baixo risco em destaque verde). XLI 5.3. Investigação dos parâmetros imunológicos da população analisada Com base na resposta imune ao HPV, investigamos possíveis associações entre HPV e avaliação quantitativa da subpopulação linfocitária determinada pela citometria de fluxo (Tabelas 5 a 7 e Figuras 10 a 16). Na avaliação quantitativa do perfil imunológico determinado pela contagem ds linfócitos T (CD3+) e subpopulações: T helper (CD3+/CD4+) e T supressor/citotóxico (CD3+/CD8+), linfócitos B (CD19+), células NK (CD1656+/CD45+) e células NKT (CD3+/CD16-56+), constatou-se elevada contagem de linfócitos TCD8+ predominantemente nas pacientes infectadas por HPV de alto risco quando comparados com mulheres de baixo risco (Tabela 5). Na mulheres com DNA do HPV de alto risco, 5 das 8 pacientes (62,5%) tiveram aumento da expressão de linfócitos TCD8+. Inversamente, considerando apenas os pacientes com DNA de HPV de baixo risco, apenas 2 das 16 (12,5%) pacientes apresentaram um aumento de linfócitos CD8 positivos T quando comparado com pacientes que exibem alto risco DNA HPV. Além disso, a avaliação quantitativa de CD19 foi normal em pacientes que exibem LSIL e HPV, quando comparado com o grupo controle composto por mulheres saudáveis (Tabela 5). Nas 30 mulheres pertencentes ao grupo controle, a contagem de linfócitos T variou de 949 a 2.080/mm3 com mediana de 1.303/mm3. A contagem de linfócitos T helper variou de 574/mm3 a 1.216/mm3 com mediana de 777/mm3. Para os linfócitos T supressor citotóxico constataram-se os seguintes níveis: nível mínino 264/mm3, máximo 805/mm3 e mediana de 420/mm3. Com relação às contagens de linfócitos B, observaram-se os seguintes resultados: contagem mínima de 96/mm3, máxima de 400/mm3 e mediana de 198/mm3. A contagem mínima de células NK foi de 130/mm3, máxima de 399/mm3 e mediana de 232/mm3. A contagem de células NKT foi de mínimo de 13/mm3; máximo de 184/mm3 e mediana de 70/mm3. Neste grupo de mulheres, todos os parâmetros acima citados bem como a relação XLII CD4/CD8 mostraram-se dentro dos limites de normalidade conforme demonstrado anteriormente na tabela 2 (Tabela 6). No grupo de mulheres infectadas pelo HPV, a contagem de linfócitos T variou de 700 a 4.100/mm3 com média de 1.700/mm3. A contagem de linfócitos T helper variou de 430/mm3 a 2.150/mm3 com mediana de 910/mm3. Para os linfócitos T supressor citotóxico constataram-se os seguintes níveis: contagem mínima de 280/mm3, máximo 1.700/mm3 e mediana de 728/mm3. Com relação às contagens de linfócitos B, observaram-se os seguintes resultados: mínimo de 84/mm3, máximo de 663/mm3 e mediana de 240mm3. A contagem mínima de células NK foi de 12/mm3, máxima de 510/mm3 e mediana de 84,5/mm3. As células NKT por sua vez observou-se ausência dessas células em 5 casos; contagem máxima de 30/mm3 e mediana de 3,3/mm3. Neste grupo, de mulheres, o cálculo da relação CD4/CD8 mostrou variação de 0,73 a 2,65 com mediana de 1,5 (Tabela 7). A análise estatística dos parâmetros imunológicos dos dois grupos demonstrou diferenças entre si para: contagem de células TCD8 com p= 0,002 (Figura 12), relação CD4/CD8 com p< 0,003 (Figura 13), contagem de células NK com p< 0,0002 (Figura 15) e células NKT com p<0,00001 (Figura 16). Com relação aos parâmetros: linfócitos T total (Figura 10), Linfócitos B total (Figura 14) e linfócitos T helper (Figura 11), não se constataram diferença estatisticamente significativa entre a contagem destas células e os grupos HPV+ e HPV-, sugerindo a pouca influência da fisiopatologia do HPV nestas células do sistema imune a nível sistêmico, ao contrário do observado com as células TCD8+, células NK e NKT. XLIII Tabela 6. Perfil imunológico das mulheres pertencentes ao grupo controle Caso n Linf. T CD3/m 3 m Linf. Th LTSC 3 Rel. 3 Linf. B Cel. NK 3 Cel. NKT 3 3 CD4 /mm CD8 /mm CD4/CD8 CD19 /mm CD16-56 /mm CD16-56/CD3/mm 01 1.480 920 600 1,37 260 280 20 02 1.110 660 390 1,69 120 240 60 03 1.000 780 285 1,69 150 315 45 04 1.440 960 580 2,73 160 340 100 05 1.065 690 300 1,65 165 180 75 06 1.794 1038 690 2,3 253 322 23 07 1.479 918 405 1,5 170 255 17 08 1.323 924 462 2 357 231 42 09 1.040 799 630 2 143 156 13 10 1.184 774 268 1,6 128 176 32 11 1.260 738 504 1,95 342 252 108 12 949 624 264 1,5 130 234 78 13 1.050 574 405 2,2 182 182 28 14 1.491 1.092 441 1,4 294 168 105 15 1.110 630 420 2,7 210 210 90 16 2.080 750 650 1,5 286 260 104 17 1.125 660 288 2,0 156 180 78 18 1.072 640 400 2,3 160 240 80 19 988 715 403 1,6 130 130 84 20 1.738 1.144 572 1,8 264 143 132 21 1.800 1.250 475 2,0 400 325 75 22 1.248 800 320 2,0 160 224 32 23 1.541 1.035 667 2,6 230 276 184 24 1.575 840 805 2,5 336 399 84 25 1.088 800 336 1,6 256 208 64 26 1.095 720 495 1,45 165 195 30 27 1.248 720 320 2,25 96 226 64 28 1.541 1.150 667 1,72 230 276 161 29 1.140 750 300 2,5 195 285 45 30 1.050 750 420 1,79 225 165 60 Min. 949 574 264 1,15 65 130 13 Max 2.080 1.250 805 2,75 400 399 184 Med 1.216 777 420 1,87 188 232 69 M 1.316 833 463 1,92 213 237 72 OBS: Linf B. (Linfócitos B), Linf T (Linfócitos T); Linf Th (Linfócitos T helper); Linf TSc (Linfócitos T supressor citotóxico); Cel. NK (Células Natural Killer); Cel. NKT (Células XLIVNKT); (mínimo); Máx. (Máximo); Med. (Mediana), M (Média). Tabela 7. Perfil imunológico das mulheres infectadas pelo HPV Caso Linf. T Linf. Th 3 LTSC 3 Rel. 3 Linf. B Cel. NK 3 Cel. NKT 3 3 n CD3/mm CD4 /mm CD8 /mm CD4/CD8 CD19 /mm CD16-56 /mm CD1656/CD3/mm 01 1.079 742 280 2,65 266 42 0 02 1.386 900 594 1,51 180 54 0 03 2.260 1.200 1.170 1,02 300 60 5,4 04 1.234 748 340 2,2 170 51 30 05 700 430 250 1,72 100 20 9 06 1.835 1.248 832 1,52 494 130 1,9 07 1.122 697 425 1,64 153 187 5,1 08 1.292 798 494 1,61 152 152 3,8 09 1.630 672 912 0,73 271 72 12 10 1.216 738 432 1,7 160 48 3,2 11 1.302 630 651 0,96 84 84 0,2 12 2.730 1.287 924 1,39 330 462 9,9 13 2.106 1.439 805 1,78 429 105 3,7 14 2.549 1.517 1.185 1,27 574 164 0 15 1.857 1.350 750 1,8 270 30 0 16 875 600 348 2,5 120 12 0 17 2.160 1.242 702 1,76 405 81 2,1 18 1.770 750 870 0,86 600 90 1,5 19 2.613 874 1.053 1,4 663 174 1,2 20 1.544 1.058 782 1,35 230 69 2 21 2.264 1.320 990 1,33 231 99 1 22 2.678 1.419 1.056 1,34 396 165 3 23 898 552 240 2,3 144 60 6 24 2.016 1.275 650 1,96 250 50 1 25 2.289 1.023 1.147 0,89 310 93 6,2 26 2.040 1.290 750 1,72 120 510 9 27 4.100 2.100 1.700 1,25 650 100 5 28 1.518 902 616 1,46 220 374 6,6 29 1.241 782 510 1,5 102 85 3,4 30 923 650 429 1,51 91 52 9,1 Min. 700 430 280 0,73 84 12 0 Max. 4.100 2.100 1.700 2,65 663 510 30 Med. 1.700 901 726 1,54 240 84,5 3,3 M 1.813 1.006,9 742 1,56 289 131 4,73 OBS: Linf B. (Linfócitos B), Linf T (Linfócitos T); Linf Th (Linfócitos T helper); Linf TSc (Linfócitos T supressor citotóxico); Cel. NK (Células Natural Killer); Cel. NKT (Células NKT); Min. (mínimo); Máx (Máximo); Med. (Mediana); M (Media). XLV HPV+ HPV- p=0.0002 Figura 6. Distribuição da leucometria em mulheres HPV+ e HPV-. . XLVI HPV + HPV - p=0.0003 Figura 7. Distribuição da contagem de linfócitos em mulheres HPV+ e HPV-. XLVII HPV+ p<0.0001 HPV- Figura 8. Distribuição da contagem de monócitos em mulheres HPV+ e HPV-. XLVIII HPV+ p=0.01 HPV- Figura 9. Distribuição da contagem de granulócitos em mulheres HPV+ e HPV-. XLIX HPV+ p=0.018 HPV- Figura 10. Distribuição dos valores de linfócitos TCD3+ em mulheres HPV+ e HPV-. L HPV+ p=0.03 HPV- Figura 11. Distribuição dos valores de linfócitos BCD19+ em mulheres HPV+ e HPV-. LI HPV+ p=0.022 HPV - Figura 12. Distribuição dos valores de linfócitos TCD4+ em mulheres HPV+ e HPV-. LII HPV+ p=0.0002 HPV- Figura 13. Distribuição dos valores de linfócitos TCD8+ em mulheres HPV+ e HPV-. LIII HPV+ p=0.003 HPV- Figura 14. Distribuição da relação CD4/CD8 em mulheres HPV+ e HPV-. LIV HPV + p=0.0002 HPV- Figura 15. Distribuição dos valores de células NK (CD16-56+) em mulheres HPV+ e HPV-. LV HPV+ HPV- p<0.00001 Figura 16. Distribuição dos valores de células NKT (CD3+/CD16-56+) em mulheres HPV+ e HPV LVI 6 - DISCUSSÃO A comunidade médica mundial está empenhada na elaboração de programas de vacinação contra o HPV. Antes que estes sejam implementados é importante reconhecer, que talvez este esforço isolado não seja suficiente, uma vez que a erradicação da infecção pelo HPV é também dependente da resposta imune celular. Estudos têm demonstrado níveis significativamente mais baixos de células de defesa tipo TH1 (células de Langerhans) no epitélio cervical de pacientes portadoras de lesões intraepiteliais de alto grau (LIEAG) quando comparadas aquelas encontradas no epitélio cervical de pacientes saudáveis (EVANS et al, 1997; BONTKES et al 2000; ). Sabe-se ainda que os linfócitos T citotóxicos (LTC) desempenham um papel importante na imunidade local, impedindo a progressão da doença. Existe na literatura fortes evidências de que os LTC específicos para o HPV de alto poder oncogênico parecem ter um papel central na inibição da carcinogênese cervical (BOR-CHING SHEU, et al.,2007). As referidas células desempenham uma função importante no reconhecimento e defesa contra antígenos específicos do HPV e agindo dessa forma como sentilenas no combate de células infectadas. Trabalhos têm demonstrado que dependendo do tipo de resposta Th específica para o vírus HPV-16 produtor da oncoproteína E7 pode resultar no clearance ou na persistência do vírus em pacientes com neoplasia cervical (DE GRUIJL TD, et al., 1998). Em estudo prévio, KADISH (2002) avaliou in vitro a resposta imune celular linfoproliferativa aos peptídios E6 e E7 do HPV 16 em 136 mulheres portadoras de NIC (neoplasia intraepitelial cervical) I e II seguidas durante um ano, Neste estudo observouse que a resposta imune celular ao peptídio E7 esteve relacionada a clarificação da infecção e a regressão da doença neste período de tempo. O presente estudo teve a finalidade de avaliar o perfil imunológico e a resposta imune sistemica ao HPV, mediante a caracterização quantitativa da subpopulação LVII linfocitária do sangue periférico por citometria de fluxo em mulheres infectadas com o HPV de baixo ou alto risco oncogênico e portadoras de LSIL. Estudando também paralelamente mulheres com as mesmas características sem doença, as quais constituiram o grupo contole Identificamos uma diminuição na contagem de linfócitos TCD4+, com relativo aumento no número de células TCD8+ entre as pacientes acometidos com HPV de alto risco quando comparados com aquelas infectadas com HPV de baixo risco e principalmente com as mulheres pertencentes ao grupo controle (Tabelas 5 a 7 e Figuras 10, 12, 13 e 14). Tal fato sugere que possivelmente, o HPV, especialmente o de alto risco poderia estar induzindo um efeito citopático nos linfócitos TCD4+ como uma estratégia de subverter a resposta imunitária destas pacientes frente à infecção. Estudos anteriores demonstram que pacientes com câncer cervical foi observado uma perda completa ou uma diminuição da expressão das moléculas de classe I em células tumorais. Este mecanismo poderia representar uma estratégia do vírus para escapar da vigilância imunológica e, consequentemente, não ser reconhecido em virtude da ausência da diminuição da expressão dos antígenos por parte destas moléculas apresentadoras. Consequentemente, as pacientes apresentariam uma redução do número de linfócitos T específicos necessárias para erradicar o vírus. (MONNIERBENOIT S, et al., 2006; DE BOER MA, et al., 2007). Em contrapartida, KANODIA (2007) observou que a expressão de moléculas imunossupressoras no microambiente cervical favoreceu ao escape viral. O que nos faz pensar inicialmente que ocorreria uma maior expressão de moléculas imunossupressoras a nível local, que posteriormente seriam inibidas a nível sistêmico. O que justifica nossos achados. Neste estudo, observamos ainda um decréscimo na quantidade de linfócitos TCD4+ e um acréscimo de TCD8+ nas pacientes infectadas com HPV de alto risco oncogênico, similarmente ao que acontece em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Neste caso específico, o mecanismo de apoptose induz a um esgotamento fisiológico dos linfócitos T no curso da infecção viral diminuíndo a LVIII resposta imune e contribuindo desta forma para o quadro de imunodeficiência (WATTRE P, et al., 1996). Todavia, quando analisamos a população de células NK e NKT, independente do poder oncogênico do HPV, observou-se uma diminuição acentuada nas duas subpopulações avaliadas (Tabelas 5 a 7 e Figuras 15 e 16). O decréscimo observado nestas sub-populações pode estar relacionado com a expressão aumentada de proteínas proapoptóticas, que poderia ser decorrente da ativação de mecanismos indutores de apoptose. Entretanto, não observamamos diferenças significativa na contagem de linfócitos B no sangue periférico nos dois grupos de mulheres estudados (com e sem HPV), o que talvez não ocorresse se tivesse sido avaliado material cérvico vaginal, uma vez que a mucosa genital normal é infiltrada por linfócitos TCD4+, TCD8 + , células plasmáticas , células dendríticas (DCs) e macrófagos (GARCIA-CHACON R, et al. 2009; INSINGA R.P, et al., 2009). Nossos resultados poderiam traduzir ainda uma participação limitada da resposta imune humoral , quando a infecção já está instalada. Constatamos também uma contagem mais elevada de linfócitos nas pacientes portadoras de HPV. Em adição, outro estudo examinou a expressão aumentada de linfócitos T CD3 entre as pacientes com NIC III (MALUF PJ, et al., 2008). Resultados semelhantes foram observados em uma análise por imunohistoquímica da expressão de células TCD4+ e TCD8+ na presença do HPV de alto risco oncogênico em lesões pré malignas e malignas do colo uterino (MONNIER-BENOIT et al, 2006). Concluindo, podemos dizer que as respostas imune celular e humoral são essenciais no processo de progressão ou regressão da infecção e⁄ ou lesão induzida pelo HPV. Associada a isso, diferentes linhas de pensamento evidenciam principalmente o papel da resposta imune celular neste processo. ( KARIM 2011). Por outro lado, existe ainda a necessidade de estudos adicionais, como finalidade de entendimento da interação entre o HPV e o hospedeiro, como também da resposta deste hospedeiro ao vírus. LIX 7. CONCLUSÕES Baseados nos objetivos propostos, concluímos que: • Observou-se a uma modulação do sistema imune adaptativo a nível sistêmico durante a infecção pelo HPV, independente do grau de oncogenicidade do vírus, sendo pronunciadamente mais evidente na diminuição do número de células NK e NKT e aumento das células TCD8+. • Durante a infecção pelo HPV as mulheres acometidas com o vírus de alto poder oncogênico apresentam uma modulação da resposta imune adquirida mais acentuada quando comparada com as mulheres infectadas pelo HPV de baixo grau, caracterizada pela diminuição acentuada na contagem de linfócitos TCD4+ com relativo aumento dos linfócitos TCD8+. • Não foi observada correlação estatisticamente significativa na contagem de células B (CD19+), levando a crer na pouca participaçào desses linfócitos imunidade humoral na resposta imune a nível sistêmico da infecção pelo HPV. • O aprofundamento nos estudos envolvendo uma maior caracterização imunofenotípica destas células do sistema imune e também a nível local associada a imunobiologia do vírus pode contrubuir de forma significativa aos conhecimentos atuais acerca de prováveis mecanismos entre virus e sistema imune do hospedeiro. • Esses estudos constitui de uma investgação preliminar para o entendimento da fenotipagem da infecção pelo HPV em mulheres com LSIL. 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There is consensus in the literature about the association of DNA-HPV with cervical intraepithelial neoplasy and cervical cancer. For this reason it is of great importance the early detection of this type of infection, so specific treatment can be performed, allowing healing and preventing the spread of HPV viral particles. This work is characterizing the immunological profile of patients with HPV by quantifying lymphocyte (CD4, CD8, NK cells and NKT cells), and correlating this material to the hybrid capture technique in order to confirm the HPV infection, hoping to contribute for the early diagnosis of cervical cancer Keywords: human papillomavirus, immune profile, hybrid capture LXVIII ANEXO Elsevier Editorial System(tm) for European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology Manuscript Draft Manuscript Number: 2 Title: UP-REGULATION OF CD8 (+) CELLS IS ASSOCIATED WITH ONCOGENIC HIGHRISK HPV IN WOMEN WITH LSIL. Article Type: Research Article Section/Category: Gynecology and Immunology. Keywords: Human papillomavirus, LSIL, CD4, CD8, NK. Corresponding Author: Dr GERALDO BARROSO CAVALCANTI JUNIOR, PhD. Corresponding Author's Institution: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE First Author: Daliana Caldas Pessoa da Silva Order of Authors: Daliana Caldas Pessoa da Silva, Geraldo Barroso Cavalcanti Junior, PhD. Abstract: Human papillomavirus (HPV) infection is frequent in young women and persistent infection may lead to cervical cancer. Immune response might be a key element regarding the progression or regression of human papillomavirus (HPV) infection. Individuals with a suboptimal immune response may be at increased risk of persistent HPV infection leading to sequelae of various grades of dysplasias and / or associated malignancy. On the other hand, different lines of evidence indicate that regression of HPV-induced lesions is the consequence of the cell-mediated immune response. Object: In this study we performed a cross-sectional study, in patients with a cytologic diagnosis of low-grade squamous intraepithelial lesion (LSIL), systematically comparing the quantitative expression of CD4 T and CD8 lymphocytes, CD19, NK, and NKT cells in patients infected by HPV, stratifying patients according to the presence of oncogenic low- and high-risk HPV DNA. Study Design: We analyzed 30 patients with LSIL who underwent HPV genotype detection using hybrid capture. Using flow cytometry, the presence of T lymphocytes (CD4 and CD8), CD19, NK, and NKT cells were investigated. Results: We found a strong increase of CD8-positive T lymphocytes among patients with oncogenic high-risk HPV DNA and a statistically significant decrease in the expression of NK and NKT cells in all groups of patients analyzed when compared with healthy controls. Furthermore, the quantitative evaluation of the CD19 was normal in patients exhibiting LSIL and HPV when compared among the healthy control group. Conclusions: These preliminary data suggest that the strong increase in CD8 T lymphocytes was related to oncogenic high-risk HPV DNA. LXIX Suggested Reviewers: Steven Witkin PhD Cornell University [email protected] Edmund Baracat PhD Universidade de São Paulo - USP [email protected] Iara Linhares Universidade de São Paulo - USP [email protected] Christiane Piena Soares Universidade Estadual de São Paulo – UNESP [email protected] Carlos Roberto Alves Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ / RJ LXX June 07, 2011 Dear Editor, We would like to submit the original research report UP-REGULATION OF CD8 (+) CELLS IS ASSOCIATED WITH ONCOGENIC HIGH-RISK HPV IN WOMEN WITH LSIL for your evaluation for publication in EUROPEAN JOURNAL OBSTETRICS AND GYNECOLOGY BIOLOGY. The purpose of this research was AND REPRODUCTIVE to perform a cross-sectional study, in patients with a cytologic diagnosis of low-grade squamous intraepithelial lesion (LSIL), systematically comparing the quantitative expression of CD4 T and CD8 lymphocytes, NK cells, and NKT cells in patients infected by HPV, stratifying patients according to the presence of oncogenic low- and high-risk HPV DNA. Thank you for your time, Correspondence: Prof. Geraldo Barroso Cavalcanti Júnior, MSc, PhD Laboratory of Clinical Immunology Department of Clinical and Toxicological Analysis Faculty of Pharmacy, 1th floor, Health Sciences Center, Federal University of Rio Grande do Norte. Avenue Gustavo Cordeiro de Farias S/N, CEP: 59010-180 Natal-RN, Brazil / FAX: + 55 (84) 3215-4226 E-mail: [email protected] ABSTRACT Human papillomavirus (HPV) infection is frequent in young women while persistent infection may lead to cervical cancer. Immune response might be a key element regarding the progression or regression of human papillomavirus (HPV) infection. Individuals with a suboptimal immune response may be at LXXI increased risk of persistent HPV infection leading to sequelae of various grades of dysplasias and / or associated malignancy. On the other hand, different lines of evidence indicate that regression of HPV-induced lesions is the consequence of the cell-mediated immune response. Objective: To compare the quantitative expression of CD4 T and CD8 lymphocytes, CD19 as well as NK cells and NKT cells in HPV-infected patients, correlated with the presence of low-risk and oncogenic HPV DNA. Study Design: We analyzed 30 healthy women and 30 patients with Low Squamous Intraepithelial Lesions undergoing HPV genotype detection by hybrid capture. Using flow cytometry, the presence of T lymphocytes (CD4 and CD8), CD19, NK, and NKT cells were investigated. The average number of cells in each group was verified using the Student t-test. A significance level of 5% was adopted in all the tests carried out. The Graph Pad statistical program was used to calculate the values. Results: We found a sharp increase in CD8-positive T lymphocytes among patients with oncogenic HPV DNA and a statistically significant reduction in the expression of NK and NKT cells in all groups of patients analyzed when compared with the healthy control group. Furthermore, the quantitative evaluation of the CD19 was normal in patients exhibiting LSIL and HPV when compared with the healthy control group. Conclusions: These preliminary data suggest a correlation between the increased number of CD8 T lymphocytes and oncogenic HPV DNA. Key words: Human papillomavirus, immunology, CD4, CD8, CD19, NK, NKT. LXXII 3 UP-REGULATION OF CD8 (+) CELLS ASSOCIATED WITH ONCOGENIC HIGH-RISK HPV IN WOMEN WITH LOW SQUAMOUS INTRAEPITHELIAL LESIONS DALIANA CALDAS PESSOA DA SILVA, ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONÇALVES, MSc, PhD., GERALDO BARROSO CAVALCANTI JUNIOR, MSc, PhD. UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Toxicology and Clinical Analysis and Obstetrics and Gynecology Department, Natal – RN, Brazil. Correspondence for: Prof. Dr. Geraldo Barroso Cavalcante Junior R. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n Petropolis – ZIP Code: Natal/RN – Brazil. Email: [email protected] TEL: +55(84) 3342- 9797 LXXIII CONDENSATION INCREASED CD8 LYMPHOCYTES AND DECREASED NK CELLS AND NKT CELLS IN PATIENTS WITH CYTOLOGIC DIAGNOSIS OF LOW-GRADE SQUAMOUS INTRAEPITHELIAL LESION AND HIGH-RISK HPV DNA. LXXIV INTRODUCTION Cervical cancer is the second most common cancer among women, responsible for 400,000 deaths worldwide (1-3). Human papillomavirus (HPV) is a common sexually transmitted infection and thus considered to be the most important etiological factor of nearly all cervical, anogenital, and oral cancers (45). HPV-induced cervical carcinogenesis is understood as a multistep process (6–8). The major steps in cervical carcinogenesis include persistent infection of the metaplastic cervical epithelium with oncogenic HPV infection followed by clonal progression of the infected epithelium to cervical pre-cancer or further invasion (6). Although these fundamental steps are well established, several immunological studies have shed light on the factors that influence each of these transitions (9-11). As a result, several predisposing factors have been implicated in enhancing persistence and/or progression (9-11). The importance of host immune response in the clearance of HPV infections is established (6–13). Data from the literature demonstrate that the local and systemic immune responses seem to play an important role in the progression of cervical intraepithelial neoplasia (CIN) (14). Host defense is a partnership between innate immunity and adaptive immunity (15, 16). In simple terms, the innate immune system detects the pathogen, acting as the first line of defense and activating the appropriate adaptive immune response (17). Immune response could possibly be a key element regarding the progression or regression of HPV infection. Individuals with a suboptimal immune response may be at increased risk of persistent HPV infection leading to sequelae of various grades of dysplasia and / or associated malignancy (14, 18, 19). Persistent infection with oncogenic HPV is the main cause of cervical cancer. Polymerase chain reaction (PCR)-based assays show that HPV DNA exists in approximately 90.7–96.6% patients with cervical cancer and in 13.4– 15.6% of the control women (7). Studies have demonstrated the importance of HPV persistence with abnormal cervical cytology and the subsequent occurrence of cervical intraepithelial neoplasia (CIN) (9-11). LXXV Most HPV-associated CIN lesions in normal women regress spontaneously, but a small number persist and may progress to invasive cancer. The risk of high-grade CIN was greatest in women who tested positive for oncogenic HPV, and the cumulative risks increase with high-viral-loads (11). The genomic instability of HPV-infected epithelial cells distinguishes the process of cell transformation from a productive viral infection and enhances the subsequent key steps toward malignancy. In most individuals, HPV-specific immune response eventually leads to clearance of the virus. Cervical cancers usually arise in individuals who retain HPV oncogenic expression for years or decades without effective immune response to resolve their infection (13–21). Both cellular and humoral immune responses are essential for the clearance of HPV-associated cervical lesions. On the other hand, different lines of evidence indicate that regression of HPV-induced lesions is the consequence of the cell-mediated immune response. HPV oncogenes that are expressed in these cells are involved in their transformation and immortalization, and are required for the progression (22). Although the role of the humoral and cellular immunity in clearing and controlling the virus remains undisputed, the characteristics of an effective cellmediated immune response are poorly defined. In this study we performed the cross-sectional study in patients with a cytological diagnosis of low-grade squamous intraepithelial lesion (LSIL) by systematically comparing the immunologic profile of peripheral blood cells by flow cytometry (FC) in both groups—HPV- and non-HPV-infected women—through the investigation of Tlymphocyte count (CD3 +), B (CD19 +) natural killer cells or NK cells (CD3/CD16-56 +), NKT cells (CD3 + / CD16-56 +) T cell subsets and also the T helper (CD3 + / CD4 +) and T suppressor cytotoxic cells (CD3 + / CD8 +), and then the ratio of TCD4/TCD8 cells. HPV-infected patients were stratified according to the presence of low- and high-risk HPV DNA. PATIENTS AND METHODS Patients The samples from 60 women seen in an outpatient clinic for genital infections were collected. Of the total samples, 30 were diagnosed as LSIL LXXVI cervical cytology specimens and the remaining 30 were defined as healthy controls without HPV infection. In addition, both groups were submitted to Hybrid Capture exam to detect or exclude the presence of low- and high-risk HPV DNA. All women underwent a blood count study and study of immune profile for FC. Women with a degenerative chronic illness, smokers, users of any type of medication, hormonal contraceptives, and immunosuppressive drugs were excluded. Also those who were suspect of or had a confirmed pregnancy or sexuality transmitted disease, including Hepatitis B or HIV infection at the moment of the gynecological examination, as well as those who made use of spermicides and antibiotics in less than 30 days prior to testing, did not participate in the research. Women who had sexual relations, those who had used vaginal douches in the past 24 hours, or were menstruating,were also excluded. This prospective study was approved by the Institutional Ethics Committee for Human Research of the Hospital Universitário Onofre Lopes from Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP-HUOL/UFRN). Sample Thirty patients underwent a pelvic examination and cervical cytology using the Papanicolaou method. Swab samples were collected for analysis of HPV DNA by Hybrid Capture methodology and analysis cytomorphology. Papanicolaou exams from cervical cytomorfological analysis We evaluated 30 patients who had clinical features of HPV, such as condyloma acuminata, and confirmed in the analysis the presence of cytomorphologic criteria characteristic of the virus, koilocytes, binucleation, a kind of membrane, among other features. Hybrid Capture Using HPV detection we assessed Hybrid Capture in patients with a cytologic diagnosis of low-grade squamous intraepithelial lesion (LSIL). Residual samples from 30 LSIL-diagnosed cervical cytology specimens were evaluated by high-low risk human papillomavirus. LXXVII 3.1.1.1.1.1.1.1.1 Hematological analysis from patients and control group Ten milliliters (mL) of peripheral venous blood was collected in vacutainer tubes containing EDTA and were mixed immediately. The white blood cell count (WBC), hemoglobin dosage, and platelet count were accomplished in the hematological analyzer (Cell-Dyn 3.000). The cytomorphologic analysis was accomplished in blood films stained by Leishmann. A total of 100 leukocytes were counted and the result scored in percentage. For conversion to absolute values, the percentage values were multiplied by the absolute leucocyte count and divided by 100. Flow cytometry analysis of immunological profile: The Immunophenotyping was performed by three-color flow-cytometry analysis of peripheral blood samples. Surface cell markers were identified by using monoclonal antibodies (MoAb) against: B and T lymphocytes (CD3FITC/CD19PE/CD45PerCP), T helper and suppressor cytotoxic lymphocytes (CD4FITC/CD8PE/CD3PerCP), and NK and NKT cells (CD3FITC/CD16- 56PE/CD45PerCP) (41, 42). All MoAb were purchased from Becton-Dickinson Immunocytochemistry System (San Jose, CA). One hundred microliliters (100 µL) of total blood cells previously homogenized were incubated with the 20 µL of MoAb for 30 minutes at room temperature and in darkness. Then, the suspension was homogenized and increased to the same 1mL of a 1 in 10 dilution of Becton Dickinson’s FACS lysing solution in distilled water, having new incubation for more 10 minutes at room temperature. After this period, the cellular suspension was centrifuged for 5 minutes at 1.500 RPM, the supernatant fluid was discarded, and the cell pellet was resuspended in cold phosphate buffered saline (PBS, pH 7.2) and centrifuged again at 1.500 RPM; this last stage was repeated twice. At last, the cell pellet was resuspended in 1 mL of cold 1% paraformaldehyde in PBS and the cell suspensions were kept cold in the dark until FC analysis. A total of 20,000 events per sample were acquired with Fluorescence Activated Cell Analyzer (FACScan, San Jose, CA, USA) with Cell Quest software (Cell QuestTM Software, Becton Dickinson Immunocytometry Systems, LXXVIII San Jose, CA, USA). Stained samples were analyzed through the forward scatter (FSC) and side scatter (SSC) gated set around the lymphocyte cell population, taking into account the parameters Forward Scatter (FSC) in lineal scale that evaluates the cellular size, Side Scatter (SSC) also in lineal scale, which evaluates the cellular complexity and cell marker expression in fluorescence analysis by FL1, FL2, and FL3 in logarithmical scale that detects green, orange, and red fluorescence, respectively, which represents the reaction antigen-antibody conjugated Fluorescein Isohtiocyanate (FICT), Phycoerythrin (PE), and Peridin Chlorophyll Protein (PerCP), respectively. The results were expressed as percentage of cells in dual markers such as: Pan T lymphocytes (CD3+/CD19-), B cells (CD3-/CD19+), T helper lymphocytes (CD3+/CD4+), T suppressor cytotoxic lymphocytes (CD3+/CD8+), NK cells (CD3-/CD16-56+), and NKT cells (CD3+/CD16-56+). For conversion to absolute values, the percentage values were multiplied by the absolute lymphocyte count and divided by 100 (Figures 1 and 2). Statistical Analyses Quantitative comparisons of CD4 T cells, CD8 T cells, NK cells, NKT cells, and B cells between groups were performed using the Mann-Whitney test. Clinical parameters were evaluated by means of the two-sided Fisher exact test for 2×2 contingency tables, with the aid of the GraphPad InStat software (San Diego, CA, USA). Age, reported as arithmetic mean and standard deviation, was also compared between groups by means of the two-sided Student unpaired t-test. Correlations were calculated using the Spearman test. Statistical analyses were performed using the GraphPad Instat 3.05 software, with p values < 0.05 considered to be significant. LXXIX RESULTS Detection of human papillomavirus in cervical cytology specimens According to histopathological analyses, 30 (45.4%) patients exhibited LSILdiagnosed cervical cytology specimens and 30 (54.6%) were normal cervical histology (healthy women group). Using HPV detection we assessed Hybrid Capture in patients with a cytologic diagnosis of low-grade squamous intraepithelial lesion (LSIL). Among the cytology specimens that presented HPV, 08 out of 30 (27%) exhibited high-risk HPV DNA, 16 out of 30 (53%) exhibited low-risk HPV DNA, and 6 out of 30 (20%) both (Table 1). Flow cytometry on blood peripheral sample Based on the immune response to HPV, we investigated possible associations between HPV and quantitative evaluation of the CD4, CD8, CD19, CD3, NK, and NKT cell data. Using flow cytometry, in the quantitative evaluation of the CD4, CD8, CD19, CD3, NK, and NKT cells, we found strong positive expression of CD8 positive T lymphocytes among the high-risk HPV DNA patients when compared with patients with low-risk HPV DNA and the healthy control group (Table 2, Figure 1). Among the high-risk HPV DNA group, 5 out 8 (62,5%) had increased expression of CD8-positive T lymphocytes. Inversely, considering only the patients with low-risk HPV DNA, only 2 out of 16 (12,5%) patients showed an increase in CD8-positive T lymphocytes when compared with patients exhibiting high-risk HPV DNA. Furthermore, the quantitative evaluation of CD19 was normal in patients exhibiting LSIL and HPV when compared with the healthy control group (Figure 2B). LXXX On the other hand, when NK and NKT cells were analyzed in the group as a whole, there was a decrease in 26 out of 30 patients (86.6%) when compared with the healthy control group (Figure 3C and Figure 2D). In relation to the CD8-positive T lymphocytes, the quantitative evaluation of CD8 had an increased expression in patients exhibiting LSIL and HPV when compared with the healthy control group (Figure 3F). LXXXI DISCUSSION There is increasing evidence that the immune system plays a decisive role in determining the outcome of HPV infection. Both cellular and humoral immune responses are essential for the clearance of HPV-associated cervical lesions. (23). The cell-mediated immune responses by HPV-specific cytotoxic T lymphocytes (CTL) against oncogenic HPV are believed to play a central role in cervical carcinogenesis. The above-mentioned cells play a valuable function in the recognition and defense against HPV-specific antigens and malignant cells. Differential Th cell responses to HPV-16 E7 have been proposed to correlate with viral clearance or persistence in patients with cervical neoplasia (24). HPV16 E7-specific Th cell responses may develop as a consequence of increased antigen availability resulting from clearance and/or progression of cervical lesions (24,25). In patients with cervical cancer, a complete loss or down regulation of HLA Class I on tumor cells was observed. These patients presented reduced E6 and E7 HPV-specific T cell responses. The absence of T cell response can be attributed to the lack of a sufficient amount of antigen to activate the immune response or local immune escape strategy adopted by the virus (26, 27). Certain human viruses are able to develop suitable strategies that can induce the generation and accumulation of immunosuppressive molecules contributing to viral escape from immunological response (28). In HIV-infected patients, CD4+ T-cell apoptosis is mediated by the cytopathic effect of the virus and the cell surface expression of gp 120-env protein. In addition, apoptosis-mediated physiological depletion of T lymphocytes in the course of viral infection can silence the immune response and can induce immunodeficiency (29). This study systematically evaluated the components quantitatively expressed in T lymphocytes and their subtypes, T helper cells, cytotoxic T cells, NK cells, and NKT cells, and also evaluated the B lymphocytes of patients infected and not infected with the HPV virus. We reported a strong increase in CD8-positive T lymphocytes among patients with oncogenic highrisk HPV DNA in contrast with those with low-risk HPV-DNA. Possibly, the HPV LXXXII may overcome immune surveillance, either by downregulating the proliferation of HPV-specific CTL or by altering the effector compositions of immune cells against HPV infection. Similar results were observed in a previous report. Previous studies have shown that the presence of proapoptotic proteins in virus-infected cells and in virus-primed T cells shows greater sensitivity for activated lymphocytes responding to viral infections expressing high levels of Fas ( CD 95) and that they are susceptible to apoptosis(29.30). Whether or not HPV is implicated in the magnitude of the proapoptotic protein expression remains to be elucidated; however, it is possible that HPV may be involved in the modulation of apoptosis, since it has been reported that certain viruses are able to develop suitable strategies for modifying apoptosis. The genital mucosa also has both inductor and effector arms of an immune response and HPV infection can interfere with the local immune vigilance mechanisms in both arms (16). The normal uterine cervix is infiltrated by lymphocytes (CD4+, CD8+, plasma cells), dendritic cells (DCs) and macrophages (31, 32). There are also intraepithelial lymphocytes (IELs) in the ectocervix and the transformation zone (TZ), which are mostly CD8+ and less frequently CD4+ (31, 32). The stroma, on the other hand, comprises submucosal lymphocytes predominantly of the CD4+ type found just below the basement membrane (33) or more abundantly inside the TZ. NK cells are normally not found, but are present in infections. The lymphocytic infiltrate is composed predominantly of CD4+ T cells in the cervical stroma below the area of dysplasia and of CD8+ T cells within the dysplastic epithelium (34). In this study, we reported strong positive expression of CD8-positive T lymphocytes among patients with oncogenic high-risk HPV DNA. Systemic immune vigilance determines latency in HPV infections and their evolution into high-grade lesions (16); cell-mediated immune responses measured in the periphery are thought to be largely epiphenomenal. A recent study realized by Alves et al. (2010) showed higher quantities of CD4 T and CD8 T lymphocytes observed in CIN II/III and carcinoma (35). Also, another study examined the strong positive expression of CD3-positive T lymphocytes among CIN III patients (36). Similar results were observed in a previous report of an immunohistochemical analysis of CD4+ and CD8+ T-cell LXXXIII subsets in high-risk human papillomavirus-associated pre-malignant and malignant lesions of the uterine cervix (26). Immune response might be a key element regarding the progression or regression of human papillomavirus (HPV) infection (37). Different lines of evidence indicate that regression of HPVinduced lesions is the consequence of the cell-mediated immune response. Overall, it remains to be understood why some LSIL patients express CD8 cellmediated immune response, whereas others do not. These findings are important; however, additional studies are necessary to identify the influence of HPV infections and their relation to evolution-grade lesions and cell-mediated immune response. Our study demonstrates that there is an association between the absolute counts of NK and NKT cells with the presence of HPV. However, NK cells are not a homogeneous cell population and several subtypes exist in both humans and mice (38); further functional cytotoxicity studies would be needed to evaluate cytotoxicity of NK cells. NKT cells have a constitutively activated phenotype and are capable of rapidly secreting large amounts of cytokines (IFN-g, IL-4, IL-17, IL-5, and IL-13) upon activation, which can modulate many immunological processes, including tumor immunity, maintenance of immunologic self-tolerance, prevention of autoimmune disorders, and protection from a variety of pathogens during experimental infections. NKT cells produce IFNg and IL-2, which activate NK cells and dendritic cells, enhancing antigen presentation (39,40). Innate immunity is crucial to the anti-microbial host defense as it helps control infectious agents until a more potent microbespecific, adaptive immune response can be generated. With this finding, we speculated that decreased peripheral activated NK and NKT cells may play a detrimental role in regression of human papillomavirus (HPV) infection (39). In conclusion, further studies are needed to clarify the molecular aspects of the relationship between immune response and HPV infection, with potential applications for cervical cancer prediction. LXXXIV ACKNOWLEDGEMENTS: This study was supported by grants from the Coordination of Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) and Foundation for the Support of Teaching, Research and Support of Rio Grande do Norte (FAPERN); Hemocentro Dalton Cunha Barbosa (Hemonorte). LXXXV REFERENCES 1. Zur Hausen H. 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XC Table 01 - Percentage of patients with high-risk HPV and low-risk HPV Legend: H-HIGH; L-LOW 5 4 HPV Type 7 HPV – H Patient 6 Number 8 8 10 HPV – L 11 16 13 HPV -HL 14 6 9 % 27.0% 12 15 53.0% 20% XCI Table 02 - Clinical and epidemiological parameters of the 30 patients with L SIL stratified according to age, lesion type, presence of oncogenic low- and high-risk HPV DNA and levels of CD4 + , CD8+, CD19+, NK and NKT cells in the peripheral blood Nº Age Lesion Type HR HPV LR HPV CD3/ mm³ CD4/ mm³ CD8/ mm³ CD19/ mm³ NK/ mm³ NKT/ mm³ CD4/CD8 01 39 LSIL NEG POS 1079 742 280 266 42 0 2,65 02 42 LSIL NEG POS 1386 900 594 180 54 0 1,51 03 24 LSIL POS NEG 2260 1200 1170 300 60 5,4 1,02 04 30 LSIL NEG POS 1234 748 340 170 51 3,0 2,2 05 34 LSIL POS POS 700 430 250 100 20 9 1,72 06 29 LSIL NEG POS 1835 1248 832 494 130 1,9 1,52 07 31 LSIL NEG POS 1122 697 425 153 187 5,1 1,64 08 44 LSIL POS POS 1292 798 494 152 152 3,8 1,61 09 38 LSIL POS NEG 1630 672 912 271 72 1,2 0,73 10 38 LSIL NEG POS 1216 738 432 160 48 3,2 1,7 11 29 LSIL POS NEG 1302 630 651 84 84 0,2 0,96 12 48 LSIL POS POS 2730 1287 924 330 462 9,9 1,39 13 35 LSIL NEG POS 1106 1439 805 429 105 3,7 1,78 14 35 LSIL POS POS 2549 1517 1185 574 164 0 1,27 15 32 LSIL NEG POS 1857 1350 750 270 30 0 1,8 16 34 LSIL NEG POS 875 600 348 120 12 0 2,5 17 30 LSIL NEG POS 2160 1242 702 405 81 2,1 1,76 18 34 LSIL NEG POS 1770 750 870 600 90 1,5 0,86 19 18 LSIL POS NEG 2613 874 1053 663 174 1,2 1,4 20 39 LSIL NEG POS 1544 1058 782 230 69 2 1,35 21 35 LSIL NEG POS 2264 1320 990 231 99 1 1,33 22 27 LSIL POS NEG 2678 1419 1056 396 165 3 1,34 23 34 LSIL NEG POS 898 552 240 144 60 6 2,3 24 36 LSIL POS NEG 2016 1275 650 250 50 1 1,96 25 43 LSIL POS POS 2289 1023 1147 310 93 6,2 0,89 26 40 LSIL POS NEG 2040 1290 750 120 510 9 1,72 27 35 LSIL NEG POS 4100 2100 1700 650 100 5 1,25 28 35 LSIL POS POS 1518 902 616 220 374 6,6 1,46 29 42 LSIL NEG POS 1241 782 510 102 85 3,4 1,5 30 35 LSIL POS POS 923 650 429 91 52 9,1 1,51 CD3/ mm³ 700 CD4/ mm³ 430 CD8/ mm³ 221 CD19/ mm³ 126 NK/ mm³ 12 NKT/ mm³ CD4/CD8 0 0,73 . Age Lesion Type HR HPV LR HPV MIN 18 MAX 49 4100 1559 1641 663 510 9,9 2,65 MED 34,83 1774 1007 729 282 122 4,7 1,55 XCII Figure 1 - CD4+, CD8+ and NK cell levels in the peripheral blood. CD4+, CD8+, and NK cell levels of peripheral blood from the patients and healthy controls were determined separately by either surface staining or intracellular staining of the cells using specific antibodies followed by FACS analysis. Scatter A and histograms: A representative sample B from patients with high-risk HPV in a, b, c, d, e, and f: dot plots Expressed as median fluorescence intensities (MFI) for different categories of patients C D Figure 2 A - Comparison of the dispersion of CD3+ cells from patients and control CD3+ cells of patients with HPV B - Comparison of the dispersion of CD19+ cells from patients and control CD19+ cells of patients with HPV C - Comparison of the dispersion of NK cells from patients and control NK cells of patients with HPV D - Comparison of the dispersion of NKT cells from patients and control NKT cells of patients with HPV XCIII E F G Figure 3 E - Comparison of the dispersion of CD4+ cells from patients and control CD4+ cells of patients with HPV F - Comparison of the dispersion of CD8+ cells from patients and control CD8+ cells of patients with HPV G - Comparison of the dispersion of CD4+/CD8+ cells from patients and control CD4+/CD8+ cells of patients with HPV XCIV