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Biogás: o produto
A energia proveniente do biogás, a mais disponível e de melhor custo benefício no
meio rural brasileiro, vem se tornando uma matriz sustentável com capacidade de
apoiar o desenvolvimento no campo e oferecer ao produtor uma fonte de renda
estável em um contexto marcado pela volatilidade de preços
O suinocultor José Carlos Colombari, de São Miguel do Iguaçu (PR) comprova que
o investimento em energia renovável pode impulsionar os negócios no campo.
Primeiro produtor rural do país a vender eletricidade em um sistema de geração
distribuída, Colombari demonstra a existência de mais uma fonte de renda no setor
rural brasileiro, com a incorporação de um novo produto ao mercado nacional do
agronegócio: o biogás. Ele dobrou a sua produção nos últimos dois anos, graças ao
saneamento ambiental, à produção de biofertilizantes e à economia de energia
proporcionados pelo aproveitamento do biogás para o abastecimento de eletricidade
em sua granja.
José Colombari recebe em média R$ 2.500 mensais com a venda do excedente de
energia de sua propriedade à Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL).
Os cerca de 20 mil qWh de eletricidade disponibilizados diretamente na rede são
gerados a partir de mil metros cúbicos de biogás que ele produz diariamente com os
dejetos dos cinco mil suínos de sua granja. A produção de biogás assegura a total
eletrificação de sua propriedade, permitindo uma economia mensal de cerca de R$
8.200. Outra fonte de renda provém dos gases de efeito estufa que deixam de ser
emitidos para a atmosfera, cerca de 2 mil toneladas equivalentes de CO2 ao ano,
que rendem ao produtor aproximadamente R$ 50 mil anuais em créditos de
carbono. O ciclo econômico se completa com a transformação da biomassa residual
em fertilizante - fonte de nitrogênio, fósforo e potássio - que permite a fertilização
orgânica do solo e garante uma economia da ordem de R$1,5 mil mensais. O
conjunto de receitas e economias que Colombari obtém com o biogás alcança
R$16.366 mensais, totalizando R$196.392 ao ano.
O fato inusitado de um produtor de suínos tornar-se também um produtor de energia
é um indício de que a economia baseada no biogás já começa a dar seus primeiros
passos no Brasil. Produto rural tão legítimo como o leite, a carne ou a soja - o
biogás conta com o diferencial de ser gerado a partir de resíduos da agropecuária
sem valor de mercado. Obtido a partir da decomposição da matéria orgânica,
possui grande versatilidade, pois pode ser aplicado tanto para a geração de energia
elétrica, como para a térmica e a automotiva. Seu aproveitamento evita a emissão
de milhões de toneladas de gases de efeito estufa, a contaminação dos cursos de
água com grandes quantidades de dejetos animais e, principalmente, oferece uma
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nova oportunidade de renda aos produtores rurais que enfrentam dificuldades na
gangorra de preços do mercado de produtos alimentícios.
A renda gerada pela comercialização da energia elétrica às concessionárias locais,
com a produção de biofertilizantes e a comercialização de créditos de carbono,
somada aos ganhos obtidos pelo uso da energia térmica e automotiva nas
propriedades oferece aos produtores uma fonte estável de ingressos, capaz de
subsidiar o desenvolvimento da economia rural e agro-industrial. “A isto chamamos
Economia do Biogás. De grande impacto local, pois acontece a partir da
descentralização do setor de geração de energia, que deve ser medida em
kilowatt/hora, mas também em sanidade ambiental e desenvolvimento
microeconômico local”, destaca Jorge Miguel Samek, diretor geral brasileiro da
Itaipu Binacional.
Potencial energético
O biogás é um produto que vem sendo recorrentemente desperdiçado, apesar de
seu enorme potencial energético. É obtido não só no meio rural, mas também no
urbano, a partir dos efluentes dos esgotos das cidades e do lixo orgânico. No Brasil,
a utilização dos resíduos do campo e da cidade para a produção de biogás permitira
gerar cerca 470 milhões de qW-hora anuais, suficientes para abastecer
aproximadamente 5 milhões de residências. Para obter este desempenho
energético, não será necessário ocupar áreas destinadas à produção de alimentos
nem comprometer os recursos naturais: basta aproveitar os resíduos já existentes,
que podem ser convertidos por processos simples de biodigestão anaeróbica em
biogás e biofertilizantes.
A possibilidade de comercializar energia pelo sistema de geração distribuída foi
aberta com a regulamentação estabelecida pela Agencia Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) em dezembro de 2009, após cinco anos de testes realizados em
protótipos instalados pela Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu no Oeste do
Paraná. Em janeiro de 2008, José Colombari foi homologado como primeiro
produtor rural brasileiro a vender eletricidade pelo sistema de geração distribuída,
fato que quebrou um paradigma no sistema elétrico brasileiro, ao permitir que
pequenas unidades geradoras forneçam eletricidade à rede. “Hoje eu sou um
produtor de energia com inscrição na Aneel. E tenho a satisfação de mostrar que o
Brasil está preocupado em produzir com consciência ambiental. Tudo o que antes
era lixo se transformou em negócio na nossa propriedade”, destaca Colombari.
A viabilidade de produtores rurais comercializarem sua própria energia abre novas
perspectivas de dinamização da economia local, através da extensa cadeia
produtiva que se gera em torno ao biogás, que demanda inicialmente projetos,
licenciamentos ambientais e capacitação técnica. Em um segundo momento são
necessários suprimentos para que os processos de produção sejam instalados e
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comecem a operar. Motores, geradores, controles, biodigestores, filtros, tubulações
e uma infinidade de peças, componentes e processos de origem industrial,
movimentam o comércio e serviços especializados, gerando empregos,
oportunidades de negócios e desenvolvimento profissional para as novas gerações
do campo. O caso de um agricultor da região Pedro Kohler, de 26 anos, que
desenvolveu um biodigestor e atualmente incuba sua empresa no Parque
Tecnológico Itaipu ilustra bem esta possibilidade. O biodigestor de Kohler será
empregado no Condomínio de Agroenergia da Agricultura Familiar, em Marechal
Cândido Rondon.
A cadeia produtiva do biogás já está em plena atividade em alguns países da
Europa, como por exemplo, na Alemanha, onde vem demonstrando uma grande
capacidade de dinamizar o setor rural. O Estado da Baixa Saxônia, maior pólo de
produção de biogás da Europa, conta com cerca de 1.200 usinas em
funcionamento. Lá o biogás gerou 7 mil novos empregos e rende 1 bilhão de euros
anualmente. O lucro para os produtores rurais é de 100 milhões de euros anuais,
segundo informa o Secretário de Estado da Baixa Saxônia, Otto Ripke. Os dejetos
de animais são transportados de uma região a outra para evitar desperdícios de
uma matéria prima valiosa, e o consequente impacto ambiental de seu não
aproveitamento. Ripke destaca que já estão sendo abertos os primeiros postos de
combustíveis a biogás na zona rural.
Condomínio de Agroenergia
Sete protótipos (propriedades rurais, agroindústrias e uma estação de tratamento de
esgoto) que geram sua própria energia a partir do biogás vem sendo fomentados
desde 2009 pela Assessoria de Energias Renováveis na região Oeste do Paraná,
um dos mais importantes polos agropecuários do país. A primeira unidade de
demonstração foi justamente instalada na Granja Colombari, localizada em São
Miguel do Iguaçu. Todas as experiências estão conectadas ao programa de geração
distribuída da Itaipu e tem o objetivo de evidenciar as vantagens do biogás em suas
inúmeras aplicações.
Uma das experiências mais notáveis é a do Condomínio de Agroenergia para a
Agricultura Familiar, instalado na Microbacia do Rio Ajuricaba, com o objetivo de
demonstrar a possibilidade do biogás ser explorado por agricultores familiares em
sistemas cooperativos. O projeto permitirá a 34 pequenas pequenas propriedades
utilizar os dejetos de sua produção agropecuária para gerar energia elétrica, térmica
e veicular, eliminando os impactos ambientais das 16 mil toneladas de dejetos
produzidas anualmente dentro do condomínio. A experiência transforma o que seria
um sério problema ambiental a longo prazo em oportunidade econômica, permitindo
um ganho anual de aproximadamente R$ 270 mil aos produtores que participam da
experiência.
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“Biodigestores podem ser interligados por gasodutos rurais formando conjuntos de
redes interligadas com gestão associativa, ou mesmo configurando planejamento
para ordenamento territorial. São muito interessantes, porque oferecem escala para
a Economia do Biogás. Os condôminos se associam e podem interligar seus
gasodutos a uma só central geradora de energia, o que determinaria uma economia
em escala altamente viabilizadora para os participantes com resultados importantes
na área ambiental, energética e principalmente econômica, que podem resultar do
cooperativismo com biogás, independente da vinculação do produtor a outras
cooperativas, ou integrações”, aponta o assessor de Energias Renováveis da Itaipu,
Cícero Bley.
Replicabilidade
A produção de biogás também permite aos produtores rurais obterem créditos de
carbono, apoiando o Brasil em seu compromisso voluntário de reduzir em até 39%
as emissões de CO2 até o ano 2020. O país conta com um rebanho de cerca de
200 milhões de cabeças e cada animal adulto emite 58 quilos de metano por ano,
segundo a Embrapa Meio Ambiente. No total, são cerca de 10 milhões de toneladas
de metano por ano, que equivalem a mais de 200 milhões de toneladas de carbono,
quase tanto quanto a indústria e transportes emitiam em 1994.
Neste contexto, a utilização do biogás como fonte renovável é capaz de fomentar
novos negócios no campo a partir modelo firmemente assentado na geraçao de
energia, que permite a países tropicais como o Brasil avançarem rumo a um novo
ciclo de desenvolvimento rural. O biogás consolida-se como um produto capaz de
manter as populações no campo, com renda e dignidade. Seu grande diferencial é
transformar, com tecnologías relativamente simples, passivos ambientais em ativos
energéticos de alto retorno financeiro.
Ações Integradas
As ações da Itaipu na região Oeste do Paraná vem sendo subsidiadas por projetos
paralelos na área de investigação científica, difusão de informações e de formação,
desenvolvidas junto ao Parque Tecnológico Itaipu (PTI) A Assessoria de Energias
Renováveis instalou no PTI o Centro de Estudos do Biogás (CEB), o Laboratório do
Biogás (em parceria com a Universidade Boku, de Viena-Áustria) e o Observatório
Brasil de Energias Renováveis (em parceria com a ONUDI). Também criou o núcleo
de capacitação, que visa formar uma nova geração de técnicos e cientistas para
trabalhar pela difusão da economia do biogás e permitir ao Brasil explorar com
sucesso esta energia renovável. O núcleo de capacitação oferece um curso de
atualização em energias do biogás, por educação a distância, e vem ajudando a
estruturar a pós-graduação em biogás da Universidade Federal da Integração
Latino-Americana (Unila) e o curso de pós-graduação em biogás para cooperativas
agrícolas, em parceria com a FGV-Isae, Unila e Ocepar (Organização das
Cooperativas do Paraná).
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O assessor de Energias Renováveis, Cícero Bley, reafirma a importância destes
projetos para o país: "Não há outro laboratório exclusivamente dedicado ao biogás
no Brasil, nem na América Latina. Os esforços que a ITAIPU e a Fundação PTI
estão fazendo para trazer o conhecimento científico da Universidade da Terra de
Viena e implantar o Labiogás no Parque já estão servindo de referência para
sustentar cientificamente à economia do biogás, que começa a tomar contornos
reais, como política pública nacional.”
Fontes:
Cícero Bley, Assessor de Energias Renováveis da Itaipu Binacional
Pedro Kohler, agricultor e empresário
Moacir Froelich, Prefeito Municipal de Marechal Cândido Rondon
Gedson Vargas, Presidente da Coper Biogás
Pedro Hegelmaier, Produtor Rural do Condomínio de Agroenergia
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