I = U - Stoa Social

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Introdução aos Circuitos Elétricos
Fernando de Andrade Pereira
[email protected]
1. Conceitos e definições
1.1 Carga e corrente elétrica
1.1.1 A carga elétrica
A carga elétrica é a propriedade física fundamental das partículas
subatômicas (prótons e elétrons), sendo esta carga de dois tipos: definese carga positiva para o próton e negativa para o elétron. A unidade de
carga elétrica é o coulomb [C]. A carga de um próton é aproximadamente
igual a +1,602 x 10-19C, e a do elétron possui o mesmo valor, com sinal
invertido (-1,602 x 10-19C). Um corpo que possui a mesma quantidade de
cargas positivas e negativas é dito eletricamente neutro.
1.1.2
A corrente elétrica
Um material condutor (usualmente um material metálico) possui elétrons
livres, que se movem desordenadamente no Mar de Elétrons. Quando
uma diferença de potencial é aplicada entre dois terminais desse material,
no entanto, os elétrons passam a realizar um movimento ordenado, em
direção à região de potencial positivo, gerando corrente elétrica. A
corrente elétrica é definida como a quantidade de carga que atravessa
uma seção transversal do fio condutor em um determinado intervalo de
tempo, ou seja :
I=
A unidade de corrente é o ampère [A] =
(coulomb por segundo).
O sentido da corrente em um circuito elétrico é definido como o sentido
de deslocamento das cargas positivas, embora as cargas negativas que, de
fato, se movimentem.
1.2 O potencial elétrico e a diferença de potencial (d.d.p.)
1.2.1 O potencial elétrico
O potencial elétrico é a capacidade que um corpo elétricamente carregado
possui de gerar trabalho, ou seja, atrair ou repelir outras cargas elétricas.
O potencial elétrico U é definido como:
U=
Onde Ep é a energia potencial e q é a carga de prova.
A unidade de potencial elétrico é o volt [V] =
1.2.2
(joule por coulomb).
D.D.P.
A diferença de potencial entre dois pontos de um circuito é denomindada
tensão elétrica. A unidade da tensão elétrica é o volt [V].
1.3 Componentes: o gerador de tensão e o resistor
1.3.1 Bipolos elétricos
Dispositivos com dois terminais acessíveis através do qual pode circular
corrente elétrica
Propriedades:
Os bipolos podem ser classificados como ativos ou passivos. Os bipolos
ativos são aqueles que introduzem energia elétrica num circuito; são
exemplos de bipolos ativos os geradores de tensão e de corrente. Já os
bipolos passivos são aqueles que não introduzem energia de forma
continuada num circuito; são exemplos de bipolos passivos os resistores,
os diodos, os capacitores e os indutores.
1.3.2
Gerador de tensão ideal
O gerador de tensão ideal gera uma diferença de potencial entre seus dois
terminais.
Propriedade: va – vb =
E
1.3.3
Resistor
O resistor é um bipolo que dificulta a passagem da corrente, ou seja,
quanto maior a resistência (propriedade do resistor), menor a corrente
que atravessa esse resistor, essas grandezas são inversamente
proporcionais e estão relacionadas pela Primeira Lei de Ohm (ver mais
adiante). A unidade da resistência é o ohm [Ω].
1.3.4
Gerador de tensão real
O gerador de tensão real deve ser modelado como um gerador de tensão
real em série com um resistor, ou seja, o gerador real possui uma
resistência interna Ri.
1.4 Malhas e nós
1.4.1 Malhas
Malha em um circuito elétrico é qualquer ciclo (caminho fechado) neste
circuito.
1.4.2
Nós
Nó em um circuito elétrico é qualquer ponto nesse circuito em que estão
ligados dois ou mais condutores
1.5 Curto-circuito e circuito aberto
1.5.1 Curto-circuito
Quando resistência entre dois nós em um circuito é nula, diz-se que há um
curto-circuito entre esses nós, e eles possuem o mesmo potencial.
1.5.2
Circuito aberto
Quando não é possíve percorrer um circuito entre dois nós, diz-se que este
circuito está em aberto.
2. Leis de Ohm
2.1 Primeira Lei de Ohm
A Primeira Lei de Ohm relaciona a tensão aplicada aos terminais de um resistor
com a corrente que o atravessa:
v = R i
Em que v é a tensão, R é a resistência desse resistor e i é a corrente.
2.2 Segunda Lei de Ohm
A Segunda Lei de Ohm relaciona a resistência do resistor com propriedades
geométricas do resistor e características do material que compõe o resistor,
segundo a equação:
R = ρ 

Em que R é a resistência, ρ é a resistividade do material, ɭ é o comprimento do
resistor e A é a área da seção transversal do resistor. A seguir, uma tabela
contendo informação sobre a resistividade de alguns materiais:
3. Leis de Kirchhoff
3.1 Primeira Lei de Kirchhoff (Lei das Correntes ou Lei dos Nós)
Em cada nó do circuito elétrico:
Σ ± in = 0
Sendo i as correntes que chegam ao nó ou saem dele.
Para que essa propriedade seja válida é necessário que no somatório seja
atribuido valor negativo às correntes que entram no nó e valor positivo às
correntes que saem do nó.
Exemplo:
No nó acima:
- I1 - I2 + I3+ I4+ I5 = 0
3.2 Segunda Lei de Kirchhoff (Lei das Tensões ou Lei das Malhas)
Em cada malha do circuito elétrico:
Σ ± vn = 0
Sendo v as tensões que decaem em cada ramo dessa malha.
Para que essa propriedade seja válida é necessário, primeiramente, atribuir um
sentido à malha (horário ou anti-horário), e que no somatório seja atribuido valor
negativo às tensões possuem sentido coincidente com o sentido atribuido à malha
e valor positivo às tensões possuem sentido contrário ao sentido atribuido à
malha.
Exemplo:
Na malha temos:
v1 – v2 + v3 – v4 + v5 – v6 = 0
4. Associação de Resistores
4.1 Associação em Série
Queremos determinar a resistência equivalente (Req) de modo que:
Aplicando a Segunda Lei de Kirchhoff no primeiro circuito (malha no sentido antihorário), temos:
E – v1 – v2 = 0
Da Primeira Lei de Ohm tiramos que :
E substituimos na primeira equação, obtendo:
E – R1.i – R2.i = 0
 E = (R1 + R2).i
Aplicando a Segunda Lei de Kirchhoff no primeiro circuito (malha no sentido antihorário), temos:
E’ – v = 0
Da Primeira Lei de Ohm tiramos que :
v = Req.i’
E substituimos na primeira equação, obtendo:
E’ – Req.i’ = 0  E’ = Req.i’
Definimos que:
Então:
Req = R1 + R2
Ou seja, para uma associação de resistências em série, a resistência equivalente
será igual ao somatório das resistências. De forma geral, para n resistores em
série:
Req =
4.2 Associação em Paralelo
Queremos determinar a resistência equivalente (Req) de modo que:
Aplicando a Primeira Lei de Kirchhoff ao nó 1 do primeiro circuito obtemos:
-i + i1 + i2 = 0
Ainda no primeiro circuito, aplicando a Segunda Lei de Kirchhoff, obtemos:
v1 = v2 = E
Aplicando a Primeira Lei de Ohm:
Substituindo na primeira equação:
-i +
= 0  i = E.(
+
 i = E.
)
+
E=
.i
Como temos:
E’ = Req.i’
Então:

Req =
=
+
Ou seja, para uma associação de resistências em série, o inverso da resistência
equivalente será igual ao somatório do inverso das resistências. De forma geral,
para n resistores em paralelo:
=
5. Efeito Joule
5.1 Potência elétrica
Da definição de potencial elétrico, temos que:
Ep = U q 
=
 Pot = U  
Pot = v 

Da Lei de Ohm, obtemos que:
Pot = v2 / R
e
Pot = i2  R
5.2 Conversão Energética
O efeito Joule relaciona as teorias de circuitos elétricos com outras vertentes da
física, pois a potência elétrica (e portanto energia, já que E = Pot  t) pode ser
convertida em outras formas de energia, como calor (chuveiro) ou energia cinética
(motor elétrico). O estudo do efeito Joule também tem grande importância para se
determinar perdas energéticas (geralmente essas se dão sob forma de calor) em
linhas de distribuição de eletricidade.
6. Teoremas da Superposição e Teorema de Thévenin
6.1 Teorema da Superposição
O teorema da Superposição afirma que, em circuitos contendo dois ou mais
geradores, a corrente que circula em cada ramo do circuito é igual ao somatório
das correntes que cada gerador produziria independentemente neste ramo.
Assim, para determinar a corrente que circula em um ramo de um circuito com
mais de um gerador, basta calcular a corrente que circula em cada ramo sob efeito
de cada gerador, inativando os demais (geradores de tensão inativados devem ser
substituidos por um curto-circuito), e então soman-se as correntes obtidas
independentemente.
6.2 Teorema de Thévenin
O teorema de Thévenin afirma que um circuito composto por geradores e
resistores pode ser visto, entre dois terminais, como uma fonte de tensão em série
com uma resistência. O cálculo do Equivalente de Thévenin se dá da seguinte
forma: primeiramente se calcula a resistência equivalente entre os dois terminais,
desativando-se os geradores; então, com os geradores ativos, determina-se a
tensão entre os dois terminais, essa será a f.e.m. do gerador.
7. Anexo: Código de cores dos resistores
1º anel
2º anel
3º anel
4º anel
1º digito
2ºdigito
Multiplicador
Tolerância
Prata
-
-
0,01
10%
Ouro
-
-
0,1
5%
Preto
0
0
1
-
Marrom
01
01
10
1%
Vermelho
02
02
100
2%
Laranja
03
03
1 000
3%
Amarelo
04
04
10 000
4%
Verde
05
05
100 000
-
Azul
06
06
1 000 000
-
Violeta
07
07
10 000 000
-
Cinza
08
08
-
-
Branco
09
09
-
-
Cores
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