Por que o socialismo não funciona Álvaro Pedreira de Cerqueira

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Por que o socialismo não funciona
Álvaro Pedreira de Cerqueira
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Todas as doutrinas políticas prometem o bem-estar do povo, ou o que as
esquerdas chamam de ‘justiça social’, conceito que ninguém consegue
definir com clareza. Aliás, nem Marx nem seus seguidores jamais explicaram
o funcionamento de uma sociedade socialista. Porém, Ludwig von Mises,
economista e professor austríaco, em seu livro ‘Socialismo’, publicado em
1922, previu com acerto que o socialismo, se levado às suas útimas
conseqüências, não poderia funcionar, isto é, satisfazer a sua promessa de
prover o verdadeiro bem-estar da sociedade. Isto porque, com o
planejamento centralizado em lugar de um sistema de preços livremente
estabelecidos pelo mercado, não poderia contar com esta ferramenta – os
preços livres – indispensável para que os agentes econômicos possam
determinar, com a menor margem de erro possível, o que produzir, em que
quantidades e momentos. Somente uma economia de livre mercado, com a
mínima intervenção do governo, oferece as condições para maximizar-se a
produção e o consumo, mantendo elevada a taxa de emprego. Além disso,
uma economia sadia para funcionar bem requer um sistema político
assentado num arcaboço legal (constituição) que limite o poder de legislar
dos políticos e da burocracia do Estado, e defenda os direitos fundamentais
dos cidadãos, como o direito à vida, à propriedade privada, enfim, assegure
a liberdade individual, vedando qualquer tipo de privilégio a quem quer que
seja. Trata-se de um sistema em que prevaleça o governo da lei e não a lei
do governo. Este corpo de leis fundamentais deve conter apenas os artigos
que tratem destas questões fundamentais, deixando para a legislação
ordinária outros detalhes de organização da sociedade. Mas a Constituição
deve impedir também que a legislação ordinária conceda quaisquer
privilégios a pessoas, grupos ou empresas.
Na Inglaterra, um outro professor austríaco, ex-aluno e colaborador de von
Mises em Viena, Friedrich Hayek, que receberia o prêmio Nobel de Economia
de 1974, publicou em 1944 seu livro ‘O caminho da servidão’, confirmando a
previsão de Mises de que o socialismo, mesmo moderado, acabaria levando
a sociedade que o adotasse à tirania e ao fracasso econômico e social. O
que se confirmou após quase trinta anos de governo socialista do Partido
Trabalhista inglês, que estatizou a economia, produzindo inflação, alto
desemprego e sucateamento da indústria britânica, até que o governo
liberal do Partido Conservador, com Margaret Thatcher no poder,
restaurasse a economia e o emprego. Na União Soviética, desde 1917, o
socialismo já havia sido implantado à custa de umas 50 milhões de vidas. O
nacional-socialismo (ou nazismo) na Alemanha resultou na Segunda Grande
Guerra, com 44 milhões de mortos, aí incluído o extermínio de 6 milhões de
judeus. Isto é o socialismo real. Veja-se também Cuba, Albânia e Coréia do
Norte, que proporcionam literalmente a fome de seus povos.
No Brasil as esquerdas vêm há décadas se preparando para implantar o
socialismo, através do lento processo gramsciano de doutrinação nas
escolas públicas de todos os níveis e através da imprensa. Seria o
socialismo tardio, pois o fracasso desse sistema político como forma de
distribuição de riqueza está mais do que comprovado. As esquerdas
argumentam que o capitalismo, e mais recentemnte o neoliberalismo
adotado no governo FHC levaram à elevada concentração da renda e da
riqueza. Ora o Brasil nunca adotou o regime democrático de livre mercado
capitalista, e somente as privatizações do governo FHC não são suficientes
para caracterizá-lo como liberal. Continuamos no sistema mercantilista da
colonização portuguesa, com o velho Estado patrimonialista e cartorial de
sempre, onde o desenfreado empreguismo com nepotismo levaram este país
a ter uma das mais altas cargas tributárias do mundo, concentrada numa
minoria da sociedade, que se destina a satisfazer os ganhos exorbitantes e
as gordas aposentadorias da alta burocracia, e nada beneficia os cidadãos
contribuintes ou não. Estes, por não terem, em sua maioria, acesso ao
ensino básico, nem ao saneamento nem à saúde pública, não se podem
habilitar a bons empregos, com remuneração condigna, e se mantêm na
condição de "excluídos" da economia monetária, na pobreza ou mesmo na
miséria.
A implantação do socialismo não vai alterar essas causas. Vai mantê-las,
distribuindo a pouca riqueza entre os militantes dos partidos socialistas
então aboletados nos cargos públicos, formando a nova Nomenklatura. As
massas pobres continuarão iludidas por promessas vazias, como em Cuba.
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