Geografia – Ásia (Parte 1) Características Gerais: O continente asiático é o maior tanto em área quanto em população, nele reside quase três quintos da população mundial e apresenta enorme variabilidade de culturas, climas, governos e vegetação. Na Ásia se encontram alguns dos rios mais extensos do planeta, os desertos e florestas enormes, além da máxima e mínima altitude. Área População Densidade 43 810 582 km² 4 050 404 000 habitantes 89,07 hab./km² Governos: Partido Comunista (China), Monarquia (Arábia Saudita e Tailândia), Democracia (Japão, Rússia, entre outros), Sheiks (Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos), Teocracia (Oriente Médio). Etnias: Negros (Sul da Índia), Brancos (Rússia), Amarelos (Extremo Oriente), entre outros. Crenças: Hinduísmo (Índia), Budismo (Extremo Oriente), Catolicismo Romano e Ortodoxo (Oriente Médio e Rússia), Islamismo (Oriente Médio e Indonésia), Judaísmo (Israel), Confucionismo e Xintoísmo (China); Línguas: Chinês, Árabe, Malaio-Indonésio, Japonês, Tailandês, Russo e muitos outros. Representação da diversidade cultural da Ásia Mapa político da Ásia Monte Everest – 8.850m de altitude (Tibet) e o Mar Morto (396m abaixo do nível do mar, entre Israel e Jordânia) Oriente Médio O Oriente Médio (ou Ásia Central) constitui uma pequena fração do continente asiático, possuindo uma área de, aproximadamente, 7.200.000 km² (em comparação aos quase 44 milhões de km² de toda a Ásia). Entretanto, devido à existência de jazidas de Petróleo, sua importância é enorme no quesito estratégia, tornando os atuais conflitos por que passa de interesse mundial. O Oriente Médio é cortado pelo Trópico de Câncer, que passa pela Península Arábica e compreende uma população de, aproximadamente, 270 milhões de habitantes. O relevo é bastante variado, envolvendo desde altos sistemas montanhosos de formação recente (Elburz, Hindukush), passando por planaltos desérticos antigos, planícies e mesmo depressões absolutas. Podemos assim identificar: Norte: No limite com a Europa, montanhas elevadas (Monte Elburz, Taurus, Zagros) e Planaltos antigos (Planalto Iraniano e Planalto da Anatólia – Turquia); Centro: A Planície da Mesopotâmia, onde os rios Tigres e Eufrates possibilitam a irrigação e agricultura, foi palco das antigas civilizações (assírios e babilônios). Seu estuário (desaguadouro do rio no oceano em um único canal), no Golfo Pérsico, chama-se Chat-el-Arab; Sul: Na Península da Arábia, encontramos um planalto arenoso e pedregoso - o Deserto da Arábia; Leste: Em direção ao Irã e Afeganistão encontram-se sistemas montanhosos recentes, que culminam com o Planalto de Pamir. Entre Israel e Jordânia forma-se na desembocadura do Rio Jordão uma depressão absoluta, o Mar Morto, localizado a 396m abaixo do nível do mar que, de acordo com evidências geológicas, se originou quando do levantamento das montanhas a leste, que isolaram um braço de mar no interior do continente. Já ao longo do litoral, a proximidade com o mar fez com que o pequeno aumento da pluviosidade crie condições para o crescimento de uma vegetação mediterrânea (maquis-garrigue), como ocorre na costa do Líbano, Israel, Síria e Iêmen. Apenas a Turquia possui um clima com tendências temperadas, no seu interior. O clima árabe varia em função de sua distribuição de água, condicionando o crescimento da vegetação. Nas regiões interiores, como o Deserto da Arábia, o Irã e o Afeganistão, a influência das massas de ar quentes e secas, com origem no Saara, faz com que a vegetação seja do tipo desértica (xerófitas). População: A principal origem dos habitantes do Oriente Médio é a Semita, grupo do qual surgiram Israelenses e Árabes. O que, entretanto, vai diferenciar os povos é a religião, que ao longo do tempo provocou e ainda provoca graves conflitos na região. Judaísmo: Professada pelos Israelenses, é uma das mais antigas religiões da terra (possui mais de 50 séculos de história); Islamismo: Religião mais recente (criada no século VII de nossa era), é seguida pela grande maioria dos árabes, possui diversas subdivisões (entre elas os Xiitas e Sunitas) e, apesar de possuir muitas características em comum com o Judaísmo e Cristianismo, opôs-se a estas duas por motivos históricos, tendo sido no passado (e ainda hoje) um dos motivos de inúmeros conflitos entre povos da região (por exemplo: iraquianos sunitas contra iranianos xiitas; judeus contra árabes; libaneses católicos contra libaneses islâmicos). Cristianismo: A religião cristã surgiu nesta região e, apesar de ter se desenvolvido principalmente na Europa, manteve ainda no Oriente Médio aguns núcleos de seguidores, principalmente no Líbano. É preciso, entretanto, notar que, se é verdade que as religiões têm uma grande influência nos conflitos locais, o principal motivo consistia na disputa estabelecida entre estadunidenses e soviéticos, na tentativa de obter posições nesta área estratégica. Aspectos Econômicos: Originalmente, o Oriente Médio caracterizava-se por sua baixa produtividade agrícola, já que os grandes desertos e a escassez de água não permitiam maiores lavouras. Com isso, esta atividade passou a concentrar-se principalmente na Mesopotâmia, com o cultivo de arroz, trigo e cana de açúcar, além das áreas de clima Mediterrâneo, onde cultiva-se oliveiras, fumo, figo, tâmara e damasco. Da mesma forma, a atividade pecuária predominante é o pastoreio nômade pela região desértica, com a criação de carneiros e cabras principalmente, além do dromedário. A região, entretanto, ficou famosa mundialmente por ser uma das principais áreas de produção petrolífera, desde sua descoberta até os dias atuais, a região é responsável por 1/3 da produção do petróleo consumido no mundo. Alguns dos principais produtores de petróleo são: Arábia Saudita, iraque, Irã, Kwait, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos. Este petróleo, e seu respectivo lucro, não são revertidos para a população; ficam restritos aos Sheiks e aos governantes. Isto se deve ao fato de a maioria da população ser nômade. Destaques no Oriente Médio: Israel: Criado em 1948 pela ONU, no Estado da Palestina. Praticamente mantido pela comunidade judaica internacional, o Estado de Israel obteve um fantástico desenvolvimento tecnológico, que pode ser observado na sua indústria (azeite, automóveis, cimento, química, alimentícia, construção naval e bélica), bem como na sua agricultura (cítricos), em que se destacam dois tipos de organização: Kibutz: Regime de exploração comunitária em terras doadas; Moshav: Cooperativa agrícola camponesa. Líbano: Com uma área de, aproximadamente, metade da de Israel, o Líbano ainda tem marcas da guerra civil ocorrida entre 1975 e 1991 e ainda amarga a interferência militar de seus vizinhos Israel e Síria, em porções incômodas de seu pequeno território. A respeito da tênue paz interna, o país voltou a receber investimentos externos e a economia já se encontra reestruturada. A antiga ‘Suíça do Oriente Médio’ ainda encontra obstáculos de ordem política para conciliar as lutas internas entre cristãos e muçulmanos; palestinos e israelenses. A volta à normalidade se deu através de um árduo caminho de negociações, para este país estratégico na visão expansionista de Israel e Síria. No começo dos anos 2000, o exército de Israel finalmente deixou o sul do Líbano, local onde ocupava desde 1978, como forma de zona de segurança contra o ataque das guerrilhas da palestina. Localização do Líbano no Oriente Médio Variedade religiosa no Líbano Afeganistão: Com sua pobre economia de base agrícola, o Afeganistão desempenha um importante papel estratégico na região. A instabilidade politica, surgida no país a partir de 1979 (influência da Revolução Islâmica no Irã) fez com que a União Soviética o invadisse neste mesmo ano. A invasão da URSS tinha por objetivo estabilizar o governo pró-soviético, garantir a enorme fronteira contra a invasão de revoltosos islamitas e obter uma linha de livre acesso às proximidades do Oceano Índico. A retirada das tropas soviéticas ocorreu em 1989 e o país mergulhou numa sangrenta guerra civil. A guerra civil do Afeganistão seguiu nos anos 90 e, lentamente, levou ao poder um grupo de radicais religiosos do Talebã, estudiosos do Corão que passaram a governar o país dentro das leis da bíblia. A radicalização dos preceitos religiosos fez o país adotar comportamentos rígidos, restringindo o acesso à educação, o trabalho e o atendimento médico às mulheres (que, a propósito, eram obrigadas a sair nas ruas totalmente cobertas pela Burca), proibindo a televisão e os contatos com o mundo exterior, levando as milícias do governo inclusive a destruir imagens e representações sagradas de outras religiões, como foi o caso da explosão da estátua giante de Buda (esculpida em pedra) na cidade de Bamyam. Os atentados ocorridos nos EUA em 11 de setembro de 2001 mudaram, entretanto, a situação, foi a mola-mestra da invasão dos EUA no Afeganistão. Descobriu-se que os terroristas que realizaram o ataque tinham a central de seu comando (organização Al-Qaeda, liderada por Osama Bin Laden) sediada e apoiada pelo governo Talebã e instalada no interior do Afeganistão. Em questão de meses, os EUA, com apoio de diversos países atacaram o Talebã e levaram ao poder os partidários da Aliança Norte. Com o apoio da ONU, o Talebã foi derrubado (restando ainda algumas células da organização, mas sem muita expressão), Osama Bin Laden foi morto numa troca de tiros em maio de 2011 e o Afeganistão se reorganiza politicamente sob a orientação dos governos da Alemanha, Itália e, claro, dos Estados Unidos.