Conflitos Mundiais Globalização Professor Antonio Luís Joia Autor de Geografia: leituras e interação (Editora Leya, 2013) (adaptado) O Estado O Estado é uma forma de organização política da sociedade que teve origem na Europa entre os séculos XIV e XV. O que significaria formar um Estado? A partir da unificação do poder político pelas monarquias e da delimitação de um território por fronteiras, houve o processo de constituição das monarquias nacionais ou Estados Modernos, e todos aqueles que viviam nos territórios unificados pela soberania do rei eram seus súditos, devendo-lhe obediência e lealdade. O Estado é composto por três elementos essenciais: -um conjunto de instituições políticas e administrativas, das quais se destaca o uso legítimo dos meios de violência e coerção; -um território geograficamente delimitado por fronteiras, correspondendo à base física sobre a qual o Estado exerce a sua soberania; -criação de regras dentro de seu território, para administrar as normas e leis que a sociedade deverá seguir em seu território. O Nacionalismo O nacionalismo é um movimento político que prega a defesa dos interesses da nação e a exaltação dos valores nacionais, surgindo principalmente em duas ocasiões: em lutas contra ameaças externas, e em movimentos políticos que desejam proporcionar um Estado a uma dada nação. Ex: Israel •A ideia central é uma unidade política natural, sendo inadmissível um Estado ser governado por minorias étnicas ou por estrangeiros. •O nacionalismo também não aceita a presença de grande número de não-nacionais dentro das fronteiras do Estado nação. “Nacionalismo não é um produto espontâneo do processo histórico, mas sim, criado intencionalmente para unificar os grupos sociais, garantir a coesão e a coerção do povo no Estado”. Limites e fronteiras Limite: - corresponde à delimitação da área territorial (país, região, estado, município...). Sinônimo: divisa. http://www.panoramio.com/photo/46002740 Fronteira: - Cada país defini a largura de sua faixa de fronteira. Requerem planejamento específico para a ocupação/controle do território (segurança nacional, integração cultural, comércio, uso das águas, etc). - Brasil: faixa interna de 150 km de largura paralela ao limite terrestre do território nacional. Na fronteira brasileira há: 10 países 11 estados 120 municípios 585 mil alunos 28 mil professores 5500 escolas Fonte: IBGE (Divisão Territorial de 2001 e Censo 2000) http://revistaescola.abril.com.br/formacao/escuelas-frontera-423199.shtml Transformação do espaço desigual e contraditória. de forma •O principal problema decorrente da formação dos Estados nacionais é a não coincidência das fronteiras do Estado com as fronteiras de um único grupo nacional. •Um Estado pode abrigar várias nações, ou até mesmo a fronteira entre dois ou mais Estados pode dividir uma nação. Consequentemente, surgem conflitos separatistas quando há divergências significativas entre os grupos nacionais e o Estado no qual estão inseridos. - Os conflitos étnicos, políticos, religiosos e econômicos reorganizam a todo instante as fronteiras políticas entre os Estados-Nações tendo a distribuição da população de refugiados em todo o mundo influenciado diretamente nesse processo. Localização: o Oriente Médio no mundo Fonte: Atlas da mundialização. Editora Saraiva, 2009. p. 134 Localização: países do Oriente Médio e algumas de suas características geográficas Adaptado de: FERREIRA, Graça Ma Lemos. Geografia em Mapas: países do Sul. São Paulo: Moderna, 2005. P. 81. A moderna geopolítica mundial: -Oriente Médio: Percepção e verdade!? REFLEXÃO: Percepção é verdade? Na perspectiva da ciência, a percepção não significa necessariamente a verdade. Na perspectiva da propaganda a percepção se torna verdade. Como as avaliações das percepções podem ser transformadas em conhecimento? Um professor de geografia comenta: “Sempre gostei de cavalos. Quando era criança gostava tanto, que assistia filmes de bang bang, só para ver os cavalos, seus passos e os . apetrechos utilizados na montaria. Mas confesso que era convencido a torcer para os mocinhos contra os índios. Antes de dormir, entrava debaixo da coberta e imaginava: se alguém passar pela porta eu atiro. Dei tanto tiro, que ao visitar minha mãe, até hoje verifico se a porta do quarto tem marca de bala”. Primeira percepção: • Na América do Norte os estadunidenses e os ingleses são os mocinhos e os indígenas vilões. A verdade: • Mais de 15.000.000 de indígenas foram mortos durante a ocupação da América. Terrorismos... Qual das duas cenas você viu na mídia (ou: viu mais vezes)? Família iraquiana tenta se proteger de ataque aéreo dos EUA. Fonte: BBC. www.diariodocentrodomundo.com.br Cena de um dos dois casos de jornalistas ocidentais degolados pelo grupo ISIS, no Iraque. noticias.band.uol.com.br O que significa ser terrorista? Há uma divergência notória dos alunos em relação à definição de terrorismo. • Temos aqueles que acreditam que os Estados Unidos estão sempre corretos. • Outro grupo, antiestadunidense. • Adeptos das teorias da conspiração: um fato histórico, sempre tem alguém que planejou ou deixou acontecer. O caso da destruição das torres gêmeas. “11 de setembro de 2001” Terrorismo: um método premeditado, politicamente motivado, para assassinar ou ameaçar não-combatentes. Terroristas: são pessoas, geralmente influenciadas politicamente, motivadas por crenças, etnocentrismo e xenofobia, que fazem parte de uma estratégia, pela qual as mortes das vítimas têm um valor psicológico sobre as vítimas sobreviventes, que passam a questionar seus próprios governos. REFLEXÃO •Como é sua percepção diante dos conflitos contemporâneos? •Quais mídias vocês assistem , lêem e ouvem? •Quem são os vencedores? Oriente Médio O Oriente Médio destaca-se na atualidade por três motivos: •é uma região cobiçada desde a Antiguidade em razão de sua localização estratégica entre os continentes europeu, asiático e africano; • é o berço de três grandes religiões monoteístas judaísmo, cristianismo e islamismo; • possui as maiores reservas de petróleo e gás natural do planeta. BOMPAN, Emanuele; PRAVETTONI, Riccardo. Cartographier le présent. Disponível em: <www.cartografareilpresente.org/article157.html>. Acesso em: 24 mar. 2013. Palestina: breve histórico Os judeus ocuparam a região da Palestina por volta de 2000 a.C., mas espalharam-se pelo mundo em razão das perseguições sofridas durante o Império Babilônico e o Império Romano. Essa saída em massa de judeus da Palestina é conhecida como diáspora judaica. Palestinos -Os palestinos, de religião islâmica, ocuparam a região em meados do século VII. -A ocupação islâmica intensificou-se entre os séculos XVI e XX, período em que a região foi dominada pelo Império Otomano. - No fim do século XIX, teve início o movimento sionista, ou movimento de retorno dos judeus espalhados pelo mundo à região da Palestina, com a finalidade de criar um Estado judaico no território considerado sagrado pelo povo judeu. Estado Judeu A criação de um Estado judaico foi apoiada por Estados Unidos e Reino Unido, que tinham como objetivo conquistar um aliado para o bloco capitalista e resistir à expansão socialista no Oriente Médio. -Em 1947, a ONU aprovou o Plano de Partilha da Palestina, que estabeleceu a divisão da Palestina em dois Estados nacionais: o Estado de Israel e o Estado da Palestina. - Em 14 de maio de 1948, o Estado de Israel foi criado e anexou também o território que deveria compor o Estado da Palestina. Entre os principais acontecimentos do conflito árabeisraelense, destacam-se: 1967 – Guerra dos Seis Dias: Israel ocupou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, as Colinas de Golan (Síria) e a península do Sinai (Egito). 1973 – Guerra do Yom Kippur: Egito e Síria lançaram uma ofensiva para recuperar os territórios ocupados por Israel desde 1967. Com a ajuda militar dos EUA, Israel venceu a guerra e manteve a ocupação dos territórios. 1993 – Acordo de Oslo: Organização para a Libertação da Palestina OLP e Israel assinaram, na Casa Branca, Washington (EUA), a Declaração dos Princípios pela Paz. Os objetivos eram estabelecer a paz entre israelenses e palestinos, o reconhecimento mútuo das duas nações e das lideranças e a devolução aos palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, que passariam a ter governos autônomos, mas não independentes. O resultado foi a criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), responsável por representar a Palestina e administrar os territórios a serem desocupados por Israel. O destino de Jerusalém, a situação dos refugiados e os assentamentos israelenses em territórios palestinos foram deixados para futuras negociações. Jornal Mundo. Setembro/2014, pág. 7 No dia 13 de setembro de 1993, o líder palestino Yasser Arafat (à direita na foto) e o então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin (à esquerda), apertaram suas mãos para simbolizar o Acordo de Oslo. Por esse acordo, os dois líderes receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1994. O então presidente norte-americano Bill Clinton (na foto, ao centro) foi o mediador desse acordo. 2004 – Israel iniciou a retirada das colônias judaicas na Faixa de Gaza, finalizada em 2005, mas manteve o controle militar e políticoadministrativo, restringindo a entrada e a saída de mercadorias e da população palestina. Consequências: desde 2006 bloqueio econômico. 2012 – ONU reconhece a Palestina como um Estado observador não membro (representantes participam das assembleias mas não votam). Israel não aceitou essa indicação da ONU. 2014 – As tensões tiveram início com o sequestro e assassinato de três jovens israelenses na Cisjordânia, crimes atribuídos por Israel a uma célula do Hamas. Uma página no Facebook chamada “O Povo de Israel Exige Vingança” atraiu 35 mil pessoas e milhares de comentários racistas antes de ser tirada do ar. A onda de xenofobia culminou, em 2 de julho, com a morte de um adolescente palestino. Ele foi queimado vivo por extremistas israelenses. http://www.cartacapital.com.br/internacional/israel-em-gaza-retaliacao-ou-vinganca-8162.html Agravante do conflito: extremismos de ambos os lados. Exemplos: • Lado israelense: assassinato de Ytzhak Rabin por um judeu; jovem palestino queimado em 2 de julho. • Lado palestino: homens-bomba; personagens infantis Farfour (https://www.youtube.com/watch?v=G2dnqE8vz_w) e Nahul (https://www.youtube.com/watch?v=vwLVvoUCtdA). Desigualdade tecnológica espacial e Intifadas 1987 – Primeira Intifada: revolta palestina contra a ocupação de Israel. Israel reprimiu a revolta e realizou detenções, deportações e demolições de casas, que reforçaram a expulsão da população palestina. 2000 – Segunda Intifada: iniciada pelos palestinos após considerarem a visita do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, local sagrado para os muçulmanos, uma provocação. Mais uma vez, o uso desproporcional da força por parte de Israel ficou evidente: os palestinos atacaram o exército israelense com pedras, atentados suicidas e carros-bomba, enquanto Israel enviou foguetes e tanques de guerra para bombardear os territórios Palestinos. Muros que nascem Muro construído por Israel para separar o país da Cisjordânia, em Al-Ram, na periferia de Jerusalém, 2012. Jornal Mundo. Setembro/2014, pág. 7. Resistência simbólica... Dicas Vídeo Muro na Cisjordânia: http://ummundoglobal.blogspot.com.br/2009/11/muros-ao-redor-do-mundomexico-estados.html Reflexão: (no mundo atual) •Questões sociais são lembradas? •Acostumamos com as mortes, ou melhor com o grande número de mortes? •Parece game ou jogo? Charge “Peace puzzle” (Quebra-cabeça da paz) - Ramses Morales Izquierdo, 2012. Disponível em: <www.cartoonmovement.com/cartoon/7528>. Acesso em: 8 mar. 2013. Quem sofre as consequências ? Nesse momento constata-se a total ineficácia da ONU, pois o que assistimos é um espetáculo deprimente, na luta para sobreviver, pessoas tentam fugir da área bloqueada, sem água, moradia, dentre outros problemas, enquanto não se permite que o alimento as alcance. Afeganistão A região do Golfo Pérsico caracteriza-se, entre outros fatores, por grandes reservas de petróleo e por regimes políticos autoritários e não democráticos. Em decorrência da crise do petróleo no fim da década de 1970, os países do Ocidente, especialmente os Estados Unidos e os da Europa Ocidental, passaram a negociar o fornecimento de petróleo com os países do Golfo Pérsico em troca de armamentos e do apoio político a governos com regimes autocráticos. Em 1979, no Afeganistão, diferentes milícias, apoiadas pelos Estados Unidos e seus aliados, uniram-se para expulsar os soviéticos, mas começaram a lutar entre si pelo poder. Em 1995, o Talibã, milícia que havia sido apoiada pelos Estados Unidos durante a invasão soviética, passou a dominar quase todo o país, transformando-o em um Estado teocrático islâmico. Em 1996, o Talibã tomou o poder no país sob o discurso da paz, mas na verdade transformou- -se em opressor da população, impondo medidas como: fechamento de escolas, proibição do trabalho feminino fora do lar, controle da mídia, queima de bibliotecas, extermínio étnico e estímulo ao cultivo da papoula para a produção de ópio e heroína, que financiavam esse grupo e a produção de suas armas. O Talibã permaneceu no governo até 2001, ano em que os Estados Unidos interferiram. A maioria dos talibãs é da etnia pashtun. em Kabul, Afeganistão, 2013. Talibã: grupo fundamentalista islâmico originário da fronteira de Afeganistão e Paquistão. Na época da Guerra do Afeganistão, o grupo foi recrutado, financiado, armado e treinado pela agência de inteligência militar do Paquistão – o Inter Services Intelligence (ISI) . Comentário: os conflitos étnicos, políticos, religiosos e econômicos reorganizam a todo instante as fronteiras políticas entre os EstadosNações tendo a distribuição da população de refugiados em todo o mundo influenciado diretamente nesse processo. Após os ataques sofridos em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos iniciaram uma guerra contra a Al Qaeda, acusada de ser a responsável pelos atentados. A Al Qaeda foi considerada um grupo fundamentalista islâmico terrorista e antiestadunidense, com base sediada no Afeganistão. Em 2011, Bin Laden foi capturado e morto no Paquistão por forças especiais da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. Observação: ONU não aprova Iraque país aliado do ocidente que virou inimigo Em 1990, o Iraque invadiu o Kuwait, com o objetivo de controlar suas reservas de petróleo e ampliar o acesso ao Golfo Pérsico, uma das principais rotas de exportação de petróleo do Oriente Médio. A ONU autorizou o embargo econômico ao Iraque, que durou treze anos, e o uso da força para expulsar o invasor. Uma coalizão de países ocidentais liderados por Estados Unidos e Reino Unido e apoiados por Arábia Saudita e Egito lançou a guerra contra o Iraque, conhecida como Primeira Guerra do Golfo. O resultado foi a retirada das tropas iraquianas do Kuwait em 1991. Nos anos seguintes, a ONU realizou diversas inspeções à procura de armas, buscando desmantelar grupos rebeldes. Após ser acusado pelos Estados Unidos de manter relações com a Al Qaeda e de possuir armamentos de destruição em massa, acusações não comprovados pelas inspeções da ONU no país, o Iraque foi invadido pelos Estados Unidos e seus aliados em 20 de março de 2003. O então presidente iraquiano Saddam Hussein, anteriormente apoiado pelos EUA, fugiu e seu governo foi derrubado, dando lugar a um governo de transição, apoiado pelos Estados Unidos. Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi capturado pelos estadunidenses e entregue ao governo de transição no início de 2004, para ser julgado pela justiça iraquiana. Em 2006, ele foi condenado à morte por genocídio e executado. Para diversos analistas, a retomada do controle político do Iraque pelos EUA e seus aliados se deve à localização estratégica do país na região, bem como à ampliação da participação das empresas transnacionais na exploração do petróleo iraquiano. Ao vencedor o petróleo, a água, mas não a Paz. Ao perdedor péssimas condições de vida e sanções econômicas. ONU: criação, funções e papel na atualidade. Não é permitido matar civis durante a guerra, somente soldados. Caso isso ocorra, será considerado crime de guerra. Logo, guerra não é crime. Pelo fato de lançarem a maior parte dos satélites, alguns países detém a hegemonia na produção e distribuição de imagens, bem como no controle dos sistemas de comunicação. Além disso, o uso político-militar das informações obtidas por sensoriamento remoto persiste, a exemplo da intervenção militar no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003), liderada pelos Estados Unidos e apoiada por diversos países europeus, como resposta aos ataques terroristas a Nova Yorque,no dia 11 de setembro de 2001. Reflexão: guerra e tecnologia Nas duas guerras mundiais, o desenvolvimento tecnológico proporcionou um grande avanço às fotografias aéreas, que passaram a ser mais precisas. Devemos lembrar, no entanto, que o custo social e humano desse avanço tecnológico é incalculável, gerando destruição de vidas, bens materiais e patrimônios histórico-culturais, cujas consequências ainda se fazem presentes na história contemporânea. Atividade: Possibilitar ao aluno estabelecer relações entre o que assiste e os conteúdos estudados. Você conhece esses símbolos? Se conhece, em qual contexto você já viu esses símbolos? A CIA (Agência Central de Inteligência ) é uma agência de espionagem do governo dos EUA, criada em 1947, é responsável por fornecer informações ao governo desse país. Mas teve seu um papel especial durante o período da Guerra Fria, por tornar-se importante para o plano ideológico, pois retratava a imagem de sua força bélica e superioridade militar, primordial para a defesa do povo americano em caso de um suposto ataque militar da URSS, a outra potência militar. A KGB (Komitet Gosudarstveno Bezopasnosti), que em português significa Comitê de Segurança do Estado, criada em 1954, tornou-se importante para o plano ideológico da URSS. Durante a Guerra Fria, retratava a imagem do seu poder militar, teve como finalidade promover a segurança nacional e espionar outros países para evitar possíveis ataques militares, mas também averiguava e reprimia a população que era contrária ao governo. Reflexão: •De que forma os filmes e super heróis americanos representavam e ainda representam para as pessoas? •Debate - A disseminação cultural dos Estados Unidos: uma maneira de fazer propaganda da vida americana, ao mesmo tempo, convencer as pessoas aceitarem seu poder econômico e militar. •Filmes: abordagem da segunda guerra mundial. “Dividir para REINAR” A Partilha da África foi decidida pelas potências europeias na Conferência de Berlim, realizada entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885. Para facilitar o domínio sobre as colônias, as potências europeias aliaram-se a grupos locais, concedendo-lhes benefícios e poder sobre porções do território, transformando-os em uma elite local. O mapa de 1914 representa os resultados da Partilha da África entre as potências europeias, destacando-se os domínios da França e do Reino Unido. No mapa da descolonização do continente africano, observe que a partir de 1990 o processo se acelerou e apenas algumas ilhas e cidades continuam dependentes. Essas “fronteiras artificiais”, impostas pelas potências europeias e, em geral, mantidas após a independência, geraram ou agravaram conflitos entre grupos étnicos e tribais. Esses conflitos envolviam a busca pelo controle político, o domínio das principais atividades econômicas e a posse de áreas dotadas de recursos naturais. Os grupos que obtinham o controle sobre o Estado e as atividades econômicas exerciam o poder a favor dos grupos étnicos ou sociais aos quais pertenciam, em detrimento dos demais grupos, fato que potencializou conflitos e agravou a enorme desigualdade social e a falta de democracia e justiça. MICHALOPOULOS, Stelios; PAPAIOANNOU, Elias. Divide and rule or the rule of the divided? Evidence from Africa. Disponível em: <www.dartmouth.edu/~elias/Michalopoulos_Papaioannou.pdf>. Explorados por empresas transnacionais estrangeiras e apenas uma pequena parcela da renda obtida fica com os países e populações do continente. Dezenas de conflitos separatistas e disputas territoriais (principalmente: entre as décadas de 1960 a 1990, período da descolonização). Dos 54 países africanos, 30 estiveram envolvidos em conflitos recentes (a partir dos anos 1990). Adaptado de: ANIFOWOSE, Sara; GIORDANO, Maria Luisa. L’ Afrique prise dans la toile des multinationales du pétrole. Cartographier le présent. Disponível em: <www.cartografareilpresente.org/article365.html>. Acesso em: 11 abr. 2013. As dificuldades dos países africanos para se desenvolverem socioeconomicamente, em grande parte decorrentes da exploração e colonização empreendidas por potências europeias entre os séculos XVI e XX, fazem com que esse continente fique à margem dos principais fluxos econômicos do mundo globalizado. De acordo com o Banco Mundial, em 2011, os 54 países do continente africano totalizarem um PIB de 1 trilhão e 263 bilhões de dólares, o que corresponde a menos de 2% do PIB mundial. Exemplos de disputas territoriais internacionais atuais: 1º - Somália x Etiópia (disputa pela área de Djibuti) Vista geral de campo de refugiados somalis na fronteira de Etiópia e Somália, 2011. O acampamento foi criado para atender pessoas em busca de comida e água. 2º - A Etiópia também enfrenta diversos conflitos que opõem o governo a grupos rebeldes que buscam manter o controle territorial em suas áreas de atuação, grupos separatistas, grupos que almejam o controle sobre recursos naturais e piratas somalis encontrados na costa do país. 3º - Sudão do Sul - Manchete (revista Época): “Mais jovem país do mundo, Sudão do Sul completa 1 ano pobre e violento” -Separação após referendo não melhorou relação entre países. - Brigas tribais, por petróleo e por demarcação de fronteiras continuam. Teve a independência reconhecida pela ONU, pelo Sudão e pela comunidade internacional, porém permanece em conflito com o Sudão (disputa pela região de Abyei, onde há reservas de petróleo) e também enfrenta conflitos étnicoreligiosos internos. Região com predomínio de população com origem não-árabe, que se sente discriminada pelo governo do país. O SPLA (Exército Popular pela Libertação do Sudão) luta pela autonomia da província. O governo apoia a milícia Janjaweed para fazer oposição ao SPLA. Consequência: mais de 300 mil mortos e 2 milhões de refugiados. A “Primavera Árabe” Uma série de revoltas se alastrou por países árabes desde o final de 2010, e havia derrubado, até novembro de 2012, três governos totalitários no norte da África (Tunísia, Egito e Líbia) além de atingir o Marrocos, Argélia, Síria, Jordânia, Bahrein, Iêmen e Omã. Os levantes começaram após Mohammed Buazizi atear fogo no próprio corpo, em 18 de dezembro de 2010, numa cidadezinha do interior da Tunísia, num ato de desespero contra as condições de vida no país. A luta contra os regimentos totalitários não foi o único motivo que deflagrou as revoltas que ficaram conhecidas como Primavera Árabe. Outras razões: os elevados índices de pobreza, de desigualdade social e de desemprego, a falta de perspectiva que atinge grande parte da população e a falta de liberdade de expressão. As revoltas árabes foram marcadas pela ampla participação popular pacífica, a grande participação de jovens, o uso intensivo da internet e das redes sociais como ferramentas para a mobilização e, na maioria dos casos, pelo apoio do exército às manifestações. Por outro lado, fortaleceram grupos extremistas ou jihadistas (guerra santa). “Reinventing Peace” (Reinventando a Paz). O cartum faz referência ao Twitter (representado pelo pássaro azul), uma rede social virtual que teve um papel relevante na organização e na divulgação das manifestações que ocorreram durante as revoltas árabes Referência: <www.cartoonmovement.com/cartoon/7599>. ÁFRICA A fome, os conflitos étnicos e agora: o ebola Fonte: Jornal Mundo, setembro de 2014, pág. 12. SADC - A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral É importante colocar que a África também busca construir seus próprios caminhos para solucionar seus conflitos. A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (Southern African Development Community – SADC), que entrou em vigor oficialmente no ano 2000, é um exemplo disso, pois é um bloco político-econômico que tem como objetivo promover o livre-comércio, mas trata também de questões políticas. Trata-se de uma área de livre-comércio estabelecida entre 14 países do sul do continente, liderados pela África do Sul, cujo desenvolvimento vem ocorrendo desde o fim do apartheid, no início da década de 1990. Regime de segregação racial que vigorou na África do Sul, de 1948 a 1994, caracterizado pela pela submissão da maioria negra ao controle da minoria branca, sob inúmeras formas de violência. O Espaço Schengen Mesmo antes de a União Europeia entrar em vigor, no ano de 1985, foi assinado um acordo entre os governos de Bélgica, Holanda, Luxemburgo, República Federal da Alemanha e França, também conhecido como Acordo de Schengen, cujo objetivo era controlar as fronteiras comuns. Em 1990, passou a ser designada “Convenção de Schengen. Esse acordo foi integrado ao âmbito da União Europeia e, em relação à circulação de pessoas residentes nos países do bloco, tratou os residentes de duas maneiras distintas: -Para os residentes nascidos nos paísesmembros estava assegurado o direito de circulação livre. - Para os demais residentes era proibido circular livremente de um país para outro, ou seja, deviam comunicar o Serviço de Imigração de seu país caso quisessem se deslocar para outro país, mesmo que fosse uma travessia temporária. SIS Sistema de Informação de Schengen Comentários: sobre o mapa e SIS Nem todos os países que cooperam no âmbito do Espaço Schengen são membros da União Europeia, mas todos adotam procedimentos e regras comuns no que diz respeito a vistos, pedidos de asilos e controle nas fronteiras. Essa convenção também possui um sistema integrado de informações para controlar a circulação de pessoas, chamado Sistema de Informação de Schengen. Entre outras funções, contém nomes de pessoas procuradas que podem ser presas e posteriormente extraditadas, o que dá margem a críticas por parte de pessoas que, contraditoriamente, têm sua livre circulação impedida em um bloco econômico com avançado estágio de integração. Imigração da União Europeia Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa Ocidental passou por um processo de reconstrução econômica ao mesmo tempo em que ocorreu uma expansão na oferta de empregos. Assim, havia empregos que exigiam pouca ou nenhuma qualificação, de baixa remuneração, que não interessavam à população nativa, e que eram preenchidos por imigrantes, em geral, da África, Ásia e América, principalmente de países que haviam sido colônias europeias. Tais empregos desempenharam importantes papéis para a reconstrução da Europa. FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial.São Paulo: Moderna, 2010. p. Após a crise das economias ocidentais que teve início em 2008, essa realidade mudou, pois o aumento do desemprego acabou por incentivar a restrição à imigração. Essa política restritiva fez parte da política adotada pela União Europeia, mas acabou sendo cercada por práticas racistas contra imigrantes de países subdesenvolvidos e de antigos países socialistas da Europa Oriental. Argumentos contra imigrantes: - ordem econômica - étnico-cultural Entre os argumentos de ordem econômica: • Destaca-se a atribuição da crise do sistema previdenciário público à presença crescente de trabalhadores imigrantes informais ou ilegais no mercado de trabalho. • Por estarem em situação ilegal, trabalhadores informais ou ilegais não contribuem com a previdência social e demais impostos que seriam aplicados em áreas sociais como saúde e educação, mas fazem uso deles. • Além de contribuírem para a redução dos salários, pelo fato de não possuírem formação profissional, aceitam o salário proposto, geralmente baixo, o que acaba desvalorizando os demais salários. Entre os argumentos de ordem étnico-cultural, destacam-se: •as influências culturais dos imigrantes, que “ameaçam os valores culturais dos europeus”. • a superioridade numérica de uma etnia, como por exemplo os muçulmanos, o que poderia ameaçar a hegemonia da língua nacional, além dos conflitos religiosos. •Essa xenofobia, na qual atribui-se a culpa ao estrangeiro pelo desemprego, na verdade funciona como uma maneira de mascarar o menor crescimento da economia do bloco e o fracasso das políticas adotadas pelos governos dos países para diminuir o déficit público orçamentário. •Essa xenofobia, na qual atribui-se a culpa ao estrangeiro pelo desemprego, na verdade funcio-na como uma maneira de mascarar o menor crescimento da economia do bloco e o fracasso das políticas adotadas pelos governos dos países para diminuir o déficit público orçamentário. Imigrantes de diversas nacionalidades fazem greve reivindicando direitos humanos e civis em Bolonha, Itália, 2010. No cartaz, lê-se :“Nossa pátria é o mundo inteiro”. Vale ressaltar que, contraditoriamente, em diversos países da Europa Ocidental, verifica-se uma mudança na demografia, caracterizada pela diminuição das taxas de natalidade, maior expectativa de vida e queda na taxa de crescimento populacional. Esses fatores têm como principal consequência a necessidade da utilização da mão-de-obra imigrante, o que provoca um significativo aumento de pessoas vindas de outros países. Movimentos nacionalistas de cunho separatista Muitos Estados são multinacionais, isto é, agrupam diversos grupos nacionais, como a França, composta por franceses, bretões, bascos, alsacianos, corsos, catalães, flamengos, entre outros. Por outro lado, pode haver etnias divididas por fronteiras de dois ou mais Estados, como os bascos e os catalães entre a França e a Espanha. Os bascos, que habitam a região norte da Espanha e sudoeste da França há mais de 5 mil anos, compondo uma nação com identidade, idioma e cultura próprios. Separatismos na Espanha: País Basco: Caso “clássico” de etnias divididas por fronteiras de dois ou mais Estados: entre a França e a Espanha (não ocorreu só na África!) Mapa: pág. 235 vol. 3 Bascos da Espanha reivindicaram durante décadas (século XX/XXI) a constituição de um Estado-Nação. Foram reprimidos pelo governo espanhol (principalmente durante a ditadura do General Franco (1939-1976). Partiram para a luta armada (ETA – Euzkadi Ta Askatasuna – Pátria Basca e Liberdade) no final dos anos 70 e década de 1980. Após repressão e também com o atendimento de algumas reivindicações (ter partidos políticos e ensinar o idioma basco nas escolas, por exemplo) o movimento passou a ser mais político e cultural do que militar. Catalunha Processo semelhante ao do País Basco (diferenças culturais e busca pela autonomia). Por ser uma região economicamente desenvolvida, o movimento separatista se intensificou em 2012 devido à crise econômica na Europa/Espanha Notícia recente: Presidente da Catalunha convoca referendo para independência da Espanha 27/09/2014 - MADRI (Reuters) - O presidente da região espanhola Catalunha, Artur Mas, assinou um decreto neste sábado convocando um referendo sobre independência em 9 de novembro, uma votação que o governo central disse que iria violar a constituição e prometeu bloquear. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2014/09/27/presidente-da-catalunha-convoca-referendo-para-independenciada-espanha.htm América - México O setor industrial mexicano é dependente de indústrias norteamericanas instaladas na fronteira do país. Circulação de pessoas no bloco A aproximação entre Estados Unidos, Canadá e México por meio do Nafta não diminuiu as contradições sociais presentes nos países da América do Norte. Principalmente porque seu líder, os Estados Unidos, concorda com a abertura de fronteiras para o comércio, mas não com a livre circulação de força de trabalho. Muro entre EUA e México A fronteira entre o México e Estados Unidos tem 3,2 mil quilómetros. A construção do muro começou em 1991, mas foi em 1994 que os Estados Unidos decidiram intensificar a segurança sob a chamada “Operação Guardião”. Dos mais de 12 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país, a grande maioria é mexicana. Para impedir a entrada ilegal de imigrantes, principalmente pela fronteira a oeste do país, em 2007 o governo dos Estados Unidos iniciou a construção de um muro com mais de mil quilômetros ao longo da divisa. Altas temperaturas do deserto. Vídeo: Muros ao redor do mundo http://ummundoglobal.blogspot.com.br/2009/11/muros-ao-redor-do-mundo-mexicestados.html Vídeos: http://www.bbc.com Retomada: Globalização Economia em crise: a culpa recai sobre os imigrantes - Vale ressaltar que no contexto da globalização, grande parte da força de trabalho das empresas está fora de seus países de origem. As quinhentas maiores empresas dos Estados Unidos têm cerca de 30% a 50% de sua mão de obra fora do país. Isso contribui tanto para diminuir as arrecadações de impostos por parte do governo por exemplo, sobre os produtos industrializados, como para diminuir o número de empregos. - a crise da economia do país vizinho em 2008, refletiu também na economia mexicana. Guerra da Coreia (1950-1953) -O primeiro conflito militar em que as duas potências tiveram participação indireta foi a Guerra da Coreia. -O conflito baseou-se na disputa entre a parte norte, a Coreia do Norte, socialista, que tinha apoio da China e da URSS, e a parte sul do país, Coreia do Sul, capitalista, apoiada pelos EUA. - Isso ocorreu logo após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, ou seja, após a ocupação por forças soviéticas e norte-americanas em 1945, que a libertaram da condição de colônia japonesa, situação que vigorava desde 1910. -Durante a ocupação dos aliados na Coreia, foi estabelecido que a URSS aceitaria a rendição japonesa ao norte do paralelo 38, local onde apoiou a instalação de um Estado comunista sob a liderança do guerrilheiro Kim II-sung. - Ao assumir o poder na então Coreia do Norte, Kim logo fundou um Estado nos moldes soviéticos, ou seja, criou um partido único, organizou o exército, nacionalizou as indústrias e coletivizou as terras, mas tornou o país atrasado e isolado do mundo, tudo pela ideologia do comunismo, condição em que permanece até os dias atuais. - Ao sul do paralelo 38, foi criada uma administração de ocupação norte-americana, que permaneceu no país até 1948, ano em que Syngman Rhee (1875-1965) tornou-se presidente. Embora distante de um modelo democrático, na maior parte do tempo, depois do período pósguerra, desenvolveu uma indústria de alta tecnologia, a exemplo do Japão. - Entretanto, durante a Guerra Fria, as duas Coreias almejavam a unificação do país e seu total domínio. Primeiro foram os norte-coreanos que atacaram o sul, em 1950, mas foram contraatacados pelos estadunidenses, que avançaram em direção à China, fato que provocou a intervenção chinesa no apoio à Coreia do Norte e logo permitiu a recuperação do território ao norte do país. Esse fato levou o governo Truman a desistir da guerra e, em 1953, todas as partes envolvidas concordaram com o fim da guerra e a divisão do país ao longo do paralelo 38. Tensão além das fronteiras das Coréias Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) Diante dos efeitos destrutivos das armas nucleares, conhecidos em todo o mundo após o lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki, em 1945, da crise dos mísseis, em 1962, e de uma possível guerra nuclear, foi assinado o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em 1968. Ele considera ainda a organização dos países em dois blocos: • Primeiro bloco: formado por países que tinham bombas nucleares antes de 1967 e que poderiam manter suas armas atômicas, mas não transferir e repassar a outros países a tecnologia desenvolvida. (Estados Unidos, URSS, Reino Unido, França e China, que são os países vencedores da Segunda Guerra Mundial e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU). • Segundo bloco: formado pelos demais países do mundo, que se comprometeram a não desenvolver armas nucleares e desenvolver tecnologia nuclear apenas para fins pacíficos, por exemplo, na produção de energia elétrica. Com o objetivo de detectar a existência de atividades secretas, os países ficam submetidos a um sistema de inspeção, Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Tensão além das fronteiras O líder norte-coreano Kim Jong-Un acena para oficiais do Exército em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, em 2013. A Coreia do Norte realizou testes com bombas nucleares em 2013, mas especialistas acreditam que o país ainda não tinha tecnologia para colocá-las em foguetes. Tratados não significa que serão cumpridos -É importante destacar que alguns países que têm bombas nucleares não assinaram esse tratado, como é o caso de Israel, Paquistão, Índia e -Coreia do Norte. - O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares só foi posto em prática após o fim da Guerra Fria e não foi assinado por França, Índia e China. “Give peace a chance” (Dê uma chance à paz). Comentário do cartunista: “Todos os dias a mídia nos confronta com o pior da humanidade; com foco sobre a morte, a guerra e a destruição, corremos o risco de ignorar a paz”. Referência: <www.cartoonmovement.com/cartoon/5632>. Acesso em: 8 mar. 2013. Sugestões de publicações sobre o Oriente Médio para abordagem didática (Ensinos Fundamental e Médio) Livros: SACCO, Joe. Palestina – edição especial. São Paulo: Conrad, 2011. Reportagem baseada em uma nova linguagem, com ampla aceitação de leitores e críticos em todo o mundo. Em formato de história em quadrinhos, conta a trajetória de palestinos e israelenses que vivem na Palestina, em meio aos conflitos pela posse da região que opõem os dois grupos. SCHMITT, Eric-Emmanuel. Ulisses de Bagdá. Rio de Janeiro: Record, 2011. O livro conta a história de Ulisses, um personagem iraquiano que decide fugir de seu país para escapar da opressão da ditadura de Saddam Hussein e da guerra iniciada após a invasão de seu país pelos Estados Unidos, no contexto da “guerra ao terror”. A guerra ao terror foi promovida pelo presidente George Bush no início do século XXI. ZENATTI, Valerie. Uma garrafa no Mar de Gaza. São Paulo: Seguinte, 2012. (livro e filme). Romance baseado no diálogo entre uma jovem israelense e um jovem palestino por meio de trocas de mensagens eletrônicas (e-mails). A jovem toma a iniciativa de procurar “conhecer” alguém da Faixa de Gaza e sua realidade. A atitude, inicialmente vista com desconfiança e descrédito pelo jovem palestino, acaba por tornar-se um exemplo de diálogo e tolerância entre esses dois personagens e os povos que representam. • CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo: Contexto, 1999. (Repensando a Geografia.) Analisa a paisagem e o uso do solo urbano do ponto de vista histórico, bem como a relação do ser humano com a natureza. • COSTA, Lara Moutinho da. Cultura é natureza: tribos urbanas e povos tradicionais. Rio de Janeiro: Garamond, 2011. v. 7. (Desafios do século XXI.) Discute a questão da “separação” entre cultura e natureza nas sociedades urbano-industriais, principalmente no Ocidente. Aborda aspectos culturais contemporâneos nas grandes cidades, como a formação de “tribos urbanas”, em especial entre a população jovem. • MINC, Carlos. Ecologia e cidadania. São Paulo: Moderna, 1997. (Polêmica.) Relaciona a ecologia e os desequilíbrios ambientais à construção da cidadania. Conceitos de ecologia urbana e educação ambiental são introduzidos na perspectiva da relação entre a sociedade e a natureza. • SERPA, Ângelo. O espaço público na cidade contemporânea. São Paulo: Contexto, 2007. A questão do uso e apropriação do espaço público é analisada por meio de exemplos, de modo que procura inserir o leitor na discussão sobre o uso desses espaços para fins privados nas grandes e médias cidades brasileiras. Sites • Ministério das Cidades. Disponível em: <www.cidades.gov.br>. Acesso em: 17 nov. 2012. Disponibiliza documentos oficiais do governo direcionados às políticas públicas urbanas. • Aliança Internacional de Habitantes (AIH). Disponível em: <http:// por.habitants.org/quem_e_a_aih>. Acesso em: 17 nov. 2012. Site da rede global de movimentos sociais de habitantes de moradias precárias, sem-teto e outros grupos sociais em situações de risco. • Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Disponível em: <www.mtst.org>. Acesso em: 17 nov. 2012. Traz notícias sobre fatos relacionados à luta pela moradia urbana nas cidades brasileiras e oferece links para sites de diversos outros movimentos sociais nacionais e internacionais. • IBGE Cidades@. Disponível em: <www.ibge.gov.br/cidadesat>. Acesso em: 17 nov. 2012. Reúne informações sobre cada município brasileiro, como o total de habitantes no campo e na cidade, número de habitantes por gênero, entre outras informações estatísticas. • Citiscope. Disponível em: <http://citiscope.org>. Acesso em: 17 nov. 2012. Reúne experiências de planejamento e gestão de cidades em diversos países (em inglês). Filmes e documentários • Ilha das flores. Direção: Jorge Furtado. Brasil, 1989, 13 min. Documentário que associa a produção e destino do lixo à desigualdade social. Ao acompanhar a trajetória de um tomate que é jogado no lixo na cidade de Porto Alegre (RS), discute a relação que grupos sociais de diferentes condições socioeconômicas têm com os resíduos gerados pela população de uma grande cidade. • Sonhos tropicais. Direção: André Sturm. Brasil, 2002, 120 min. Este filme é uma adaptação do livro homônimo de Moacyr Scliar. Retrata a história do início da República do Brasil, no ano de 1889, quando ocorrem os projetos para melhoria urbanística e sanitária da capital, Rio de Janeiro. Entre as medidas de higienização definidas por Oswaldo Cruz, apoiado pelo Prefeito Pereira Passos, ocorreu a vacinação de forma autoritária, provocando o episódio que ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”. • Uma onda no ar. Direção: Helvécio Ratton. Brasil, 2002, 92 min. O filme conta a história da criação e do desenvolvimento da Rádio Favela de Belo Horizonte, uma rádio pirata que entrava no ar todos os dias no horário do programa A Voz do Brasil, colocando no ar cantores e pessoas que pudessem contribuir para a melhoria de vida dos moradores da favela. 135 min. Promessas de um novo mundo. Direção: Justine Shapiro, Carlos Bolado e BZ Goldberg, EUA, 2001, 116 min. O documentário mostra a vida de crianças judias e palestinas nos campos de refugiados próximos à cidade de Jerusalém. Restrepo. Direção: Tim Hetherington, EUA, 2010, 94 min. O documentário narra o cotidiano de soldados norte-americanos em um pelotão dos Estados Unidos no Vale Korengal, considerado um dos pontos mais perigosos durante a Guerra do Afeganistão. Durante um ano, as câmeras acompanharam o dia a dia de 15 soldados do posto avançado chamado Restrepo, registrando a dura realidade do combate e a percepção dos soldados enviados a essa missão.